Este documento discute critérios de avaliação gráfica e alfabetização visual. Aborda conceitos como beleza, relação com o belo, imposição do belo, limitações e possibilidades na criação, identidade e papel do design. Reflete sobre como transmitir conceitos de design de forma acessível e sobre a importância da referência visual para profissionais de comunicação.
10. BELEZA É UMA RELAÇÃO
• Ela não é uma propriedade dos objetos,
senão seria absoluta.
• Ela não se forma dentro da cabeça,
senão poderíamos sintetizá-la.
• A relação tende a se aperfeiçoar com o tempo.
• Como toda relação, ela pressupõe uma troca.
11. A RELAÇÃO É IRRACIONAL
• Ela é tão primitiva e abrangente
quanto os sentimentos.
• Sua apreensão é direta,
sem símbolos nem intermediários.
• É como um sabor, uma alegria, um passeio de
montanha-russa: indescritível em palavras.
12. IMPOSIÇÃO DO BELO
É FETICHE
ELA SE DÁ POR MARCAS, POR FAMA, POR NOME
FETICHE É UM CULTO,
QUE ESTABELECE E DETERMINA DOGMAS
15. DOGMAS
SÃO IMPOSTOS
NÃO DISCUTIDOS NEM QUESTIONADOS,
NÃO SE EVOLUI NA RELAÇÃO.
É IMPORTANTE SE DESRESPEITAR E
QUESTIONAR REMBRANDT PARA APRECIÁ-LO.
37. PENSE NAS COISAS QUE
VOCÊ CONSIDERA FEIAS.
• Como determinar o que desagrada nelas?
• São velhas, rebuscadas, ultrapassadas?
• São óbvias, simétricas, simplórias?
• São desagradáveis, inconsistentes, incompletas?
• Ou são coisas que você nunca viu?
Ou nunca reparou?
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44. O FEIO PELO NOVO
• O feio pelo novo traz elementos
que ainda não foram assimilados, por isso:
• Não fazem parte do universo perceptivo.
• São tidos como “ruído” e rejeitados.
46. LIMITAÇÕES VS.
POSSIBILIDADES
• O criativo costuma agir como criança mimada:
• Ouve (mal) um problema.
• Testa as possibilidades sem questioná-las.
• Apresenta, orgulhoso, o resultado do trabalho.
• Se chateia quando contrariado.
• Não aprende nem tenta transmitir o que sabe.
• Parte das possibilidades rumo às limitações
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48. LIMITAÇÕES VS.
POSSIBILIDADES
• O ideal é se mover no sentido contrário:
• Estudar as referências do ambiente do cliente.
• Partir dessas referências para fazer o trabalho.
• Procurar inovar a partir do que é conhecido.
• Procurar traduzir o design em termos que o
cliente possa compreender.
• Partir das limitações rumo às possibilidades
52. NIETZSCHE: NÃO EXISTE
“GENIALIDADE”
• O amor-próprio favorece o culto ao gênio.
• Por ser distante, o gênio não fere.
• O gênio não é diferente. É um indivíduo:
• Cujo pensamento vai em uma só direção.
• Que usa tudo como matéria-prima.
• Que enxerga modelos e estímulos em toda parte.
• Que nunca cansa de combinar o que está à mão.
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54. TODA ATIVIDADE É COMPLEXA,
NENHUMA É “GENIAL”.
• Fala-se em “gênio” quando o efeito agrada e não
se quer sentir inveja.
• A arte rejeita o pensamento sobre o processo, se
impõe como perfeita.
• Ninguém vê nem quer ver o processo do artista
• Por isso os artistas são vistos como geniais, mas os
cientistas não.
• Acreditar nisso é uma infantilidade da razão.
55. DESIGN NÃO É TÃO
SUBJETIVO
• Vivemos a ditadura do design: um padrão estético se
impõe como beleza absoluta.
• No mundo das aparências, o design universalmente aceito
como belo funciona como referencial de “bom gosto”.
• É garantia que seu portador está aberto para o novo.
Mesmo que seja o contrário.
• Objetos de design funcionam como fator de identidade.
Eles indicam que seu portador tem “berço”
(provavelmente de ouro)
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57. SEGURANÇA É UM PROCESSO:
• O ciclo da mesmice:
• Não existem referências absolutas de design.
• Não há alfabetização visual.
• Inseguro, o cliente fica em sua zona de conforto.
• Por isso, só aprova o que já conhece.
• Isso traz familiaridade e cria “novas” referências.
• A educação se dá através do exemplo, bom ou mau.
• Não se pode demandar critério sem construí-lo
108. O CONTATO
COM O MUNDO:
SE TORNOU ARTIFICIAL E SIMBÓLICO.
É UM MUNDO IMPESSOAL E DISTANTE.
109. PIOR: NÃO É ESTRANHO.
• Nós nascemos nele e nos acostumamos muito
rápido às coisas sem equivalente material.
• Um bombardeio em Bagdá é um show de luzes
parecido com o ano novo em Copacabana.
• Um corte no dedo é mais real que gente
morrendo queimada.
110. EXAMINE A
SITUAÇÃO:
NÃO A CLASSIFIQUE, NEM A CONDENE,
NEM TENHA “SAUDADES” DE TEMPOS EM QUE
VOCÊ NÃO VIVEU NEM PODE RESGATAR.
TENTE COMPREENDER ONDE VOCÊ ESTÁ.
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122. VELOCIDADE:
• Tudo muda rápido. Muito rápido.
• Sem perceber, as pessoas se tornam
• Hiperativas, ansiosas, estressadas e desfocadas.
• Todos têm um monte de coisas para fazer e
nenhum tempo para executar metade.
• Qualquer coisa que escape ao controle
(fome, relacionamentos, sono) desespera.
123. CRISE DE REFERÊNCIAS
• Todos buscam rótulos para explicar a situação.
• Mas os novos objetos, idéias e acontecimentos
precisam de novas palavras para descrevê-los.
• Os conceitos são fluidos, as categorias, rígidas.
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125. O DESIGN É
FUNDAMENTAL:
• A comunicação se baseia em símbolos exteriores.
• Os códigos mudam, você é o que consome.
• O consumidor mimado torna todas as empresas
esquizofrênicas, dependentes de social media.
• Elas se desdobram para fazer o que ele quer. E
assim acabam por mimá-lo ainda mais.
139. DESIGN, AO PROVER
CONTEXTO, DETERMINA
IDENTIDADE
BAUMAN: SOMOS UMA SOCIEDADE DE
INDIVÍDUOS IGUAIS EM SUA TENTATIVA
DE SE MOSTRAR DIFERENTES.
MAS QUAL SERIA A ALTERNATIVA?
140. O QUE FAZ O “BOM” DESIGN?
• Harmonia
• Equilíbrio
• Imagem vs. Fundo
• Ênfase, hierarquia
• Formas
• Camadas
• Contraste
• Fluxo / Ritmo
• Simplicidade / Síntese
• Proximidade e
alinhamento
• Proporção
• Consistência
• Legibilidade
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169. O QUE FAZ O “BOM” DESIGN?
• Harmonia
• Equilíbrio
• Imagem vs. Fundo
• Ênfase, hierarquia
• Formas
• Camadas
• Contraste
• Fluxo / Ritmo
• Simplicidade / Síntese
• Proximidade e
alinhamento
• Proporção
• Consistência
• Legibilidade
170. MAS ISSO É
MUITO HERMÉTICO
DESIGN É SENTIMENTO E APRENDIZADO,
NÃO PODE SER TRANSMITIDO.
JÁ QUE NÃO SE PODE TRANSFERIR
EXPERIÊNCIA, COMO TRANSMITIR DESIGN?
COMO FALAR DE DESIGN EM MARQUETÊS?
175. MIMETISMO NO AMBIENTE
• Carpetes, baias e esquadrias
• Ele não tem muitas opções de cor.
• Acaba aprendendo a evitar cores vibrantes,
chamativas ou "estranhas".
• Temos uma tendência natural a achar feio aquilo
que desconhecemos.
• Como alguém que não tenha contato e intimidade
com o Amarelo pode escolhê-lo ou aprová-lo?
176. DRESS CODE
• Determina em vez de instruir, limita em vez de incentivar
• Cria “leis”. Por falta de critério e medo do ridículo, o
executivo se uniformiza
• Suas roupas e cores parecem ter a intenção de remover
qualquer traço de personalidade e identidade.
• Calças cáqui, camisas brancas, tailleurs beges, ternos azuis,
sapatos caramelo, blusas de seda creme e muito preto.
• O guarda-roupa de uma viúva siciliana é uma policromia
quando comparado com o de uma executiva.
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180. POR QUE É
IMPORTANTE?
A FALTA DE REFERÊNCIAS PREJUDICA
O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE
COMUNICAÇÃO QUE O ATENDEM.