1. Os Indicadores na Gestão
Wagner Herrera - wagherrera@yahoo.com.br
“O que não se mede não se administra, o que não é mensurável, torne-o mensurável”.
(Galileu Galilei)
A importância dos indicadores
Os índices permeiam nosso cotidiano desde manhã quando abrimos o jornal até à
noite quando assistimos ao último telejornal. Nossas vidas são reguladas por eles, assim
como todas nossas despesas (serviços públicos, prestações, contratos, alimentação,
educação, transportes, etc.).
Igualmente, as previsões baseadas em pesquisas, séries históricas, tendências,
projeções mostram um horizonte que permite o planejamento evitando transtornos com
relação ao futuro. Assim é na agricultura, economia, comércio, indústria e até mesmo na
política com as pesquisas de intenção.
Vivemos numa sociedade competitiva baseada em números que indicam o
posicionamento ante uma concorrência generalizada por melhores condições de vida.
A sociedade é fortemente parametrizada e regulada, portanto os indicadores são
naturais para nós e buscamos cada vez mais balizarmo-nos neles, evitando assim,
estarmos à margem da zona de conforto, de segurança e de progresso, pois os riscos
com que nos deparamos na condução de nossas vidas devem ser minimizados, enfim as
garantias e o sucesso que buscamos obrigam-se ao monitoramento de medidores que
indiquem segurança e tranqüilidade, senão basta visitarmos uma cabina de pilotagem de
um avião de grande porte para termos a noção da importância dos indicadores.
Não faltam indicadores na gestão empresarial: as áreas de RH, Finanças,
Vendas, etc. contribuem com um elenco de parâmetros que posicionam a organização
frente ao cenário local, regional ou nacional.
E isso é muito bom, mas não o suficiente!
A análise balizada em parâmetros genéricos espelha um posicionamento inerte
frente ao segmento da indústria de atuação - no ambiente de inserção, à sazonalidade da
economia, mostrando uma filosofia de manutenção do “status quo”.
Numa analogia simplista, equivale no que é possível avaliar, a compararmo-nos
ao vizinho com um muro encobrindo a real medida das respectivas competências,
capacidades, potenciais, infra-estrutura, evolução, oportunidades aproveitadas. Há que se
buscar o que somos capazes de conseguir! Estar quites com os investidores
(stakeholders) e com uma participação cômoda no mercado num cenário de turbulência,
uma estratégia apenas de sobrevivência.
Indicadores que não espelhem esforços e metas buscadas, nos programas
internos de melhorias, dizem muito pouco à organização, senão o fato de estarmos
navegando juntamente com outros, que estão ao sabor dos mesmos ventos.
2. Classes de indicadores:
Podemos aferir a eficiência, a eficácia e a efetividade da atuação organizacional em três
grandes grupos de indicadores:
1. Resultados: indicam o grau de sucesso no que foi realizado e que não dependem
exclusivamente das competências da empresa, vistos serem influenciados por
fatores externos, a saber: indicadores financeiros (lucro do período, retorno sobre
investimento ...), os de Vendas (pedidos efetivados, faturamento líquido, ...), os de
RH (rotatividade, absenteísmo), os de efetividade (impacto e transformação) etc.
Os conceitos-chave associados ao resultados são objetivos e metas,
2. Desempenho: espelham os andamentos de processos. Grupo de indicadores que
medem o empenho da organização em suas várias atividades, como Vendas
(pedidos tirados/dia, visitas a clientes/mês, itens/pedido..), Finanças (duplicatas
emitidas, receita líquida, pagamentos efetuados no período..), em RH
(treinamentos ministrados/área, contratações/mês...). Os conceitos-chave
associados ao desempenho são padronização e especialização,
3. Tendência: apontam para a possibilidade e temporalidade que as metas podem
ser atingidas. Indicadores de mercado, econômicos ou sociais que sinalizam
movimentos na atividade social em relação à demanda, poder de compra,
satisfação da clientela; ou por exemplo, pela implementação de um programa de
treinamento ou de melhoria contínua onde constata-se uma evolução no
desempenho produtivo.
4. Capacidade: Mostram limites referenciais, Medem a resposta que uma área da
Organização (tempos, m-o, equipamentos, método) responde às demandas
exigidas frente às necessidades impostas. Um exemplo, seria a capacidade
produtiva, de atendimento, de distribuição, etc. Os conceitos-chave associados à
capacidade são dimensionamento e aparelhamento.
Natureza dos Indicadores
A construção e aplicação de indicadores resulta da necessidade de planejar e
controlar ações e resultados ensejados. Sua utilização é orientada pelas visões e
percepções do gestor, pois não se mede o que não quer se gerenciar. Imagine um
motorista que não se preocupa com a velocidade! Velocímetro para ele é algo
desnecessário, um adereço no painel. Imagine ainda, um gestor que não planeja!
Controlar seria tarefa descabida e medir seria futilidade.
A formulação e implementação de programas de ações que visem melhorias no
desempenho da organização ou de uma área interna ou ainda, a gestão de processos ou
programas (projetos) requerem acompanhamento nas atividades-chave que permitam
avaliar os esforços e a evolução conforme o esperado (planejado), para tanto, faz-se
necessário um painel com vários medidores como na cabina do piloto, para se ter uma
condução segura e o “vôo” sob controle.
3. Segundo a forma de obtenção e destinação, os indicadores sofrem as classificações:
1. Determinísticos: resultantes de relações de causa e efeito.
Obedecem a uma lei física, isto é, podemos afirmar que se uma causa está
presente e o resultado será inevitável.
2. Probabilísticos: o resultado não é factível. Um exemplo: O tabagismo pode
provocar câncer, mas nem todo fumante contrairá a doença.
3. Simples: indicador que mede o resultado de uma atividade. Exemplo: peças
fabricadas / hora.
4. Compostos: também chamados - “índices”.
São resultantes de um conjunto de atividades afins num panorama complexo. Um
exemplo é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) resultante de quatro
indicadores sociais.
5. Específicos: Mede um efeito singular.
6. Globais: Medem resultantes de várias atividades num setor, departamento ou na
empresa.
O presente artigo não pretende tipificar um elenco de indicadores nem esgotar
sua aplicabilidade e sim, tecer considerações sobre a necessidade e importância dos
mesmos na gestão.
Gestão sem um guia estruturado de indicadores é como dirigir um carro guindo-se
somente pelos retrovisores, vê-se tudo o que passou e só o que passou, a curva a frente
é uma incógnita.
A metodologia do BSC (Marcador balanceado) de Kaplan e de Norton apregoa
que para cada uma das metas buscadas no atingimento de um objetivo, deve-se definir
um indicador para avaliar o resultado da iniciativa.
4. Indicadores de Desempenho: Ferramentas para uma gestão mais
competente
Por Reginaldo André Dal`Bó
Diante do cenário atual, elevada concorrência e consumidores mais exigentes, é
fundamental que as empresas, independente do porte, busquem técnicas e ferramentas
que possibilitem um melhor gerenciamento.
Quando falamos em gestão, principalmente nesse período turbulento, um dos
problemas principais que vem a mente é como determinar se a empresa esta indo bem, e
também quais os aspectos poderiam ser melhorados. Nesse sentido, os indicadores de
desempenho são fundamentais por mensurar com medidas claras o desempenho da
empresa de acordo com as necessidades de informação colocadas pela administração.
Assim, qualquer empresa, de qualquer porte, estrutura ou segmento pode utilizar
diferentes tipos de indicadores para fazer o acompanhamento de suas atividades e assim
mensurar os reflexos de suas decisões na gestão empresarial. Os indicadores de
desempenho são índices desenvolvidos dentro de cada empresa, de acordo com sua
realidade e focando os principais pontos que afetam, não apenas a sua gestão e seu
resultado organizacional, mas analisam o desenvolvimento da estratégia.
Existem indicadores para diferentes áreas, de acordo com muitas metodologias:
indicadores financeiros, operacionais, de mercado, de tempo, de custos e outros. Hoje em
dia, um dos indicadores muito utilizado nas empresas é o Balanced Scorecard, conhecido
como (BSC), que inicialmente era utilizado como um modelo de avaliação e performance
empresarial, porém, a aplicação em empresas proporcionou seu desenvolvimento para
uma metodologia de gestão estratégica. Os requisitos para definição desses indicadores
buscam a maximização dos resultados baseados em quatro perspectivas que refletem a
visão estratégica empresarial: financeira, clientes, processos interno e aprendizado e
crescimento.
Estes indicadores dão dimensões e medidas sobre o desempenho da empresa em todas
as áreas, como por exemplo:
Indicadores operacionais: demonstram a relação entre quantidade de trabalho
a ser realizada em relação ao tempo;
Indicadores de custos: mensuram os gastos na realização da atividade
produtiva;
Indicadores financeiros: Que são normalmente utilizados na avaliação de
empresas e podem apresentam alguns grupos de trabalho, como por exemplo,
estrutura de capital, que buscam demonstrar como a empresa está estruturada,
conforme a relação ao capital próprio (Patrimônio Líquido) e o capital de
terceiros (Passivo); Liquidez, indicadores de liquidez têm por objetivo demonstrar
a capacidade de pagamento da empresa a longo e curto prazo;
Rentabilidade,demonstram a rentabilidade da empresa, medindo o retorno
alcançado.
5. Portanto, a partir de uma visão balanceada e integrada de uma organização, o
BSC permite descrever a estratégia de forma muito clara, através das quatro perspectivas
interligadas.
Um outro modelo de processo muito conhecido é o PDCA, onde seu ciclo envolve
planejar, executar, checar e agir. Esse modelo tem sido parte integral da gestão e hoje, a
norma de gestão da qualidade ISO especifica o uso do modelo PDCA para pensamento
orientado por processos de gestão e criação.
Gerir uma empresa por indicadores propicia uma gestão mais responsável, com
medidas de eficiência e concentração de esforços que permitem direcionar as atividades
de todos os colaboradores e gerentes para a execução da estratégia, tomada de decisão
mais racional, dando melhores condições para chegar ao resultado desejado.
6. Gestão Eficiente dos Negócios por meio de Indicadores de Desempenho
Publicado em: 18/04/2009
Prof. Erivam Anselmo de Albuquerque
A necessidade de aplicar esta prática nas empresas é crescente em um momento
onde fatores econômicos forçam as empresas a evoluírem para gerir os negócios com
mais controle e rigor. O gerenciamento eficiente da informação pode ser um fator
fundamental para a manutenção e o sucesso organizacional em um mercado competitivo
e em constante mutação.
Uma empresa que não utiliza indicadores pratica uma gestão sem parâmetros,
sem feedback de suas ações internas e/ou externas. Empresas que não fazem uso de
indicadores para monitorar o andamento de processos e atividades assim com seus
resultados, com frequência correm riscos no processo de tomada de decisão. Sem
informação precisa não há como decidir de maneira racional sobre estes processos e
atividades. Estes indicadores são fundamentais para se determinar os rumos da empresa
no planejamento estratégico.
Na “era da informação” estes indicadores são um conjunto de medidas de
resultados que apontam para um determinado desempenho, ou seja, uma forma eficiente
de quantificar e qualificar metas, planos e os resultados (conseqüências) destes. Cada
vez mais não há espaço e tempo para tomar decisões de forma empírica, o mercado
exige velocidade e o gestor deve ser racional e exato ao decidir.
Conhecendo estes indicadores é possível estabelecer, monitorar e controlar os
níveis desejados destes. Na busca de identificar e estabelecer tais indicadores a empresa
obtém aumenta o conhecimento de si (a empresa passa saber mais sobre seus processos
e as relações de dependência e interdependência nos processos) e aumenta a
capacidade gerencial de agir proativamente já que os índices são monitorados e de
acordo co seus níveis é possível prever uma tendência e tomar providencias para ajustar
estes índices mantendo-os em níveis desejáveis. Normalmente ao se estabelecer a
prática de monitorar indicadores tende-se a provocar mudanças na organização sendo,
algumas vezes, necessário fazer um redesenho de alguns processos e até mesmo
eliminar outros.
Com o uso de indicadores e empresa também melhor o controle sobre seus
objetivos organizacionais, a eficiência organizacional, o relacionamento com os clientes e
fornecedores, também pode contribuir com as atividades do marketing na melhoria de
produtos e serviços além e em alguns setores promover economias na produção de bens.
A empresa também se torna mais profissional já que há objetividade da avaliação
para tomada de decisão, portanto a decisão é concebida de forma profissional. Outra
vantagem que a empresa pode obter é a possibilidade de compreender entre tantas
prioridades qual a sua principal prioridade de ação em um determinado momento graças à
utilização de indicadores, pois estes retratam de forma qualitativa e quantitativa a
realidade dos processos e atividades da empresa. Estes sistemas de medição de
desempenho constituem elos entre os objetivos estratégicos e a execução prática das
atividades nas empresas, são sinais vitais da organização.
7. De acordo com Motta (1998), em uma perspectiva estratégica de mudança, vê-se
a organização como um sistema aberto e inserido em um contexto social, econômico e
político; privilegia-se sua forma de relacionar-se com a sociedade, isto é, sua razão de
ser, seus produtos e serviços. Enfatiza-se a tomada de decisões considerando,
sobretudo, o fluxo de informações entre a organização e seu ambiente: como se
identificam e selecionam demandas, apoios e alternativas de ação, bem como o papel de
cada participante desse processo; valoriza-se a busca de racionalidade: o pensar
estrategicamente. Julga-se que para mudar uma organização é necessário definir sua
missão, seus objetivos e suas formas de identificar e selecionar alternativas de ação.
Segundo afirmou BIO (1996), na administração os sistemas abertos em um
ambiente que a empresa vivencia é essencialmente dinâmico; o sistema organizacional
tem que responder eficazmente às pressões exercidas pelas mudanças contínuas e
rápidas do ambiente.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, Erivam Anselmo de. Contribuição do sistema de informação
para uma organização empresarial. Caruaru, 2008.
BIO, S.R. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1996.
MOTTA, Paulo Roberto. Transformação organizacional. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 1998.
OLIVEIRA, D. P.R. Sistemas de informações gerenciais. 5°Edição. São Paulo.
Editora Atlas,1998.