Este documento discute a teoria de Vygotsky sobre o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores e conceitos como internalização, mediação semiótica e zona de desenvolvimento proximal. Apresenta possíveis contribuições destes conceitos para o ensino de geografia, particularmente na formação de conceitos geográficos pelos alunos.
1. LANA DE SOUZA
CAVALCANTI
GRUPO:
LUIZA, MARTA, JARANA, ARI
ANA, CELIA, CLEUDE, APARE
CIDA, CECILIA
2. Este texto faz uma síntese da teoria Vygotskyana
sobre o desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores destacando alguns conceitos dessa
teoria, tais como internalização, mediação
semiótica, zona de desenvolvimento
proximal, conceitos cotidianos e conceitos
científicos, que são instrumentalizadores da analises
dos processos educativos e de sua relação com o
desenvolvimento dos processos psicológicos.
Abortando possíveis contribuições para o ensino de
geografia, particularmente para a formação de
conceitos geográficos.
Palavras-chave: Psicologia
histórico-cultural, Formação de conceitos, Ensino de
geografia.
Vygotsky foi um psicólogo russo, com formação em
medicina e Direito, nasceu em Orsha em 1896 e
3. A teoria psicológica de Vygotsky é a do caráter
histórico e social dos processos psicológicos
superiores (único dos seres humanos), ou seja, a
idéia de que esses processos, que tem característica
de alto grau de universalização e
descontextualizaçao da realidade empírica imediata
como, por exemplo, é o caso do desenvolvimento
da escrita origina-se na vida social.
As funções mentais superiores do homem
(percepção, memória , pensamento)
desenvolvem-se na sua relação com o meio
sociocultural, relação essa que é medida por signos.
Assim o pensamento, o desenvolvimento mental, a
capacidade de conhecer o mundo e de nele atuar é
uma construção social que depende das relações
que o homem estabelece com o meio. Nessa
construção, nesse processo de desenvolvimento das
funções mentais superiores, tem prioridade, então
o plano intrapsíquico, o interpessoal, o social.
4. Internalização: É o processo de reconstrução
interna, intrassubjetiva de uma operação externa
com objetos que o homem entra em interação. É
uma operação fundamental para o processo de
desenvolvimento de funções psicológicas
superiores. Consiste nas seguintes
transformações:
Atividade externa Atividade interna
Processo interpessoal Processo intrapessoal
5. 1º O percurso de internalização das formas culturais
pelo individuo tem inicio em processos sociais e se
transforma em processos internos, interiores do sujeito.
Ex: Através da fala chegasse ao pensamento.
2 Os estudiosos de Vygotsky dizem que ele alerta para
o fato de que processo não é o uma transferência dos
conteúdos da realidade objetivas para o interior da
consciência, nesse processo. O próprio o individuo é o
criador da consciência.
De acordo com a Cavalcanti (1980,p.189) “A atividade
humana é produtora, por meio dela o homem
transforma a natureza e a constitui em objeto de
conhecimento (produção cultural) e ao mesmo
tempo, transforma a si mesmo em sujeito de
conhecimento.”
6. O mundo ou o conhecimento, só pode se torna um
mundo para si e para o sujeito, depois que ele foi
um mundo para os outros. O conhece é um
processo social e histórico, não um fenômeno
individual e natural.
Neste processo os objetivos são apreendidos por
sinais que se encontram colocados à singularidade
do objeto. Para o processo de deslocamento do
singular do objeto e sua generalização e
abstração, a imagem tem de ser representada pelo
signo. De acordo com a autora (p. 190) “Diferente
dos animais, os sinais que os homens captam do
mundo carregam-se de significação social e
cultural. Desde a infância, a criança já capta o
objeto semiótico, ou seja, a imagem com sua
significação (com o uso da palavra).”
7. De acordo com a autora, para Vygotsky a palavra é o signo
que serve para indicar o objeto e também para representá-lo.
Ocorrendo uma relação estreita entre a atividade produtiva e a
atividade cognitiva. No processo de apropriação cultural o
papel da linguagem de acordo com Vygotsky, é o de mediador.
A linguagem é desde o inicio social e ambientalmente
orientada e desenvolvida no sujeito através de um processo
intrapsíquico. No processo de aquisição da linguagem pela
criança, a língua inicialmente social, evocando o meio externo
e gradativamente se torna um sistema de signos.
8. A criança em seu processo de aquisição da
língua é inicialmente social, utiliza o meio
externo e constrói um sistema de signos.
Vygotsky destaca a distinção entre sentido e
significado.
A formação da consciência e o
desenvolvimento intelectual se dão de fora
pra dentro num processo de internalização.
9. Para Vygotsky, o ensino escolar não pode ser
identificado como desenvolvimento, mas sua
realização eficaz resulta no desenvolvimento
intelectual do aluno, ou seja, o bom ensino é
aquele que adianta os processos de
desenvolvimento
10. Para explicar as possibilidades de a aprendizagem influenciar
o processo de desenvolvimento mental, Vygotsky formula o
conceito de “Zona de Desenvolvimento Proximal” (ZDP), assim
definida: “(...) a distância entre o nível de desenvolvimento
real, que se costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de problemas sob a
orientação de um adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes” (1984, p. 97).
11. Essa mediação, ressaltando-se aí o papel da
linguagem, é fundamental para o desenvolvimento
do pensamento, dos processos intelectuais
superiores, nos quais se encontra a capacidade de
formação de conceitos. Conforme Vygotsky (1993, p.
50):
A formação de conceitos é o resultado de uma atividade
complexa em que todas as funções intelectuais básicas
tomam parte. No entanto, o processo não pode ser
reduzido à associação, à atenção, à formação de imagens, à
inferência ou às tendências determinantes. Todas são
indispensáveis, porém insuficientes sem o uso do signo, ou
palavra, como o meio pelo qual conduzimos as nossas
operações mentais, controlamos o seu curso e as
canalizamos em direção à solução do problema que
enfrentamos.
12. Para Vygotsky, há uma relação de
interdependência entre os processos de
desenvolvimento do sujeito e os processos de
aprendizagem, sendo a aprendizagem um
importante elemento mediador da relação do
homem com o mundo, interferindo no
desenvolvimento humano.
Vygotsky formulou o conceito de “Zona de
desenvolvimento Proximal” que é definida
como a distancia entre o nível de
desenvolvimento real, que se costuma
determinar através da solução de problemas
sob a orientação de um adulto ou em
colaboração com companheiros capazes.
13. Esse conceito, segundo alguns autores, por
suas implicações pedagogico-didatas, tem
sido bastante destacado nas analises e
propostas sobre ensino escolar que adotaram
essa linha
14. Segundo Baktin, “há sempre que se considerar a
negociação de significados e de valores, pois cada grupo
social tem seu próprio modo característico de falar, seu
próprio dialeto e suas características”. As palavras não
podem ser entendidas fora do contexto e dos sujeitos que
falam.
Um esforço de explicitar as contribuições dessa linha de
entendimento no que diz respeito ao processo de
formação de conceitos, particularmente um pensamento
espacial, para entender as relações entre o funcionamento
mental humano e o contexto cultural, histórico e
institucional na formação de um modo de pensar
particular: compreender os processos de mediação que
ocorrem ou podem ocorrer na escola para que haja
intervenção nesse funcionamento do ponto de vista da
formação do raciocínio espacial.
15. O que acontece na mente da criança com os
conceitos científicos que lhes são ensinados na
escola?
Qual a relação entre a assimilação da informação e
o desenvolvimento interno de um conceito
científico na consciência da criança?
Para analisar e refletir sobre o ensino da geografia
parte de alguns pressupostos: na relação cognitiva
de crianças, jovens e adultos com o mundo, o
raciocínio espacial é necessário, pois as praticas
sociais cotidianas têm uma dimensão espacial, o
que confere importância ao ensino de geografia na
escola; os alunos possuem conhecimentos
geográficos oriundos de sua relação direta e
cotidiana com o espaço vivido.
16. Na perspectiva construtivista do ensino de
geografia deve acontecer de forma que leve o
aluno a compreender e analisar a realidade. E
este conhecimento adquirido deve se
constituir a partir da compreensão de que a
geografia se constitui de
conceitos, categorias e teorias ou seja, a
linguagem geográfica.
O ensino de geografia deve proporcionar ao
aluno a formar um pensamento critico de
analise da realidade e a criar conceitos
geográficos.
17. A experiência pedagógica nos ensina que o
ensino direto de conceitos sempre se mostra
impossível e pedagogicamente estéril. O
professor que envereda por esse caminho
costuma não conseguir senão uma assimilação
vazia de palavras, um verbalismo puro e simples
que estimula e imita a existência dos respectivos
conceitos na criança mas, na prática esconde o
vazio.
A geografia é uma ciência que estuda o
espaço, na sua manifestação global e nas
singulares . Sendo assim, os conteúdos
geográficos precisam ser “apresentados” para
serem trabalhados pelos alunos nessa dupla
inserção: a global e a local.
18. Na concepção de Vygotsky, não se ensina
conceitos aos alunos, pode-se, no
máximo, apresentar definições de conceitos
para serem reproduzidas pelos alunos.
Na verdade, são os próprios alunos que
formam seus conceitos sobre as coisas, e o
professor é um mediador nesse processo ao
trabalhar com a linguagem geográfica, ao
propiciar a negociação/apropriação de
significados.