PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
Eutanásia
1. 2014-2015 Eutanásia
Direito de matar ou direito de morrer
Beatriz Bartolomeu, Raul Chaves
ESCOLA SECUNDARIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES
2. Eutanásia
Disciplina de Filosofia 10º ano, lecionada pela professora Isabel Correia
Trabalho de Beatriz Bartolomeu e Raul Chaves
Escola secundaria Dr. Francisco Fernandes Lopes
EUTANÁSIA | Direito de matar ou direito de morrer
Introdução:
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Filosofia lecionada pela
professora Isabel Correia e tem como objetivo esclarecer as dúvidas e questões
que naturalmente surgem quando falamos no tema “Eutanásia”.
Escolhemos “Eutanásia”, porque achámos que seria adequado e interessante
debater e refletir acerca deste tema. Escolhemos ainda por que tínhamos
curiosidade em saber mais sobre este tema que é tão de batível e polémico nos
dias de hoje.
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Eutanásia
Deriva do grego e significa uma morte boa ou sem dor. A prática de eutanásia é
suportada pela teoria que defende o direito do doente incurável de por fim à vida
quando sujeito a intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos.
Existem vários de eutanásia: Eutanásia voluntaria, eutanásia não voluntaria e a
eutanásia involuntária.
Eutanásia voluntaria: É quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do
paciente sem ser influenciado ninguém. Ainda que o paciente não esteja apto para
manifestar o seu desejo caso já o manifestado anteriormente, a eutanásia é
voluntaria também.
Ex: O João sabe que vai morrer forma dolorosa e de dia para dia sente pior, decide
por isso recorrer a eutanásia em pleno estado de consciência.
A Maria foi diagnosticada com uma doença terminal e foi permanentemente
internada. Maria declara que quando em determinadas circunstancias tais como
perder a sua capacidade motora e racional deseja morrer por eutanásia.
Eutanásia não voluntaria é quando o paciente não pode optar entra a vida e a
morte por ter não ter capacidades racionais.
Ex: Joaquim é um recém-nascido irremediavelmente doente ou incapacitado e os
seus pais decidem que este deve morrer através do processo de eutanásia não
voluntaria.
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Eutanásia involuntáriaéquandoo paciente não tem oportunidadede escolher entra
a vida e a morte.
Ex: praticas medicas como as de administrar doses cada vez maiores de
medicamentos contra a dor que eventualmente causarão a morte do
doente, ou a suspensão do tratamento não consentida para retirar a vida ao
paciente.
A eutanásia não é permissível
A sanidade humana:
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O argumento da vida humana é usado por alguns opositores á eutanásia.
Segundo estes a vida humana tem um valor incondicional que por muito má que
seja a qualidade de vida de um individuo a morte será sempre um mal. A igreja
católica é contra a eutanásia, pois admite que a vida pertence a Deus e que só ele
pode decidir quando pôr fim á mesma. Pode-se então concluir que devemos fazer
tudo o que estiver ao nosso alcance para prolongar a nossa vida mesmo que para
isso sejam usados meios extraordinários de preservação da vida como por exemplo
manter um paciente permanentemente ligado ás máquinas ou testar novos
tratamentos pois estas são obrigações médicas. No entanto a igreja católica aceita
a eutanásia passiva, visto que reconhece o direito do paciente recusar meios
extraordinários de preservação da vida.
A dignidade da pessoa:
Os defensores de eutanásia afirmam que esta garante uma morte com
dignidade, porém esta tese tem opositores tais como J.David Velleman que afirma
que a eutanásia viola a dignidade da pessoa, defende que o paciente tem valor em
si mesmo independentemente dos seus interesses e dos interesses alheios que não
significam nada em questão de vida ou de morte. Afirma ainda que a dignidade da
pessoa tem valor intrínseco, desta forma nãose pode rejeitar ou aceitar a dignidade.
Não é uma questão de querer ou não querer, mas sim um valor que uma pessoa
tem. Nem mesmo o respeito pela autonomia individual justifica a prática da
eutanásia. Se para nos protegermos tivermos de desprezar a nossa dignidade
estaremos a atender apenas ás circunstâncias e não a uma valor absoluto e não
negociável, tal é impermissível. Velleman diz que uma pessoa não tem direito de
ancorar a sua vida de modo a torná-la melhor, pois fazê-lo seria atentar contra a
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sua dignidade ainda que tal fosse do seu interesse e lhe trouxesse benefícios.
A autonomia e a eutanásia voluntária:
David Oderberg diz que a prática de eutanásia voluntária não é uma forma de
respeitar a autonomia do indivíduo que pede para morrer. Apoiando-se em Kant
diz que a autonomia só existe quando a pessoa age moralmente e que o exercício
da autonomia é contrário à eutanásia voluntária e ao suicídio assistido, que são
imorais. Aquele que age apenas por interesse ou movido apenas pelas suas paixões
condena a sua vontade à heteronomia, ao domínio daquilo que não é essencial ao
ser humano. A autonomia, pelo contrário é a capacidade de tomar decisões
individuais baseadas em leis universais da natureza. Tal como Kant, Oderberg
defende o princípio supremo de todo o dever, as máximas universais e a lei
universal da natureza.
As más consequências do direito de opção:
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Velleman antecipa as consequências do direito á eutanásia. O facto de haver
uma opção entre a vida e a morte é desfavorável aos pacientes, pois impede-os de
continuar a viver sem ter que dar justificações. Por exemplo, um doente terminal
em grande sofrimento recebe a notícia de que pode optar pela eutanásia ou não.
O facto de existir esta opção
coloca-o entre três alternativas.
Opção 1: Recusar a oferta. É obrigado a justificar por que razão quer continuar a
viver, o que não faz muito sentido visto que o normal é as pessoa morrerem de
morte natural.
Opção 2: Recusar oferta sem dar justificações. Neste casose não se considera capaz
de decidir racionalmente e corre o risco de passar a ser tratado por outros, de
forma diferente e até eventualmente com menos respeito.
Opção3: Aceita o que é proposto. Aceita apenas porque acha que é o mais razoável.
Por estar numa situação de sofrimento físico e psicológico extremo podem estar
sujeitos a pesados encargos financeiros ou até mesmo reconhecer que os seus
familiares já estãocansados eestãoa sacrificar-sepessoalmentepara oacompanhar.
Tudo isto pode conduzir a uma decisão que o paciente não gostaria
verdadeiramentede tomar. Estas consequências apenas sãoválidas para um doente
que á partida está mais inclinado para a morte natural, no entanto, existem
pacientes que simplesmente desejam que esta prática lhes seja rapidamente
proposta. Velleman afirma que esse é o problema, como poderemos saber quem
ficará a beneficiar ou não da proposta da prática à eutanásia?
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Conclui ainda que como não é possível antecipadamente saber a quem deve ser
dada a possibilidade da eutanásia esta não deve ser uma opção social ilegalmente
disponível.
Efeito bola de neve:
Alguns opositores da eutanásia não só põem á eutanásia voluntária, mas sim á
possibilidade de este direito se estender mais tarde ou mais cedo a pessoas que
não estão em condições de dar o seu consentimento ou até mesmo levado ao
extremo ser realizada esta prática para com aqueles que desejam continuar a viver.
Se se começar a permitir a eutanásia apenas para aqueles que a solicitem de forma
explícita, informada e persistente estes farão o seu pedido de forma consciente, no
entanto, noutros casos o pedido pode ser menos claro e o paciente pode mostrar
algumas dúvidas, no final manifesta o desejo de morrer. É provável que se aceite a
eutanásia também nestes casos. Se assim for a eutanásia estenderse-á a doentes
em fase terminal de Alzeihmer e de outras doenças que anulem a capacidade de
tomar decisões ainda que nunca o tenham pedido. Imaginemos agora o cenário
mais trágico em que um ditador considera um grupo ético ou de certa raça como
um conjunto de pessoas que vivem na miséria e no sofrimento e que são incapazes
de decidir por si própios. Admite-se que o melhor seria eutanasiá-los ainda contra
a vontade destes. Esta possibilidade abre portas a extremismos.
Para concluir a possibilidade do efeito bola de neve, conduz-nos á ideia de que
eutanásia tem de ser proibida.
Eutanásia é suicídio?
Usa-se o termo eutanásia quando uma pessoa mata diretamente outra. Por
exemplo, quando um médico dá uma injeção letal a um paciente. Esta situação é
legal em alguns países, porem Portugal não tem esta opção medica.
Usa-se o termo suicídio assistido quando uma pessoa ajuda outra a matar-se a si
própria. Por exemplo, quando um médico prescreve um veneno, ou quando uma
pessoa põe no paciente uma máscara ligada a uma botija de monóxido de carbono
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e lhe dá instruções sobre como ligar o gás de forma a morrer. Esta prática é ilegal
e punida por lei em Portugal.
Os termos eutanásia e suicídio são por isso diferentes mas hoje em dia, em geral,
utiliza-se o termo eutanásia para designar tanto a eutanásia propriamente dita
como o suicídio assistido, o que é incorreto.
Algumas questões acerca da eutanásia …
Seria bom para o paciente e para os familiares morrer ou assistir a uma
morte assim?
Seria justos as pessoas terem de viver apenas pelo avançoda medicina atual?
A eutanásia deveria ser administrada segundo que critério?
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As nossas opiniões:
“ Seria sempre duro e pondo me na posição de familiar ver e assistir a morte dos
que amamos mas é igualmente inglório lutar pelo que já sabemos que não tem
solução, ver um familiar ou alguém de quem gostamos morrer lentamente, sofrer
e piorar de dia para dia é algo tremendamenteinjusto!Se estivesseem fase terminal
gostaria de não sofrer, de não passar pela dor da morte provocada pela doença e
não passar pelas penosas lagrimas daquela que seria a mais trágica morte, a morte
a seu tempo.
Sou por isso a favor da eutanásia como libertação da prisão que são as doença
terminais.”
Beatriz Bartolomeu
“Eu sou a favor da eutanásia, ou melhor, da eutanásia voluntária, pois penso que
uma pessoa com uma doença terminal já que não pode escolher ter uma vida
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saudável e aproveitá-la como quando não estava doente, pode ao menos escolher
acabar com o sofrimento que está a passar e com a ansiedade de familiares e
amigos. Contudo também penso que a eutanásia não deveria ser permitida, devido
á universalidade, ou seja, não seria justo umas pessoas poderem recorrer á
eutanásia e outras pessoas não. Assim sendo, penso que a eutanásia é boa, mas que
devido a certas circunstâncias não deveria ser permitida. “
Raul Chaves
Conclusão:
Gostámos imenso de fazer este trabalho, pois para além de descobrirmos mais
sobre este tema em particular, aumentando a nossa cultura e os nossos
conhecimentos.
Os nossos objetivos inicialmente descritos foram cumpridos.
Eutanásia direito de matar
Ou
Direito de morrer?
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Bibliografia:
https://sites.google.com/site/eutanasiatematabu/entrevista---professora-de-filosofia
http://eutanasiap.blogspot.pt/2010/02/eutanasia-voluntaria-nao-voluntaria-e.html
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642003000200008
http://noticias.terra.com.br/entenda-a-diferenca-entre-suicidio-assistido-e-
eutanasia,c77f4783c1779410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html
http://vida.aaldeia.net/suicidio-assistido-eutanasia/
http://pt.slideshare.net/MrKokamus/eutansia-7384604