SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
Baixar para ler offline
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
1
Turnover de Funcionários no Setor de Call Center
Um Estudo de Caso na Empresa Sercom
Por
Marta Aparecida Pessoa
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Pós-Graduação lato Sensu, Nível de Especialização
São Paulo, 21 de Março de 2013.
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
2
Assim que você achar que sabe como são realmente as coisas,
descubra outra maneira de olhar para elas.
Prof. Keaton, do filme Sociedade dos Poetas Mortos
1. INTRODUÇÃO
Diante de um cenário caracterizado por rápidas mudanças, principalmente nos
campos sociais e econômicos, a gestão estratégica se tornou o alicerce para os
fundamentos decisórios na busca pela sustentabilidade organizacional e, dentro desse
aspecto, Chiavenato (2004) institui a importância da gestão de pessoas como parte
essencial desse processo.
Reforçando esse pensamento, Dutra (2002), afirma que a gestão de pessoas está
tomando novas formas e que o desenvolvimento da organização está diretamente
relacionado à sua capacidade em desenvolver pessoas.
Ainda que a estrutura física e toda a infraestrutura da empresa sejam necessárias
para a organização, é a GP que traz a luz da inovação e criatividade para a empresa
(MILKOVICH: BOUDREAU, 2006).
As pessoas planejam, produzem produtos e serviços, têm o controle de
qualidade, vendem, alocam recursos financeiros e estabelecem objetivos e criam
alternativas para sair de momentos difíceis. Sem as pessoas eficazes dificilmente uma
organização atingirá seus objetivos.
“ E criou Deus o homem à sua imagem...”
(Gênesis 1: 27)
O tema objeto do estudo trata de um dos assuntos mais polêmicos na gestão de
talentos, pois engloba questões importantes para as empresas, na busca pela sustenção
no mercado competitivo e pelo controle para se alcançar a saúde financeira: a Turnover
de Funcionários, fato considerado por Chiavenato (1999) como a principal vantagem
competitiva das empresas. Mais especificamente, o trabalho abordará sobre a Turnover
de Funcionários e se desenvolve em um seguimento onde esse assunto se torna mais
polêmico, o de Call Center.
Para Bohlander, Snell e Sherman (2005), turnover se refere à taxa de saída de
funcionários de uma organização, porquanto, considerando-se que as pessoas são o
patrimônio intelectual das das mesmas, esta abordagem tem se mostrado essencial para
a sobrevivência de qualquer empresa no mercado cada vez mais competitivo. Segundo
Mobley (1992), a saída de um empregado da organização tem influências sobre a sua
efetividade, podendo estas serem positivas ou negativas. Outrossim, Madruga (2006)
afirma que ela é comumente mencionada como um dos fatores que colaboram para o
insucesso das taxas de produtividade de funcionários.
Trazendo em consideração o fato de que para esses autores a taxa de Turnover
de Funcionários é um assunto de extrema importância na estratégia competitiva de
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
3
mercado, tomemos como referência o setor de Call Center para qual este fator afeta
diretamente nos negócios de forma extremente impactante.
1.2 INDÚSTRIA DE CONTACT CENTER
Contact Centers ou Call Centers é o nome que se dá a uma estrutura
organizacional que compreende postos de trabalho para o atendimento ao cliente por
meio da utilização de um teminal de computador e de um aparelho telefônico. Cada
posto é chamado de Posição de Atendimento (PA) (Vilela & Assunção, 2004, p.1069).
Para Silva (2004), o surgimento dos call centers ocorreu “na esteira do
verdadeiro dogma da procura da qualidade total” (Ibidem, p.11). A venda direta ao
consumidor por meios telemáticos tornou-se o carro-chefe de grande número de
empresas em todo o mundo e incorporou dezenas de milhares de trabalhadores nos
últimos anos, em grandes estruturas de atendimento ao público baseadas no trabalho
contínuo de teleatendentes em interface telefônico-informática (telemática). Tornou-se a
principal forma de contato e negócios entre a grande maioria das empresas privadas e
públicas e seus clientes e/ou usuários em ramos críticos da economia, como telefonia,
serviços de utilidade pública, bancos, grandes indústrias, grandes comércios, entre
outros. (SCORALI, Carolina; COSTA, Silvia; MAZZILLI, Cláudio, 2009)
Tomemos o exemplo a demanda de esforço que é exigida para atingir um índice
saudável de retenção de talentos, conforme Madruga (2006), em uma empresa como a
Contax com 84.508 funcionários, destacada no ranking das maiores empresas do setor
no Brasil no ano de 2012, conforme o site do seguimento CallCenter.inf. (Quadro 1).
Por esse motivo, Madruga destaca que a questão sobre a turnover de pessoal no
setor de call center tem-se mostrado uma “doença” e deve ser constantemente analisada,
pois o índice de turnover de funcionários atinge diretamente nos custos de
administração de recursos humanos, englobando custos com admissão, seleção,
recrutamento e gastos com treinamento para o realinhamento do pessoal junto aos
valores da empresa.
Quadro 1 - Ranking por número de funcionários, Brasil
Fonte: CallCenter.inf.br, 2012.
(disponível em <http://www.callcenter.inf.br/estatisticas/48295/uma-tendencia-para-2013/ler.aspx
http://www.abt.org.br/> Acesso em: 11 Abril 2013)
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
4
Conhecido como taxa de turnover, trata sobre o índice de turnover de pessoal,
calculado a partir do giro de entradas e saídas de funcionários demonstrado no Quadro
2.
Chiavenato (1989) reforça que se a empresa tem um índice de turnover de
pessoal de 3%, quer dizer que ela pode contar apenas com 97% de sua mão de obra.
Para poder contar com 100% é necessária a provisão de um excedente de 3% de pessoal
para compensar o fluxo.
Quadro 2: (Assis, p.49).
Tomando-se como exemplo 530 empregados no mês anterior, 5 admissões e 4
demissões no ês, obtêm-se o índice de:
1.3 POSICIONAMENTO NO MERCADO NACIONAL
A relevância deste trabalho esta num mercado considerado como um seguimento
de grandes oportunidades no Brasil, que cresce na casa de dois dígitos ao ano segundo a
ABT – Associação Brasileira de Telesserviços, e leva o país a obter uma posição de
ponta no cenário internacional, tanto em termos de quantidade de posições de
atendimento como em termos de qualidade das operações. Madruga (2006) ressalta que
este crescimento acontece no mundo inteiro e é decorrente de diversos fatores
econômicos, sociais, culturais e políticos, que favorecem as interações à distância, seja
através da internet ou do próprio telefone.
Madruga complementa dizendo que o índice de violência e o crescimento do
congestionamento de veículos, também têm sua influência no aumento vertiginoso do
número de posições de atendimento dos serviços oferecidos pelos call centers, já que as
pessoas passaram a consumir produtos ou serviços cada vez mais de suas residências ou
escritórios, visão esta confirmada por estudo realizado por Rodrigo Ventura (2010)
sobre o aumento da demanda por produtos e serviços de elevada praticidade e que
contribuam para a otimização do tempo.
1.4 IMPACTO FINANCEIRO DO TURNOVER
Os custos com a turnover são divididos em três grupos: a) Primários: são os
custos com recrutamento e seleção de pessoas, registro e documentação, integração,
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
5
desligamento. Os custos primários podem ser calculados. b) Secundários: são os
relacionados ao reflexo na produção, reflexo na atitude extralaboral, extraoperacional.
Estes custos são intangíveis, de características qualitativas, é mais difícil de avaliar
numericamente. c) Terciários: reflete em perdas no negócio, envolve a imagem do
produto ou serviços prestados por funcionários despreparados. Estes custos são
estimáveis relacionados ao efeito da turnover, e o reflexo é conhecido a médio e longo
prazo. (CHIAVENATO, 2004).
1.5 GESTÃO DO TURNOVER - ESTRATÉGIA COMPETITIVA PARA O
SETOR
Considerando-se a relevância da gestão do índice de Turnover de Funcionários
como estratégia competitiva de mercado no momento contemporâneo e o atual número
de funcionários empregados nas empresas do seguimento de Call Center; deu-se início
ao desenvolvimento deste estudo de caso na empresa de Call Center, SERCOM,
localizada na cidade de Taboão da Serra, SP, atribuindo-se ao longo deste trabalho:
observar, diagnosticar, analisar modelos apliados no mercado e finalmente atribuir uma
proposta de melhoria do quadro encontrado, a qual será fundamentada em trabalhos
científicos existentes. Portanto, tem-se como questão-problema a seguinte pergunta:
quais fatores geram a turnover de funcionários na empresa SERCOM ?
É necessário que as empresas se antecipem à turnover e identifiquem os motivos
que levam os profissionais a trocar de emprego, levando-se em consideração não
somente o bem-estar do ambiente de trabalho, que é afetado pela quebra constante de
laços de amizade, mas também pela questão dos custos gerados com reposição e
treinamento. (BOHLANDER; SNELL;SHERMANN, 2005)
Para atender ao eixo da pesquisa, tem-se como objetivo geral identificar e
analisar os fatores que geram a turnover de funcionários na empresa SERCOM,
porquanto, para se atingir tal objetivo, têm-se como objetivos específicos:
1. Verificar o índice de turnover da empresa;
2. Caracterizar o perfil dos funcionários;
3. Identificar os fatores responsáveis pela turnover dos funcionários; e
4. Propor ações de melhoria para dirimir a turnover na empresa, com base em
trabalhos científicos (artigos, teses e dissertações).
A justificativa que alicerça este trabalho considera dois fatores que se tornam
referenciais, como a gestão da Turnover de Funcionários, pela sua relevância na
estratégia competitiva de mercado no momento contemporâneo, e a escolha do
seguimento de Call Center pelo atual número de funcionários empregados pelo setor
(Quadro 1, pág. 3).
Dois autores inicialmente fundamentam este estudo como Mobley (1992) que
afirma que o processo de turnover deve ser gerenciado, pois sua importância é relevante
para o planejamento estratégico das empresas, e Chiavenato (1989) que ressalta que um
dos problemas que atualmente vêm preocupando os executivos da área de recursos
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
6
humanos das organizações é exatamente a intensificação das saídas ou perdas de
recursos humanos, provocando a necessidade de compensá-las através da intensificação
das entradas.
O caso a ser estudado será o da empresa SERCOM Contact Center para o qual
será atribuído conceitos de: observação, diagnóstico, relacionamento com os modelos
apliados no mercado e finalmente atribuição de proposta de melhoria do quadro
encontrado, a qual será fundamentada em trabalhos científicos levantados.
Os relatos aqui nos fornecem uma visão sobre um setor de oportunidades para o
qual pode-se relacionar que há uma forte necessidade de mão de obra, assunto que se
tornou uma preocupação, considerando-se modelos de atuação focados em uma gestão
moderna e inovadora, cada vez mais voltados para obtenção de vantagens competitivas,
essenciais para o alcance de posições de liderança e do pleno atingimento dos
resultados, confirmado por Probst, 2002, que trata do assunto ao fato de que o
funcionário é um portador de conhecimentos estratégicos para a organização.
Quanto ao aspecto financeiro, vemos que Chiavenato, 2002, relaciona a
Turnover de Funcionários aos seus inúmeros e complexos aspectos negativos, quando
acelerada, torna-se um fator de perturbação, principalmente, quando forçada pela
empresa no sentido de obtenção de falsas vantagens em curto prazo. O certo é que a
médio ou longo prazo a turnover provoca enormes prejuízos pela intensificação das
saídas ou perdas de recursos humanos, demandando, também, a médio ou longo prazo, a
necessidade de compensá-las através de entradas.
Afirmando-se quanto a justificativa pela escolha do seguimento de Call Center,
cabe a observação de Ventura, 2010, em seu trabalho intitulado de “Mudanças no Perfil
do Consumo no Brasil: Principais Tendências nos Próximos 20 Anos” que trata da
perspectiva de que, nos próximos 20 anos as empresas irão se defrontar com mudanças
no perfil de consumo de seus clientes, dando como exemplo o consumo online
(Disponível em: http://macroplan.com.br/documentos/artigomacroplan> Acesso em: 20
de Março de 2013).
O setor de call center é uma área intrigante que engloba aspectos subjetivos e
objetivos, congregando assuntos diferentes, mas complementares como seres humanos,
processos e máquinas. A relevância desta observação é que clientes interromperam
suas relações com uma empresa em função da qualidade do serviço recebido. Uma
pesquisa realizada pela Kronos Inc. e publicada pelo site PortalCallCenter, (Disponível
em: http://portalcallcenter.consumidormoderno.uol.com.br/indicadores/outros-numeros/mau-
atendimento-afasta-consumidores>Acesso em 21 março 2013) observando que 82% dos
consumidores interrompem suas relações comerciais com uma empresa em função da
qualidade do serviço recebido e 60% acreditam que as companhias não focam de
maneira suficiente para fornecer aos clientes um bom atendimento.
2. METODOLOGIA DA PESQUISA
Nesta etapa descreveremos os métodos a serem empregados na realização do
trabalho de conclusão de curso intitulado de “Turnover de Funcionários no Setor de Call
Center, Um Estudo de Caso na Empresa Sercom” totalmente enquadrado à abordagem
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
7
metodológica de pesquisa de “Estudo de Caso”. Ao estudo empregar-se-á a abordagem
de investigação qualitativa através de entrevistas semi-estruturadas que serão aplicadas
a informantes chaves da empresa objeto do estudo SERCOM. (ACEVEDO, CLAUDIA;
NOHARA, JOULIANA; 2013).
Para Macedo (2005), a pesquisa qualitativa não tem o objetivo de quantificar,
mas sim de conhecer, de forma mais profunda, determinado grupo de pesquisa. Essa foi
uma pesquisa do tipo descritiva. Segundo Gil (1999), são incluídas no grupo das
pesquisas descritivas aquelas que têm por objetivo levantar as opiniões, as atitudes e as
crenças de uma população. Quanto aos meios de investigação, este trabalho foi um
estudo de caso.
2.1 CARACTERÍSTICA DA PESQUISA.
Como pesquisa descritiva o investigador tentará observar e descrever aspectos
como: (a) as características de um grupo; (b) estimar a proporção dos elementos de
determinada população que apresente características ou comportamentos de interesse e
(c) descobrir ou compreender as relações entre os envolvidos no fenômeno; não
objetivando explicar o fenômeno investigado, portanto somente descrevê-lo.
(ACEVEDO, CLAUDIA; NOHARA, JOULIANA; 2013)
2.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA.
Enquadrado como Estudo de Caso, o presente trabalho caracteriza-se pela
análise em profundidade do objeto do estudo e seus grupos, empregando-se técnicas de
coletas de dados e as abordagens de análise dos dados, preocupando-se com questões do
tipo como e por que, focalizando acontecimentos comtemporâneos sem um controle
sobre eventos comportamentais, ou seja, não se manipulará as variáveis independentes.
Esse Estudo de Caso investigará o assunto proposto seguindo-se um conjunto
de procedimentos predeterminados. (ACEVEDO, CLAUDIA; NOHARA, JOULIANA;
2013).
Outrossim, o Estudo de Caso, segundo Yin, 2005, é uma forma distinta de
investigação, empírica e pode ter tanto um caráter exploratório, quanto descritivo.
2.3 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO.
Após o questionário ter sido totalmente respondido, as respostas serão somadas
para criar um resultado por grupo de itens que tentarão trazer a luz as motivações,
atitudes, crenças e sentimentos sobre o fenômeno da turnover, observando-se que os
pontos da discussão serão preestabelecidos e mantidos em sigilo no sentido de preservar
a relação dos entrevistados com a empresa SERCOM.
Portanto, tratando-se de cunho qualitativo, não se dispõe de um modelo
teórico de análise, pois possivelmente haverá uma tendência para o “vai e vem” entre
observação, reflexão e interpretação, a medida que a análise progridir, o que fará com
que a ordenação lógica do trabalho progrida, retratando a redação do relatório. (Gil,
Antonio Carlos, pág. 90).
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
8
2.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Ao estudo aplicar-se-á o método de Amostragem Não Probabilística que se
respalda pela seleção dos elementos da população que irão compor a amostra, a qual
dependerá, ao menos em parte, do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no
campo. (Mattar, F. p. 132).
Ainda dentro do formato da amostragem não probabilística enquadra-se ao
“Método por Julgamento” uma vez que caberá ao pesquisador o julgamento sobre a
seleção dos membros da população a serem consideradas como boas fontes de
informação para a pesquisa. (Parker, 1997)
As coletas de dados serão aplicadas através de “informantes-chaves”, portanto
serão indivíduos cujos conhecimentos, dentro de contextos específicos, serão capazes de
trazer informações altamente ricas, porquanto importantes para avaliação do problema
da pesquisa (JOHNSON, 2007).
2.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Metodologia de coleta de dados através da abordagem por questionários que
serão formuladas a partir da leitura do referencial teórico e do objetivo do trabalho, o
qual consiste em avaliar quais fatores geram a turnover da empresa SERCOM.
2.5 VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO MÉTODO.
Para Yin (1993) esse consiste em um método adequado para responder à
questões “como” e “porque”, portanto explicativas, e envolvem as relações operacionais
que ocorrem ao longo do tempo.
O Estudo de Caso, como estratégia de pesquisa, compreende de um método que
abrange tudo - com a lógica de planejamento incorporando abordagens específicas à
coleta e análise de dados. Segundo Yin (2001), o estudo de caso não é uma tática para a
coleta de dados, nem meramente uma característica do planejamento em si, mas uma
estratégia de pesquisa abrangente. Para Gil (1999), o estudo de caso é caracterizado pelo
estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu
conhecimento amplo e detalhado.
2.6 PERÍODO E LOCAL DA COLETA DE DADOS
A pesquisa compreenderá de questionários direcionados aos funcionários ainda
vinculados à empresa SERCOM, entre o período de Novembro de 2013 e Fevereiro de
2014 e aplicados nos seus escritórios da sede da Avenida Faria Lima, 1485, São Paulo,
SP. Como se tratam de Operadores de Telemarketing, os mesmos não poderão ser
abordados em seus locais de trabalho, para tanto, um horário específico será pré
determinado e será utilizada uma sala de reuniões com portas fechadas para favorecer
um ambiente de tranquilidade para os entrevistados.
Segundo Young e Lundberg (apud Pessoa, 1998) especificaram uma série de
recomendações úteis à construção de um questionário. Entre elas destacam-se:
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
9
• O questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma
ordem lógica na elaboração das perguntas;
• A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia,
sugerir ou induzir a resposta;
• Cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo
informante;
• O questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da
pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não
serão respondidas com honestidade.
2.6 ANÁLISE DOS DADOS.
O tema objeto do estudo trata da Turnover de Funcionários no seguimento de
Call Center sobre o qual Madruga (2006) afirma que é comumente mencionada como
um dos fatores que colaboram para o insucesso das taxas de produtividade de
funcionários. Madruga ainda destaca que a questão sobre a turnover de pessoal no setor
de call center tem-se mostrado uma “doença” e deve ser constantemente analisada, pois
o índice de turnover de funcionários atinge diretamente nos custos de administração de
recursos humanos, englobando custos com admissão, seleção, recrutamento e gastos
com treinamento para o realinhamento do pessoal junto aos valores da empresa.
Como pesquisa descritiva o investigador tentará observar e descrever aspectos
como: (a) as características de um grupo; (b) estimar a proporção dos elementos de
determinada população que apresente características ou comportamentos de interesse e
(c) descobrir ou compreender as relações entre os envolvidos no fenômeno; não
objetivando explicar o fenômeno investigado, portanto somente descrevê-lo.
(ACEVEDO, CLAUDIA; NOHARA, JOULIANA; 2013).
O método de análise dos dados qualitativos serão o de análise de conteúdo.
Moraes (1999) ressalta que a análise de conteúdo é uma metodologia de pesquisa
utilizada para descrever e interpretar o conteúdo de toda a classe de documentos e
textos. Essa análise ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de
seus significados em um nível além da leitura comum. Para Bardin (1977), a análise de
conteúdo é um conjunto de instrumentos metodológicos em constante aperfeiçoamento
e que se aplicam a discursos extremamente diversificados. Vergara (2006) ressalta que a
análise de conteúdo é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa
identificar o que está sendo dito sobre determinado tema.
Para Moraes (1999), a matéria-prima da análise de conteúdo pode ser qualquer
material oriundo de comunicação verbal ou não-verbal, como cartazes, revistas,
gravações, entrevistas, entre outros. No presente trabalho, as entrevistas serão gravadas
e transcritas para servir de base a esse método.
Segundo Gil (1991, p.56), o processo de análise dos dados envolve diversos
procedimentos: Classificação das respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos,
através dos quais poderemos formatar quadros, figurar gráficos para a melhor
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
10
compreensão do leitor. Além disso, segundo Roesch (1999), o tratamento e análise de
dados são formas para se avaliar os dados, se estão são confiáveis.
O presente estudo tentará observar comportamentos, porquanto se baseará em
orientações como de Selltiz, Wrightsman e Cook (1987, p.25) que apresentam um
exemplo bastante interessante para este ítem: “Se na sua pesquisa há crianças que batem
em um João Bobo você deveria dizer-nos quantas vezes elas batem ou a porcentagem de
crianças que o fazem”.
2.8 INTEPRETAÇÃO DOS DADOS
Com a finalidade de trazer luz aos dados obtidos serão empregadas: (a) tabelas
em excel contendo as interrogativas empregadas no estudos; (b) gráficos para figurar as
tendências dos resultados; (c) figuras ou fotos de casos relevantes e (d) resumo para
situar o leitor.
GIL, (1999, pg 134), a categorização dos dados possibilita sua descrição.
Contudo, mesmo que a pesquisa seja de cunho descritivo, é necessário que o
pesquisador ultrapasse a mera descrição, buscando acrescentar algo ao questionamento
existente sobre o assunto. Para tanto, ele terá que fazer um esforço de abstração,
ultrapassando os dados, tentando possíveis explicações, configurações e fluxos de causa
e efeito.
Conclui-se que o estudo de caso poderá ser reconhecido como válido quando se
mostrar capaz de levantar novas questões ou hipóteses a serem consideradas em estudos
futuros.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico utilizado para validar a pesquisa será MOBLEY
(1992), por ter dado ênfase à perspectiva gerencial do turnover em sua obra, e que, além
disso, é uma compilação da opinião de diversos autores sobre o assunto. Como este
trabalho destina-se a analisar a rotatividade de pesssoal no setor de call center, com suas
causas, consequências e controle em uma organização específica, essa perspectiva é de
suma importância.
3.1 GESTÃO DE PESSOAS E O TURNOVER
Conforme Silva (2001), o turnover não é nada mais do que um sintoma, uma
consequência. Seu controle requer uma política de recursos humanos existente na
empresa e recomenda uma revisão nos estilos de liderança e as formas de organizar o
trabalho, aspecto confirmado por Mayo (2003) tratando sobre alguns fatores que
influenciam na motivação e no comprometimento, como a eficácia da liderança, o apoio
prático, o grupo de trabalho, além de aprendizagem, recompensa e reconhecimento.
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
11
Segundo Pontes (2001), a empresa deve analisar e controlar seu índice de
turnover, evitando custos desnecessários e desgaste dos empregados com a
movimentação de funcionários na empresa, além do tempo empregado com
recrutamento, seleção e treinamento de funcionários. O índice é apurado através de
percentuais e geralmente é calculado mensalmente. Assim é possível avaliar a situação
da empresa em tempo real, lembrando que um índice pequeno é sadio para a
organização. O autor complementa dizendo que é importante que a empresa compare o
seu índice de turnover com outras empresas do mesmo segmento, para melhor análise
de seu tornover.
Ao longo dessa pesquisa, observa-se afirmativas envolvendo a importância da
adoção de políticas internas, determinantes na averiguação, controle e disposição de
soluções para o problema do turnover nas organizações. Nessa ótica, está o
departamento de recursos humanos que deve criar procedimentos que promovam, em
todos os níveis da organização, o controle sobre a situação de fluxo de funcionários.
Importante observar que. se a organização apresenta índices muito altos de turnover, ela
pode estar explicitando algum problema interno que desequilibrará a sustentabilidade de
suas operações e, fatalmente, ultrapassará as paredes da empresa afetando os negócios.
Esse trabalho não se voltará aos processos de turnover por afastamento de
empregados não qualificados, política de inserção de novos talentos para atender
estratégia de inovação, redução de custos ou solução de conflitos, mas se apropriará de
fatores que possam abalar o planejamento estratégico e equilíbrio financeiro da
organização.
Além de uma política definida para averiguação e controle, acredita-se que a
efetividade do processo de recrutamento e seleção está relacionada, de certa forma, com
o turnover, pois, segundo Refkalefsky et al. (2008), gerenciar os empregados de um
posto é estratégico e fundamental para a empresa. Para ele, o processo de seleção e o
perfil do profissional contratado devem ser condizentes com a capacidade
empreendedora do proprietário ou gestor.
Instituído ao processo de gestão de pessoas de nosso tempo, as áreas que podem
assumir o controle do turnover são: recrutamento, seleção e socialização inicial;
conteúdo do cargo ou tarefas desenvolvidas; remuneração e benefícios; liderança e
supervisão e desenvolvimento & planejamento de carreira.
3.2 RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E SOCIALIZAÇÃO INICIAL
Mahfuz (2008) trata que os processos pelos quais os indivíduos escolhem
empregos, e são escolhidos, oferecem uma gama de importantes oportunidades no
gerenciamento mais efetivos do turnover. O processo de entrada em uma organização
constitui uma compatibilização entre esta e o indivíduo. Essa compatibilização baseia-se
em: atitudes e habilidades em relação aos requisitos do cargo; valores, preferências e
expectativas individuais em relação às normas, políticas, práticas, condições e
compensações organizacionais.
Além de uma boa seleção, a ambientação e a assimilação dos novos empregados
também é de grande importância. Para conservar os bons empregados, eles devem ser
socialmente integrados na empresa. O desejo de aceitação social na equipe de trabalho é
tão forte que o novato que não consegue obtê-la provavelmente desistirá do emprego
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
12
(REFKALEFSKY, 2008). Explica Pastore (2001) que o treinamento é usado para
adaptar os trabalhadores às empresas.
3.3 CONTEÚDO DO CARGO OU TAREFAS DESENVOLVIDAS
Mobley (1992) sugere que as percepções e avaliação do empregado a respeito do
conteúdo do cargo são um dos mais consistentes correlatos do turnover. Na medida em
que os empregados valorizam tarefas com significado, identidade, relevância, feedback
e variações, desenhar cargos com essas qualidades pode aumentar a satisfação com o
conteúdo do cargo e diminuir o turnover. Em contrapartida, a partir do momento em
que: não há metas claras; o feedback é indireto ou protelado; a diversificação diminui
com uma alta especialização ou rotinização; e a capacidade de contabilizar e o
autocontrole são minimizados, muitos cargos tornam-se entediantes ou frustrantes para
os indivíduos que buscam significado e identidade em suas tarefas.
3.4 REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS
Sabemos que a remuneração não é a única recompensa importante, mas ela é a
mais tangível e pode ser contralada pela organização, sendo, portanto, um forte
indicador. Mobley afirma que, um pacote competitivo de benefícios adicionais ou
marginais pode contribuir para a atração e retenção de empregados. Complementa
dizendo que, a satisfação constitui uma avaliação altamente individualizada, que
depende das diferenças individuais quanto a valores. A diversidade cada vez maior de
valores profissionais é uma característica da força de trabalho a ser reconhecida e
encarada pelos administradores.
Uma maior atenção dada aos benefícios que a empresa oferece, aumentaria a
satisfação de seus empregados e ajudaria no gerencimento e controle do turnover,
MAHFUZ (2008).
É notório afirmar que as pessoas acreditam no dinheiro como principal
motivador, mas, conforme Robbins (2005), os cientistas que estudam o comportamento
costumam minimizar o papel do dinheiro como agente motivador. Eles preferem
enfatizar a importância dos desafios profissionais, das metas do processo participativo
nas tomadas de decisões, do feedback, das equipes coesas de trabalho de outros fatores
não monetários. Mas, segundo o autor, o dinheiro é importante, mesmo as pessoas
gostando do seu trabalho, pois, sem receber, quase ninguém trabalharia. Como sugere a
teoria da equidade, o dinheiro não possui somente o valor de poder aquisitivo, mas
também possui um valor simbólico, como por exemplo, dois executivos de uma mesma
empresa: um ganha 80.000,00 dólares no ano, o outro 95.000,00 dólares no ano, esta
diferença de 15.000,00 dólares está relacionada não só a valores, mas a mensagem que a
empresa transmite, que é a contribuição que cada funcionário deu à empresa. É a teoria
do esforço. Se a remuneração está vinculada ao desempenho, vai estimular o
funcionário a despender um esforço maior. Quanto a teoria da expectativa, o dinheiro
motiva quando, na visão do funcionário, o dinheiro satisfaz suas necessidades pessoais e
é percebido como dependente de critérios de desempenho. (GIACOMET, MÔNIA;
DENICOL, MARIA; MECCA, MARLEI; ECKERT, ALEX. “As Motivações e os
Reflexos do Turnover em Termos Contábeis e Econômicos Numa Entidade Sem fins
Lucrativos do Município Gaúcho de Caxias do Sul, Caxias do Sul” Julho 2011;
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
13
disponível em: http://www.unisc.br/portal/upload/com_arquivo/tc13_3279951870050.pdf> Acessado em
10 de Julho de 2013).
Conforme Robbins (2005), os benefícios acrescentam em 40% o custo da folha
de pagamento de uma empresa. Benefícios são uma forma indireta de remuneração que
contribui para a retenção de talentos. Segundo o autor os benefícios oferecem uma
forma de negociação dos empregadores, quando os grandes aumentos de salários são
inviáveis. Os funcionários motivados tornam bom o clima do ambiente de trabalho. Para
a empresa manter e reter seus talentos, além dos fatores acima, ela precisa trabalhar o
desenvolvimento psicológico de seus colaboradores, capacitá-los, dar incentivos e
liderar com responsabilidade.
Conforme Robbins (2005), os programas de reconhecimentos de funcionários
são uma forma barata de incentivar o desempenho dos funcionários. Elas podem ter
diferentes formatos, como por exemplo, um simples “muito obrigado”, espontâneo, em
particular até programas mais formais. De acordo com o autor, conforme a teoria do
reforço, recompensar um comportamento com o reconhecimento , logo após a sua
ocorrência, é o mesmo que estimular a sua repetição. Para motivar o grupo pode-se
comemorar o sucesso em equipe.
3.5 LIDERANÇA E SUPERVISÃO
Para Mobley o princípio sobre a teoria do reforço – neste caso, elogio
alinhamento por parte do supervisor – constroem uma união positiva à fonte e a
situação. Treinar os supervisores no uso efetivo do elogio e reforço é uma exploração
válida, sob ambas as perspectivas de motivação para o trabalho e do turnover.
Sob outra perspectiva, Refkalefsky (2008) explora que o conhecimento das
necessidades do cliente pode ser ensinado, mas não a atitude ou a motivação. Estes
elementos são transmitidos por meio de palavras e observação do comportamento do
líder, pois fazem parte dos valores da empresa. Certamente, o que o líder de uma
empresa faz, serve de exemplo para os outros. Mais ainda, gera comportamentos iguais
por parte dos funcionários. Portanto, para o autor, algumas das características dos
líderes que servem, hoje, de base para o comportamento dos funcionários, são:
a) Autoconhecimento: conhecer e reconhecer suas emoções;
b) Autocontrole: redirecionar impulsos, pensar antes de agir, ser aberto ao
novo;
c) Motivação: perseguir metas, ser otimista, tomar iniciativas, vencer
obstáculos;
d) Empatia: aceitar as diferenças, entender o outro, construir e reter talentos;
e) Habilidade Social: propor mudanças, compartilhar, liderar equipes
sinérgicas.
3.6 DESENVOLVIMENTO & PLANEJAMENTO DE CARREIRA
Silva (2001) também relaciona o turnover à satisfação presente, expectativas
futuras e à avaliação de cargos e papéis dentro e fora da organização. Segundo ele, para
os empregados que valorizam a aquisição e/ou aperfeiçoamento de habilidades e o
desenvolvimento de sua capacidade, e que procuram melhorar seu desempenho no
cargo, um treinamento e um desenvolvimento com apoio da organização devem servir
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
14
para diminuir a mobilidade, através da aquisição e aperfeiçoamento de conhecimentos e
habilidades específicos à organização.
4.0 POSSÍVEIS CAUSAS E CORRELATOS DO TURNOVER
A tabela a seguir, TAB. 1, de Mobley, nos apresenta uma síntese interpretativa
das pesquisas com variáveis relacionadas ao turnover. Classificadas, segundo seu apoio,
para demonstrar as variais ligadas ao turnover. As categorias “consistente”, “moderado”
e “inconclusivo” baseiam-se na avaliação feita pelo autor tendo como base a
quantidade, a qualidade e a interpretabilidade das pesquisas publicas. Todas as variáveis
listadas na tabela têm uma relação potencial com o turnover.
TABELA 1
Fonte: MOBLEY, 1992, p.137.
Nessa tabela observamos o fator salário, como uma variável organizacional
consistente para determinar o turnover. Para esse fator, Chiavenato (2004, p. 58), trata
que esse é um dos problemas em que o executivo de RH se defronta, referindo-se
principalmente ao quadro da uma economia competitiva. Portanto, observa sobre até
quanto vale a pena, por exemplo, perder recursos e manter uma política salarial
relativamente conservadora e “econômica”. “Muitas vezes, na manutenção de uma
política salarial restritiva, o fluxo incessante de recursos humanos por meio de uma
turnover elevada pode sair mais caro”.
Encontramos, também, o fator satisfação para a variável individual que nos leva
a interpretação sobre a questão da motivação interna, onde Puri (2000), explica que o
problema da motivação é a competência fundamental da gestão empresarial humana.
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
15
Como reflexo no ambiente de trabalho, Silva (2001, p.6) vai além dizendo que
[...], “o turnover pode afetar negativamente as atitudes dos empregados que ficam [...].
Concluindo-se que possíveis quedas no nível de desempenho podem ser resultado da
existência do turnover, fazendo com que haja determinado comportamento como
influência aos que ficam.
4.1 MODELO CONCEITUAL DO TURNOVER
Sob a perspectiva de validar a presente pesquisa, se faz necessário demonstrar os
mais recentes modelos conceituais adequados do processo de Turnover para: (1)
interpretar as descobertas feitas pelas pesquisa; (2) sugerir novas rotas para o trabalho
de pesquisa; (3) chamar atenção para seus múltiplos determinantes; (4) e orientar os
administradores no diagnóstico e tratamento do fenômeno, (COSTA, 2006).
Revisões da literatura indicam para o problema da falta de bases conceituais do
Turnover como um processo psicológico. Vários autores esboçaram modelos de
Turnover (MARCH E SIMON, 1958; PRICE E MUELLER, 1986; MOBLEY, 1977).
Contudo, o modelo “expandido” de Mobley, Griffeth, Hand e Melgino (1979) é o mais
detalhado, porque incorpora elementos dos modelos anteriores e tenta captar a
complexidade geral do Turnover, tratando assim das variáveis organizacionais,
ambientais e individuais associadas ao fenômeno, (COSTA, 2006).
Para Costa (2006) esse modelo sugere a existência de quatro determinantes
básicos das intenções de sair e do subsequente Turnover: (1) satisfação-insatisfação no
cargo; (2) utilidade expectada de papéis profissionais internos (à organização)
alternativos; (3) utilidade expectada de papéis profissionais externos (à organização); e
(4) valores e contingências não ligados ao trabalho.
A FIG. 1 demonstra o modelo expandido do processo de Turnover.
(COSTA, CLÁUDIO; MORAES, LÚCIO; 2006; “Investigando as Intenções de
Turnover: O Caso dos Vendedores e Gerentes de Duas Redes de Lojas da Cidade de
Belo Horizonte”; Disponível em: http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/view/167/162>
Acessado em: 12 de julho de 2013).
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
16
Figura 1 – Modelo expandido do processo de Turnover
FONTE: MOBLEY, 1992, p. 54
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
17
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA
SERCOM
(Esse material servirá como auxílio na realização do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância, Pós-Graduação lato Sensu, Nível de
Especialização)
1. Idade
a. Menos de 20 anos
b. Entre 21 e 25 anos
c. Entre 26 e 30 anos
d. Entre 31 e 35 anos
e. Acima de 36 anos
2. Grau de Instrução
a. Primeiro Grau
b. Segundo Grau
c. Curso Técnico
d. Formação Superior Completa
e. Formação Superior Incompleta
3. Há quanto tempo está na empresa SERCOM
a. Menos de 1 ano
b. De 1 à 3 anos
c. De 3 à 5 anos
d. De 5 à 10 anos
e. Acima de 10 anos
4. Média de tempo nas empresas por onde passou
a. Menos de 1 ano
b. Entre 1 e 2 anos
c. Entre 3 e 4 anos
d. Entre 5 e 10 anos
e. Acima de 10 anos
5. Há quanto tempo trabalha com telemarketing
a. Menos de 1 ano
b. Entre 1 e 2 anos
c. Entre 3 e 4 anos
d. Entre 5 e 10 anos
e. Acima de 10 anos
6. Minha atual remuneração e benefícios atendem as minhas expectativas
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
18
7. Se trabalhava em outro setor, que não o de Call Center, porque mudou
a. Escala de 6 horas diárias
b. Consigo conciliar 2 empregos
c. Benefícios (premiação, outros)
d. Ambiente de trabalho
e. Não aplicável (sempre trabalhei com telemarketing)
8. Qual a razão de ter se desligado da última empresa ?
a. Foi demitido
b. Oportunidade de Melhor Salário e Benefícios
c. Problemas de Relacionamento com a Chefia
d. Adaptação com o Cargo (tipo de tarefas)
e. Fazer Carreira em Outra Empresa
9. Escolha somente 1 alternativa que considera mais relevante na hora da decisão
de trocar de empresa.
a. Um bom pacote de benefícios e salário são determinantes na hora de
trocar de empresa.
b. Oportunidades de crescimento na carreira
c. Ambiente de Trabalho está Insatisfatório (amigos e chefia)
d. Mudança de Tarefas
e. Reconhecimento através de recompensa financeira
10. Como era a rotatividade de funcionários no seu antigo ambiente de trabalho
a. Muito Alta
b. Alta
c. Baixa
d. Muito Baixa
e. Normal
11. A rotina diária me faz pensar em mudar de setor
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
e. Indiferente
12. O ambiente da SERCOM propcia o relacionamento com os colegas
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
e. Indiferente
13. Consigo ver perspectiva de carreira na empresa
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
14. Tenho total conhecimento de minhas metas e o que a empresa espera de mim
a. Concordo Totalmente
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
19
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
15. As metas estabelecidas são totalmente alcançaveis
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
16. Recebo feedback do meu chefe em datas pré-determinadas
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
17. Tenho total abertura para expressar opinião
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
18. A empresa fornece treinamento técnico e/ou específico
a. Concordo Totalmente
b. Concordo Parcialmente
c. Discordo
d. Discordo Totalmente
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
20
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABT, Associação Brasileira de Teleserviços ( Disponível em: http://www.abt.org.br/>
Acesso em 21 de março 2013.)
ACEVEDO, Claudia Rosa. NOHARA, Jouliana. Como fazer monografias. TCC –
Dissertações – Teses. 4ª Edição. Revisada e Atualizada. São Paulo: Atlas, 2013.
ASSIS, Marcelino Tadeu de. Indicadores de gestão de recursos humanos: usando
indicadores demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital humano. Rio
de Janeiro: Qualitymark, 2005.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, Edições 70, 1977.
BOHLANDER, George W., SNELL, Scott e SHERMAN, Arthur. Administração de
Recursos Humanos. Tradução: Maria Lucia G. Leite Rosa; Revisão técnica Flávio
Bressan. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
CALLCENTER.INF. Ranking das Maiores Empresas do Setor ( Disponível em:
http://portalcallcenter.consumidormoderno.uol.com.br/indicadores/outros- umeros/mau-
atendimento-afasta-consumidores > Acesso em 21 março 2013).
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos
nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: ed. Compacta, 7 ed. São Paulo: Atlas,
2002.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos na Empresa. São Paulo: Atlas, 1989.
COSTA, Cláudio; MORAES, Lúcio; 2006; “Investigando as Intenções de Turnover: O
Caso dos Vendedores e Gerentes de Duas Redes de Lojas da Cidade de Belo
Horizonte”; Disponível em: http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/view/167/162>
Acessado em: 12 de julho de 2013)
DAVIS, K., NEWSTROM, J.W., Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo:
Pioneira, 1992.
GIACOMET, MÔNIA; DENICOL, MARIA; MECCA, MARLEI; ECKERT, ALEX.
As Motivações e os Reflexos do Turnover em Termos Contábeis e Econômicos Numa
Entidade Sem fins Lucrativos do Município Gaúcho de Caxias do Sul, Caxias do Sul,
Julho 2011 (Disponível em:
http://www.unisc.br/portal/upload/com_arquivo/tc13_3279951870050.pdf> Acessado em 10
de Julho de 2013).
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MADRUGA, Roberto. Gestão Moderna de Call center e Telemarketing. São Paulo:
Atlas, 2006.
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
21
MAHFUZ, Juliana Ruschel. Turnover no Setor de Varejo e Revenda de Combustíveis:
O Caso da Alfa Combustíveis e Serviços Ltda. Porto Alegre, 2008. (Disponível em:
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18130/000686816.pdf?...1>
Acesso em: 22 Dezembro de 2013)
MAIA, Carmen Sylvia Barbosa. Supervisão em call center: o caminho para o sucesso.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007.
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3ª Ed.
Porto Alegre: Bookman, 2001.
MARCH, J.G.; SIMON, H.A. Organizations. Nova York: John Willey, 1958.
MATTAR, F.N. Pesquisa de marketing. 2. Ed. São paulo: Atlas, 1994. 2 v.
MAYO, Andrew. O Valor Humano da Empresa. Valorização das Pessoas como Ativo.
São Paulo: Prentice Hall, 2003.
MOBLEY, William H. Turnover: Causas, consequencias e controle. Porto Alegre:
Editora Ortiz, 1992.
MOBLEY, William H.; GRIFFETH, Rodger W.. HAND, Hebert H.; MEGLINO, Bruce
M. Review and Conceptual Analysis of the Employee Turnover Process. Psychological
Bulletin, 86, p. 493-522, 1979.
MORAES, R. Análise de Conteúdo: limites e possibilidades. In: ENGERS, M.E.A.
(Org). Paradigmas e metodologias de pesquisa em educação. Porto Alegre, EDIPUCRS,
1994.
PASTORE, José. As Causas da Rotatividade. Revista de Relações de Trabalho, São
Paulo, agosto 2001. Disponível em:
<http://www.josepastore.com.br/artigos/rt/rt_169.htm>. Acesso em: 22 Dezembro 2013.
PRICE, J. L.; MUELLER, C. W. Absenteeism and turnover among hospital employees.
Greenwich: JAI Press, 1986.
PESSOA, Walter. A coleta de dados na pesquisa empírica. Disponível em:
<http:www.cgnet.com. br/~walter/artigo.html>. Acesso em: 20 jul. 1999.
PROBST, Gilbert.; RAUB, Steffen.; ROMHARDT, Kai. Gestão do conhecimento: os
elementos construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman, 2002.
PURI, Subhash. Gestão da Estabilidade. A Arte de Manter e Criar Desafios para
Colaboradores. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.
REA, Louis M.; PARKER, Richard A. Metodologia de pesquisa: do planejamento à
execução. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
REFKALEFSKY, Eduardo et al. PDV + (Franqueados) 1. Ed. Rio de Janeiro: FGV/IDE
Cursos Comportativos, 2008.
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
22
ROESCH, S. M. A. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração. 2. ed. São
Paulo: Editora Atlas, 1999.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional: 11.ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2005.
SCOLARI, Carolina; COSTA, Silvia; MAZZILLI, Cláudio; Prazer e Sofrimento entre
os Trabalhadores de Call Center (Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/pusp/v20n4/v20n4a05.pdf> Acesso em 17 de Junho de 2013)
SILVA, A. M. (2004). A regulamentação das condições de trabalho no setor
teleatendimento no Brasil: necessidades e desafios. Dissertação de Mestrado, Faculdade
de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo horizonte.
SILVA, Glenio Luiz da Rosa e. Controle do turnover: Como prevenir e demitir com
responsabilidade. Rio de Janeiro: qualitymark Ed., 2001.
STEERS, R. M.; MOWDAY, R T. Employee turnover and post-decision
accommodation processes. In L.L Cummings & B.M. Staw (Eds) Research in
organizational behavior, vol. 3, 235-281. Greenwich, Conn: Jai Press, 1981.
VENTURA, Rodrigo. Mudanças no Perfil do Consumo no Brasil: Principais
Tendências nos Próximos 20 anos. Macroplan – Prospectiva, Estratégia e Gestão.
Agosto 2010. Disponível em: http://macroplan.com.br/documentos/artigomacroplan>
Acesso em: 20 de Março de 2013.
VERGARA, S. C. (2006). Métodos de pesquisa em Administração (2a ed.). São Paulo:
Atlas.
VILELA, L. V. O., & Assunção, A. A. (2004). Os mecanismos de controle da atividade
no setor de teleatendimento e as queixas de cansaço e esgotamento dos trabalhadores.
Cadernos de Saúde Pública, 20(4), 1069-1078.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto alegre: Bookman,
2005.
YIN, Robert K. Estudo de caso – planejamento e métodos. 2 ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
YIN, Robert K. Applications of case study research. Thousand Oaks, California: Sage,
Publications. 1993.
Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância
Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica
23

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Turnover em Empresas de Call Center

Apresentação da atps de recursos humanos
Apresentação da atps de recursos humanos   Apresentação da atps de recursos humanos
Apresentação da atps de recursos humanos Rodrigo Cisco
 
Apresentação da atps de recursos humanos paulo rogério de oliveira
Apresentação da atps de recursos humanos   paulo rogério de oliveiraApresentação da atps de recursos humanos   paulo rogério de oliveira
Apresentação da atps de recursos humanos paulo rogério de oliveiraCisco Kunsagi
 
CRM- conceitos e métodos de aplicação
CRM- conceitos e métodos de aplicaçãoCRM- conceitos e métodos de aplicação
CRM- conceitos e métodos de aplicaçãoFernando Palma
 
Consultoria trabalhista na administração de pessoal
Consultoria trabalhista na administração de pessoalConsultoria trabalhista na administração de pessoal
Consultoria trabalhista na administração de pessoalB&R Consultoria Empresarial
 
Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...
Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...
Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...Robson Fernando da Costa
 
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no BrasilGestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no BrasilFundação Dom Cabral - FDC
 
Rausp relação satisfação de funcionários e clientes
Rausp relação satisfação de funcionários e clientesRausp relação satisfação de funcionários e clientes
Rausp relação satisfação de funcionários e clientesPsicologia_2015
 
Rh x rotatividade
Rh x rotatividadeRh x rotatividade
Rh x rotatividadeCris Lino
 
Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...
Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...
Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...Nathalia Santos
 
Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...
Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...
Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...André R. Rivas
 
O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...
O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...
O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...Angelo Peres
 
Fevereiro 2008 O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs Consulex
Fevereiro 2008   O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs   ConsulexFevereiro 2008   O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs   Consulex
Fevereiro 2008 O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs ConsulexAngelo Peres
 
O Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e Seleção
O Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e SeleçãoO Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e Seleção
O Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e SeleçãoAngelo Peres
 

Semelhante a Turnover em Empresas de Call Center (20)

Apresentação da atps de recursos humanos
Apresentação da atps de recursos humanos   Apresentação da atps de recursos humanos
Apresentação da atps de recursos humanos
 
Apresentação da atps de recursos humanos paulo rogério de oliveira
Apresentação da atps de recursos humanos   paulo rogério de oliveiraApresentação da atps de recursos humanos   paulo rogério de oliveira
Apresentação da atps de recursos humanos paulo rogério de oliveira
 
Gestaocallcenter
GestaocallcenterGestaocallcenter
Gestaocallcenter
 
CRM- conceitos e métodos de aplicação
CRM- conceitos e métodos de aplicaçãoCRM- conceitos e métodos de aplicação
CRM- conceitos e métodos de aplicação
 
Consultoria trabalhista na administração de pessoal
Consultoria trabalhista na administração de pessoalConsultoria trabalhista na administração de pessoal
Consultoria trabalhista na administração de pessoal
 
Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...
Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...
Com foco na inovação disrupitiva como podemos diferenciar o gerente técnico x...
 
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no BrasilGestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
 
Rausp relação satisfação de funcionários e clientes
Rausp relação satisfação de funcionários e clientesRausp relação satisfação de funcionários e clientes
Rausp relação satisfação de funcionários e clientes
 
Rh x rotatividade
Rh x rotatividadeRh x rotatividade
Rh x rotatividade
 
Gestão de pessoas
Gestão de pessoasGestão de pessoas
Gestão de pessoas
 
Endomarketing
EndomarketingEndomarketing
Endomarketing
 
Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...
Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...
Cultura Organizacional, Estrutura Organizacional e Gestão de Pessoas como Bas...
 
Marketing interno
Marketing internoMarketing interno
Marketing interno
 
132 2004
132 2004132 2004
132 2004
 
As melhores empresas para trabalhar
As melhores empresas para trabalharAs melhores empresas para trabalhar
As melhores empresas para trabalhar
 
Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...
Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...
Fatores Críticos de Sucesso para implementação de soluções CRM diante dos nov...
 
Ativ. 01 carla
Ativ. 01 carlaAtiv. 01 carla
Ativ. 01 carla
 
O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...
O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...
O Século XXI , O Setor de Serviços e os Novos Processos de Recrutamento e Sel...
 
Fevereiro 2008 O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs Consulex
Fevereiro 2008   O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs   ConsulexFevereiro 2008   O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs   Consulex
Fevereiro 2008 O SéCulo 21 O Ss E Os Novos Processo De Rs Consulex
 
O Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e Seleção
O Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e SeleçãoO Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e Seleção
O Século XXI o Setor de Serviços e os Novos Processo de Recrutamento e Seleção
 

Mais de Educadora

Declaracao matricula usp_fea
Declaracao matricula usp_feaDeclaracao matricula usp_fea
Declaracao matricula usp_feaEducadora
 
Efeito borboleta
Efeito borboletaEfeito borboleta
Efeito borboletaEducadora
 
Certificado MBA e Historico Avaliacoes
Certificado MBA e Historico AvaliacoesCertificado MBA e Historico Avaliacoes
Certificado MBA e Historico AvaliacoesEducadora
 
Motivacao voluntarios
Motivacao voluntariosMotivacao voluntarios
Motivacao voluntariosEducadora
 
Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011
Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011
Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011Educadora
 
Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009
Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009
Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009Educadora
 
Gestao call center_tcc_fgv_2009
Gestao call center_tcc_fgv_2009Gestao call center_tcc_fgv_2009
Gestao call center_tcc_fgv_2009Educadora
 
Tecnicas teleatendimento profissional
Tecnicas teleatendimento profissionalTecnicas teleatendimento profissional
Tecnicas teleatendimento profissionalEducadora
 
2011 fev o_profissional_de_teleatendimento
2011 fev o_profissional_de_teleatendimento2011 fev o_profissional_de_teleatendimento
2011 fev o_profissional_de_teleatendimentoEducadora
 
Humanizacao Gestao Pessoas
Humanizacao Gestao PessoasHumanizacao Gestao Pessoas
Humanizacao Gestao PessoasEducadora
 
Qualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_Pessoa
Qualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_PessoaQualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_Pessoa
Qualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_PessoaEducadora
 

Mais de Educadora (11)

Declaracao matricula usp_fea
Declaracao matricula usp_feaDeclaracao matricula usp_fea
Declaracao matricula usp_fea
 
Efeito borboleta
Efeito borboletaEfeito borboleta
Efeito borboleta
 
Certificado MBA e Historico Avaliacoes
Certificado MBA e Historico AvaliacoesCertificado MBA e Historico Avaliacoes
Certificado MBA e Historico Avaliacoes
 
Motivacao voluntarios
Motivacao voluntariosMotivacao voluntarios
Motivacao voluntarios
 
Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011
Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011
Diretrizes para os_centros_de_servicos_2011
 
Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009
Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009
Gestao de Call Center_TCC_FGV_2009
 
Gestao call center_tcc_fgv_2009
Gestao call center_tcc_fgv_2009Gestao call center_tcc_fgv_2009
Gestao call center_tcc_fgv_2009
 
Tecnicas teleatendimento profissional
Tecnicas teleatendimento profissionalTecnicas teleatendimento profissional
Tecnicas teleatendimento profissional
 
2011 fev o_profissional_de_teleatendimento
2011 fev o_profissional_de_teleatendimento2011 fev o_profissional_de_teleatendimento
2011 fev o_profissional_de_teleatendimento
 
Humanizacao Gestao Pessoas
Humanizacao Gestao PessoasHumanizacao Gestao Pessoas
Humanizacao Gestao Pessoas
 
Qualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_Pessoa
Qualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_PessoaQualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_Pessoa
Qualidade Atendimento Telefonico_por_Marta_Pessoa
 

Turnover em Empresas de Call Center

  • 1. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 1 Turnover de Funcionários no Setor de Call Center Um Estudo de Caso na Empresa Sercom Por Marta Aparecida Pessoa Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Pós-Graduação lato Sensu, Nível de Especialização São Paulo, 21 de Março de 2013.
  • 2. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 2 Assim que você achar que sabe como são realmente as coisas, descubra outra maneira de olhar para elas. Prof. Keaton, do filme Sociedade dos Poetas Mortos 1. INTRODUÇÃO Diante de um cenário caracterizado por rápidas mudanças, principalmente nos campos sociais e econômicos, a gestão estratégica se tornou o alicerce para os fundamentos decisórios na busca pela sustentabilidade organizacional e, dentro desse aspecto, Chiavenato (2004) institui a importância da gestão de pessoas como parte essencial desse processo. Reforçando esse pensamento, Dutra (2002), afirma que a gestão de pessoas está tomando novas formas e que o desenvolvimento da organização está diretamente relacionado à sua capacidade em desenvolver pessoas. Ainda que a estrutura física e toda a infraestrutura da empresa sejam necessárias para a organização, é a GP que traz a luz da inovação e criatividade para a empresa (MILKOVICH: BOUDREAU, 2006). As pessoas planejam, produzem produtos e serviços, têm o controle de qualidade, vendem, alocam recursos financeiros e estabelecem objetivos e criam alternativas para sair de momentos difíceis. Sem as pessoas eficazes dificilmente uma organização atingirá seus objetivos. “ E criou Deus o homem à sua imagem...” (Gênesis 1: 27) O tema objeto do estudo trata de um dos assuntos mais polêmicos na gestão de talentos, pois engloba questões importantes para as empresas, na busca pela sustenção no mercado competitivo e pelo controle para se alcançar a saúde financeira: a Turnover de Funcionários, fato considerado por Chiavenato (1999) como a principal vantagem competitiva das empresas. Mais especificamente, o trabalho abordará sobre a Turnover de Funcionários e se desenvolve em um seguimento onde esse assunto se torna mais polêmico, o de Call Center. Para Bohlander, Snell e Sherman (2005), turnover se refere à taxa de saída de funcionários de uma organização, porquanto, considerando-se que as pessoas são o patrimônio intelectual das das mesmas, esta abordagem tem se mostrado essencial para a sobrevivência de qualquer empresa no mercado cada vez mais competitivo. Segundo Mobley (1992), a saída de um empregado da organização tem influências sobre a sua efetividade, podendo estas serem positivas ou negativas. Outrossim, Madruga (2006) afirma que ela é comumente mencionada como um dos fatores que colaboram para o insucesso das taxas de produtividade de funcionários. Trazendo em consideração o fato de que para esses autores a taxa de Turnover de Funcionários é um assunto de extrema importância na estratégia competitiva de
  • 3. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 3 mercado, tomemos como referência o setor de Call Center para qual este fator afeta diretamente nos negócios de forma extremente impactante. 1.2 INDÚSTRIA DE CONTACT CENTER Contact Centers ou Call Centers é o nome que se dá a uma estrutura organizacional que compreende postos de trabalho para o atendimento ao cliente por meio da utilização de um teminal de computador e de um aparelho telefônico. Cada posto é chamado de Posição de Atendimento (PA) (Vilela & Assunção, 2004, p.1069). Para Silva (2004), o surgimento dos call centers ocorreu “na esteira do verdadeiro dogma da procura da qualidade total” (Ibidem, p.11). A venda direta ao consumidor por meios telemáticos tornou-se o carro-chefe de grande número de empresas em todo o mundo e incorporou dezenas de milhares de trabalhadores nos últimos anos, em grandes estruturas de atendimento ao público baseadas no trabalho contínuo de teleatendentes em interface telefônico-informática (telemática). Tornou-se a principal forma de contato e negócios entre a grande maioria das empresas privadas e públicas e seus clientes e/ou usuários em ramos críticos da economia, como telefonia, serviços de utilidade pública, bancos, grandes indústrias, grandes comércios, entre outros. (SCORALI, Carolina; COSTA, Silvia; MAZZILLI, Cláudio, 2009) Tomemos o exemplo a demanda de esforço que é exigida para atingir um índice saudável de retenção de talentos, conforme Madruga (2006), em uma empresa como a Contax com 84.508 funcionários, destacada no ranking das maiores empresas do setor no Brasil no ano de 2012, conforme o site do seguimento CallCenter.inf. (Quadro 1). Por esse motivo, Madruga destaca que a questão sobre a turnover de pessoal no setor de call center tem-se mostrado uma “doença” e deve ser constantemente analisada, pois o índice de turnover de funcionários atinge diretamente nos custos de administração de recursos humanos, englobando custos com admissão, seleção, recrutamento e gastos com treinamento para o realinhamento do pessoal junto aos valores da empresa. Quadro 1 - Ranking por número de funcionários, Brasil Fonte: CallCenter.inf.br, 2012. (disponível em <http://www.callcenter.inf.br/estatisticas/48295/uma-tendencia-para-2013/ler.aspx http://www.abt.org.br/> Acesso em: 11 Abril 2013)
  • 4. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 4 Conhecido como taxa de turnover, trata sobre o índice de turnover de pessoal, calculado a partir do giro de entradas e saídas de funcionários demonstrado no Quadro 2. Chiavenato (1989) reforça que se a empresa tem um índice de turnover de pessoal de 3%, quer dizer que ela pode contar apenas com 97% de sua mão de obra. Para poder contar com 100% é necessária a provisão de um excedente de 3% de pessoal para compensar o fluxo. Quadro 2: (Assis, p.49). Tomando-se como exemplo 530 empregados no mês anterior, 5 admissões e 4 demissões no ês, obtêm-se o índice de: 1.3 POSICIONAMENTO NO MERCADO NACIONAL A relevância deste trabalho esta num mercado considerado como um seguimento de grandes oportunidades no Brasil, que cresce na casa de dois dígitos ao ano segundo a ABT – Associação Brasileira de Telesserviços, e leva o país a obter uma posição de ponta no cenário internacional, tanto em termos de quantidade de posições de atendimento como em termos de qualidade das operações. Madruga (2006) ressalta que este crescimento acontece no mundo inteiro e é decorrente de diversos fatores econômicos, sociais, culturais e políticos, que favorecem as interações à distância, seja através da internet ou do próprio telefone. Madruga complementa dizendo que o índice de violência e o crescimento do congestionamento de veículos, também têm sua influência no aumento vertiginoso do número de posições de atendimento dos serviços oferecidos pelos call centers, já que as pessoas passaram a consumir produtos ou serviços cada vez mais de suas residências ou escritórios, visão esta confirmada por estudo realizado por Rodrigo Ventura (2010) sobre o aumento da demanda por produtos e serviços de elevada praticidade e que contribuam para a otimização do tempo. 1.4 IMPACTO FINANCEIRO DO TURNOVER Os custos com a turnover são divididos em três grupos: a) Primários: são os custos com recrutamento e seleção de pessoas, registro e documentação, integração,
  • 5. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 5 desligamento. Os custos primários podem ser calculados. b) Secundários: são os relacionados ao reflexo na produção, reflexo na atitude extralaboral, extraoperacional. Estes custos são intangíveis, de características qualitativas, é mais difícil de avaliar numericamente. c) Terciários: reflete em perdas no negócio, envolve a imagem do produto ou serviços prestados por funcionários despreparados. Estes custos são estimáveis relacionados ao efeito da turnover, e o reflexo é conhecido a médio e longo prazo. (CHIAVENATO, 2004). 1.5 GESTÃO DO TURNOVER - ESTRATÉGIA COMPETITIVA PARA O SETOR Considerando-se a relevância da gestão do índice de Turnover de Funcionários como estratégia competitiva de mercado no momento contemporâneo e o atual número de funcionários empregados nas empresas do seguimento de Call Center; deu-se início ao desenvolvimento deste estudo de caso na empresa de Call Center, SERCOM, localizada na cidade de Taboão da Serra, SP, atribuindo-se ao longo deste trabalho: observar, diagnosticar, analisar modelos apliados no mercado e finalmente atribuir uma proposta de melhoria do quadro encontrado, a qual será fundamentada em trabalhos científicos existentes. Portanto, tem-se como questão-problema a seguinte pergunta: quais fatores geram a turnover de funcionários na empresa SERCOM ? É necessário que as empresas se antecipem à turnover e identifiquem os motivos que levam os profissionais a trocar de emprego, levando-se em consideração não somente o bem-estar do ambiente de trabalho, que é afetado pela quebra constante de laços de amizade, mas também pela questão dos custos gerados com reposição e treinamento. (BOHLANDER; SNELL;SHERMANN, 2005) Para atender ao eixo da pesquisa, tem-se como objetivo geral identificar e analisar os fatores que geram a turnover de funcionários na empresa SERCOM, porquanto, para se atingir tal objetivo, têm-se como objetivos específicos: 1. Verificar o índice de turnover da empresa; 2. Caracterizar o perfil dos funcionários; 3. Identificar os fatores responsáveis pela turnover dos funcionários; e 4. Propor ações de melhoria para dirimir a turnover na empresa, com base em trabalhos científicos (artigos, teses e dissertações). A justificativa que alicerça este trabalho considera dois fatores que se tornam referenciais, como a gestão da Turnover de Funcionários, pela sua relevância na estratégia competitiva de mercado no momento contemporâneo, e a escolha do seguimento de Call Center pelo atual número de funcionários empregados pelo setor (Quadro 1, pág. 3). Dois autores inicialmente fundamentam este estudo como Mobley (1992) que afirma que o processo de turnover deve ser gerenciado, pois sua importância é relevante para o planejamento estratégico das empresas, e Chiavenato (1989) que ressalta que um dos problemas que atualmente vêm preocupando os executivos da área de recursos
  • 6. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 6 humanos das organizações é exatamente a intensificação das saídas ou perdas de recursos humanos, provocando a necessidade de compensá-las através da intensificação das entradas. O caso a ser estudado será o da empresa SERCOM Contact Center para o qual será atribuído conceitos de: observação, diagnóstico, relacionamento com os modelos apliados no mercado e finalmente atribuição de proposta de melhoria do quadro encontrado, a qual será fundamentada em trabalhos científicos levantados. Os relatos aqui nos fornecem uma visão sobre um setor de oportunidades para o qual pode-se relacionar que há uma forte necessidade de mão de obra, assunto que se tornou uma preocupação, considerando-se modelos de atuação focados em uma gestão moderna e inovadora, cada vez mais voltados para obtenção de vantagens competitivas, essenciais para o alcance de posições de liderança e do pleno atingimento dos resultados, confirmado por Probst, 2002, que trata do assunto ao fato de que o funcionário é um portador de conhecimentos estratégicos para a organização. Quanto ao aspecto financeiro, vemos que Chiavenato, 2002, relaciona a Turnover de Funcionários aos seus inúmeros e complexos aspectos negativos, quando acelerada, torna-se um fator de perturbação, principalmente, quando forçada pela empresa no sentido de obtenção de falsas vantagens em curto prazo. O certo é que a médio ou longo prazo a turnover provoca enormes prejuízos pela intensificação das saídas ou perdas de recursos humanos, demandando, também, a médio ou longo prazo, a necessidade de compensá-las através de entradas. Afirmando-se quanto a justificativa pela escolha do seguimento de Call Center, cabe a observação de Ventura, 2010, em seu trabalho intitulado de “Mudanças no Perfil do Consumo no Brasil: Principais Tendências nos Próximos 20 Anos” que trata da perspectiva de que, nos próximos 20 anos as empresas irão se defrontar com mudanças no perfil de consumo de seus clientes, dando como exemplo o consumo online (Disponível em: http://macroplan.com.br/documentos/artigomacroplan> Acesso em: 20 de Março de 2013). O setor de call center é uma área intrigante que engloba aspectos subjetivos e objetivos, congregando assuntos diferentes, mas complementares como seres humanos, processos e máquinas. A relevância desta observação é que clientes interromperam suas relações com uma empresa em função da qualidade do serviço recebido. Uma pesquisa realizada pela Kronos Inc. e publicada pelo site PortalCallCenter, (Disponível em: http://portalcallcenter.consumidormoderno.uol.com.br/indicadores/outros-numeros/mau- atendimento-afasta-consumidores>Acesso em 21 março 2013) observando que 82% dos consumidores interrompem suas relações comerciais com uma empresa em função da qualidade do serviço recebido e 60% acreditam que as companhias não focam de maneira suficiente para fornecer aos clientes um bom atendimento. 2. METODOLOGIA DA PESQUISA Nesta etapa descreveremos os métodos a serem empregados na realização do trabalho de conclusão de curso intitulado de “Turnover de Funcionários no Setor de Call Center, Um Estudo de Caso na Empresa Sercom” totalmente enquadrado à abordagem
  • 7. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 7 metodológica de pesquisa de “Estudo de Caso”. Ao estudo empregar-se-á a abordagem de investigação qualitativa através de entrevistas semi-estruturadas que serão aplicadas a informantes chaves da empresa objeto do estudo SERCOM. (ACEVEDO, CLAUDIA; NOHARA, JOULIANA; 2013). Para Macedo (2005), a pesquisa qualitativa não tem o objetivo de quantificar, mas sim de conhecer, de forma mais profunda, determinado grupo de pesquisa. Essa foi uma pesquisa do tipo descritiva. Segundo Gil (1999), são incluídas no grupo das pesquisas descritivas aquelas que têm por objetivo levantar as opiniões, as atitudes e as crenças de uma população. Quanto aos meios de investigação, este trabalho foi um estudo de caso. 2.1 CARACTERÍSTICA DA PESQUISA. Como pesquisa descritiva o investigador tentará observar e descrever aspectos como: (a) as características de um grupo; (b) estimar a proporção dos elementos de determinada população que apresente características ou comportamentos de interesse e (c) descobrir ou compreender as relações entre os envolvidos no fenômeno; não objetivando explicar o fenômeno investigado, portanto somente descrevê-lo. (ACEVEDO, CLAUDIA; NOHARA, JOULIANA; 2013) 2.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA. Enquadrado como Estudo de Caso, o presente trabalho caracteriza-se pela análise em profundidade do objeto do estudo e seus grupos, empregando-se técnicas de coletas de dados e as abordagens de análise dos dados, preocupando-se com questões do tipo como e por que, focalizando acontecimentos comtemporâneos sem um controle sobre eventos comportamentais, ou seja, não se manipulará as variáveis independentes. Esse Estudo de Caso investigará o assunto proposto seguindo-se um conjunto de procedimentos predeterminados. (ACEVEDO, CLAUDIA; NOHARA, JOULIANA; 2013). Outrossim, o Estudo de Caso, segundo Yin, 2005, é uma forma distinta de investigação, empírica e pode ter tanto um caráter exploratório, quanto descritivo. 2.3 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO. Após o questionário ter sido totalmente respondido, as respostas serão somadas para criar um resultado por grupo de itens que tentarão trazer a luz as motivações, atitudes, crenças e sentimentos sobre o fenômeno da turnover, observando-se que os pontos da discussão serão preestabelecidos e mantidos em sigilo no sentido de preservar a relação dos entrevistados com a empresa SERCOM. Portanto, tratando-se de cunho qualitativo, não se dispõe de um modelo teórico de análise, pois possivelmente haverá uma tendência para o “vai e vem” entre observação, reflexão e interpretação, a medida que a análise progridir, o que fará com que a ordenação lógica do trabalho progrida, retratando a redação do relatório. (Gil, Antonio Carlos, pág. 90).
  • 8. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 8 2.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA Ao estudo aplicar-se-á o método de Amostragem Não Probabilística que se respalda pela seleção dos elementos da população que irão compor a amostra, a qual dependerá, ao menos em parte, do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. (Mattar, F. p. 132). Ainda dentro do formato da amostragem não probabilística enquadra-se ao “Método por Julgamento” uma vez que caberá ao pesquisador o julgamento sobre a seleção dos membros da população a serem consideradas como boas fontes de informação para a pesquisa. (Parker, 1997) As coletas de dados serão aplicadas através de “informantes-chaves”, portanto serão indivíduos cujos conhecimentos, dentro de contextos específicos, serão capazes de trazer informações altamente ricas, porquanto importantes para avaliação do problema da pesquisa (JOHNSON, 2007). 2.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Metodologia de coleta de dados através da abordagem por questionários que serão formuladas a partir da leitura do referencial teórico e do objetivo do trabalho, o qual consiste em avaliar quais fatores geram a turnover da empresa SERCOM. 2.5 VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO MÉTODO. Para Yin (1993) esse consiste em um método adequado para responder à questões “como” e “porque”, portanto explicativas, e envolvem as relações operacionais que ocorrem ao longo do tempo. O Estudo de Caso, como estratégia de pesquisa, compreende de um método que abrange tudo - com a lógica de planejamento incorporando abordagens específicas à coleta e análise de dados. Segundo Yin (2001), o estudo de caso não é uma tática para a coleta de dados, nem meramente uma característica do planejamento em si, mas uma estratégia de pesquisa abrangente. Para Gil (1999), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado. 2.6 PERÍODO E LOCAL DA COLETA DE DADOS A pesquisa compreenderá de questionários direcionados aos funcionários ainda vinculados à empresa SERCOM, entre o período de Novembro de 2013 e Fevereiro de 2014 e aplicados nos seus escritórios da sede da Avenida Faria Lima, 1485, São Paulo, SP. Como se tratam de Operadores de Telemarketing, os mesmos não poderão ser abordados em seus locais de trabalho, para tanto, um horário específico será pré determinado e será utilizada uma sala de reuniões com portas fechadas para favorecer um ambiente de tranquilidade para os entrevistados. Segundo Young e Lundberg (apud Pessoa, 1998) especificaram uma série de recomendações úteis à construção de um questionário. Entre elas destacam-se:
  • 9. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 9 • O questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma ordem lógica na elaboração das perguntas; • A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta; • Cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo informante; • O questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com honestidade. 2.6 ANÁLISE DOS DADOS. O tema objeto do estudo trata da Turnover de Funcionários no seguimento de Call Center sobre o qual Madruga (2006) afirma que é comumente mencionada como um dos fatores que colaboram para o insucesso das taxas de produtividade de funcionários. Madruga ainda destaca que a questão sobre a turnover de pessoal no setor de call center tem-se mostrado uma “doença” e deve ser constantemente analisada, pois o índice de turnover de funcionários atinge diretamente nos custos de administração de recursos humanos, englobando custos com admissão, seleção, recrutamento e gastos com treinamento para o realinhamento do pessoal junto aos valores da empresa. Como pesquisa descritiva o investigador tentará observar e descrever aspectos como: (a) as características de um grupo; (b) estimar a proporção dos elementos de determinada população que apresente características ou comportamentos de interesse e (c) descobrir ou compreender as relações entre os envolvidos no fenômeno; não objetivando explicar o fenômeno investigado, portanto somente descrevê-lo. (ACEVEDO, CLAUDIA; NOHARA, JOULIANA; 2013). O método de análise dos dados qualitativos serão o de análise de conteúdo. Moraes (1999) ressalta que a análise de conteúdo é uma metodologia de pesquisa utilizada para descrever e interpretar o conteúdo de toda a classe de documentos e textos. Essa análise ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados em um nível além da leitura comum. Para Bardin (1977), a análise de conteúdo é um conjunto de instrumentos metodológicos em constante aperfeiçoamento e que se aplicam a discursos extremamente diversificados. Vergara (2006) ressalta que a análise de conteúdo é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar o que está sendo dito sobre determinado tema. Para Moraes (1999), a matéria-prima da análise de conteúdo pode ser qualquer material oriundo de comunicação verbal ou não-verbal, como cartazes, revistas, gravações, entrevistas, entre outros. No presente trabalho, as entrevistas serão gravadas e transcritas para servir de base a esse método. Segundo Gil (1991, p.56), o processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos: Classificação das respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos, através dos quais poderemos formatar quadros, figurar gráficos para a melhor
  • 10. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 10 compreensão do leitor. Além disso, segundo Roesch (1999), o tratamento e análise de dados são formas para se avaliar os dados, se estão são confiáveis. O presente estudo tentará observar comportamentos, porquanto se baseará em orientações como de Selltiz, Wrightsman e Cook (1987, p.25) que apresentam um exemplo bastante interessante para este ítem: “Se na sua pesquisa há crianças que batem em um João Bobo você deveria dizer-nos quantas vezes elas batem ou a porcentagem de crianças que o fazem”. 2.8 INTEPRETAÇÃO DOS DADOS Com a finalidade de trazer luz aos dados obtidos serão empregadas: (a) tabelas em excel contendo as interrogativas empregadas no estudos; (b) gráficos para figurar as tendências dos resultados; (c) figuras ou fotos de casos relevantes e (d) resumo para situar o leitor. GIL, (1999, pg 134), a categorização dos dados possibilita sua descrição. Contudo, mesmo que a pesquisa seja de cunho descritivo, é necessário que o pesquisador ultrapasse a mera descrição, buscando acrescentar algo ao questionamento existente sobre o assunto. Para tanto, ele terá que fazer um esforço de abstração, ultrapassando os dados, tentando possíveis explicações, configurações e fluxos de causa e efeito. Conclui-se que o estudo de caso poderá ser reconhecido como válido quando se mostrar capaz de levantar novas questões ou hipóteses a serem consideradas em estudos futuros. 3. REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico utilizado para validar a pesquisa será MOBLEY (1992), por ter dado ênfase à perspectiva gerencial do turnover em sua obra, e que, além disso, é uma compilação da opinião de diversos autores sobre o assunto. Como este trabalho destina-se a analisar a rotatividade de pesssoal no setor de call center, com suas causas, consequências e controle em uma organização específica, essa perspectiva é de suma importância. 3.1 GESTÃO DE PESSOAS E O TURNOVER Conforme Silva (2001), o turnover não é nada mais do que um sintoma, uma consequência. Seu controle requer uma política de recursos humanos existente na empresa e recomenda uma revisão nos estilos de liderança e as formas de organizar o trabalho, aspecto confirmado por Mayo (2003) tratando sobre alguns fatores que influenciam na motivação e no comprometimento, como a eficácia da liderança, o apoio prático, o grupo de trabalho, além de aprendizagem, recompensa e reconhecimento.
  • 11. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 11 Segundo Pontes (2001), a empresa deve analisar e controlar seu índice de turnover, evitando custos desnecessários e desgaste dos empregados com a movimentação de funcionários na empresa, além do tempo empregado com recrutamento, seleção e treinamento de funcionários. O índice é apurado através de percentuais e geralmente é calculado mensalmente. Assim é possível avaliar a situação da empresa em tempo real, lembrando que um índice pequeno é sadio para a organização. O autor complementa dizendo que é importante que a empresa compare o seu índice de turnover com outras empresas do mesmo segmento, para melhor análise de seu tornover. Ao longo dessa pesquisa, observa-se afirmativas envolvendo a importância da adoção de políticas internas, determinantes na averiguação, controle e disposição de soluções para o problema do turnover nas organizações. Nessa ótica, está o departamento de recursos humanos que deve criar procedimentos que promovam, em todos os níveis da organização, o controle sobre a situação de fluxo de funcionários. Importante observar que. se a organização apresenta índices muito altos de turnover, ela pode estar explicitando algum problema interno que desequilibrará a sustentabilidade de suas operações e, fatalmente, ultrapassará as paredes da empresa afetando os negócios. Esse trabalho não se voltará aos processos de turnover por afastamento de empregados não qualificados, política de inserção de novos talentos para atender estratégia de inovação, redução de custos ou solução de conflitos, mas se apropriará de fatores que possam abalar o planejamento estratégico e equilíbrio financeiro da organização. Além de uma política definida para averiguação e controle, acredita-se que a efetividade do processo de recrutamento e seleção está relacionada, de certa forma, com o turnover, pois, segundo Refkalefsky et al. (2008), gerenciar os empregados de um posto é estratégico e fundamental para a empresa. Para ele, o processo de seleção e o perfil do profissional contratado devem ser condizentes com a capacidade empreendedora do proprietário ou gestor. Instituído ao processo de gestão de pessoas de nosso tempo, as áreas que podem assumir o controle do turnover são: recrutamento, seleção e socialização inicial; conteúdo do cargo ou tarefas desenvolvidas; remuneração e benefícios; liderança e supervisão e desenvolvimento & planejamento de carreira. 3.2 RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E SOCIALIZAÇÃO INICIAL Mahfuz (2008) trata que os processos pelos quais os indivíduos escolhem empregos, e são escolhidos, oferecem uma gama de importantes oportunidades no gerenciamento mais efetivos do turnover. O processo de entrada em uma organização constitui uma compatibilização entre esta e o indivíduo. Essa compatibilização baseia-se em: atitudes e habilidades em relação aos requisitos do cargo; valores, preferências e expectativas individuais em relação às normas, políticas, práticas, condições e compensações organizacionais. Além de uma boa seleção, a ambientação e a assimilação dos novos empregados também é de grande importância. Para conservar os bons empregados, eles devem ser socialmente integrados na empresa. O desejo de aceitação social na equipe de trabalho é tão forte que o novato que não consegue obtê-la provavelmente desistirá do emprego
  • 12. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 12 (REFKALEFSKY, 2008). Explica Pastore (2001) que o treinamento é usado para adaptar os trabalhadores às empresas. 3.3 CONTEÚDO DO CARGO OU TAREFAS DESENVOLVIDAS Mobley (1992) sugere que as percepções e avaliação do empregado a respeito do conteúdo do cargo são um dos mais consistentes correlatos do turnover. Na medida em que os empregados valorizam tarefas com significado, identidade, relevância, feedback e variações, desenhar cargos com essas qualidades pode aumentar a satisfação com o conteúdo do cargo e diminuir o turnover. Em contrapartida, a partir do momento em que: não há metas claras; o feedback é indireto ou protelado; a diversificação diminui com uma alta especialização ou rotinização; e a capacidade de contabilizar e o autocontrole são minimizados, muitos cargos tornam-se entediantes ou frustrantes para os indivíduos que buscam significado e identidade em suas tarefas. 3.4 REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS Sabemos que a remuneração não é a única recompensa importante, mas ela é a mais tangível e pode ser contralada pela organização, sendo, portanto, um forte indicador. Mobley afirma que, um pacote competitivo de benefícios adicionais ou marginais pode contribuir para a atração e retenção de empregados. Complementa dizendo que, a satisfação constitui uma avaliação altamente individualizada, que depende das diferenças individuais quanto a valores. A diversidade cada vez maior de valores profissionais é uma característica da força de trabalho a ser reconhecida e encarada pelos administradores. Uma maior atenção dada aos benefícios que a empresa oferece, aumentaria a satisfação de seus empregados e ajudaria no gerencimento e controle do turnover, MAHFUZ (2008). É notório afirmar que as pessoas acreditam no dinheiro como principal motivador, mas, conforme Robbins (2005), os cientistas que estudam o comportamento costumam minimizar o papel do dinheiro como agente motivador. Eles preferem enfatizar a importância dos desafios profissionais, das metas do processo participativo nas tomadas de decisões, do feedback, das equipes coesas de trabalho de outros fatores não monetários. Mas, segundo o autor, o dinheiro é importante, mesmo as pessoas gostando do seu trabalho, pois, sem receber, quase ninguém trabalharia. Como sugere a teoria da equidade, o dinheiro não possui somente o valor de poder aquisitivo, mas também possui um valor simbólico, como por exemplo, dois executivos de uma mesma empresa: um ganha 80.000,00 dólares no ano, o outro 95.000,00 dólares no ano, esta diferença de 15.000,00 dólares está relacionada não só a valores, mas a mensagem que a empresa transmite, que é a contribuição que cada funcionário deu à empresa. É a teoria do esforço. Se a remuneração está vinculada ao desempenho, vai estimular o funcionário a despender um esforço maior. Quanto a teoria da expectativa, o dinheiro motiva quando, na visão do funcionário, o dinheiro satisfaz suas necessidades pessoais e é percebido como dependente de critérios de desempenho. (GIACOMET, MÔNIA; DENICOL, MARIA; MECCA, MARLEI; ECKERT, ALEX. “As Motivações e os Reflexos do Turnover em Termos Contábeis e Econômicos Numa Entidade Sem fins Lucrativos do Município Gaúcho de Caxias do Sul, Caxias do Sul” Julho 2011;
  • 13. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 13 disponível em: http://www.unisc.br/portal/upload/com_arquivo/tc13_3279951870050.pdf> Acessado em 10 de Julho de 2013). Conforme Robbins (2005), os benefícios acrescentam em 40% o custo da folha de pagamento de uma empresa. Benefícios são uma forma indireta de remuneração que contribui para a retenção de talentos. Segundo o autor os benefícios oferecem uma forma de negociação dos empregadores, quando os grandes aumentos de salários são inviáveis. Os funcionários motivados tornam bom o clima do ambiente de trabalho. Para a empresa manter e reter seus talentos, além dos fatores acima, ela precisa trabalhar o desenvolvimento psicológico de seus colaboradores, capacitá-los, dar incentivos e liderar com responsabilidade. Conforme Robbins (2005), os programas de reconhecimentos de funcionários são uma forma barata de incentivar o desempenho dos funcionários. Elas podem ter diferentes formatos, como por exemplo, um simples “muito obrigado”, espontâneo, em particular até programas mais formais. De acordo com o autor, conforme a teoria do reforço, recompensar um comportamento com o reconhecimento , logo após a sua ocorrência, é o mesmo que estimular a sua repetição. Para motivar o grupo pode-se comemorar o sucesso em equipe. 3.5 LIDERANÇA E SUPERVISÃO Para Mobley o princípio sobre a teoria do reforço – neste caso, elogio alinhamento por parte do supervisor – constroem uma união positiva à fonte e a situação. Treinar os supervisores no uso efetivo do elogio e reforço é uma exploração válida, sob ambas as perspectivas de motivação para o trabalho e do turnover. Sob outra perspectiva, Refkalefsky (2008) explora que o conhecimento das necessidades do cliente pode ser ensinado, mas não a atitude ou a motivação. Estes elementos são transmitidos por meio de palavras e observação do comportamento do líder, pois fazem parte dos valores da empresa. Certamente, o que o líder de uma empresa faz, serve de exemplo para os outros. Mais ainda, gera comportamentos iguais por parte dos funcionários. Portanto, para o autor, algumas das características dos líderes que servem, hoje, de base para o comportamento dos funcionários, são: a) Autoconhecimento: conhecer e reconhecer suas emoções; b) Autocontrole: redirecionar impulsos, pensar antes de agir, ser aberto ao novo; c) Motivação: perseguir metas, ser otimista, tomar iniciativas, vencer obstáculos; d) Empatia: aceitar as diferenças, entender o outro, construir e reter talentos; e) Habilidade Social: propor mudanças, compartilhar, liderar equipes sinérgicas. 3.6 DESENVOLVIMENTO & PLANEJAMENTO DE CARREIRA Silva (2001) também relaciona o turnover à satisfação presente, expectativas futuras e à avaliação de cargos e papéis dentro e fora da organização. Segundo ele, para os empregados que valorizam a aquisição e/ou aperfeiçoamento de habilidades e o desenvolvimento de sua capacidade, e que procuram melhorar seu desempenho no cargo, um treinamento e um desenvolvimento com apoio da organização devem servir
  • 14. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 14 para diminuir a mobilidade, através da aquisição e aperfeiçoamento de conhecimentos e habilidades específicos à organização. 4.0 POSSÍVEIS CAUSAS E CORRELATOS DO TURNOVER A tabela a seguir, TAB. 1, de Mobley, nos apresenta uma síntese interpretativa das pesquisas com variáveis relacionadas ao turnover. Classificadas, segundo seu apoio, para demonstrar as variais ligadas ao turnover. As categorias “consistente”, “moderado” e “inconclusivo” baseiam-se na avaliação feita pelo autor tendo como base a quantidade, a qualidade e a interpretabilidade das pesquisas publicas. Todas as variáveis listadas na tabela têm uma relação potencial com o turnover. TABELA 1 Fonte: MOBLEY, 1992, p.137. Nessa tabela observamos o fator salário, como uma variável organizacional consistente para determinar o turnover. Para esse fator, Chiavenato (2004, p. 58), trata que esse é um dos problemas em que o executivo de RH se defronta, referindo-se principalmente ao quadro da uma economia competitiva. Portanto, observa sobre até quanto vale a pena, por exemplo, perder recursos e manter uma política salarial relativamente conservadora e “econômica”. “Muitas vezes, na manutenção de uma política salarial restritiva, o fluxo incessante de recursos humanos por meio de uma turnover elevada pode sair mais caro”. Encontramos, também, o fator satisfação para a variável individual que nos leva a interpretação sobre a questão da motivação interna, onde Puri (2000), explica que o problema da motivação é a competência fundamental da gestão empresarial humana.
  • 15. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 15 Como reflexo no ambiente de trabalho, Silva (2001, p.6) vai além dizendo que [...], “o turnover pode afetar negativamente as atitudes dos empregados que ficam [...]. Concluindo-se que possíveis quedas no nível de desempenho podem ser resultado da existência do turnover, fazendo com que haja determinado comportamento como influência aos que ficam. 4.1 MODELO CONCEITUAL DO TURNOVER Sob a perspectiva de validar a presente pesquisa, se faz necessário demonstrar os mais recentes modelos conceituais adequados do processo de Turnover para: (1) interpretar as descobertas feitas pelas pesquisa; (2) sugerir novas rotas para o trabalho de pesquisa; (3) chamar atenção para seus múltiplos determinantes; (4) e orientar os administradores no diagnóstico e tratamento do fenômeno, (COSTA, 2006). Revisões da literatura indicam para o problema da falta de bases conceituais do Turnover como um processo psicológico. Vários autores esboçaram modelos de Turnover (MARCH E SIMON, 1958; PRICE E MUELLER, 1986; MOBLEY, 1977). Contudo, o modelo “expandido” de Mobley, Griffeth, Hand e Melgino (1979) é o mais detalhado, porque incorpora elementos dos modelos anteriores e tenta captar a complexidade geral do Turnover, tratando assim das variáveis organizacionais, ambientais e individuais associadas ao fenômeno, (COSTA, 2006). Para Costa (2006) esse modelo sugere a existência de quatro determinantes básicos das intenções de sair e do subsequente Turnover: (1) satisfação-insatisfação no cargo; (2) utilidade expectada de papéis profissionais internos (à organização) alternativos; (3) utilidade expectada de papéis profissionais externos (à organização); e (4) valores e contingências não ligados ao trabalho. A FIG. 1 demonstra o modelo expandido do processo de Turnover. (COSTA, CLÁUDIO; MORAES, LÚCIO; 2006; “Investigando as Intenções de Turnover: O Caso dos Vendedores e Gerentes de Duas Redes de Lojas da Cidade de Belo Horizonte”; Disponível em: http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/view/167/162> Acessado em: 12 de julho de 2013).
  • 16. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 16 Figura 1 – Modelo expandido do processo de Turnover FONTE: MOBLEY, 1992, p. 54
  • 17. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 17 ANEXO 1 QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA SERCOM (Esse material servirá como auxílio na realização do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância, Pós-Graduação lato Sensu, Nível de Especialização) 1. Idade a. Menos de 20 anos b. Entre 21 e 25 anos c. Entre 26 e 30 anos d. Entre 31 e 35 anos e. Acima de 36 anos 2. Grau de Instrução a. Primeiro Grau b. Segundo Grau c. Curso Técnico d. Formação Superior Completa e. Formação Superior Incompleta 3. Há quanto tempo está na empresa SERCOM a. Menos de 1 ano b. De 1 à 3 anos c. De 3 à 5 anos d. De 5 à 10 anos e. Acima de 10 anos 4. Média de tempo nas empresas por onde passou a. Menos de 1 ano b. Entre 1 e 2 anos c. Entre 3 e 4 anos d. Entre 5 e 10 anos e. Acima de 10 anos 5. Há quanto tempo trabalha com telemarketing a. Menos de 1 ano b. Entre 1 e 2 anos c. Entre 3 e 4 anos d. Entre 5 e 10 anos e. Acima de 10 anos 6. Minha atual remuneração e benefícios atendem as minhas expectativas a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente
  • 18. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 18 7. Se trabalhava em outro setor, que não o de Call Center, porque mudou a. Escala de 6 horas diárias b. Consigo conciliar 2 empregos c. Benefícios (premiação, outros) d. Ambiente de trabalho e. Não aplicável (sempre trabalhei com telemarketing) 8. Qual a razão de ter se desligado da última empresa ? a. Foi demitido b. Oportunidade de Melhor Salário e Benefícios c. Problemas de Relacionamento com a Chefia d. Adaptação com o Cargo (tipo de tarefas) e. Fazer Carreira em Outra Empresa 9. Escolha somente 1 alternativa que considera mais relevante na hora da decisão de trocar de empresa. a. Um bom pacote de benefícios e salário são determinantes na hora de trocar de empresa. b. Oportunidades de crescimento na carreira c. Ambiente de Trabalho está Insatisfatório (amigos e chefia) d. Mudança de Tarefas e. Reconhecimento através de recompensa financeira 10. Como era a rotatividade de funcionários no seu antigo ambiente de trabalho a. Muito Alta b. Alta c. Baixa d. Muito Baixa e. Normal 11. A rotina diária me faz pensar em mudar de setor a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente e. Indiferente 12. O ambiente da SERCOM propcia o relacionamento com os colegas a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente e. Indiferente 13. Consigo ver perspectiva de carreira na empresa a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente 14. Tenho total conhecimento de minhas metas e o que a empresa espera de mim a. Concordo Totalmente
  • 19. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 19 b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente 15. As metas estabelecidas são totalmente alcançaveis a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente 16. Recebo feedback do meu chefe em datas pré-determinadas a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente 17. Tenho total abertura para expressar opinião a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente 18. A empresa fornece treinamento técnico e/ou específico a. Concordo Totalmente b. Concordo Parcialmente c. Discordo d. Discordo Totalmente
  • 20. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 20 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABT, Associação Brasileira de Teleserviços ( Disponível em: http://www.abt.org.br/> Acesso em 21 de março 2013.) ACEVEDO, Claudia Rosa. NOHARA, Jouliana. Como fazer monografias. TCC – Dissertações – Teses. 4ª Edição. Revisada e Atualizada. São Paulo: Atlas, 2013. ASSIS, Marcelino Tadeu de. Indicadores de gestão de recursos humanos: usando indicadores demográficos, financeiros e de processos na gestão do capital humano. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, Edições 70, 1977. BOHLANDER, George W., SNELL, Scott e SHERMAN, Arthur. Administração de Recursos Humanos. Tradução: Maria Lucia G. Leite Rosa; Revisão técnica Flávio Bressan. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. CALLCENTER.INF. Ranking das Maiores Empresas do Setor ( Disponível em: http://portalcallcenter.consumidormoderno.uol.com.br/indicadores/outros- umeros/mau- atendimento-afasta-consumidores > Acesso em 21 março 2013). CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: ed. Compacta, 7 ed. São Paulo: Atlas, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos na Empresa. São Paulo: Atlas, 1989. COSTA, Cláudio; MORAES, Lúcio; 2006; “Investigando as Intenções de Turnover: O Caso dos Vendedores e Gerentes de Duas Redes de Lojas da Cidade de Belo Horizonte”; Disponível em: http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/view/167/162> Acessado em: 12 de julho de 2013) DAVIS, K., NEWSTROM, J.W., Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: Pioneira, 1992. GIACOMET, MÔNIA; DENICOL, MARIA; MECCA, MARLEI; ECKERT, ALEX. As Motivações e os Reflexos do Turnover em Termos Contábeis e Econômicos Numa Entidade Sem fins Lucrativos do Município Gaúcho de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Julho 2011 (Disponível em: http://www.unisc.br/portal/upload/com_arquivo/tc13_3279951870050.pdf> Acessado em 10 de Julho de 2013). GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. MADRUGA, Roberto. Gestão Moderna de Call center e Telemarketing. São Paulo: Atlas, 2006.
  • 21. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 21 MAHFUZ, Juliana Ruschel. Turnover no Setor de Varejo e Revenda de Combustíveis: O Caso da Alfa Combustíveis e Serviços Ltda. Porto Alegre, 2008. (Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18130/000686816.pdf?...1> Acesso em: 22 Dezembro de 2013) MAIA, Carmen Sylvia Barbosa. Supervisão em call center: o caminho para o sucesso. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARCH, J.G.; SIMON, H.A. Organizations. Nova York: John Willey, 1958. MATTAR, F.N. Pesquisa de marketing. 2. Ed. São paulo: Atlas, 1994. 2 v. MAYO, Andrew. O Valor Humano da Empresa. Valorização das Pessoas como Ativo. São Paulo: Prentice Hall, 2003. MOBLEY, William H. Turnover: Causas, consequencias e controle. Porto Alegre: Editora Ortiz, 1992. MOBLEY, William H.; GRIFFETH, Rodger W.. HAND, Hebert H.; MEGLINO, Bruce M. Review and Conceptual Analysis of the Employee Turnover Process. Psychological Bulletin, 86, p. 493-522, 1979. MORAES, R. Análise de Conteúdo: limites e possibilidades. In: ENGERS, M.E.A. (Org). Paradigmas e metodologias de pesquisa em educação. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1994. PASTORE, José. As Causas da Rotatividade. Revista de Relações de Trabalho, São Paulo, agosto 2001. Disponível em: <http://www.josepastore.com.br/artigos/rt/rt_169.htm>. Acesso em: 22 Dezembro 2013. PRICE, J. L.; MUELLER, C. W. Absenteeism and turnover among hospital employees. Greenwich: JAI Press, 1986. PESSOA, Walter. A coleta de dados na pesquisa empírica. Disponível em: <http:www.cgnet.com. br/~walter/artigo.html>. Acesso em: 20 jul. 1999. PROBST, Gilbert.; RAUB, Steffen.; ROMHARDT, Kai. Gestão do conhecimento: os elementos construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman, 2002. PURI, Subhash. Gestão da Estabilidade. A Arte de Manter e Criar Desafios para Colaboradores. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000. REA, Louis M.; PARKER, Richard A. Metodologia de pesquisa: do planejamento à execução. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. REFKALEFSKY, Eduardo et al. PDV + (Franqueados) 1. Ed. Rio de Janeiro: FGV/IDE Cursos Comportativos, 2008.
  • 22. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 22 ROESCH, S. M. A. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas, 1999. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional: 11.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SCOLARI, Carolina; COSTA, Silvia; MAZZILLI, Cláudio; Prazer e Sofrimento entre os Trabalhadores de Call Center (Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusp/v20n4/v20n4a05.pdf> Acesso em 17 de Junho de 2013) SILVA, A. M. (2004). A regulamentação das condições de trabalho no setor teleatendimento no Brasil: necessidades e desafios. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo horizonte. SILVA, Glenio Luiz da Rosa e. Controle do turnover: Como prevenir e demitir com responsabilidade. Rio de Janeiro: qualitymark Ed., 2001. STEERS, R. M.; MOWDAY, R T. Employee turnover and post-decision accommodation processes. In L.L Cummings & B.M. Staw (Eds) Research in organizational behavior, vol. 3, 235-281. Greenwich, Conn: Jai Press, 1981. VENTURA, Rodrigo. Mudanças no Perfil do Consumo no Brasil: Principais Tendências nos Próximos 20 anos. Macroplan – Prospectiva, Estratégia e Gestão. Agosto 2010. Disponível em: http://macroplan.com.br/documentos/artigomacroplan> Acesso em: 20 de Março de 2013. VERGARA, S. C. (2006). Métodos de pesquisa em Administração (2a ed.). São Paulo: Atlas. VILELA, L. V. O., & Assunção, A. A. (2004). Os mecanismos de controle da atividade no setor de teleatendimento e as queixas de cansaço e esgotamento dos trabalhadores. Cadernos de Saúde Pública, 20(4), 1069-1078. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto alegre: Bookman, 2005. YIN, Robert K. Estudo de caso – planejamento e métodos. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. YIN, Robert K. Applications of case study research. Thousand Oaks, California: Sage, Publications. 1993.
  • 23. Programa MBA Gestão Estratégica USP à Distância Marta Aparecida Pessoa, MBA/USP Gestão Estratégica 23