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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
PROF.: RACHEL GORETTI DE LANDA VERGARA
rachelanda@pjf.mg.gov.br

AME A LÍNGUA PORTUGUESA E SEJA ABRAÇADO POR ELA!

"O aprendizado nunca termina. Não existe parte da vida que não contenha
lições. Se você está vivo, há lições para aprender."
I – OBJETIVOS:

Proporcionar conhecimentos teóricos e práticos referentes à língua
portuguesa, possibilitando a leitura e compreensão de textos variados que
motivem, por excelência, a boa atuação na vida profissional.
- efetivar a prática da leitura e da produção de textos;
- refletir acerca da estrutura composicional dos referidos textos;
- apresentar em forma de revisão as estruturas gramaticais
básicas e complexas de acordo com o texto estudado;
- atualizar conhecimentos adquiridos;
- abordar a linguagem escrita e falada e suas características

PARTE I: MORFOLOGIA (noções básicas)
- classes de palavras
- acentuação gráfica e nova ortografia
PARTE II: SINTAXE
- termos essenciais: sujeito e predicado
- transitividade verbal
- termos integrantes: complementos verbais e nominais

PARTE III:
NOMINAL

REGÊNCIA

VERBO-NOMINAL/

CONCORDÂNCIA VERBO-

PARTE IV: DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS/REDAÇÃO OFICIAL
- particularidades lexicais
- documentos oficiais: características da redação oficial
ESTUDO DE TEXTOS

Após a leitura e compreensão textual, abordaremos alguns assuntos
gramaticais relevantes a fim de proporcionar a vocês uma breve recordação da
nossa tão bela língua portuguesa.
Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passava na
cabeça do autor enquanto ele escrevia. É, antes de tudo, perceber a
intencionalidade do texto, inferir (deduzir). Por exemplo, se eu disser:
“Levei minha filha caçula ao parque.”, podemos inferir que tenho mais de uma
filha.
Em outras palavras, inferir é retirar informações implícitas e explícitas
do texto. E mais: será com essas informações que vocês resolverão as
questões de compreensão sugeridas.
É preciso ter cuidado, entretanto, com o que chamamos de
“conhecimento prévio”, “conhecimento de mundo”.
Conhecimento prévio: é o conhecimento acumulado do assunto abordado no
texto. É aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na
escola, com os amigos, assistindo à televisão, enfim, vivendo.
Num contexto conhecido, a dedução de palavras é feita por analogia
com as informações que já possuímos sobre o tema. Portanto, o conhecimento
prévio do tema em questão facilita, ratificando ou ampliando o entendimento do
texto.
Não basta, porém, retirar informações de um texto para responder
corretamente às questões. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto,
temos que ter conhecimento, também, da estrutura textual e por quais
processos se passa um texto até seu formato final de narração, descrição,
injunção ou dissertação (expositiva ou argumentativa).
Em geral, os textos têm a seguinte estrutura: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Ao lê-lo, devemos procurar a coerência, a
coesão, a relação entre as ideais apresentadas.
É importante fazer uma breve distinção entre língua falada e língua
escrita.
Língua Falada x Língua escrita


é extremamente dinâmica,
rapidamente as transformações linguísticas;

ou

seja,

incorpora

mais



reflete, de forma imediata, qualquer alteração de costumes e
pode, eventualmente, contar com outros elementos que auxiliem a sua
compreensão, tais como os gestos, a entonação etc., para mencionar apenas
alguns dos fatores responsáveis por essa distância.


é mais rígida, isto é, incorpora mais lentamente as
transformações linguísticas;
apresenta maior vocação para a permanência, valendo-se
apenas de si mesma para comunicar.

Aqui cabe um esclarecimento: a língua escrita, assim como a língua
falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça.
Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos empregar
determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente
pessoais ou coloquiais, cotidianas; em um parecer jurídico, não é de se
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Em ambos os
casos há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a
finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por
sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles
requerem o uso do padrão culto (escrito) da língua.
TEXTO I:
Para fazer uma boa compra no ramo imobiliário, não basta ter dinheiro
na mão. É imprescindível que o comprador seja frio, calculista e bem
informado. Na hora de comprar um imóvel, a emoção é um dos maiores
inimigos de um bom negócio. Assim, por mais que se goste de uma casa,
convém manter sempre um certo ar de contrariedade. Se o vendedor perceber
qualquer sinal de emoção, isso poderá custar dinheiro ao comprador. Não é por
outra razão que quem compra para especular ou apenas para investir costuma
conseguir um melhor negócio do que quem está à procura de um lugar para
morar.
01. Segundo o texto:
a.

Os vendedores, via de regra, buscam ludibriar os compradores, e
vice-versa.

b.

O vendedor costuma aumentar o preço do imóvel quando o
comprador não está bem informado sobre o mercado de valores.

c.

O mercado imobiliário oferece bons investimentos apenas para quem
pretende especular.

d.

No ramo imobiliário, uma atitude que aparente indiferença pode
propiciar negócio mais vantajoso para o comprador.

e.

No mercado imobiliário, o comprador realiza melhor negócio
adquirindo uma propriedade de que não tenha gostado muito.
02. Segundo o mesmo texto:
a.

Quanto maior a disponibilidade financeira do comprador, maior a
probabilidade de sucesso no negócio imobiliário.

b.

Disponibilidade econômica não é o único fator que possibilita a
realização de um bom negócio.

c.

O vendedor, por preferir negociar com investidores, desfavorece o
comprador da casa própria.

d.

Gostar de uma casa é psicologicamente importante em qualquer tipo
de compra, seja ela para residência ou para investimento.

e.

O mercado imobiliário oferece oportunidades mais seguras para o
investidor que para o especulador.

RECORDANDO:

Morfologia - Classe de palavras
Na Língua Portuguesa as palavras são classificadas de acordo com o papel
que exercem dentro da frase. São dez as classes de palavras em português, e
cada uma delas tem função específica na frase.
- Substantivo - palavra variável, que designa ou dá nome a todos os seres
existentes - pessoas, objetos, animais, lugares, sentimentos, etc.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Adjetivos - palavra variável que atribui características aos substantivos
modificando-os.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Artigo - palavra variável que sempre precede o substantivo, tendo inclusive o
poder de, colocada antes de uma palavra de qualquer classe, transformá-la em
substantivo.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Verbo - palavra variável que informa ação, estado, fato ou fenômeno.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Advérbio - palavra que, relacionada ao verbo, ao adjetivo ou mesmo a outro
advérbio, modifica as circunstâncias de modo, tempo, instrumento, origem,
intensidade, lugar, etc.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Pronome - palavra variável que se refere ao substantivo ou o substitui.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Numeral - palavra variável que indica a ideia de número, quantidade, ordem.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Conjunção - palavra invariável que serve de elo entre as frases e orações.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Preposição - palavra invariável que faz a ligação de termos, estabelecendo
dependência entre eles. Exemplo: Pista de corrida.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Interjeição - palavra ou expressão que exterioriza emoção ou sentimento.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

TEXTO II:
A “MENTE", ou a "ALMA", ou a "PSIQUÊ" são imateriais demais para
serem investigadas por algum método científico. Aquilo com que os psicólogos
lidam de fato é o comportamento, que é bastante palpável para ser observado,
registrado e analisado. Este ponto de vista é muitas vezes criticado por
pessoas que dizem que esta maneira de ver as coisas omite importantes
qualidades e aspectos da natureza humana. Tal objeção pode ou não ser
verdadeira a longo prazo, e se transforma quase numa questão mais filosófica
que científica. Não adianta discuti-la aqui. Vamos simplesmente concordar em
que poderemos avançar até certo ponto, considerando apenas o
comportamento, deixando para depois a demonstração das possíveis
limitações dessa posição."
01. O texto só nos apresenta elementos suficientes para afirmarmos que:
a.

Não há método científico aplicável em psicologia, porque a MENTE é
material e não pode ser sujeita a experimentos materiais.

b.

Não podendo estudar cientificamente a "PSIQUÊ", os psicólogos
estudam o comportamento; mas o comportamento não é a pessoa toda,
por isso a psicologia não pode ser científica.

c.

A psicologia não tem por objeto o estudo da ALMA, mas sim do
comportamento, que é mensurável.

d.

Para haver ciência, é preciso haver observação e medida; não se
pode medir diretamente a MENTE, logo, não há CIÊNCIA DA MENTE.

e.

É suficientemente conhecido pela maioria das pessoas que o estudo
do comportamento não abrange importantes qualidades da natureza
humana; a Psicologia é, pois, questão mais filosófica que científica.

02. Assinale a alternativa que se baseia exclusivamente nas informações que o
texto lhe dá:
a.

A objeção de que o estudo do comportamento não abrange todos os
aspectos da natureza humana pode ser verdadeira por muito tempo
ainda.

b.

Se é verdade que o estudo do comportamento não abrange todos os
aspectos da natureza, a psicologia pode ser considerada de natureza
mais filosófica do que científica.

c.

Não adianta discutir se a psicologia é filosófica ou ciência; o melhor é
concordar que há limitações no estudo do comportamento.

d.

Verdadeiro ou não o estudo do comportamento impõe limitações ao
conhecimento da natureza humana, certo é que há muito campo para
estudo científico, considerando-se apenas o comportamento.

e.

Muitas pessoas não acreditam na psicologia porque ela não
consegue estudar importantes qualidades e aspectos da natureza
humana.

RECORDANDO:
- acentuação gráfica e nova ortografia
Regras de ACENTUAÇÃO GRÁFICA em Língua Portuguesa - Prosódia - Já
obedecendo ao Novo Acordo Ortográfico.

Inicialmente, devemos esclarecer que, para entender melhor o assunto
exposto aqui, temos de saber o que é prosódia: é a parte da fonética que tem
por finalidade a exata acentuação tônica das palavras.
Você, porventura, sabe por que acentuamos graficamente algumas
palavras e outras não?
A resposta é muito simples: toda palavra de nossa língua tem sua sílaba
tônica natural. A palavra casa, por exemplo, é paroxítona, pois a sílaba tônica
dessa palavra é a penúltima, mesmo não sendo acentuada graficamente, ca é
a silaba pronunciada "com mais força" ao falarmos. Como essa é a prosódia
natural da palavra casa, não há necessidade de acento gráfico.
Quando, no entanto, há um desvio da prosódia natural - a palavra
açúcar, por exemplo, há necessidade do acento gráfico, pois houve um desvio
da prosódia natural da palavra, que, em rigor, deveria ser açucar (oxítona).
Como está oficialmente consagrada e dicionarizada a pronúncia açúcar
(paroxítona), devemos, então, marcar o desvio da tonicidade, isto é, da
prosódia natural da palavra com um acento gráfico.
Com base nesse princípio, estabeleceram-se, então, as regras gerais de
acentuação gráfica das palavras em Língua Portuguesa, que são as seguintes:

1) Acentuam-se todas as palavras monossílabas tônicas terminadas em:
-a(s), -e(s), e -o(s).
Ex,: já, pá, pé, vê, vês. nó, só, etc.
Obs.: Não se acentuam as palavras monossílabas tônicas terminadas em i(s) e
u(s), tais como em si, ti, cru, etc.

2) Acentuam-se graficamente as palavras oxítonas terminadas em:
-a(s), -e(s), -o(s), -em e -ens.
Ex.: fubá, xarás, café, você, avó, avô, armazém, armazéns, parabéns, etc.
Obs.: Não se acentuam graficamente as palavras oxítonas terminadas em i(s)
e u(s), como em caqui, aqui, tatu, cajus, Itu, etc.

As formas verbais terminadas em -a, -e ou -o, sejam elas monossílabas tônicas
ou oxítonas, seguidas de -la, -lo, -las e -los, são acentuadas normalmente: dála, fazê-lo, informá-los, etc.
3) Acentuam-se graficamente todas as palavras paroxítonas não terminadas
em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens e ã(am).
Ex.: açúcar, fácil, líder, éden, órfã, ímã, júri, vírus, álbum, bíceps, látex, etc.
Essa regra nos mostra que todas as palavras paroxítonas que não possuem as
terminações mencionadas não recebem acento gráfico.
Estão fora dessa regra, no entanto, os prefixos terminados em -r e -i: anti-herói,
semi-habilitado, hiper-rápido, super-herói, etc.

4) Acentuam-se graficamente todas as palavras paroxítonas terminadas em
ditongo, quando este é representado graficamente..
Ex.: água, óleo, família, notícia, carícia, cárie, história, série, matéria, etc.

ATENÇÃO; observe que estamos falando em ditongos representados
graficamente, como em notícia, por exemplo. Estão de fora dessa regra,
portanto, ditongos como jovem, falam, que só ocorrem na fala.

Obs.: Como foi dito, os ditongos crescentes, em final de sílabas, podem ser
separados na divisão silábica: tanto pode ser his-tó-ria, como his-tó-ri-a;. sé-rie,
como sé-ri-e. No primeiro caso (his-tó-ria), classificamos tais palavras como
paroxítonas terminadas em ditongo crescente; no segundo caso (his-tó-ri-a),
dizemos que são proparoxítonas relativas ou eventuais.

5) Acentuam-se graficamente todas as palavras proparoxítonas.
Ex.: lâmpada, célula, cédula, rápido, gramática, pétalas, etc.

6) Os verbos ter e vir possuem as formas do plural da 3ª pessoa do presente
do indicativo com acento gráfico, para diferençar das formas do singular.
Ex.: Ele tem pouco dinheiro.
Eles têm pouco dinheiro.
Ela vem regularmente à minha loja.
Elas vêm regularmente à minha loja.
7) Acentuam-se graficamente as vogais i e u tônicas, quando aparecerem
depois de outra vogal (formando hiato), sozinha em uma sílaba, acompanhada
ou não de s.
Ex.: saúde, saída, faísca, jaús, etc.
Esta última regra possui uma única exceção: se a vogal i do hiato, isolada na
sílaba, vier seguida de nh, não deve receber acento gráfico. Isso quer dizer que
palavras como rainha, bainha, campainha, moinho, etc. não recebem acento
gráfico.
Deve-se, ainda, esclarecer que a repetição também de tais vogais em uma
palavra, formando hiato, dispensa o acento gráfico, como em xiita e juuna.
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REFORMA ORTOGRÁFICA / 2009

LÍNGUA PORTUGUESA EM PERSPECTIVA DE UM IDIOMA UNIFICADO
De projeto de Lei, a nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa
passou a ser lei a partir de primeiro de janeiro de 2009. Tema de discussões
profundas ficou a reforma ortográfica adormecida por muitos anos em uma
pasta no Congresso Nacional.
Agora ela entrou em vigor e todos brasileiros e portugueses devem
aceitá-la como uma visão moderna com o objetivo de unificar a nossa língua
em demais países que falam o idioma Português. Entre renomados gramáticos
há divergências de opinião.
Alguns especialistas não concordam com os acentos das
proparoxítonas. Extremamente desnecessários, alegam tornar as palavras
pesadas, deselegantes. Principalmente as proparoxítonas de nomes próprios
que são grafadas de uma maneira marcante.
Observe os vocábulos:

Álvaro - Ângela - Ítalo - Rosângela –
pêssego - lâmpada - câmara - pânico.

Para que esses acentos?
Sorte dos vocábulos "borboleta", "alvorada", "passarada" que por serem
paroxítonas continuam leves, soltos como uma pluma, sem uma marca.
Alguns são a favor de que todos os acentos, de modo geral, fossem
abolidos garantindo a pronúncia pela serenidade com que as sílabas se
encaixam, dando harmonia aos vocábulos. Eis que a escrita ficaria uniforme e
mais leve. A Língua Portuguesa tornaria mais acessível aos outros povos e
globalizada.
Até que mais meio século se passe, para que a queda de mais acentos
ortográficos aconteça, pois a ultima Reforma se deu em 1971, apresenta-se,
abaixo, a nova ortografia que se tornou mais simples, entretanto não cumpre o
objetivo inicial de padronizar a língua.

ALFABETO: Passará a ter 26 letras ao incorporar as letras "K", "W", "Y".
Exemplos:

Kátia - Wilma - Nylcio - Nyldio

km (quilômetro) - kg (quilograma) - W (watt).

ACENTO CIRCUNFLEXO
Não será mais usado:
- Na terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos
verbos CRER, DAR, LER, VER e seus derivados. (dobra o “e” no plural)
Atenção: se ele crê em.../ se eles creem em...
para que ele dê.../ para que eles deem...
ele lê muito/ eles leem muito
ele vê o que interessa.../ eles veem o que interessa...

MAS: Ele tem um bom emprego/ eles têm um bom emprego (não dobra o “e”
no plural)
Ele vem aqui todo dia/ eles vêm....
Se a ele convém.../ se a eles convêm
Nas palavras terminadas em hiato "oo" (enjôo - vôo) passaria a grafar sem o
circunflexo.
Exemplos:
enjoo - voo - entoo - perdoo

ACENTO AGUDO
Não haverá mais acento agudo:
- Nos ditongos abertos "éi" e "ói" de palavras paroxítonas.
Exemplos:
assembleia - ideia - jiboia - joia.

OBSERVAÇÃO:
Os outros casos de oxítonas continuam acentuados.
(papéis - anéis - pastéis)
DICA PRECIOSA
Lembre-se de que é um ditongo e não tritongo, portanto, na separação
de sílaba, ela se grafará sempre junto e a vogal "a" ficará sozinha.
Exemplos: ji-boi-a

- ge-lei-a - joi-a.

- Nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de
ditongo.
Exemplos: feiura - baiuca.
Separando as silabas ficará: fei-u-ra

-

bai-u-ca.

OBSERVAÇÃO:
Nos outros casos de "u"/ "i" formando hiato tônico permanece o acento.
Exemplos: sa-ú-de

sa-í-da
ACENTO DIFERENCIAL
Não haverá mais acento para diferenciar somente nos casos abaixo:
1. "pára" (flexão do verbo "parar") de "para" (preposição)
2. "pêla" (flexão do verbo "pelar") de "pela" (combinação da preposição com
artigo)
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")
4. "pélo (flexão do verbo "pelar"), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da
preposição com o artigo)

OBSERVAÇÃO:
Permanece o acento diferencial nos demais casos em pode (3 p.sing. do
presente do indicativo) e pôde (3 p.sing. do pretérito perfeito do indicativo).
Facultativo para: forma e fôrma (A fôrma do bolo tem forma retangular.)

GRAFIA
No português lusitano desaparecerão o "c" e o "p" em que essas letras
não são pronunciadas: acção - acto - adopção - optimo serão grafadas sem o
"c" e o "p".
Exemplos: ação - ótimo - ato - adoção.

TREMA
Deixará de existir em todas as palavras em que o "i" e o "u" eram
pronunciados nas silabas "güe" - "güi” – “qüe” - "qüi".
Exemplos: linguiça - tranquilo - equestre.
Poderá o trema aparecer em nomes próprios e seus derivados.
Exemplos:
Gisele Bündchen - Müller.
CONCLUSÃO
O objetivo principal da reforma ortográfica é unificar as diferentes
grafias, porém permanece a mesma pronúncia de cada país. Que o dialeto seja
mesmo peculiar a cada região, a cada país, contudo que a grafia seja única
para todos que falam a tão bela Língua Portuguesa.
TEXTO III:
A vaidade me faz marcar uma corrida de cem metros, que eu já sei de
antemão que posso correr; corro, venço, e a vaidade se satisfaz, pequenina. O
orgulho não: é audacioso e me faz marcar uma corrida de quilômetro, que eu
ainda não sei se poderei correr; corro, e só consigo alcançar 600 metros. Torno
a correr e faço 620. Corro outra vez e espantadamente faço 720! E continuarei
correndo. Se conseguir quilômetro, imediatamente meu orgulho ficará
descontente e dirá que foi pouco, e transporá a meta para 2 quilômetros. E hei
de morrer um dia tendo apenas (apenas!) conseguido um quilômetro e meio.
01. Segundo o texto:
a.

Vaidade e orgulho são sentimentos negativos, porque fazem o
homem agir apenas em função de seus espectadores e não de seus
sentimentos íntimos.

b.

O homem vaidoso é um ser insatisfeito, pois sempre acha que pode
ir além do que realizou.

c.

A vaidade faz-nos estabelecer objetos que estão além do nosso nível
de realização; daí ser ela fonte contínua de insatisfação.

d.

Movido pela vaidade, o homem estabelece para si objetivos que
sabe poder realizar.

e.

O orgulho, ao contrário da vaidade, impulsiona o homem à ação.

02. Segundo o mesmo texto:
a.

O orgulho, por despertar necessidades muito ambiciosas, faz do
homem um escravo de seus desejos.

b.

O orgulho impulsiona o homem a estabelecer níveis de realização
cada vez mais altos.

c.

A vaidade é sentimento antagônico ao orgulho, pois enquanto este
conduz ao progresso aquela destrói o desenvolvimento do homem.

d.

O orgulho, diferentemente da vaidade, faz que o homem se prepare
emocionalmente a fim de evitar sentimentos de frustração.

e.

Vaidade e orgulho são sentimentos positivos, pois levam o homem à
realização plena de seus desejos.

RECORDANDO:
- pontuação (em especial o uso da vírgula por gerar ambiguidade textual)
PONTUAÇÃO

Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representarem
pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto-e-vírgula ou entonações,
nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo.
Além de pausa na fala e entonação na voz, os sinais de pontuação
reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.

1. VÍRGULA (,)
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração:
O menino berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu.
Nesta oração, a vírgula separa os verbos.

b) isolar o vocativo:
Então, minha cara, não há mais o que se dizer!

c) isolar o aposto:
O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.

d) isolar termos antecipados, como: complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele
copo suado! (antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de
adjunto adverbial)

e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja,
por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.

f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é
muito mais do que esperava.
2. PONTO FINAL (.)
É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., num., adj., obs. .

3. PONTO-E-VÍRGULA
É usado para:
a) separar itens enumerados:
A Matemática se divide em:
- geometria;
- álgebra;
- trigonometria;

b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas:
Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria
ficar sozinho com seu cão.

4. DOIS-PONTOS
É usado quando:
a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
Ele respondeu: não, muito obrigado!
b) se quer indicar uma enumeração:
Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não
brigue com seus colegas, não responda à professora.

5. ASPAS
São usadas para indicar:
a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra
um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões
de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a
propaganda de “outdoor”.

6. RETICÊNCIAS
São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de
continuidade ao que se estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa? (...)

b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...

c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

7. PARÊNTESES
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer
simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por
isso, há o predomínio de vírgulas).
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TEXTO IV:
Cada indivíduo tem sua configuração espiritual, e ele não muda com os
anos. É tão constante quanto nossos cromossomos ou as nossas impressões
digitais. As circunstâncias é que variam, permitindo por vezes que certos tipos
ofereçam de si imagem nova e até surpreendente, num desmentido a
julgamentos anteriores. Só em determinadas circunstâncias é que se pode
medir bem a têmpera de um indivíduo, sua inteligência, sua poesia, sua
capacidade de amar. Mas o indivíduo não muda. Mudam os ângulos e as luzes
com que o vemos.
Infere-se do texto que:
a) Se opera a cada instante um aprimoramento do homem.
b) Nossas opiniões a respeito das pessoas são relativas.
c) A complexidade de comportamento torna penosa a vida do indivíduo.
d) Nada é permanente na conduta do homem.
e) Se mede a têmpera do indivíduo por sua capacidade de amar.

RECORDANDO:
- Sintaxe
As funções sintaticamente definidas são:
- sujeito
- predicativo do sujeito
- predicado (verbo + compl.)
- complemento nominal
- complementos verbais (objeto direto e indireto)
- adjunto adnominal
- adjunto adverbial
- aposto
- vocativo

TEXTO V:
Encontro
Meu pai perdi no tempo e ganho em sonho.
Se a noite me atribui poder de fuga,
sinto logo meu pai e nele ponho
o olhar, lendo-lhe a face ruga a ruga.
Está morto, que importa? Inda madruga
e seu rosto, nem triste nem risonho,
é o rosto antigo, o mesmo. E não enxuga
suor algum, na calma de meu sonho.
Ó meu pai arquiteto e fazendeiro!
Faz casas de silêncio, e suas roças
de cinza estão maduras, orvalhadas
por um rio que corre o tempo inteiro
e corre além do tempo, enquanto as nossas
murcham num sopro fontes represadas.
(Carlos Drummond de Andrade. Reunião. 10 livros de poesia.
Rio: José Olympio, 1971. p. 193)
01. A sugestão expressa no primeiro verso do poema indica que o poeta e seu
pai estão:
a) separados no tempo e no espaço
b) separados apenas no tempo
c) separados apenas no espaço
d) perdidos sem conseguirem encontrar-se
e) próximos de um encontro definitivo
02. Os termos "vida" e "morte", no texto, estão expressos nas palavras:
a) fuga e noite
b) olhar e ruga
c) tempo e sonho
d) madruga e triste
e) suor e calma
03. Segundo o texto, uma das possibilidades que se pode determinar na noite,
é que ela:
a) facilita a vontade de fugir
b) permite o uso da razão
c) consegue ampliar a visão da realidade
d) oferece a chance de o indivíduo compreender-se
e) propicia o exercício da imaginação
04. Pode-se perceber que o texto trata do poder transfigurador da poesia. O
verso que expressa isso é:
a) "Está morto, que importa? Inda madruga"
b) "e seu rosto, nem triste nem risonho"
c) "Ó meu pai arquiteto e fazendeiro"
d) "e corre além do tempo, enquanto as nossas"
e) "murcham num sopro fontes represadas"
05. De acordo com o texto, a figura do pai está marcada pela condição de:
a) cansaço
b) placidez
c) velhice
d) alegria
e) tristeza
06. Em todas as partes do texto, indicadas abaixo, há elementos suficientes
para indicar as atividades que o pai exercia, exceto:
a) "Está morto que importa? Inda madruga"
b) "e seu rosto, nem triste nem tristonho"
c) "E não enxuga / suor algum, na calma de meu sonho"
d) "Ó meu pai arquiteto e fazendeiro!"
e) "Faz casas de silêncio, e suas roças / de cinza estão maduras"
07. A condição em que o poeta diz encontrar seu pai pode ser caracterizada
por todos os termos abaixo, exceto:
a) "casas de silêncio"
b) "perdi no tempo"
c) "está morto"
d) "rosto antigo"
e) "roças de cinza"
RECORDANDO:
- Regência nominal e verbal

Regência nominal: é a relação entre um termo transitivo (substantivo, adjetivo
ou advérbio) e seu complemento. Essa relação é intermediada por uma
preposição.
Exemplos:
Estas explicações são úteis aos candidatos. (úteis “a”)
- o adjetivo “úteis” é o termo regente, o qual exige a preposição “a”, ao
passo que “aos candidatos” é o termo regido.
O menino tinha medo de fantasmas. (medo “de”)
- o substantivo “medo” é o termo regente, o qual exige a preposição
“de”, ao passo que “de fantasmas” é o termo regido.
Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente “a”)
- o advérbio “contrariamente” é o termo regente, exigindo o emprego
da preposição “a”, e “à sua vontade” é o termo regido.

Fiquem atentos ao seguinte: em orações subordinadas adjetivas
(aquelas iniciadas por pronome relativo), sempre que o nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio) exigir o emprego de uma preposição, esta deverá ser
anteposta ao relativo. Esse é o mecanismo.
Exemplo:
O caminho a que você tem acesso é mais curto.
Em “O caminho, a que você tem acesso, é mais curto.”, temos uma
oração subordinada adjetiva restritiva. Neste trecho, o substantivo “acesso”
rege o emprego da preposição “a”, a qual deverá ser anteposta ao pronome
relativo “que”.
Exemplos:
O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. (prejudicial
“a”)
Estudar é essencial a/para sua aprovação. (essencial “a/para”)
Estudou; portanto, estava consciente de seu bom desempenho.
(consciente “de”)

Por regência verbal devemos entender a relação que, em certa
acepção, o verbo estabelece com seu complemento. Dependendo da relação
estabelecida (preposicionada ou não), o verbo pode apresentar diferença de
significado. Essa análise pode ser feita somente na construção do enunciado,
pois um mesmo verbo pode requerer complementos diferentes de acordo com
o significado que venha a apresentar na oração.
= fazer carinho  é VTD. Ex: A mãe agrada o filho.
a) Agradar
= satisfazer  é VTI. Ex: A novela não agradou a todos.

= sentir-se grato  é VTD. Ex: Quero agradecê-lo.
b) Agradecer
*****************

ou VTI. Ex: Quero agradecer-lhe.

= respirar  é VTD. Ex: Ele aspirou o gás.
c) Aspirar
= desejar  é VTI. Ex: Ele aspira ao sucesso.

= ver  é VTI. Ex: Eu assisti ao filme.
d) Assistir = socorrer  é VTD/VTI. Ex: Assistimos o/ao rapaz doente.
= pertencer  é VTI. Ex: Esse direito assiste aos jovens

= atingir a meta  é VI. Ex: Chegamos ao colégio.
e) Chegar
= parar  é VTI. Ex: Chega de trabalho.

Quando desacompanhadas de pronome oblíquo, são VTD
f) Esquecer
e Lembrar

Ex: Eu esqueci o problema
Quando acompanhadas de pronome oblíquo, são VTI
EX: Eu me esqueci do problema
= demonstrar antipatia  é VTI. Ex: Ele implica com os outros
g) Implicar
= acarretar, exigir  é VTD. Ex: Isso implica soluções difíceis.

= trazer de fora para dentro  é VTD. Ex: Importou mercadorias
h) Importar
= acarretar, exigir  é VTD. Ex: Isso importa grandes gastos.

VTDI (exige um objeto direto e um indireto)
Admite duas construções:
Informar alguma coisa a alguém
i) Informar  Ex: Ela informou o fato aos alunos
Informar alguém de (sobre) alguma coisa
Ex: Ela informou os alunos do (sobre) fato

= cortejar  é VTD. Ex: Pedro namora Helena
j) Namorar
= desejar  é VTD. Ex: Pedro namora um novo emprego.

l) Desobedecer e
Obedecer

m) Pisar

São VTI (exigem a preposição a)
Ex: Ele nunca obedece aos regulamentos

= caminhar sobre
Ex: Ele pisou o gramado
São VTI quando o objeto refere-se a pessoa
Exs: O pai sempre perdoa os filhos
n) Pagar e
Perdoar

O gerente pagou aos empregados
São VTD quando o objeto refere-se à coisa
Exs: Nós já pagamos os impostos
O gerente perdoou a dívida

o) Preferir

É VTDI (preferir alguma coisa à outra)
Ex: Ele prefere o futebol ao vôlei

= ter fundamento  é VI. Ex: Sua reclamação não procede
p) Proceder = originar-se  é VI. Ex: O navio procede de Santos
= dar início  é VTI. Ex: O juiz procedeu ao julgamento do rapaz

q) Querer

= desejar  é VTD. Ex: Todos queriam o prêmio
= gostar  é VTI. Ex: As mães querem aos filhos

r) Simpatizar = ter simpatia, afeição  Todos simpatizam com você.

= pretender  é VTI. Ex: Ele visava ao sucesso.
m) Visar

= mirar  é VTD. Ex: O jogador visou o gol.
= assinar  é VTD. Ex: Você já visou o cheque?
TEXTO VI:
"Não poderão ser consideradas, para os fins do disposto no parágrafo
terceiro, a doença degenerativa, a inerente a grupo etário e a que não acarreta
incapacidade para o trabalho." (Lei 6.367 - Acidentes do Trabalho).
Assinale a afirmativa falsa em relação ao texto:
a.

A palavra "etário" significa "algo relativo à idade".

b.

A palavra "inerente" significa "alheio a alguma coisa ou pessoa".

c.

A palavra "degenerativa" significa "que faz perder as qualidades ou
características primitivas".

d.

A expressão "incapacidade para o trabalho" foi usada para
generalizar impossibilidade física ou mental.

e.

A expressão "para os fins do disposto no parágrafo terceiro" significa
"para finalidade explicitada no parágrafo terceiro".

RECORDANDO:
- particularidades lexicais
Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES que,
certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar
por uma ou outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns
vocábulos que, volta e meia, surgem em diversos textos.
MAL x MAU
a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,
refere-se a um verbo)
b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa
adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)
c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um
substantivo, contrário de bom)
d) A notícia causou-lhe um grande mal. (substantivo)
Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a
mesma classificação gramatical nas alternativas “a”, “b” e “d”.
Dica legal! Quero que você perceba que o vocábulo MAU é grafado
com U quando é adjetivo.
POR QUE x POR QUÊ
a) Por que você não veio? (advérbio interrogativo de causa, usado no
início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)
b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a
frase interrogativa é indireta)
c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da
frase, e o “que” é tônico)
d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição +
pronome relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)
ATENÇÃO! Note a colocação no final da frase ou no final de oração,
antes de pausa, com sentido de motivo, razão pela qual, sendo tônico.
Ex.: O cantor estava inquieto, sem saber por quê. (Sem saber
por quê, o cantor estava inquieto.
Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por
quê.
Ninguém lhe dava atenção. Por quê?
PORQUE x PORQUÊ
a) Não vim porque estava cansado.
adverbial, indica circunstância de causa)
b) Fique quieto, porque
coordenativa explicativa)

você

está

(conjunção

subordinativa

incomodando.

(conjunção

c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é
substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)
ATENÇÃO! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou
indireta), use a expressão separada.
SENÃO x SE NÃO
a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou,
indica alternância de ideias que se excluem mutuamente)
b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,
porém, a não ser)
c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é
substantivo)
d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção
subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)
ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada
apenas quando introduzir uma oração subordinada adverbial
condicional.

ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE
a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos”
= de + os –, equivale-se a sobre, a respeito de)
b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.
(refere-se a acontecimento passado)
c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (equivale-se a
aproximadamente)

AFIM x A FIM DE
a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em
número para com ele concordar)
b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,
denota finalidade, objetivo, intenção)
DEMAIS x DE MAIS
a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo,
equivale-se a muito, bastante, demasiadamente, em excesso)
b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido, equivalese a outros, restantes, vem precedido de artigo)
c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de
menos)
ATENÇÃO! Com relação a de menos, a professora Maria Tereza de
Queiroz Piacentini ensina que nem sempre tal expressão tem como
oposto de mais.
De menos pode se referir a substantivo ("gente de menos") e verbo
("saber de menos"), segundo a autora do livro Português para redação
(edição esgotada). Moral da história: junto a substantivo, use de mais
e de menos; junto a verbo, use demais e pode usar de menos
também.

ONDE x DONDE x AONDE
a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a
preposição em, na língua portuguesa não existe a suposta contração
nonde, indicada por em + onde; é errada sua utilização para substituir
nomes que não indicam lugar: Na reunião onde estávamos, houve muita
discussão.
Nesse caso, prefira a locução em que.
b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em
razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” =
de + onde)
c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige,
também por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma
verbal “vai”:
“Aonde” = a + onde)

MAS x MAIS
a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa
adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)
b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,
refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)
c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a
substantivo)
HÁ x A
a) Lamentavelmente, ainda há preconceito racial. (forma do verbo
impessoal haver que corresponde ao sentido de existir, ocorrer,
acontecer; mantém-se flexionado na 3ª pessoa do singular)
b) Ele chegou da Europa há dois anos. (formado verbo haver que
expressa acontecimento passado, anterior à declaração)
c) Ela voltará daqui a um ano. (preposição usada para indicar a
realização de algo posterior ao momento da própria fala)
______________________________________________________________
TEXTO VII:
"Um dos mais respeitados colégios particulares da cidade de São Paulo
está fechando suas portas por causa da briga crônica entre pais de alunos e
donos de escolas em torno das mensalidades escolares."
01. Assinale a alternativa que contém uma consequência do fato relatado:
a.

Duas escolas se prontificaram a admitir os alunos da escola extinta.
Uma delas está contratando boa parte de seu corpo docente.

b.

A interferência do governo na fixação dos índices de reajuste das
mensalidades escolares é consequência do "lobby" bem sucedido dos
proprietários de escolas privadas junto ao MEC.

c.

O triste desfecho desse fato é emblemático da situação da educação
brasileira.

d.

Dois meses depois que o governo federal liberou os preços das
mensalidades escolares, a Justiça de São Paulo decidiu que os
reajustes voltam a ser controlados, não podendo exceder os índices
mensais de inflação.

e.

O Sindicato dos Professores de São Paulo realizou um levantamento
segundo o qual esta é a escola que melhor remunera os professores.
02. Assinale o trecho que constitui uma premissa do fato relatado:
a.

As escolas que pagam salários baixos a seus professores e
funcionários são as que mais dão lucros.

b.

Para manter a qualidade do ensino requerida pela sociedade, as
escolas privadas estão incrementando convênios com empresas e
indústrias.

c.

O ensino privado custa caro e tende a ficar mais caro com as
necessidades tecnológicas impostas a cada dia pela moderna educação.

d.

No vácuo criado pela ausência do Estado no ensino secundário
proliferam as escolas privadas.

e.

Como decorrência do crescimento populacional urbano, existe, hoje,
nas grandes metrópoles, um grande déficit de salas de aula.

RECORDANDO: - concordância verbal e nominal
CONCORDÂNCIA
Assinale com “C” as frases corretas quanto a concordância e com “ I ” as frases
incorretas:
1) ( ) Falou o Ministro e todos os seus assessores.
2) ( ) Saiu agora mesmo daqui seu tio e suas primas.
3) ( ) Não só os alunos, como também o diretor faltou às aulas.
4) ( ) Fumar e beber faz muito mal à saúde.
5) ( ) O comer e o dormir engordam.
6) ( ) Não só eu, mas também meus filhos estão com gripe.
7) ( ) Bebida, festas, dinheiro, mulheres, nada o tornava alegre.
8) ( ) Céu, mar, terra, rios, sol planetas, animais tudo se constituem dos
mesmos elementos.
9) ( ) Tanto o marido como a mulher mentiu.
10) ( ) Deverá viajar conosco Ademir e Adriana.
11) ( ) Deus e demônio, brancos e negros, crentes e ateus, mulheres e
homens, ninguém o igualava em tragédias ou em comédias.
12) ( ) Tanto você quanto eu estou na mesma situação.
13) ( ) O burro, o asno e o preguiçoso, sem pancadas, nenhum se mexe.
14) ( ) Veio ao aeroporto Giovanna, Lucas, Gabriel e os primos.
15) ( ) Giovanni ou Otaviano dirigirão o automóvel.
16) ( ) Chegou uma carta e um telegrama para Vossa Excelência.
17) ( ) Perder e ganhar é do esporte.
18) ( ) Os Sertões foram publicados em 1902 e são de autoria de Euclides da
Cunha.
19) ( ) Luís, bem como seus irmãos, virá comigo.
20) ( ) As estrelas parecem brilhar mais intensamente hoje
21) ( ) As estrelas parece brilharem mais intensamente hoje
22) ( ) As crianças parece estarem com fome.
23) ( ) Vossa Santidade estejais em paz, que cuidaremos da sua segurança.
24) ( ) Tudo parecem rosas na vida.
25) ( ) Aquilo parecem fogos de artifício.

TEXTO VIII:
APELO
"Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias,
para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa
de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato
na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda
veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da
escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para
não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da
noite e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as
aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero da
salada - o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas
violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na
camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós
sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando.
Venha para casa, Senhora, por favor". (DALTON TREVISAN)
01. Assinale a opção que contém a frase que justifica o título do texto:
a) "Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou."
b) "Toda a casa era um corredor deserto."
c) "Acaso é saudade, Senhora?"
d) "Que fim levou o saca-rolhas?"
e) "Venha para casa, Senhora, por favor."
02. Considerando o sentido geral do texto, a significação de esquecido em
“esquecido na conversa de esquina”, é:
a) não lembrado por Senhora
b) entretidos com os companheiros, na esquina
c) afastado da sensação de ausência de Senhora
d) absorto pela falta da mulher
e) pensativo por causa da conversa na esquina
03. Assinale a opção que justifica a afirmativa Primeiros dias, para dizer a
verdade, não senti falta, (...):
a) A quebra da rotina traz a sensação de liberdade.
b) A relação amorosa estabelece limites para a liberdade de cada um.
c) A sensação de liberdade faz falta a algumas pessoas.
d) O estranhamento causado pela ausência do ser amado é acentuado pela
rotina.
e) O novo tem um apelo encantatório, que afasta o sentimento de ausência.
04. Dimensionando-se a questão do tempo em Não foi ausência por uma
semana, pode-se afirmar que essa ausência:
a) durou mais de um mês
b) tinha durado sempre apenas uma semana
c) começou a ser vivenciada após uma semana
d) só foi percebida durante uma semana
e) foi notada a partir do vigésimo nono dia
05. A marca da Senhora está contraditoriamente impressa em fatos que correm
na sua ausência. Assinale a opção imprópria para exemplificar o que se afirma
nesta questão:
a. "não senti falta"
b. "o leite primeira vez coalhou"
c. "a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada."
d. "o canário ficou mudo"
e. "Não tenho botão na camisa"
06. O caminho do homem pela mulher agora ausente manifestava-se através
da(s):
a) falta de botão na camisa
b) bebida partilhada com os amigos
c) conversa demorada na esquina
d) presença aconchegante ao fim da jornada
e) discussões sem importância às refeições
07. No texto, o primeiro sinal do sentimento da ausência da mulher é indicado
pelo trecho:
a) "o batom ainda no lenço"
b) "a imagem de relance no espelho"
c) "o leite primeira vez coalhou"
d) "o canário ficou mudo"
e) "eu ficava só"
08. O penúltimo período do texto dimensiona o papel de Senhora na família.
Assim, ela pode ser definida como:
a) sublevadora
b) apaziguadora
c) sofredora
d) dominadora
e) impostora
TEXTOS COMPLEMENTARES
PACIÊNCIA
Arnaldo Jabor
Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria
gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros
que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"... E o bem comportado executivo?
O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele
mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o
jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma
"mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a
escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava
demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça,
inconformado...
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem
sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida,
sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos
calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer
chegar?Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Onde você quer chegar?
Está correndo tanto para quê?
Por quem?
Seu coração vai aguentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar?
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, n o final do dia
vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...
____________________________________________________________________
O Tempo
Mário Quintana
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é Natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das
horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
REDAÇÃO OFICIAL

Qualidades do Texto Oficial
Sob o ponto de vista linguístico, a redação oficial deve atender a requisitos de
correção, objetividade, clareza, concisão, coerência e coesão, visando,
num mínimo de tempo e espaço, a comunicar expressiva e consistentemente
aquilo que se pretende. Deve-se ressaltar que os textos oficiais são
documentos que fazem parte da história de comunidades, instituições, setores
e respectivos funcionários.

Correção e objetividade
A correção se traduz pelo respeito ao padrão culto da língua, ou seja, às
normas gramaticais, que têm por finalidade codificar o uso idiomático, dele
induzindo, por seleção, classificação e sistematização, as formas
representativas do ideal de expressão correta.
A objetividade textual se traduz mediante linguagem direta, sem rodeios ou
embromação.

Clareza e concisão
A clareza facilita a percepção rápida das ideias expostas no texto. Para isso,
recomenda-se o período curto, a parcimônia na adjetivação, a ausência de
ambiguidade e do circunlóquio, a ordem direta. Evitem-se, igualmente,
redundâncias e digressões que desviem a atenção do receptor sobre o que é
essencial.
A concisão consiste em dizer muito com poucas palavras, eliminando-se as
palavras supérfluas, a adjetivação desmedida, evitando-se períodos extensos e
emaranhados. A concisão traz clareza à frase e, igualmente, correção: quem
muito escreve corre o risco de tropeçar no erro de língua, na falta de lógica e
na adequação textual.
O vocabulário não deve incluir palavras difíceis, pois exuberância nem sempre
é sinônimo de clareza. Ao redigir, empreguem-se apenas as palavras
necessárias, as mais simples e correntes. O excesso de linguagem técnica, ao
invés de afirmar competência, pode gerar incompreensão para o receptor.
De acordo com o estilo atual, o texto expositivo privilegia: ordem direta,
objetividade, clareza e concisão evitando, assim, parágrafos longos com
excessivos entrelaçamentos de incidentes e orações subordinadas que possam
causar dificuldades à análise e ao entendimento do interlocutor. É claro que
algumas ideias exigem parágrafos maiores, com a presença de subordinação,
mas deve haver um equilíbrio entre as ideias que se quer expressar e o
desenvolvimento do período. O uso da subordinação precisa apresentar
relações e nexos conjuntivos evidentes, evitando-se as construções
labirínticas.
Além dessas observações, cabe lembrar outros aspectos que prejudicam a
legibilidade e imprimem ao texto um registro coloquial, comum nas situações
informais da língua falada, mas inadequado na redação oficial:

 uso excessivo de pronomes pessoais, possessivos, dos artigos indefinidos
um, uma, e da conjunção que;
 mistura de pronomes de tratamento;
 colocação dos pronomes adverbais átonos mal feita;
 regência verbal indevida;
 concordância nominal e verbal equivocada;
 uso de fragmentos de frase;
 inversões desnecessárias;
 inexistência de pontuação ou seu uso incorreto.
Coerência e coesão
Coerência deve ser entendida como unidade do texto. Um texto coerente é um
conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira
complementar, de modo que nada seja destoante, nada ilógico, nada
contraditório, nada desconexo. Daí a necessidade de ordem e inter-relação. No
texto coerente, cada parte solidariza-se com as demais na sequência dos fatos,
de tal modo que o desenvolvimento de uma parte dependa do desenvolvimento
anterior de outra. O ajuntamento de partes desconexas prejudica a
inteligibilidade do texto.
Obtém-se coerência interligando as ideias de maneira clara e lógica. Dessa
forma, sugere-se redigir segundo ordem:
 cronológica, respeitando a temporalidade;
 espacial, apresentando os elementos mais próximos e, depois, os mais
distantes;
 lógica, isto é, com coerência de raciocínio e de ideias.
A coesão consiste no entrelaçamento significativo entre declarações e
sentenças sequenciais e não, meramente, de afirmações colocadas umas após
as outras, pois os parágrafos significam mais do que uma simples sucessão de
sentenças.
Um texto bem redigido deve constituir um todo significativo e não fragmentos
isolados, justapostos. No seu interior precisam existir elementos que
estabeleçam relação entre as partes, ou seja, elos significativos que confiram
nexo ao texto.
A coesão de um texto, isto é, a conexão entre vários enunciados não é,
obviamente, fruto do acaso, mas sim das relações de sentido que existem entre
eles. Essas relações de sentido são manifestadas, sobretudo, por certa
categoria de palavras, chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua
função no texto é a de pôr em evidência as várias relações de sentido que
existem entre os enunciados.
São várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou de
elemento de coesão:





as preposições: a, de, para, por etc.;
as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou etc.;
os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, cujo etc.;
os advérbios: aqui, lá, assim, aí etc.;

O uso adequado desses elementos de coesão também confere unidade ao
texto e contribui, consideravelmente, para a expressão clara das ideias. Cada
um deles tem um valor típico. Além de ligarem partes do discurso, estabelecem
entre elas certo tipo de relação semântica: causa, finalidade, tempo, conclusão,
contradição, condição etc.. A escolha do conectivo adequado é, pois,
importante, uma vez que determina a direção que se pretende dar ao texto,
manifestando as diferentes relações entre os enunciados.
Enfim, a escrita não exige que os períodos sejam longos e complexos, mas que
sejam completos e que as partes estejam absolutamente conectadas. O
redator deve ter claro o que pretende dizer e, uma vez escrito o enunciado,
avaliar se o texto corresponde, exatamente, àquilo que queria dizer.
_______________________________________________________________

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  • 1. PORTUGUÊS INSTRUMENTAL PROF.: RACHEL GORETTI DE LANDA VERGARA rachelanda@pjf.mg.gov.br AME A LÍNGUA PORTUGUESA E SEJA ABRAÇADO POR ELA! "O aprendizado nunca termina. Não existe parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições para aprender."
  • 2. I – OBJETIVOS: Proporcionar conhecimentos teóricos e práticos referentes à língua portuguesa, possibilitando a leitura e compreensão de textos variados que motivem, por excelência, a boa atuação na vida profissional. - efetivar a prática da leitura e da produção de textos; - refletir acerca da estrutura composicional dos referidos textos; - apresentar em forma de revisão as estruturas gramaticais básicas e complexas de acordo com o texto estudado; - atualizar conhecimentos adquiridos; - abordar a linguagem escrita e falada e suas características PARTE I: MORFOLOGIA (noções básicas) - classes de palavras - acentuação gráfica e nova ortografia PARTE II: SINTAXE - termos essenciais: sujeito e predicado - transitividade verbal - termos integrantes: complementos verbais e nominais PARTE III: NOMINAL REGÊNCIA VERBO-NOMINAL/ CONCORDÂNCIA VERBO- PARTE IV: DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS/REDAÇÃO OFICIAL - particularidades lexicais - documentos oficiais: características da redação oficial
  • 3. ESTUDO DE TEXTOS Após a leitura e compreensão textual, abordaremos alguns assuntos gramaticais relevantes a fim de proporcionar a vocês uma breve recordação da nossa tão bela língua portuguesa. Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passava na cabeça do autor enquanto ele escrevia. É, antes de tudo, perceber a intencionalidade do texto, inferir (deduzir). Por exemplo, se eu disser: “Levei minha filha caçula ao parque.”, podemos inferir que tenho mais de uma filha. Em outras palavras, inferir é retirar informações implícitas e explícitas do texto. E mais: será com essas informações que vocês resolverão as questões de compreensão sugeridas. É preciso ter cuidado, entretanto, com o que chamamos de “conhecimento prévio”, “conhecimento de mundo”. Conhecimento prévio: é o conhecimento acumulado do assunto abordado no texto. É aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, assistindo à televisão, enfim, vivendo. Num contexto conhecido, a dedução de palavras é feita por analogia com as informações que já possuímos sobre o tema. Portanto, o conhecimento prévio do tema em questão facilita, ratificando ou ampliando o entendimento do texto. Não basta, porém, retirar informações de um texto para responder corretamente às questões. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto, temos que ter conhecimento, também, da estrutura textual e por quais processos se passa um texto até seu formato final de narração, descrição, injunção ou dissertação (expositiva ou argumentativa). Em geral, os textos têm a seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão. Ao lê-lo, devemos procurar a coerência, a coesão, a relação entre as ideais apresentadas. É importante fazer uma breve distinção entre língua falada e língua escrita. Língua Falada x Língua escrita   é extremamente dinâmica, rapidamente as transformações linguísticas; ou seja, incorpora mais   reflete, de forma imediata, qualquer alteração de costumes e pode, eventualmente, contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, tais como os gestos, a entonação etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância.
  • 4.   é mais rígida, isto é, incorpora mais lentamente as transformações linguísticas; apresenta maior vocação para a permanência, valendo-se apenas de si mesma para comunicar. Aqui cabe um esclarecimento: a língua escrita, assim como a língua falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos empregar determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais, cotidianas; em um parecer jurídico, não é de se estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Em ambos os casos há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto (escrito) da língua. TEXTO I: Para fazer uma boa compra no ramo imobiliário, não basta ter dinheiro na mão. É imprescindível que o comprador seja frio, calculista e bem informado. Na hora de comprar um imóvel, a emoção é um dos maiores inimigos de um bom negócio. Assim, por mais que se goste de uma casa, convém manter sempre um certo ar de contrariedade. Se o vendedor perceber qualquer sinal de emoção, isso poderá custar dinheiro ao comprador. Não é por outra razão que quem compra para especular ou apenas para investir costuma conseguir um melhor negócio do que quem está à procura de um lugar para morar. 01. Segundo o texto: a. Os vendedores, via de regra, buscam ludibriar os compradores, e vice-versa. b. O vendedor costuma aumentar o preço do imóvel quando o comprador não está bem informado sobre o mercado de valores. c. O mercado imobiliário oferece bons investimentos apenas para quem pretende especular. d. No ramo imobiliário, uma atitude que aparente indiferença pode propiciar negócio mais vantajoso para o comprador. e. No mercado imobiliário, o comprador realiza melhor negócio adquirindo uma propriedade de que não tenha gostado muito.
  • 5. 02. Segundo o mesmo texto: a. Quanto maior a disponibilidade financeira do comprador, maior a probabilidade de sucesso no negócio imobiliário. b. Disponibilidade econômica não é o único fator que possibilita a realização de um bom negócio. c. O vendedor, por preferir negociar com investidores, desfavorece o comprador da casa própria. d. Gostar de uma casa é psicologicamente importante em qualquer tipo de compra, seja ela para residência ou para investimento. e. O mercado imobiliário oferece oportunidades mais seguras para o investidor que para o especulador. RECORDANDO: Morfologia - Classe de palavras Na Língua Portuguesa as palavras são classificadas de acordo com o papel que exercem dentro da frase. São dez as classes de palavras em português, e cada uma delas tem função específica na frase. - Substantivo - palavra variável, que designa ou dá nome a todos os seres existentes - pessoas, objetos, animais, lugares, sentimentos, etc. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Adjetivos - palavra variável que atribui características aos substantivos modificando-os. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Artigo - palavra variável que sempre precede o substantivo, tendo inclusive o poder de, colocada antes de uma palavra de qualquer classe, transformá-la em substantivo. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Verbo - palavra variável que informa ação, estado, fato ou fenômeno. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 6. - Advérbio - palavra que, relacionada ao verbo, ao adjetivo ou mesmo a outro advérbio, modifica as circunstâncias de modo, tempo, instrumento, origem, intensidade, lugar, etc. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Pronome - palavra variável que se refere ao substantivo ou o substitui. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Numeral - palavra variável que indica a ideia de número, quantidade, ordem. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Conjunção - palavra invariável que serve de elo entre as frases e orações. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Preposição - palavra invariável que faz a ligação de termos, estabelecendo dependência entre eles. Exemplo: Pista de corrida. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ - Interjeição - palavra ou expressão que exterioriza emoção ou sentimento. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ TEXTO II: A “MENTE", ou a "ALMA", ou a "PSIQUÊ" são imateriais demais para serem investigadas por algum método científico. Aquilo com que os psicólogos lidam de fato é o comportamento, que é bastante palpável para ser observado, registrado e analisado. Este ponto de vista é muitas vezes criticado por pessoas que dizem que esta maneira de ver as coisas omite importantes qualidades e aspectos da natureza humana. Tal objeção pode ou não ser verdadeira a longo prazo, e se transforma quase numa questão mais filosófica que científica. Não adianta discuti-la aqui. Vamos simplesmente concordar em que poderemos avançar até certo ponto, considerando apenas o comportamento, deixando para depois a demonstração das possíveis limitações dessa posição."
  • 7. 01. O texto só nos apresenta elementos suficientes para afirmarmos que: a. Não há método científico aplicável em psicologia, porque a MENTE é material e não pode ser sujeita a experimentos materiais. b. Não podendo estudar cientificamente a "PSIQUÊ", os psicólogos estudam o comportamento; mas o comportamento não é a pessoa toda, por isso a psicologia não pode ser científica. c. A psicologia não tem por objeto o estudo da ALMA, mas sim do comportamento, que é mensurável. d. Para haver ciência, é preciso haver observação e medida; não se pode medir diretamente a MENTE, logo, não há CIÊNCIA DA MENTE. e. É suficientemente conhecido pela maioria das pessoas que o estudo do comportamento não abrange importantes qualidades da natureza humana; a Psicologia é, pois, questão mais filosófica que científica. 02. Assinale a alternativa que se baseia exclusivamente nas informações que o texto lhe dá: a. A objeção de que o estudo do comportamento não abrange todos os aspectos da natureza humana pode ser verdadeira por muito tempo ainda. b. Se é verdade que o estudo do comportamento não abrange todos os aspectos da natureza, a psicologia pode ser considerada de natureza mais filosófica do que científica. c. Não adianta discutir se a psicologia é filosófica ou ciência; o melhor é concordar que há limitações no estudo do comportamento. d. Verdadeiro ou não o estudo do comportamento impõe limitações ao conhecimento da natureza humana, certo é que há muito campo para estudo científico, considerando-se apenas o comportamento. e. Muitas pessoas não acreditam na psicologia porque ela não consegue estudar importantes qualidades e aspectos da natureza humana. RECORDANDO: - acentuação gráfica e nova ortografia Regras de ACENTUAÇÃO GRÁFICA em Língua Portuguesa - Prosódia - Já obedecendo ao Novo Acordo Ortográfico. Inicialmente, devemos esclarecer que, para entender melhor o assunto exposto aqui, temos de saber o que é prosódia: é a parte da fonética que tem por finalidade a exata acentuação tônica das palavras.
  • 8. Você, porventura, sabe por que acentuamos graficamente algumas palavras e outras não? A resposta é muito simples: toda palavra de nossa língua tem sua sílaba tônica natural. A palavra casa, por exemplo, é paroxítona, pois a sílaba tônica dessa palavra é a penúltima, mesmo não sendo acentuada graficamente, ca é a silaba pronunciada "com mais força" ao falarmos. Como essa é a prosódia natural da palavra casa, não há necessidade de acento gráfico. Quando, no entanto, há um desvio da prosódia natural - a palavra açúcar, por exemplo, há necessidade do acento gráfico, pois houve um desvio da prosódia natural da palavra, que, em rigor, deveria ser açucar (oxítona). Como está oficialmente consagrada e dicionarizada a pronúncia açúcar (paroxítona), devemos, então, marcar o desvio da tonicidade, isto é, da prosódia natural da palavra com um acento gráfico. Com base nesse princípio, estabeleceram-se, então, as regras gerais de acentuação gráfica das palavras em Língua Portuguesa, que são as seguintes: 1) Acentuam-se todas as palavras monossílabas tônicas terminadas em: -a(s), -e(s), e -o(s). Ex,: já, pá, pé, vê, vês. nó, só, etc. Obs.: Não se acentuam as palavras monossílabas tônicas terminadas em i(s) e u(s), tais como em si, ti, cru, etc. 2) Acentuam-se graficamente as palavras oxítonas terminadas em: -a(s), -e(s), -o(s), -em e -ens. Ex.: fubá, xarás, café, você, avó, avô, armazém, armazéns, parabéns, etc. Obs.: Não se acentuam graficamente as palavras oxítonas terminadas em i(s) e u(s), como em caqui, aqui, tatu, cajus, Itu, etc. As formas verbais terminadas em -a, -e ou -o, sejam elas monossílabas tônicas ou oxítonas, seguidas de -la, -lo, -las e -los, são acentuadas normalmente: dála, fazê-lo, informá-los, etc.
  • 9. 3) Acentuam-se graficamente todas as palavras paroxítonas não terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens e ã(am). Ex.: açúcar, fácil, líder, éden, órfã, ímã, júri, vírus, álbum, bíceps, látex, etc. Essa regra nos mostra que todas as palavras paroxítonas que não possuem as terminações mencionadas não recebem acento gráfico. Estão fora dessa regra, no entanto, os prefixos terminados em -r e -i: anti-herói, semi-habilitado, hiper-rápido, super-herói, etc. 4) Acentuam-se graficamente todas as palavras paroxítonas terminadas em ditongo, quando este é representado graficamente.. Ex.: água, óleo, família, notícia, carícia, cárie, história, série, matéria, etc. ATENÇÃO; observe que estamos falando em ditongos representados graficamente, como em notícia, por exemplo. Estão de fora dessa regra, portanto, ditongos como jovem, falam, que só ocorrem na fala. Obs.: Como foi dito, os ditongos crescentes, em final de sílabas, podem ser separados na divisão silábica: tanto pode ser his-tó-ria, como his-tó-ri-a;. sé-rie, como sé-ri-e. No primeiro caso (his-tó-ria), classificamos tais palavras como paroxítonas terminadas em ditongo crescente; no segundo caso (his-tó-ri-a), dizemos que são proparoxítonas relativas ou eventuais. 5) Acentuam-se graficamente todas as palavras proparoxítonas. Ex.: lâmpada, célula, cédula, rápido, gramática, pétalas, etc. 6) Os verbos ter e vir possuem as formas do plural da 3ª pessoa do presente do indicativo com acento gráfico, para diferençar das formas do singular. Ex.: Ele tem pouco dinheiro. Eles têm pouco dinheiro. Ela vem regularmente à minha loja. Elas vêm regularmente à minha loja.
  • 10. 7) Acentuam-se graficamente as vogais i e u tônicas, quando aparecerem depois de outra vogal (formando hiato), sozinha em uma sílaba, acompanhada ou não de s. Ex.: saúde, saída, faísca, jaús, etc. Esta última regra possui uma única exceção: se a vogal i do hiato, isolada na sílaba, vier seguida de nh, não deve receber acento gráfico. Isso quer dizer que palavras como rainha, bainha, campainha, moinho, etc. não recebem acento gráfico. Deve-se, ainda, esclarecer que a repetição também de tais vogais em uma palavra, formando hiato, dispensa o acento gráfico, como em xiita e juuna. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ REFORMA ORTOGRÁFICA / 2009 LÍNGUA PORTUGUESA EM PERSPECTIVA DE UM IDIOMA UNIFICADO De projeto de Lei, a nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa passou a ser lei a partir de primeiro de janeiro de 2009. Tema de discussões profundas ficou a reforma ortográfica adormecida por muitos anos em uma pasta no Congresso Nacional. Agora ela entrou em vigor e todos brasileiros e portugueses devem aceitá-la como uma visão moderna com o objetivo de unificar a nossa língua em demais países que falam o idioma Português. Entre renomados gramáticos há divergências de opinião. Alguns especialistas não concordam com os acentos das proparoxítonas. Extremamente desnecessários, alegam tornar as palavras pesadas, deselegantes. Principalmente as proparoxítonas de nomes próprios que são grafadas de uma maneira marcante. Observe os vocábulos: Álvaro - Ângela - Ítalo - Rosângela – pêssego - lâmpada - câmara - pânico. Para que esses acentos?
  • 11. Sorte dos vocábulos "borboleta", "alvorada", "passarada" que por serem paroxítonas continuam leves, soltos como uma pluma, sem uma marca. Alguns são a favor de que todos os acentos, de modo geral, fossem abolidos garantindo a pronúncia pela serenidade com que as sílabas se encaixam, dando harmonia aos vocábulos. Eis que a escrita ficaria uniforme e mais leve. A Língua Portuguesa tornaria mais acessível aos outros povos e globalizada. Até que mais meio século se passe, para que a queda de mais acentos ortográficos aconteça, pois a ultima Reforma se deu em 1971, apresenta-se, abaixo, a nova ortografia que se tornou mais simples, entretanto não cumpre o objetivo inicial de padronizar a língua. ALFABETO: Passará a ter 26 letras ao incorporar as letras "K", "W", "Y". Exemplos: Kátia - Wilma - Nylcio - Nyldio km (quilômetro) - kg (quilograma) - W (watt). ACENTO CIRCUNFLEXO Não será mais usado: - Na terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos CRER, DAR, LER, VER e seus derivados. (dobra o “e” no plural) Atenção: se ele crê em.../ se eles creem em... para que ele dê.../ para que eles deem... ele lê muito/ eles leem muito ele vê o que interessa.../ eles veem o que interessa... MAS: Ele tem um bom emprego/ eles têm um bom emprego (não dobra o “e” no plural) Ele vem aqui todo dia/ eles vêm.... Se a ele convém.../ se a eles convêm
  • 12. Nas palavras terminadas em hiato "oo" (enjôo - vôo) passaria a grafar sem o circunflexo. Exemplos: enjoo - voo - entoo - perdoo ACENTO AGUDO Não haverá mais acento agudo: - Nos ditongos abertos "éi" e "ói" de palavras paroxítonas. Exemplos: assembleia - ideia - jiboia - joia. OBSERVAÇÃO: Os outros casos de oxítonas continuam acentuados. (papéis - anéis - pastéis) DICA PRECIOSA Lembre-se de que é um ditongo e não tritongo, portanto, na separação de sílaba, ela se grafará sempre junto e a vogal "a" ficará sozinha. Exemplos: ji-boi-a - ge-lei-a - joi-a. - Nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: feiura - baiuca. Separando as silabas ficará: fei-u-ra - bai-u-ca. OBSERVAÇÃO: Nos outros casos de "u"/ "i" formando hiato tônico permanece o acento. Exemplos: sa-ú-de sa-í-da
  • 13. ACENTO DIFERENCIAL Não haverá mais acento para diferenciar somente nos casos abaixo: 1. "pára" (flexão do verbo "parar") de "para" (preposição) 2. "pêla" (flexão do verbo "pelar") de "pela" (combinação da preposição com artigo) 3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo") 4. "pélo (flexão do verbo "pelar"), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo) OBSERVAÇÃO: Permanece o acento diferencial nos demais casos em pode (3 p.sing. do presente do indicativo) e pôde (3 p.sing. do pretérito perfeito do indicativo). Facultativo para: forma e fôrma (A fôrma do bolo tem forma retangular.) GRAFIA No português lusitano desaparecerão o "c" e o "p" em que essas letras não são pronunciadas: acção - acto - adopção - optimo serão grafadas sem o "c" e o "p". Exemplos: ação - ótimo - ato - adoção. TREMA Deixará de existir em todas as palavras em que o "i" e o "u" eram pronunciados nas silabas "güe" - "güi” – “qüe” - "qüi". Exemplos: linguiça - tranquilo - equestre. Poderá o trema aparecer em nomes próprios e seus derivados. Exemplos: Gisele Bündchen - Müller.
  • 14. CONCLUSÃO O objetivo principal da reforma ortográfica é unificar as diferentes grafias, porém permanece a mesma pronúncia de cada país. Que o dialeto seja mesmo peculiar a cada região, a cada país, contudo que a grafia seja única para todos que falam a tão bela Língua Portuguesa.
  • 15. TEXTO III: A vaidade me faz marcar uma corrida de cem metros, que eu já sei de antemão que posso correr; corro, venço, e a vaidade se satisfaz, pequenina. O orgulho não: é audacioso e me faz marcar uma corrida de quilômetro, que eu ainda não sei se poderei correr; corro, e só consigo alcançar 600 metros. Torno a correr e faço 620. Corro outra vez e espantadamente faço 720! E continuarei correndo. Se conseguir quilômetro, imediatamente meu orgulho ficará descontente e dirá que foi pouco, e transporá a meta para 2 quilômetros. E hei de morrer um dia tendo apenas (apenas!) conseguido um quilômetro e meio. 01. Segundo o texto: a. Vaidade e orgulho são sentimentos negativos, porque fazem o homem agir apenas em função de seus espectadores e não de seus sentimentos íntimos. b. O homem vaidoso é um ser insatisfeito, pois sempre acha que pode ir além do que realizou. c. A vaidade faz-nos estabelecer objetos que estão além do nosso nível de realização; daí ser ela fonte contínua de insatisfação. d. Movido pela vaidade, o homem estabelece para si objetivos que sabe poder realizar. e. O orgulho, ao contrário da vaidade, impulsiona o homem à ação. 02. Segundo o mesmo texto: a. O orgulho, por despertar necessidades muito ambiciosas, faz do homem um escravo de seus desejos. b. O orgulho impulsiona o homem a estabelecer níveis de realização cada vez mais altos. c. A vaidade é sentimento antagônico ao orgulho, pois enquanto este conduz ao progresso aquela destrói o desenvolvimento do homem. d. O orgulho, diferentemente da vaidade, faz que o homem se prepare emocionalmente a fim de evitar sentimentos de frustração. e. Vaidade e orgulho são sentimentos positivos, pois levam o homem à realização plena de seus desejos. RECORDANDO: - pontuação (em especial o uso da vírgula por gerar ambiguidade textual) PONTUAÇÃO Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representarem pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto-e-vírgula ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo.
  • 16. Além de pausa na fala e entonação na voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios. 1. VÍRGULA (,) É usada para: a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu. Nesta oração, a vírgula separa os verbos. b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer! c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião. d) isolar termos antecipados, como: complemento ou adjunto: 1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal) 2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial) e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc. f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009. g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que esperava.
  • 17. 2. PONTO FINAL (.) É usado ao final de frases para indicar uma pausa total: a) Não quero dizer nada. b) Eu amo minha família. E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., num., adj., obs. . 3. PONTO-E-VÍRGULA É usado para: a) separar itens enumerados: A Matemática se divide em: - geometria; - álgebra; - trigonometria; b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão. 4. DOIS-PONTOS É usado quando: a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala: Ele respondeu: não, muito obrigado! b) se quer indicar uma enumeração: Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas, não responda à professora. 5. ASPAS São usadas para indicar: a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra
  • 18. um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09) b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”. 6. RETICÊNCIAS São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando: a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa, O bem que neste mundo mais invejo? O brando ninho aonde o nosso beijo Será mais puro e doce que uma asa? (...) b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade... c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal... 7. PARÊNTESES São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações. Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio de vírgulas). _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
  • 19. TEXTO IV: Cada indivíduo tem sua configuração espiritual, e ele não muda com os anos. É tão constante quanto nossos cromossomos ou as nossas impressões digitais. As circunstâncias é que variam, permitindo por vezes que certos tipos ofereçam de si imagem nova e até surpreendente, num desmentido a julgamentos anteriores. Só em determinadas circunstâncias é que se pode medir bem a têmpera de um indivíduo, sua inteligência, sua poesia, sua capacidade de amar. Mas o indivíduo não muda. Mudam os ângulos e as luzes com que o vemos. Infere-se do texto que: a) Se opera a cada instante um aprimoramento do homem. b) Nossas opiniões a respeito das pessoas são relativas. c) A complexidade de comportamento torna penosa a vida do indivíduo. d) Nada é permanente na conduta do homem. e) Se mede a têmpera do indivíduo por sua capacidade de amar. RECORDANDO: - Sintaxe As funções sintaticamente definidas são: - sujeito - predicativo do sujeito - predicado (verbo + compl.) - complemento nominal - complementos verbais (objeto direto e indireto) - adjunto adnominal - adjunto adverbial - aposto - vocativo TEXTO V: Encontro Meu pai perdi no tempo e ganho em sonho. Se a noite me atribui poder de fuga, sinto logo meu pai e nele ponho o olhar, lendo-lhe a face ruga a ruga. Está morto, que importa? Inda madruga e seu rosto, nem triste nem risonho,
  • 20. é o rosto antigo, o mesmo. E não enxuga suor algum, na calma de meu sonho. Ó meu pai arquiteto e fazendeiro! Faz casas de silêncio, e suas roças de cinza estão maduras, orvalhadas por um rio que corre o tempo inteiro e corre além do tempo, enquanto as nossas murcham num sopro fontes represadas. (Carlos Drummond de Andrade. Reunião. 10 livros de poesia. Rio: José Olympio, 1971. p. 193) 01. A sugestão expressa no primeiro verso do poema indica que o poeta e seu pai estão: a) separados no tempo e no espaço b) separados apenas no tempo c) separados apenas no espaço d) perdidos sem conseguirem encontrar-se e) próximos de um encontro definitivo 02. Os termos "vida" e "morte", no texto, estão expressos nas palavras: a) fuga e noite b) olhar e ruga c) tempo e sonho d) madruga e triste e) suor e calma 03. Segundo o texto, uma das possibilidades que se pode determinar na noite, é que ela: a) facilita a vontade de fugir b) permite o uso da razão c) consegue ampliar a visão da realidade d) oferece a chance de o indivíduo compreender-se e) propicia o exercício da imaginação
  • 21. 04. Pode-se perceber que o texto trata do poder transfigurador da poesia. O verso que expressa isso é: a) "Está morto, que importa? Inda madruga" b) "e seu rosto, nem triste nem risonho" c) "Ó meu pai arquiteto e fazendeiro" d) "e corre além do tempo, enquanto as nossas" e) "murcham num sopro fontes represadas" 05. De acordo com o texto, a figura do pai está marcada pela condição de: a) cansaço b) placidez c) velhice d) alegria e) tristeza 06. Em todas as partes do texto, indicadas abaixo, há elementos suficientes para indicar as atividades que o pai exercia, exceto: a) "Está morto que importa? Inda madruga" b) "e seu rosto, nem triste nem tristonho" c) "E não enxuga / suor algum, na calma de meu sonho" d) "Ó meu pai arquiteto e fazendeiro!" e) "Faz casas de silêncio, e suas roças / de cinza estão maduras" 07. A condição em que o poeta diz encontrar seu pai pode ser caracterizada por todos os termos abaixo, exceto: a) "casas de silêncio" b) "perdi no tempo" c) "está morto" d) "rosto antigo" e) "roças de cinza" RECORDANDO: - Regência nominal e verbal Regência nominal: é a relação entre um termo transitivo (substantivo, adjetivo ou advérbio) e seu complemento. Essa relação é intermediada por uma preposição.
  • 22. Exemplos: Estas explicações são úteis aos candidatos. (úteis “a”) - o adjetivo “úteis” é o termo regente, o qual exige a preposição “a”, ao passo que “aos candidatos” é o termo regido. O menino tinha medo de fantasmas. (medo “de”) - o substantivo “medo” é o termo regente, o qual exige a preposição “de”, ao passo que “de fantasmas” é o termo regido. Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente “a”) - o advérbio “contrariamente” é o termo regente, exigindo o emprego da preposição “a”, e “à sua vontade” é o termo regido. Fiquem atentos ao seguinte: em orações subordinadas adjetivas (aquelas iniciadas por pronome relativo), sempre que o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exigir o emprego de uma preposição, esta deverá ser anteposta ao relativo. Esse é o mecanismo. Exemplo: O caminho a que você tem acesso é mais curto. Em “O caminho, a que você tem acesso, é mais curto.”, temos uma oração subordinada adjetiva restritiva. Neste trecho, o substantivo “acesso” rege o emprego da preposição “a”, a qual deverá ser anteposta ao pronome relativo “que”. Exemplos: O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. (prejudicial “a”) Estudar é essencial a/para sua aprovação. (essencial “a/para”) Estudou; portanto, estava consciente de seu bom desempenho. (consciente “de”) Por regência verbal devemos entender a relação que, em certa acepção, o verbo estabelece com seu complemento. Dependendo da relação estabelecida (preposicionada ou não), o verbo pode apresentar diferença de significado. Essa análise pode ser feita somente na construção do enunciado, pois um mesmo verbo pode requerer complementos diferentes de acordo com o significado que venha a apresentar na oração.
  • 23. = fazer carinho  é VTD. Ex: A mãe agrada o filho. a) Agradar = satisfazer  é VTI. Ex: A novela não agradou a todos. = sentir-se grato  é VTD. Ex: Quero agradecê-lo. b) Agradecer ***************** ou VTI. Ex: Quero agradecer-lhe. = respirar  é VTD. Ex: Ele aspirou o gás. c) Aspirar = desejar  é VTI. Ex: Ele aspira ao sucesso. = ver  é VTI. Ex: Eu assisti ao filme. d) Assistir = socorrer  é VTD/VTI. Ex: Assistimos o/ao rapaz doente. = pertencer  é VTI. Ex: Esse direito assiste aos jovens = atingir a meta  é VI. Ex: Chegamos ao colégio. e) Chegar = parar  é VTI. Ex: Chega de trabalho. Quando desacompanhadas de pronome oblíquo, são VTD f) Esquecer e Lembrar Ex: Eu esqueci o problema Quando acompanhadas de pronome oblíquo, são VTI EX: Eu me esqueci do problema
  • 24. = demonstrar antipatia  é VTI. Ex: Ele implica com os outros g) Implicar = acarretar, exigir  é VTD. Ex: Isso implica soluções difíceis. = trazer de fora para dentro  é VTD. Ex: Importou mercadorias h) Importar = acarretar, exigir  é VTD. Ex: Isso importa grandes gastos. VTDI (exige um objeto direto e um indireto) Admite duas construções: Informar alguma coisa a alguém i) Informar  Ex: Ela informou o fato aos alunos Informar alguém de (sobre) alguma coisa Ex: Ela informou os alunos do (sobre) fato = cortejar  é VTD. Ex: Pedro namora Helena j) Namorar = desejar  é VTD. Ex: Pedro namora um novo emprego. l) Desobedecer e Obedecer m) Pisar São VTI (exigem a preposição a) Ex: Ele nunca obedece aos regulamentos = caminhar sobre Ex: Ele pisou o gramado
  • 25. São VTI quando o objeto refere-se a pessoa Exs: O pai sempre perdoa os filhos n) Pagar e Perdoar O gerente pagou aos empregados São VTD quando o objeto refere-se à coisa Exs: Nós já pagamos os impostos O gerente perdoou a dívida o) Preferir É VTDI (preferir alguma coisa à outra) Ex: Ele prefere o futebol ao vôlei = ter fundamento  é VI. Ex: Sua reclamação não procede p) Proceder = originar-se  é VI. Ex: O navio procede de Santos = dar início  é VTI. Ex: O juiz procedeu ao julgamento do rapaz q) Querer = desejar  é VTD. Ex: Todos queriam o prêmio = gostar  é VTI. Ex: As mães querem aos filhos r) Simpatizar = ter simpatia, afeição  Todos simpatizam com você. = pretender  é VTI. Ex: Ele visava ao sucesso. m) Visar = mirar  é VTD. Ex: O jogador visou o gol. = assinar  é VTD. Ex: Você já visou o cheque?
  • 26. TEXTO VI: "Não poderão ser consideradas, para os fins do disposto no parágrafo terceiro, a doença degenerativa, a inerente a grupo etário e a que não acarreta incapacidade para o trabalho." (Lei 6.367 - Acidentes do Trabalho). Assinale a afirmativa falsa em relação ao texto: a. A palavra "etário" significa "algo relativo à idade". b. A palavra "inerente" significa "alheio a alguma coisa ou pessoa". c. A palavra "degenerativa" significa "que faz perder as qualidades ou características primitivas". d. A expressão "incapacidade para o trabalho" foi usada para generalizar impossibilidade física ou mental. e. A expressão "para os fins do disposto no parágrafo terceiro" significa "para finalidade explicitada no parágrafo terceiro". RECORDANDO: - particularidades lexicais Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES que, certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por uma ou outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que, volta e meia, surgem em diversos textos. MAL x MAU a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem, refere-se a um verbo) b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo) c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um substantivo, contrário de bom) d) A notícia causou-lhe um grande mal. (substantivo) Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a mesma classificação gramatical nas alternativas “a”, “b” e “d”. Dica legal! Quero que você perceba que o vocábulo MAU é grafado com U quando é adjetivo. POR QUE x POR QUÊ a) Por que você não veio? (advérbio interrogativo de causa, usado no início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)
  • 27. b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase interrogativa é indireta) c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e o “que” é tônico) d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual) ATENÇÃO! Note a colocação no final da frase ou no final de oração, antes de pausa, com sentido de motivo, razão pela qual, sendo tônico. Ex.: O cantor estava inquieto, sem saber por quê. (Sem saber por quê, o cantor estava inquieto. Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por quê. Ninguém lhe dava atenção. Por quê? PORQUE x PORQUÊ a) Não vim porque estava cansado. adverbial, indica circunstância de causa) b) Fique quieto, porque coordenativa explicativa) você está (conjunção subordinativa incomodando. (conjunção c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa) ATENÇÃO! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta), use a expressão separada. SENÃO x SE NÃO a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica alternância de ideias que se excluem mutuamente) b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim, porém, a não ser) c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é substantivo) d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação) ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional. 
  • 28. ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de + os –, equivale-se a sobre, a respeito de) b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos. (refere-se a acontecimento passado) c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (equivale-se a aproximadamente)  AFIM x A FIM DE a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em número para com ele concordar) b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva, denota finalidade, objetivo, intenção) DEMAIS x DE MAIS a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo, equivale-se a muito, bastante, demasiadamente, em excesso) b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido, equivalese a outros, restantes, vem precedido de artigo) c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de menos) ATENÇÃO! Com relação a de menos, a professora Maria Tereza de Queiroz Piacentini ensina que nem sempre tal expressão tem como oposto de mais. De menos pode se referir a substantivo ("gente de menos") e verbo ("saber de menos"), segundo a autora do livro Português para redação (edição esgotada). Moral da história: junto a substantivo, use de mais e de menos; junto a verbo, use demais e pode usar de menos também.  ONDE x DONDE x AONDE a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a preposição em, na língua portuguesa não existe a suposta contração nonde, indicada por em + onde; é errada sua utilização para substituir nomes que não indicam lugar: Na reunião onde estávamos, houve muita discussão. Nesse caso, prefira a locução em que. b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de + onde)
  • 29. c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige, também por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal “vai”: “Aonde” = a + onde)  MAS x MAIS a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas) b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade, refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo) c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a substantivo) HÁ x A a) Lamentavelmente, ainda há preconceito racial. (forma do verbo impessoal haver que corresponde ao sentido de existir, ocorrer, acontecer; mantém-se flexionado na 3ª pessoa do singular) b) Ele chegou da Europa há dois anos. (formado verbo haver que expressa acontecimento passado, anterior à declaração) c) Ela voltará daqui a um ano. (preposição usada para indicar a realização de algo posterior ao momento da própria fala) ______________________________________________________________ TEXTO VII: "Um dos mais respeitados colégios particulares da cidade de São Paulo está fechando suas portas por causa da briga crônica entre pais de alunos e donos de escolas em torno das mensalidades escolares." 01. Assinale a alternativa que contém uma consequência do fato relatado: a. Duas escolas se prontificaram a admitir os alunos da escola extinta. Uma delas está contratando boa parte de seu corpo docente. b. A interferência do governo na fixação dos índices de reajuste das mensalidades escolares é consequência do "lobby" bem sucedido dos proprietários de escolas privadas junto ao MEC. c. O triste desfecho desse fato é emblemático da situação da educação brasileira. d. Dois meses depois que o governo federal liberou os preços das mensalidades escolares, a Justiça de São Paulo decidiu que os reajustes voltam a ser controlados, não podendo exceder os índices mensais de inflação. e. O Sindicato dos Professores de São Paulo realizou um levantamento segundo o qual esta é a escola que melhor remunera os professores.
  • 30. 02. Assinale o trecho que constitui uma premissa do fato relatado: a. As escolas que pagam salários baixos a seus professores e funcionários são as que mais dão lucros. b. Para manter a qualidade do ensino requerida pela sociedade, as escolas privadas estão incrementando convênios com empresas e indústrias. c. O ensino privado custa caro e tende a ficar mais caro com as necessidades tecnológicas impostas a cada dia pela moderna educação. d. No vácuo criado pela ausência do Estado no ensino secundário proliferam as escolas privadas. e. Como decorrência do crescimento populacional urbano, existe, hoje, nas grandes metrópoles, um grande déficit de salas de aula. RECORDANDO: - concordância verbal e nominal CONCORDÂNCIA Assinale com “C” as frases corretas quanto a concordância e com “ I ” as frases incorretas: 1) ( ) Falou o Ministro e todos os seus assessores. 2) ( ) Saiu agora mesmo daqui seu tio e suas primas. 3) ( ) Não só os alunos, como também o diretor faltou às aulas. 4) ( ) Fumar e beber faz muito mal à saúde. 5) ( ) O comer e o dormir engordam. 6) ( ) Não só eu, mas também meus filhos estão com gripe. 7) ( ) Bebida, festas, dinheiro, mulheres, nada o tornava alegre. 8) ( ) Céu, mar, terra, rios, sol planetas, animais tudo se constituem dos mesmos elementos. 9) ( ) Tanto o marido como a mulher mentiu. 10) ( ) Deverá viajar conosco Ademir e Adriana. 11) ( ) Deus e demônio, brancos e negros, crentes e ateus, mulheres e homens, ninguém o igualava em tragédias ou em comédias. 12) ( ) Tanto você quanto eu estou na mesma situação. 13) ( ) O burro, o asno e o preguiçoso, sem pancadas, nenhum se mexe.
  • 31. 14) ( ) Veio ao aeroporto Giovanna, Lucas, Gabriel e os primos. 15) ( ) Giovanni ou Otaviano dirigirão o automóvel. 16) ( ) Chegou uma carta e um telegrama para Vossa Excelência. 17) ( ) Perder e ganhar é do esporte. 18) ( ) Os Sertões foram publicados em 1902 e são de autoria de Euclides da Cunha. 19) ( ) Luís, bem como seus irmãos, virá comigo. 20) ( ) As estrelas parecem brilhar mais intensamente hoje 21) ( ) As estrelas parece brilharem mais intensamente hoje 22) ( ) As crianças parece estarem com fome. 23) ( ) Vossa Santidade estejais em paz, que cuidaremos da sua segurança. 24) ( ) Tudo parecem rosas na vida. 25) ( ) Aquilo parecem fogos de artifício. TEXTO VIII: APELO "Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na varanda. E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero da salada - o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor". (DALTON TREVISAN)
  • 32. 01. Assinale a opção que contém a frase que justifica o título do texto: a) "Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou." b) "Toda a casa era um corredor deserto." c) "Acaso é saudade, Senhora?" d) "Que fim levou o saca-rolhas?" e) "Venha para casa, Senhora, por favor." 02. Considerando o sentido geral do texto, a significação de esquecido em “esquecido na conversa de esquina”, é: a) não lembrado por Senhora b) entretidos com os companheiros, na esquina c) afastado da sensação de ausência de Senhora d) absorto pela falta da mulher e) pensativo por causa da conversa na esquina 03. Assinale a opção que justifica a afirmativa Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, (...): a) A quebra da rotina traz a sensação de liberdade. b) A relação amorosa estabelece limites para a liberdade de cada um. c) A sensação de liberdade faz falta a algumas pessoas. d) O estranhamento causado pela ausência do ser amado é acentuado pela rotina. e) O novo tem um apelo encantatório, que afasta o sentimento de ausência. 04. Dimensionando-se a questão do tempo em Não foi ausência por uma semana, pode-se afirmar que essa ausência: a) durou mais de um mês b) tinha durado sempre apenas uma semana c) começou a ser vivenciada após uma semana d) só foi percebida durante uma semana e) foi notada a partir do vigésimo nono dia 05. A marca da Senhora está contraditoriamente impressa em fatos que correm na sua ausência. Assinale a opção imprópria para exemplificar o que se afirma nesta questão: a. "não senti falta" b. "o leite primeira vez coalhou"
  • 33. c. "a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada." d. "o canário ficou mudo" e. "Não tenho botão na camisa" 06. O caminho do homem pela mulher agora ausente manifestava-se através da(s): a) falta de botão na camisa b) bebida partilhada com os amigos c) conversa demorada na esquina d) presença aconchegante ao fim da jornada e) discussões sem importância às refeições 07. No texto, o primeiro sinal do sentimento da ausência da mulher é indicado pelo trecho: a) "o batom ainda no lenço" b) "a imagem de relance no espelho" c) "o leite primeira vez coalhou" d) "o canário ficou mudo" e) "eu ficava só" 08. O penúltimo período do texto dimensiona o papel de Senhora na família. Assim, ela pode ser definida como: a) sublevadora b) apaziguadora c) sofredora d) dominadora e) impostora
  • 34. TEXTOS COMPLEMENTARES PACIÊNCIA Arnaldo Jabor Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"... E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar... Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado... Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais. Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus. A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar?Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai aguentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui? Respire... Acalme-se... O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, n o final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência... ____________________________________________________________________ O Tempo Mário Quintana A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
  • 35. REDAÇÃO OFICIAL Qualidades do Texto Oficial Sob o ponto de vista linguístico, a redação oficial deve atender a requisitos de correção, objetividade, clareza, concisão, coerência e coesão, visando, num mínimo de tempo e espaço, a comunicar expressiva e consistentemente aquilo que se pretende. Deve-se ressaltar que os textos oficiais são documentos que fazem parte da história de comunidades, instituições, setores e respectivos funcionários. Correção e objetividade A correção se traduz pelo respeito ao padrão culto da língua, ou seja, às normas gramaticais, que têm por finalidade codificar o uso idiomático, dele induzindo, por seleção, classificação e sistematização, as formas representativas do ideal de expressão correta. A objetividade textual se traduz mediante linguagem direta, sem rodeios ou embromação. Clareza e concisão A clareza facilita a percepção rápida das ideias expostas no texto. Para isso, recomenda-se o período curto, a parcimônia na adjetivação, a ausência de ambiguidade e do circunlóquio, a ordem direta. Evitem-se, igualmente, redundâncias e digressões que desviem a atenção do receptor sobre o que é essencial. A concisão consiste em dizer muito com poucas palavras, eliminando-se as palavras supérfluas, a adjetivação desmedida, evitando-se períodos extensos e emaranhados. A concisão traz clareza à frase e, igualmente, correção: quem muito escreve corre o risco de tropeçar no erro de língua, na falta de lógica e na adequação textual. O vocabulário não deve incluir palavras difíceis, pois exuberância nem sempre é sinônimo de clareza. Ao redigir, empreguem-se apenas as palavras necessárias, as mais simples e correntes. O excesso de linguagem técnica, ao invés de afirmar competência, pode gerar incompreensão para o receptor. De acordo com o estilo atual, o texto expositivo privilegia: ordem direta, objetividade, clareza e concisão evitando, assim, parágrafos longos com
  • 36. excessivos entrelaçamentos de incidentes e orações subordinadas que possam causar dificuldades à análise e ao entendimento do interlocutor. É claro que algumas ideias exigem parágrafos maiores, com a presença de subordinação, mas deve haver um equilíbrio entre as ideias que se quer expressar e o desenvolvimento do período. O uso da subordinação precisa apresentar relações e nexos conjuntivos evidentes, evitando-se as construções labirínticas. Além dessas observações, cabe lembrar outros aspectos que prejudicam a legibilidade e imprimem ao texto um registro coloquial, comum nas situações informais da língua falada, mas inadequado na redação oficial:  uso excessivo de pronomes pessoais, possessivos, dos artigos indefinidos um, uma, e da conjunção que;  mistura de pronomes de tratamento;  colocação dos pronomes adverbais átonos mal feita;  regência verbal indevida;  concordância nominal e verbal equivocada;  uso de fragmentos de frase;  inversões desnecessárias;  inexistência de pontuação ou seu uso incorreto. Coerência e coesão Coerência deve ser entendida como unidade do texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar, de modo que nada seja destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. Daí a necessidade de ordem e inter-relação. No texto coerente, cada parte solidariza-se com as demais na sequência dos fatos, de tal modo que o desenvolvimento de uma parte dependa do desenvolvimento anterior de outra. O ajuntamento de partes desconexas prejudica a inteligibilidade do texto. Obtém-se coerência interligando as ideias de maneira clara e lógica. Dessa forma, sugere-se redigir segundo ordem:  cronológica, respeitando a temporalidade;  espacial, apresentando os elementos mais próximos e, depois, os mais distantes;  lógica, isto é, com coerência de raciocínio e de ideias. A coesão consiste no entrelaçamento significativo entre declarações e sentenças sequenciais e não, meramente, de afirmações colocadas umas após
  • 37. as outras, pois os parágrafos significam mais do que uma simples sucessão de sentenças. Um texto bem redigido deve constituir um todo significativo e não fragmentos isolados, justapostos. No seu interior precisam existir elementos que estabeleçam relação entre as partes, ou seja, elos significativos que confiram nexo ao texto. A coesão de um texto, isto é, a conexão entre vários enunciados não é, obviamente, fruto do acaso, mas sim das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas, sobretudo, por certa categoria de palavras, chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é a de pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados. São várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão:     as preposições: a, de, para, por etc.; as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou etc.; os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, cujo etc.; os advérbios: aqui, lá, assim, aí etc.; O uso adequado desses elementos de coesão também confere unidade ao texto e contribui, consideravelmente, para a expressão clara das ideias. Cada um deles tem um valor típico. Além de ligarem partes do discurso, estabelecem entre elas certo tipo de relação semântica: causa, finalidade, tempo, conclusão, contradição, condição etc.. A escolha do conectivo adequado é, pois, importante, uma vez que determina a direção que se pretende dar ao texto, manifestando as diferentes relações entre os enunciados. Enfim, a escrita não exige que os períodos sejam longos e complexos, mas que sejam completos e que as partes estejam absolutamente conectadas. O redator deve ter claro o que pretende dizer e, uma vez escrito o enunciado, avaliar se o texto corresponde, exatamente, àquilo que queria dizer. _______________________________________________________________