O slideshow foi denunciado.
Seu SlideShare está sendo baixado. ×

Como fomentar a função estar na praça

Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Universidade de Aveiro
     Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas




Como fomentar a
função estar na...
Como fomentar a função estar na praça
                                                31 de Dezembro de 2010

Índice

1   ...
Como fomentar a função estar na praça
                                   31 de Dezembro de 2010

1 Introdução


       Est...
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio

Confira estes a seguir

1 de 25 Anúncio

Mais Conteúdo rRelacionado

Quem viu também gostou (20)

Semelhante a Como fomentar a função estar na praça (20)

Anúncio

Como fomentar a função estar na praça

  1. 1. Universidade de Aveiro Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas Como fomentar a função estar na praça Disciplina: Espaço Público Urbano Discente: Joana Lopes n.º mec.42066 Docente: Frederico Amado de moura e Sá 31 de Dezembro de 2010
  2. 2. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 Índice 1 Introdução.................................................................................................................. 2 2 A Praça ...................................................................................................................... 3 2.1 Definição ............................................................................................................ 3 2.2 Tipologias .......................................................................................................... 6 3 A função Estar ........................................................................................................... 9 3.1 Requisitos de Dimensão..................................................................................... 9 3.2 Requisitos de Conforto .................................................................................... 12 4 Relação entre a praça e a função estar..................................................................... 13 5 Análise Crítica ......................................................................................................... 15 6 Pistas para o Futuro ................................................................................................. 22 7 Conclusão ................................................................................................................ 23 8 Referências Bibliográficas ...................................................................................... 24 Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 1
  3. 3. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 1 Introdução Este trabalho foi proposto pelo docente no ambito da disciplina de espaço público urbano no qual tereremos de retratar uma especificidade de uma função ou tipologia do espaço público. Desta forma o meu tema retratará a praça tentando responder de que forma é que a função estar pode ser lá fomentada pois este é um tema que me interessa devido a praça ser um local de encontro de comunicação e onde existe interacção entre os turistas que visitam um local e a população desse local sendo de extrema importância tornar os locais actractivos e convidativos a permanência de pessoas. A minha motivação para este trabalho surge no âmbito dos meus estudos em Turismo, uma temática que pressupões o contacto de pessoas em espaço público, a socialização dos espaços públicos e o recebimento de visitantes nas nossas cidades. Assim, considero relevante o estudo da função estar no espaço público uma vez que cada vez mais de grande importância a atracção de visitantes às nossas cidades oferecendo-lhe não só as tradicionais actividades turísticas mas, também, oferecer-lhes um espaço público de qualidade que eles podem explorar e permanecer nele para a realização das suas actividades. O meu trabalho irá subdividir-se nos seguintes pontos:  A praça – onde irei fazer uma abordagem à definição de praça e se existem diferentes definições consoante o autor e, também irei definir as tipologia de praça que existem segundo a sua função, ou seja, quais as tipologias funcionais;  A Função estar – Onde a irei definir segundo os critérios de dimensão e de conforto;  Relação entre as praças e a função estar – onde criarei uma matriz que defina quais os critérios de dimensão e conforto que cada diferente tipologia funcional de praça deve ter;  Análise Crítica – onde verei quais os melhores elementos da matriz anterior para cada tipologia funcional de praça;  Pistas para o futuro – onde irei falar de certa forma daquilo que ainda é relevante aprofundar no futuro sobre esta temática. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 2
  4. 4. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 2 A Praça Neste capítulo irei fazer uma análise das váriasdefinições existentes para a praça e irei identificar as diferentes tipologias funcionais de praças. Contudo antes disso, é necessário compreender-se que a praça surge como uma das várias tipologias presentes no espaço público. Este compreende, então, não só a praça, mas também, as ruas segregadas e unitárias, os espaços verdes utilizáveis, os parques de estacionamento, os espaços de protecção e os espaços residuais. O meu estudo focalizar-se-á somente na praça como um espaço de estar onde as pessoas convivem e realizam as suas actividades. 2.1 Definição É possível encontrar diferente literatura sobre a temática praça onde são denotados diferentes pontos de vista contudo nota-se que há uma aproximação a uma definição única homogénea que compreende todos os diferentes pontos de vista. A praça sofreu muitas alterações com a sua evolução histórica, numa primeira fase ela era um espaço livre de edificações, onde os mercados e feiras e edifícios públicos assumiam a sua principal função. Posteriormente a praça tornou-se num espaço complexo onde se misturavam várias funções, ao longo da história, tendo uma importância variável consoante as várias épocas históricas. É no renascimento que ela assume a sua maior importância surgindo como um dos principais elementos urbanísticos da cidade assumindo um forte papel de carácter social, simbólico, artístico e funcional. Actualmente a praça é muito mais do que um espaço com funções comerciais, de carácter religioso ou político, ela é um local de interacção, de convivência e de estar, tornando-se essencial ter cuidados no seu planeamento para que ele consiga proporcional uma maior permanência para a população. Como Coelho (2008) refere, “a praça denota-se pela sua superioridade hierárquica, não só pelas funções que suporta, como pela natureza finita do seu espaço, pela sua dimensão relativa ou qualidade de arquitectura, independentemente da origem da sua formação”, ou seja, a praça possui uma relevância importante no tecido urbano e sobretudo na constituição do espaço público quer seja ela uma pequena praça ou uma grande praça com funções de grande importância. Na evolução histórica da praça em Portugal, esta só Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 3
  5. 5. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 começou a começou a ganhar entre o séc. XV e o séc. XVI quando muitas praças modernas e urbanizadas começaram a ser construídas nas várias cidades Portuguesas, contudo ainda muito associada a funções de carácter religioso e político ou civil sendo utilizadas também para as feiras. Actualmente, em Portugal assiste-se, por um lado ao reconhecimento da importância que a praça tem como espaço de vivência, mas, por outro lado, a uma inconsciente utilização destes espaços para “despejo” dos seus veículos, uma vez que cada vez mais vivemos no mundo em que o carro é o vencedor prevalecendo e aumentando cada vez mais o tráfego e a acumulação de veículos mal estacionados nas cidades, factor relevante para as praças que passam a ser um dos alvos do estacionamento deste tipo de veículos. Assim, em busca de uma definição para a praça, com a revisão da literatura foi possível identificar algumas definições que definem a praça no seu conceito actual. Marcus, C. e Francis, C. definem praça como “espaços de superfície dura ao ar livre predominantemente em zonas baixas, geralmente desenvolvidas como parte de um edifício alto e novo. Essas praças são geralmente de propriedade e gestão privada, mas geralmente acessíveis ao público.” Estes autores referem ainda que as praças devem ser um espaço “a partir do qual os carros são excluídos” e que a principal função da praça é ser um lugar para passear e caminhar por ela, ser um lugar com “direito próprio” e não apenas um local para passar. Kevin Lynch (1981), sugere que a praça deve ser entendida como um foco de actividade no coração de uma área urbana. Normalmente, ela será pavimentada, cercada por estruturas de alta densidade e rodeada por ruas, ou em contacto com ela. Ela contém funcionalidades destinadas a atrair grupos de pessoas e facilita os encontros entre elas. (Citado por: Marcus, C e Francis, C. (1990) People places: design guidelines for urban open space. New York: Van Nostrand Reinhold) Ferreira, M (2009), entende a praça como um “recinto ou lugar especial, e não apenas um vazio na estrutura urbana”, como o “lugar público, onde se concentram os principais edifícios e monumentos (…), adquirindo valor funcional e político-social, e também o máximo valor simbólico e artístico”. A autora refere ainda que a praça é também o “cenário, espaço embelezado, de manifestação de vontade política e o lugar de prestígio” da cidade. Esta autora também faz uma consideração da praça como sendo um espaço de encontro e convívio da população e de desenvolvimento de várias Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 4
  6. 6. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 actividades por parte desta mesma população, sendo um factor importante a ter em conta as condições de conforto das praças. Cerver, F. (1997) fala da praça como um conceito que tem sofrido uma constante extensão e alargamento, tanto de forma funcional como de forma espacial, sendo que, na sua forma espacial ela pode ser actualmente compreendida como um espaço sem um perímetro envolvente construído totalmente definido. Denota, ainda, que a praça já não é apenas um alargamento das ruas delimitadas por edifícios, admitindo agora um conceito com delimitações mais ambíguas descrevendo a praça não pela sua forma ou função, mas pelo objectivo que ela tem em tornar-se “lugar”. Lamas (1993), indo de encontro a definições referidas anteriormente e numa tentativa de falar da praça como algo mais do que um espaço envolto de infra-estruturas e focalizando-se a sua forte funcionalidade, define a praça como o lugar público intencional de permanência, de encontro, de comércio e de circulação, funcionando ainda como palco para importantes acontecimentos festivos, comemorações e manifestações, onde a Arquitectura assume um lugar de destaque. Tem um sentido fundamental na vida da cidade e na vida dos seus cidadãos. (citado por: Pereira, M. (2008)). Sá, F. (2010) constrói uma definição mais delimitada do que é praça dizendo que estas “são resultado de planos, encontro de ruas, de espaços associados à concentração de actividades não habitacionais e de espaço que envolvem/enquadram edifícios importantes, sendo espaços de carácter essencialmente pedonal, e com gestão, programação e manutenção dependente da administração pública”. O autor acrescenta ainda que as praças podem “ser elementos incorporados em edifícios, integrados em grandes edificações de escritórios, comércio ou serviços, localizadas nos pontos centrais da cidades ou em periferias urbanas de grande presença empresarial”. Em suma, numa análise às diferentes definições enunciadas, conclui-se, então, que a praça é um espaço que resulta do encontro de ruas, de locais centrais de grande edificação não habitacional que constitui estes espaços como importantes, sendo ainda as praças, espaços com diversidade funcional e de carácter social onde há uma convivência da população. A praça pode ter na sua envolvente edifícios sendo um espaço central desses edifícios, ou pode ser um espaço ambíguo criado para a libertação de espaço na cidade. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 5
  7. 7. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 2.2 Tipologias Existem diferentes classificações para a identificação das tipologias de praça, umas mais ligadas à sua dimensão, outras à sua função, outras à sua linearidade ou quanto à sua morfologia urbana. Assim, através da literatura foram identificados diferentes autores que classificam as praças de diferentes formas. Matas Colom e tal., define as seguintes tipologias de praças: “praças de significação simbólica”, “praças de significação visual”, “praças com função de circulação e praças com funções recreativas” (Citado por Ferreira, M. (2009)). Zucker (1959) diferencia as praças nas seguintes tipologias: “closed square”, “dominated square”, “nuclear square”, “grouped square” e “amorphous square” (Citado por Ferreira, M. (2009)). Ou seja, este autor faz uma classificação da praça tendo em conta a morfologia do espaço e a sua construção. Para ele existem cinco tipologias, todas elas associadas à sua envolvente, a praça fechada, a praça envolvida de edifícios em que esta é dominada por um edifício específico ou um elemento específico, a praça nuclear construída em volta de um elemento central, a praça de grupo, ou seja, a combinação de diferentes praças e, por fim, a praça ambígua, pois esta não tem um espaço bem definido. Numa forma de classificação que tenta assemelhar-se à do autor anterior, Sittle (1992) classifica as praças nas seguintes tipologias: as praças de largura dominante e as praças de profundidade dominante (Citado por Ferreira, M. (2009)). Contudo este autor acaba por idealizar uma classificação muito diferente da anterior mas como foi referido acima, tenta utilizar os mesmos critérios de classificação, ou seja, relacionar a praça com a sua envolvente construída. Já o autor Rigotti (1956) faz uma classificação funcional das praças, divide-as em praças de descanso e em praças de circulação, que são depois subdivididas em pequenos grupos, todos eles mais ou menos associados à funcionalidade das praças. Ele cria os seguintes subgrupos dentro da categoria praças de descanso: praças de mercado, praças de igrejas e palácios, praças de reunião e monumentais e praças para espectáculos. Para a categoria de praças de circulação, ele cria os subgrupos: praças de estacionamento, praças de estação e praças para edifícios públicos (Citado por Ferreira, Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 6
  8. 8. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 M. (2009). Contudo esta classificação funcional foca alguns aspectos que se considera serem demasiado específicos como é o caso das praças de estacionamento e de estação, que por vezes não são entendidas como tal mas como outro tipo de alargamentos ou outro tipo de nomenclatura. Ainda assim, este último método de classificação é o que se aproxima mais ao que é pretendido estudar, ou seja, neste trabalho apenas se pretende estipular as várias tipologias de praça segundo a sua função, ou de outra forma, as tipologias funcionais de praça existem e que características possuem. Assim, a proposta de classificação que é feita neste trabalho passa pela identificação das seguintes tipologias funcionais de praças:  Praças de função comercial;  Praças de função civil ou política;  Praças de função religiosa;  Praças de passagem;  Praças mistas;  Praças residenciais Numa análise mais profunda para cada tipologia propõem-se retratar de seguida os elementos constituintes e as actividades e usos que cada tipologia de praça possui.  Praça de Função Comercial Como a própria nomenclatura indica, esta é uma praça que está envolvida por edifícios comerciais ou que nela própria acontecem eventos comerciais, como o caso de mercados e feiras. Normalmente esta praça possui uma área própria para feiras ou o edifício do mercado. Quando se tratam de praça de forte envolvente comercial, elas possuem espaço de repouso para a população que pretendem usufruir do comércio em volta.  Praça de Função Civil ou Política A chamada praça da Câmara ou do Governo civil normalmente existe em todas as cidades e constitui-se um espaço mútuo de passagem e de permanência. Esta praça costuma situar-se, como o nome indica, perto de edifícios de carácter civil ou político, como é o caso da câmara, o governo civil, o tribunal, entre outros edifícios públicos. Ela Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 7
  9. 9. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 apesar de ter funções de circulação e permanência ao mesmo tempo, denota-se que existe uma maior relevância da função circular neste tipo de praça que é utilizado pela população como forma de atravessamento pedonal ou ciclável para chegar até este edifícios de grande importância.  Praça de Função Religiosa Normalmente a praça de função religiosa possui uma menor dimensão que as anteriores, pois não costuma ser um espaço de grandes encontros nem de grandes permanências. Contudo, é visível em alguns casos o contrário, como é o caso de algumas praças em centros religiosos de grande importância como Roma em Itália e Fátima em Portugal. Nesses casos a praça assume o papel de encontro e de cerimónias religiosas, sendo o largo espaço precioso na sua carga de utilização. Nas praças perto de igrejas, capelas e outros edifícios religiosos de menor dimensão e importância, estas tem uma dimensão menor e normalmente não necessitam de espaços maiores pois não existe uma carga de utilização tão elevada e as cerimónias que nelas são realizadas não abarcam tanta população.  Praça de Passagem A sua função principal é servir a rede viária. Estas praças normalmente não possuem grandes dimensões, sendo apenas praças de passagem para deixar peões ou como desafogo das várias vias rodoviárias que existem na sua envolvente. Esta é a praça que normalmente surge do encontro de ruas e que servem de alargamentos de algumas ruas. Aqui a função principal é a circula e não a estar, não existe muito mobiliário urbano para descansar ou observar.  Praças Mistas As praças mistas são praças onde ocorrem várias funções ao mesmo tempo, a função estar e função circular, sempre presentes e depois existe ainda a presença de outras funções, como a função plástica e função de acesso e função de suporte à cidade. Estas praças podem estar localizadas em pontos centrais da cidade ou em ponto periféricos como desafogo e suporte à cidade, e que, normalmente, possuem algum espaço verde, onde as pessoas podem desfrutar, daquilo que não encontram em outro espaço na cidade. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 8
  10. 10. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010  Praças Residenciais As praças residenciais são praças que na sua envolvente possuem edifícios habitacionais, elas costumam existir em bairros nas cidades servido os seus moradores, normalmente servem de acesso e desafogo aos prédios, mas também podem assumir a função estar, quando bem planeadas. 3 A função Estar No estudo do espaço público é possível identificar cinco tipos diferentes de funções do espaço público, a função circular a função estar, a função de acesso, a função de suporte e as outras funções. Denota-se que a função circular e a função estar são aquelas que possuem a maior relevância para o espaço público, pois estão sempre a suceder-se, quer por parte de pessoas ou de veículos, qualquer pessoa e qualquer veículo circulam pela cidade e podem, no caso das pessoas, parar e descansar, e no caso dos veículos, parar e estacionar. Nota-se ainda, o facto que cada vez mais, nós vivemos numa sociedade em que o carro está cada vez mais presente como um elemento que já é indispensável ao transporte das pessoas, tornando, assim, a cidade um espaço cada vez mais compactado pelo aumento do número de carros. Como a temática deste trabalho é a fomentação da função estar nas praças, ou seja, de que forma é que as praças se devem constituir para se promover a função estar e haver uma maior permanência nestes espaços, constituindo uma maior vivência que se tem perdido ao longo do tempo, será, então focalizada a função estar, sendo identificados os seus requisitos de dimensão e de conforto. 3.1 Requisitos de Dimensão Nos requisitos de dimensão para a função estar devem-se ter em conta os utilizadores/solicitações que existem no espaço público. O espaço público é muitas vezes comum a diferentes utilizadores e objectos, peões, bicicletas, mobiliário urbano, infra-estruturas urbanas e veículos. Desta forma, é necessário tentar perceber a Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 9
  11. 11. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 dimensão que cada utilizador ocupa quando exerce a função estar num determinado local do espaço público. Assim com base na literatura dos vários autores sobre esta temática e com base na tese de Sá, F. (2010) identificaram-se alguns requisitos a ter em conta na dimensão da função estar dos vários intervenientes do espaço público, construindo-se a tabela que será apresentada de seguida. Analisando alguns autores tais como Neufert, Sá, F.(2010), analisando o Manual de Planeamento das Acessibilidade e da Gestão Viária da CCDRN (Comissão de Coordenação de Desenvolvimento da Região Norte, percebe-se que o peão tem um papel fundamental no espaço público desencadeando ele muitas interacções com esse mesmo espaço. Através da tabela seguinte, é visível, então, a dimensão que cada interveniente ocupa no espaço público quando permanece nesse local, ou seja, como já foi referido, quando exerce a função estar: Intervenientes / Solicitações Dimensão mínima 1 Pessoa de Pé 0,6 m x 0,4m 2 Pessoas de Pé 1,1 m x 0,4 m 3 Pessoas de Pé 1,7 m x 0,4 m 4 Pessoas de Pé 2,2 m x 0,4 m 1 Pessoa de pé com guarda- 1,1 m x 1,1 m chuva 2 Pessoas de pé com guarda- 2,4 m x 1,1 m chuva Pessoas1 1 Pessoa sentada 0,6 m x 0,8 m 2 Pessoas sentadas 1,3 m x 0,8 m 3 Pessoas sentadas 2,8 m x 0,8 m 1 Cadeira de rodas 0,8 m x 1,8 m 1 Cadeira de rodas Circunferência com raio de (manobras) 0,8 m Grupos de pessoas por m² 6 Pessoas (máximo) Bicicletas 1 Bicicleta 1,8 m x 0,6 m 1 Nas pessoas de pé, nas pessoas sentadas e nas pessoas com guarda-chuva, quando se tem mais do que uma pessoa estas estão lado a lado. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 10
  12. 12. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 2 Bicicletas com ângulo de 2,44 m x 0,8 m arrumação min. 25⁰ Arrumação para mais de 2 (2,44 m + n*0,84 m) x 0,8 m bicicleta (a mín. de 25⁰)2 (2,0 m – 2,3 m ) x (5,0 m – 1 Automóvel ligeiro 6,0 m) 16 a 20 automóveis ligeiros Extensão ± 100 m estacionados em linha Automóveis Ligeiros e 1 Autocarro (paragem) 2,6 m x 13,0 m Veículos Pesados Abrigo para paragem de (1,5 m – 2,1 m ) x (>3,0m) Autocarros Altura do Abrigo para > 2,1 m paragem de autocarros 1 Veículo pesado (12,5 m – 15,0 m) x 2,6 m Postes de Iluminação 0,8 m - 1,10 m Sinalização Vertical 0,60 m – 0,80 m Parquímetros 0,60 m Cabines Telefónicas 1,20 m Caixotes do Lixo 0,90 m Marcos de incêndio 0,80 m – 0,90 m Mobiliário Urbano3 Marcos de Correio 1,00 m – 1,10 m Bancos com capacidade para 1,8 m x 0,65 m 3 pessoas Fontes / Repuxos Diâmetro mín. 0,40 m Parque infantil com Diâmetro mín. ± de 6,0 m capacidade para 5 crianças Quiosque4 ± Diâmetro de 2,5 m Árvores 0,60 m – 1,20 m Vegetação5 Pontos de vegetação/ 1,50 m arbustos 2 Somar 0,84m por cada bicicleta em que n= n.º de bicicletas adicionais 3 A dimensão dos elementos do mobiliário urbano foi medida através da largura dos equipamentos. 4 Dimensão consultada em:http://www.fg.com.pt/main.php?id=25&area=43&familia=55&subfamilia=88 em 30/12/2010. Este site identifica a dimensão como 5,0 m², contudo colocou-se o diâmetro, ou seja, a largura do mesmo. 5 A dimensão da vegetação também foi medida através da largura dos elementos. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 11
  13. 13. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 3.2 Requisitos de Conforto Também os requisitos de conforto são muito importantes para a função estar, pois sem eles os vários intervenientes não podem permanecer em segurança e perfeito conforto, passando a redundância. Dentro dos requisitos de conforto devem ter-se em conta factores como, se existe ou não parque infantil, iluminação, espaço para sentar, local próprio para se puder caminhar sem estarmos em perigo de choque de velocidades com outros utilizadores do espaço público. Assim, neste estudo o conceito de conforto será utilizado na vertente de proporcionar aos utilizadores do espaço público um conforto visual, um conforto ao nível da segurança, ao nível do mobiliário urbano e um conforto ao nível das facilidades existentes no espaço público. Essas facilidades são nomeadamente, serviços envolventes ao espaço público e presentes no próprio espaço público, como é o caso, por exemplo, de um quiosque ou uma esplanada. Assim, na tabela seguinte serão enunciados os requisitos mínimos a ter em conta com os elementos de conforto do espaço público, ou seja, que elementos devem de existir para que o espaço seja confortável aos seus utilizadores. Requisitos de Conforto Parque infantil Iluminação Bancos Caixotes do Lixo Parques de Bicicletas Mobiliário Urbano Cabines Telefónicas Marcos do Correio Mesas Abrigos para condições de tempo adversas Mobiliário de Desporto Árvores Vegetação / Espaços Verdes Pontos de Vegetação / Arbustos Canteiros Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 12
  14. 14. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 Serviços6 Comércio7 Meios complementares presentes Quiosque (Jornais, revistas, jogos) Esplanada (de uso livre) Feiras Actividades Concertos e eventos Actividades Sociais recreativas8 Nota: Parte desta tabela foi construída com base no estudo realizado por Marcus, Clare Cooper e Francis, Carolyn (1990). 4 Relação entre a praça e a função estar Neste capítulo pretende-se, então, fazer uma análise da relação entre os vários requisitos da função estar e as tipologias de praças identificadas acima (Subcapítulo 2.2). Para isso, será elaborada uma tabela com as diferentes tipologias e os diferentes requisitos de dimensão e de conforto que cada uma possui ou não, analisando-se se existe ou não cada requisito para as diferentes tipologias de praças identificadas. Esta tabela servirá, mais à frente, de apoio ao objectivo que é pretendido com este trabalho, perceber-se como se deve planear a função estar nas diferentes tipologias de praça. Requisitos de Tipologias de Praça Dimensão e Conforto A B C D E F Pessoas de Pé X X X X X X Pessoas sentadas X X X X X X Cadeira de Rodas X X X X X X Arrumação de Bicicletas X X X X X X Crianças a brincar X X X X Estacionamento de X X X X X Automóveis 6 Restauração, bebidas, Wi-fi, Correios, Bancos, etc. 7 Floristas, lojas de comércio de bens de consumo 8 Nesta Categoria inclui-se actividades como jogos, realização de actividades por associações ou grupos recreativos. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 13
  15. 15. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 Paragem de Autocarro X X X X X X Veículo Pesados X X X Postes de Iluminação X X X X X X Sinalização Vertical X X X X X X Parquímetros X X X Cabines Telefónicas X X X X Caixotes do Lixo X X X X X X Marcos de incêndio X X X X X X Marcos de Correio X X X X X Bancos X X X X X X Fontes / Repuxos X X X X Parque infantil X X X X X X Árvores X X X X X X Pontos de vegetação/ X X X X X X arbustos Mesas X X X X Abrigos para condições X X X X de tempo adversas Mobiliário de Desporto X X 9 Serviços X X X X 10 Comércio X X Quiosque (Jornais, X X X revistas, jogos) Esplanada (de uso livre) X X X Feiras X X X Concertos e eventos X X X Actividades Sociais X X X X X recreativas Nota: A – Praça de função Comercial; B – Praça de Função civil; C – Praça de Função Religiosa; D – Praça de passagem; E – Praças mistas; F – Praça residencial O que está assinalado com X, significa que deve ter aquela requisito para a tipologia de praça em questão. 9 Restauração, bebidas, Wi-fi, Correios, Bancos, etc. 10 Floristas, lojas de comércio de bens de consumo Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 14
  16. 16. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 5 Análise Crítica Tendo em conta a análise feita no capítulo anterior, considera-se agora importante estabelecer-se algumas críticas quanto aos elementos da matriz construída anteriormente que são mais relevantes para cada tipo de praça e qual a sua hierarquia no espaço, ou seja, qual a posição, dimensão, que devem ocupar em cada tipologia de praça. Como se percebe facilmente uma praça residencial não possui os mesmos requisitos que uma praça mista ou de função comercial, daí ser, então, relevante dimensionar e identificar quais os elementos que se devem ter em conta no planeamento das diferentes praças. Considerando, então, separadamente cada uma das diferentes tipologias de praças:  Praça de Função Comercial: Como foi referido no Subcapítulo 2.2 a praça comercial é uma praça envolvida por comércio, sendo sobretudo dominada pela função comercial. Assim revela-se necessária uma dimensão que albergue um bom espaço para estacionamento, uma boa área para os seus utilizadores e uma área onde possam ser desenvolvidas diversas actividades e de forma a colocar os vários elementos de mobiliário urbano neste tipo de praças. Propõe-se assim o seguinte dimensionamento e meios de conforto da função estar para uma praça deste tipo:  Dimensão da área destinada a pessoas de pé: 0,24 m² - 1,21 m² por cada pessoa;  Área destinada ao sentar de pessoas e número possível de bancos: 0,48 m² por cada pessoa sentada com bancos para 3 pessoas de área de 1,17 m²;  Dimensão de parque de estacionamento: mínimo ± de 3,5 Lugares/100 m² de edificado comercial (no caso de bares, cafés e restaurantes deve ter-se um mínimo aproximadamente de 25 lugares/100 m² de edificado deste tipo); Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 15
  17. 17. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010  Existência de comércio na envolvente (lojas e restauração e bebidas) e de actividades recreativas, como feiras, exposições e actividades sociais recreativas;  Parque infantil: área mínima de 18,8 m², com capacidade para 5 crianças;  Esplanada: área mínima de ± 6,60 m²;  Arborização: área mínima de 1,88 m² para árvores, área mínima de 2,25 m² para áreas de arbustos e espaços verdes.  Postes de iluminação: 1 a cada 5 m de distância com uma área mínima de cada poste de 2,5 m²;  Arrumação de bicicletas/parqueamento: mínimo de ± 6,00 m² para cada parque de capacidade para 6 bicicletas;  Abrigo para paragem de autocarro: mínimo de 4,5 m²;  Outro mobiliário urbano: Caixotes do lixo (± 2,82 m² cada), Cabines telefónicas (± 1,44 m² cada), marcos dos correios (± 1 m² cada), fontes e repuxos (mínimo de ± 1,26 m² cada), marcos de incêndio (± de2,5 m² cada);  Zonas de Abrigo para condições de tempo adversas. Depois desta proposta é possível concluir que uma praça deste tipo deve ter no mínimo as dimensões acima referidas que depois dependerão, da carga edificatória envolvente, do número de estabelecimentos comerciais e sua respectiva área, não esquecendo que, para além da função estar, se deve ter em conta as outras funções do espaço público que também possuir critérios de dimensionamento. É de notar ainda a extrema importância dos acessos a estas áreas devido a sua forte função comercial, daí conclui-se que é fundamental existir uma paragem de transportes colectivos e de táxis, com os respectivos abrigos de paragem. Existindo, também, cada vez mais a circulação de bicicletas se torna necessária a existência de locais para estas serem estacionadas. Praça de Função civil ou política: A praça de função civil ou política está situada perto de edificados públicos como a câmara municipal, governo civil, tribunal, biblioteca, entre outros deste carácter. Esta praça requer normalmente uma área bastante considerável, uma vez que Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 16
  18. 18. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 dependendo do edificado em volta, ela possa ter usos sociais, culturais, manifestações e actividades recreativas ou desportivas. Propõe-se, para este tipo de praça, uma área semelhante à da tipologia anterior contudo podendo variar um pouco, como já foi referido, consoante a edificação envolta e devido a esta praça poder albergar mais actividades exteriores, factor que requer uma área maior disponível:  Dimensão da área destinada a pessoas de pé: 0,24 m² - 1,21 m² por pessoa  Área destinada ao sentar de pessoas e número possível de bancos: 0,48 m² por cada pessoa sentada com bancos para 3 pessoas de área de 1,17 m²;  Dimensão do parque de estacionamento: mínimo ± de 3 lugares/100 m² de edificado.  Parque infantil: área mínima de 18,8 m², com capacidade para 5 crianças;  Quiosque: área mínima de ± 12,6 m²;  Arborização: área mínima de 1,88 m² para árvores, área mínima de 2,25 m² para áreas de arbustos e espaços verdes;  Postes de iluminação: 1 a cada 5 m de distância com uma área mínima de cada poste de 2,5 m²  Arrumação de bicicletas/parqueamento: mínimo de ± 6,00 m² para cada parque de capacidade para 6 bicicletas;  Abrigo para paragem de autocarro: mínimo de 4,5 m²;  Outro mobiliário urbano: Caixotes do lixo (± 2,82 m² cada), Cabines telefónicas (± 1,44 m² cada), marcos dos correios (± 1 m² cada), fontes e repuxos (mínimo de ± 1,26 m² cada), marcos de incêndio (± de2,5 m² cada) e mobiliário de desporto;  Zonas de Abrigo para condições de tempo adversas. Esta praça, concluindo a análise, deve ser então uma praça de grandes dimensões, permitindo aos seus utilizadores uma permanência de maior período de tempo e proporcionando diferentes actividades, uma vez que pode servir vários edifícios Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 17
  19. 19. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 ao mesmo tempo. É uma praça central, onde se concentram os edifícios públicos das cidades.  Praça de Função Religiosa: A praça de função religiosa será um espaço amplo, com pouco mobiliário urbano, apenas o essencial ao estar de pessoas por pequenos períodos de tempo, pois esta praça não pressupõe actividades de permanência como uma praça mista ou uma praça de função comercial. Assim, esta praça deve ter uma boa área destinada ao estar de pessoas e veículos, tendo alguma arborização e fontes presentes de forma a tornar o espaço mais fresco e agradável, e algum mobiliário que permita às pessoas descansar, contudo não se espera de uma praça de função religiosa, que haja um parque infantil, ou mobiliário urbano de desporto, pois não é essa a sua principal função. A seguir, pode então verificar-se uma proposta de dimensão e conforto da função estar para uma praça deste tipo:  Dimensão da área destinada a pessoas de pé: 0,24 m² - 1,21 m² por pessoa  Área destinada ao sentar de pessoas e número possível de bancos: 0,48 m² por cada pessoa sentada com bancos para 3 pessoas de área de 1,17 m²;  Dimensão do parque de estacionamento: mínimo de ± 4 lugares/ 100 m² de edificado deste tipo;  Arborização: área mínima de 1,88 m² para árvores, área mínima de 2,25 m² para áreas de arbustos e espaços verdes;  Abrigo para paragem de autocarro: mínimo de 4,5 m²;  Arrumação de bicicletas/parqueamento: mínimo de ± 6,00 m² para cada parque de capacidade para 6 bicicletas;  Outro mobiliário urbano: Caixotes do lixo (± 2,82 m² cada), Cabines telefónicas (± 1,44 m² cada), fontes e repuxos (mínimo de ± 1,26 m² cada) e marcos de incêndio (± de2,5 m² cada).  Zonas de Abrigo para condições de tempo adversas. Pode conclui-se assim, que esta praça não exige uma área tão grande como as tipologias anteriores, tendo apenas na sua função a religião, o espaço de culto de acesso Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 18
  20. 20. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 aos edifícios religiosos e onde os seus utilizadores apenas permanecem poucos períodos de tempo seguido. Praça de Passagem: A praça de passagem deve ter uma dimensão menor, pois a sua principal função é a circulação de pessoas e, quando estas assumem a função estar, é apenas por curta duração de tempo. Estas praças normalmente servem para a espera do meio de transporte colectivo ou de um táxi, não sendo necessários grandes elementos de mobiliário urbano. Apenas se considera necessário para uma praça deste tipo mobiliário, como um abrigo e paragem, alguns bancos de forma a complementar o espaço da paragem, um quiosque, iluminação e poderá haver ou não, alguma arborização. De seguida é proposta um dimensionamento para esta tipologia de praça:  Arborização: área mínima de 1,88 m² para árvores;  Quiosque: área mínima de ± 12,6 m²;  Postes de iluminação: 1 a cada 5 m de distância com uma área mínima de cada poste de 2,5 m²  Dimensão da área destinada a pessoas de pé: 0,24 m² - 1,21 m² por cada pessoa;  Abrigo para paragem de autocarro: mínimo de 4,5 m²  Bancos: deve possuir alguns, mas neste caso, não tantos como nas outras tipologias de praças, área mínima de cada banco com capacidade para 3 pessoas (1,17 m²) Praça Mista: Como esta tipologia de praça pode assumir diferentes funções ao mesmo tempo, ela será uma praça de larga dimensão de forma a satisfazer todas as diferentes funções e os diferentes usos que nela podem existir. É possível aqui encontrar usos sociais, culturais, desportivos e outros variados, daí ter-se em conta o mobiliário urbano disponibilizado e todos os outros critérios de conforto como a iluminação, o controlo da climatização através da arborização ou os serviços disponibilizados aos seus utilizadores. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 19
  21. 21. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010  Existência de comércio e serviços na envolvente (lojas e restauração e bebidas, bancos, cabeleireiros, etc.), actividades recreativas, como feiras, exposições, concertos e outros eventos, actividades sociais recreativas promovidas pelas associações;  Parque infantil: área mínima de 18,8 m², com capacidade para 5 crianças;  Esplanada: área mínima de ± 6,60 m²;  Arborização: área mínima de 1,88 m² para árvores, área mínima de 2,25 m² para áreas de arbustos e espaços verdes.  Postes de iluminação: 1 a cada 5 m de distância com uma área mínima de cada poste de 2,5 m²;  Arrumação de bicicletas/parqueamento: mínimo de ± 6,00 m² para cada parque de capacidade para 6 bicicletas;  Abrigo para paragem de autocarro: mínimo de 4,5 m²;  Outro mobiliário urbano: Caixotes do lixo (± 2,82 m² cada), Cabines telefónicas (± 1,44 m² cada), marcos dos correios (± 1 m² cada), fontes e repuxos (mínimo de ± 1,26 m² cada), marcos de incêndio (± de2,5 m² cada), mobiliário de desporto;  Zonas de Abrigo para condições de tempo adversas. Praça Residencial: Por fim, a praça residencial é uma praça mais próxima dos seus utilizadores, ela serve de acesso as suas habitações, serve de desafogo entre edificados e serve, muitas vezes, de socialização entre moradores. Muitas vezes, um morador vai fumar o seu cigarro até à sua praça residencial, levar o seu cão a passear, comprar o jornal ou levar a sua criança até um espaço onde ela pode brincar livremente. Para isto acontecer, é necessário que no planeamento de praças deste tipo se tenha em conta factores como o mobiliário urbano, um parque infantil, um pequeno quiosque, boa iluminação e alguma arborização. Na tentativa de um bom dimensionamento para uma praça residencial, colocou- se a seguir a seguinte proposta:  Dimensão da área destinada a pessoas de pé: 0,24 m² - 1,21 m² por cada pessoa; Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 20
  22. 22. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010  Área destinada ao sentar de pessoas e número possível de bancos: 0,48 m² por cada pessoa sentada com bancos para 3 pessoas de área de 1,17 m²;  Dimensão de parque de estacionamento: mínimo ± de 2 lugares/fogo;  Parque infantil: área mínima de 18,8 m², com capacidade para 5 crianças;  Arborização: área mínima de 1,88 m² para árvores, área mínima de 2,25 m² para áreas de arbustos e espaços verdes.  Postes de iluminação: 1 a cada 5 m de distância com uma área mínima de cada poste de 2,5 m²;  Outro mobiliário urbano: Caixotes do lixo (± 2,82 m² cada), marcos de incêndio (± de2,5 m² cada). Podemos então agora, verificar o que a função estar ocupa nas diferentes tipologias de praças e, desta forma, passar agora para uma fase seguinte que é a forma como se deve programar os espaços para que o estar seja fomentado nas praças tornando-se assim estes espaços públicos mais atractivos, sociáveis e preenchidos de população. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 21
  23. 23. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 6 Pistas para o Futuro Tendo feito a análise do que cada tipologia de praça deve possuir, qual a dimensão que esses factores ocupam e quais os elementos de conforto para tornar as diferentes praças mais atractivas ao estar de pessoas, pode-se passar agora para os pontos seguintes que serão sugeridos como pistas de investigação futuras. Assim, de futuro, considera-se relevante a análise de casos de estudos com dimensões reais de forma a obter-se uma dimensão mais fidedigna do que deve ser a dimensão total de cada tipologia diferente de praça. Crê-se ainda que é importante fazer uma análise no terreno fazendo um novo estudo daquilo que os utilizadores das praças consideram relevante para a sua maior permanência neste espaço. Numa análise a este trabalho, considera-se ainda relevante para este estudo ter em conta não só requisitos de dimensão e de conforto mas também requisitos de vivência e de socialização para as praças, com vista a tentar-se contrariar as tendências actuais de vazio e falta de vivência no espaço público. Concluindo, este trabalho torna-se o ponto de partida daquilo que será o estudo da função estar na praça e de como é que é possível tornar as praças em locais em que a sua principal função seja a estar, e que bem associada com a função circular, permita a vivência e socialização de pessoas nestes espaços públicos evitando assim as tendências de esvaziamento social e vivencial das praças, que são um contributo fundamental para a vida em sociedade. Torna-se ainda importante referir que uma boa praça pública, onde haja, uma boa socialização e vivência por parte das pessoas, onde elas realizam as suas actividades, é também um bom local para atrair os visitantes e promover o turismo. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 22
  24. 24. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 7 Conclusão Com este trabalho pode concluir-se o quão importante é o estudo do espaço público e quão importantes são as funções do espaço público e as suas tipologias, pois para se fazer um planeamento com um bom programa de dimensionamento, é necessário perceber os requisitos que cada função e tipologias requerem na sua constituição. Assim, ao longo deste trabalho tentou-se perceber os diferentes requisitos da função estar, aplicando-os depois às diferentes tipologias de praça, sendo a praça um dos diferentes tipos de espaço público, para que de seguida se pudesse fazer uma análise da forma como se deve fomentar a função estar na praça através desses requisitos. Com isto pretende-se, assim, tornar a praça num espaço onde será maior a permanência por parte dos utilizadores desta passando ela a ter a função estar como sua principal função e não a função circular como acontece nos dias de hoje em que as praças estão completamente vazias e sem vida e onde não há vivência e socialização. Espera-se ter-se obtido os objectivos proposto com este trabalho e que as pistas para aprofundamentos possíveis venham a ser objecto de estudo. Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 23
  25. 25. Como fomentar a função estar na praça 31 de Dezembro de 2010 8 Referências Bibliográficas Adler, David (1999), Metric handbook: planning and design data, Ed. Architectural Press, Oxford. Angelis, Bruno Luiz Domingos de; Castro, Rosa Miranda de; Neto, Generoso de Angelis; Metodologia para levantamento, cadastramento, diagnóstico e avaliação de praças no Brasil; Número 20, 2004; Engenharia Civil. Um Asensio Cerver, Francisco - Plazas : espacios urbanos. [S.l.] : [s.n.], cop. 1997. 189 p. : principalmente il.. ISBN 84-8185-088-8 CCDRN (2008), Manual do Planeamento das Acessibilidades e da Gestão Viária; Vol.9 Estacionamento e Vol.08 Peões, CCDRN; consultados em 30 de Dezembro de 2010 em: http://www.ccdr-n.pt/acessibilidadesegestaoviaria/ Ferreira, Maria José Moutinho; (2009) Espaço Público e Estatutária: Diagnóstico de Vivências e Composição Urbanística; sob a orientação da Professora Doutora Júlia Maria Brandão Barbosa Lourenço. Universidade do Minho: Tese de Mestrado: Engenharia Municipal, Escola de Engenharia, Abril de 2009, consultado em 20 de Dezembro de 2010, em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/9756 Gil, Brigite Eunice Duarte; (2009) MOBILIDADE PEDONAL NO ESPAÇO PÚBLICO Caso de Estudo e Aplicação ao Projecto em Sete Rios; Dissertação de Mestrado em Arquitectura, Universidade Técnica de Lisboa, Instituto superior técnico, Abril de 2009 Marcus, Clare Cooper; Francis, Carolyn; (1990) People places: design guidelines for urban open space. New York: Van Nostrand Reinhold, 1990. XV, 295 p. : il.. ISBN 0-442-31929-0 Pereira, Maria Madalena Dias Calhau Esquível; (2008) Praças Públicas Sustentáveis: Caso de Renovação das praças; Dissertação de Mestrado em Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior Técnico, Novembro de 2008; Consultado em 27 de Dezembro de 2010 em: https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/242873/1/Tese.pdf Portal: Public Plazas, consultado em 22 de Dezembro de 2010 em: http://www.class.uidaho.edu/communityresearch/public_plazas.htm Sá, Frederico Amado de Moura; (2010) Espaço público à escala local ; sob orientação de Jorge António Oliveira Afonso de Carvalho. Aveiro : Tese de mestrado: Planeamento do Território - Ordenamento da Cidade, Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro, 2010 Seco, Álvaro, et al. (s.d.), Sistemas de Estacionamento, FCTUC, Coimbra. Consultado em 30 de Dezembro de 2010 em: http://w3.ualg.pt/~mgameiro/Aulas_2006_2007/transportes/Sistema%20de%20Estacionamento %20(prof.%20Alvaro%20Seco).pdf Universidade de Aveiro – Mestrado em Planeamento Regional Urbano Página 24

×