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DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
JAÇANÃ / TREMEMBÉ
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos
CIEJA Santana/Tucuruvi
Projeto Político Pedagógico
2018
2
ÍNDICE
1. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ........................................................... 3
2. REGIME DE FUNCIONAMENTO ......................................................... 4
2.1. NÍVEIS DE ENSINO.............................................................................. 6
3. QUADRO DE PROFISSIONAIS DA UNIDADE..................................... 8
4. ESPAÇO FÍSICO................................................................................... 10
5. PREFÁCIO............................................................................................. 11
6. CONCEPÇÓES NOSSAS..................................................................... 15
7. ALUNOS DO CIEJA E SEU PERFIL..................................................... 18
8. EQUIPE DOCENTE E SEU PERFIL: ................................................... 37
9. A COMUNIDADE NO CIEJA E O CIEJA NA COMUNIDADE:.............. 45
10. PLANO DA EQUIPE GESTORA – NOSSAS CONCEPÇÕES.............. 54
11. MEDIANDO CONFLITOS: VIVENDO E CONVIVENDO....................... 55
3
CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2018 – CIEJA SANTANA/ TUCURUVI
1. Identificação da Unidade
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA Santana/Tucuruvi
Diretoria Regional de Educação Jaçanã / Tremembé
Rua Cel João da Silva Feijó, 34 – Parque do Mandaqui.
CEP: 02422-018
Fone: 2233-2170 / 2233-0025
FORMAS DE CONTATO ON-LINE
DECRETO DE CRIAÇÃO: 38.817 de 16 de Dezembro de 1999.
DECRETO DE FUNCIONAMENTO: 53.676 de 28 de Dezembro de 2012.
Parecer do C.M.E.: 10/2002 de 07/11/2002.
E-mail: ciejasantanatucuruvi@prefeitura.sp.gov.br
Blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/
Facebook: Cieja Santana Tucuruvi
4
2. Regime de Funcionamento
O CIEJA Santana/Tucuruvi atende jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem
deficiência na modalidade EJA. Somos uma escola regular da Prefeitura de São Paulo
organizada em módulos (etapas) anuais sequenciais e progressivas que compreende o Ensino
Fundamental. Atende maiores de 15 anos de idade, nos períodos diurno e noturno, em grupos
de classe com até 20 (vinte) estudantes, de segunda à sexta-feira no período das 7h15 às
22h30, de fevereiro a dezembro com no mínimo 200 dias letivos de encontros diários de
2h15min, e complementação de carga horária com atividades de efetivo trabalho pedagógico
extraclasse.
Número de vagas oferecidas e nosso quadro atual:
VAGAS OFERECIDAS 460 VAGAS
NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 416 ALUNOS
ALUNOS (AS) COM DEFICIÊNCIA 40 ALUNOS
ALUNOS (AS) MENORES 59 ALUNOS
Para ingressar no CIEJA é necessário realizar um cadastro em nosso blog:
http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/, de qualquer lugar que você esteja e tenha um
acesso à internet ou caso encontre alguma dificuldade, basta nos procurar com comprovante
de escolaridade e comprovante de endereço que os funcionários da secretaria realizarão o seu
cadastro. A secretaria do CIEJA receberá sua inscrição com seus dados e entrará na lista
organizada automaticamente por ordem de recebimento, assim que surgir a vaga no Módulo e
horário escolhido pelo candidato, a secretaria da nossa Unidade entrará em contato para a
efetivação da matrícula.
A seguir, montamos um passo a passo para a realização do cadastro.
5
Para aqueles que não têm comprovante de escolaridade, foi pensado em uma Prova de
Classificação, validando como um documento oficial para o seu acesso à escola. Essa prova foi
construída pensando naqueles que estão há muito tempo afastados da escola, mas que por se
tratarem de pessoas com historicidade e grandes vivências, poderão realiza-la. Dividimos a
prova em 2 etapas: um preenchimento de ficha inicial com dados elementares como nome,
telefone, endereço e porque o estudante decidiu retomar seus estudos; e na sequência, se o
candidato realizar de forma tranquila essa etapa, passamos para a etapa seguinte que
compreende situações problema, interpretação de texto, articulação de informações com o
cotidiano e produção textual, envolvendo todas as áreas do conhecimento.
É importante registrarmos que nossa Prova de Classificação foi construída retratando a
realidade em que vivemos, situações de desigualdades, a luta dos trabalhadores formais e
informais e apresentamos Carolina Maria de Jesus, muitas vezes esquecida em nossa
literatura.
Muitos são os alunos que nos procuram para a realização da Prova de Classificação,
dentre muitas histórias, ressaltamos o exemplo de uma aluna que no momento em que
realizava a prova, teve forte identificação com a história de vida da Carolina Maria de Jesus,
6
pois a mesma, também para seu sustento, era catadora de lixo. E nas questões apresentadas,
conseguiu realizar com propriedade, uma vez que aproximou os exercícios de sua realidade.
Trazendo sua experiência de vida e profissional para a resolução das atividades. Além disso,
relatou o quanto ela se sentiu representada na escolha do tema da prova.
Para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, a Prova de Classificação, para muitos, é uma
porta de entrada e é de extrema importância que os alunos se sintam representados e que a
prova, não seja encarada como uma barreira.
2.1 Níveis de ensino:
Módulo I Modulo II
Compreende o 1o, 2o e 3º ano do
Ensino Fundamental.
Compreende o 4o e 5º ano do
Ensino Fundamental.
Módulo III Módulo IV
Compreende o 6o e 7o ano do Ensino
Fundamental II.
Compreende o 8o. e 9o. ano do
Ciclo II do Ensino Fundamental.
Os componentes curriculares contemplam as áreas de conhecimento:
 Linguagens e Códigos – (Língua Portuguesa, Inglês)
 Ciências da Natureza e Matemática – (Ciências e Matemática)
 Ciências Humanas – (História e Geografia)
 Informática,
 Arte,
 Educação Física. (vide Matriz Curricular abaixo).
7
Prefeitura do Município de São Paulo
Secretaria Municipal de Educação
Diretoria Regional de Educação “Jaçanã / Tremembé”
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA “Santana / Tucuruvi”
Matriz Curricular
Organização Curricular Ciclo I Ciclo II
Total da
Carga
Horária
BaseNacionalComum
Áreas do
Conhecimento
Componente
Curricular
Módulo I – Alfabetização Módulo II – Básico
Módulo III –
Complementar
Módulo IV - Final
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Matemática Matemática 3 2 150h 3 2 150h 2 2 120h 2 2 120h 540h
Ciências da Natureza Ciências 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 360h
Ciências Humanas
História 2
2 180h
2
2 180h
2
2 180h
2
2 180h 720h
Geografia 2 2 2 2
Linguagens e Códigos
Língua
Portuguesa
3
4 300h
3
4 300h
3
4 300h
3
4 300h 1200hArte 1 1 1 1
Educação
Física*
2 2 2 2
Total da Base Nacional Comum 15 9 720h 15 9 720h 14 9 690h 14 9 690h 2820h
Parte
Diversificada
Língua Estrangeira
Moderna
Inglês** - - - - - 1 - 30h 1 - 30h 60h
Informática 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 240h
Total da Parte Diversificada 2 - 60h 2 - 60h 3 - 90h 3 - 90h 300h
Total da Carga Horária 17 9 26 17 9 26 17 9 26 17 9 26
780h 780h 780h 780h 3.120h
Carga horária total do curso para cada módulo: 780h + 50h (socialização)= 830h x 4 módulos 3.320h
Componentes curriculares tratados de forma interdisciplinar
*Aulas fora do horário de funcionamento do turno
**Desenvolvido integrado à Área de Linguagens e Códigos
Atividades Complementares
Módulos I e II Módulos III e IV
Nº de horas-aula Carga Horária Nº de horas-aula Carga Horária
Itinerários Formativos Informática (Qualificação Profissional) 2 60h 2 60h
Oficinas de Estudos Projetos / Recuperação / Reposição 3 90h 3 90h
Total 5 150h 5 150h
Total Geral – 150h x 4 módulos = 600h
*Atividades optativas de acordo com o Projeto Político-Pedagógico do CIEJA
8
3. Quadro de Profissionais do CIEJA
Nome RF Cargo Escolaridade
Rosana de Cássia Pinson s. da
Silva
730.870.1 Auxiliar Técnico de Educação-
serviço de Secretária
Ensino Superior
Marilene Pereira de Andrade 693.707.1 Auxiliar Técnico de Educação–
serviço de secretaria
Ensino Médio
Janete Natalia de faria 697.443.1 Auxiliar Técnico de Educação –
serviço de secretaria
Ensino Médio
Luzia de Fatima C. Alberto 682.416.1 Auxiliar Técnico de Educação –
serviço de inspetoria
Ensino Médio
Terezinha de Jesus Trindade 737.190.0 Auxiliar Técnico de Educação –
serviço de inspetoria
Ensino Médio
Marcelo do Amaral 712.756.1 Agente escolar Ensino Médio
Maria José Meschke Costa 715.181.1
Agente escolar
Ensino Fundamental
Maria Vitoria P. Cardoso 612.770.3
Agente escolar
Ensino Médio
Israel da Silva Ramos 699.204.8
Agente de apoio – vigia
Ensino Fundamental
Nome RF Cargo Escolaridade
Patricia Christiane Hypoliti 779.803.2 Coordenador Geral Especialização
Valeria Tavares de V. Araújo 779.990.0 Assistente do Coord. Geral Superior
Cirley Pinheiro M. Santana 782.603.6 Assistente Pedagógico e
Educacional
Especialização
Viviane Lemos de Jesus Moreiras 780.836.4 Assistente Pedagógico e
Educacional
Mestrado
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Nome RF Cargo Escolaridade
Adriana Zenezi 824.978.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio -
História
Superior
Andreia Garcia 779.911.0 Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
Arte
Superior
Douglas Dubisnkas Takenaka
772.196.0
Prof. de Ens. Fund. II e Médio -
História
Superior
Eduardo Parladore Aliotti
822.004.2
Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
Educação Física
Especialização
Eliane Travassos Gonsalves Feijó
690.390.8
Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
Português
Especialização
Gladis Cassapian Barbosa 725.258.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização
Isabel Pecim de Souza 577.249.4 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização
Kasim Mustapha Mourad 574.802.0 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Ciências
Superior
Larissa Patricio Campos de Oliveira 811.230.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio -
História
Especialização
Maria Batista Morais Xavier 730.308.4 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Inglês
Especialização
Rebeca Agnello Ribeiro 840.728.2 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Superior
Ricardo José Pellegrini 808.513.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Matemática
Especialização
Susen Covre Franzini 794.677.5 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização
Valéria Pereira Velosa 750.927.8 Prof. de Ens. Fund. II e Médio –
Português
Mestrado
Vanderlei de Lima França 668.122.1 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Matemática
Especialização
10
4. Espaço Físico
Piso Térreo
 Secretaria
 02 Salas de aula
 Sala de Recursos Multifuncionais - SRM
 Sala de leitura / Multimídias
 Depósito de Merenda
 Banheiros feminino e masculino - funcionários
 Depósito de merenda
 Cozinha
 Depósito de Materiais diversos
 Cantinhos de Leitura
Piso Superior
 Sala da Equipe Gestora
 02 Salas de aula
 Sala dos Professores
 Banheiros feminino e masculino discente
 Laboratório de Informática
11
5. Prefácio
Projeto Político Pedagógico (PPP) o que traduz esse nome? Pensamos ser um esforço
coletivo de planejamento e ações concretas para o alcance de metas de aprendizagem e
desenvolvimento que trilharão nosso percurso durante todo o ano de 2018. Muito já caminhamos
e construímos nesse trajeto, porém como escola é movimento e plural, nosso Projeto
necessariamente deve acompanhar essa dinâmica, sendo flexível e cumprindo a sua função que
é dar vida ao que acontece na escola.
Escrever o PPP de forma coletiva, envolvendo alunas e alunos, pais, comunidade, equipe
docente, funcionários e equipe gestora, é também um movimento Político, ao considerarmos a
escola como espaço de construção de saberes, formando cidadãos conscientes, que atuam na
sociedade, provocando mudanças, alterando os rumos de nossa história, além de caracterizar
uma ação coletiva.
É também Pedagógico porque nos conduz, trazendo propostas, atividades e projetos
educativos tão necessários para o processo de ensino e aprendizagem.
Por essa razão é tão importante a participação de todos nesse percurso garantindo a riqueza
da pluralidade presente no CIEJA e ao mesmo tempo considerando a singularidade da nossa
realidade.
Tudo isso, revela a identidade do CIEJA Santana/ Tucuruvi, nossas concepções estão
explicitadas no nosso fazer e agir, envolvendo desde o atendimento que se faz na entrada da
escola, aos cartazes informativos espalhados pelos corredores, na relação entre os alunos e
professores, funcionários e equipe gestora, bem como até o trabalho desenvolvido em sala de
aula. Atendendo jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência é uma marca do
trabalho do CIEJA, contemplando as mais diversas histórias de vida e apostando em uma
educação que considera essa diversidade.
O PPP é um documento escrito com a participação de todos, podendo ser repensado a
cada momento do nosso percurso, por isso que é tão importante que ele NÃO SEJA um
documento engessado, inflexível.
É necessário também explicarmos que o anexo da Portaria SME 5941/13 traz
recomendações importantes para a composição do PPP, em seu Art. 30 contendo as seguintes
12
informações - “o Projeto Político Pedagógico deve conter: Estudo diagnóstico da comunidade e
do espaço onde está inserida a Unidade Educacional” revelando:
“Perfil sociocultural [...], dos jovens e adultos matriculados [...]”;
“Perfil sociocultural da equipe de profissionais e a indicação de como potencializar os
saberes da equipe para a melhoria das condições de atendimento à comunidade escolar”;
“Mapeamento dos equipamentos de saúde, esporte, lazer e cultura da região e a indicação
da articulação das ações dos mesmos com a Unidade Educacional”.
Partindo das discussões acerca do PPP e do disposto no fragmento da portaria citada,
disponibilizamos em fevereiro desse ano, um questionário on-line com o objetivo de conhecer o
perfil dos nossos alunos. Sabemos que o CIEJA é lugar de diversidade, onde jovens, adultos,
idosos, pessoas com e sem deficiência estudam, se encontram, compartilham, divergem,
crescem... Desse modo, fizemos um convite aos estudantes: “Você aluna e aluno do CIEJA nos
ajudará a repensarmos nossa prática e delinearmos novas possibilidades de trabalho”.
Para se ter uma visão geral de como o questionário foi elaborado basta clicar no link
abaixo para ter acesso às questões:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdHdOE9vogOJ2pim4EV4T4PLDIR1rMRssA4zEzBtK92rDcTFg/viewform?usp=sf_link
Também traçamos o perfil dos professores do CIEJA e equipe por meio de um
questionário semelhante ao de cima. Ao corpo docente fizemos o seguinte convite: “Professoras
e Professores, desde o dia 01 de Fevereiro, vimos em um exercício coletivo de debatermos,
colocarmos nossas ideias a respeito da escola que queremos, e pensarmos possíveis caminhos
para isso. Concepções, projetos e planejamentos são o que compõem o nosso PPP. Desse
modo, para termos elementos mais fidedignos do perfil de toda a equipe, elaboramos esse
formulário no Google Drive para que vocês respondam enriquecendo ainda mais o nosso
registro”.
13
Você também pode ter acesso às questões elaboradas clicando no link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdAV9gWndqj6cg-PDPng2Hn9hgxNUEe2BYOFgZFvEEGCsxdfg/viewform?usp=sf_link
Conforme já mencionamos, a escola se faz pelas mãos de todos, aqui no CIEJA, a cada
ano trabalhamos alguns temas com mais profundidade, e neste ano, conversando com todo o
grupo, acreditamos ser importante, consultarmos os alunos sobre a construção desse currículo.
Do mesmo modo como elaboramos os questionários online, fizemos o mesmo para sabermos o
que os estudantes do CIEJA Santana/ Tucuruvi têm urgência em se aprofundar. E trouxemos o
seguinte texto explicativo no formulário: “Estamos em fase de planejamento e construção de um
Currículo que seja significativo para TODOS: Estudantes, Educadores e toda a Equipe Escolar.
Desse modo queremos saber de você aluna e aluno do CIEJA, quais temas você gostaria de
estudar neste ano de 2018. Elencamos 6 grandes temas a saber: Saúde, Arte, Política, Relações
Sociais, Economia e Esportes. Dentro de cada item há alternativas para nos aprofundarmos,
você deverá escolher dentro de cada tema, até 2 itens”.
Para acesso as questões você já sabe, clique no link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSck49W1b0AK8u31rvT1c4LtKvKioqE9dB4IUvj5aGFRw7Zy6A/viewform?usp=sf_link
14
Como resultado dessa consulta, obtivemos as seguintes respostas:
SAÚDE Meio ambiente = 49,1%
Higiene Pessoal = 38,9%
ESPORTES Auto-rendimento e Saúde = 38,9%
Violência nos Esportes = 37,1%
POLÍTICA Sociedade = 52,3%
Democracia = 46,3%
ECONOMIA Economia Doméstica = 57,1%
Reformas = 50,3%
RELAÇÕES SOCIAIS Preconceito = 41,7%
Racismo = 38,9%
ARTE Arte urbana e contemporânea = 63,4%
Apropriação dos espaços culturais = 61,1%
Dada à relevância dos temas abordados e o posicionamento dos alunos em sua votação,
organizaremos o nosso trabalho neste ano com a seguinte divisão entre os bimestres:
1° Bimestre – Saúde e Meio Ambiente
2º Bimestre – Esportes: Auto-rendimento e Violência nos Esportes
3º Bimestre – Política: Sociedade e Democracia
Economia Doméstica e Reformas
4º Bimestre – Arte em suas múltiplas linguagens
Relações Sociais: Preconceito e Racismo
Convidamos a todos a mergulharem conosco nesse processo, a lerem o nosso PPP e
conhecerem nossas ideias, projetos, concepções que delinearão nosso ano letivo de 2018.
15
6. Concepções nossas
No início desse ano, discutimos com os docentes e funcionários qual a situação da sociedade
contemporânea e qual o nosso papel nessa história. Os professores comentaram que vivemos
em um momento de alguns retrocessos e conservadorismos, bem como intolerância mediante os
mais diversos assuntos. Porém, é inegável o quanto todo o processo histórico de lutas
desencadeou em conquistas, um exemplo disso é a participação da mulher em nossa sociedade.
Temos consciência de que a luta ainda não acabou, pois ainda sofremos com o sexismo
(discriminação fundamentada no sexo), violência física e psicológica ligada à mulher,
estereótipos, disparidades no Mercado de Trabalho entre outros.
Durante nosso debate vários temas foram sendo retomados e os docentes trouxeram
exemplos sobre a questão do acesso e permanência na escola. Há não muito tempo, eram
poucos aqueles que tinham o direito de ingressar na escola e quando conseguiam, eram
engolidos por um sistema de exclusão, hoje o acesso passou pela universalização, mas ainda
assim temos um grande desafio que é a permanência desses estudantes na escola, evitando a
evasão. Isso é uma preocupação para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, fazemos levantamentos
bimestrais dos alunos que têm um número elevado de faltas, os professores pedem para que
cada estudante tome ciência de suas faltas e junto com a coordenação, oferecemos um plano de
compensação de ausências no contraturno, bem como a possibilidade dessas faltas serem
compensadas nas mais diversas Oficinas oferecidas em nossa escola. Quando se trata de
alunos menores de idade, além desse procedimento, também entramos em contato com a
família, solicitando sua presença na escola para cientificá-la das faltas para que juntos,
pensemos em possibilidades para que esse problema seja sanado.
Discutimos também sobre as desigualdades presentes em nossa sociedade e que nem todos
têm as mesmas oportunidades, sabemos que o ponto de largada não é o mesmo e que as
classes sociais estão postas em nossa realidade, na maioria das vezes demarcando lugares. E
qual o nosso papel diante disso? Os docentes trouxeram que temos a responsabilidade de
instrumentalizar os nossos alunos. Pensar em um currículo que seja significativo e possa ser
usado tanto em seu dia a dia, como em sua vida profissional. Sempre se fala que o papel da
escola é formar estudantes críticos e autônomos e nós acreditamos que quando desenvolvemos
um trabalho significativo, damos repertório para que nossos alunos para além de ter informações
que hoje em dia é facilmente encontrada na internet, nos meios de comunicação, e entre outros,
consiga articulá-la com sua realidade, possibilitando mudanças em sua vida pessoal, em sua
comunidade, em sua vida profissional, em sua cidade, em seu país.
16
Nos primeiros meses de 2018, a Prefeitura de São Paulo, elaborou um documento chamado
Currículo da Cidade preparado a muitas mãos pelos profissionais de nossa Rede ao longo do
ano de 2017. Nele temos discussões a respeito dos objetivos essenciais que visam ao
desenvolvimento integral dos estudantes. O Currículo da Cidade traz três conceitos orientadores,
entre eles: Educação Integral, Equidade e Educação Inclusiva.
Nesse ponto, debatemos sobre a integralidade da educação, para além da dimensão
intelectual e cultural, também somos responsáveis pelo desenvolvimento emocional. Um
professor de Ciências Humanas que compreende as disciplinas de História e Geografia, como
poderia fazer intervenções na dimensão emocional de seus alunos? Chegamos a conclusão de
que quando ensinamos o processo histórico, quando possibilitamos que os estudantes sejam
capazes de ler nas entrelinhas, questionar, ir em busca de conhecimento, em uma situação de
conflito, por exemplo, ao invés dele partir para agressão, possivelmente seguirá o caminho do
diálogo, argumentando criticamente, para nós, isso faz parte de uma educação integral que
abarca todas as dimensões.
Nos dois primeiros dias de fevereiro, durante a
Reunião de Organização e Planejamento, pedimos
aos professores que pensassem como seria a
Escola que Queremos. Cada um deveria começar a
escrever suas concepções, demos início a atividade
quando em poucos minutos receberam outra
comanda. Todos tinham que repassar a folha de onde havia parado para que o colega
continuasse a escrever dando prosseguimento ao que o primeiro havia escrito. Fomos
questionadas nesse momento: “mas agora não será mais a minha concepção, pois não consegui
terminar, e se outra pessoa der continuidade deixou de ser minha ideia sobre a pergunta inicial –
17
A Escola que Queremos”. O nosso objetivo era justamente esse, pois uma vez que fazemos
parte da instituição Escola, o nosso individual se torna coletivo e nossas concepções partilhadas
devem ser debatidas para que cheguemos a um plano, uma meta, todos juntos buscando o
mesmo ideal.
Como mencionamos no início do nosso PPP, ele é um documento feito por todos, por assim
ser, os funcionários da Equipe de Apoio, também tiveram o seu momento de pensar e se colocar
sobre o papel da escola, tivemos falas de extrema importância ao dizerem que Escola é espaço
para formar cidadãos mais críticos e conhecedores das leis e de seus direitos e deveres; onde
devemos tratar a comunidade com acolhimento e respeito, além disso, também colocaram que o
CIEJA pode colaborar com a sociedade e a comunidade local.
Essa reflexão coletiva inspirou a Coordenadora Pedagógica que criou o poema abaixo a partir
da escrita e reflexões dos professores e funcionários:
A escola que queremos
CIEJA
Lugar de acolhimento e oportunidades...
Espaço de escuta e olhar atento às multiplicidades
EJA
De tantas histórias, lugar onde o aluno aprende e ensina
Espaço onde se considera memórias e trajetórias
Que humaniza respeitando as individualidades
Território onde se eleva a autoestima, cria e recria
Sempre em busca de ações que diminuam injustiças e desigualdades
SEJA
A escola que queremos
Onde todos encontrem representatividade
Uma escola que fomente o pensamento crítico
Que acolha a diversidade
A escola que queremos
É muito mais do que ambientes e tempos rígidos e definidos
O conhecimento que aqui se compartilha,
Ultrapassa os muros, chega às ruas
E transforma vidas.
Viviane Moreiras
18
7. Alunos do CIEJA e seu perfil:
Em Fevereiro/Março de 2018, aplicamos um questionário on-line, a fim de coletarmos
dados sobre o perfil sociocultural dos nossos alunos. Tais dados tem por objetivo repensarmos
nossa prática e delineamos novas possibilidades.
A seguir, apresentamos um recorte dessa pesquisa e algumas propositivas pensadas a
partir da mesma.
Acreditamos que as razões que levam as pessoas a retornarem aos estudos são as mais
diversas, motivados por questões profissionais, sociais, pessoais, etc. De acordo com o gráfico a
seguir, indica que 35,5% procurou o CIEJA com o desejo eminente de aprender a ler e a
escrever. É importante ressaltarmos que esse dado é relevante para o nosso trabalho, uma vez
que há alunos que serão matriculados nos mais diversos módulos, a partir de uma
documentação escolar apresentada, porém, nem todos possuem o domínio da leitura e escrita.
Se assim o é, no CIEJA temos que ir em busca de garantirmos esse direito com ações que
viabilizem e efetivem o atendimento dessa necessidade.
É relevante mencionarmos que nossas formações no horário coletivo (JEIFs) têm a
intencionalidade de aprimorarmos nossas práticas considerando essa diversidade. Para tanto,
temos dois Projetos Especiais de Ação (PEAs), o primeiro que ocorre às segundas-feiras, das
12h30 às 15h30 é voltado para a busca de um currículo significativo e a construção de práticas
que atendam as necessidades de nossos alunos:
19
 PEA 1 - Currículo: Práticas Inovadoras para aprendizagem no CIEJA
Tendo em vista as especificidades e a pluralidade do perfil dos estudantes do CIEJA, que
atende jovens, adultos afastados a muito tempo da escola, idosos, pessoas com deficiência,
entre outros, urge problematizar e reelaborar as práticas pedagógicas desenvolvidas nesse
segmento. Esse público, muitas vezes, apresenta múltiplas e diversas dificuldades de
aprendizagem e convive no mesmo ambiente de ensino e socialização, sem que haja um
currículo orientado para abarcar essa diversidade de alunos e de suas necessidades
educacionais. Para se chegar a um currículo inovador e significativo, deve-se partir da
observação atenta e minuciosa do perfil dos alunos do CIEJA, das suas demandas sociais e
expectativas de vida. A partir daí, considerando-se as especificidades de cada disciplina e o
conhecimento interdisciplinar, os professores podem repensar a importância dos conteúdos
curriculares e a maneira de abordá-los em sala de aula.
O segundo ocorre às quartas-feiras, das 14h30 às 17h30 e tem um olhar voltado para a
compreensão da equidade, atravessado pela interdisciplinaridade.
 PEA 2 - Um Olhar Interdisciplinar sobre a Equidade
Em consonância com o Currículo da Cidade visa investigar e implantar o conceito de
equidade, ou seja, fortalecer políticas explicitando os direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, garantindo as condições necessárias a fim de assegurá-los a todos os
estudantes, independente da sua realidade socioeconômica, cultural, étnico-racial ou geográfica.
Compreender as especificidades dos alunos, considerando os diferentes estágios de
aprendizagem e os diferentes estilos cognitivos, visando à melhoria do processo de ensino
aprendizagem.
Além disso, também é oferecido nos horários de contraturno Oficinas ligadas a leitura e
escrita. Com o intuito de propiciar um suporte aos alunos que apresentam dificuldades temos a
Oficina da profª Adriana Zenezi denominada: Ler e Escrever com Arte – A utilização das
linguagens artísticas da América Latina para desenvolver e aprimorar as competências leitora e
escritora na EJA (ocorrendo às segundas-feiras e quartas-feiras das 18h30 às 20h00). Temos
também a Oficina da profª Isabel Pecim de Souza denominada: Alfabetização e Letramento na
EJA, buscando atender alunos que se encontram em um processo mais inicial da alfabetização,
nesta oficina concentram-se o público dos módulos I e II (com horário às quartas-feiras das
20h15 às 21h45 e quintas-feiras das 18h30 às 20h00).
Perguntamos também aos nossos alunos, há quanto tempo estavam afastados da escola
e 57% responderam que estavam sem estudar há mais de 5 anos. Para nós do CIEJA isso nos
20
desafia a acolhê-los de maneira apropriada, receptiva e respeitosa, que considere suas histórias,
seus saberes e suas singularidades. Para, além disso, é também evidente as dificuldades que
encontramos ao propormos linguagens diferenciadas para a aprendizagem, ao que muitas vezes,
boa parte deles, se mostram resistentes a essa nova forma de educar e aprender. Buscamos um
trabalho voltado para o diálogo e repertoriá-los por meio de múltiplas linguagens, mas ouvimos
com frequência o questionamento que só se aprende com métodos tradicionais fazendo um
resgate da escola em que viveram.
Para nós, isso revela o quanto em alguns casos, a escola regular pode apresentar um
aspecto excludente, atribuindo ao CIEJA à incumbência de acolhê-los fazendo a diferença em
sua realidade.
O gráfico também aponta que 17,4% estão fora da escola há menos de 1 ano,
evidenciando o número crescente de jovens com 15, 16 e 17 anos no CIEJA. Em Março de 2018
são 59 alunos menores matriculados em nossa Unidade Educacional. Tal dado vem alterando
consideravelmente o perfil da EJA o que nos faz buscarmos estratégias que contemplem
também os anseios desse público jovem, com linguagem diferenciada e interesses distintos.
Como exemplo, trazemos a ação ocorrida em 2017 que foi a revitalização da fachada da
escola, pensando em uma linguagem atrativa à nossa juventude, muros grafitados com temas
envolvendo a diversidade. Para esse ano de 2018, as aulas de Educação Física do profº
Eduardo Parladore, foram planejadas para o atendimento dos mais diversos interesses.
Pensando nos jovens, buscando protegê-los da vulnerabilidade e incentivá-los às práticas
esportivas e convívio socializador, foram programadas algumas aulas para as sextas-feiras no
período noturno.
É importante também lembrarmos que dentro dessa diversidade há alunos que mesmo há
muito tempo fora da escola, trazem seus conhecimentos acumulados conseguindo transpor para
a aprendizagem formal. Dessa forma, respeitamos o direito de que ele dê continuidade aos seus
21
estudos, avançando inclusive de módulo. A partir de um olhar apurado dos professores, ou até
mesmo pela manifestação do próprio aluno, oferecemos uma Prova de Reclassificação. Essa
prova é construída com o conteúdo anual, compreendendo todas as áreas do conhecimento, do
Módulo em que ele está cursando. Há questões de múltipla escolha, questões dissertativas e
produção textual. Após correção e análise da Comissão de Reclassificação, a partir de critérios
pré-estabelecidos o aluno é considerado Reclassificado para o próximo Módulo ou Não
Reclassificado, permanecendo assim no Módulo em que se encontra.
Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos alunos com as
mais diversas deficiências, atualmente temos 40 alunos matriculados e a presença da Sala de
Recursos Multifuncionais (SRM) e de um olhar apurado da Professora de Atendimento
Educacional Especializado (PAEE) configura um privilégio no cenário da educação inclusiva.
Dando continuidade ao atendimento realizado no CIEJA, neste ano, a partir da demanda
dos professores, reorganizamos os atendimentos colaborativos com a PAEE Susen Covre (que
ocorrem no horário regular de aula do aluno juntamente com o professor da classe). Os
atendimentos aos alunos no contraturno (em horário posterior ou anterior ao seu horário regular
de aula, em um trabalho especializado na SRM), bem como os horários de Articulação do
Trabalho (a professora Susen em conjunto com os professores e a coordenação pensam em
estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do aluno com deficiência) buscando incluí-lo
da melhor maneira possível.
Conforme apontado nos indicativos do perfil do professor, o grupo apresenta um aspecto
diferenciado pela avidez que demonstram na busca de qualificação, desse modo ações coletivas
qualificam o trabalho aqui realizado. É importante ressaltarmos, conforme a colocação do grupo
que neste ano o número de alunos com deficiência se concentram no
período matutino, uma vez que até o ano passado tínhamos também o
atendimento no horário vespertino.
Pensar, portanto, em ações que evidenciem uma concepção
equitativa tem sido o mote do nosso trabalho. A professora Susen
elabora estratégias que enriquecem o processo ensino aprendizagem
desenvolvendo os alunos nas suas mais diversas dimensões.
A seguir apresentamos um momento do atendimento
colaborativo, onde a proposta era de promover o reconhecimento e
identificação das letras do alfabeto aprimorando a concentração e a
memória.
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Interação com os presentes: educadores do CIEJA Santana/ Tucuruvi, alunas e alunos, estagiárias,
educadores do CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme e nossa palestrante Vera Lúcia Benedito.
Trazemos também um exemplo do
atendimento que ocorre no contraturno. Na
imagem a seguir, a professora priorizou
atividades que buscam estimular o
desenvolvimento das habilidades motoras e
percebe-se que os recursos midiáticos, têm sido
uma ferramenta bastante favorável nesse
processo.
Acreditamos ser importante também sabermos a quantidade de homens e mulheres que
estudam no CIEJA. De acordo com o gráfico 57% é formado de um público feminino e 43% de
público masculino.
No último ano trabalhamos intensamente com a conscientização do papel da mulher na
sociedade. Não ao sexismo, não à violência, não a desigualdade de direitos, sim ao feminismo
que representa e empodera as mulheres. As atividades realizadas abordaram nas mais diversas
áreas, de forma recorrente, temas que intencionaram a reflexão não só das mulheres, mas
também dos homens. Gráficos, imagens, vídeos, debates, cartazes permearam nossas
discussões. Além disso, tivemos palestra com a Professora Doutora Vera Lúcia Benedito que
veio discutir o papel da mulher negra em nossa sociedade, trazendo dados históricos que
abordam as diferentes fases da sociedade brasileira.
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Neste ano continuaremos debatendo esses assuntos no decorrer dos bimestres a partir
dos projetos que conduzirão o nosso trabalho.
Para além do questionamento sobre o sexo, sabemos que vivemos em uma sociedade
diversa e que é fulcral que todos tenham espaço para se colocar e se sentir respeitado. Desse
modo, também perguntamos aos nossos alunos com qual gênero cada qual se identifica
conforme gráfico a seguir:
Como resposta tivemos mais da metade que se identifica com o gênero feminino e nesse
leque consideramos essa identidade, como cada qual se vê independente do sexo biológico. O
mesmo ocorre com a identificação de 43,9% em relação a como os homens se reconhecem.
Como já mencionamos em nosso PPP, nossas concepções estão em toda parte, inclusive
nos cartazes que colocamos no CIEJA, respeito à diversidade e a garantia da representatividade.
Cartazes que asseguram o direito de serem chamados pelo Nome Social, quando for o caso,
bem como o acesso aos banheiros da escola.
Apostamos também em nossa formação permanente, durante o ano de 2017, estudamos,
debatemos, assistimos filmes, fizemos a leitura de textos que nos elucidavam a respeito de
algumas questões, trouxemos notícias e muito mais. Tudo isso, com o objetivo de que nossos
24
estudos reverberassem no trabalho efetivo em sala de aula. Planejamos para esse ano,
aprofundarmos ainda mais sobre esse universo.
Retomando nosso perfil do aluno, na sequência temos a declaração de cor ou raça
revelando que 37,8% dos alunos se autodeclararam pardos, 18,3% pretos e 39,1% brancos.
É válido ressaltar que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) para formar a classificação de negros (entendido aqui como categoria), é somada a
população preta à população parda tendo o percentual da autodeclaração de negros no Brasil.
Tomando essa informação como base, temos uma totalidade de 56,1% de estudantes negros no
CIEJA. Tal informação revela a importância de abordarmos temas ligados a História e a Cultura
Afro-brasileira, abordando também questões étnico-raciais e indígenas para que todos
encontrem representatividade. Tal informação pode ser observada por meio do gráfico:
Durante o ano de 2017, realizamos algumas ações no tocante à temática Étnico-Racial e
Indígena: formação em JEIF, palestras aberta à comunidade com a formadora de SME Vera
Lúcia Benedito, que nos trouxe fatos históricos que abordam as diferentes fases da sociedade
brasileira e a presença marcante dos negros para a constituição de nossa história. Influências,
qualificações, atuações em diversas áreas, inclusive no campo educacional e como isso foi
sendo apagado da história, fazendo valer apenas aspectos negativos, tudo em nome da ideia de
uma eugenia que surgiu no século XIX. A ideia geral, apoiada pela elite e pelos intelectuais da
época era da superioridade dos brancos sobre outras
raças. A profª Vera trouxe questionamentos nos
fazendo refletir ainda mais sobre o nosso papel
quanto educadores.
Profª Dra. Vera Lucia Benedito em sua palestra:
O papel da Mulher Negra na Sociedade
25
O mesmo ocorreu quando realizamos uma conversa para maior aprofundamento com o
indígena Jaime Matsés, trouxe-nos elementos da cultura do Povo Mayuruna, também conhecido
como Matsés que tem suas aldeias situadas no extremo-oeste do Amazonas, localizada na Terra
Indígena Vale do Javari, Município de Atalaia do Norte (AM), demarcado pelo Governo Federal
em 2001. Nessa conversa, alunos, professores e convidados puderam perguntar sobre as
práticas culturais, modo de vida, pensamento sobre a natureza, sua crenças e alimentos, rituais
de passagem, entre outros.
Tivemos também a Semana Cultural: Ciejando da Voz, do Canto e das Artes tendo como
temática principal a Cultura Afro.
Outra convidada que marcou presença no CIEJA foi Adriana Vasconcellos para enriquecer
um trabalho realizado pela profª Gladis com os Módulos IA e IIA da manhã, a conversa teve
como principal eixo A mulher na Cultura e na Diáspora Africana.
No decorrer desse ano, tomando como base nosso Plano Anual, intensificaremos os
debates e, consideraremos em todas as áreas do conhecimento, temáticas ligadas às questões
Jaime Matsés: conversa sobre a cultura do povo indígena Mayuruna
Adriana Vasconcellos: palestra sobre
A Mulher na Cultura e na Diáspora Africana
26
étnicoraciais e indígenas. Lembrando que esse tema obteve um alto número de votos em nossa
pesquisa para a construção de um currículo significativo, demonstrando o interesse de nossos
alunos em assuntos diretamente ligados ao racismo e ao preconceito.
Outro dado importante foi detectarmos os bairros onde residem nossos alunos, a partir do
gráfico temos a dimensão de que os alunos que compõem a nossa escola se deslocam até
mesmo de grandes distâncias em busca de seus estudos. Tivemos também uma concentração
maior nos bairros: Lauzane com 24,8%, Jardim Peri com 21,7% e Parque do Mandaqui com
10,9%.
Com esses dados em mãos nosso próximo passo deve se concentrar no mapeamento do
entorno. Irmos a campo e conhecermos os bairros que nossos alunos residem, conhecendo as
virtudes e deficiências que cada bairro oferece nos dando a dimensão da realidade em que estão
inseridos os alunos do CIEJA. Aguçando nossos sentidos, olhando para a realidade concreta,
desnaturaliza pré-conceitos daquilo que não se conhece e nos auxilia a pensarmos em um
currículo cada vez mais próximo do público que de nossa escola fazem parte.
Perguntamos também sobre a preferência religiosa: 42,2% dos alunos do CIEJA são
católicos, 39,6% são evangélicos, enquanto que 8,7% declararam não possuir religião. Essa
informação é relevante para discutirmos entre as áreas como abordarmos determinados temas,
como apresentamos as formas científicas que algumas questões perpassam sem ferirmos e/ou
confrontarmos/desrespeitarmos a pluralidade religiosa presente em cada turma, sem
27
desconsiderarmos de que a escola é laica (não sofrendo influência ou controle por parte de
nenhuma instituição religiosa).
Passando para o campo profissional, 67,4% diz exercer algum tipo de trabalho e 32,6%
afirmaram estar fora do mercado de trabalho atualmente. Pensarmos que temos a incumbência
de ofertar um currículo que desenvolva todas as dimensões e levarmos em consideração uma
educação que abarca os saberes e respeita a diversidade, é também contribuirmos para a
realização de projetos de vida e consequente construção de uma sociedade mais igualitária. Na
EJA, como aponta o gráfico, temos uma grande maioria de trabalhadores, desse modo, há de se
pensar em um currículo que também aborde temas voltados ao mundo do trabalho,
instrumentalizando os estudantes sobre seus direitos, situação sócio-histórica e suas conquistas,
transpondo o que se aprende na escola para o dia a dia.
Um dado igualmente importante é observarmos que 57,3% dos nossos alunos realizam
trabalhos mais braçais como encanador, diarista, eletricista, cabeleireiro, pedreiro, entre outros.
Há de se pensar em práticas que considere esse dado, repertoriando-os, aumentando sua
criticidade fazendo-os ler para além das linhas, instrumentalizando-os para sua vida profissional.
28
Ainda tomando como base a vida profissional, perguntamos aos nossos alunos sobre o
desejo de cursarem algum curso técnico, 74,3% manifestaram o desejo de se profissionalizarem
por meio dessa modalidade de ensino. Podemos interpretar esse dado como uma motivação em
busca de conseguir um emprego melhor. Retomando que temos por concepção uma Educação
Inclusiva e que prima à equidade, há de se considerar a multiplicidade de aprendizagens na hora
de planejarmos, e os objetivos distintos, trazendo sempre o aluno como co-autor na construção
desse currículo.
Essa construção, não pode estar desconectada dos processos de leitura, perguntamos
aos alunos se eles gostam de ler: 85,2% afirmaram ter desenvolvido o gosto pela leitura, porém
temos 14,8% que apontam não gostar de ler. Nosso desafio é o de diminuirmos cada vez mais
esse percentual de não leitores, conquistando-os, apresentando-lhes a leitura nos mais diversos
gêneros, trazendo a leitura como ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades e
competências.
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Retomando a nossa I Semana Cultural ocorrida no último ano, foram inúmeros momentos
em que a leitura ocupou lugar de destaque, trazendo autonomia, quebrando barreiras, e
incentivando nossos alunos a lerem, recitarem... encontrando sentido naquilo que se propunham.
Em relação aos gêneros preferidos, temos uma diversidade deles escolhidos pelos alunos,
o que nos remete a pensarmos em ações que continuem propiciando essa diversidade com
rodas de leitura, incentivo ao empréstimo de livros da Sala de Leitura, Saraus, entre outros.
Sobre a leitura de jornal impresso, 55,2% afirmam não possuir essa prática, sabemos que
em tempos dos avanços tecnológicos, cada vez mais esse suporte de leitura vem perdendo
espaço. Porém se considerarmos o gráfico, apenas 18,3% leem jornal pela internet enquanto que
12,6% procuram outros meios de informação. Isso se torna preocupante, porque nem sempre o
que está disponível na internet é fonte confiável, muitas vezes se pautando apenas nas
informações vinculadas nas redes sociais, fazendo-se necessário desenvolver um trabalho crítico
a respeito disso.
Na sequência os alunos nos informaram que 47,8% possuem computador em casa com
acesso à internet. É produtivo termos essa porcentagem dado que a tecnologia pode servir como
uma importante ferramenta em todas as áreas. É fundamental, investirmos em ações, não só nas
aulas de Informática e de Itinerário Formativo, mas também pensarmos em formas de trazermos
essa tecnologia como nossa aliada.
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Pensando em um processo histórico, o uso de celulares é algo recente em nossas vidas.
Atualmente as pessoas usam o celular não só para comunicação telefônica, isso fica explícito no
gráfico sendo 80,4% utilizam a internet pelo celular para acessar redes sociais, fazer pesquisas,
aprofundarem seus conhecimentos, entre outros.
Na Avaliação dos PEAs do 2° Semestre de 2017, a coordenação trouxe a tecnologia para
o grupo de professores. Em um primeiro momento, realizamos uma Roda de Conversa
procurando resgatar o que vivemos, aprendemos, compartilhamos, debatemos... por meio de um
Varal Pedagógico de nossas Memórias. Na sequência, foi apresentado ao grupo o Kahoot, um
sistema de questionários on-line, com perguntas de múltipla escolha.
31
Para o fechamento da avaliação dos PEAs, convidamos os professores a ocuparem uma
posição de autor com o preenchimento de uma breve avaliação por meio de um formulário criado
no Google Drive para esse fim.
Acreditamos ser importante o investimento na linguagem digital para que os alunos não
sejam excluídos da sociedade atual. Existe a necessidade de se fazer uma outra observação
sobre o uso do celular e da participação do aluno nas redes sociais, a habilidade leitora, se faz
uma necessidade visto que, a má interpretação de textos, provoca conflitos por vezes
desnecessários pelo simples fato do aluno não compreender as nuances de um determinado
texto como por exemplo a ironia ou o sarcasmo.
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Esse dado nos remete a uma janela que se abre com essa informação, 84% dos nossos
alunos ouvem com frequência músicas, ou seja, a música é uma poderosa ferramenta para
compor um auxílio em buscar identificação e significação para os conteúdos que apresentamos.
A música compõe o rol das expressões culturais de um povo, e elas sempre estão carregadas de
histórias, princípios e valores, já dizia Fernando Pessoa: “Toda a poesia – e canção é uma
poesia ajudada – reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a
canção dos povos alegres é triste”.
Em 2017 muitos foram os momentos em que a música ecoou pelos espaços do CIEJA, na
Semana Cultural envolvendo a todos, em uma de nossas reposições com uma Oficina ao resgate
da Música Sertaneja de Ontem e Hoje, além de materialização de trabalhos desenvolvidos pela
profa. Eliane Travassos em suas aulas.
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Já no gráfico a seguir, a relevância na informação levantada, se dá pelo fato de se apontar
a preferência do estilo de música que nossos alunos têm por hábito ouvir. Assim como cada
gênero textual tem seu público alvo e características que atraem ou repelem leitores, a música
também tem apreciadores por características que a compõem. Essas informações serão levadas
em consideração para formulação de atividades e para elaboração de propostas de eventos que
se darão no CIEJA Santana/ Tucuruvi.
O gráfico nos apresenta que 93,5% não possuem habilidades com instrumentos musicais,
tal informação nos orienta no sentido de investirmos ainda mais na linguagem musical. Uma vez
que no gráfico anterior, percebemos que a música faz parte do dia a dia de nossos alunos.
Perguntamos também o que contribuiria para a aprendizagem de nossos alunos, ao que
38,7% revelaram que as múltiplas linguagens auxiliam no processo de assimilação dos
conteúdos de forma mais significativa, entre elas atividades de diversas linguagens (música,
filmes, teatro, entre outras) . Tal dado se faz importante para que pensemos em uma escola cada
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vez mais dinâmica, participativa, trazendo as mais diversas linguagens para nossas aulas. É
importante mencionarmos que apesar de termos uma parcela do público da EJA ainda resistente
ao uso de aulas diferenciadas, cabe-nos investirmos para uma mudança de paradigma. Pois
sabemos que as linguagens acessam melhor o processo cognitivo e sensorial.
Ao serem consultados sobre quais instrumentos de avaliação os alunos consideram
importantes, 33,5% relataram que aprendem melhor com exercícios realizados em sala. Porém
24,3% trouxeram que conversa e debates torna-se significativo também como processo de
avaliação. Por meio do gráfico, percebemos que usarmos provas escritas, considerar a
participação dos nossos alunos em aula, trabalhos e pesquisas em grupo tem relevância para o
nosso público.
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É válido aqui ressaltarmos que participamos da Avaliação Externa Prova EJA Digital,
ocorrida entre 26 de junho e 7 de julho de 2017, acreditamos ser importante fazermos algumas
considerações a respeito da proposta da prova: dinâmica da aplicação, impressões tanto dos
alunos quanto de toda a equipe de educadores do CIEJA Santana/ Tucuruvi. Isso se faz
importante porque visamos o aprimoramento dessa ação, uma vez que também temos por
concepção que a avaliação deve levar em conta as especificidades de cada território, dos
sujeitos que dele fazem parte e que quando integrada, tem caráter formador, indo ao encontro da
aprendizagem e do desenvolvimento de educandos e educadores.
Diante dessa experiência, elaboramos um relatório constando pontos positivos e a serem
melhorados na Prova EJA Digital, o mesmo foi encaminhado para o Núcleo de Avaliação da
Secretaria Municipal de Educação (SME). Dentre nossos apontamentos, relatamos que os
alunos permanecem conosco 2h15min., as inconstâncias do sistema, máquinas inoperantes e
a necessidade de muitos educandos precisarem de um acompanhamento mais
individualizado, ocasionou certa ansiedade e irritabilidade, prejudicando assim a compreensão
do que estava sendo solicitado. Tivemos também uma ressalva quanto ao número de
questões, 50 exercícios de múltipla escolha foram exaustivos para grande parte de nossos
alunos, com dificuldades de aprendizagem, sem falarmos nos alunos com deficiência.
Sabemos que problemas com a rede foram inúmeros, desde falta de atualizações dos
computadores necessitando de uma instalação diária do navegador Google Chrome até a
inconsistência do sistema, ocasionando lentidão em alguns momentos e impedindo a finalização
da mesma. Porém acreditamos que toda nova proposta requer adaptações e os problemas
ocorridos tendem a ser resolvidos no decorrer do processo.
Quanto ao conteúdo da avaliação vimos que houve um cuidado com a elaboração por
meio de questões pensadas para o público da EJA. Entretanto, alguns professores levantaram
que a linguagem utilizada em algumas questões, trouxeram termos inacessíveis.
Ainda sobre esse tema, após sua aplicação, conversamos sobre como a prova estava
dividida e chegamos à conclusão de que a tentativa de separá-la por área do conhecimento
acabou fragmentando-a, não havendo intertextualidade entre as áreas o que contraria nossa
proposta no CIEJA que é a de trabalharmos de forma interdisciplinar. O PPP da nossa unidade
educacional propõe que os educadores busquem a dialogicidade, trabalhando em equipe de
forma interdisciplinar, propondo aos educandos todo um universo temático de investigação e
resolução de problemas, para que haja uma visão de totalidade.
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Sugerimos um texto disparador que possibilite que as questões aumentem gradativamente
sua complexidade.
Trazemos também para o debate a necessidade de começarmos a pensar em uma
avaliação flexibilizada para os alunos com deficiência, trazendo para a pauta a diversidade
que compreende o universo CIEJA.
Quando falamos de flexibilizações, estão para além de Fontes Ampliadas ou textos em
Braille, trazemos para a discussão o universo dos alunos com deficiência, as mais variadas,
sobretudo alunos com deficiência intelectual e a necessidade de elaborarmos provas específicas
para esse público.
Nossa proposta é a de condensar o conteúdo e trazer questões de forma mais concreta e
por que não interativa?
Diante de tudo que foi exposto no Perfil dos Alunos, fica evidente a diversidade presente
no CIEJA e a necessidade de continuarmos com um trabalho que privilegia as múltiplas
linguagens, que considera as especificidades, redimensionando nossas práticas para uma
educação integral, equânime e inclusiva.
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8. Equipe docente e seu perfil:
Como realizamos uma pesquisa que retratasse o perfil sociocultural dos alunos do CIEJA,
os docentes e equipe gestora, responderam igualmente um questionário on-line a fim de
traçarmos o nosso perfil e a partir disso, potencializarmos nossas competências para uma
educação cada vez mais inclusiva, equitativa e integral. Abaixo reproduzimos em forma de
gráficos alguns dados resultantes dessa pesquisa e delineamos algumas possibilidades de
evidenciarmos tais potencialidades para enriquecer o trabalho que fazermos aqui no CIEJA.
Perguntamos qual o principal assunto de interesse e a opção mais assinalada foi a
educação, a relevância do assunto para o grupo está inserido não apenas no cotidiano dos
afazeres na escola, ele permeia toda a vida dos educadores. E realmente esse interesse
repercute nas formações quando se percebe a parcela de contribuição que cada professor
agrega ao grupo qualificando nossas práticas. Outro aspecto são os diversos interesses
assinalados, evidenciando um posicionamento eclético do grupo e enriquecendo tanto nossas
formações, bem como nosso fazer pedagógico.
Sobre religião 27% diz não possuir religião, 33% são católicos, 16% afirmaram ser
espíritas e 16% evangélicos. Embora religião seja um assunto de fórum íntimo, o gráfico nos
aponta o fato de fazermos parte de um grupo eclético, e como a escola é um espaço laico, e
assim deva permanecer, a diversidade de opções assinaladas somente nos remete a tolerância
já exercida entre os integrantes do grupo de educadores que reverberará em ações de respeito a
todas as religiões aqui representadas no nosso quadro de alunos. Vale ressaltar que se deva
manter a neutralidade ao passar por conteúdos que abordem as questões de caráter filosófico,
cultural ou religioso.
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O grupo é formato majoritariamente por pessoas de formação de nível superior, além
disso, 52,6% possuem especialização em diversas áreas, ainda temos 10,5% que possuem
mestrado. Esse dado é revelador do perfil de toda a equipe, são pessoas comprometidas com as
demandas da educação, vivem uma busca constante de referenciais teóricos que possam
respaldar a prática pedagógica. Além disso, temos também no gráfico seguinte que trata sobre a
a formação continuada que 94,7% investiram em seu capital cultural.
Visto que os desafios para a realização do trabalho são grandes e frequentes, como por
exemplo: elevado índice de evasão escolar, presença de faixas etárias distintas, alunos com
deficiência, alunos que cumprem medidas socioeducativas, dificuldades de aprendizagem como
também alunos que trazem uma riqueza em suas vivência, faz-se necessário o investimento
permanente em nossa formação.
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Os profissionais do CIEJA revelaram que o principal motivo que os levaram a optar pela
carreira do magistério foi o de poder educar e multiplicar conhecimento, conforme o gráfico
abaixo com 42,1% das respostas. O resultado do gráfico reverbera no trabalho realizado em
nossa escola, pois temos por concepção que a educação transforma e é propulsora de
mudanças significativas tanto em nossas vidas, como na vida de nossos alunos. Como bem
retratou Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas
transformam o mundo”.
Sobre os desafios que o grupo enfrenta no trabalho 57,9% apontaram que a diversidade
presente em sala de aula, torna-se desafiadora. Desse modo, acreditamos ser importante o
investimento constante em nossas JEIFs, favorecendo uma formação que instrumentalize o
professor para um trabalho efetivo em sala de aula.
No ano passado algumas ações foram pensadas com esse objetivo, Reuniões Pedagógicas que
nos enriquecessem e trouxessem conhecimentos relevantes. Visita ao Memorial da Inclusão,
visitamos da Exposição Japan
House, fomos ao Museu da
Imigração, recebemos
convidados que aprofundaram
nossos conhecimentos a
respeito da Deficiência Visual.
Reunião Pedagógica: Museu da Imigração
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Formação em JEIF: Quando leio para além da linhas...
Formadora Maria Regina Marques Lopes da Silva, graduada em Assistência Social
e responsável pelo Projeto Palestras Inclusivas.
Reunião Pedagógica no Memorial da Inclusão
Reunião Pedagógica na Exposição Japan House
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Trazemos também que no início desse ano, vimos em um processo de construção
coletiva, buscando um trabalho integrado, interdisciplinar, escrevemos nossos PEAs em
conjunto, imprimindo nossas concepções e delineando nossas práticas para o trabalho que
desenvolveremos no decorrer do ano. Outra ação importante foi a consulta aos alunos sobre a
construção do currículo e quais temas eles gostariam que fossem aprofundados nas aulas. A
partir dos resultados construímos um Mapa Conceitual do 1º Bimestre que engloba a temática
central escolhida pelo corpo discente e amplia o leque com as contribuições de todas as áreas
do conhecimento. Dando continuidade nessa linha, estamos em construção do nosso Plano
Anual, bem como montaremos os Mapas Conceituais dos demais bimestres. A seguir colocamos
nossa construção coletiva do 1º Mapa Conceitual.
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43
Do ponto de vista legal, o grupo apontou que se sente mais preparado para trabalhar
temas ligados aos Direitos Humanos e Violência 68,4%, sobre Direitos da Criança, do
Adolescente e dos Idosos 15,8% afirmaram ter conhecimento a respeito, 10,5% se identificam
com a História e Cultura Afro-brasileira e apenas 5,3% dizem ter conhecimento para o trabalho
com a História e Cultura Indígena.
Tais demandas são essenciais para a aprendizagem de nossos alunos, desse modo no
último ano investimos em formações e palestras nos horários coletivos, sendo que todas elas
foram abertas a participação de alunos e toda a comunidade escolar. Neste ano,
intensificaremos o nosso trabalho com vistas a atender todas as demandas apontadas na
pesquisa, e corroborando com o que o grupo demonstrou no gráfico a seguir que para sua
melhoria profissional se faz necessário o investimento na Formação Permanente.
44
100% do grupo aponta que cria atividades pensando nos alunos com deficiência e/ou
com dificuldades de aprendizagem. Isso vem em consonância com nossas concepções
anteriormente apontadas. Porém, sabemos que os desafios são inúmeros, dada a diversidade
que nos deparamos. Portanto, estamos em processo constante de ação, reflexão e ação de
nossas práticas fazendo do CIEJA um espaço cada vez mais acolhedor, inclusivo e com uma
educação que privilegia a equidade.
45
9. A comunidade no CIEJA e o CIEJA na comunidade:
Quando falamos da relação da comunidade com a escola, é importante que tenhamos
troca, parcerias, trabalho em conjunto.
Neste sentido, as parcerias realizadas com a comunidade têm como meta, oferecer novas
perspectivas, transformando o espaço escolar em espaço de convívio, por meio das relações
extramuros, exemplificando, o que acontece na escola tem que refletir na comunidade e vice-
versa. Essas relações devem ser alimentadas a fim de que nossos alunos tenham acesso aos
mais diversos espaços, havendo assim um sentimento de pertencimento tanto por parte dos
alunos como da comunidade em relação à escola.
Por essa razão, ações que sinalizem e promovam maior proximidade da comunidade
com a escola são elementares, tais como: oficinas, relação com o Balneário, apropriação da
praça localizada bem próxima ao CIEJA, uma relação ativa e cada vez mais próxima com a
EMEF Comandante Gastão Moutinho, Dia da Família na Escola, Festa Junina, Fábrica de
Culturas da Vila Nova Cachoeirinha, atividades em parceria com o CEU ou oferecidas pela
SME, parceria com comerciantes do bairro e assim por diante.
No ano de 2017, muitos foram os momentos que essas parcerias aconteceram,
enriquecendo ainda mais o trabalho pedagógico e a aprendizagem de nossos alunos.
Uma das ações foi com a profª Gladis Cassapian Barbosa que realizou com seus alunos
uma Caminhada Pedagógica no entorno de
nossa escola. O objetivo desta caminhada era
ampliar o repertório territorial, a fim de que os
alunos se apropriassem cada vez mais do
espaço que nos cerca e observar in loco a
vegetação deste local, uma vez que o assunto
estava sendo desenvolvido em classe.
Neste ano, pretendemos abrir o leque
para outras atividades, intensificando e diversificando o trabalho que aqui realizamos
aproveitando o nosso entorno.
Estabelecermos diálogos com territórios vizinhos nos enriquece, nos constitui, nos
empodera! Localizados ao lado da EMEF Comandante Gastão Moutinho, no período noturno
46
utilizamos algumas salas de aula desse espaço, tendo a possibilidade de ampliarmos nosso
atendimento. Além disso, sempre que possível, o profº Eduardo Parladore, de Educação Física,
acaba usufruindo a quadra para suas aulas.
No período da manhã a turma do Módulo 2A da profª Gladis viu pelas janelas da sala,
que os alunos da EMEF estavam expondo trabalhos na quadra e ficaram curiosos para conferir
a exposição de perto. E por que
não estreitarmos os laços e
derrubarmos os muros? Afinal
como tão bem retrata Milton
Santos "o território é a base [...]
das trocas materiais e espirituais e
da vida", "[...] é o chão e mais a
população" e assim, criamos a
possibilidade desse DIÁLOGO
ENTRE OS TERRITÓRIOS: Gastão - CIEJA!
Para o ano de 2018, pretendemos estreitar ainda mais os laços entre CIEJA e Gastão,
possibilitando inclusive um intercâmbio entre alunos da EMEF/CIEJA. Teremos momentos de
Semana Cultural, Projetos desenvolvidos em nossa Unidade Educacional que poderão
contribuir para o aprendizado de todos por meio dessa parceria.
Atividades como o Dia da Família na escola que ocorrem duas vezes por ano, são
oportunidades de encontros, estreitamento de laços e sentimento de pertença. A diversidade a
animação estiveram presentes durante toda a nossa manhã e os alunos e suas famílias
marcaram presença. Houve atividades para todas as idades e gostos... informação e
esclarecimento por meio da palestra sobre o Câncer de Mama, ministrado pelas professoras
Ana Paula Marques e Gladis Cassapian Barbosa. Campeonato Esportivo com o profº Eduardo
Parladore integrando alunos de todos os turnos. O professor comentou que no início dos jogos
havia uma certa disputa entre os períodos, o que ao decorrer da manhã esse sentimento de
disputa e rivalidade foi cedendo espaço a integração e ao verdadeiro sentimento de equipe que
os jogos devem ter. Além disso, também tivemos jogos de mesa e tabuleiro, professores,
alunos e familiares se divertiram nos mais diversos atrativos disponíveis.
47
Realizamos nossa I Semana Cultural - Ciejando: da Voz, do Canto, do Movimento,
das Artes e nela pudemos aprofundar
ainda mais nossas parecerias.
Tivemos a presença de uma
garotada pra lá de antenada, crítica e
com um talento incrível: Slam
Tamandaré (da EMEF Almirante
Tamandaré)! Orientação profa. Carolina
Cortinove. Os estudantes fizeram uma
Dia da Família na Escola: diversidade e animação.
48
demonstração do que é um Slam e
pudemos vivenciar uma batalha de
poesias, com direito a jurados, notas e
vencedor. Os Slammers trouxeram
questões como política, machismo,
cultura do estupro, depressão, racismo,
entre outros temas.
Como já trouxemos, acreditamos
numa educação pra além dos muros, apostando na apropriação da territorialidade e de
encurtarmos as distâncias.
Desse modo, sempre que possível, estamos no território da EMEF Comandante Gastão
Moutinho e tivemos o privilégio de
termos a Banda do Gastão tocando pra
gente com a coordenação do Maestro
Carlos Martos. O projeto é destinado a
crianças a partir do 1º ano até o
9º ano. Trabalho lindo realizado pelo
Maestro!!!
A profa. Valeria Velosa nos
presenteou convidando o Grupo de Capoeira Guanabara que fazem parte de um bairro vizinho,
dando um show de Cultura. O Mestre Neves junto com seus discípulos trouxeram para o CIEJA
a Capoeira, o Street Dance e o Maracatu.
49
Nossa Coordenadora Pedagógica Viviane Moreiras, conseguiu oportunizar um
estreitamento com a Fábrica de Culturas Vila Nova Cachoeirinha. Foi uma alegria receber o
Grupo Atelier de Percussionistas sob a orientação de Romildo Lacerda.
Tivemos também uma Oficina de Dança com a profa. Ruth da EMEF Comandante
Gastão Moutinho, que ensinou alguns passos de Zumba e de Forró. Todo mundo entrou na
dança!!!
Mildred ou Mil, como ela mesma se apresentou, aceitou prontamente o convite da nossa
antiga Coordenadora Pedagógica, Mariângela Akepeu. Mil abordou por meio de danças e
folguedos, manifestações socioculturais da cultura afro-brasileira, segundo versa a Lei
10.639/2003. Aprender a dançar brincando (Brincar de Dançar).
50
Que prazer foi também receber Mirella Paula da EMEF Comandante Gastão Moutinho,
para ministrar uma Oficina de Turbantes. Convidada pela profa. Andreia Garcia, aceitou
prontamente o convite e nos deu uma aula sobre a história dos Turbantes, seus usos e trouxe
as últimas discussões a respeito de apropriações, segundo um artigo que ela leu, não dá pra
se falar em apropriação cultural no Brasil quando se fala de turbantes, uma vez que somos
todos "vira-latas", não havendo uma só pessoa de raça pura, que não seja fruto da
miscigenação.
Neste ano projetos para a nossa II Mostra Cultural começam a tomar corpo, ideias vão
se delineando a partir das demandas que surgiram como resultado do perfil sócio-cultural
obtido por meio de questionário online aplicado aos nossos estudantes. Bem como a partir da
consulta que fizemos aos alunos também por meio de um questionário do Google Drive, para
sabermos os temas/projetos mais significativos para que desenvolvêssemos durante esse ano
letivo.
Acreditamos que o espaço em que a escola está inserida, pertence a comunidade,
sendo lócus de apropriação. Desse modo, foram pensadas em uma revitalização desse espaço
que é meu, é seu, é nosso. Se assim o pensamos, escola é sinônimo de vida... inúmeras
histórias são delineadas a partir do momento que se ingressa em uma educação formal. Quem
nunca passou na calçada de uma escola e sentiu a energia que emana dos muros desse
espaço? Sinal tocando, pessoas saindo e entrando na troca de um turno, estudantes em
grupos, a juventude encontrando seu lugar nos rostos de meninas e meninos que se
transformam a cada dia.
51
Estar em um ambiente bem cuidado, limpo, organizado de que se orgulha ressignifica o
sentimento de pertença e os benefícios atingem a todos.
O trabalho inicial de pintura da fachada foi o princípio de sucessivas ações que
ocorreram para tornarmos esse espaço cada vez mais acolhedor. A revitalização dos espaços
educativos, precisa compreender essa diversidade presente no CIEJA, entrando na mesma
sintonia para jovens, adultos, idosos pessoas com e sem deficiência.
Desse modo, fomos em busca de uma linguagem que fosse capaz de atingir aos jovens
e derrubar preconceitos em torno do grafite. Foram mais de 20 artistas que transformaram os
muros do CIEJA num importante veículo de comunicação urbano, transmitindo mensagens de
cunho político, social, humanitário, mas sobretudo de caráter artístico.
Após a ação, alguns alunos nos procuraram para dizer que a escola tinha ficado muito
bonita e que sentiam vontade de vir em outros momentos só para tirarem fotos.
Nossas concepções impressas também nos muros da escola.
CIEJA antes da revitalização CIEJA depois da revitalização
52
A revitalização na entrada do CIEJA com mais cor e a utilização do Paisagismo por meio
de um jardim, melhoraram a estética da nossa escola tornando o ambiente muito mais
agradável. Foi um investimento nesse espaço de convívio social, lugar de encontros,
conversas, compartilhamentos e também de cunho educativo, pois aqui se aprende a respeitar
o espaço do outro. Assim como também o Espaço de Convívio, após a pintura e com a
mudança da localização da lixeira ficou ainda mais bonito, sendo utilizado pelos professores
para algumas aulas externas e também temos o privilégio de programarmos momentos
agradáveis durante nossa JEIF conforme imagens abaixo:
Compactuamos que o espaço educativo vai para além dos muros da escola. Olhar para
o entorno e se apropriar desse território é ampliar as paredes das salas de aula ou quiçá
derrubá-las. Com o intuito de que nossos alunos sejam autores e sintam cada vez mais essa
relação entre escola/ comunidade/ territorialidade/ cuidar/ pertencimento/ autoria. Aproveitando
o que o nosso entorno oferece, planejamos para esse ano, um trabalho voltado para uma
intervenção artística nos postes da rua da nossa escola. Inspirados no trabalho de Ana Tatit,
uma professora de nível superior que faz esse tipo de intervenção.
Trazer a comunidade pra dentro da escola, é também pensar em ações que promovam
essa transformação do entorno, é possibilitar sua participação. Desse modo, em 2017,
implementamos o Conselho de Classe Participativo o qual requer escuta, mas como diz
Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia (1997), trata-se de uma escuta para além
da capacidade auditiva, para nós do CIEJA, há de se ter uma escuta sensível, uma escuta
Apropriação de todos os espaços educativos.
53
atenta... para que não corramos o risco
de cairmos na armadilha de dizer que
escutamos sem ouvirmos.
Para se dar voz é preciso ter a
escuta tão necessária nas práticas
educativas. Desse modo o Conselho
de Classe Participativo vem com
esse propósito, de escuta e de
estabelecermos uma relação dialógica
entre todos que fazem parte do processo educacional: educandas e educandos, educadoras e
educadores, estagiárias, equipe gestora TODOS! Com o propósito de qualificarmos as ações
que estão dando certo e de redimensionarmos e pensarmos propositivas para o bimestre que
se inicia.
É importante registrarmos que além de realizarmos o Conselho de Classe Participativo,
também dedicamos um tempo para o Pós-Conselho, momento em que os docentes e Equipe
Gestora conversam e repensam ações de forma coletiva. Neste ano, intensificaremos esses
momentos com vistas a melhorarmos ainda mais nossas práticas pedagógicas.
Outra informação importante são as Oficinas que ocorrerão no decorrer desse ano, como já
mencionamos, e uma novidade para 2018 é a Oficina de Língua Espanhola (Instrumental)
ministrada pela profª Gladis Cassapian Barbosa.
Conselho de Classe Participativo: escuta e aprendizado.
54
10. Plano da Equipe Gestora – Nossas Concepções
Temos por concepção, que as relações desenvolvidas no dia a dia da escola devam
primar pelo respeito, pela dialogicidade, envolvendo toda a comunidade escolar que faz parte
desse processo. Viver uma gestão democrática pressupõe espaço de escuta atenta/ fala,
dividindo com todos a corresponsabilidade das ações que regem o funcionamento da Unidade
Educacional. Nesse segmento, nossa identidade vai tomando corpo, delineando essa gestão
democrática.
Compreendemos que estar no CIEJA pressupõe o convívio com a multiplicidade de
historicidades que envolvem alunas, alunos, corpo docente e todos os funcionários que desse
universo fazem parte. Desse modo, abarcamos as diferenças sociais, étnicas, culturais,
religiosas e de gênero. Tendo em vista o explicitado acima, as ações que evidenciam um
trabalho coletivo e humanista é o de propiciar um ambiente acolhedor para todos aqueles que
trabalham e que estudam em nossa escola. É também promovermos momentos de
participação em Conselhos de Escola, Conselhos de Classe Participativo, Reuniões regulares
com funcionários, Reunião de Pais e espaço aberto para sugestões e ou críticas com vistas a
melhorarmos o nosso trabalho. Uma gestão que privilegia a escuta e considera a fala do outro
para repensar e redimensionar as ações, valoriza os profissionais que fazem parte desse
espaço que é coletivo e feito por todos. Quando nos deparamos em situações de conflito que
ocorrem nas mais diversas instâncias da escola, a mediação é algo presente em nossas ações.
Tivemos como meta em 2017, promover mais autonomia dos alunos, a participação de
toda a comunidade com vistas a propiciar a reflexão e a conscientização da democracia em
nosso cotidiano, bem como a representatividade da mulher em nossa sociedade. Nosso Plano
de Metas em conjunto com as atividades desenvolvidas por meio de rodas de conversa,
exibição de filmes, palestras e debates, trouxe em pauta situações que ainda requer luta
mediante a intolerância, a violência, ao sexismo e ao machismo presentes nos dias atuais.
Porém há de se desenvolver um trabalho constante de reflexão e conscientização, de respeito
a especificidade do outro, afinal vivemos em uma sociedade. Para tal se faz necessário
promover uma cultura de cidadania e tolerância, reduzindo as manifestações de discriminação
de todas as naturezas, trazendo o conceito de coletividade para as nossas discussões.
Conceber uma educação equânime é contemplar toda essa diversidade presente no CIEJA
Santana/ Tucuruvi, esse território múltiplo, transformador, coletivo e inclusivo.
55
11. Mediando Conflitos: Vivendo e Convivendo
Como já mencionamos, no CIEJA estudam jovens, adultos e idosos, pessoas com e
deficiência. Essa diversidade em um mesmo espaço acaba, por vezes, surgindo alguns
conflitos.
O diálogo nessas situações surge como principal mediador para a solução desses
impasses, primando pelo respeito e tolerância. Buscamos ouvir os envolvidos no conflito
individualmente para que se sintam à vontade para colocar sua versão do ocorrido. Após
ouvirmos os dois lados, buscamos a solução juntamente com os envolvidos.
Em caso de reincidência, chamamos novamente para o diálogo, e realizamos o registro
da ocorrência, solicitando que tomem ciência por meio de suas assinaturas e de forma conjunta
assumam o compromisso de conviver de forma respeitosa.
No caso de alunos menores, primeiro estabelecemos um diálogo com eles, e caso seja
necessário entramos em contato com seu responsável legal para que tome conhecimento do
ocorrido.
Viver e conviver pressupõe respeito, mediação e escuta sensível, tais ações têm
contribuído para a prevenção e resolução de conflitos que surgem no CIEJA.

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CIEJA Santana/Tucuruvi Projeto Político Pedagógico 2018

  • 1. DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO JAÇANÃ / TREMEMBÉ Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos CIEJA Santana/Tucuruvi Projeto Político Pedagógico 2018
  • 2. 2 ÍNDICE 1. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ........................................................... 3 2. REGIME DE FUNCIONAMENTO ......................................................... 4 2.1. NÍVEIS DE ENSINO.............................................................................. 6 3. QUADRO DE PROFISSIONAIS DA UNIDADE..................................... 8 4. ESPAÇO FÍSICO................................................................................... 10 5. PREFÁCIO............................................................................................. 11 6. CONCEPÇÓES NOSSAS..................................................................... 15 7. ALUNOS DO CIEJA E SEU PERFIL..................................................... 18 8. EQUIPE DOCENTE E SEU PERFIL: ................................................... 37 9. A COMUNIDADE NO CIEJA E O CIEJA NA COMUNIDADE:.............. 45 10. PLANO DA EQUIPE GESTORA – NOSSAS CONCEPÇÕES.............. 54 11. MEDIANDO CONFLITOS: VIVENDO E CONVIVENDO....................... 55
  • 3. 3 CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2018 – CIEJA SANTANA/ TUCURUVI 1. Identificação da Unidade Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA Santana/Tucuruvi Diretoria Regional de Educação Jaçanã / Tremembé Rua Cel João da Silva Feijó, 34 – Parque do Mandaqui. CEP: 02422-018 Fone: 2233-2170 / 2233-0025 FORMAS DE CONTATO ON-LINE DECRETO DE CRIAÇÃO: 38.817 de 16 de Dezembro de 1999. DECRETO DE FUNCIONAMENTO: 53.676 de 28 de Dezembro de 2012. Parecer do C.M.E.: 10/2002 de 07/11/2002. E-mail: ciejasantanatucuruvi@prefeitura.sp.gov.br Blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/ Facebook: Cieja Santana Tucuruvi
  • 4. 4 2. Regime de Funcionamento O CIEJA Santana/Tucuruvi atende jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência na modalidade EJA. Somos uma escola regular da Prefeitura de São Paulo organizada em módulos (etapas) anuais sequenciais e progressivas que compreende o Ensino Fundamental. Atende maiores de 15 anos de idade, nos períodos diurno e noturno, em grupos de classe com até 20 (vinte) estudantes, de segunda à sexta-feira no período das 7h15 às 22h30, de fevereiro a dezembro com no mínimo 200 dias letivos de encontros diários de 2h15min, e complementação de carga horária com atividades de efetivo trabalho pedagógico extraclasse. Número de vagas oferecidas e nosso quadro atual: VAGAS OFERECIDAS 460 VAGAS NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 416 ALUNOS ALUNOS (AS) COM DEFICIÊNCIA 40 ALUNOS ALUNOS (AS) MENORES 59 ALUNOS Para ingressar no CIEJA é necessário realizar um cadastro em nosso blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/, de qualquer lugar que você esteja e tenha um acesso à internet ou caso encontre alguma dificuldade, basta nos procurar com comprovante de escolaridade e comprovante de endereço que os funcionários da secretaria realizarão o seu cadastro. A secretaria do CIEJA receberá sua inscrição com seus dados e entrará na lista organizada automaticamente por ordem de recebimento, assim que surgir a vaga no Módulo e horário escolhido pelo candidato, a secretaria da nossa Unidade entrará em contato para a efetivação da matrícula. A seguir, montamos um passo a passo para a realização do cadastro.
  • 5. 5 Para aqueles que não têm comprovante de escolaridade, foi pensado em uma Prova de Classificação, validando como um documento oficial para o seu acesso à escola. Essa prova foi construída pensando naqueles que estão há muito tempo afastados da escola, mas que por se tratarem de pessoas com historicidade e grandes vivências, poderão realiza-la. Dividimos a prova em 2 etapas: um preenchimento de ficha inicial com dados elementares como nome, telefone, endereço e porque o estudante decidiu retomar seus estudos; e na sequência, se o candidato realizar de forma tranquila essa etapa, passamos para a etapa seguinte que compreende situações problema, interpretação de texto, articulação de informações com o cotidiano e produção textual, envolvendo todas as áreas do conhecimento. É importante registrarmos que nossa Prova de Classificação foi construída retratando a realidade em que vivemos, situações de desigualdades, a luta dos trabalhadores formais e informais e apresentamos Carolina Maria de Jesus, muitas vezes esquecida em nossa literatura. Muitos são os alunos que nos procuram para a realização da Prova de Classificação, dentre muitas histórias, ressaltamos o exemplo de uma aluna que no momento em que realizava a prova, teve forte identificação com a história de vida da Carolina Maria de Jesus,
  • 6. 6 pois a mesma, também para seu sustento, era catadora de lixo. E nas questões apresentadas, conseguiu realizar com propriedade, uma vez que aproximou os exercícios de sua realidade. Trazendo sua experiência de vida e profissional para a resolução das atividades. Além disso, relatou o quanto ela se sentiu representada na escolha do tema da prova. Para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, a Prova de Classificação, para muitos, é uma porta de entrada e é de extrema importância que os alunos se sintam representados e que a prova, não seja encarada como uma barreira. 2.1 Níveis de ensino: Módulo I Modulo II Compreende o 1o, 2o e 3º ano do Ensino Fundamental. Compreende o 4o e 5º ano do Ensino Fundamental. Módulo III Módulo IV Compreende o 6o e 7o ano do Ensino Fundamental II. Compreende o 8o. e 9o. ano do Ciclo II do Ensino Fundamental. Os componentes curriculares contemplam as áreas de conhecimento:  Linguagens e Códigos – (Língua Portuguesa, Inglês)  Ciências da Natureza e Matemática – (Ciências e Matemática)  Ciências Humanas – (História e Geografia)  Informática,  Arte,  Educação Física. (vide Matriz Curricular abaixo).
  • 7. 7 Prefeitura do Município de São Paulo Secretaria Municipal de Educação Diretoria Regional de Educação “Jaçanã / Tremembé” Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA “Santana / Tucuruvi” Matriz Curricular Organização Curricular Ciclo I Ciclo II Total da Carga Horária BaseNacionalComum Áreas do Conhecimento Componente Curricular Módulo I – Alfabetização Módulo II – Básico Módulo III – Complementar Módulo IV - Final Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Matemática Matemática 3 2 150h 3 2 150h 2 2 120h 2 2 120h 540h Ciências da Natureza Ciências 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 360h Ciências Humanas História 2 2 180h 2 2 180h 2 2 180h 2 2 180h 720h Geografia 2 2 2 2 Linguagens e Códigos Língua Portuguesa 3 4 300h 3 4 300h 3 4 300h 3 4 300h 1200hArte 1 1 1 1 Educação Física* 2 2 2 2 Total da Base Nacional Comum 15 9 720h 15 9 720h 14 9 690h 14 9 690h 2820h Parte Diversificada Língua Estrangeira Moderna Inglês** - - - - - 1 - 30h 1 - 30h 60h Informática 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 240h Total da Parte Diversificada 2 - 60h 2 - 60h 3 - 90h 3 - 90h 300h Total da Carga Horária 17 9 26 17 9 26 17 9 26 17 9 26 780h 780h 780h 780h 3.120h Carga horária total do curso para cada módulo: 780h + 50h (socialização)= 830h x 4 módulos 3.320h Componentes curriculares tratados de forma interdisciplinar *Aulas fora do horário de funcionamento do turno **Desenvolvido integrado à Área de Linguagens e Códigos Atividades Complementares Módulos I e II Módulos III e IV Nº de horas-aula Carga Horária Nº de horas-aula Carga Horária Itinerários Formativos Informática (Qualificação Profissional) 2 60h 2 60h Oficinas de Estudos Projetos / Recuperação / Reposição 3 90h 3 90h Total 5 150h 5 150h Total Geral – 150h x 4 módulos = 600h *Atividades optativas de acordo com o Projeto Político-Pedagógico do CIEJA
  • 8. 8 3. Quadro de Profissionais do CIEJA Nome RF Cargo Escolaridade Rosana de Cássia Pinson s. da Silva 730.870.1 Auxiliar Técnico de Educação- serviço de Secretária Ensino Superior Marilene Pereira de Andrade 693.707.1 Auxiliar Técnico de Educação– serviço de secretaria Ensino Médio Janete Natalia de faria 697.443.1 Auxiliar Técnico de Educação – serviço de secretaria Ensino Médio Luzia de Fatima C. Alberto 682.416.1 Auxiliar Técnico de Educação – serviço de inspetoria Ensino Médio Terezinha de Jesus Trindade 737.190.0 Auxiliar Técnico de Educação – serviço de inspetoria Ensino Médio Marcelo do Amaral 712.756.1 Agente escolar Ensino Médio Maria José Meschke Costa 715.181.1 Agente escolar Ensino Fundamental Maria Vitoria P. Cardoso 612.770.3 Agente escolar Ensino Médio Israel da Silva Ramos 699.204.8 Agente de apoio – vigia Ensino Fundamental Nome RF Cargo Escolaridade Patricia Christiane Hypoliti 779.803.2 Coordenador Geral Especialização Valeria Tavares de V. Araújo 779.990.0 Assistente do Coord. Geral Superior Cirley Pinheiro M. Santana 782.603.6 Assistente Pedagógico e Educacional Especialização Viviane Lemos de Jesus Moreiras 780.836.4 Assistente Pedagógico e Educacional Mestrado
  • 9. 9 Nome RF Cargo Escolaridade Adriana Zenezi 824.978.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio - História Superior Andreia Garcia 779.911.0 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Arte Superior Douglas Dubisnkas Takenaka 772.196.0 Prof. de Ens. Fund. II e Médio - História Superior Eduardo Parladore Aliotti 822.004.2 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Educação Física Especialização Eliane Travassos Gonsalves Feijó 690.390.8 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Português Especialização Gladis Cassapian Barbosa 725.258.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Isabel Pecim de Souza 577.249.4 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Kasim Mustapha Mourad 574.802.0 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Ciências Superior Larissa Patricio Campos de Oliveira 811.230.4 Prof. de Ens. Fund. II e Médio - História Especialização Maria Batista Morais Xavier 730.308.4 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Inglês Especialização Rebeca Agnello Ribeiro 840.728.2 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Superior Ricardo José Pellegrini 808.513.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Matemática Especialização Susen Covre Franzini 794.677.5 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Valéria Pereira Velosa 750.927.8 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Português Mestrado Vanderlei de Lima França 668.122.1 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Matemática Especialização
  • 10. 10 4. Espaço Físico Piso Térreo  Secretaria  02 Salas de aula  Sala de Recursos Multifuncionais - SRM  Sala de leitura / Multimídias  Depósito de Merenda  Banheiros feminino e masculino - funcionários  Depósito de merenda  Cozinha  Depósito de Materiais diversos  Cantinhos de Leitura Piso Superior  Sala da Equipe Gestora  02 Salas de aula  Sala dos Professores  Banheiros feminino e masculino discente  Laboratório de Informática
  • 11. 11 5. Prefácio Projeto Político Pedagógico (PPP) o que traduz esse nome? Pensamos ser um esforço coletivo de planejamento e ações concretas para o alcance de metas de aprendizagem e desenvolvimento que trilharão nosso percurso durante todo o ano de 2018. Muito já caminhamos e construímos nesse trajeto, porém como escola é movimento e plural, nosso Projeto necessariamente deve acompanhar essa dinâmica, sendo flexível e cumprindo a sua função que é dar vida ao que acontece na escola. Escrever o PPP de forma coletiva, envolvendo alunas e alunos, pais, comunidade, equipe docente, funcionários e equipe gestora, é também um movimento Político, ao considerarmos a escola como espaço de construção de saberes, formando cidadãos conscientes, que atuam na sociedade, provocando mudanças, alterando os rumos de nossa história, além de caracterizar uma ação coletiva. É também Pedagógico porque nos conduz, trazendo propostas, atividades e projetos educativos tão necessários para o processo de ensino e aprendizagem. Por essa razão é tão importante a participação de todos nesse percurso garantindo a riqueza da pluralidade presente no CIEJA e ao mesmo tempo considerando a singularidade da nossa realidade. Tudo isso, revela a identidade do CIEJA Santana/ Tucuruvi, nossas concepções estão explicitadas no nosso fazer e agir, envolvendo desde o atendimento que se faz na entrada da escola, aos cartazes informativos espalhados pelos corredores, na relação entre os alunos e professores, funcionários e equipe gestora, bem como até o trabalho desenvolvido em sala de aula. Atendendo jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência é uma marca do trabalho do CIEJA, contemplando as mais diversas histórias de vida e apostando em uma educação que considera essa diversidade. O PPP é um documento escrito com a participação de todos, podendo ser repensado a cada momento do nosso percurso, por isso que é tão importante que ele NÃO SEJA um documento engessado, inflexível. É necessário também explicarmos que o anexo da Portaria SME 5941/13 traz recomendações importantes para a composição do PPP, em seu Art. 30 contendo as seguintes
  • 12. 12 informações - “o Projeto Político Pedagógico deve conter: Estudo diagnóstico da comunidade e do espaço onde está inserida a Unidade Educacional” revelando: “Perfil sociocultural [...], dos jovens e adultos matriculados [...]”; “Perfil sociocultural da equipe de profissionais e a indicação de como potencializar os saberes da equipe para a melhoria das condições de atendimento à comunidade escolar”; “Mapeamento dos equipamentos de saúde, esporte, lazer e cultura da região e a indicação da articulação das ações dos mesmos com a Unidade Educacional”. Partindo das discussões acerca do PPP e do disposto no fragmento da portaria citada, disponibilizamos em fevereiro desse ano, um questionário on-line com o objetivo de conhecer o perfil dos nossos alunos. Sabemos que o CIEJA é lugar de diversidade, onde jovens, adultos, idosos, pessoas com e sem deficiência estudam, se encontram, compartilham, divergem, crescem... Desse modo, fizemos um convite aos estudantes: “Você aluna e aluno do CIEJA nos ajudará a repensarmos nossa prática e delinearmos novas possibilidades de trabalho”. Para se ter uma visão geral de como o questionário foi elaborado basta clicar no link abaixo para ter acesso às questões: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdHdOE9vogOJ2pim4EV4T4PLDIR1rMRssA4zEzBtK92rDcTFg/viewform?usp=sf_link Também traçamos o perfil dos professores do CIEJA e equipe por meio de um questionário semelhante ao de cima. Ao corpo docente fizemos o seguinte convite: “Professoras e Professores, desde o dia 01 de Fevereiro, vimos em um exercício coletivo de debatermos, colocarmos nossas ideias a respeito da escola que queremos, e pensarmos possíveis caminhos para isso. Concepções, projetos e planejamentos são o que compõem o nosso PPP. Desse modo, para termos elementos mais fidedignos do perfil de toda a equipe, elaboramos esse formulário no Google Drive para que vocês respondam enriquecendo ainda mais o nosso registro”.
  • 13. 13 Você também pode ter acesso às questões elaboradas clicando no link abaixo: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdAV9gWndqj6cg-PDPng2Hn9hgxNUEe2BYOFgZFvEEGCsxdfg/viewform?usp=sf_link Conforme já mencionamos, a escola se faz pelas mãos de todos, aqui no CIEJA, a cada ano trabalhamos alguns temas com mais profundidade, e neste ano, conversando com todo o grupo, acreditamos ser importante, consultarmos os alunos sobre a construção desse currículo. Do mesmo modo como elaboramos os questionários online, fizemos o mesmo para sabermos o que os estudantes do CIEJA Santana/ Tucuruvi têm urgência em se aprofundar. E trouxemos o seguinte texto explicativo no formulário: “Estamos em fase de planejamento e construção de um Currículo que seja significativo para TODOS: Estudantes, Educadores e toda a Equipe Escolar. Desse modo queremos saber de você aluna e aluno do CIEJA, quais temas você gostaria de estudar neste ano de 2018. Elencamos 6 grandes temas a saber: Saúde, Arte, Política, Relações Sociais, Economia e Esportes. Dentro de cada item há alternativas para nos aprofundarmos, você deverá escolher dentro de cada tema, até 2 itens”. Para acesso as questões você já sabe, clique no link abaixo: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSck49W1b0AK8u31rvT1c4LtKvKioqE9dB4IUvj5aGFRw7Zy6A/viewform?usp=sf_link
  • 14. 14 Como resultado dessa consulta, obtivemos as seguintes respostas: SAÚDE Meio ambiente = 49,1% Higiene Pessoal = 38,9% ESPORTES Auto-rendimento e Saúde = 38,9% Violência nos Esportes = 37,1% POLÍTICA Sociedade = 52,3% Democracia = 46,3% ECONOMIA Economia Doméstica = 57,1% Reformas = 50,3% RELAÇÕES SOCIAIS Preconceito = 41,7% Racismo = 38,9% ARTE Arte urbana e contemporânea = 63,4% Apropriação dos espaços culturais = 61,1% Dada à relevância dos temas abordados e o posicionamento dos alunos em sua votação, organizaremos o nosso trabalho neste ano com a seguinte divisão entre os bimestres: 1° Bimestre – Saúde e Meio Ambiente 2º Bimestre – Esportes: Auto-rendimento e Violência nos Esportes 3º Bimestre – Política: Sociedade e Democracia Economia Doméstica e Reformas 4º Bimestre – Arte em suas múltiplas linguagens Relações Sociais: Preconceito e Racismo Convidamos a todos a mergulharem conosco nesse processo, a lerem o nosso PPP e conhecerem nossas ideias, projetos, concepções que delinearão nosso ano letivo de 2018.
  • 15. 15 6. Concepções nossas No início desse ano, discutimos com os docentes e funcionários qual a situação da sociedade contemporânea e qual o nosso papel nessa história. Os professores comentaram que vivemos em um momento de alguns retrocessos e conservadorismos, bem como intolerância mediante os mais diversos assuntos. Porém, é inegável o quanto todo o processo histórico de lutas desencadeou em conquistas, um exemplo disso é a participação da mulher em nossa sociedade. Temos consciência de que a luta ainda não acabou, pois ainda sofremos com o sexismo (discriminação fundamentada no sexo), violência física e psicológica ligada à mulher, estereótipos, disparidades no Mercado de Trabalho entre outros. Durante nosso debate vários temas foram sendo retomados e os docentes trouxeram exemplos sobre a questão do acesso e permanência na escola. Há não muito tempo, eram poucos aqueles que tinham o direito de ingressar na escola e quando conseguiam, eram engolidos por um sistema de exclusão, hoje o acesso passou pela universalização, mas ainda assim temos um grande desafio que é a permanência desses estudantes na escola, evitando a evasão. Isso é uma preocupação para nós do CIEJA Santana/ Tucuruvi, fazemos levantamentos bimestrais dos alunos que têm um número elevado de faltas, os professores pedem para que cada estudante tome ciência de suas faltas e junto com a coordenação, oferecemos um plano de compensação de ausências no contraturno, bem como a possibilidade dessas faltas serem compensadas nas mais diversas Oficinas oferecidas em nossa escola. Quando se trata de alunos menores de idade, além desse procedimento, também entramos em contato com a família, solicitando sua presença na escola para cientificá-la das faltas para que juntos, pensemos em possibilidades para que esse problema seja sanado. Discutimos também sobre as desigualdades presentes em nossa sociedade e que nem todos têm as mesmas oportunidades, sabemos que o ponto de largada não é o mesmo e que as classes sociais estão postas em nossa realidade, na maioria das vezes demarcando lugares. E qual o nosso papel diante disso? Os docentes trouxeram que temos a responsabilidade de instrumentalizar os nossos alunos. Pensar em um currículo que seja significativo e possa ser usado tanto em seu dia a dia, como em sua vida profissional. Sempre se fala que o papel da escola é formar estudantes críticos e autônomos e nós acreditamos que quando desenvolvemos um trabalho significativo, damos repertório para que nossos alunos para além de ter informações que hoje em dia é facilmente encontrada na internet, nos meios de comunicação, e entre outros, consiga articulá-la com sua realidade, possibilitando mudanças em sua vida pessoal, em sua comunidade, em sua vida profissional, em sua cidade, em seu país.
  • 16. 16 Nos primeiros meses de 2018, a Prefeitura de São Paulo, elaborou um documento chamado Currículo da Cidade preparado a muitas mãos pelos profissionais de nossa Rede ao longo do ano de 2017. Nele temos discussões a respeito dos objetivos essenciais que visam ao desenvolvimento integral dos estudantes. O Currículo da Cidade traz três conceitos orientadores, entre eles: Educação Integral, Equidade e Educação Inclusiva. Nesse ponto, debatemos sobre a integralidade da educação, para além da dimensão intelectual e cultural, também somos responsáveis pelo desenvolvimento emocional. Um professor de Ciências Humanas que compreende as disciplinas de História e Geografia, como poderia fazer intervenções na dimensão emocional de seus alunos? Chegamos a conclusão de que quando ensinamos o processo histórico, quando possibilitamos que os estudantes sejam capazes de ler nas entrelinhas, questionar, ir em busca de conhecimento, em uma situação de conflito, por exemplo, ao invés dele partir para agressão, possivelmente seguirá o caminho do diálogo, argumentando criticamente, para nós, isso faz parte de uma educação integral que abarca todas as dimensões. Nos dois primeiros dias de fevereiro, durante a Reunião de Organização e Planejamento, pedimos aos professores que pensassem como seria a Escola que Queremos. Cada um deveria começar a escrever suas concepções, demos início a atividade quando em poucos minutos receberam outra comanda. Todos tinham que repassar a folha de onde havia parado para que o colega continuasse a escrever dando prosseguimento ao que o primeiro havia escrito. Fomos questionadas nesse momento: “mas agora não será mais a minha concepção, pois não consegui terminar, e se outra pessoa der continuidade deixou de ser minha ideia sobre a pergunta inicial –
  • 17. 17 A Escola que Queremos”. O nosso objetivo era justamente esse, pois uma vez que fazemos parte da instituição Escola, o nosso individual se torna coletivo e nossas concepções partilhadas devem ser debatidas para que cheguemos a um plano, uma meta, todos juntos buscando o mesmo ideal. Como mencionamos no início do nosso PPP, ele é um documento feito por todos, por assim ser, os funcionários da Equipe de Apoio, também tiveram o seu momento de pensar e se colocar sobre o papel da escola, tivemos falas de extrema importância ao dizerem que Escola é espaço para formar cidadãos mais críticos e conhecedores das leis e de seus direitos e deveres; onde devemos tratar a comunidade com acolhimento e respeito, além disso, também colocaram que o CIEJA pode colaborar com a sociedade e a comunidade local. Essa reflexão coletiva inspirou a Coordenadora Pedagógica que criou o poema abaixo a partir da escrita e reflexões dos professores e funcionários: A escola que queremos CIEJA Lugar de acolhimento e oportunidades... Espaço de escuta e olhar atento às multiplicidades EJA De tantas histórias, lugar onde o aluno aprende e ensina Espaço onde se considera memórias e trajetórias Que humaniza respeitando as individualidades Território onde se eleva a autoestima, cria e recria Sempre em busca de ações que diminuam injustiças e desigualdades SEJA A escola que queremos Onde todos encontrem representatividade Uma escola que fomente o pensamento crítico Que acolha a diversidade A escola que queremos É muito mais do que ambientes e tempos rígidos e definidos O conhecimento que aqui se compartilha, Ultrapassa os muros, chega às ruas E transforma vidas. Viviane Moreiras
  • 18. 18 7. Alunos do CIEJA e seu perfil: Em Fevereiro/Março de 2018, aplicamos um questionário on-line, a fim de coletarmos dados sobre o perfil sociocultural dos nossos alunos. Tais dados tem por objetivo repensarmos nossa prática e delineamos novas possibilidades. A seguir, apresentamos um recorte dessa pesquisa e algumas propositivas pensadas a partir da mesma. Acreditamos que as razões que levam as pessoas a retornarem aos estudos são as mais diversas, motivados por questões profissionais, sociais, pessoais, etc. De acordo com o gráfico a seguir, indica que 35,5% procurou o CIEJA com o desejo eminente de aprender a ler e a escrever. É importante ressaltarmos que esse dado é relevante para o nosso trabalho, uma vez que há alunos que serão matriculados nos mais diversos módulos, a partir de uma documentação escolar apresentada, porém, nem todos possuem o domínio da leitura e escrita. Se assim o é, no CIEJA temos que ir em busca de garantirmos esse direito com ações que viabilizem e efetivem o atendimento dessa necessidade. É relevante mencionarmos que nossas formações no horário coletivo (JEIFs) têm a intencionalidade de aprimorarmos nossas práticas considerando essa diversidade. Para tanto, temos dois Projetos Especiais de Ação (PEAs), o primeiro que ocorre às segundas-feiras, das 12h30 às 15h30 é voltado para a busca de um currículo significativo e a construção de práticas que atendam as necessidades de nossos alunos:
  • 19. 19  PEA 1 - Currículo: Práticas Inovadoras para aprendizagem no CIEJA Tendo em vista as especificidades e a pluralidade do perfil dos estudantes do CIEJA, que atende jovens, adultos afastados a muito tempo da escola, idosos, pessoas com deficiência, entre outros, urge problematizar e reelaborar as práticas pedagógicas desenvolvidas nesse segmento. Esse público, muitas vezes, apresenta múltiplas e diversas dificuldades de aprendizagem e convive no mesmo ambiente de ensino e socialização, sem que haja um currículo orientado para abarcar essa diversidade de alunos e de suas necessidades educacionais. Para se chegar a um currículo inovador e significativo, deve-se partir da observação atenta e minuciosa do perfil dos alunos do CIEJA, das suas demandas sociais e expectativas de vida. A partir daí, considerando-se as especificidades de cada disciplina e o conhecimento interdisciplinar, os professores podem repensar a importância dos conteúdos curriculares e a maneira de abordá-los em sala de aula. O segundo ocorre às quartas-feiras, das 14h30 às 17h30 e tem um olhar voltado para a compreensão da equidade, atravessado pela interdisciplinaridade.  PEA 2 - Um Olhar Interdisciplinar sobre a Equidade Em consonância com o Currículo da Cidade visa investigar e implantar o conceito de equidade, ou seja, fortalecer políticas explicitando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, garantindo as condições necessárias a fim de assegurá-los a todos os estudantes, independente da sua realidade socioeconômica, cultural, étnico-racial ou geográfica. Compreender as especificidades dos alunos, considerando os diferentes estágios de aprendizagem e os diferentes estilos cognitivos, visando à melhoria do processo de ensino aprendizagem. Além disso, também é oferecido nos horários de contraturno Oficinas ligadas a leitura e escrita. Com o intuito de propiciar um suporte aos alunos que apresentam dificuldades temos a Oficina da profª Adriana Zenezi denominada: Ler e Escrever com Arte – A utilização das linguagens artísticas da América Latina para desenvolver e aprimorar as competências leitora e escritora na EJA (ocorrendo às segundas-feiras e quartas-feiras das 18h30 às 20h00). Temos também a Oficina da profª Isabel Pecim de Souza denominada: Alfabetização e Letramento na EJA, buscando atender alunos que se encontram em um processo mais inicial da alfabetização, nesta oficina concentram-se o público dos módulos I e II (com horário às quartas-feiras das 20h15 às 21h45 e quintas-feiras das 18h30 às 20h00). Perguntamos também aos nossos alunos, há quanto tempo estavam afastados da escola e 57% responderam que estavam sem estudar há mais de 5 anos. Para nós do CIEJA isso nos
  • 20. 20 desafia a acolhê-los de maneira apropriada, receptiva e respeitosa, que considere suas histórias, seus saberes e suas singularidades. Para, além disso, é também evidente as dificuldades que encontramos ao propormos linguagens diferenciadas para a aprendizagem, ao que muitas vezes, boa parte deles, se mostram resistentes a essa nova forma de educar e aprender. Buscamos um trabalho voltado para o diálogo e repertoriá-los por meio de múltiplas linguagens, mas ouvimos com frequência o questionamento que só se aprende com métodos tradicionais fazendo um resgate da escola em que viveram. Para nós, isso revela o quanto em alguns casos, a escola regular pode apresentar um aspecto excludente, atribuindo ao CIEJA à incumbência de acolhê-los fazendo a diferença em sua realidade. O gráfico também aponta que 17,4% estão fora da escola há menos de 1 ano, evidenciando o número crescente de jovens com 15, 16 e 17 anos no CIEJA. Em Março de 2018 são 59 alunos menores matriculados em nossa Unidade Educacional. Tal dado vem alterando consideravelmente o perfil da EJA o que nos faz buscarmos estratégias que contemplem também os anseios desse público jovem, com linguagem diferenciada e interesses distintos. Como exemplo, trazemos a ação ocorrida em 2017 que foi a revitalização da fachada da escola, pensando em uma linguagem atrativa à nossa juventude, muros grafitados com temas envolvendo a diversidade. Para esse ano de 2018, as aulas de Educação Física do profº Eduardo Parladore, foram planejadas para o atendimento dos mais diversos interesses. Pensando nos jovens, buscando protegê-los da vulnerabilidade e incentivá-los às práticas esportivas e convívio socializador, foram programadas algumas aulas para as sextas-feiras no período noturno. É importante também lembrarmos que dentro dessa diversidade há alunos que mesmo há muito tempo fora da escola, trazem seus conhecimentos acumulados conseguindo transpor para a aprendizagem formal. Dessa forma, respeitamos o direito de que ele dê continuidade aos seus
  • 21. 21 estudos, avançando inclusive de módulo. A partir de um olhar apurado dos professores, ou até mesmo pela manifestação do próprio aluno, oferecemos uma Prova de Reclassificação. Essa prova é construída com o conteúdo anual, compreendendo todas as áreas do conhecimento, do Módulo em que ele está cursando. Há questões de múltipla escolha, questões dissertativas e produção textual. Após correção e análise da Comissão de Reclassificação, a partir de critérios pré-estabelecidos o aluno é considerado Reclassificado para o próximo Módulo ou Não Reclassificado, permanecendo assim no Módulo em que se encontra. Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos alunos com as mais diversas deficiências, atualmente temos 40 alunos matriculados e a presença da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) e de um olhar apurado da Professora de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) configura um privilégio no cenário da educação inclusiva. Dando continuidade ao atendimento realizado no CIEJA, neste ano, a partir da demanda dos professores, reorganizamos os atendimentos colaborativos com a PAEE Susen Covre (que ocorrem no horário regular de aula do aluno juntamente com o professor da classe). Os atendimentos aos alunos no contraturno (em horário posterior ou anterior ao seu horário regular de aula, em um trabalho especializado na SRM), bem como os horários de Articulação do Trabalho (a professora Susen em conjunto com os professores e a coordenação pensam em estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do aluno com deficiência) buscando incluí-lo da melhor maneira possível. Conforme apontado nos indicativos do perfil do professor, o grupo apresenta um aspecto diferenciado pela avidez que demonstram na busca de qualificação, desse modo ações coletivas qualificam o trabalho aqui realizado. É importante ressaltarmos, conforme a colocação do grupo que neste ano o número de alunos com deficiência se concentram no período matutino, uma vez que até o ano passado tínhamos também o atendimento no horário vespertino. Pensar, portanto, em ações que evidenciem uma concepção equitativa tem sido o mote do nosso trabalho. A professora Susen elabora estratégias que enriquecem o processo ensino aprendizagem desenvolvendo os alunos nas suas mais diversas dimensões. A seguir apresentamos um momento do atendimento colaborativo, onde a proposta era de promover o reconhecimento e identificação das letras do alfabeto aprimorando a concentração e a memória.
  • 22. 22 Interação com os presentes: educadores do CIEJA Santana/ Tucuruvi, alunas e alunos, estagiárias, educadores do CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme e nossa palestrante Vera Lúcia Benedito. Trazemos também um exemplo do atendimento que ocorre no contraturno. Na imagem a seguir, a professora priorizou atividades que buscam estimular o desenvolvimento das habilidades motoras e percebe-se que os recursos midiáticos, têm sido uma ferramenta bastante favorável nesse processo. Acreditamos ser importante também sabermos a quantidade de homens e mulheres que estudam no CIEJA. De acordo com o gráfico 57% é formado de um público feminino e 43% de público masculino. No último ano trabalhamos intensamente com a conscientização do papel da mulher na sociedade. Não ao sexismo, não à violência, não a desigualdade de direitos, sim ao feminismo que representa e empodera as mulheres. As atividades realizadas abordaram nas mais diversas áreas, de forma recorrente, temas que intencionaram a reflexão não só das mulheres, mas também dos homens. Gráficos, imagens, vídeos, debates, cartazes permearam nossas discussões. Além disso, tivemos palestra com a Professora Doutora Vera Lúcia Benedito que veio discutir o papel da mulher negra em nossa sociedade, trazendo dados históricos que abordam as diferentes fases da sociedade brasileira.
  • 23. 23 Neste ano continuaremos debatendo esses assuntos no decorrer dos bimestres a partir dos projetos que conduzirão o nosso trabalho. Para além do questionamento sobre o sexo, sabemos que vivemos em uma sociedade diversa e que é fulcral que todos tenham espaço para se colocar e se sentir respeitado. Desse modo, também perguntamos aos nossos alunos com qual gênero cada qual se identifica conforme gráfico a seguir: Como resposta tivemos mais da metade que se identifica com o gênero feminino e nesse leque consideramos essa identidade, como cada qual se vê independente do sexo biológico. O mesmo ocorre com a identificação de 43,9% em relação a como os homens se reconhecem. Como já mencionamos em nosso PPP, nossas concepções estão em toda parte, inclusive nos cartazes que colocamos no CIEJA, respeito à diversidade e a garantia da representatividade. Cartazes que asseguram o direito de serem chamados pelo Nome Social, quando for o caso, bem como o acesso aos banheiros da escola. Apostamos também em nossa formação permanente, durante o ano de 2017, estudamos, debatemos, assistimos filmes, fizemos a leitura de textos que nos elucidavam a respeito de algumas questões, trouxemos notícias e muito mais. Tudo isso, com o objetivo de que nossos
  • 24. 24 estudos reverberassem no trabalho efetivo em sala de aula. Planejamos para esse ano, aprofundarmos ainda mais sobre esse universo. Retomando nosso perfil do aluno, na sequência temos a declaração de cor ou raça revelando que 37,8% dos alunos se autodeclararam pardos, 18,3% pretos e 39,1% brancos. É válido ressaltar que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para formar a classificação de negros (entendido aqui como categoria), é somada a população preta à população parda tendo o percentual da autodeclaração de negros no Brasil. Tomando essa informação como base, temos uma totalidade de 56,1% de estudantes negros no CIEJA. Tal informação revela a importância de abordarmos temas ligados a História e a Cultura Afro-brasileira, abordando também questões étnico-raciais e indígenas para que todos encontrem representatividade. Tal informação pode ser observada por meio do gráfico: Durante o ano de 2017, realizamos algumas ações no tocante à temática Étnico-Racial e Indígena: formação em JEIF, palestras aberta à comunidade com a formadora de SME Vera Lúcia Benedito, que nos trouxe fatos históricos que abordam as diferentes fases da sociedade brasileira e a presença marcante dos negros para a constituição de nossa história. Influências, qualificações, atuações em diversas áreas, inclusive no campo educacional e como isso foi sendo apagado da história, fazendo valer apenas aspectos negativos, tudo em nome da ideia de uma eugenia que surgiu no século XIX. A ideia geral, apoiada pela elite e pelos intelectuais da época era da superioridade dos brancos sobre outras raças. A profª Vera trouxe questionamentos nos fazendo refletir ainda mais sobre o nosso papel quanto educadores. Profª Dra. Vera Lucia Benedito em sua palestra: O papel da Mulher Negra na Sociedade
  • 25. 25 O mesmo ocorreu quando realizamos uma conversa para maior aprofundamento com o indígena Jaime Matsés, trouxe-nos elementos da cultura do Povo Mayuruna, também conhecido como Matsés que tem suas aldeias situadas no extremo-oeste do Amazonas, localizada na Terra Indígena Vale do Javari, Município de Atalaia do Norte (AM), demarcado pelo Governo Federal em 2001. Nessa conversa, alunos, professores e convidados puderam perguntar sobre as práticas culturais, modo de vida, pensamento sobre a natureza, sua crenças e alimentos, rituais de passagem, entre outros. Tivemos também a Semana Cultural: Ciejando da Voz, do Canto e das Artes tendo como temática principal a Cultura Afro. Outra convidada que marcou presença no CIEJA foi Adriana Vasconcellos para enriquecer um trabalho realizado pela profª Gladis com os Módulos IA e IIA da manhã, a conversa teve como principal eixo A mulher na Cultura e na Diáspora Africana. No decorrer desse ano, tomando como base nosso Plano Anual, intensificaremos os debates e, consideraremos em todas as áreas do conhecimento, temáticas ligadas às questões Jaime Matsés: conversa sobre a cultura do povo indígena Mayuruna Adriana Vasconcellos: palestra sobre A Mulher na Cultura e na Diáspora Africana
  • 26. 26 étnicoraciais e indígenas. Lembrando que esse tema obteve um alto número de votos em nossa pesquisa para a construção de um currículo significativo, demonstrando o interesse de nossos alunos em assuntos diretamente ligados ao racismo e ao preconceito. Outro dado importante foi detectarmos os bairros onde residem nossos alunos, a partir do gráfico temos a dimensão de que os alunos que compõem a nossa escola se deslocam até mesmo de grandes distâncias em busca de seus estudos. Tivemos também uma concentração maior nos bairros: Lauzane com 24,8%, Jardim Peri com 21,7% e Parque do Mandaqui com 10,9%. Com esses dados em mãos nosso próximo passo deve se concentrar no mapeamento do entorno. Irmos a campo e conhecermos os bairros que nossos alunos residem, conhecendo as virtudes e deficiências que cada bairro oferece nos dando a dimensão da realidade em que estão inseridos os alunos do CIEJA. Aguçando nossos sentidos, olhando para a realidade concreta, desnaturaliza pré-conceitos daquilo que não se conhece e nos auxilia a pensarmos em um currículo cada vez mais próximo do público que de nossa escola fazem parte. Perguntamos também sobre a preferência religiosa: 42,2% dos alunos do CIEJA são católicos, 39,6% são evangélicos, enquanto que 8,7% declararam não possuir religião. Essa informação é relevante para discutirmos entre as áreas como abordarmos determinados temas, como apresentamos as formas científicas que algumas questões perpassam sem ferirmos e/ou confrontarmos/desrespeitarmos a pluralidade religiosa presente em cada turma, sem
  • 27. 27 desconsiderarmos de que a escola é laica (não sofrendo influência ou controle por parte de nenhuma instituição religiosa). Passando para o campo profissional, 67,4% diz exercer algum tipo de trabalho e 32,6% afirmaram estar fora do mercado de trabalho atualmente. Pensarmos que temos a incumbência de ofertar um currículo que desenvolva todas as dimensões e levarmos em consideração uma educação que abarca os saberes e respeita a diversidade, é também contribuirmos para a realização de projetos de vida e consequente construção de uma sociedade mais igualitária. Na EJA, como aponta o gráfico, temos uma grande maioria de trabalhadores, desse modo, há de se pensar em um currículo que também aborde temas voltados ao mundo do trabalho, instrumentalizando os estudantes sobre seus direitos, situação sócio-histórica e suas conquistas, transpondo o que se aprende na escola para o dia a dia. Um dado igualmente importante é observarmos que 57,3% dos nossos alunos realizam trabalhos mais braçais como encanador, diarista, eletricista, cabeleireiro, pedreiro, entre outros. Há de se pensar em práticas que considere esse dado, repertoriando-os, aumentando sua criticidade fazendo-os ler para além das linhas, instrumentalizando-os para sua vida profissional.
  • 28. 28 Ainda tomando como base a vida profissional, perguntamos aos nossos alunos sobre o desejo de cursarem algum curso técnico, 74,3% manifestaram o desejo de se profissionalizarem por meio dessa modalidade de ensino. Podemos interpretar esse dado como uma motivação em busca de conseguir um emprego melhor. Retomando que temos por concepção uma Educação Inclusiva e que prima à equidade, há de se considerar a multiplicidade de aprendizagens na hora de planejarmos, e os objetivos distintos, trazendo sempre o aluno como co-autor na construção desse currículo. Essa construção, não pode estar desconectada dos processos de leitura, perguntamos aos alunos se eles gostam de ler: 85,2% afirmaram ter desenvolvido o gosto pela leitura, porém temos 14,8% que apontam não gostar de ler. Nosso desafio é o de diminuirmos cada vez mais esse percentual de não leitores, conquistando-os, apresentando-lhes a leitura nos mais diversos gêneros, trazendo a leitura como ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades e competências.
  • 29. 29 Retomando a nossa I Semana Cultural ocorrida no último ano, foram inúmeros momentos em que a leitura ocupou lugar de destaque, trazendo autonomia, quebrando barreiras, e incentivando nossos alunos a lerem, recitarem... encontrando sentido naquilo que se propunham. Em relação aos gêneros preferidos, temos uma diversidade deles escolhidos pelos alunos, o que nos remete a pensarmos em ações que continuem propiciando essa diversidade com rodas de leitura, incentivo ao empréstimo de livros da Sala de Leitura, Saraus, entre outros. Sobre a leitura de jornal impresso, 55,2% afirmam não possuir essa prática, sabemos que em tempos dos avanços tecnológicos, cada vez mais esse suporte de leitura vem perdendo espaço. Porém se considerarmos o gráfico, apenas 18,3% leem jornal pela internet enquanto que 12,6% procuram outros meios de informação. Isso se torna preocupante, porque nem sempre o que está disponível na internet é fonte confiável, muitas vezes se pautando apenas nas informações vinculadas nas redes sociais, fazendo-se necessário desenvolver um trabalho crítico a respeito disso. Na sequência os alunos nos informaram que 47,8% possuem computador em casa com acesso à internet. É produtivo termos essa porcentagem dado que a tecnologia pode servir como uma importante ferramenta em todas as áreas. É fundamental, investirmos em ações, não só nas aulas de Informática e de Itinerário Formativo, mas também pensarmos em formas de trazermos essa tecnologia como nossa aliada.
  • 30. 30 Pensando em um processo histórico, o uso de celulares é algo recente em nossas vidas. Atualmente as pessoas usam o celular não só para comunicação telefônica, isso fica explícito no gráfico sendo 80,4% utilizam a internet pelo celular para acessar redes sociais, fazer pesquisas, aprofundarem seus conhecimentos, entre outros. Na Avaliação dos PEAs do 2° Semestre de 2017, a coordenação trouxe a tecnologia para o grupo de professores. Em um primeiro momento, realizamos uma Roda de Conversa procurando resgatar o que vivemos, aprendemos, compartilhamos, debatemos... por meio de um Varal Pedagógico de nossas Memórias. Na sequência, foi apresentado ao grupo o Kahoot, um sistema de questionários on-line, com perguntas de múltipla escolha.
  • 31. 31 Para o fechamento da avaliação dos PEAs, convidamos os professores a ocuparem uma posição de autor com o preenchimento de uma breve avaliação por meio de um formulário criado no Google Drive para esse fim. Acreditamos ser importante o investimento na linguagem digital para que os alunos não sejam excluídos da sociedade atual. Existe a necessidade de se fazer uma outra observação sobre o uso do celular e da participação do aluno nas redes sociais, a habilidade leitora, se faz uma necessidade visto que, a má interpretação de textos, provoca conflitos por vezes desnecessários pelo simples fato do aluno não compreender as nuances de um determinado texto como por exemplo a ironia ou o sarcasmo.
  • 32. 32 Esse dado nos remete a uma janela que se abre com essa informação, 84% dos nossos alunos ouvem com frequência músicas, ou seja, a música é uma poderosa ferramenta para compor um auxílio em buscar identificação e significação para os conteúdos que apresentamos. A música compõe o rol das expressões culturais de um povo, e elas sempre estão carregadas de histórias, princípios e valores, já dizia Fernando Pessoa: “Toda a poesia – e canção é uma poesia ajudada – reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste”. Em 2017 muitos foram os momentos em que a música ecoou pelos espaços do CIEJA, na Semana Cultural envolvendo a todos, em uma de nossas reposições com uma Oficina ao resgate da Música Sertaneja de Ontem e Hoje, além de materialização de trabalhos desenvolvidos pela profa. Eliane Travassos em suas aulas.
  • 33. 33 Já no gráfico a seguir, a relevância na informação levantada, se dá pelo fato de se apontar a preferência do estilo de música que nossos alunos têm por hábito ouvir. Assim como cada gênero textual tem seu público alvo e características que atraem ou repelem leitores, a música também tem apreciadores por características que a compõem. Essas informações serão levadas em consideração para formulação de atividades e para elaboração de propostas de eventos que se darão no CIEJA Santana/ Tucuruvi. O gráfico nos apresenta que 93,5% não possuem habilidades com instrumentos musicais, tal informação nos orienta no sentido de investirmos ainda mais na linguagem musical. Uma vez que no gráfico anterior, percebemos que a música faz parte do dia a dia de nossos alunos. Perguntamos também o que contribuiria para a aprendizagem de nossos alunos, ao que 38,7% revelaram que as múltiplas linguagens auxiliam no processo de assimilação dos conteúdos de forma mais significativa, entre elas atividades de diversas linguagens (música, filmes, teatro, entre outras) . Tal dado se faz importante para que pensemos em uma escola cada
  • 34. 34 vez mais dinâmica, participativa, trazendo as mais diversas linguagens para nossas aulas. É importante mencionarmos que apesar de termos uma parcela do público da EJA ainda resistente ao uso de aulas diferenciadas, cabe-nos investirmos para uma mudança de paradigma. Pois sabemos que as linguagens acessam melhor o processo cognitivo e sensorial. Ao serem consultados sobre quais instrumentos de avaliação os alunos consideram importantes, 33,5% relataram que aprendem melhor com exercícios realizados em sala. Porém 24,3% trouxeram que conversa e debates torna-se significativo também como processo de avaliação. Por meio do gráfico, percebemos que usarmos provas escritas, considerar a participação dos nossos alunos em aula, trabalhos e pesquisas em grupo tem relevância para o nosso público.
  • 35. 35 É válido aqui ressaltarmos que participamos da Avaliação Externa Prova EJA Digital, ocorrida entre 26 de junho e 7 de julho de 2017, acreditamos ser importante fazermos algumas considerações a respeito da proposta da prova: dinâmica da aplicação, impressões tanto dos alunos quanto de toda a equipe de educadores do CIEJA Santana/ Tucuruvi. Isso se faz importante porque visamos o aprimoramento dessa ação, uma vez que também temos por concepção que a avaliação deve levar em conta as especificidades de cada território, dos sujeitos que dele fazem parte e que quando integrada, tem caráter formador, indo ao encontro da aprendizagem e do desenvolvimento de educandos e educadores. Diante dessa experiência, elaboramos um relatório constando pontos positivos e a serem melhorados na Prova EJA Digital, o mesmo foi encaminhado para o Núcleo de Avaliação da Secretaria Municipal de Educação (SME). Dentre nossos apontamentos, relatamos que os alunos permanecem conosco 2h15min., as inconstâncias do sistema, máquinas inoperantes e a necessidade de muitos educandos precisarem de um acompanhamento mais individualizado, ocasionou certa ansiedade e irritabilidade, prejudicando assim a compreensão do que estava sendo solicitado. Tivemos também uma ressalva quanto ao número de questões, 50 exercícios de múltipla escolha foram exaustivos para grande parte de nossos alunos, com dificuldades de aprendizagem, sem falarmos nos alunos com deficiência. Sabemos que problemas com a rede foram inúmeros, desde falta de atualizações dos computadores necessitando de uma instalação diária do navegador Google Chrome até a inconsistência do sistema, ocasionando lentidão em alguns momentos e impedindo a finalização da mesma. Porém acreditamos que toda nova proposta requer adaptações e os problemas ocorridos tendem a ser resolvidos no decorrer do processo. Quanto ao conteúdo da avaliação vimos que houve um cuidado com a elaboração por meio de questões pensadas para o público da EJA. Entretanto, alguns professores levantaram que a linguagem utilizada em algumas questões, trouxeram termos inacessíveis. Ainda sobre esse tema, após sua aplicação, conversamos sobre como a prova estava dividida e chegamos à conclusão de que a tentativa de separá-la por área do conhecimento acabou fragmentando-a, não havendo intertextualidade entre as áreas o que contraria nossa proposta no CIEJA que é a de trabalharmos de forma interdisciplinar. O PPP da nossa unidade educacional propõe que os educadores busquem a dialogicidade, trabalhando em equipe de forma interdisciplinar, propondo aos educandos todo um universo temático de investigação e resolução de problemas, para que haja uma visão de totalidade.
  • 36. 36 Sugerimos um texto disparador que possibilite que as questões aumentem gradativamente sua complexidade. Trazemos também para o debate a necessidade de começarmos a pensar em uma avaliação flexibilizada para os alunos com deficiência, trazendo para a pauta a diversidade que compreende o universo CIEJA. Quando falamos de flexibilizações, estão para além de Fontes Ampliadas ou textos em Braille, trazemos para a discussão o universo dos alunos com deficiência, as mais variadas, sobretudo alunos com deficiência intelectual e a necessidade de elaborarmos provas específicas para esse público. Nossa proposta é a de condensar o conteúdo e trazer questões de forma mais concreta e por que não interativa? Diante de tudo que foi exposto no Perfil dos Alunos, fica evidente a diversidade presente no CIEJA e a necessidade de continuarmos com um trabalho que privilegia as múltiplas linguagens, que considera as especificidades, redimensionando nossas práticas para uma educação integral, equânime e inclusiva.
  • 37. 37 8. Equipe docente e seu perfil: Como realizamos uma pesquisa que retratasse o perfil sociocultural dos alunos do CIEJA, os docentes e equipe gestora, responderam igualmente um questionário on-line a fim de traçarmos o nosso perfil e a partir disso, potencializarmos nossas competências para uma educação cada vez mais inclusiva, equitativa e integral. Abaixo reproduzimos em forma de gráficos alguns dados resultantes dessa pesquisa e delineamos algumas possibilidades de evidenciarmos tais potencialidades para enriquecer o trabalho que fazermos aqui no CIEJA. Perguntamos qual o principal assunto de interesse e a opção mais assinalada foi a educação, a relevância do assunto para o grupo está inserido não apenas no cotidiano dos afazeres na escola, ele permeia toda a vida dos educadores. E realmente esse interesse repercute nas formações quando se percebe a parcela de contribuição que cada professor agrega ao grupo qualificando nossas práticas. Outro aspecto são os diversos interesses assinalados, evidenciando um posicionamento eclético do grupo e enriquecendo tanto nossas formações, bem como nosso fazer pedagógico. Sobre religião 27% diz não possuir religião, 33% são católicos, 16% afirmaram ser espíritas e 16% evangélicos. Embora religião seja um assunto de fórum íntimo, o gráfico nos aponta o fato de fazermos parte de um grupo eclético, e como a escola é um espaço laico, e assim deva permanecer, a diversidade de opções assinaladas somente nos remete a tolerância já exercida entre os integrantes do grupo de educadores que reverberará em ações de respeito a todas as religiões aqui representadas no nosso quadro de alunos. Vale ressaltar que se deva manter a neutralidade ao passar por conteúdos que abordem as questões de caráter filosófico, cultural ou religioso.
  • 38. 38 O grupo é formato majoritariamente por pessoas de formação de nível superior, além disso, 52,6% possuem especialização em diversas áreas, ainda temos 10,5% que possuem mestrado. Esse dado é revelador do perfil de toda a equipe, são pessoas comprometidas com as demandas da educação, vivem uma busca constante de referenciais teóricos que possam respaldar a prática pedagógica. Além disso, temos também no gráfico seguinte que trata sobre a a formação continuada que 94,7% investiram em seu capital cultural. Visto que os desafios para a realização do trabalho são grandes e frequentes, como por exemplo: elevado índice de evasão escolar, presença de faixas etárias distintas, alunos com deficiência, alunos que cumprem medidas socioeducativas, dificuldades de aprendizagem como também alunos que trazem uma riqueza em suas vivência, faz-se necessário o investimento permanente em nossa formação.
  • 39. 39 Os profissionais do CIEJA revelaram que o principal motivo que os levaram a optar pela carreira do magistério foi o de poder educar e multiplicar conhecimento, conforme o gráfico abaixo com 42,1% das respostas. O resultado do gráfico reverbera no trabalho realizado em nossa escola, pois temos por concepção que a educação transforma e é propulsora de mudanças significativas tanto em nossas vidas, como na vida de nossos alunos. Como bem retratou Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Sobre os desafios que o grupo enfrenta no trabalho 57,9% apontaram que a diversidade presente em sala de aula, torna-se desafiadora. Desse modo, acreditamos ser importante o investimento constante em nossas JEIFs, favorecendo uma formação que instrumentalize o professor para um trabalho efetivo em sala de aula. No ano passado algumas ações foram pensadas com esse objetivo, Reuniões Pedagógicas que nos enriquecessem e trouxessem conhecimentos relevantes. Visita ao Memorial da Inclusão, visitamos da Exposição Japan House, fomos ao Museu da Imigração, recebemos convidados que aprofundaram nossos conhecimentos a respeito da Deficiência Visual. Reunião Pedagógica: Museu da Imigração
  • 40. 40 Formação em JEIF: Quando leio para além da linhas... Formadora Maria Regina Marques Lopes da Silva, graduada em Assistência Social e responsável pelo Projeto Palestras Inclusivas. Reunião Pedagógica no Memorial da Inclusão Reunião Pedagógica na Exposição Japan House
  • 41. 41 Trazemos também que no início desse ano, vimos em um processo de construção coletiva, buscando um trabalho integrado, interdisciplinar, escrevemos nossos PEAs em conjunto, imprimindo nossas concepções e delineando nossas práticas para o trabalho que desenvolveremos no decorrer do ano. Outra ação importante foi a consulta aos alunos sobre a construção do currículo e quais temas eles gostariam que fossem aprofundados nas aulas. A partir dos resultados construímos um Mapa Conceitual do 1º Bimestre que engloba a temática central escolhida pelo corpo discente e amplia o leque com as contribuições de todas as áreas do conhecimento. Dando continuidade nessa linha, estamos em construção do nosso Plano Anual, bem como montaremos os Mapas Conceituais dos demais bimestres. A seguir colocamos nossa construção coletiva do 1º Mapa Conceitual.
  • 42. 42
  • 43. 43 Do ponto de vista legal, o grupo apontou que se sente mais preparado para trabalhar temas ligados aos Direitos Humanos e Violência 68,4%, sobre Direitos da Criança, do Adolescente e dos Idosos 15,8% afirmaram ter conhecimento a respeito, 10,5% se identificam com a História e Cultura Afro-brasileira e apenas 5,3% dizem ter conhecimento para o trabalho com a História e Cultura Indígena. Tais demandas são essenciais para a aprendizagem de nossos alunos, desse modo no último ano investimos em formações e palestras nos horários coletivos, sendo que todas elas foram abertas a participação de alunos e toda a comunidade escolar. Neste ano, intensificaremos o nosso trabalho com vistas a atender todas as demandas apontadas na pesquisa, e corroborando com o que o grupo demonstrou no gráfico a seguir que para sua melhoria profissional se faz necessário o investimento na Formação Permanente.
  • 44. 44 100% do grupo aponta que cria atividades pensando nos alunos com deficiência e/ou com dificuldades de aprendizagem. Isso vem em consonância com nossas concepções anteriormente apontadas. Porém, sabemos que os desafios são inúmeros, dada a diversidade que nos deparamos. Portanto, estamos em processo constante de ação, reflexão e ação de nossas práticas fazendo do CIEJA um espaço cada vez mais acolhedor, inclusivo e com uma educação que privilegia a equidade.
  • 45. 45 9. A comunidade no CIEJA e o CIEJA na comunidade: Quando falamos da relação da comunidade com a escola, é importante que tenhamos troca, parcerias, trabalho em conjunto. Neste sentido, as parcerias realizadas com a comunidade têm como meta, oferecer novas perspectivas, transformando o espaço escolar em espaço de convívio, por meio das relações extramuros, exemplificando, o que acontece na escola tem que refletir na comunidade e vice- versa. Essas relações devem ser alimentadas a fim de que nossos alunos tenham acesso aos mais diversos espaços, havendo assim um sentimento de pertencimento tanto por parte dos alunos como da comunidade em relação à escola. Por essa razão, ações que sinalizem e promovam maior proximidade da comunidade com a escola são elementares, tais como: oficinas, relação com o Balneário, apropriação da praça localizada bem próxima ao CIEJA, uma relação ativa e cada vez mais próxima com a EMEF Comandante Gastão Moutinho, Dia da Família na Escola, Festa Junina, Fábrica de Culturas da Vila Nova Cachoeirinha, atividades em parceria com o CEU ou oferecidas pela SME, parceria com comerciantes do bairro e assim por diante. No ano de 2017, muitos foram os momentos que essas parcerias aconteceram, enriquecendo ainda mais o trabalho pedagógico e a aprendizagem de nossos alunos. Uma das ações foi com a profª Gladis Cassapian Barbosa que realizou com seus alunos uma Caminhada Pedagógica no entorno de nossa escola. O objetivo desta caminhada era ampliar o repertório territorial, a fim de que os alunos se apropriassem cada vez mais do espaço que nos cerca e observar in loco a vegetação deste local, uma vez que o assunto estava sendo desenvolvido em classe. Neste ano, pretendemos abrir o leque para outras atividades, intensificando e diversificando o trabalho que aqui realizamos aproveitando o nosso entorno. Estabelecermos diálogos com territórios vizinhos nos enriquece, nos constitui, nos empodera! Localizados ao lado da EMEF Comandante Gastão Moutinho, no período noturno
  • 46. 46 utilizamos algumas salas de aula desse espaço, tendo a possibilidade de ampliarmos nosso atendimento. Além disso, sempre que possível, o profº Eduardo Parladore, de Educação Física, acaba usufruindo a quadra para suas aulas. No período da manhã a turma do Módulo 2A da profª Gladis viu pelas janelas da sala, que os alunos da EMEF estavam expondo trabalhos na quadra e ficaram curiosos para conferir a exposição de perto. E por que não estreitarmos os laços e derrubarmos os muros? Afinal como tão bem retrata Milton Santos "o território é a base [...] das trocas materiais e espirituais e da vida", "[...] é o chão e mais a população" e assim, criamos a possibilidade desse DIÁLOGO ENTRE OS TERRITÓRIOS: Gastão - CIEJA! Para o ano de 2018, pretendemos estreitar ainda mais os laços entre CIEJA e Gastão, possibilitando inclusive um intercâmbio entre alunos da EMEF/CIEJA. Teremos momentos de Semana Cultural, Projetos desenvolvidos em nossa Unidade Educacional que poderão contribuir para o aprendizado de todos por meio dessa parceria. Atividades como o Dia da Família na escola que ocorrem duas vezes por ano, são oportunidades de encontros, estreitamento de laços e sentimento de pertença. A diversidade a animação estiveram presentes durante toda a nossa manhã e os alunos e suas famílias marcaram presença. Houve atividades para todas as idades e gostos... informação e esclarecimento por meio da palestra sobre o Câncer de Mama, ministrado pelas professoras Ana Paula Marques e Gladis Cassapian Barbosa. Campeonato Esportivo com o profº Eduardo Parladore integrando alunos de todos os turnos. O professor comentou que no início dos jogos havia uma certa disputa entre os períodos, o que ao decorrer da manhã esse sentimento de disputa e rivalidade foi cedendo espaço a integração e ao verdadeiro sentimento de equipe que os jogos devem ter. Além disso, também tivemos jogos de mesa e tabuleiro, professores, alunos e familiares se divertiram nos mais diversos atrativos disponíveis.
  • 47. 47 Realizamos nossa I Semana Cultural - Ciejando: da Voz, do Canto, do Movimento, das Artes e nela pudemos aprofundar ainda mais nossas parecerias. Tivemos a presença de uma garotada pra lá de antenada, crítica e com um talento incrível: Slam Tamandaré (da EMEF Almirante Tamandaré)! Orientação profa. Carolina Cortinove. Os estudantes fizeram uma Dia da Família na Escola: diversidade e animação.
  • 48. 48 demonstração do que é um Slam e pudemos vivenciar uma batalha de poesias, com direito a jurados, notas e vencedor. Os Slammers trouxeram questões como política, machismo, cultura do estupro, depressão, racismo, entre outros temas. Como já trouxemos, acreditamos numa educação pra além dos muros, apostando na apropriação da territorialidade e de encurtarmos as distâncias. Desse modo, sempre que possível, estamos no território da EMEF Comandante Gastão Moutinho e tivemos o privilégio de termos a Banda do Gastão tocando pra gente com a coordenação do Maestro Carlos Martos. O projeto é destinado a crianças a partir do 1º ano até o 9º ano. Trabalho lindo realizado pelo Maestro!!! A profa. Valeria Velosa nos presenteou convidando o Grupo de Capoeira Guanabara que fazem parte de um bairro vizinho, dando um show de Cultura. O Mestre Neves junto com seus discípulos trouxeram para o CIEJA a Capoeira, o Street Dance e o Maracatu.
  • 49. 49 Nossa Coordenadora Pedagógica Viviane Moreiras, conseguiu oportunizar um estreitamento com a Fábrica de Culturas Vila Nova Cachoeirinha. Foi uma alegria receber o Grupo Atelier de Percussionistas sob a orientação de Romildo Lacerda. Tivemos também uma Oficina de Dança com a profa. Ruth da EMEF Comandante Gastão Moutinho, que ensinou alguns passos de Zumba e de Forró. Todo mundo entrou na dança!!! Mildred ou Mil, como ela mesma se apresentou, aceitou prontamente o convite da nossa antiga Coordenadora Pedagógica, Mariângela Akepeu. Mil abordou por meio de danças e folguedos, manifestações socioculturais da cultura afro-brasileira, segundo versa a Lei 10.639/2003. Aprender a dançar brincando (Brincar de Dançar).
  • 50. 50 Que prazer foi também receber Mirella Paula da EMEF Comandante Gastão Moutinho, para ministrar uma Oficina de Turbantes. Convidada pela profa. Andreia Garcia, aceitou prontamente o convite e nos deu uma aula sobre a história dos Turbantes, seus usos e trouxe as últimas discussões a respeito de apropriações, segundo um artigo que ela leu, não dá pra se falar em apropriação cultural no Brasil quando se fala de turbantes, uma vez que somos todos "vira-latas", não havendo uma só pessoa de raça pura, que não seja fruto da miscigenação. Neste ano projetos para a nossa II Mostra Cultural começam a tomar corpo, ideias vão se delineando a partir das demandas que surgiram como resultado do perfil sócio-cultural obtido por meio de questionário online aplicado aos nossos estudantes. Bem como a partir da consulta que fizemos aos alunos também por meio de um questionário do Google Drive, para sabermos os temas/projetos mais significativos para que desenvolvêssemos durante esse ano letivo. Acreditamos que o espaço em que a escola está inserida, pertence a comunidade, sendo lócus de apropriação. Desse modo, foram pensadas em uma revitalização desse espaço que é meu, é seu, é nosso. Se assim o pensamos, escola é sinônimo de vida... inúmeras histórias são delineadas a partir do momento que se ingressa em uma educação formal. Quem nunca passou na calçada de uma escola e sentiu a energia que emana dos muros desse espaço? Sinal tocando, pessoas saindo e entrando na troca de um turno, estudantes em grupos, a juventude encontrando seu lugar nos rostos de meninas e meninos que se transformam a cada dia.
  • 51. 51 Estar em um ambiente bem cuidado, limpo, organizado de que se orgulha ressignifica o sentimento de pertença e os benefícios atingem a todos. O trabalho inicial de pintura da fachada foi o princípio de sucessivas ações que ocorreram para tornarmos esse espaço cada vez mais acolhedor. A revitalização dos espaços educativos, precisa compreender essa diversidade presente no CIEJA, entrando na mesma sintonia para jovens, adultos, idosos pessoas com e sem deficiência. Desse modo, fomos em busca de uma linguagem que fosse capaz de atingir aos jovens e derrubar preconceitos em torno do grafite. Foram mais de 20 artistas que transformaram os muros do CIEJA num importante veículo de comunicação urbano, transmitindo mensagens de cunho político, social, humanitário, mas sobretudo de caráter artístico. Após a ação, alguns alunos nos procuraram para dizer que a escola tinha ficado muito bonita e que sentiam vontade de vir em outros momentos só para tirarem fotos. Nossas concepções impressas também nos muros da escola. CIEJA antes da revitalização CIEJA depois da revitalização
  • 52. 52 A revitalização na entrada do CIEJA com mais cor e a utilização do Paisagismo por meio de um jardim, melhoraram a estética da nossa escola tornando o ambiente muito mais agradável. Foi um investimento nesse espaço de convívio social, lugar de encontros, conversas, compartilhamentos e também de cunho educativo, pois aqui se aprende a respeitar o espaço do outro. Assim como também o Espaço de Convívio, após a pintura e com a mudança da localização da lixeira ficou ainda mais bonito, sendo utilizado pelos professores para algumas aulas externas e também temos o privilégio de programarmos momentos agradáveis durante nossa JEIF conforme imagens abaixo: Compactuamos que o espaço educativo vai para além dos muros da escola. Olhar para o entorno e se apropriar desse território é ampliar as paredes das salas de aula ou quiçá derrubá-las. Com o intuito de que nossos alunos sejam autores e sintam cada vez mais essa relação entre escola/ comunidade/ territorialidade/ cuidar/ pertencimento/ autoria. Aproveitando o que o nosso entorno oferece, planejamos para esse ano, um trabalho voltado para uma intervenção artística nos postes da rua da nossa escola. Inspirados no trabalho de Ana Tatit, uma professora de nível superior que faz esse tipo de intervenção. Trazer a comunidade pra dentro da escola, é também pensar em ações que promovam essa transformação do entorno, é possibilitar sua participação. Desse modo, em 2017, implementamos o Conselho de Classe Participativo o qual requer escuta, mas como diz Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia (1997), trata-se de uma escuta para além da capacidade auditiva, para nós do CIEJA, há de se ter uma escuta sensível, uma escuta Apropriação de todos os espaços educativos.
  • 53. 53 atenta... para que não corramos o risco de cairmos na armadilha de dizer que escutamos sem ouvirmos. Para se dar voz é preciso ter a escuta tão necessária nas práticas educativas. Desse modo o Conselho de Classe Participativo vem com esse propósito, de escuta e de estabelecermos uma relação dialógica entre todos que fazem parte do processo educacional: educandas e educandos, educadoras e educadores, estagiárias, equipe gestora TODOS! Com o propósito de qualificarmos as ações que estão dando certo e de redimensionarmos e pensarmos propositivas para o bimestre que se inicia. É importante registrarmos que além de realizarmos o Conselho de Classe Participativo, também dedicamos um tempo para o Pós-Conselho, momento em que os docentes e Equipe Gestora conversam e repensam ações de forma coletiva. Neste ano, intensificaremos esses momentos com vistas a melhorarmos ainda mais nossas práticas pedagógicas. Outra informação importante são as Oficinas que ocorrerão no decorrer desse ano, como já mencionamos, e uma novidade para 2018 é a Oficina de Língua Espanhola (Instrumental) ministrada pela profª Gladis Cassapian Barbosa. Conselho de Classe Participativo: escuta e aprendizado.
  • 54. 54 10. Plano da Equipe Gestora – Nossas Concepções Temos por concepção, que as relações desenvolvidas no dia a dia da escola devam primar pelo respeito, pela dialogicidade, envolvendo toda a comunidade escolar que faz parte desse processo. Viver uma gestão democrática pressupõe espaço de escuta atenta/ fala, dividindo com todos a corresponsabilidade das ações que regem o funcionamento da Unidade Educacional. Nesse segmento, nossa identidade vai tomando corpo, delineando essa gestão democrática. Compreendemos que estar no CIEJA pressupõe o convívio com a multiplicidade de historicidades que envolvem alunas, alunos, corpo docente e todos os funcionários que desse universo fazem parte. Desse modo, abarcamos as diferenças sociais, étnicas, culturais, religiosas e de gênero. Tendo em vista o explicitado acima, as ações que evidenciam um trabalho coletivo e humanista é o de propiciar um ambiente acolhedor para todos aqueles que trabalham e que estudam em nossa escola. É também promovermos momentos de participação em Conselhos de Escola, Conselhos de Classe Participativo, Reuniões regulares com funcionários, Reunião de Pais e espaço aberto para sugestões e ou críticas com vistas a melhorarmos o nosso trabalho. Uma gestão que privilegia a escuta e considera a fala do outro para repensar e redimensionar as ações, valoriza os profissionais que fazem parte desse espaço que é coletivo e feito por todos. Quando nos deparamos em situações de conflito que ocorrem nas mais diversas instâncias da escola, a mediação é algo presente em nossas ações. Tivemos como meta em 2017, promover mais autonomia dos alunos, a participação de toda a comunidade com vistas a propiciar a reflexão e a conscientização da democracia em nosso cotidiano, bem como a representatividade da mulher em nossa sociedade. Nosso Plano de Metas em conjunto com as atividades desenvolvidas por meio de rodas de conversa, exibição de filmes, palestras e debates, trouxe em pauta situações que ainda requer luta mediante a intolerância, a violência, ao sexismo e ao machismo presentes nos dias atuais. Porém há de se desenvolver um trabalho constante de reflexão e conscientização, de respeito a especificidade do outro, afinal vivemos em uma sociedade. Para tal se faz necessário promover uma cultura de cidadania e tolerância, reduzindo as manifestações de discriminação de todas as naturezas, trazendo o conceito de coletividade para as nossas discussões. Conceber uma educação equânime é contemplar toda essa diversidade presente no CIEJA Santana/ Tucuruvi, esse território múltiplo, transformador, coletivo e inclusivo.
  • 55. 55 11. Mediando Conflitos: Vivendo e Convivendo Como já mencionamos, no CIEJA estudam jovens, adultos e idosos, pessoas com e deficiência. Essa diversidade em um mesmo espaço acaba, por vezes, surgindo alguns conflitos. O diálogo nessas situações surge como principal mediador para a solução desses impasses, primando pelo respeito e tolerância. Buscamos ouvir os envolvidos no conflito individualmente para que se sintam à vontade para colocar sua versão do ocorrido. Após ouvirmos os dois lados, buscamos a solução juntamente com os envolvidos. Em caso de reincidência, chamamos novamente para o diálogo, e realizamos o registro da ocorrência, solicitando que tomem ciência por meio de suas assinaturas e de forma conjunta assumam o compromisso de conviver de forma respeitosa. No caso de alunos menores, primeiro estabelecemos um diálogo com eles, e caso seja necessário entramos em contato com seu responsável legal para que tome conhecimento do ocorrido. Viver e conviver pressupõe respeito, mediação e escuta sensível, tais ações têm contribuído para a prevenção e resolução de conflitos que surgem no CIEJA.