2. Simulado de Língua Portuguesa
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O capitalismo acabou por incluir
toda a vida sob sua especifica
racionalização, se desregulamentou
centralmente e se expandiu
globalmente.
De um modo total projetou suas
contradições em um espaço planetário
trágico e multiplicou sua fusão de
meios de cultura e mercadoria por
todos os espaços da vida humana,
inclusive o espírito e, principalmente, o
corpo. Toda aquela velha ordem
fordista analisada por Gramsci, que já
foi chamada, com a maior propriedade,
de pequeno burguesia, se tornou muito
antiga, muito família, para o
desrecalque techno adaptado do
presente, que congrega mimetismo do
trabalho frenético, moda, puro corpo,
auto erotismo e dissolução do eu, em
um único e poderoso ato da cultura.
Isto, não por acaso, em uma
época em que o capital também
dispensa e esteriliza amplamente força
de trabalho, principalmente jovem, mas
exige, satisfeito, uma performação
simbólica humana totalmente a seu
favor, sem nenhuma negatividade.
A técnica do tempo, nos
samplers, nas pistas iluminadas a laser
e nas novas drogas sintéticas, encena
uma forte experiência do todo sobre o
sujeito, a nova techno cultura, na qual
as estruturas dramáticas de uma outra
modernidade estão ausentes. Esta
cena, e sua política imaginária, se põe
por que, de fato, tais estruturas estão
falindo, anêmicas e desaparecendo na
própria vida social.
A música do tempo infinito. Tales A.M Ab´Sáber
1. O capitalismo incumbiu-se de
ausentar as estruturas dramáticas de
uma outra modernidade, conforme
aponta o texto em seu último parágrafo.
2. Infere-se do texto que a expansão do
capitalismo é resultado de um processo
contínuo e que ocorreu somente a
partir de ele se desregulamentar
centralmente.
3. Conclui-se que o desrecalque techno
mencionado pelo autor anulou a velha
ordem fordista analisada por Gramsci.
4. A juventude, como produtora de
energia trabalhadora, dentro de um
novo contexto social em que há
mudanças nas manifestações musicais,
a juventude pode sofrer prejuízos,
mencionados no texto.
5. Infere-se do texto que a cultura pode
ser excludente para com seus próprios
consumidores.
6. As pistas iluminadas e o uso de
samplers compõem a estética da
cultura global, intrínseca à mobilidade e
ao rearranjo da sociedade.
7. Embora não haja a opinião do autor
exposta na obra, o texto pode ser
classificado, quanto à tipologia, como
dissertativo.
8. O referente do adjetivo anêmicas é
esta cena e sua política imaginária.
9. A expressão a nova techno cultura é
um aposto explicativo de uma forte
experiência.
10. O sentido restrito expresso pela
oração “analisada por Gramsci” confere
caráter adjetivo ao período.
11. A partícula se, em se
desregulamentou centralmente, indica
sujeito genérico na oração.
12. O excerto “Toda aquela velha
ordem fordista” atua como sujeito da
oração “que já foi chamada”, a qual se
inicia por pronome.
3. Simulado de Língua Portuguesa
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Invertendo os termos, e do
ponto de vista do todo, tais compulsões
lícitas ou ilícitas, de mercado ou
privadas, indicam algo do pânico geral
presente na mais radical drogadição
humana do nosso tempo, no consumo
e na mercadoria, regulada ou
desregulada, profundamente desejada,
pelo todo: o que mais se teme, com
todas as forças da compulsão é o
momento que o circuito da repetição
histórica acabar, como, de fato, ela não
começou para os muitos excluídos da
coisa toda.
Se há uma super ilusão que
paralisa a capacidade de pensar de
fato o impensável, a diferença e o
resgate do que foi degradado na ordem
atual do capitalismo de consumo, do
fascismo de consumo – resgate de
parâmetros que seriam ainda
modernos, ou necessária pura re-
invenção- há positividade maníaca em
todos os campos da vida atual,
celebratória e festiva em toda a linha
do mal comum sobre o qual se
sustenta: na acumulação satisfeita de
poder e de dinheiro, custe o que custar
ao homem ou à natureza; na
consumação e no rebaixamento bem
radical do psiquismo e do sujeito no
baixo gozo do consumo, como única
prática legitima de cultura; e no campo
da intensidade da super festa da
dissolução fantasiada de si da noite
eletrônica, ponto de fuga realizado da
celebração geral, própria à sociedade
de consumo.
A música do tempo infinito. Tales A.M Ab´Sáber
13. A expressão genérica “coisa toda”,
explicitada no primeiro parágrafo, faz
referência ao conjunto de relações
sociais que se dão em torno do lícito ou
do ilícito.
14. Infere-se do texto que a mercadoria
da drogadição consiste em problema
mais grave que o próprio ato de
consumir seus produtos.
15. Infere-se do texto que capitalismo
do consumo e fascismo do consumo
são expressões sinônimas.
16. Considerando que padrões
modernos sejam considerados como
pertencentes à atualidade, é visto que
o texto considera duas posições:
resgatá-los ou reinventá-los.
17. Quando o texto menciona que a
intensidade festiva pode ser fantasiada
de si, há uma menção ao
comportamento moderno de em que se
modifica a postura dentro da super
festa.
18. A expressão “uma super ilusão”
atua como sujeito em pelo menos uma
oração.
19. O pronome que, expresso em “é o
momento que o circuito da repetição
histórica acabar”, pode ser
corretamente substituído por no qual,
sem causar prejuízos semânticos ou
gramaticais ao texto.
20. A crase empregada em “à
sociedade de consumo” confirma essa
expressão como um complemento.
21. A presença da preposição de em
“do que foi degradado” é necessária
devido à transitividade do verbo
degradar.
22. A ocorrência da partícula se no
início do segundo parágrafo
indetermina o sujeito do verbo haver.
23. A estrutura “o momento que o
circuito da repetição histórica acabar” é
referente de que em que mais se teme
4. Simulado de Língua Portuguesa
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A noite feérica da dissolução
jovem, e sua utopia in vitro, não
oferece contradição, mas comenta
mesmo, ironicamente, ao seu modo
bizarro ou mórbido, o estado geral de
comemoração cultural de toda
catástrofe. Punk de boate e de butique,
ou de televisão, negação frágil e bem
comemorada de todo consentimento
confirmando tudo o que existe, seu
verdadeiro destino.
Os sujeitos que sustentam esta
noite, que já não dormem, nem bem
nem mal, como no regime da velha
cocaína dos anos 80, que sacrificam as
forças do eu à presença da alucinose
ativa, cujo presente é um ideal de gozo
eterno que substitui o velho ideal do eu
próprio do tempo em que havia algo a
construir no mundo – ideal de gozo
articulado à pulsação concreta e ao
colorido lúdico de uma música ilimitada,
talvez sejam o modelo mesmo da nova
ordem subjetiva no tempo da
indiscriminação maior da relação entre
eu e sociedade, o tempo da articulação
quase direta, gozosa e anêmica, da
estrutura – ou melhor seria dizer
desestrutura – do eu ao sonho
primordial do capital.
A música do tempo infinito. Tales A.M Ab´Sáber
24. Infere-se do texto que a utopia
mencionada ao seu início é algo pouco
natural, sem identidade própria.
25. Depreende-se do trecho acima que
o universo da droga gera como
consequência uma cultura baseada no
lúdico de uma música ilimitada,
processo oposto ao que aconteceu na
década de 80 com a cocaína.
26. Pelo texto conclui-se que a droga
associada a ambientes característicos
elimina a possibilidade de seu usuário
perceber qualquer sensação.
27. O pronome expresso no início do
segundo parágrafo (l.1) exerce a
função de sujeito.
28. A preposição “mas”, em “mas
comenta mesmo”, poderia ser
substituída por conquanto.
29. O pronome “cujo”, em “cujo
presente é um ideal”, atua como
complemento.
30. Se o termo pulsação fosse
colocado no plural, em “pulsação
concreta e ao colorido lúdico de uma
música ilimitada” a crase poderia ser
suprimida, desde que o artigo fosse
mantido no singular.