Este documento discute como a terceirização pode trazer ganhos ou perdas para as organizações, dependendo de como é gerido o conhecimento. A gestão do conhecimento é crucial para o sucesso de parcerias de terceirização, pois ativos intangíveis como o conhecimento representam uma parte cada vez maior do valor das empresas. As organizações precisam identificar, compartilhar e aplicar o conhecimento de forma estratégica ao longo de suas cadeias de valor estendidas.
PESQUISA SOBRE USO DE PRÁTICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES
TERCEIRIZAÇÃO UMA MODALIDADE DE GESTÃO QUE PODE TRAZER PERDAS OU GANHOS, DEPENDE...
1. GESTÃO DE CONHECIMENTO APLICADA
www.dehtearkm.com
TERCEIRIZAÇÃO UMA MODALIDADE DE GESTÃO QUE PODE TRAZER PERDAS OU
GANHOS, DEPENDE...
O termo terceirização remonta à palavra outsourcing, que em inglês significa
suprir-se de fontes externas. E isto é exatamente o que as organizações fazem
quando usam a terceirização, abrem suas fronteiras transferindo serviços ou
estendendo suas cadeias produtivas.
Dentro da atual realidade sócio econômica, onde a perenidade das empresas no
mercado depende de inúmeras variáveis, a necessidade de manter a
competitividade chama cada vez à terceirização.
Podemos diferenciar dois tipos de terceirização. Em primeiro lugar, aquela
terceirização que transfere as atividades secundárias para um fornecedor com o
objetivo de poder reduzir custos fixos e ganhar foco nas atividades finalísticas para
obter maior produtividade e qualidade nas mesmas.
Um segundo tipo de terceirização, que está em pauta na nova lei, é a que transfere
parte das atividades da cadeia produtiva para outras empresas, ocasionando a
extensão da cadeia de valor. Embora a dona da cadeia comanda e fiscaliza a
totalidade do processo esta nova modalidade de terceirização, na qual focarei neste
texto, é um apelo a um novo desenho do modelo de governança, onde existe um
verdadeiro compartilhamento de recursos e das competências necessárias ao
processo produtivo ao longo de toda a cadeia.
Neste novo modelo, a terceirização lembra mais a uma “parceria” entre empresas
onde a produção de bens e serviços por parte delas está integrada ao um mesmo
core business. Esta nova conjuntura obriga às organizações a repensarem suas
condutas, e relacionamentos para se tornarem, em conjunto, competitivas no
mercado.
A procura pela competitividade se sedimenta basicamente na possibilidade de
incrementar estes três aspectos organizacionais: a melhoria na eficiência
operacional, a aplicação de novas tecnologias e a inovação. Assim sendo, o que
este novo arranjo está procurando é a administração conjunta de um recurso
essencial para a produção econômica, componente dos três aspectos mencionados.
Este recurso é O CONHECIMENTO.
O conhecimento gera eficiência operacional. Pessoas capacitadas, estimuladas a
identificar, compartilhar e aplicar boas práticas, desempenham um melhor nível de
produtividade, com altos padrões de qualidade.
O conhecimento é o principal componente para desenvolvimento e aplicação de
novas tecnologias. Tecnologia é conhecimento aplicado. Para a absorção de novas
tecnologias a nível organizacional é necessário ter pessoas preparadas com as
competências necessárias para rapidamente operacionalizar as mudanças.
O fluxo contínuo de conhecimento gera insights e ideias que formam as
engrenagens para o processo de inovação. Este fluxo contínuo deve existir entre as
organizações que integram a nova cadeia de valor estendida.
Fase ao exposto, está bem claro que o conhecimento é fator crítico de sucesso,
garantindo a competitividade das empresas neste novo modelo de integração
proposto pela terceirização das atividades do core business.
Por outro lado, e de acordo com a análise apresentada a seguir, o conhecimento
reforça sua importância nesta nova conjuntura quando avaliamos o valor das
organizações no mercado.
A seguinte tabela apresenta uma pesquisa realizada em relação ao valor de
mercado das 500 maiores empresas americanas. Na composição do referido valor,
os ativos intangíveis assumem progressivamente uma proporção cada vez mais
representativa ao longo dos anos.
2. GESTÃO DE CONHECIMENTO APLICADA
www.dehtearkm.com
Pesquisas recentes do Banco Mundial, mostram que 64% da riqueza mundial
advém do conhecimento. Fato que constata a relevância do conhecimento na
composição dos ativos intangíveis organizacionais.
A pesquisa a seguir mostra que 93,7% do conhecimento que as organizações
precisam para executar suas atividades está dentro da própria organização.
Em resumo, uma empresa que estabelece uma parceria produtiva de terceirização,
estará gerando um volume maior de conhecimento interno. Este conhecimento irá a
integrar sua composição de valor no mercado, aumentando sua cotação.
Surge assim uma nova responsabilidade para a empresa que comanda a
terceirização: fazer a gestão deste recurso. Eis onde entra em jogo a Gestão do
Conhecimento com a aplicação das suas práticas. Práticas de Gestão do
FONTE: http://donnamurdoch.net/2014/07/26/2014-survey-shows-again-that-company-traininge-learning-
is-the-least-valued-way-to-learn-at-work/
3. GESTÃO DE CONHECIMENTO APLICADA
www.dehtearkm.com
Conhecimento são processos organizacionais que tem como objetivo colocar em
prática os “processos do conhecimento”. Vejamos alguns dos processos do
conhecimento e uma breve análise da sua relevância:
Identificar conhecimento: pontuar qual conhecimento é necessário para ser
aplicado na cadeia produtiva, validar se o conhecimento existe nas organizações
que formarão a parceria.
Guardar conhecimento: armazenar o conhecimento para sua proteção, usar para
posterior disseminação, garantir a geração dos ativos que valorizam a organização,
reduzir os riscos da sua perda, evitar retrabalho, estabelecer os processos de
melhoria contínua e inovação.
Disseminar conhecimento: garantir o desenvolvimento das pessoas envolvidas na
cadeia de produção melhorando seu desempenho, garantir que o conhecimento não
fique concentrado em algumas pessoas, permitir que o conhecimento chegue onde
ele é necessário.
Compartilhar conhecimento: impulsionar o processo de inovação, integrar as
empresas que interagem a cadeia produtiva, estimular o desenvolvimento conjunto
e a sinergia.
Aplicar conhecimento: usar o recurso onde ele é necessário gerando qualidade,
produtividade e desenvolvimento profissional.
Organizar conhecimento: facilitar sua localização para reuso e construção da
memória organizacional.
Criar parcerias implica em estabelecer regras que podem até gerar mudanças nos
mecanismos de gestão e na própria cultura organizacional. A prática da
terceirização pode ser positiva ou não conforme estas mudanças sejam
implementadas em forma eficiente ou falha.
Se você pensa em terceirizar suas atividades core, já pensou em fazer Gestão do
Conhecimento? No seu contrato de terceirização, estabeleceu junto a seus parceiros
como será tratado o conhecimento aplicado/resultante das atividades terceirizadas?
Você já pensou em como identificar, criar e desenvolver as competências
necessárias para ter um bom desempenho? Você está cuidando da valorização da
sua empresa gerada por este ativo intangível? ...
E você que oferece seus serviços como empresa de terceirização, já pensou em
oferecer para seus clientes a Gestão do Conhecimento como um valor agregado ao
seu serviço?
O apelo para as partes que participam do processo de terceirização repensarem
seus modelos de gestão atuais é muito forte. Certamente, um dos pontos mais
importantes a ser considerado é a gestão deste já constatado e valiosíssimo
recurso: o Conhecimento!
BEATRIZ BENEZRA DEHTEAR
Consulte nossos treinamentos e opções de consultoria
beatriz@dehtearKM.com
www.dehtearKM.com