Existe uma estética formal bem estabelecida na tecnologia da informação. Essa estética dá acesso a uma outra estética: a estética da interação, que não é meramente uma estética funcional, é uma estética interacional. Muitos dos gestos e rituais introduzidos por essa estética servem para nos acostumar com interações opressivas, com comportamentos que favorecem certos grupos sociais e desfavorecem outros. Dentre às várias abordagens para combater a opressão nas Arte, destaca-se a Antropofagia como uma resposta à opressão da colonização cultural e política. Os experimentos realizados no projeto e crítica de interações a partir da Antropofagia nos mostram que é possível sim produzir uma estética da interação libertadora e não-opressiva a partir das matrizes culturais brasileiras.
3. Essa estética dá acesso a uma outra estética: a estética da
interação, que não é meramente uma estética funcional.
4. Essa estética nos estimula a realizar diversos gestos e rituais
cotidianos (Curious Rituals, 2012).
5. Muitos dos gestos e rituais introduzidos por essa estética
servem para nos acostumar com interações opressivas.
Insta Stalker
Estética que
normaliza a vigilância
6. Além de acobertar a opressão entre usuários, a estética da
interação esconde a opressão entre designers e usuários.
7. A opressão dos usuários vai além do indivíduo. Países
inteiros são tratados como usuários no colonialismo digital.
9. Grupo social
historicamente
privilegiado
Grupo social
historicamente
desprivilegiado
Práticas de
design que
reproduzem a
opressão e
ignoram
libertação
Epistemologias de Design
do Norte
Metodologias de Design
do Norte
Prática de design
que combate a
opressão e busca a
libertação
Epistemologias de Design
do Sul
Metodologias de Design
do Sul
Descolonização
Hibridização
Interações
estéticas
Programa de pesquisa Projetando para a Libertação (2010-atual)
10. A antropofagia é um dos processos de hibridização mais
interessantes para quebrar a opressão no Brasil.
11. Inspirados na Antropofagia, fizemos o ateliê antropofágico no
Instituto Faber-Ludens (2007-2011) e na PUCPR (2015-2019).
Van Amstel, Frederick M.C and Gonzatto, Rodrigo Freese. (2020) The Anthropophagic Studio: Towards a Critical
Pedagogy for Interaction Design. Digital Creativity, 31(4), p. 259-283.
12. O Teatro do Oprimido inspirou a expansão do ateliê antropofágico
para além do ensino de Design na UTFPR (2019-atual).
13. Teatro-Fórum sobre a interação entre motoristas e passageiros no
Uber Comfort em um simpósio da Computação.
van Amstel, F. M. (2019, October). Teatro do Oprimido na Educação em Design de Interação. In Anais Estendidos
do XVIII Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (pp. 11-12). SBC.
14. Teatro-Fórum sobre a interação em aplicativos de entregas
Teatro-Fórum sobre a interação com câmeras de segurança
Disciplina Cidades e Tecnologia, PPGTU, PUCPR
15. Teatro-Fórum sobre a substituição de professores por inteligências
artificiais em semana acadêmica de estudantes de Informática.
O professor de inteligência artificial exibe
seu conteúdo personalizado de big data e
recursos de vigilância de aprendizagem
O professor humano critica o uso ingênuo da
tecnologia educacional e a perda da autonomia
do aluno e da universidade
Homem de negócios implacável
empurra sua oferta de tecnologia para
o ensino superior público
Os alunos assistem e compartilham suas
opiniões políticas na caixa de bate-papo
16. Estética Antropofágica
• Devorar gestos globais e digerí-los localmente
• Desconstruir rituais opressivos
• Estimular a alteridade radical (o Outro no Eu)