O documento discute o conceito de vinculação entre crianças e figuras de vinculação. A vinculação é estabelecida através de comportamentos de cuidado e proteção que fornecem segurança para a criança. Existem padrões de vinculação seguros e inseguros que influenciam o desenvolvimento da criança. Fatores como negligência, maus-tratos e mudanças repetidas de cuidadores podem perturbar a vinculação.
2. - VINCULAÇÃO – definição -
Vinculação – Estabelecimento de uma relação
privilegiada com uma figura particular (Figura de
Vinculação - FV), que em principio lhe confere
segurança e protecção através dos seus
comportamentos de cuidados.
Sistema Interactivo – articulam-se 2 papeis – o do
bebé (em busca de cuidados) e o da FV (prestação
de cuidados )
3. As perturbações precoces situam-se no
Contexto da Relação
(só gradualmente passam a ser uma)
Perturbação da criança
(traduzida num conjunto de comportamentos,
atitudes, expectativas e crenças para lidar com o
stress e as relações com os outros)
- VINCULAÇÃO – Importância -
4. - VINCULAÇÃO –
Comportamento de Vinculação – qualquer forma de
comportamento que tem como resultado predizível
manter ou estabelecer a proximidade da criança
com a FV (função biológica de protecção do perigo)
Figura de Vinculação – proporciona um sentimento
de segurança quando a criança se sente ameaçada.
• A sua ausência é inibidora de um comportamento
de exploração do meio
5. - VINCULAÇÃO –
Vinculação
Uma vez
estabelecida
tende a ser
duradoura e a
persistir no
tempo
Comportamentos
de Vinculação
Tende a ser
reforçada ou
enfraquecida
por factores
situacionais
=
6. Implicações da qualidade da vinculação:
Self (auto-conceito e auto-imagem)
Relações interpessoais
Funcionamento sócio-emocional e cognitivo
Adaptação aos diferentes contextos de vida
Compreensão da psicopatologia
- VINCULAÇÃO – Importância -
7. As Experiências de Vinculação precoces vão
influenciar
Desenvolvimento da Personalidade
Natureza das relações estabelecidas na idade
adulta (relação parental, amorosa e terapêutica)
- VINCULAÇÃO – Importância -
8. Diferenças individuais na forma como o bebé se
relaciona com a Figura de Vinculação, como
consequência dos cuidados por ela prestados
2 tipos de Padrões de Vinculação:
1. Seguro (B)
2. Inseguro
2.1. Evitante (A) - Desligado
2.2. Ambivalente-Resistente (C) - Preocupado
- PADRÕES de VINCULAÇÃO -
9. Padrão Seguro
1. Alternância equilibrada entre comportamentos
de exploração e vinculação;
2. Na ausência da FV, declínio da capacidade de
exploração
3. Procura de proximidade com FV permite o
bebé volte a explorar
4. Sintonia clara entre bebé e FV – integração dos
afectos positivos e negativos
- PADRÕES de VINCULAÇÃO -
10. - PADRÕES de VINCULAÇÃO -
Padrão Seguro
1. A FV é uma base segura a partir do qual o
bebé volta a explorar
2. Sentimento de Segurança possibilidade de
ter acesso à FV
11. - PADRÕES de VINCULAÇÃO -
Padrão A – Evitante
Predomínio do comportamento Exploratório
sobre o comportamento de Vinculação;
Após separação, ignora ou afasta-se da FV;
Não há diferenciação entre FV e Estranha;
Não há comunicação de sentimentos entre o
bebé e a FV;
12. - PADRÕES de VINCULAÇÃO
Padrão A – Evitante
O bebé desactivou o sistema de vinculação;
Reflexo de falta de cuidados parentais e de
pouca disponibilidade – o bebé aprendeu que
não pode contar com a FV para ter cuidados;
Graves repercussões na qualidade de
exploração – o bebé não explora com
qualidade;
Índices fisiológicos muito elevados.
13. - PADRÕES de VINCULAÇÃO
Padrão C – Ambivalente- Resistente
Predomínio da Vinculação sobre a Exploração ;
Hiper-vigilância face à FV – não explora;
Graves repercussões na qualidade de exploração –
o bebé não explora com qualidade;
Ambivalência com a FV – ora procura, ora resiste.
Comunicação – Tonalidade negativa (irritação,
protestos e incapacidade de ser acalmado pela FV )
14. - PADRÕES de VINCULAÇÃO
Grupo D – Desorganizado/ Desorientado
Ausência de uma estratégia óbvia para lidar com as
circunstâncias ;
Problemas ao nível da coordenação entre sistemas de
vinculação e comportamentais, de exploração e de medo;
Existência de padrões de vinculação contraditórios
(resistente e evitamento);
Presença de comportamentos anómalos – medo da FV,
sinais de stress elevados (ex. imobilização).
15. Origem Desenvolvimental
Negligência permanente:
1. Necessidades emocionais básicas
2. Conforto, afecto e estimulação
3. Necessidades físicas básicas da criança
Mudanças repetidas da pessoa que trata
primariamente da criança.
Maus tratos físicos
Perturbação Reactiva da Vinculação
16. Perturbação Reactiva da Vinculação
Relações sociais acentuadamente perturbadas na maior
parte dos contextos e inadequadas para o nível de
desenvolvimento da criança;
Tipo Inibido (Insegura - Evitante)
1. Incapacidade em iniciar ou responder a interacções sociais;
2. Respostas excessivamente inibidas
Tipo Desinibido (Insegura – Ambivalente
/Resistente )
1. Sociabilidade indiscriminada com dificuldade em ter vínculos
selectivos adequados
17. Consequências no Desenvolvimento
Seguros Inseguros
Maior competência pessoal (auto-
estima, competências cognitivas )
Baixo sentimento de competência
pessoal, com baixa auto-estima e
fraco auto-conceito.
Menores competências cognitivas
Mais Competências com os pares
(reciprocidade, resolução de
conflitos, empatia, )
Elevados conflitos com os pares ou
dependência, hostilidade, punição
ou vitimização
Mais competência com os adultos
(obediência às regras e autonomia)
Elevada sintomatologia ansiosa e
depressiva
Regulação emocional adaptada Regulação emocional
desadaptativa
18. - Consequências -
• Expectativas negativas
do self e dos outros
• Padrões distorcidos do
processamento de
informação
• Discurso incoerente
sobre a vinculação
• Comportamento
sintomático
• Funcionamento interpes-
soal desadequado
(defensivo)
•Implicações para a psico-
terapia
• Aumento da vulnerabili-
dade
19. 1. Características do Indivíduo (temperamento e
inteligência)
2. Qualidade das relações estabelecidas
(existência de pelo menos uma FV)
3. Envolvimento na comunidade (gerador de um
sentimento de pertença)
- Factores Protectores -