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educação literária
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Modos Literários
Modo narrativo
Uma narrativa é um texto oral ou escrito que apresenta uma sucessão de acontecimentos, reais
ou fictícios, ou o próprio ato de contar esses acontecimentos.
Assim, consideramos um texto narrativo aquele em que é narrada uma história ou ação, na qual
se envolvem personagens; essa ação decorre num tempo e num espaço determinados e é relatada
por um narrador. Designamos esses termos por categorias da narrativa.
Ação
Indica um ou vários acontecimento(s) realizado(s) pela(s) personagem/ns.
Ação principal: ação a que é dada mais importância pelo narrador.
Ação secundária: ação que mantém alguma relação com a principal, mas a que
o narrador não dá tanta importância.
Ação aberta: ação de que se desconhece o desfecho, deixando o narrador espa-
ço para o leitor imaginar como seria.
Ação fechada: ação de que o narrador dá a conhecer o desfecho.
Personagem
A palavra personagem deriva do latim PERSONA, que significa ‘máscara’. Repre-
senta um ser imaginário e é o elemento dinamizador sobre o qual se desenrola
a ação.
Personagem principal ou protagonista: personagem central da ação.
Personagem secundária: personagem que mantém relação com a principal.
Personagem figurante: personagem sem relevo para os acontecimentos da
ação, mas que ajuda a tornar um texto ficcional mais próximo da realidade.
Personagem coletiva: personagem que representa um grupo social, profissio-
nal…
Caracterização direta: as características físicas e/ou psicológicas da persona-
gem são apresentadas pelo narrador.
Caracterização indireta: o narrador apresenta as atitudes e os comportamentos
das personagens e, a partir deles, o leitor percebe as suas características.
Tempo Representa os momentos em que decorrem os acontecimentos da ação.
Espaço
Representa as relações das personagens com os lugares e os objetos da história
– espaço físico – e o espaço interior da(s) personagem/ns (os seus pensamentos,
os seus sonhos…) – espaço psicológico.
Narrador
Deriva da palavra latina narro, que significa‘dar a conhecer’, e é, tal como a perso-
nagem, um ser imaginário que assume a voz que relata os acontecimentos da
ação.
Narrador participante: narrador que, além de narrar a ação, é também persona-
gem da mesma (marcas textuais: verbos, pronomes e determinantes de
1.ª pessoa).
Narrador não participante: narrador que se limita a narrar a ação, sem partici-
par nela como personagem (marcas textuais: verbos, pronomes e determinantes
de 3.ª pessoa).
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Modos de apresentação do discurso narrativo
Descrição – é um fragmento do discurso em que são dadas informações sobre as personagens, os
objetos, o tempo e o espaço; corresponde a um momento de pausa no desenrolar da ação.
Diálogo – é o ato de comunicação em que se reúnem duas personagens que assumem, alterna-
damente, o papel de protagonista da enunciação.
Narração – é o oposto da descrição, ou seja, é um fragmento do discurso em que há um avanço
no desenrolar da ação; é um momento dinâmico do texto narrativo.
1.	 Lê atentamente o seguinte texto.
Quando o meu pai chegou a casa a assobiar (e não era sequer um hino
patriótico) pensei as coisas mais desvairadas: 13 no totobola, a sorte grande
na lotaria, a praceta já com nome decente, aumento de ordenado ao fim do
mês, algum torneio de palavras cruzadas que o tivesse consagrado campeão
do mundo, sei lá. Fechou a porta com estrondo (o que arrelia a minha avó Eli-
sa quase tanto como vê-lo beber pelo pires o café entornado na chávena) e até
falou com o Zarolho, regressado nesse dia da cave do Sr. Ling:
– Olá, seu olho vivo! Já nadou muito hoje? Ou é impressão minha ou vos-
semecê engordou. Assim à vista desarmada quase jurava que era um tubarão
a nadar no aquário. Pelos vistos, o chinês tratou bem de si!
Até a minha avó veio ao corredor, admirada com tal discurso:
– Viste passarinho novo ou quê?
– Passarinho? Qual passarinho? Um peixe! Um peixe é que eu estou a ver.
Vermelho, sem pintinhas nenhumas, com um olho só, e já com uma barrigui-
nha de respeito. Até parece a minha. Mas a mim dizem que é da minha vida
sedentária. Este passa o tempo todo a nadar de um lado para o outro. Se ca-
lhar o chinês deu-lhe arroz chau-chau!
E lá foi até ao escritório, rindo muito das suas próprias graças. Passados
uns momentos chamou-nos. A todas, disse. Reunião geral. «Pelo menos um 13
no totobola», pensei. No escritório a mesa dele seria decerto o que se adivi-
nhava estar por baixo de montanhas de papéis, mapas, folhetos, cartazes.
Olhávamos todas para aquilo sem dizermos palavra. Até mesmo a Rosa se
mantinha calada, as mãos todas pintalgadas dos marcadores e do puré de
ameixas que estivera a comer na cozinha. O meu pai olhou-nos, uma por uma,
e em ar solene declarou:
– Para a semana é que é.
Como todas tivéssemos ficado caladas, à espera do resto do discurso, pro-
testou, ofendido:
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