UE7 - Os circuítos da produção II - O espaço Agropecuário Brasileiro. Material de apoio aos alunos do 2º ano do ensino médio no CEEJA-Guarujá, na modalidade de presença flexível.
versão - out2014
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
UE7 - O Espaço Agropecuário Brasileiro
1. Estrutura Fundiária do Brasil
Apesar de o Brasil apresentar números expressivos na sua moderna
agropecuária, são elementos cujo principal meio de produção é a terra, assim
para se estudar os circuítos da produção do espaço agropecuário brasileiro, é
preciso entender muito bem o significado de Estrutura Fundiária. Fator de
grandes problemas relativo as terras no Brasil.
Estrutura Fundiária: A forma de como as propriedades agrárias de uma área
ou país estão organizadas, isto é, seu número, tamanho e distribuição social.
Uma distribuição desigual de terras, pode dar origem a problemas sociais
importantes. O principal deles tem a ver com a concentração de terras na
posse de um número limitado de proprietários, que tem dado origem a
conflitos sociais ao longo da história em várias regiões. Em setembro de 1996,
o ministro extraordinário de Politicas fundiaría lançou, através do incra, o Atlas
fundiário brasileiro. Nele se observa o que há tempo se sabe: existe no Brasil
uma estrutura fundiária defeituosa, injusta e antidemocratica.
Latifundio e minifundio: No caso específico do Brasil, uma grande parte das
terras do país se encontra nas mãos de uma pequena parcela da população,
essas pessoas são conhecidas como latifundiários. Já os minifundiários são
proprietários de milhares de pequenas propriedades rurais espalhadas pelo
país, algumas são tão pequenas que muitas vezes não conseguem produzir
renda e a própria subsistência familiar suficiente.
Latifúndio:
Corresponde a grandes propriedades dedicadas a monocultura voltada para
exportação e o mercado interno. Este sistema de exploração da terra esta
presente no Brasil desde os tempos da colônia e deixou suas marcas na
evolução da sociedade brasileira, resultando em movimentos sociais de lutas
por uma melhor distribuição de terras, sendo o Movimento dos Trabalhadores
Sem Terra (MST) um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil,
tendo como foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no
tocante à luta pela reforma agrária brasileira.
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra:
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) é um dos mais importantes
movimentos sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do
campo, principalmente no tocante à luta pela reforma agrária brasileira. O MST
nasceu da ocupação da terra e tem nesta ação seu instrumento de luta contra
a concentração fundiária e o próprio Estado.
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2. A Agricultura Familiar no Brasil ou Unidade Familiar Produtora
Na agricultura existem os pequenos e médios proprietários que contam,
principalmente, com a mão-de-obra de suas familias. Eles podem se integrar ao
agronegócio das mais variadas formas. Em muitas casos, toda a produção é
vendida para grandes empresas processadoras, que impõem rigorosas normas
técnicas para seus fornecedores. Quando os agricultores familiares conseguem
acesso direto ao crédito rural, podem modernizar suas propriedades sem
estabelecer contratos com a agroindústria ou grandes cooperativas. Entretanto,
quase sempre utilizam a maior parte de seus rendimentos para saldar as dívidas
no mercado financeiro, sob pena de serem obrigados a vender suas terras para
os grandes empresários do campo.
A Unidade Familiar de Subsistência...
Consiste numa forma de exploração da terra realizada por pequenos
proprietários, arrendatários, parceiros ou, ainda posseiros. A mão de obra
empregada é familiar e a produção visa, principalmente, a atender às
necessidades de subsistência.
A Agricultura Brasileira e sua Modernização...
O crescimento da produção agrícola no Brasil se dava, basicamente, até a
década de 50, por conta da expansão da área cultivada. A partir da década de
60, o uso de máquinas, adubos e defensivos químicos, passou a ter, também,
importância no aumento da produção agrícola. Momento em que se incorporou-se
um pacote tecnológico à agricultura, tendo a mudança da base técnica
resultante passado a ser conhecida como modernização da agricultura brasileira.
A modernização.... e o Agronegócio
O processo de modernização intensificou-se a partir dos anos 70. Além da
mudança na base técnica no campo surgem, como produto da modernização
agrícola, os complexos agroindustriais representando a integração técnica entre
a indústria que produz para a agricultura, a agricultura e a agroindústria. Além
disso, o processo de modernização foi orientado para a modernização do
latifúndio, para os grandes proprietários, potenciais compradores dos produtos
industriais, cuja produção se instalara no Brasil tendo, como base, os complexos
agroindustriais, que tinham como função maior o direcionamento da produção
para o mercado externo. Surgindo ai o agronegócio, também conhecido por seu
nome em inglês "agribusiness", cujas cadeias produtivas se baseiam na
agricultura e na pecuária, apresenta um grande dinamismo econômico e pode
fazer do Brasil um dos maiores produtores agropecuários do mundo.
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3. O Complexo Agroindustrial Juazeiro-Petrolina... um exemplo
Situado no semiárido nordestino , no submédio São Francisco, que tem
apresentado acelerado crescimento da produção agrícola irrigada.
O complexo Petrolina-Juazeiro exporta frutas para países e regiões situadas no
Hemisfério Norte, especialmente Estados Unidos, Europa e parte da Ásia,
durante o período de inverno, de forma a aproveitar a ociosidade da
infraestrutura atacadista do destino das exportações. Devido à sua maior
proximidade do mercado norte americano e do europeu, apresenta uma
vantagem de até seis dias de transporte marítimo, em comparação as com
cargas que partem dos portos da região Sudeste.
Agronegócios e a Desigualdade Social...
A modernização agrícola concentrou-se nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste
do Brasil e na monocultura de produtos exportáveis, como soja e cana-de
açúcar, deixando à margem regiões mais pobres, Norte e Nordeste, onde
predominam os pequenos produtores e a policultura alimentar.
Agronegócios e Globalização...
O setor agrícola brasileiro foi marcado, nos anos 90, a exemplo de toda a
economia, pelo processo de globalização, que consolidou a transnacionalização
da agricultura e sua inserção definitiva da divisão internacional do trabalho.
Com a internacionalização dos complexos agroindustriais, ocorre a padronização
dos seus sistemas produtivos, no sentido de que são múltiplos as fontes de
matéria-prima, a origem e o destino dos produtos, mas único o padrão
produtivo por todo mundo. É assim que, por exemplo, o Brasil e a China
produzem trigo ou soja, da mesma maneira que são produzidos esses produtos
em todas as outras partes do mundo.
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4. Insegurança Alimentar e o Agronegócio
A dificuldade de acesso, por parte da população brasileira, a uma alimentação
adequada expõe o país à dura realidade da fome. O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) usa a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
(Ebia) para classificar o problema em três níveis:
• Insegurança alimentar leve - quando há receio de passar fome em
um futuro próximo;
• Insegurança alimentar moderada - quando há restrição na
quantidade de comida para a família;
• Insegurança alimentar grave - nos casos de falta de alimento na
mesa.
Insegurança alimentar – situações de insegurança alimentar e
nutricional podem ser detectadas a partir de diferentes tipos de problemas,
tais como fome, obesidade, doenças associadas à má alimentação, consumo de
alimentos de qualidade duvidosa ou prejudicial à saúde, estrutura de produção
de alimentos predatória em relação ao ambiente e bens essenciais com preços
abusivos e imposição de padrões alimentares que não respeitem a diversidade
cultural.
A evolução do Agronegócio e os Impactos Ambientais
Com a evolução do agronegócio, as fazendas tornam-se mais especializadas
separando as atividades de lavoura e criação do gado. Houve a intensificação
do uso de agroquímicos, fertilizantes e água, sem os devidos cuidados com
rochas, solos, água superficiais ou subterrâneas. Os agroquímicos
contaminando as águas subterrâneas ou rios podem prejudicar a fauna
silvestre e ameaçam a sua qualidade para o consumo humano.
Outra dimensão da degradação ambiental são as devastações da cobertura
florestal e o manejo inadequado, que levam à degradação da estrutura física
dos solos e, em consequência, facilitam os processos da erosão, que também
ocorrem por manejo inadequado das criações ou plantios.
Além dos impactos relacionados com a redução da biodiversidade,
compromete-se a identificação de espécies, para fins comestíveis, medicinais
ou industriais. E se amplia as implicações com o aquecimento global.
A cada vez mais, os produtores estão mais conscientes das barreiras
ambientais e da responsabilidade social que vão ter que enfrentar cada vez
mais intensamente para colocação de seus produtos no mercado internacional.
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5. Estrutura Fundiária Brasileira e os Conflitos e Movimentos Sociais no Campo
A questão agrária brasileira é consequência do complexo processo de
colonização, ocupação territorial e do avanço do modo capitalista de produção
no campo, que historicamente tem se apropriado dos meios produção
engendrando problemas estruturais na sociedade revelando sua face perversa
como, por exemplo: a expropriação; o desemprego, a concentração fundiária e
de renda; a exclusão; a exploração, a destruição e assalariamento do
campesinato, etc. Contudo, simultaneamente e contraditoriamente à criação e
avanço destes processos, são geradas formas de luta e resistência que se
expressam em conflitos cotidianamente retratados nos meios de comunicação.
A origem da concentração fundiária:
O Brasil é a sociedade com a distribuição de renda mais injusta do mundo.
Mas, também, na concentração de terras o país é campeão mundial. Cerca de
80 milhões de hectares estão ociosos e 27.556 latifundiários são os que se
beneficiam desta situação, fazendo da propriedade da terra uma reserva de
valor da sua riqueza.
Se procurarmos saber a origem desta situação, chegaremos ao período
colonial, quando, entre 1534 e 1536, o rei de Portugal, Dom João III, dividiu o
Brasil em 14 capitanias hereditárias, que foram colocadas à disposição dos
representantes do Império e repassadas em forma de herança durante
séculos; à falsificação de documentos pelos grileiros; às apropriações ilegais de
terras do Estado, de territórios indígenas e de pequenos agricultores; à
corrupção e, finalmente, às compras de terras a baixo preço de pequenos
agricultores que, empobrecidos e endividados, não conseguiram mais
sobreviver na agricultura.
As consequências desse modelo agrário:
A população rural brasileira era de 19%. O êxodo rural vem aumentando
drasticamente: 30 milhões de agricultores abandonaram suas terras entre
1970 e 1990 e, entre 1994 e 2002 (período do governo de Fernando Henrique
Cardoso), 450 mil famílias de agricultores foram em busca de uma nova
perspectiva de vida nas cidades, o que, na maioria dos casos, contribui para o
aumento das favelas. O modelo de agricultura orientado para a exportação e
os altos juros da política econômica dos diversos governos conduziram ao
empobrecimento e endividamento dos pequenos agricultores e a uma maior
concentração das terras. Outro elemento que contribui no aprofundamento
desta situação é a construção de grandes barragens para usinas hidrelétricas,
que acabam expulsando os agricultores da terra.
O MST se desenvolveu a partir desta problemática, herdou a experiência das
inúmeras lutas camponesas da história brasileira e foi fundado oficialmente em
1984. Ele é reconhecido como portador da esperança de realização da reforma
agrária e da construção de um novo modelo de agricultura no Brasil.
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6. Geografia das Ocupações de Terra no Brasil
O mapa mostrado ao
lado, Geografia das
ocupações de terra no
Brasil, 1988-2004.
Nos mostra uma forte
concentração de
ocupações de terras
na região Sudoeste do
Estado de São Paulo,
conhecida como
região do Pontal do
Paranapanema. Isto é
consequência da
existência de terras
devolutas na região,
parte do processo da
questão fundiária na
região do Pontal do
Paranapanema,
gerando conflitos pela
posse da terra. São
verificados os
chamados “grilos” de
terras utilizados para
tentar provar a posse
de latifúndios. (Dai
surge o termo
grileiro).
Aquele que se apropria da terra de forma ilegal.
Terras Devolutas: Com a descoberta do Brasil, todo o território passou a
integrar o domínio da Coroa Portuguesa. A colonização portuguesa adotou o
sistema de concessão de sesmarias para a distribuição de terras no Brasil,
através das capitanias hereditárias: foram doadas aos colonizadores largas
extensões de terra com a obrigação, a estes de medi-las, demarcá-las e
cultivá-las, sob pena de reversão (devolução) das terras à Coroa.
As terras que não foram repassadas a outros, assim como as que foram
revertidas à Coroa, constituem as terras devolutas. Com a independência do
Brasil, passaram a integrar o domínio imobiliário do Estado brasileiro,
englobando todas essas terras que não foram passadas para particulares por
título legítimo ou não receberam destinação pública.
O termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser
devolvida ao Estado.
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7. Avanço Territorial da Produção de Soja no Brasil
A soja foi introduzida no
Brasil em 1908 por
imigrantes japoneses nos
Estados da Região Sul
(Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul),
entretanto, apenas a partir
da década de 1970
observou-se o crescimento
da sua produção no país. A
partir da década de 1980,
a soja expandiu a fronteira
agrícola para os estados de
Goiás, oeste de Minas
Gerais, Bahia, sul do Mato
Grosso e Mato Grosso do
Sul, dentro do movimento
agropecuário em direção
ao oeste brasileiro.
Amazônia Legal e
Cerrado: Esse avanço da
cultura da soja sobre
grandes porções do
território brasileiro gerou um conjunto de impactos do ponto de vista
ambiental, como, por exemplo, o desmatamento de significativas extensões de
vegetação natural. Entre os biomas mais atingidos pela substituição de suas
espécies por esse cultivo estão os campos limpos, no sul do país; o cerrado, na
parte central; e atualmente, áreas da Amazônia Legal (região Norte, Mato
Grosso e oeste do Maranhão) também estão sendo alvo do avanço do cultivo
de soja.
Fatores que contribuem para a expansão da soja: na região central do
país estão o baixo valor da terra; o estabelecimento e o desenvolvimento das
agroindústrias nessa área; as melhorias efetuadas no sistema de transporte
regional; o relevo plano, com pequenas inclinações, que favorece
substancialmente a mecanização; o desenvolvimento tecnológico para a
produção de soja, executado por empresas de pesquisa agrícola, como a
Embrapa; a concessão de incentivos fiscais pelos governos federal e estadual
para a abertura de novas áreas de produção, a aquisição de máquinas e a
construção de silos e armazéns.
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8. Redes e Hierarquias urbanas
A Rede Urbana é o conjunto articulado de cidades e grandes centros
urbanos, que se integram em escalas mundial, regional e local por meio de
fluxos de serviços, mercadorias, capitais, informações e recursos humanos.
Essa rede estrutura-se por meio de uma hierarquia, em que as cidades
menores costumam ser relativamente dependentes das cidades maiores e
economicamente mais desenvolvidas.
Ao longo da última década, o processo de urbanização do país intensificou-se.
A criação de novas cidades, o crescimento de cidades pequenas e médias, o
adensamento populacional em áreas já consolidadas e a ocupação de frentes
pioneiras são fenômenos que caracterizam o processo em curso.
Principal metrópole: O mapa acima, nesta página, apresenta de forma
sintética a classificação da hierarquia urbana brasileira proposta pelo IBGE. Na
análise do mapa observa-se uma a concentração da rede urbana brasileira no
centro-sul à faixa costeira do país, onde se localiza a maior parte das
metrópoles. A legenda mostra que São Paulo ocupa a posição de maior
centralidade na rede urbana brasileira, ou seja, é a principal metrópole do país.
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9. A Macrometrópole Paulista
Segundo critérios internacionais, a macrometrópole paulista abrange um
conjunto de 153 cidades situadas no raio de 200 km da capital paulista, é a
quarta maior do planeta, Só perde para, Tóquio, Mombai, Cidade do México.
Concentra 72% da população e 82% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
Com 96% da população em área urbana, essa megacidade sugere aos
planejadores um primeiro desafio: articular políticas de integração que
garantam maior mobilidade urbana, uma vez que seus habitantes trabalham
em uma cidade, moram em outra, compram e se divertem em uma terceira.
A macrometrópole paulista tem números que impressionam: são três
aeroportos (Cumbica, Congonhas e Viracopos), o Porto de Santos, principal da
América Latina, e as principais rodovias e ferrovias do país. Ao lado da
infraestrutura, destaca-se entre as macrometrópoles do mundo como a única
que tem ativos ambientais, como as serras do Mar, da Cantareira e da
Mantiqueira.
A dinâmica econômica da macro metrópole é tão grande que se espraia para
outros territórios, ou de forma complementar ou de forma integrada. A
produção econômica do estado, por exemplo, escoa pelo Porto de Santos. Toda
a carga de exportação por aeroporto da América latina sai por Viracopos, em
Campinas. Os insumos industriais derivados de petróleo são produzidos em
refinarias de Paulínia (Campinas), São José dos Campos (Vale do Paraíba) e
Cubatão (Baixada Santista). 9
10. A Rede Urbana do Brasil
A rede urbana do país é comandada por 111 centros urbanos, sendo 49 deles
aglomerações urbanas. Os centros urbanos reúnem 440 municípios e o Distrito
Federal e concentram mais da metade da população brasileira, cerca de 56%
(1996).
Metropóles Globais: As duas metrópoles globais, Rio de Janeiro e São Paulo,
abrangem 60 municípios e concentram 17,3% da população total do país.
Nas sete metrópoles nacionais residem 13% do total da população brasileira.
As 12 aglomerações urbanas metropolitanas envolvem 200 municípios e o
Distrito Federal que abrigam 34,31% da população brasileira, ou seja, 52,7
milhões de habitantes (1996). As 37 aglomerações urbanas não-metropolitanas
reúnem 178 municípios, envolvendo 20 milhões de habitantes.
A rede urbana do país, portanto, compreende o conjunto de centros urbanos
que polarizam o território nacional e os fluxos de pessoas, bens e serviços que
se estabelecem entre eles e com as respectivas áreas rurais. É formada por
centros urbanos de dimensões variadas, que estabelecem relações dinâmicas
entre si de diferentes magnitudes. São essas interações que respondem não
apenas pela atual conformação espacial da rede, mas também por sua evolução
futura, cuja compreensão é fundamental para o estabelecimento de metas de
políticas públicas.
Importância: A classificação da rede urbana brasileira é importante ferramenta
de gestão governamental, econômica e social, pois possibilita um
direcionamento mais acertado de investimentos urbanos.
Definições:
Metropole é o conjunto de cidades (ou entidades políticos-administrativas
correspondentes, como os municípios) conurbadas e que tem uma cidade
principal que, geralmente, lhe dá o nome.
Metropolização é o processo em que as cidades de uma região metropolitana
estão em via de se tornarem uma metrópole, ou seja, prestes a abrigar mais de
1 milhão de habitantes. No Brasil, é um fenômeno que recorrente, pois se até
1960 o país tinha apenas 2 cidades com mais de um milhão de habitantes, este
número hoje é bem superior. Este processo, cumpre ressaltar, costuma, ao
menos no que se refere ao Brasil, vir acompanhado de um sem número de
problemas sociais originados quer da precariedade das condições dos migrantes
que chegam na área em processo de urbanização, quer da oferta reduzida de
infra-estrutura nas comunidades urbanas dessas regiões
Hierarquia urbana
Nada mais é do que a escala de subordinação entre as cidades, geralmente da
seguinte forma: as pequenas cidades que existem aos milhares, que se
subordinam as cidades médias, que existem em número menor que as
pequenas cidades, estas, as cidades médias, que se subordinam às cidades
intermédias. As grandes cidades ou metrópoles, que são muito poucas.
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11. Hierarquia urbana no Brasil (De acordo com a classificação do IBGE)
● Metrópoles globais: suas áreas de influencia ultrapassam as fronteiras de seus
estados, região ou mesmo do país (Ex. São Paulo).
● Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial,
constituindo foco para centros localizados em todos os pontos do país (Ex. Brasília e Rio
de Janeiro).
● Metrópoles regionais: constituem o segundo nível da gestão territorial, e exercem
influência na macrorregião onde se encontram (Ex. Belém, Belo Horizonte, Curitiba,
Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador).
● Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão territorial, e exercem
influência no estado e em estados próximos. Dividem-se em três níveis:
Capitais regionais A: Ex. Aracaju, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, João
Pessoa, Maceió, Natal, São Luís, Teresina e Vitória.
Capitais regionais B: Ex. Blumenau, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia,
Montes Claros, Palmas, Passo Fundo e Porto Velho.
Capitais regionais C: Araçatuba, Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos,
São José dos Campos, Sobral e Sorocaba.
● Centros sub-regionais: exercem influência apenas em cidades próximas, povoados
e zona rural. Dividem-se em dois níveis:
Centros sub-regionais A: Ex. Foz do Iguaçu, Franca, Pato Branco, Sinop.
Centros sub-regionais B: Andradina, Angra dos Reis, Assis, e Balneário Camboriú.
Diferentes Relações entre as cidades em uma rede urbana
Diante do avanço tecnológico e da globalização da economia, as relações entre as
cidades contemporâneas sofreram inúmeras transformações. O esquema a seguir,
mostra as transformações ocorridas.
No esquema clássico (pré-globalização) há uma hierarquia mais rígida de relações
entre as diferentes cidades, na qual as cidades interagem com as cidades
imediatamente inferiores ou superiores. A vila, por exemplo, não tem interações diretas
com o centro regional, tem que passar primeiro pela cidade local.
No esquema atual, diante do desenvolvimento tecnológico, da evolução no sistema
de transportes, e de comunicações a interação entre as cidades foi alterada, agora com
outra configuração (esquema atual), com maior flexibilidade nas relações entre as
cidades, os fluxos se estabelecem entre cidades de diferentes dimensões. Uma vila
pode estabelecer fluxos materiais e imateriais direto com a metrópole, por exemplo.
12. Polarização das Principais Cidades Brasileiras
A polarização, são aglomerações urbanas que mantêm e reforçam laços
interdependentes, tanto entre si como também com as regiões que elas
polarizam dentro de um dado território.
Essa classificação é estabelecida segundo a capacidade dos centros urbanos de
liderar e influenciar os outros, por meio da oferta de bens e serviços à
população. seja possível esclarecer com maior facilidade utilizando como
exemplo a atração exercida por São Paulo (Grande Metrópole Nacional) e pelo
Rio de Janeiro (Metrópole Nacional), assim como pelas demais metrópoles, que
influenciam certa porção ou região do país (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre), sobre outras
categorias de cidades, ou mesmo a atração que estas exercem sobre as outras.
Questão: A polarização que os centros urbanos exercem uns sobre os outros
determina a hierarquia urbana, em escala nacional. Nessa perspectiva, a concepção
de metrópole regional abrange:
a) extensas regiões, com influências que ultrapassam o limite estadual.
b) cidades menores e vilas dentro de um limite determinado pelo centro regional.
c) distritos, povoados, comunidades rurais e áreas vizinhas, no limite municipal.
d) todo o território nacional, direcionando a vida econômica e social.
e) centros regionais menores, com raio de ação inferior à esfera estadual.
13. Cidades Globais e Megacidades Brasileiras
Cidades globais: O termo "cidade global" leva em consideração aspectos
qualitativos da cidade, em que a análise constata o seu grau de influência
sobre outros centros urbanos, em diferentes partes do globo. Entre as
características analisadas, uma cidade global deve apresentar:
• sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais;
• bolsa de valores que possua influência na economia mundial;
• grau sofisticado de serviços urbanos;
• setor de telecomunicações amplo e tecnologicamente avançado;
• centros universitários e de pesquisa de alta tecnologia;
• diversidade e qualidade das redes internas de transporte (vias expressas,
rodovias e transporte público);
• portos e aeroportos modernos que liguem a cidade a qualquer ponto do globo.
Como por exemplo São Paulo (Brasil), Nova York (EUA) e Tóquio (Japão).
Megacidades: diferente de uma cidade global o conceito de megacidade
considera apenas aspectos quantitativos da população, basta que ela tenha mais
de 10 milhões de habitantes, já e´uma megacidade.
Nova York (EUA), Tóquio (Japão) e São Paulo (Brasil) são simultaneamente
cidades globais e megacidades. A Europa apresenta diversas cidades globais
que, entretanto, não são megacidades: Londres (Reino Unido), Paris (França),
Milão (Itália), Frankfurt (Alemanha).
A Ásia concentra diversas megacidades (mais de 10 milhões de habitantes) que,
contudo, não são cidades globais: Pequim (China), Nova Délhi, Calcutá e
Mumbai (Índia), Karachi (Paquistão). Na África, Lagos (Nigéria), todas
megacidades.
UE07 – revisão -out/2014 -sas13