Apresentação do projecto Bairros em Lisboa 2012, coordenado pelo CEACT/UAL, realizada na mesa redonda "O lugar do Bairro" (Jan. 2011). Autoras: Filipa Ramalhete e Assunção Gato
Bairros em Lisboa 2012 (CEACT/UAL) - Apresentação do projecto
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3. O conceito de “Bairro” é… Uma referência constante nos mais diversos tipos de discurso (comum, técnico, científico, promocional, histórico, político, estratégico, ficcional…); Uma realidade de existência global mas com características diferenciáveis localmente; Uma ideia que é facilmente identificável mas dificilmente definível. O projecto de investigação “Bairros em Lisboa, 2012” surge da grande dificuldade de encontrar um critério empírico de definição de “Bairro” e da grande diversidade de lugares e realidades (sociais, culturais, arquitectónicas, históricas, espaciais) na cidade de Lisboa, onde esse termo se aplica com toda a propriedade.
4. Perante tal diversidade considera-se fundamental: − Abordar o “Bairro” como um espaço físico - na sua componente histórica e urbanística - mas também como um espaço que configura práticas sociais, que é utilizado, vivenciado e representado pelos seus habitantes e utilizadores. − Compreender a que contextos – espaciais, históricos, arquitectónicos, sociais, culturais – se associa o conceito de “Bairro” − Definir os critérios que podem ser utilizados para definir o que é um “Bairro, numa cidade plural como Lisboa. − Retratar de uma forma tão completa quanto possível alguns “Bairros” de Lisboa, a fim de compreender a amplitude do seu papel nas novas formas de habitar a cidade contemporânea e de contribuir para o seu conhecimento e ordenamento.
5. Bairro 2 de Maio Bairro Alto da Serafina Bairro Alto Bairro América Bairro Andrade Bairro Azul Bairro Estrela de Ouro Bairro Grandella Bairro da Ajuda Bairro da Boavista Bairro da Calçada dos Mestres Bairro da Cruz Vermelha Bairro da Curraleira Bairro da Encarnação Bairro da Flamenga Bairro da GNR Bairro da Horta Nova Bairro da Liberdade Bairro da Prodac Bairro da Quinta da Calçada Bairro da Quinta da Luz Bairro da Quinta das Conchas Bairro da Quinta de Barros Bairro da Quinta do Cabrinha Bairro da Quinta do Charquinho Bairro da Quinta do Jacinto Bairro da Quinta do Lavrado Bairro da Quinta do Morgado Bairro da Rocha Bairro da Liberdade Bairro das Amendoeiras Bairro das Calvanas Bairro das Colónias Bairro das Estacas Bairro das Furnas Bairro das Galinheiras Bairro das Salgadas Bairro de Alcântara Bairro de Caselas Bairro de Inglaterra Bairro de Santa Cruz Bairro de Santos Bairro de São João Bairro de São Miguel Bairro do Alto da Ajuda Bairro do Alvito Bairro do Arco do Cego Bairro do Armador Bairro do Calhau Bairro do Caramão da Ajuda Bairro do Casalinho da Ajuda Bairro do Condado Bairro do Relógio Bairro dos Actores Bairro dos Alfinetes Bairro dos Funcionários da Cadeia de Monsanto Bairro dos Lóios Bairro dos Retornados Bairro dos Sete Céus Bairro Estrela d'Ouro Bairro Lopes Bairro Madre Deus Bairro Novo de Belém Bairro Novo de Benfica Bairro Novo do Grilo Bairro Padre Cruz Bairro São João de Brito Vox populi : topónimo de “bairro” em Lisboa total 67
8. Dos bairros que indicou, qual o mais representativo daquilo que considera um bairro de Lisboa?
9. Se residiu ou reside em algum dos bairros que indicou, refira qual(is):
10. Classifique as seguintes afirmações de acordo com a sua ideia de bairro de Lisboa: 6 6 Item Sim, sempre Sim, às vezes Não Conjunto de edifícios da mesma época 28.6%34 69.7%83 1.7%2 Conjunto de edifícios que obedecem a um plano urbanístico 26.1%31 64.7%77 9.2%11 Conjunto de ruas de uma mesma freguesia 26.9%32 62.2%74 10.9%13 É um dormitório 3.4%4 29.4%35 67.2%80 Existem relações familiares 36.1%43 60.5%72 3.4%4 Existe comércio tradicional 74.8%89 24.4%29 0.8%1 Existe vivência diurna de rua 79.0%94 21.0%25 - Existe vivência nocturna de rua 25.2%30 73.1%87 1.7%2 Existem espaços verdes e jardins 32.8%39 66.4%79 0.8%1 Existem relações estreitas de vizinhança 46.2%55 53.8%64 - Vivem pessoas de vários estratos sociais 32.8%39 66.4%79 0.8%1 Vivem sobretudo pessoas do mesmo estrato social 10.1%12 64.7%77 25.2%30
13. Processo Época Unidade (morfo-génese) Exemplos Com plano Anteriores a 1755 Traçado regular ainda muito agarrado ao terreno, ausência de praça e de grandes eixos estruturantes. - Vila Nova do Olival ou da Oliveira - Bairro Alto e Madragoa (Bairro do Mocambo) séc. XVI (vias em quadrícula, definindo quarteirões rectangulares ou trapezoidais ) Reconstru-ção pombalina Morfologia urbana regular ortogonal, com normas arquitectónicas explícitas - Baixa Ressano Garcia Morfologia urbana regular ortogonal, sem normas arquitectónicas - Bairro de Campo de Ourique, Avenidas Novas Primeira República / Estado Novo Primeiros bairros sociais de iniciativa pública Morfologia urbana regular Bairros de iniciativa privada Pequenos e médios loteamentos, muito marcados por pré-existências (estruturas da propriedade e viárias) - Bairro Social do Arco Cego - Bairro Andrade, Bairro das Colónias, Bairro Inglês ...
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16. Questões que inquietam e suscitam debate: − Como distinguir os “Bairros” na Lisboa de hoje? − Será possível estabelecer uma tipologia dos bairros existentes? − De que forma essa tipologia poderá ser útil para o ordenamento da cidade? − Porque razão certos projectos urbanos vingam como “Bairro” e outros não? − Como é que os residentes e os utentes da cidade caracterizam um “Bairro”? − Como é que se apropriam e representam o espaço do “Bairro”? − Poderá a expansão urbana das últimas décadas ser associada ao conceito de “Bairro” ou está-se perante realidades que exigem novas designações e formas de classificar a cidade? − Como sobreviverá o “Bairro” de cariz popular a processos de nobilitação urbana e de “musealização” de tipicidades? − Porque razão os Instrumentos de Gestão do Território e os documentos estratégicos não coincidem na leitura que fazem dos “Bairros”?