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 Publicação Trimestral   •   Ano 3   •   Nº 5   •   Maio 2008




Varejo especializado é
uma estratégia para realizar
boas vendas
Mídia alternativa
direciona investimento
para público-alvo

A exploração dos
sentidos no Marketing
Sumário
                                                                           LEGISLAÇÃO                                           05
                                                                                      Medidas simples evitam
                                                                                   prejuízos com reclamações
                                                                                                  trabalhistas

                                                                           REAJUSTE                                             06/07
                                                                                 Varejo consciente: seja legal
                                                                                           com o seu cliente

                                                                           MÍDIA                                                12/13
                                                                            Mídia alternativa: o anúncio nos
08/11                                VAREJO                                       lugares mais improváveis

                           Relação pacífica                                VENDAS                                               16/17
                              entre lojistas                                  Acompanhamento das vendas
                                                                             permite prever receitas futuras

                                                                           marketing                                            18/19
                        ENTREVISTA                                                             O marketing e a
                                                                                       exploração dos sentidos
                             Com alegria e
                           disposição, Lise                                MULTAS                                               20/21
                           Weckerle, sócia-                                              Procedimentos simples
                                                                                               evitam punições
                           proprietária das
14/15                       Óticas Ernesto                                 DICAS DE LIVROS                                      22



                          Publicação do Sebrae voltada para o segmento varejista da Bahia.              Ano III, Nº 5 – Abril de 2008
EXPEDIENTE
                          Elaboração: Texto.Com        Jornalista Responsável - Adelmo Borges      Reportagens – Adelmo Borges e José
Pacheco Filho     Impressão – Presscolor, Tel.: 71 3334.5555     Tiragem – 15.000 exemplares     Foto Capa – Aquivo Sebrae     Projeto e
Editoração Gráfica – Autor Visual Design Gráfico, Tel.: 71 3232-2722   Designer – Pery Barreto    Telefone para contato: 71 3320-4437.
Medidas simples




                                                                                                                                                            Legislação |
   evitam prejuízos com
reclamações trabalhistas
O controle de registro da




                                                       Foto: Welton Araújo
jornada de trabalho é um
instrumento necessário ao
controle das horas-extras


       Horas-extras, equiparação salarial,
acúmulo de função, acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais e danos morais são motivos muito
comuns em reclamações de trabalhadores do
varejo na Justiça do Trabalho. Para o advogado




                                                                                                                                                                 trabalhista
Jorge Deda, do escritório Deda & Gordilho, espe-
cializado em direito do trabalho, os gastos com
indenizações e honorários advocatícios nesses                                e saída e não registrou o intervalo de duas horas      Assédio
casos poderiam ser evitados pelas empresas com                               para o almoço, ficam pendentes duas horas-extras       moral
simples medidas.                                                             que podem ser reclamadas na Justiça”, explica.
                                                                                                                                    Jorge Deda destaca
       No caso de horas-extras, o especialista em                                   Atividades comuns e remunerações diferentes
                                                                                                                                    também o cuidado que
direito trabalhista alerta para a necessidade de o                           motivam reclamações trabalhistas de equiparação        os empresários devem
empregador observar o valor determinado pela                                 salarial. Segundo Jorge Deda, é muito comum            ter com o assédio mo-
convenção coletiva de trabalho. “A Constituição                              o empregador utilizar um contrato padrão na            ral, motivo atualmente
Federal prevê que a hora-extra seja paga com                                 contratação dos empregados e isso pode lhe ser         de muitas reclamações
o acréscimo de 50% sobre a normal, mas há                                    prejudicial. “Há casos em que se deve buscar           trabalhistas. Segundo
convenções acordadas entre sindicatos patronais e                            orientação com um profissional habilitado para         ele, uma empresa recen-

de trabalhadores, em que o percentual é superior.                            se adequar o contrato às características das           temente teve que pagar
                                                                                                                                    uma pesada indenização a
Portanto é importante ficar atento para não                                  funções que serão exercidas pelo empregado”.
                                                                                                                                    uma empregada, porque o
pagar a menos e ficar sujeito a uma reclamação                                      Outro problema muito comum é a saída de
                                                                                                                                    gerente exigia que os fun-
trabalhista”, comenta.                                                       um empregado e um outro acumular a função
                                                                                                                                    cionários que produzissem
       O controle de registro da jornada de tra-                             que ficou vaga. “O empregado tem que prestar           menos usassem orelha
balho também é um instrumento necessário ao                                  o serviço previsto no contrato de trabalho. Um         de burro. “A empresa é
controle das horas-extras, principalmente, no caso                           exemplo, vendedor não pega lixo”, diz o advogado,      responsável pelos atos
de empresas com mais de 10 empregados, nas                                   avisando ser fundamental o empresário procurar         de seus empregados”,
quais o procedimento é obrigatório. “Nas empre-                              conhecer a convenção coletiva de trabalho e a          afirma.
sas com menos de 10 empregados, a legislação                                 legislação trabalhista.
                                                                                                                                    Toda atitude, segun-
não prevê obrigatoriedade do registro de ponto,                                     Uma novidade da legislação trabalhista é a      do o especialista, que
mas é recomendável a utilização do instrumento                               Emenda Constitucional 45/2005, que deu compe-          exponha o trabalhador
para a preservação de uma relação honesta”, diz                              tência à Justiça do Trabalho para apreciar e julgar    a humilhação e gere
o advogado.                                                                  processos de origem em acidentes de trabalho e         constrangimento pode
       Embora haja as opções do cartão de ponto                              doenças ocupacionais. “Para evitar futuras recla-      resultar em processo
eletrônico e relógio de ponto, Jorge Deda recomenda                          mações e pesadas indenizações, é importante que        na Justiça do Trabalho.

a utilização do livro de ponto. “No livro de ponto,                          as empresas adeqüem o ambiente de trabalhos            “É um dano moral que
                                                                                                                                    pode ser causado tanto
o trabalhador anota o horário certo de entrada e                             às atividades exercidas, buscando minimizar os
                                                                                                                                    pelo empregador quanto
saída, devendo também registrar os intervalos e                              riscos para a ocorrência de problemas”, orienta
                                                                                                                                    pelo preposto e resulta
confirmando tudo com a assinatura”.                                          o advogado Jorge Deda.
                                                                                                                                    em indenização”. Jorge
       De acordo com o especialista, sem o registro                                 O especialista cita o caso de departamentos     Deda ressalta ainda que
dos intervalos abrem-se brechas para a cobrança                              onde há trabalhos de digitação. “As empresas           a exigência de produção
de horas-extras. “O trabalhador começa o serviço                             poderiam contratar fisioterapeutas para ensinar        superior ao possível pelo
às oito horas, sai às 18 horas. Sua jornada diária é                         exercícios que prevenissem as doenças ocupacionais     empregado também é um
de oito horas, mas, se ele só registrou a entrada                            provenientes dessa atividade”, recomenda.              assédio moral.

                                                                                  Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008                                    5
Varejo consciente: seja
comércio


               legal com o seu cliente
                              Para evitar ser alvo de                                clientes ou ser autuado durante uma fiscaliza-
                                                                                     ção do Procon, é importante que o empresário
                              reclamações, o empresário
                                                                                     do setor varejista esteja ciente das normas que
                              deve estar ciente das normas                           regem o Código de Defesa do Consumidor, que
REAJUSTE |



                              que regem o Código de                                  fixa condições mínimas para promover o equilíbrio
                              Defesa do Consumidor                                   nas transações comerciais. “Os lojistas não devem
                                                                                     praticar a venda casada, que é proibida. Devem,
                                    Exigentes, infiéis, questionadores e, sobretu-   sim, oferecer segurança na oferta de seus produtos
                              do, conhecedores dos direitos que lhes assistem.       e fazer uma publicidade adequada e clara no que
             “Os lojistas     Esse é o perfil dos consumidores modernos. De          diz respeito às informações veiculadas, respeitando
             não devem        acordo com Cristiana Menezes Santos, superin-          sempre o consumidor”, adverte Cristiana.
             praticar         tendente da Procuradoria de Proteção e Defesa                 Muitas empresas são notificadas por não
             a venda          do Consumidor, Procon-BA, a entidade realizou no       apresentar informações completas sobre os
             casada, que      Estado, em 2007, cerca de 40 mil atendimentos,         produtos que comercializam. Porém, o Decreto
             é proibida.      entre queixas e solicitações de orientação. No         nº 5.903/2006, determina que as informações
             Devem, sim,                                                             oferecidas ao consumidor devem ser precisas e
                              primeiro trimestre de 2008, as empresas de varejo
             oferecer
                              foram responsáveis por 3.786 atendimentos. Dos         ostensivas quando se relacionarem ao preço à
             segurança na
                              22 estabelecimentos inspecionados nesse período,       vista, custo total a prazo, condições de pagamento,
             oferta de seus
             produtos”        10 apresentaram algum tipo de irregularidade.          quantidade de parcelas, taxa de juros adotada,
                                    Para evitar ser alvo de reclamações dos          duração da oferta e tarifas de operação.




  6                           Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
Além disso, as empresas que escolheram
fazer a marcação de preço dos produtos com
códigos de barras devem instalar a, no máximo,
15 metros das mercadorias, um leitor óptico. Para
a superintendente, há um ponto de conciliação
nítido entre os interesses dos lojistas, do Procon
e dos consumidores.
       “Os empresários querem fidelizar seus
clientes, tratando bem deles. Isso significa uma
prestação de serviços adequada, eficiente e clara.
E é isso que o consumidor e o Procon querem
também”, explica Cristiana Santos. Apesar de não
possuir, atualmente, qualquer ação educacional
voltada para o comércio varejista, o Procon se
coloca à disposição para consultas e esclarecimen-
tos de dúvidas sobre as disposições do Código de
Defesa do Consumidor.
       A criação do Código de Defesa do Con-
sumidor, em setembro de 1990, e a posterior
instituição do Procon, Procuradoria de Proteção
e Defesa do Consumidor, em maio de 1991, alte-
raram, definitivamente, as relações entre lojistas
                                                     Fotos: Welton Araújo




e clientes. Desde então, direitos e deveres foram
estabelecidos para ambas as partes visando pro-
mover a filosofia equânime do ganha-ganha, na
qual ambas as partes saem satisfeitas.




                          Fique atento!
                           	 Os produtos devem apresentar informações sobre: preço, prazo de validade,
                             quantidade, riscos à saúde e à segurança do consumidor, qualidade, carac-
                             terísticas, composição, garantia e nome e endereço do fabricante.

                           	 O Código de Defesa do Consumidor classifica como criminosa a prática da
                             venda casada, ou seja, quando o fornecedor condiciona a venda de um pro-
                             duto à aquisição de outro.

                           	 Se o fornecedor envia ou entrega ao consumidor qualquer produto sem solicitá-
                             lo previamente, a ação passa a ser classificada como distribuição de amostra
                             grátis. Nesse caso, o consumidor fica isento de pagar pelo bem recebido.

                           	 A venda à vista pode ser efetuada através de pagamento em dinheiro, cartão
                             de débito, de crédito e cheque.

                           	 A recusa do pagamento à vista por meio do cheque só é válida quando o
                             consumidor for avisado antecipada e ostensivamente.

                           	 A publicidade formulada a partir de técnicas comerciais coercitivas e desleais
                             é considerada prática abusiva.

                           	 Sempre que um produto causar acidentes, serão responsabilizados o fabrican-
                             te, o importador ou o prestador do serviço. O comerciante passa a responder
                             pelos danos, caso os produtos perecíveis não tenham sido conservados
                             adequadamente.




                                                                            Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008   7
SEGMENTADO
VAREJO |




             Varejo especializado:
              sinônimo de boa vizinhança
                                                                   Nani Soares

                                  São Paulo é o centro comercial do País e uma           Na rua Conselheiro Crispiniano, no centro
             Rua José
                            de suas principais fontes de riqueza está no varejo.   da cidade, é possível encontrar todo tipo de
             Paulino
                            Só na região metropolitana, o setor registrou alta     equipamento fotográfico, sendo parada obriga-
                            de 10,5% nas vendas de fevereiro, em relação           tória para fotógrafos e profissionais do ramo.
                            ao mesmo período do ano passado, segundo               Na rua 25 de Março, destacam-se os armarinhos
                            pesquisa realizada pela Federação do Comércio          e enfeites de natal, além de uma infinidade de
                            do Estado de São Paulo (Fecomercio).                   outras quinquilharias. É a mais conhecida e chega
                                  Com a economia aquecida, o paulistano tem        a receber até 1 milhão de pessoas por dia no
                            ido às compras e garantiu aumentos de 20,3%            período de festas do final do ano.
                            no faturamento de lojas de vestuário, tecidos                Perto dali, na Florêncio de Abreu, mais de
                            e calçados; e de 22,8% para o setor de eletro-         50 lojas vendem ferramentas e máquinas de
                            domésticos e eletroeletrônicos, ante o mesmo           todos os tipos e, não muito longe, na rua São
                            período de 2007.                                       Caetano, uma enorme variedade de vitrines
                                  Entre as inúmeras opções de varejo que a         com vestidos de noivas são a alternativa para
                            cidade oferece, as ruas de comércio especializado      quem está prestes a subir ao altar. Além dessas,
                            são uma atração à parte, recebendo pessoas dos         há ruas especializadas em produtos orientais,
                            quatro cantos do País. Referência na hora de con-      lustres, flores, instrumentos musicais, enxovais,
                            seguir bons preços, as chamadas ruas temáticas         utensílios de cozinha, grifes internacionais e mais
                            estão em cerca de 60 locais diferentes, onde uma       uma infinidade de opções.
                            centena de lojas oferece produtos de um mesmo                Apesar de não oferecerem o conforto e a
                            segmento a preços muito mais acessíveis do que         tranqüilidade dos shopping centers, essas lojas
                            no resto da cidade.                                    recebem milhares de pessoas diariamente e têm
                                                                                   um público bastante fiel, impulsionado também
                                                                                   pela possibilidade de não precisar enfrentar o
              É a mais conhecida e chega a receber
                                                                                   trânsito caótico da cidade para pesquisar o melhor
              até 1 milhão de pessoas por dia no
                                                                                   preço ou marca. Está tudo ali: basta sair de uma
              período de festas do final do ano
                                                                                   loja e entrar na próxima. No máximo, é preciso
                                                                                   atravessar a rua.

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Uma das mais disputadas é a José Paulino,       as lojas conseguem um ótimo retorno por conta
no bairro do Bom Retiro, região central da cidade.    do volume de pessoas que freqüenta a rua”, diz
Especializada em confecção feminina, a rua é uma      Eliane Luz, gerente de uma loja que há 14 anos
excelente opção para quem quer comprar roupas         vende roupas sociais, inclusive réplicas perfeitas
de qualidade sem pagar preços exorbitantes. É         de grifes famosas.
um verdadeiro deleite para os vorazes olhos fe-             Eliane explica que o fato de venderem
mininos, maioria absoluta por lá. Apesar de ser o     basicamente o mesmo produto acaba transfor-
cartão de visitas do bairro, algumas transversais     mando a rua em uma espécie de “loja única”. O
aproveitaram o embalo e seguiram a mesma linha,       diferencial fica por conta dos preços e do aten-
o que ajudou a consolidar a fama da região como       dimento. Como os preços estão dentro de uma
reduto de roupas femininas.                           média, é no atendimento que as lojas conseguem
      Quem transitasse pela José Paulino há cerca     se destacar.
de 15 anos, encontraria um cenário muito diferente          A gerente admite que ainda há dificuldade
do que se vê hoje. Boa parte das lojas já era man-    em conciliar vendas para o atacado e varejo.
tida por coreanos, que aos poucos tomaram conta       Muitos comerciantes têm receio de adquirir
da região e substituíram a comunidade judaica,        peças comercializadas nos dois segmentos, pois
pioneira no comércio local. Apesar do preço baixo,    o cliente acaba percebendo que pode comprar
porém, quase toda a mercadoria vendida tinha                                                                  Rua Santa
qualidade e gosto bastante duvidoso. Além disso, o                                                            Ifigenia
                                                      Fotos: Wanderlei Celestino
número de ambulantes que lotava as calçadas era
quase tão grande (ou maior) quanto o de lojistas
e ambos viviam às turras disputando os clientes.


Relação pacífica
entre lojistas
       Ao contrário daqueles tempos, a “Zepa”,
como ficou conhecida, ganhou ares de glamour.
Ainda são aos coreanos que dominam, com cerca
de 80% do mercado, mas quase não há camelôs
e os poucos que se aventuram precisam ficar
atentos, pois a polícia não dá trégua e realiza
blitz frequentes. A maior parte das lojas vende
apenas para o atacado, abrindo ao varejo somente
nos sábados, quando uma multidão lota cada um
dos espaços. As roupas têm o padrão visto nos
shoppings e atraem um público variado, incluindo
revendedores, artistas e moças elegantes da classe
média alta. Falar com algumas delas é difícil, pois
não querem perder um minuto sequer e por vezes
se irritam com a interrupção nas compras.
       Para garantir a fama de pólo da moda, a
Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro or-
ganiza anualmente o Bom Retiro Fashion Business,
estratégia que serviu para afastar a imagem de
reduto popular e faz crescer o interesse de quem
ainda não é freqüentador assíduo. Na última
edição, realizada em 2007, o investimento dos
organizadores ficou em torno de R$ 450 mil.
       Ao contrário do que se possa imaginar, a
relação entre os lojistas é pacífica e a maioria
diz não precisar disputar clientes. Para eles, o
grande trunfo do comércio especializado está na
variedade, no preço e no fato de ter um público
que sabe exatamente o que quer. Como o fluxo de
pessoas é grande, há garantia de lucro: raramente
alguém fica no prejuízo. “Não precisamos disputar
clientes porque o número de pessoas que vem aqui
todos os dias é muito grande. Diferentemente de
outros comércios, não precisamos ‘investigar’ o
que o concorrente faz. No final das contas, todas
                                                            Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008               9
Foto: Nani Soares
                               diretamente na fonte, a um preço inferior ao pra-              “Disputa por clientes? Nem com os ambu-
                               ticado no mercado. A declaração de um senhor            lantes!”, esclarece. Para ele, a “camaradagem”
                               idoso, pouco depois, confirma essa tese: “Você          existente entre os lojistas mostra que é possível
                               viu? O mesmo vestido do shopping, só que muito          cada um trabalhar e obter lucro sem que haja
                               mais barato!”                                           qualquer atrito. “Chegamos a indicar outras lo-
                                      A rede de calçados Dunes, que possui cerca       jas, quando não temos o que o cliente procura”,
                               de 30 unidades, inclusive lojas em shoppings de         diz Pádua.
                               regiões nobres da cidade e até no exterior, tem                Ele explica que, apesar de ser especializada
                               na José Paulino sua terceira filial mais lucrativa.     em eletro-eletrônicos, o setor possui várias ver-
                               “O movimento aqui é ótimo. Temos 12 vendedo-            tentes e as lojas acabam se diferenciando umas
                               ras e não estamos dando conta”, diz a gerente,          das outras. Mesmo as que seguem a mesma linha,
     “O movimento              Mari Trajano. Para ela, o problema da José Paulino      procuram investir em pequenos diferenciais, en-
     aqui é ótimo.             ainda é a qualidade no atendimento: com lucro           volvendo marca, preço ou mesmo o atendimento.
     Temos 12                  garantido, algumas lojas ainda não dão a devida         “Se ficássemos em num shopping, provavelmente
     vendedoras e não          importância a esse diferencial. “São resquícios         não seria assim”.
     estamos dando             dos tempos em que vendíamos para classes mais
     conta”, diz a
     gerente
                               baixas”, brinca Mari, explicando que conheceu           Comércio informal
                               bem aquela época.
                                                                                       é o maior desafio
                                      A rua Santa Ifigênia, também no centro, é
                               considerada a meca dos eletroeletrônicos da capital            Outra rua bastante conhecida é a Tabatin-
                               paulista. Produtos novos e usados, como sistemas        guera, perto da Catedral da Sé. Sem o frenesi da
                               de som automotivo, computadores, notebooks,             José Paulino ou da Santa Ifigênia, a Tabatinguera é
                               telefones, câmeras digitais, placas de vídeo, pro-      especializada em essências e matérias-primas para
                               cessadores e tudo o que envolve o movimentado           sabonetes, velas e produtos aromáticos. Tranqüila
                               mundo da tecnologia, estão distribuídos em 80           e arborizada, é possível saber o que se vende nas
                               lojas e mais 30 mini-shoppings.                         lojas mesmo antes de entrar: o aroma agradável é
                                      Quem coordena esse universo é a Câmara dos       perfeitamente condizente com a tranqüilidade das
                               Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, encarregada      lojas. No interior de qualquer uma delas, o cheiro
                               de fazer a ponte entre os lojistas e o poder público,   é ainda mais inebriante. Em meio a essências,
                               buscando melhorias para a região. José Ricardo          corantes, parafina, embalagens, formas e toda
                               Patrício de Pádua, lojista da Santa Ifigênia há 45      a sorte de produtos ligados ao olfato, circulam
                               anos e presidente da CDL, explica que agora as          revendedores, comerciantes, autônomos e muitos
                               vendas estão mais fracas, em relação ao ritmo           curiosos, simples amantes de artigos artesanais,
                               intenso do período de festas, mas nem por isso          que se arriscam a preparar sozinhos seus produ-
                               os lojistas têm do que reclamar. São cerca de 20        tos. Nesses casos, é possível contar com a ajuda
                               mil pessoas circulando por ali todos os dias, na        de simpáticos vendedores dispostos para dar um
                               própria Santa Ifigênia e adjacências, onde muitas       curso-relâmpago, ali mesmo no balcão, sobre a
                               lojas também vendem os mesmos produtos.                 preparação de velas e sabonetes.

                                                                                                                     Foto: Wanderlei Celestino




          Rua Paula
          Souza




10                             Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
varejo |
                                                                                                                                         segmentado
                                                                                                             Foto: Wanderlei Celestino


      A história do comércio de essências na          concorrentes, no final das contas aqui parece
Tabatinguera é peculiar. A primeira loja foi aberta   mesmo uma grande família”.
por Saturnino Cabral, ex-garçom que, decidido a              Ao que tudo indica, nas ruas de comércio
ter um negócio próprio, formou sociedade com um       especializado em São Paulo, os lojistas não ado-
amigo. Desfeita a parceria, ele tomou as rédeas       taram a política da boa vizinhança somente como
do negócio e progrediu. Hoje, são cinco lojas na      estratégia para conseguir bons negócios.                “Cada loja
região, além de outras três na Grande São Paulo e            Para o superintendente de economia da            tem sua
uma em Fortaleza. Só na “Paraíso das Essências”,      Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel        própria
sua maior loja, circulam 400 pessoas por dia,         Solimeo, o grande desafio do varejo especializado       identidade
em média, e a loja mantém um cadastro com             é enfrentar o comércio informal, já que em ruas         e, ainda que
5 mil clientes, vindos de vários Estados. “Cada       mais conhecidas os vendedores ambulantes são            os mesmos
loja tem sua própria identidade e, ainda que os       presença constante. “A concorrência que o chamado       produtos
mesmos produtos sejam vendidos, é o cliente que       impropriamente de comércio ambulante, agora fixo        sejam
escolhe onde quer comprar. Isso vale também           em determinados pontos, impõe é desleal. Eles           vendidos,
para as outras lojas e, apesar da concorrência        vendem produtos piratas ou contrabandeados em
                                                                                                              é o cliente
                                                                                                              que escolhe
natural, ainda acho que é muito menor do que a        ruas tradicionais, como a Santa Ifigênia, a preços
                                                                                                              onde quer
que existe no comércio tradicional”, argumenta        inferiores, mas pagam não as despesas normais
                                                                                                              comprar.
o gerente, Leandro de Brito.                          e nem os devidos impostos”, diz.                        Isso vale
      Na Wanny Essências, concorrente direta da              Apesar das dificuldades, Solimeo acredita        também para
rede de Cabral, o clima é de total tranqüilidade      que a tendência do comércio especializado é o           as outras
em relação a isso. “A rede deles é maior, mas         fortalecimento. As facilidades oferecidas ao con-       lojas e,
nem por isso perdemos clientes. E os nossos           sumidor, como preço e variedade de produtos,            apesar da
são muito fiéis”, assegura a gerente Alessandra       além do surgimento de novos pólos, como a Oscar         concorrência
de Oliveira. A realidade comprova que a acirrada      Freire, são uma garantia de esse tipo de negócio        natural,
disputa para conseguir o maior número possível de     terá sempre um público cativo na cidade.                ainda acho
clientes é uma teoria que não existe no comércio                                                              que é muito
especializado: a convivência é mais tranqüila do
                                                                                                              menor do
                                                                                                              que a que
que se pode imaginar, assegura. “A indicação
                                                                                                              existe no
da loja vizinha é perfeitamente natural. Damos
                                                                                                              comércio
todas as coordenadas para ajudar o cliente, se                                                                tradicional”
não tivermos o que ele procura. Apesar de sermos
                                                           Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008                                 11
ALTERNATIVA
                            Academias, sanitários e
                             porta de elevador, não
                          existe local fixo para esse
                                 tipo de publicidade




                         Mídia alternativa:
                       o anúncio nos lugares
MÍDIA |




                           mais improváveis
                                                           O sujeito chega num prédio e encontra propaganda na porta do elevador,
                                                           entra e tem uma TV de LCD mostrando a previsão do tempo entremeada
                                                           por novos anúncios. Depois sente vontade de ir ao sanitário e se depara com
                                                           uma peça publicitária na parede. A cena descrita é cada vez mais comum
                                                           nos dias de hoje, principalmente nas grandes cidades, onde a chamada
                                                           mídia alternativa encontra espaço. Visando atingir o público nos locais mais
                                                           improváveis, as agências de publicidade têm buscado esse tipo de mídia
                                                           como uma forma de tornar um produto ou serviço mais conhecido para uma
                                                           clientela segmentada.

                                                           Mída alternativa é qualquer meio que não seja parte dos veículos tradicionais,
                                                           como TV, rádio, jornal, revista e outdoor. Segundo a executiva de contas da
                                                           gráfica Santa Bárbara, Ana Paula Lima, em Salvador tem crescido esse tipo
                                                           de demanda em pontos de ônibus, banheiros e elevadores. Ela esclarece
                                                           que ao contrário do que muita gente pensa, o folheto de divulgação não
                                                           é considerado uma mídia alternativa, mas uma forma de promoção de um
                                                           empreendimento, de uma peça de teatro.

                                                           Segundo ela, nem todas as gráficas trabalham com o formato exigido para
                                                           esse tipo de anúncio, por isso o empresário que pretende investir nesse
                                                           segmento e não tem uma agência, deve estar ciente que o preço final pode
                                                           ficar um pouco alto. Segundo Ana Paula, a mídia alternativa é feita geral-
                                                           mente por empresas de médio e grande portes, interessadas em reforçar
                                                           a marca e não tanto em vender produtos ou serviços.

                                                           Para o pequeno empresário, ela recomenda formas mais diretas de divul-
                                                           gação para atingir a clientela, como folders, folhetos e anúncios em rádio.
                                                           “As grandes empresas têm capital para fortalecer a marca em mais de um
                                                           veículo de comunicação”, afirma Ana Paula.
              “As grandes empresas têm
                                                           “É totalmente diferente da mídia de massa, que busca atingir grandes públicos.
              capital para fortalecer a marca
                                                           A intenção é segmentar o investimento e otimizar os recursos, direcionando
              em mais de um veículo de
                                                           a verba para o lugar certo”, diz a empresária, assinalando que a mídia indoor
              comunicação”
                                                           pode ser colocada no banheiro, na porta do elevador, em escritório.




 12                            Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
Se, por exemplo, o público-alvo do empresário
for o jovem, ele deve investir em locais como
barzinhos, academias e faculdades. No caso
da academia, ele pode colocar no seu anúncio
imagens, frases e ícones que faça o público se
identificar e conseqüentemente lembrar da marca
quando for comprar.

Com relação ao investimento, Viviane diz que
não dá para fazer uma estimativa porque cada
campanha é única e varia de acordo com a quan-
tidade de placas, período e local de veiculação,
entre outros fatores. Além disso, continua ela, é
importante que o empresário procure a empresa
para que se estude que tipo de propaganda é
mais adequada a seu negócio.

Trabalhando desde 2005 com a chamada
mídia indoor, Viviane Macedo, representante
na Bahia da empresa Enox, diz que esse tipo
de publicidade tem crescido nos últimos anos.
Segundo ela, é um crescimento lento, mas já
esperado. “Tem muito empresário que acha que
                                                                        Fotos: Adelmo Borges




aplicar dinheiro em mídia não é investimento,
mas custo”, diz ela, acrescentando que é um
tipo de comunicação que segue uma tendência
do mundo atual.

No que diz respeito à criação, Viviane esclarece
que tanto o empresário pode ter uma agência
para conceber a campanha, como pode utilizar
o pessoal que normalmente já faz seu folder
ou programação visual da loja. O tempo de
veiculação varia de acordo com os interesses e
disponibilidade financeira do cliente. Pode ser
por um tempo mínimo de 28 dias, ou vários
                                                                                Vantagens da
períodos durante o ano. “Tem cliente que fecha                                  mídia indoor
conosco apenas as datas mais importantes para
                                                                                A mídia indoor é uma estratégia de divulgação que
o comércio, como Dia dos Pais, das Mães, Namo-
                                                                                busca atingir o consumidor em locais que ele gosta
rados e Natal”, diz Viviane. Quem quiser saber                                  de freqüentar. Veja a seguir algumas vantagens:
mais sobre esse tipo de mídia pode acessar o
                                                                                                  1.	 Diferente da mídia de massa, que busca atingir gran-
site: www.enox.com.br.
                                                                                                      des públicos, a intenção é segmentar o investimento. O
                                                                                                      cliente não desperdiça verba com o consumidor que não
                                                                                                      lhe interessa. Com a mídia indoor o anunciante atinge o
                                                                                                      seu publico-alvo dentro de um estabelecimento;
                                                                                                  2.	 O tempo de exposição perante o anúncio varia de 1 a
                                                                                                      4 minutos dependendo da permanência do consumidor
                                                                                                      no estabelecimento;
                                                                                                  3.	 Em horários de lazer as pessoas estão mais sensíveis às
                                                                                                      informações que recebem, e o nível de ruído e dispersão
                                                                                                      é praticamente zero;
                                                                                                  4.	 Os anúncios estão localizados em ambientes de alto pa-
                                                                                                      drão de acabamento e higiene, o que valoriza a peça;
                                                                                                  5.	 Possibilidade de segmentação de público, o que
                                                    Fonte: Zeus Mídia




                                                                                                      permite criar anúncios específicos para cada sexo e
                                                                                                      público em questão.




                                                                                               Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008                  13
empresária
ENTREVISTA |




                   Credibilidade, ética e
               honestidade são os pilares
                     do sucesso
               C
                     om alegria e disposição,                            Varejo Vivo: Como foi o início das
                     Lise Weckerle, sócia-                               Óticas Ernesto?
                     proprietária das Óticas Ernesto,                        Lise Weckerle: Começou com meu pai,
                                                                         Ernest Weckele, um homem que se especializou
               comanda, junto com dois irmãos,
                                                                         em ótica numa época em que as pessoas mal
               uma rede de 14 lojas em Salvador.                         sabiam o que era isso. Desde cedo eu e meus
               Responsável pelas áreas de Marketing                      irmãos começamos a trabalhar na loja, pois meu
               e Recursos Humanos da empresa, ela                        pai achava que era importante esse aprendizado.
               trabalha duro para manter a herança                       Fui para a Alemanha fazer um curso de nível
                                                                         superior em Ciências Econômicas e ao voltar ao
               deixada pelo pai, Ernest Weckerle.
                                                                         Brasil, na década de 60, fui trabalhar na primeira
               Acompanhe a seguir a entrevista                           loja, que fica na Piedade. Naquela época, dava
               exclusiva concedida pela ex-presidente                    suporte na contabilidade, na tesouraria e ainda
               da Associação Comercial para a                            ajudava no balcão. Sem abandonar as lições de
               Revista Varejo Vivo, na qual ela fala                     meu pai, eu e meus irmãos Wolfgang e Wilhelm
                                                                         Weckerle (os dois últimos mais conhecidos como
               do início das atividades da empresa,
                                                                         Buba e Willi) damos continuidade ao sucesso
               da concorrência e do processo de                          da Ótica Ernesto. Hoje, aos 60 anos, a empresa
               qualidade desenvolvido pela empresa.                      possui 14 lojas. Eu cuido das áreas de Marketing


 14                    Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
e Recursos Humanos, enquanto Wolfgang é res-             LW: Não me preocupo
                       ponsável pelo setor financeiro e Willi pela área     com a concorrência. O empre-
                       técnica e de compras.                                sário deve ter em mente que
                                                                            quando ele faz um trabalho
                       Varejo Vivo: Quando rede começou a                   de qualidade, o cliente vai ser
                       se expandir?                                         sempre fiel. Além disso, você
                           LW: Nos anos 70, quando meus irmãos              só pode dizer que é bom quan-
                       se formaram e incorporamos as Óticas Viúva           do tem um comparativo.
                       Neves. Antigamente, a mesma loja que vendia
                       óculos comercializava ouro e jóias. Meu pai foi      Varejo Vivo: Que
                       um homem de visão, pois foi para a Alemanha          conselho a Sra. daria
                       se especializar em ótica numa grande empresa         para quem está
                       e ao voltar ao Brasil abriu a empresa com seu        começando?
                       nome.                                                     LW: Quem começa hoje
                                                                            tem uma grande vantagem que                                 Sobre a
                       Varejo Vivo: Como é a capacitação
                                                                            é o Sebrae. Na época em que começamos, não                  concorrência:
                       dos funcionários?
                                                                            havia uma instituição que orientasse o empresário           “Você só pode
                           LW: Nós temos uma preocupação grande             em relação aos melhores procedimentos, que                  dizer que é bom
                       com o treinamento dos colaboradores. Todos           fizesse pesquisas. Quem não tem um profundo                 quando tem um
                       os gerentes têm curso de ótica e os demais           conhecimento do ramo que pretende atuar está                comparativo”
                       funcionários são treinados constantemente. Da        fadado a fechar. Além disso, ele precisa ter credi-
                       mesma forma que uma farmácia tem que ter um          bilidade, ética e honestidade, pilares fundamen-
                       farmacêutico à frente, uma ótica precisa possuir     tais para o sucesso de qualquer empreendimento.
Fotos: Adelmo Borges




                       um funcionário especializado, pois diferente de      Ele precisa acreditar que vale a pena ser sério, que
                       uma loja de sapatos, nós vendemos saúde e a          não pode vender um produto de terceira como se
                       responsabilidade é grande. Semana passada, por       fosse de primeira.
                       exemplo, os funcionários foram treinados para
                       trabalhar com uma lente nova. Estamos sempre
                       preocupados com os lançamentos do setor, por
                       isso vamos todos os anos às feiras que aconte-
                       cem na Itália e nos Estados Unidos conhecer as                                   “Da mesma forma que uma farmácia
                       novidades.                                                                       tem que ter um farmacêutico à frente,
                                                                                                        uma ótica precisa possuir um funcionário
                       Varejo Vivo: Fale um pouco sobre a
                                                                                                        especializado, pois diferente de uma loja
                       importância do controle de qualidade                                             de sapatos, nós vendemos saúde”
                       para uma empresa.
                           LW: Todo empresário, de qualquer ramo,
                       precisa se preocupar com o controle de quali-
                       dade. Em nosso caso, além de treinar e orientar
                       os funcionários para a importância de um bom
                       atendimento, temos a preocupação de fazer os              Dicas de uma empresária
                       óculos adaptados a cada pessoa. Existem lentes
                       que ficam melhor em determinados rostos do
                                                                                 de sucesso
                       que em outros. Além disso, antes de o cliente               	 Todo empresário deve se preocupar com a
                       começar a usar, o médico avalia se está tudo                  capacitação de seus funcionários, para que
                       correto.                                                      eles acompanhem a evolução do setor;

                       Varejo Vivo: De que forma a empresa                         	 O empresário precisa ter um profundo co-
                       lida com públicos diferenciados?                              nhecimento do ramo que atua;
                           LW: Acompanhamos as tendências para ofe-                	 É importante também acompanhar as novi-
                       recer a nossos clientes as principais novidades do            dades do setor para não ficar defasado;
                       mercado. Além disso, temos consciência de que o
                       público que procura uma de nossas lojas na Gari-
                                                                                   	 O empresário não deve se preocupar com
                                                                                     a concorrência. Ele deve ter em mente que
                       baldi não é o mesmo da Avenida Sete. Um detalhe
                                                                                     quando faz um trabalho de qualidade, o
                       importante é que nos últimos anos as classes C
                                                                                     cliente vai ser sempre fiel.
                       e D passaram a ter um acesso maior ao setor e
                       também aumentou o número de óticas.                         	 Três pilares devem sustentar as ações dos
                                                                                     empresários que querem fazer sucesso:
                       Varejo Vivo: Como a Sra. lida com a                           credibilidade, ética e honestidade.
                       concorrência?


                                                                                 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008                      15
receitas futuras
vendas |




                   Acompanhamento
                            das vendas permite prever
                                              receitas futuras
                   O empresário tem que estar                                  O acompanhamento das vendas é uma
                                                                               etapa importante para o empresário
                   atento às variações sazonais para
                                                                               otimizar o processo de comercialização das
                   investir corretamente                                       mercadorias, possibilitando prever receitas
                                                                               futuras e adotar o controle de compras.
                                                                               Além disso, torna-se mais fácil perceber
                                                                               as variações devido à sazonalidade, bem
                                                                               como o prazo médio concedido para os
                                                                               pagamentos realizados a prazo.
                                                                               Isso pode ser feito por meio da
                                                                               observação empírica do comportamento
                                                                               dos clientes, por relatório ou automatizada,
                                                                               através de um software específico. A
                                                                               empresa baiana TW2 desenvolveu um
                                                                               programa que ajuda o empresário a
                                                                               controlar o estoque, demonstrando, por
                                                                               meio de gráficos, o dia e horário que
                                                                               vende mais determinado produto.
                                                                               O empresário Ocione Passos, 43 anos,
                                                                               sócio-proprietário da Albani Delicatessen,
                                                                               localizada no bairro da Pituba, é um dos
                                                                               que aplicam o método. “Não sei como um
 16                          Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
dirigente pode sobreviver sem um sistema
como esse”, diz Ocione, acrescentando
que pelo computador em seu escritório dá      Prazo médio de compras
baixa no estoque, verifica o último preço
                                              Adotar um controle de compras possibilita ao
adquirido com o fornecedor e até sugere a
compra de produtos.                           empresário a melhor distribuição de compras
A rotina do empresário inclui, além de        para meses seguintes, baseando-se nas previsões
receber fornecedores e fechar contratos,      de vendas e nos compromissos assumidos. Esse
monitorar o comportamento dos clientes.       controle permite também a determinação do
Como todo sistema, ele precisa ser            prazo médio das compras.
alimentado com dados para dar respostas
atualizadas. “Pelo computador, sei o          É função essencial da gerência acompanhar o
produto que mais vende, o dia e o horário”,   processo de vendas, estimulando vendedores ou
lembra Ocione, destacando que dá              representantes a avaliar os resultados obtidos e
sugestões para melhoria do sistema.           buscar novos desafios. Assim, algumas funções
Ele diz que, sabendo o quanto e que
                                              não podem ser abandonadas:
produtos o cliente está consumindo, é
possível usar estratégias para aumentar        	 Realizar reuniões semanais de acompanhamento
as vendas. Ou seja, mesmo quem não
                                                 dos dados, estimulando toda a equipe para buscar
possui um sistema informatizado que lê os
                                                 os resultados estabelecidos.
códigos de barra das mercadorias, deve
ficar atento ao movimento da loja para
                                               	 Orientar, para que os resultados não tenham ape-
mudar a estratégia quando o movimento
                                                 nas um efeito de curto prazo.
estiver mais fraco.
No caso de uma delicatessen, por               	 Cobrar a equipe, mas formar grandes vendedo-
exemplo, o empresário pode programar
                                                 res.
um dia para degustação de um novo
produto num horário que ele sabe que           	 Rejeitar desculpas para o não-cumprimento de
deve ter uma visitação maior. No caso de
                                                 metas, buscando encontrar, com a equipe, o real
uma loja de roupas, o ideal é o empresário
                                                 motivo e solucioná-lo.
ficar atento aos dias que tem mais público
para reforçar o número de vendedores, se
for o caso, e caprichar no atendimento.




                                                                                                    Fotos: Adelmo Borges




                                              Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008                              17
O marketing e a
central de negócio


                     exploração dos sentidos
                                                                                 enquanto uma cena vista uma única vez pode nos
                                                                                 marcar para sempre”, afirma Renata.
                                                                                        Mas a consultora ressalva que a exploração
                                                                                 do olfato é muito utilizada em lojas de artigos es-
                                                                                 portivos, indústria da moda e automotiva. “Quem
                                                                                 não gosta de cheiro de carro novo?”. Segundo
                                                                                 Renata, existem estudos que indicam fragrâncias
                                                                                 para estimular a compra de artigos esportivos.
                                                                                 “Clínicas e hospitais têm cheiro definido pelas es-
                                                                                 sências que trazem impressão de limpeza”, lembra
                                                                                 a consultora que também atua na coordenação
                                                                                 de marketing de um grupo de saúde.
                                                                                        Renata menciona os aromas de café e canela,
                                                                                 que provocam a sensação de estar em casa e
MARKETING |




                                                                                 aumentam o tempo de permanência numa loja. O
                                                                                 dizer “Aromatizado artificialmente” é freqüente em
                                                                                 uma infinidade de produtos e é claro, influenciam
                                                                                 nossa decisão de compra.
                                                                                        Já os sons, segundo ela, podem ser nota-
                                                                                 dos em supermercados, onde músicas calmas
                                                                                 e relaxantes são utilizadas em dias com pouco



                     Estudos sobre cores e suas influências
                     definem logomarcas, que podem acalmar
                     ou agitar o cliente


                                   Num mercado cada vez mais dinâmico
                             e competitivo, o marketing sensorial, quando
                             adotado corretamente principalmente no varejo, é
                             uma ferramenta bastante eficiente. “A exploração
                             dos cinco sentidos no marketing não é uma novi-
                             dade, mas o estudo de seus efeitos é recente e
                             seu uso sem exageros ou imposição é altamente
                             recomendado pelo marketing moderno”, diz a
                             consultora Renata Monteiro.
                                   A visão tem sido o sentido mais explorado
                             nessa modalidade de marketing. Segundo Renata,
                             estudos sobre cores e suas influências definem
                             logomarcas, que podem acalmar ou agitar o
                             cliente. “O design dos produtos segue cada vez
                             mais os efeitos que são causados no consumi-
                             dor”, observa.
                                   A exploração da visão se fundamenta em
                             pesquisas que indicam ser a memória visual mais
                             eficiente que a auditiva ou olfativa. “Daí o fato
                             de termos que ouvir uma música ou sentir um
                             cheiro várias vezes para nos lembrarmos destes,




 18                          Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
movimento, para maximizar o tempo de per-         tocavam de leve os clientes, tinham mais su-
manência dos clientes nas lojas, enquanto que     cesso em convencê-lo a experimentar um novo
músicas mais agitadas ditam o ritmo em dias de    produto e fazê-los comprar”.
muito movimento para garantir a diminuição de           Mas Renata Monteiro alerta que aspec-
filas e a espera.                                 tos culturais devem ser valorizados. “Tocar
       “O paladar também é muito provocado nos    o cliente no Japão pode ser tão desastroso
pontos de venda”, diz Renata, afirmando que       quanto o sabor carne em um Miojo na Índia.
o merchandising com degustação é freqüente        Com os devidos cuidados, o marketing sensorial
e imensamente eficaz na introdução de novos       é uma ferramenta barata e bastante eficaz na
produtos no mercado. “Mas engana-se quem          prospecção de novos clientes e na fidelização
atribui apenas à provação o uso deste sentido”,   de clientes já conquistados”, afirma.
observa.
       De acordo com ela, ao oferecer balas ou
chocolates aos seus clientes, as companhias
aéreas fazem um mimo ao cliente, melhorando
sua reação física ao vôo, fazendo-o mastigar
antes e durante a decolagem, melhorando o
desconforto causado pela diferença de pressão.
“Acabam por fim elevando uma sensação gostosa                      “Durante uma pesquisa foi constatado que
do paladar a um sentimento de conforto que                        em um restaurante, quando os clientes eram
não encontraria em outra companhia”.                              tocados pelos garçons, davam gorjetas maiores.
       Com relação ao tato, a consultora de                       E em supermercados, os demonstradores
marketing destaca a utilidade não apenas no
                                                                  quando tocavam de leve os clientes, tinham
                                                                  mais sucesso em convencê-lo a experimentar
design de produtos que facilita seu manuseio,
                                                                  um novo produto e fazê-los comprar”
mas até ao passar confiança aos clientes. “Du-
rante uma pesquisa foi constatado que em um
restaurante, quando os clientes eram tocados
pelos garçons, davam gorjetas maiores. E em
supermercados, os demonstradores quando




                                                      Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008              19
Procedimentos simples
ProcediMENTOs


                                evitam punições
                                                                             defesa, podendo ser multada. O valor da multa,
                Lojistas que comercializam                                   de acordo com Vilar, depende de alguns fatores
                                                                             como reincidência e porte da empresa, podendo
                produtos sob medida devem
                                                                             variar de R$ 500 a R$ 5 mil. “Mas é possível chegar
                utilizar os instrumentos adequados                           até R$ 50 mil”, diz.
                para não receber multas                                            Com relação aos instrumentos de mensura de
                                                                             peso, o fiscal do Ibametro chama a atenção para
                              Quem já não passou pela inusitada experi-      a verificação do lacre do Inmetro nas balanças.
multas |




                       ência de assistir a um vendedor utilizar o balcão     A recomendação vale tanto para o consumidor
                       para medir o comprimento de uma peça de tecido        quanto para o comerciante. O lacre indica que
                       ou fio. O método pode até ser mais prático para       o equipamento está certificado e pode ser uti-
                       o funcionário da loja, mas não é correto nem          lizado no País. Segundo Rogério Vilar, balanças
                       tampouco legal. Qual a garantia que aquelas           importadas também precisam estar certificadas.
                       marcas no balcão correspondem mesmo à medida          “O uso de equipamento sem aprovação inicial do
                       padrão? “O lojista que procede dessa forma está       modelo são apreendidas”, informa.
                       descumprindo a legislação e possivelmente lesando           Em ação fiscalizadora realizada recentemente
                       o consumidor, portanto sujeito a autuação e multa”,   na região do Extremo Sul baiano, nas cidades
                       alerta o fiscal do Instituto Baiano de Metrologia     de Teixeira de Freitas e Eunápolis, Vilar conta
                       e Qualidade (Ibametro), Rogério Vilar.                que foram apreendidas 20 balanças comerciais
                              Órgão delegado do Instituto Nacional de        importadas que não tinham a devida certificação
                       Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial       do Inmetro. “Eram produtos vindo do Paraguai e
                       (Inmetro) para a Bahia, o Ibametro é a entidade       adquiridos por contrabando. Os produtos foram
                       responsável, no comércio, pela fiscalização e         apreendidos e os comerciantes autuados”.
                       verificação metrológica de produtos e serviços
                       colocados à disposição do cidadão. “Temos a
                       função de assegurar o cumprimento da política de
                       metrologia legal e disseminar a qualidade, com o
                       objetivo de garantir a exatidão dos instrumentos
                       e proteger o consumidor”, afirma Vilar.
                              Os lojistas que comercializam produtos sob
                       medida, segundo o fiscal do Ibametro, devem
                       utilizar os instrumentos adequados para realizar
                       a medição, como metro de medir, trena, fita
                       métrica e balanças. Ele destaca ainda que esses
                       equipamentos precisam ter o selo de verifica-
                       ção do Ibametro, no caso do estabelecimento
                       comercial estar na Bahia ou do devido órgão de
                       fiscalização do respectivo estado. “É importante
                       que o consumidor observe o selo de verificação
                       no equipamento”, avisa.
                              O Ibametro, de acordo com Rogério Vilar,
                       realiza anualmente visitas de fiscalização em todas
                       as casas comerciais que utilizam instrumentos de
                       medição na Bahia. “Temos 35 equipes atuando em
                       todo o estado”, informa. No estado, são realizadas
                       anualmente em torno de 105 mil verificações.
                              Segundo ele, os fiscais verificam se os ins-
                       trumentos estão em conformidade e havendo erro
                       superior ao tolerado pela legislação, a empresa é
                       autuada e tem prazo de 10 dias para apresentar



 20                    Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
As bombas de combustível também são alvo        Agências Regionais do
de fiscalização. O fiscal do Ibametro informa ser
obrigatório aos postos de combustíveis ter a medida
                                                      Ibametro
de 20 litros disponível para os consumidores, no      Feira de Santana
caso de dúvida, verificarem se a quantidade paga
                                                       	 Av. Sudene s/n° - Centro Industrial Subaé, Bairro Tomba, Feira de Santana/
corresponde à realidade. De acordo com ele, o
                                                         Bahia. CEP: 44063-640. Tel: (75) 3622-0901 / 3612-5074 / 3622-2933
erro tolerável é de 100 mililitros.
      Os produtos pré-medidos, aqueles que são        Vitória da Conquista
vendidos já embalados na quantidade específica,        	 Distrito Industrial dos Imborés, SUDIC, Zona Apoio, Lt. ½ Vitória da
também são alvo de fiscalização do Ibametro.             Conquista/ Bahia. CEP: 45100 –000. Tel: (77) 3424-4697
A fiscal Cíntia Lé informa que diariamente é
                                                      Itabuna
feita a coleta desses produtos para análise. “Os
                                                       	 Rua Neiva Oliveira, n° 100 – Bairro Lomanto Jr. CEP: 45601-000 Itabu-
comerciantes são convidados a acompanhar o
                                                         na/Bahia Tel: (73) 3211-2531
exame”, diz.
      Cíntia explica que, nos casos de produtos       Barreiras
pré-medidos, quando há irregularidade quem             	 Lote 03, Quadra 01, Distrito Industrial da Sudic. CEP: 47800-00. Bar-
sofre as punições é o fornecedores e não o               reiras/ Bahia Tel: (77) 3611-8144
comerciante. De acordo com ela, o índice de
reprovação, em média, é de 10% do material
                                                      Jequié
coletado e os principais produtos reprovados são       	 Avenida Otávio Mangabeira, Quadra F, s/n°, Distrito Industrial de Mandaca-
                                                         ru, Bairro Mandacaru. CEP: 45208-000 Jequié/Bahia. Tel: (73) 3525-7487
os alimentícios.
                                                      Juazeiro
                                                       	 Quadra QV, Lote 02, Distrito Industrial do Vale do São Francisco. CEP:
   Órgão delegado do Instituto Nacional                  48900-000 Juazeiro/ Bahia. Tel: (74) 3612-5296 / 3611-0812
   de Metrologia, Normalização e
                                                      Paulo Afonso
   Qualidade Industrial (Inmetro)
   para a Bahia, o Ibametro é a                        	 Rua Antonio Carlos Magalhães, s/n°, BNH. CEP: 48600-000 Paulo Afon-
   entidade responsável, no comércio,                    so/ Bahia. Tel: (75) 32812997
   pela fiscalização e verificação
                                                      Eunapólis
   metrológica de produtos e serviços
   colocados à disposição do cidadão.                  	 Avenida David Jonas Fadini, n° 2409 (Km 713) – Distrito Industrial,
                                                         Bairro Juca Rosa. CEP: 45825-000 Eunapólis/ Bahia. Tel: (73) 32611638


                                                      SERVIÇO:
                                                      IBAMETRO - 0800 71 1888



                                                         Dicas para o comerciante
                                                         ficar atento
                                                           	 Os lojistas que comercializam produtos sob me-
                                                             dida devem utilizar os instrumentos adequados
                                                             para realizar a medição, como metro de medir,
                                                             trena, fita métrica e balanças

                                                           	 Os instrumentos de mensura de peso devem ter
                                                             o lacre do Inmetro nas balanças

                                                           	 Os postos de combustíveis devem ter a medida
                                                             de 20 litros disponível para os consumidores, no
                                                             caso de dúvida, verificarem se a quantidade paga
                                                             corresponde à realidade

                                                           	 Os produtos pré-medidos, aqueles que são ven-
                                                             didos já embalados na quantidade específica,
                                                             também são alvo de fiscalização




                                                          Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008                             21
Dicas
                                                     Dicas de Livros de Livros
Dicas de Livros de Livros
 Dicas de Livros
            Dicas
     Planejamento de Marketing                                         Uma história de sucesso
      	 Preparar o leitor para montar um plano de                       	 Livro importante para os pequenos empresários se
        marketing fortemente estratégico — de                             espelharem em uma história de sucesso e dedicação.
        modo a integrá-lo com as metas empresa-                           Contada por um de seus criadores e a maior autoridade
        riais — e ao mesmo tempo instrumental.                            brasileira em aviação civil e comercial, este livro traz
        Este é o objetivo do livro “Planejamento de                       toda a história da Embraer, desde seu surgimento,
        Marketing”, que visa ainda orientar para as ações ope-            passando pelos anos de chumbo, até a consolidação como uma
        racionais necessárias para se chegar ao objetivo final            das empresas brasileiras mais lucrativas do Brasil e uma das
        de uma empresa: resultados perenes, nas dimensões                 companhias mais prestigiadas do mundo. A Embraer é hoje a
        econômicas e sociais. Os autores, especialistas na                terceira produtora mundial de aviões comerciais, domina o cenário
        área, mostram como utilizar a inovadora ferramen-                 internacional de produção e de vendas de aeronaves destinadas às
        ta Matriz do Marketing, desenvolvida por eles, para               empresas de transporte aéreo regional e registra vendas de US$
        estruturar um planejamento de marketing completo                  33 bilhões, tendo seus produtos voando em 70 países do mundo.
        e detalhado, sem esquecer as métricas de avaliação
        de resultados que justificam os investimentos. Escrito                                  Ficha técnica
        para atender às necessidades de empresários, execu-            Título: Nas Asas da Educação - A História da Embraer
        tivos, profissionais de marketing e de estudantes de           Autor: Osires Silva
        pós-graduação e MBA, contém também toda a teoria
                                                                       Editora: Elsevier
        de marketing necessária para cursos de graduação.
                                                                       Número de Páginas: 240
                           Ficha técnica
                                                                       Editora: Elsevier
     Título: Planejamento de marketing: conhecer, decidir e
     agir – do estratégico ao operacional                              Preço: R$ 55,90
     Autores: Marcos Felipe Magalhães e Rafael Sampaio                 A gestão da embalagem
     Número de pág.: 288
                                                                        	 Partindo de uma pesquisa que aponta que cerca de
     Preço: R$ 49,00                                                      80% das decisões de compra são tomadas no ponto de
     Editora: Pearson Education                                           venda e que mais de 90% dos produtos vendidos em
                                                                          um supermercado não têm apoio de marketing e co-
     Selo: Prentice Hall
                                                                          municação, dependendo, para sua sobrevivência, única
     O Jogo do Trabalho                                                   e exclusivamente da embalagem, o autor se propõe a
                                                                          fazer uma reflexão sobre o assunto. Nesse sentido, “Gestão estra-
      	 Publicação que procura mostrar como es-                           tégica de embalagem” é um manual de apoio a todas as pessoas
        tabelecer metas e usar a motivação própria                        envolvidas direta ou indiretamente nas decisões relativas à emba-
        da diversão para conquistar a vitória no tra-                     lagem, auxiliando-as a detectar os possíveis problemas presentes
        balho. Com esse método, os resultados são                         nos produtos disponíveis no mercado, assim como a desenvolver
        medidos, fornecendo as chaves para tornar a                       passo a passo a estratégia de embalagem mais adequada a cada
        empresa mais lucrativa por meio do aumento                        um deles. Baseado na experiência de sucesso do autor, o livro
        da produtividade e do entusiasmo dos cola-                        aborda desde a pesquisa inicial de desempenho do produto nas
        boradores. O autor parte do seguinte princípio: há pesso-         prateleiras até o design final da embalagem - tudo para que as
        as que pagam para suar a camisa se for para praticar um           empresas e seus profissionais possam aprimorar seus produtos e
        esporte, mas não se esforçam com a mesma intensidade              adequá-los às necessidades do mercado. O livro procura responder
        quando estão sendo pagas para trabalhar. Existem prin-            às indagações de forma didática e metodológica, apresentando
        cípios que motivam as pessoas a se dedicar por inteiro            um conteúdo de grande utilidade para as empresas que produzem
        às atividades esportivas que podem ser aplicados com              e fazem uso de embalagens. Fabio Mestriner é coordenador do
        sucesso na vida profissional. Segundo os autores, na falta        curso de pós-graduação em gestão estratégica de embalagem
        de metas claramente definidas, as pessoas são forçadas a          da ESPM. Designer consagrado com várias premiações interna-
        se concentrar na atividade e acabam sendo escravizadas            cionais, foi presidente da Associação Brasileira de Embalagem e
        por ela. A maioria dos empresários paga por presença, no          representante do Brasil na World Packaging Organisation (WPO).
        entanto deveria pagar por desempenho e produtividade.
                                                                                                Ficha técnica
                           Ficha técnica
                                                                       Título: Gestão estratégica de embalagem
     Título: O Jogo do Trabalho
                                                                       Autor: Fabio Mestriner
     Autores: Charles A. Coonradt e Lee Nelson
                                                                       Editora: Person
     Editora: Sextante
                                                                       Número de Páginas: 176
     Número de Páginas: 144
                                                                       Preço: R$ 50,40
     Preço: R$ 16,90


22                             Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
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Medidas simples evitam prejuízos com reclamações trabalhistas

  • 1. Devolução Garantida Publicação Trimestral • Ano 3 • Nº 5 • Maio 2008 Varejo especializado é uma estratégia para realizar boas vendas Mídia alternativa direciona investimento para público-alvo A exploração dos sentidos no Marketing
  • 2.
  • 3.
  • 4. Sumário LEGISLAÇÃO 05 Medidas simples evitam prejuízos com reclamações trabalhistas REAJUSTE 06/07 Varejo consciente: seja legal com o seu cliente MÍDIA 12/13 Mídia alternativa: o anúncio nos 08/11 VAREJO lugares mais improváveis Relação pacífica VENDAS 16/17 entre lojistas Acompanhamento das vendas permite prever receitas futuras marketing 18/19 ENTREVISTA O marketing e a exploração dos sentidos Com alegria e disposição, Lise MULTAS 20/21 Weckerle, sócia- Procedimentos simples evitam punições proprietária das 14/15 Óticas Ernesto DICAS DE LIVROS 22 Publicação do Sebrae voltada para o segmento varejista da Bahia. Ano III, Nº 5 – Abril de 2008 EXPEDIENTE Elaboração: Texto.Com Jornalista Responsável - Adelmo Borges Reportagens – Adelmo Borges e José Pacheco Filho Impressão – Presscolor, Tel.: 71 3334.5555 Tiragem – 15.000 exemplares Foto Capa – Aquivo Sebrae Projeto e Editoração Gráfica – Autor Visual Design Gráfico, Tel.: 71 3232-2722 Designer – Pery Barreto Telefone para contato: 71 3320-4437.
  • 5. Medidas simples Legislação | evitam prejuízos com reclamações trabalhistas O controle de registro da Foto: Welton Araújo jornada de trabalho é um instrumento necessário ao controle das horas-extras Horas-extras, equiparação salarial, acúmulo de função, acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e danos morais são motivos muito comuns em reclamações de trabalhadores do varejo na Justiça do Trabalho. Para o advogado trabalhista Jorge Deda, do escritório Deda & Gordilho, espe- cializado em direito do trabalho, os gastos com indenizações e honorários advocatícios nesses e saída e não registrou o intervalo de duas horas Assédio casos poderiam ser evitados pelas empresas com para o almoço, ficam pendentes duas horas-extras moral simples medidas. que podem ser reclamadas na Justiça”, explica. Jorge Deda destaca No caso de horas-extras, o especialista em Atividades comuns e remunerações diferentes também o cuidado que direito trabalhista alerta para a necessidade de o motivam reclamações trabalhistas de equiparação os empresários devem empregador observar o valor determinado pela salarial. Segundo Jorge Deda, é muito comum ter com o assédio mo- convenção coletiva de trabalho. “A Constituição o empregador utilizar um contrato padrão na ral, motivo atualmente Federal prevê que a hora-extra seja paga com contratação dos empregados e isso pode lhe ser de muitas reclamações o acréscimo de 50% sobre a normal, mas há prejudicial. “Há casos em que se deve buscar trabalhistas. Segundo convenções acordadas entre sindicatos patronais e orientação com um profissional habilitado para ele, uma empresa recen- de trabalhadores, em que o percentual é superior. se adequar o contrato às características das temente teve que pagar uma pesada indenização a Portanto é importante ficar atento para não funções que serão exercidas pelo empregado”. uma empregada, porque o pagar a menos e ficar sujeito a uma reclamação Outro problema muito comum é a saída de gerente exigia que os fun- trabalhista”, comenta. um empregado e um outro acumular a função cionários que produzissem O controle de registro da jornada de tra- que ficou vaga. “O empregado tem que prestar menos usassem orelha balho também é um instrumento necessário ao o serviço previsto no contrato de trabalho. Um de burro. “A empresa é controle das horas-extras, principalmente, no caso exemplo, vendedor não pega lixo”, diz o advogado, responsável pelos atos de empresas com mais de 10 empregados, nas avisando ser fundamental o empresário procurar de seus empregados”, quais o procedimento é obrigatório. “Nas empre- conhecer a convenção coletiva de trabalho e a afirma. sas com menos de 10 empregados, a legislação legislação trabalhista. Toda atitude, segun- não prevê obrigatoriedade do registro de ponto, Uma novidade da legislação trabalhista é a do o especialista, que mas é recomendável a utilização do instrumento Emenda Constitucional 45/2005, que deu compe- exponha o trabalhador para a preservação de uma relação honesta”, diz tência à Justiça do Trabalho para apreciar e julgar a humilhação e gere o advogado. processos de origem em acidentes de trabalho e constrangimento pode Embora haja as opções do cartão de ponto doenças ocupacionais. “Para evitar futuras recla- resultar em processo eletrônico e relógio de ponto, Jorge Deda recomenda mações e pesadas indenizações, é importante que na Justiça do Trabalho. a utilização do livro de ponto. “No livro de ponto, as empresas adeqüem o ambiente de trabalhos “É um dano moral que pode ser causado tanto o trabalhador anota o horário certo de entrada e às atividades exercidas, buscando minimizar os pelo empregador quanto saída, devendo também registrar os intervalos e riscos para a ocorrência de problemas”, orienta pelo preposto e resulta confirmando tudo com a assinatura”. o advogado Jorge Deda. em indenização”. Jorge De acordo com o especialista, sem o registro O especialista cita o caso de departamentos Deda ressalta ainda que dos intervalos abrem-se brechas para a cobrança onde há trabalhos de digitação. “As empresas a exigência de produção de horas-extras. “O trabalhador começa o serviço poderiam contratar fisioterapeutas para ensinar superior ao possível pelo às oito horas, sai às 18 horas. Sua jornada diária é exercícios que prevenissem as doenças ocupacionais empregado também é um de oito horas, mas, se ele só registrou a entrada provenientes dessa atividade”, recomenda. assédio moral. Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 5
  • 6. Varejo consciente: seja comércio legal com o seu cliente Para evitar ser alvo de clientes ou ser autuado durante uma fiscaliza- ção do Procon, é importante que o empresário reclamações, o empresário do setor varejista esteja ciente das normas que deve estar ciente das normas regem o Código de Defesa do Consumidor, que REAJUSTE | que regem o Código de fixa condições mínimas para promover o equilíbrio Defesa do Consumidor nas transações comerciais. “Os lojistas não devem praticar a venda casada, que é proibida. Devem, Exigentes, infiéis, questionadores e, sobretu- sim, oferecer segurança na oferta de seus produtos do, conhecedores dos direitos que lhes assistem. e fazer uma publicidade adequada e clara no que “Os lojistas Esse é o perfil dos consumidores modernos. De diz respeito às informações veiculadas, respeitando não devem acordo com Cristiana Menezes Santos, superin- sempre o consumidor”, adverte Cristiana. praticar tendente da Procuradoria de Proteção e Defesa Muitas empresas são notificadas por não a venda do Consumidor, Procon-BA, a entidade realizou no apresentar informações completas sobre os casada, que Estado, em 2007, cerca de 40 mil atendimentos, produtos que comercializam. Porém, o Decreto é proibida. entre queixas e solicitações de orientação. No nº 5.903/2006, determina que as informações Devem, sim, oferecidas ao consumidor devem ser precisas e primeiro trimestre de 2008, as empresas de varejo oferecer foram responsáveis por 3.786 atendimentos. Dos ostensivas quando se relacionarem ao preço à segurança na 22 estabelecimentos inspecionados nesse período, vista, custo total a prazo, condições de pagamento, oferta de seus produtos” 10 apresentaram algum tipo de irregularidade. quantidade de parcelas, taxa de juros adotada, Para evitar ser alvo de reclamações dos duração da oferta e tarifas de operação. 6 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 7. Além disso, as empresas que escolheram fazer a marcação de preço dos produtos com códigos de barras devem instalar a, no máximo, 15 metros das mercadorias, um leitor óptico. Para a superintendente, há um ponto de conciliação nítido entre os interesses dos lojistas, do Procon e dos consumidores. “Os empresários querem fidelizar seus clientes, tratando bem deles. Isso significa uma prestação de serviços adequada, eficiente e clara. E é isso que o consumidor e o Procon querem também”, explica Cristiana Santos. Apesar de não possuir, atualmente, qualquer ação educacional voltada para o comércio varejista, o Procon se coloca à disposição para consultas e esclarecimen- tos de dúvidas sobre as disposições do Código de Defesa do Consumidor. A criação do Código de Defesa do Con- sumidor, em setembro de 1990, e a posterior instituição do Procon, Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor, em maio de 1991, alte- raram, definitivamente, as relações entre lojistas Fotos: Welton Araújo e clientes. Desde então, direitos e deveres foram estabelecidos para ambas as partes visando pro- mover a filosofia equânime do ganha-ganha, na qual ambas as partes saem satisfeitas. Fique atento! Os produtos devem apresentar informações sobre: preço, prazo de validade, quantidade, riscos à saúde e à segurança do consumidor, qualidade, carac- terísticas, composição, garantia e nome e endereço do fabricante. O Código de Defesa do Consumidor classifica como criminosa a prática da venda casada, ou seja, quando o fornecedor condiciona a venda de um pro- duto à aquisição de outro. Se o fornecedor envia ou entrega ao consumidor qualquer produto sem solicitá- lo previamente, a ação passa a ser classificada como distribuição de amostra grátis. Nesse caso, o consumidor fica isento de pagar pelo bem recebido. A venda à vista pode ser efetuada através de pagamento em dinheiro, cartão de débito, de crédito e cheque. A recusa do pagamento à vista por meio do cheque só é válida quando o consumidor for avisado antecipada e ostensivamente. A publicidade formulada a partir de técnicas comerciais coercitivas e desleais é considerada prática abusiva. Sempre que um produto causar acidentes, serão responsabilizados o fabrican- te, o importador ou o prestador do serviço. O comerciante passa a responder pelos danos, caso os produtos perecíveis não tenham sido conservados adequadamente. Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 7
  • 8. SEGMENTADO VAREJO | Varejo especializado: sinônimo de boa vizinhança Nani Soares São Paulo é o centro comercial do País e uma Na rua Conselheiro Crispiniano, no centro Rua José de suas principais fontes de riqueza está no varejo. da cidade, é possível encontrar todo tipo de Paulino Só na região metropolitana, o setor registrou alta equipamento fotográfico, sendo parada obriga- de 10,5% nas vendas de fevereiro, em relação tória para fotógrafos e profissionais do ramo. ao mesmo período do ano passado, segundo Na rua 25 de Março, destacam-se os armarinhos pesquisa realizada pela Federação do Comércio e enfeites de natal, além de uma infinidade de do Estado de São Paulo (Fecomercio). outras quinquilharias. É a mais conhecida e chega Com a economia aquecida, o paulistano tem a receber até 1 milhão de pessoas por dia no ido às compras e garantiu aumentos de 20,3% período de festas do final do ano. no faturamento de lojas de vestuário, tecidos Perto dali, na Florêncio de Abreu, mais de e calçados; e de 22,8% para o setor de eletro- 50 lojas vendem ferramentas e máquinas de domésticos e eletroeletrônicos, ante o mesmo todos os tipos e, não muito longe, na rua São período de 2007. Caetano, uma enorme variedade de vitrines Entre as inúmeras opções de varejo que a com vestidos de noivas são a alternativa para cidade oferece, as ruas de comércio especializado quem está prestes a subir ao altar. Além dessas, são uma atração à parte, recebendo pessoas dos há ruas especializadas em produtos orientais, quatro cantos do País. Referência na hora de con- lustres, flores, instrumentos musicais, enxovais, seguir bons preços, as chamadas ruas temáticas utensílios de cozinha, grifes internacionais e mais estão em cerca de 60 locais diferentes, onde uma uma infinidade de opções. centena de lojas oferece produtos de um mesmo Apesar de não oferecerem o conforto e a segmento a preços muito mais acessíveis do que tranqüilidade dos shopping centers, essas lojas no resto da cidade. recebem milhares de pessoas diariamente e têm um público bastante fiel, impulsionado também pela possibilidade de não precisar enfrentar o É a mais conhecida e chega a receber trânsito caótico da cidade para pesquisar o melhor até 1 milhão de pessoas por dia no preço ou marca. Está tudo ali: basta sair de uma período de festas do final do ano loja e entrar na próxima. No máximo, é preciso atravessar a rua. 8 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 9. Uma das mais disputadas é a José Paulino, as lojas conseguem um ótimo retorno por conta no bairro do Bom Retiro, região central da cidade. do volume de pessoas que freqüenta a rua”, diz Especializada em confecção feminina, a rua é uma Eliane Luz, gerente de uma loja que há 14 anos excelente opção para quem quer comprar roupas vende roupas sociais, inclusive réplicas perfeitas de qualidade sem pagar preços exorbitantes. É de grifes famosas. um verdadeiro deleite para os vorazes olhos fe- Eliane explica que o fato de venderem mininos, maioria absoluta por lá. Apesar de ser o basicamente o mesmo produto acaba transfor- cartão de visitas do bairro, algumas transversais mando a rua em uma espécie de “loja única”. O aproveitaram o embalo e seguiram a mesma linha, diferencial fica por conta dos preços e do aten- o que ajudou a consolidar a fama da região como dimento. Como os preços estão dentro de uma reduto de roupas femininas. média, é no atendimento que as lojas conseguem Quem transitasse pela José Paulino há cerca se destacar. de 15 anos, encontraria um cenário muito diferente A gerente admite que ainda há dificuldade do que se vê hoje. Boa parte das lojas já era man- em conciliar vendas para o atacado e varejo. tida por coreanos, que aos poucos tomaram conta Muitos comerciantes têm receio de adquirir da região e substituíram a comunidade judaica, peças comercializadas nos dois segmentos, pois pioneira no comércio local. Apesar do preço baixo, o cliente acaba percebendo que pode comprar porém, quase toda a mercadoria vendida tinha Rua Santa qualidade e gosto bastante duvidoso. Além disso, o Ifigenia Fotos: Wanderlei Celestino número de ambulantes que lotava as calçadas era quase tão grande (ou maior) quanto o de lojistas e ambos viviam às turras disputando os clientes. Relação pacífica entre lojistas Ao contrário daqueles tempos, a “Zepa”, como ficou conhecida, ganhou ares de glamour. Ainda são aos coreanos que dominam, com cerca de 80% do mercado, mas quase não há camelôs e os poucos que se aventuram precisam ficar atentos, pois a polícia não dá trégua e realiza blitz frequentes. A maior parte das lojas vende apenas para o atacado, abrindo ao varejo somente nos sábados, quando uma multidão lota cada um dos espaços. As roupas têm o padrão visto nos shoppings e atraem um público variado, incluindo revendedores, artistas e moças elegantes da classe média alta. Falar com algumas delas é difícil, pois não querem perder um minuto sequer e por vezes se irritam com a interrupção nas compras. Para garantir a fama de pólo da moda, a Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro or- ganiza anualmente o Bom Retiro Fashion Business, estratégia que serviu para afastar a imagem de reduto popular e faz crescer o interesse de quem ainda não é freqüentador assíduo. Na última edição, realizada em 2007, o investimento dos organizadores ficou em torno de R$ 450 mil. Ao contrário do que se possa imaginar, a relação entre os lojistas é pacífica e a maioria diz não precisar disputar clientes. Para eles, o grande trunfo do comércio especializado está na variedade, no preço e no fato de ter um público que sabe exatamente o que quer. Como o fluxo de pessoas é grande, há garantia de lucro: raramente alguém fica no prejuízo. “Não precisamos disputar clientes porque o número de pessoas que vem aqui todos os dias é muito grande. Diferentemente de outros comércios, não precisamos ‘investigar’ o que o concorrente faz. No final das contas, todas Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 9
  • 10. Foto: Nani Soares diretamente na fonte, a um preço inferior ao pra- “Disputa por clientes? Nem com os ambu- ticado no mercado. A declaração de um senhor lantes!”, esclarece. Para ele, a “camaradagem” idoso, pouco depois, confirma essa tese: “Você existente entre os lojistas mostra que é possível viu? O mesmo vestido do shopping, só que muito cada um trabalhar e obter lucro sem que haja mais barato!” qualquer atrito. “Chegamos a indicar outras lo- A rede de calçados Dunes, que possui cerca jas, quando não temos o que o cliente procura”, de 30 unidades, inclusive lojas em shoppings de diz Pádua. regiões nobres da cidade e até no exterior, tem Ele explica que, apesar de ser especializada na José Paulino sua terceira filial mais lucrativa. em eletro-eletrônicos, o setor possui várias ver- “O movimento aqui é ótimo. Temos 12 vendedo- tentes e as lojas acabam se diferenciando umas ras e não estamos dando conta”, diz a gerente, das outras. Mesmo as que seguem a mesma linha, “O movimento Mari Trajano. Para ela, o problema da José Paulino procuram investir em pequenos diferenciais, en- aqui é ótimo. ainda é a qualidade no atendimento: com lucro volvendo marca, preço ou mesmo o atendimento. Temos 12 garantido, algumas lojas ainda não dão a devida “Se ficássemos em num shopping, provavelmente vendedoras e não importância a esse diferencial. “São resquícios não seria assim”. estamos dando dos tempos em que vendíamos para classes mais conta”, diz a gerente baixas”, brinca Mari, explicando que conheceu Comércio informal bem aquela época. é o maior desafio A rua Santa Ifigênia, também no centro, é considerada a meca dos eletroeletrônicos da capital Outra rua bastante conhecida é a Tabatin- paulista. Produtos novos e usados, como sistemas guera, perto da Catedral da Sé. Sem o frenesi da de som automotivo, computadores, notebooks, José Paulino ou da Santa Ifigênia, a Tabatinguera é telefones, câmeras digitais, placas de vídeo, pro- especializada em essências e matérias-primas para cessadores e tudo o que envolve o movimentado sabonetes, velas e produtos aromáticos. Tranqüila mundo da tecnologia, estão distribuídos em 80 e arborizada, é possível saber o que se vende nas lojas e mais 30 mini-shoppings. lojas mesmo antes de entrar: o aroma agradável é Quem coordena esse universo é a Câmara dos perfeitamente condizente com a tranqüilidade das Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, encarregada lojas. No interior de qualquer uma delas, o cheiro de fazer a ponte entre os lojistas e o poder público, é ainda mais inebriante. Em meio a essências, buscando melhorias para a região. José Ricardo corantes, parafina, embalagens, formas e toda Patrício de Pádua, lojista da Santa Ifigênia há 45 a sorte de produtos ligados ao olfato, circulam anos e presidente da CDL, explica que agora as revendedores, comerciantes, autônomos e muitos vendas estão mais fracas, em relação ao ritmo curiosos, simples amantes de artigos artesanais, intenso do período de festas, mas nem por isso que se arriscam a preparar sozinhos seus produ- os lojistas têm do que reclamar. São cerca de 20 tos. Nesses casos, é possível contar com a ajuda mil pessoas circulando por ali todos os dias, na de simpáticos vendedores dispostos para dar um própria Santa Ifigênia e adjacências, onde muitas curso-relâmpago, ali mesmo no balcão, sobre a lojas também vendem os mesmos produtos. preparação de velas e sabonetes. Foto: Wanderlei Celestino Rua Paula Souza 10 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 11. varejo | segmentado Foto: Wanderlei Celestino A história do comércio de essências na concorrentes, no final das contas aqui parece Tabatinguera é peculiar. A primeira loja foi aberta mesmo uma grande família”. por Saturnino Cabral, ex-garçom que, decidido a Ao que tudo indica, nas ruas de comércio ter um negócio próprio, formou sociedade com um especializado em São Paulo, os lojistas não ado- amigo. Desfeita a parceria, ele tomou as rédeas taram a política da boa vizinhança somente como do negócio e progrediu. Hoje, são cinco lojas na estratégia para conseguir bons negócios. “Cada loja região, além de outras três na Grande São Paulo e Para o superintendente de economia da tem sua uma em Fortaleza. Só na “Paraíso das Essências”, Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel própria sua maior loja, circulam 400 pessoas por dia, Solimeo, o grande desafio do varejo especializado identidade em média, e a loja mantém um cadastro com é enfrentar o comércio informal, já que em ruas e, ainda que 5 mil clientes, vindos de vários Estados. “Cada mais conhecidas os vendedores ambulantes são os mesmos loja tem sua própria identidade e, ainda que os presença constante. “A concorrência que o chamado produtos mesmos produtos sejam vendidos, é o cliente que impropriamente de comércio ambulante, agora fixo sejam escolhe onde quer comprar. Isso vale também em determinados pontos, impõe é desleal. Eles vendidos, para as outras lojas e, apesar da concorrência vendem produtos piratas ou contrabandeados em é o cliente que escolhe natural, ainda acho que é muito menor do que a ruas tradicionais, como a Santa Ifigênia, a preços onde quer que existe no comércio tradicional”, argumenta inferiores, mas pagam não as despesas normais comprar. o gerente, Leandro de Brito. e nem os devidos impostos”, diz. Isso vale Na Wanny Essências, concorrente direta da Apesar das dificuldades, Solimeo acredita também para rede de Cabral, o clima é de total tranqüilidade que a tendência do comércio especializado é o as outras em relação a isso. “A rede deles é maior, mas fortalecimento. As facilidades oferecidas ao con- lojas e, nem por isso perdemos clientes. E os nossos sumidor, como preço e variedade de produtos, apesar da são muito fiéis”, assegura a gerente Alessandra além do surgimento de novos pólos, como a Oscar concorrência de Oliveira. A realidade comprova que a acirrada Freire, são uma garantia de esse tipo de negócio natural, disputa para conseguir o maior número possível de terá sempre um público cativo na cidade. ainda acho clientes é uma teoria que não existe no comércio que é muito especializado: a convivência é mais tranqüila do menor do que a que que se pode imaginar, assegura. “A indicação existe no da loja vizinha é perfeitamente natural. Damos comércio todas as coordenadas para ajudar o cliente, se tradicional” não tivermos o que ele procura. Apesar de sermos Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 11
  • 12. ALTERNATIVA Academias, sanitários e porta de elevador, não existe local fixo para esse tipo de publicidade Mídia alternativa: o anúncio nos lugares MÍDIA | mais improváveis O sujeito chega num prédio e encontra propaganda na porta do elevador, entra e tem uma TV de LCD mostrando a previsão do tempo entremeada por novos anúncios. Depois sente vontade de ir ao sanitário e se depara com uma peça publicitária na parede. A cena descrita é cada vez mais comum nos dias de hoje, principalmente nas grandes cidades, onde a chamada mídia alternativa encontra espaço. Visando atingir o público nos locais mais improváveis, as agências de publicidade têm buscado esse tipo de mídia como uma forma de tornar um produto ou serviço mais conhecido para uma clientela segmentada. Mída alternativa é qualquer meio que não seja parte dos veículos tradicionais, como TV, rádio, jornal, revista e outdoor. Segundo a executiva de contas da gráfica Santa Bárbara, Ana Paula Lima, em Salvador tem crescido esse tipo de demanda em pontos de ônibus, banheiros e elevadores. Ela esclarece que ao contrário do que muita gente pensa, o folheto de divulgação não é considerado uma mídia alternativa, mas uma forma de promoção de um empreendimento, de uma peça de teatro. Segundo ela, nem todas as gráficas trabalham com o formato exigido para esse tipo de anúncio, por isso o empresário que pretende investir nesse segmento e não tem uma agência, deve estar ciente que o preço final pode ficar um pouco alto. Segundo Ana Paula, a mídia alternativa é feita geral- mente por empresas de médio e grande portes, interessadas em reforçar a marca e não tanto em vender produtos ou serviços. Para o pequeno empresário, ela recomenda formas mais diretas de divul- gação para atingir a clientela, como folders, folhetos e anúncios em rádio. “As grandes empresas têm capital para fortalecer a marca em mais de um veículo de comunicação”, afirma Ana Paula. “As grandes empresas têm “É totalmente diferente da mídia de massa, que busca atingir grandes públicos. capital para fortalecer a marca A intenção é segmentar o investimento e otimizar os recursos, direcionando em mais de um veículo de a verba para o lugar certo”, diz a empresária, assinalando que a mídia indoor comunicação” pode ser colocada no banheiro, na porta do elevador, em escritório. 12 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 13. Se, por exemplo, o público-alvo do empresário for o jovem, ele deve investir em locais como barzinhos, academias e faculdades. No caso da academia, ele pode colocar no seu anúncio imagens, frases e ícones que faça o público se identificar e conseqüentemente lembrar da marca quando for comprar. Com relação ao investimento, Viviane diz que não dá para fazer uma estimativa porque cada campanha é única e varia de acordo com a quan- tidade de placas, período e local de veiculação, entre outros fatores. Além disso, continua ela, é importante que o empresário procure a empresa para que se estude que tipo de propaganda é mais adequada a seu negócio. Trabalhando desde 2005 com a chamada mídia indoor, Viviane Macedo, representante na Bahia da empresa Enox, diz que esse tipo de publicidade tem crescido nos últimos anos. Segundo ela, é um crescimento lento, mas já esperado. “Tem muito empresário que acha que Fotos: Adelmo Borges aplicar dinheiro em mídia não é investimento, mas custo”, diz ela, acrescentando que é um tipo de comunicação que segue uma tendência do mundo atual. No que diz respeito à criação, Viviane esclarece que tanto o empresário pode ter uma agência para conceber a campanha, como pode utilizar o pessoal que normalmente já faz seu folder ou programação visual da loja. O tempo de veiculação varia de acordo com os interesses e disponibilidade financeira do cliente. Pode ser por um tempo mínimo de 28 dias, ou vários Vantagens da períodos durante o ano. “Tem cliente que fecha mídia indoor conosco apenas as datas mais importantes para A mídia indoor é uma estratégia de divulgação que o comércio, como Dia dos Pais, das Mães, Namo- busca atingir o consumidor em locais que ele gosta rados e Natal”, diz Viviane. Quem quiser saber de freqüentar. Veja a seguir algumas vantagens: mais sobre esse tipo de mídia pode acessar o 1. Diferente da mídia de massa, que busca atingir gran- site: www.enox.com.br. des públicos, a intenção é segmentar o investimento. O cliente não desperdiça verba com o consumidor que não lhe interessa. Com a mídia indoor o anunciante atinge o seu publico-alvo dentro de um estabelecimento; 2. O tempo de exposição perante o anúncio varia de 1 a 4 minutos dependendo da permanência do consumidor no estabelecimento; 3. Em horários de lazer as pessoas estão mais sensíveis às informações que recebem, e o nível de ruído e dispersão é praticamente zero; 4. Os anúncios estão localizados em ambientes de alto pa- drão de acabamento e higiene, o que valoriza a peça; 5. Possibilidade de segmentação de público, o que Fonte: Zeus Mídia permite criar anúncios específicos para cada sexo e público em questão. Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 13
  • 14. empresária ENTREVISTA | Credibilidade, ética e honestidade são os pilares do sucesso C om alegria e disposição, Varejo Vivo: Como foi o início das Lise Weckerle, sócia- Óticas Ernesto? proprietária das Óticas Ernesto, Lise Weckerle: Começou com meu pai, Ernest Weckele, um homem que se especializou comanda, junto com dois irmãos, em ótica numa época em que as pessoas mal uma rede de 14 lojas em Salvador. sabiam o que era isso. Desde cedo eu e meus Responsável pelas áreas de Marketing irmãos começamos a trabalhar na loja, pois meu e Recursos Humanos da empresa, ela pai achava que era importante esse aprendizado. trabalha duro para manter a herança Fui para a Alemanha fazer um curso de nível superior em Ciências Econômicas e ao voltar ao deixada pelo pai, Ernest Weckerle. Brasil, na década de 60, fui trabalhar na primeira Acompanhe a seguir a entrevista loja, que fica na Piedade. Naquela época, dava exclusiva concedida pela ex-presidente suporte na contabilidade, na tesouraria e ainda da Associação Comercial para a ajudava no balcão. Sem abandonar as lições de Revista Varejo Vivo, na qual ela fala meu pai, eu e meus irmãos Wolfgang e Wilhelm Weckerle (os dois últimos mais conhecidos como do início das atividades da empresa, Buba e Willi) damos continuidade ao sucesso da concorrência e do processo de da Ótica Ernesto. Hoje, aos 60 anos, a empresa qualidade desenvolvido pela empresa. possui 14 lojas. Eu cuido das áreas de Marketing 14 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 15. e Recursos Humanos, enquanto Wolfgang é res- LW: Não me preocupo ponsável pelo setor financeiro e Willi pela área com a concorrência. O empre- técnica e de compras. sário deve ter em mente que quando ele faz um trabalho Varejo Vivo: Quando rede começou a de qualidade, o cliente vai ser se expandir? sempre fiel. Além disso, você LW: Nos anos 70, quando meus irmãos só pode dizer que é bom quan- se formaram e incorporamos as Óticas Viúva do tem um comparativo. Neves. Antigamente, a mesma loja que vendia óculos comercializava ouro e jóias. Meu pai foi Varejo Vivo: Que um homem de visão, pois foi para a Alemanha conselho a Sra. daria se especializar em ótica numa grande empresa para quem está e ao voltar ao Brasil abriu a empresa com seu começando? nome. LW: Quem começa hoje tem uma grande vantagem que Sobre a Varejo Vivo: Como é a capacitação é o Sebrae. Na época em que começamos, não concorrência: dos funcionários? havia uma instituição que orientasse o empresário “Você só pode LW: Nós temos uma preocupação grande em relação aos melhores procedimentos, que dizer que é bom com o treinamento dos colaboradores. Todos fizesse pesquisas. Quem não tem um profundo quando tem um os gerentes têm curso de ótica e os demais conhecimento do ramo que pretende atuar está comparativo” funcionários são treinados constantemente. Da fadado a fechar. Além disso, ele precisa ter credi- mesma forma que uma farmácia tem que ter um bilidade, ética e honestidade, pilares fundamen- farmacêutico à frente, uma ótica precisa possuir tais para o sucesso de qualquer empreendimento. Fotos: Adelmo Borges um funcionário especializado, pois diferente de Ele precisa acreditar que vale a pena ser sério, que uma loja de sapatos, nós vendemos saúde e a não pode vender um produto de terceira como se responsabilidade é grande. Semana passada, por fosse de primeira. exemplo, os funcionários foram treinados para trabalhar com uma lente nova. Estamos sempre preocupados com os lançamentos do setor, por isso vamos todos os anos às feiras que aconte- cem na Itália e nos Estados Unidos conhecer as “Da mesma forma que uma farmácia novidades. tem que ter um farmacêutico à frente, uma ótica precisa possuir um funcionário Varejo Vivo: Fale um pouco sobre a especializado, pois diferente de uma loja importância do controle de qualidade de sapatos, nós vendemos saúde” para uma empresa. LW: Todo empresário, de qualquer ramo, precisa se preocupar com o controle de quali- dade. Em nosso caso, além de treinar e orientar os funcionários para a importância de um bom atendimento, temos a preocupação de fazer os Dicas de uma empresária óculos adaptados a cada pessoa. Existem lentes que ficam melhor em determinados rostos do de sucesso que em outros. Além disso, antes de o cliente Todo empresário deve se preocupar com a começar a usar, o médico avalia se está tudo capacitação de seus funcionários, para que correto. eles acompanhem a evolução do setor; Varejo Vivo: De que forma a empresa O empresário precisa ter um profundo co- lida com públicos diferenciados? nhecimento do ramo que atua; LW: Acompanhamos as tendências para ofe- É importante também acompanhar as novi- recer a nossos clientes as principais novidades do dades do setor para não ficar defasado; mercado. Além disso, temos consciência de que o público que procura uma de nossas lojas na Gari- O empresário não deve se preocupar com a concorrência. Ele deve ter em mente que baldi não é o mesmo da Avenida Sete. Um detalhe quando faz um trabalho de qualidade, o importante é que nos últimos anos as classes C cliente vai ser sempre fiel. e D passaram a ter um acesso maior ao setor e também aumentou o número de óticas. Três pilares devem sustentar as ações dos empresários que querem fazer sucesso: Varejo Vivo: Como a Sra. lida com a credibilidade, ética e honestidade. concorrência? Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 15
  • 16. receitas futuras vendas | Acompanhamento das vendas permite prever receitas futuras O empresário tem que estar O acompanhamento das vendas é uma etapa importante para o empresário atento às variações sazonais para otimizar o processo de comercialização das investir corretamente mercadorias, possibilitando prever receitas futuras e adotar o controle de compras. Além disso, torna-se mais fácil perceber as variações devido à sazonalidade, bem como o prazo médio concedido para os pagamentos realizados a prazo. Isso pode ser feito por meio da observação empírica do comportamento dos clientes, por relatório ou automatizada, através de um software específico. A empresa baiana TW2 desenvolveu um programa que ajuda o empresário a controlar o estoque, demonstrando, por meio de gráficos, o dia e horário que vende mais determinado produto. O empresário Ocione Passos, 43 anos, sócio-proprietário da Albani Delicatessen, localizada no bairro da Pituba, é um dos que aplicam o método. “Não sei como um 16 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 17. dirigente pode sobreviver sem um sistema como esse”, diz Ocione, acrescentando que pelo computador em seu escritório dá Prazo médio de compras baixa no estoque, verifica o último preço Adotar um controle de compras possibilita ao adquirido com o fornecedor e até sugere a compra de produtos. empresário a melhor distribuição de compras A rotina do empresário inclui, além de para meses seguintes, baseando-se nas previsões receber fornecedores e fechar contratos, de vendas e nos compromissos assumidos. Esse monitorar o comportamento dos clientes. controle permite também a determinação do Como todo sistema, ele precisa ser prazo médio das compras. alimentado com dados para dar respostas atualizadas. “Pelo computador, sei o É função essencial da gerência acompanhar o produto que mais vende, o dia e o horário”, processo de vendas, estimulando vendedores ou lembra Ocione, destacando que dá representantes a avaliar os resultados obtidos e sugestões para melhoria do sistema. buscar novos desafios. Assim, algumas funções Ele diz que, sabendo o quanto e que não podem ser abandonadas: produtos o cliente está consumindo, é possível usar estratégias para aumentar Realizar reuniões semanais de acompanhamento as vendas. Ou seja, mesmo quem não dos dados, estimulando toda a equipe para buscar possui um sistema informatizado que lê os os resultados estabelecidos. códigos de barra das mercadorias, deve ficar atento ao movimento da loja para Orientar, para que os resultados não tenham ape- mudar a estratégia quando o movimento nas um efeito de curto prazo. estiver mais fraco. No caso de uma delicatessen, por Cobrar a equipe, mas formar grandes vendedo- exemplo, o empresário pode programar res. um dia para degustação de um novo produto num horário que ele sabe que Rejeitar desculpas para o não-cumprimento de deve ter uma visitação maior. No caso de metas, buscando encontrar, com a equipe, o real uma loja de roupas, o ideal é o empresário motivo e solucioná-lo. ficar atento aos dias que tem mais público para reforçar o número de vendedores, se for o caso, e caprichar no atendimento. Fotos: Adelmo Borges Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 17
  • 18. O marketing e a central de negócio exploração dos sentidos enquanto uma cena vista uma única vez pode nos marcar para sempre”, afirma Renata. Mas a consultora ressalva que a exploração do olfato é muito utilizada em lojas de artigos es- portivos, indústria da moda e automotiva. “Quem não gosta de cheiro de carro novo?”. Segundo Renata, existem estudos que indicam fragrâncias para estimular a compra de artigos esportivos. “Clínicas e hospitais têm cheiro definido pelas es- sências que trazem impressão de limpeza”, lembra a consultora que também atua na coordenação de marketing de um grupo de saúde. Renata menciona os aromas de café e canela, que provocam a sensação de estar em casa e MARKETING | aumentam o tempo de permanência numa loja. O dizer “Aromatizado artificialmente” é freqüente em uma infinidade de produtos e é claro, influenciam nossa decisão de compra. Já os sons, segundo ela, podem ser nota- dos em supermercados, onde músicas calmas e relaxantes são utilizadas em dias com pouco Estudos sobre cores e suas influências definem logomarcas, que podem acalmar ou agitar o cliente Num mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, o marketing sensorial, quando adotado corretamente principalmente no varejo, é uma ferramenta bastante eficiente. “A exploração dos cinco sentidos no marketing não é uma novi- dade, mas o estudo de seus efeitos é recente e seu uso sem exageros ou imposição é altamente recomendado pelo marketing moderno”, diz a consultora Renata Monteiro. A visão tem sido o sentido mais explorado nessa modalidade de marketing. Segundo Renata, estudos sobre cores e suas influências definem logomarcas, que podem acalmar ou agitar o cliente. “O design dos produtos segue cada vez mais os efeitos que são causados no consumi- dor”, observa. A exploração da visão se fundamenta em pesquisas que indicam ser a memória visual mais eficiente que a auditiva ou olfativa. “Daí o fato de termos que ouvir uma música ou sentir um cheiro várias vezes para nos lembrarmos destes, 18 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 19. movimento, para maximizar o tempo de per- tocavam de leve os clientes, tinham mais su- manência dos clientes nas lojas, enquanto que cesso em convencê-lo a experimentar um novo músicas mais agitadas ditam o ritmo em dias de produto e fazê-los comprar”. muito movimento para garantir a diminuição de Mas Renata Monteiro alerta que aspec- filas e a espera. tos culturais devem ser valorizados. “Tocar “O paladar também é muito provocado nos o cliente no Japão pode ser tão desastroso pontos de venda”, diz Renata, afirmando que quanto o sabor carne em um Miojo na Índia. o merchandising com degustação é freqüente Com os devidos cuidados, o marketing sensorial e imensamente eficaz na introdução de novos é uma ferramenta barata e bastante eficaz na produtos no mercado. “Mas engana-se quem prospecção de novos clientes e na fidelização atribui apenas à provação o uso deste sentido”, de clientes já conquistados”, afirma. observa. De acordo com ela, ao oferecer balas ou chocolates aos seus clientes, as companhias aéreas fazem um mimo ao cliente, melhorando sua reação física ao vôo, fazendo-o mastigar antes e durante a decolagem, melhorando o desconforto causado pela diferença de pressão. “Acabam por fim elevando uma sensação gostosa “Durante uma pesquisa foi constatado que do paladar a um sentimento de conforto que em um restaurante, quando os clientes eram não encontraria em outra companhia”. tocados pelos garçons, davam gorjetas maiores. Com relação ao tato, a consultora de E em supermercados, os demonstradores marketing destaca a utilidade não apenas no quando tocavam de leve os clientes, tinham mais sucesso em convencê-lo a experimentar design de produtos que facilita seu manuseio, um novo produto e fazê-los comprar” mas até ao passar confiança aos clientes. “Du- rante uma pesquisa foi constatado que em um restaurante, quando os clientes eram tocados pelos garçons, davam gorjetas maiores. E em supermercados, os demonstradores quando Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 19
  • 20. Procedimentos simples ProcediMENTOs evitam punições defesa, podendo ser multada. O valor da multa, Lojistas que comercializam de acordo com Vilar, depende de alguns fatores como reincidência e porte da empresa, podendo produtos sob medida devem variar de R$ 500 a R$ 5 mil. “Mas é possível chegar utilizar os instrumentos adequados até R$ 50 mil”, diz. para não receber multas Com relação aos instrumentos de mensura de peso, o fiscal do Ibametro chama a atenção para Quem já não passou pela inusitada experi- a verificação do lacre do Inmetro nas balanças. multas | ência de assistir a um vendedor utilizar o balcão A recomendação vale tanto para o consumidor para medir o comprimento de uma peça de tecido quanto para o comerciante. O lacre indica que ou fio. O método pode até ser mais prático para o equipamento está certificado e pode ser uti- o funcionário da loja, mas não é correto nem lizado no País. Segundo Rogério Vilar, balanças tampouco legal. Qual a garantia que aquelas importadas também precisam estar certificadas. marcas no balcão correspondem mesmo à medida “O uso de equipamento sem aprovação inicial do padrão? “O lojista que procede dessa forma está modelo são apreendidas”, informa. descumprindo a legislação e possivelmente lesando Em ação fiscalizadora realizada recentemente o consumidor, portanto sujeito a autuação e multa”, na região do Extremo Sul baiano, nas cidades alerta o fiscal do Instituto Baiano de Metrologia de Teixeira de Freitas e Eunápolis, Vilar conta e Qualidade (Ibametro), Rogério Vilar. que foram apreendidas 20 balanças comerciais Órgão delegado do Instituto Nacional de importadas que não tinham a devida certificação Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial do Inmetro. “Eram produtos vindo do Paraguai e (Inmetro) para a Bahia, o Ibametro é a entidade adquiridos por contrabando. Os produtos foram responsável, no comércio, pela fiscalização e apreendidos e os comerciantes autuados”. verificação metrológica de produtos e serviços colocados à disposição do cidadão. “Temos a função de assegurar o cumprimento da política de metrologia legal e disseminar a qualidade, com o objetivo de garantir a exatidão dos instrumentos e proteger o consumidor”, afirma Vilar. Os lojistas que comercializam produtos sob medida, segundo o fiscal do Ibametro, devem utilizar os instrumentos adequados para realizar a medição, como metro de medir, trena, fita métrica e balanças. Ele destaca ainda que esses equipamentos precisam ter o selo de verifica- ção do Ibametro, no caso do estabelecimento comercial estar na Bahia ou do devido órgão de fiscalização do respectivo estado. “É importante que o consumidor observe o selo de verificação no equipamento”, avisa. O Ibametro, de acordo com Rogério Vilar, realiza anualmente visitas de fiscalização em todas as casas comerciais que utilizam instrumentos de medição na Bahia. “Temos 35 equipes atuando em todo o estado”, informa. No estado, são realizadas anualmente em torno de 105 mil verificações. Segundo ele, os fiscais verificam se os ins- trumentos estão em conformidade e havendo erro superior ao tolerado pela legislação, a empresa é autuada e tem prazo de 10 dias para apresentar 20 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 21. As bombas de combustível também são alvo Agências Regionais do de fiscalização. O fiscal do Ibametro informa ser obrigatório aos postos de combustíveis ter a medida Ibametro de 20 litros disponível para os consumidores, no Feira de Santana caso de dúvida, verificarem se a quantidade paga Av. Sudene s/n° - Centro Industrial Subaé, Bairro Tomba, Feira de Santana/ corresponde à realidade. De acordo com ele, o Bahia. CEP: 44063-640. Tel: (75) 3622-0901 / 3612-5074 / 3622-2933 erro tolerável é de 100 mililitros. Os produtos pré-medidos, aqueles que são Vitória da Conquista vendidos já embalados na quantidade específica, Distrito Industrial dos Imborés, SUDIC, Zona Apoio, Lt. ½ Vitória da também são alvo de fiscalização do Ibametro. Conquista/ Bahia. CEP: 45100 –000. Tel: (77) 3424-4697 A fiscal Cíntia Lé informa que diariamente é Itabuna feita a coleta desses produtos para análise. “Os Rua Neiva Oliveira, n° 100 – Bairro Lomanto Jr. CEP: 45601-000 Itabu- comerciantes são convidados a acompanhar o na/Bahia Tel: (73) 3211-2531 exame”, diz. Cíntia explica que, nos casos de produtos Barreiras pré-medidos, quando há irregularidade quem Lote 03, Quadra 01, Distrito Industrial da Sudic. CEP: 47800-00. Bar- sofre as punições é o fornecedores e não o reiras/ Bahia Tel: (77) 3611-8144 comerciante. De acordo com ela, o índice de reprovação, em média, é de 10% do material Jequié coletado e os principais produtos reprovados são Avenida Otávio Mangabeira, Quadra F, s/n°, Distrito Industrial de Mandaca- ru, Bairro Mandacaru. CEP: 45208-000 Jequié/Bahia. Tel: (73) 3525-7487 os alimentícios. Juazeiro Quadra QV, Lote 02, Distrito Industrial do Vale do São Francisco. CEP: Órgão delegado do Instituto Nacional 48900-000 Juazeiro/ Bahia. Tel: (74) 3612-5296 / 3611-0812 de Metrologia, Normalização e Paulo Afonso Qualidade Industrial (Inmetro) para a Bahia, o Ibametro é a Rua Antonio Carlos Magalhães, s/n°, BNH. CEP: 48600-000 Paulo Afon- entidade responsável, no comércio, so/ Bahia. Tel: (75) 32812997 pela fiscalização e verificação Eunapólis metrológica de produtos e serviços colocados à disposição do cidadão. Avenida David Jonas Fadini, n° 2409 (Km 713) – Distrito Industrial, Bairro Juca Rosa. CEP: 45825-000 Eunapólis/ Bahia. Tel: (73) 32611638 SERVIÇO: IBAMETRO - 0800 71 1888 Dicas para o comerciante ficar atento Os lojistas que comercializam produtos sob me- dida devem utilizar os instrumentos adequados para realizar a medição, como metro de medir, trena, fita métrica e balanças Os instrumentos de mensura de peso devem ter o lacre do Inmetro nas balanças Os postos de combustíveis devem ter a medida de 20 litros disponível para os consumidores, no caso de dúvida, verificarem se a quantidade paga corresponde à realidade Os produtos pré-medidos, aqueles que são ven- didos já embalados na quantidade específica, também são alvo de fiscalização Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008 21
  • 22. Dicas Dicas de Livros de Livros Dicas de Livros de Livros Dicas de Livros Dicas Planejamento de Marketing Uma história de sucesso Preparar o leitor para montar um plano de Livro importante para os pequenos empresários se marketing fortemente estratégico — de espelharem em uma história de sucesso e dedicação. modo a integrá-lo com as metas empresa- Contada por um de seus criadores e a maior autoridade riais — e ao mesmo tempo instrumental. brasileira em aviação civil e comercial, este livro traz Este é o objetivo do livro “Planejamento de toda a história da Embraer, desde seu surgimento, Marketing”, que visa ainda orientar para as ações ope- passando pelos anos de chumbo, até a consolidação como uma racionais necessárias para se chegar ao objetivo final das empresas brasileiras mais lucrativas do Brasil e uma das de uma empresa: resultados perenes, nas dimensões companhias mais prestigiadas do mundo. A Embraer é hoje a econômicas e sociais. Os autores, especialistas na terceira produtora mundial de aviões comerciais, domina o cenário área, mostram como utilizar a inovadora ferramen- internacional de produção e de vendas de aeronaves destinadas às ta Matriz do Marketing, desenvolvida por eles, para empresas de transporte aéreo regional e registra vendas de US$ estruturar um planejamento de marketing completo 33 bilhões, tendo seus produtos voando em 70 países do mundo. e detalhado, sem esquecer as métricas de avaliação de resultados que justificam os investimentos. Escrito Ficha técnica para atender às necessidades de empresários, execu- Título: Nas Asas da Educação - A História da Embraer tivos, profissionais de marketing e de estudantes de Autor: Osires Silva pós-graduação e MBA, contém também toda a teoria Editora: Elsevier de marketing necessária para cursos de graduação. Número de Páginas: 240 Ficha técnica Editora: Elsevier Título: Planejamento de marketing: conhecer, decidir e agir – do estratégico ao operacional Preço: R$ 55,90 Autores: Marcos Felipe Magalhães e Rafael Sampaio A gestão da embalagem Número de pág.: 288 Partindo de uma pesquisa que aponta que cerca de Preço: R$ 49,00 80% das decisões de compra são tomadas no ponto de Editora: Pearson Education venda e que mais de 90% dos produtos vendidos em um supermercado não têm apoio de marketing e co- Selo: Prentice Hall municação, dependendo, para sua sobrevivência, única O Jogo do Trabalho e exclusivamente da embalagem, o autor se propõe a fazer uma reflexão sobre o assunto. Nesse sentido, “Gestão estra- Publicação que procura mostrar como es- tégica de embalagem” é um manual de apoio a todas as pessoas tabelecer metas e usar a motivação própria envolvidas direta ou indiretamente nas decisões relativas à emba- da diversão para conquistar a vitória no tra- lagem, auxiliando-as a detectar os possíveis problemas presentes balho. Com esse método, os resultados são nos produtos disponíveis no mercado, assim como a desenvolver medidos, fornecendo as chaves para tornar a passo a passo a estratégia de embalagem mais adequada a cada empresa mais lucrativa por meio do aumento um deles. Baseado na experiência de sucesso do autor, o livro da produtividade e do entusiasmo dos cola- aborda desde a pesquisa inicial de desempenho do produto nas boradores. O autor parte do seguinte princípio: há pesso- prateleiras até o design final da embalagem - tudo para que as as que pagam para suar a camisa se for para praticar um empresas e seus profissionais possam aprimorar seus produtos e esporte, mas não se esforçam com a mesma intensidade adequá-los às necessidades do mercado. O livro procura responder quando estão sendo pagas para trabalhar. Existem prin- às indagações de forma didática e metodológica, apresentando cípios que motivam as pessoas a se dedicar por inteiro um conteúdo de grande utilidade para as empresas que produzem às atividades esportivas que podem ser aplicados com e fazem uso de embalagens. Fabio Mestriner é coordenador do sucesso na vida profissional. Segundo os autores, na falta curso de pós-graduação em gestão estratégica de embalagem de metas claramente definidas, as pessoas são forçadas a da ESPM. Designer consagrado com várias premiações interna- se concentrar na atividade e acabam sendo escravizadas cionais, foi presidente da Associação Brasileira de Embalagem e por ela. A maioria dos empresários paga por presença, no representante do Brasil na World Packaging Organisation (WPO). entanto deveria pagar por desempenho e produtividade. Ficha técnica Ficha técnica Título: Gestão estratégica de embalagem Título: O Jogo do Trabalho Autor: Fabio Mestriner Autores: Charles A. Coonradt e Lee Nelson Editora: Person Editora: Sextante Número de Páginas: 176 Número de Páginas: 144 Preço: R$ 50,40 Preço: R$ 16,90 22 Revista Varejo Vivo • Ano 3 • Nº 5 • Maio, 2008
  • 23.
  • 24. AutorVisual Procure a Associação Comercial e Empresarial da sua cidade.