1. A vinculação inicia-se ainda durante o período da
gestação, quando a mãe cria o primeiro vínculo ao seu
bebé imaginário ainda antes do vínculo ao bebé real (1).
Nesse processo de desenvolvimento, a família constitui-
se como o primeiro agente de socialização pelo que lhe
compete responder às necessidades da criança, ou
seja, às suas prioridades (1) .
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2. A criança nasce com funções básicas como a
capacidade de criar vínculos e de diferenciar, funções
que são fundamentais para o seu desenvolvimento
emocional e cognitivo (1).
A relação privilegiada que a criança
estabelece com a mãe é decisiva e
tem uma importância fundamental
para o seu desenvolvimento físico e
psicológico (1).
Nasce com sistemas comportamentais
inatos (como chorar, sorrir, mamar, agarrar, seguir),
que lhe permitem estabelecer apego a
figuras que se encontrem mais próximas (1).
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3. “O desenvolvimento infantil é pois, um processo
dinâmico e complexo, determinado por múltiplos fatores
que fazem parte do ecossistema de cada criança”. O
ecossistema será pois constituído pela família nuclear,
creche e escola ou ainda outros familiares diretos (2).
Os bebés são capazes de aprender muito e para isso
precisam ser estimulados e desafiados a encarar novas
vivências.
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4. O processo de vinculação prolonga-se por várias fases
e tipos.
A mãe interpreta e responde às necessidades orgânicas e
emocionais do filho.
Uma vinculação securizante vai proporcionar-lhe a
capacidade de ultrapassar as dificuldades.
Se os pais respondem com sensibilidade
às necessidades do bebé e providenciam
um meio seguro à criança, ela progride
na sua capacidade de explorar o meio
ambiente de modo cada vez mais
complexo e a maior distância,
sabendo ela que pode regressar sempre
para perto dos pais (3).
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5. Pré-vinculação - dos 0 aos 2 meses.
- O bebé dá uma resposta social indiscriminada.
- orienta-se por estímulos visuais, auditivos e olfativos,
dando sinais como chorar e sorrir captando a atenção
dos cuidadores no sentido de assegurar a sua
sobrevivência.(4)
Vinculação em formação - dos 2 aos 7 meses.
- O bebé inicia a aprendizagem da interacção com os
outros, nomeadamente através de trocas vocais com a
mãe e começa a orientar-se com as figuras de
vinculação. (4)
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6. Vinculação definida - dos 7 aos 24 meses.
-Já passou a existir uma vinculação centrada num
individuo em particular, a mãe, com a qual já estabeleceu
uma relação duradoura.
-Perturba-se com a separação da mãe
-Relutância em contacto com estranhos.(4)
Parceria de objetivo corrigido - a partir dos dois anos.
-A relação de vinculação altera-se
-Comportamento com outros é + intencional.
-Choros e gritos são deliberadamente
direcionados com vista à obtenção dos
seus objetivos; refere Bowlby “as crianças
são cada vez mais capazes de planear as
suas ações à luz de objetivos, tanto delas como de outras pessoas”
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7. Mary Ainsworth através de um procedimento laboratorial
denominado Situação Estranha, que consistia numa série
de episódios onde criava uma tensão suficiente para ativar
o comportamento de vinculação, confrontava a criança
com a ausência da mãe e a presença de uma estranha
alternadamente, avaliando assim a qualidade e a
segurança da vinculação. (5)
Racionalizou diversos motivos de insegurança,
nomeadamente:
- um ambiente estranho
- presença de pessoas desconhecidas
- separação da mãe.
Pretendia revelar qual a utilização que as crianças fazem
da mãe como fonte de segurança.
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8. Ainsworth, com base nos seus estudos
estabeleceu quatro tipos de vinculação, a saber:
(5)
Vinculação segura – a criança sente a mãe como
base de segurança, pouco chora na sua
ausência, e recebe-a positivamente no
reencontro.
Vinculação insegura: evitante – a criança não
revela grande preocupação com a presença de
estranhos e no reencontro com a mãe evita o
contacto e desvia o olhar.
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9. Vinculação insegura: resistente – a criança mostra-se
muito perturbada com a ausência da mãe e no
reencontro mostra sinais de rejeição alternando com a
procura de contacto. (5)
Vinculação desorganizada – a criança revela um
comportamento estranho de aceitação e rejeição em
relação à mãe, o que indica confusão ou desorientação
sobre a relação: o seu comportamento não tem
objetivos claros. (5)
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10. Temas para reflexão
“A criança é a razão de ser do mundo e, mais do
que isso, representa o futuro desse mundo” (6)
“As necessidades da criança são inalienáveis, são
irredutíveis, são inquestionáveis. Assegurá-las é,
inequivocamente, o nosso mandamento e terá de
ser, assim a nossa missão” (6)
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11. Bibliografia:
- Figueiredo, B. (2002). Vinculação materna: Contributo para a
compreensão das dimensões envolvidas no processo inicial de vinculação
da mãe ao bebé. Revista internacional de Psicología Clínica y de la Salud,
2003, Vol. 3, nº 3, pp. 521-539. Distribuido na sala virtual.
- Gomes-Pedro, João. (2004). O que é ser criança? Da genética ao
comportamento. In Análise Psicológica (2004), 1 (XXII), p. 33-42,
distribuído na sala virtual. (6)
- Morgado, Lina; Costa, Angelina. (2014) Coletânea de Textos. Psicologia
do Desenvolvimento, disponibilizado na UC; Universidade Aberta (1) (3)
- Oliveira, Maria; Cunha, Maria. Infância e Desenvolvimento. Texto
distribuído na sala virtual sem referência à sua publicação. (2)
- Schaffer, H. Rudolph, (2004). Introdução à Psicologia da Criança. Instituto
Piaget: Lisboa. (4) (5)
- Tavares, J. et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e da
Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
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Notas do Editor
(1) Morgado, L. et al (2014) citando Bowlby
(1) Morgado, L. (2014) citando Bowlby
(2) Oliveira, M. et al (Distribuído na sala virtual)
(3) Morgado, Lina; Costa, Angelina. (2014) Coletânea de Textos. Psicologia do Desenvolvimento, disponibilizado na UC; Universidade Aberta