2. ANTROPOLOGIA
Do grego: o estudo do homem
É o estudo holístico do ser humano: origens,
desenvolvimento, organizações sociais e
políticas, religiões, línguas, arte e artefatos.
“a mais científica das ciências humanas e a mais humana das ciências”
4. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Estuda a forma como as pessoas, em
diferentes culturas e grupos sociais ,
explicam as causas dos problemas de
saúde, os tipos de tratamentos nos
quais elas acreditam e recorrem
quando adoecem.
5. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Como as crenças e as práticas
relacionam-se com as alterações
biológicas, psicológicas e sociais no
organismo humano, tanto na saúde como
na doença.
6. ANTROPOLOGIA MÉDICA
A antropologia médica é o estudo
do sofrimento humano e das etapas
pelas quais as pessoas passam para
explicá-lo e aliviá-lo
7. O CONCEITO DE CULTURA
“ Aquele complexo integral que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes e quaisquer
outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
Tylor, 1871
Conjunto de orientações (explícitas e implícita)
8. O CONCEITO DE CULTURA
EdwardT Hall:“Em cada grupo humano há três níveis diferentes de cultura”
Nível terciário: cultura manifesta e explícita, visível ao estrangeiro
Ex: rituais sociais, trajes típicos, culinária, ocasiões festivas.....
Nível secundário: regras e presunções são conhecidas pelos membros do grupo, raramente compartilhada
com estrangeiros;
Nível primário: nível mais profundo da cultura, são conhecidos e obedecidos por todos mas raramente ou
nunca mencionadas (regras implícitas).
9. O CONCEITO DE CULTURA
Subculturas profissionais
Medicina
Enfermagem
Direito
Militares
ENCULTURAÇÃO → Cultura da carreira escolhida
10. O CONTEXTO DA CULTURA
A cultura em que você nasceu ou na qual você vive, nunca é a única influência sobre os comportamentos
relacionados à saúde
Fatores individuais: (como idade, gênero, tamanho, aparência, personalidade, inteligência,
experiência, estado físico e emocional);
Fatores educacionais: (tanto educação formal quanto informal, inclusive educação em uma
subcultura religiosa, étnica ou profissional)
Fatores socioeconômicos:(como pobreza, classe social, status econômico, ocupação ou
desemprego, discriminação ou racismo, bem como redes de suporte social de outras pessoas);
Fatores ambientais:(como clima, densidade populacional ou poluição do habitat, mas incluindo
também tipos de infra-estrutura disponível, como moradia, estradas, pontes, transporte público e serviços de
saúde).
CUIDADO com os maus usos do conceito cultura → podem ser perigosas: Preconceitos e Discriminação (Religião)
11. FATORES SOCIOECONÔMICOS: DESIGUALDADES EM SAÚDE
Fatores econômicos e a desigualdade
social são algumas das causas mais
importantes de má saúde.
Pobreza pode resultar em desnutrição, condições de vida em
aglomerações, roupas inadequadas, níveis ruins de educação,
casa ou trabalho situados em áreas com riscos ambientais
maiores (como nas proximidades de fábricas que produzem
resíduos tóxicos), bem como exposição à violência física e
psicológica, estresse psicológico e abuso de drogas e álcool.
12. FATORES SOCIOECONÔMICOS: DESIGUALDADES EM SAÚDE
A má saúde geralmente está associada a baixa renda e
pobreza, pois esta influencia o tipo de alimento, água,
roupas, saneamento, moradia e cuidados médicos
pelos quais as pessoas podem pagar.
Quanto menor o nível social
maiores os riscos de saúde.
13. FATORES SOCIOECONÔMICOS: DESIGUALDADES EM SAÚDE
Doenças não transmissíveis relacionadas à nutrição são mais prevalentes no mundo em desenvolvimento e
mais pobres
Obesidade
Diabetes
Distúrbios cardiovasculares
Status econômico maior
14. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Ramo da antropologia social e cultural
“Disciplina biocultural, voltada para aspectos biológicos como para aspectos
socioculturais do comportamento humano e como os dois se interagiram ao longo
da história humana para influenciar a saúde e a doença.”
Foster e Anderson
15. ANTROPOLOGIA MÉDICA
As crenças e práticas relativas aos problemas de saúde são uma característica central da cultura
Valores e costumes associados à má
saúde são parte da cultura mais
ampla
Não tem como compreender como as pessoas
reagem à dor e `a morte sem compreender o tipo
de cultura em que cresceram
Em algumas sociedades, todo o espectro desses infortúnios é
atribuído às forças sobrenaturais, à retribuição divina ou à
malevolência de um bruxo ou feiticeiro.
16. ANTROPOLOGIA MÉDICA
CicloVital Humano: do nascimento `a morte
Muitas etapas normais do ciclo da vida parece ter gradualmente se tornado “medicalizadas” e
transformadas em estado patológicos, em vez de naturais.
(puberdade, menstruação, gravidez, parto, menopausa e mesmo morte)
17. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Do crescimento e desenvolvimento humanos: infância e velhice
As definições de infância são sempre “construídas socialmente”
Podem variar entre os
diferente grupos humanos
Por exemplo, diferentes sociedades estabelecem diferentes idades a partir das quais as crianças podem ser
educadas, tomar parte em certos rituais religiosos, trabalhar fora de casa, ter relações sexuais, controlar
suas próprias finanças, tomar decisões independentes (sobre sua saúde, educação ou local de residência)
18. ANTROPOLOGIA MÉDICA
As crianças não são apenas receptores passivos do processo, elas desenvolvem suas próprias crenças
e linguagem, contribuem para o desenvolvimento de sua própria identidade.
Do crescimento e desenvolvimento humanos: infância e velhice
Exemplo:Trabalho infantil e o não acesso aos estudo – Prostituição Infantil
19. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Do crescimento e desenvolvimento humanos: infância e velhice
Gerontologia transcultural: estudo do
envelhecimento e das atitudes sociais
em relação a ele em diferentes
culturas. Sua importância é crescente,
pois o número de idosos no mundo
está aumentando rapidamente.
Nações Unidas: População com 60 anos ou mais irá
triplicar, de 606 milhões em 2000 para quase dois
bilhões em 2050.
20. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Do crescimento e desenvolvimento humanos: infância e velhice
A modernização econômica, a queda da taxa de
natalidade, a mudança dos papéis sexuais e a
mobilidade da população têm levado a ruptura da
estrutura familiar ampliada, com um número cada
vez maior de idosos responsáveis pela própria
subsistência.
Sugestão de Filme:
21. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Do crescimento e desenvolvimento humanos: infância e velhice
O envelhecimento biológico não é necessariamente igual ao
envelhecimento social ou mesmo ao envelhecimento psicológico
Uma idade cronológica definida como velhice
em uma cultura pode não ser considerada
assim em outra
“O eu sem
idade”
22. ANTROPOLOGIA MÉDICA
Do crescimento e desenvolvimento humanos: infância e velhice
Uma população em envelhecimento representa um desafio crescente ao
modelo médico
Mudança no paradigma médico
Do tratamento agudo ao tratamento a longo prazo
Holístico: Uma mudança de “curar” para “cuidar”.
23. ANTROPOLOGIA MÉDICA
A medicalização na velhice
As comunidades humanas sempre tentaram encontrar
modos de aumentar a expectativa de vida e evitar a morte
, incluindo o uso de dietas especiais, medicações, rezas,
rituais e várias formas do “elixir da juventude.”
24. ANTROPOLOGIA MÉDICA
A medicalização na velhice
O envelhecimento cada vez mais tem sido
visto como um tipo de doença crônica que
não pode ser “curada”, somente aliviada.
Biogerontologia
(prolongamento da vida)
Objetivo de derrotar o envelhecimento”
“movimento antienvelhecimento”
25. ANTROPOLOGIA MÉDICA CLINICAMENTE APLICADA
Alguns pesquisadores têm se concentrado em aspectos teóricos enquanto outros têm enfatizado
mais os seus aspectos aplicados em cuidados de saúde e medicina preventiva, com projetos dirigidos à
melhoria da saúde e dos cuidados de saúde.
Os antropólogos médicos têm se envolvido especialmente nas áreas de cuidados primários,
planejamento familiar, saúde materna e infantil, alimentação do lactente, nutrição, doença mental,
imunizações, controle do abuso de drogas e alcoolismo e prevenção de AIDS, malária e tuberculose.
26. ANTROPOLOGIA MÉDICA CLINICAMENTE APLICADA
A importância dos fatores culturais foi reconhecido oficialmente em 1996 pela OMS e UNESCO
O Ano da Cultura e da Saúde
Em sua declaração conjunta, os diretores gerais das duas organizações propuseram “Caminhos
subsequentes para a cooperação, de forma que a saúde e a cultura possam ser desenvolvidas de um
modo mutualmente sustentador, que beneficiará todas as pessoas em todos os países.”
27. COMPETÊNCIA CULTURAL
Aumento da diversidade cultural e étnica da população e da necessidade de melhorar a comunicação
com as minorias e os imigrantes, bem como de melhorar a qualidade dos cuidados médicos.
O profissional da saúde está preparado
É preciso capacidade para compreender e
responder efetivamente às necessidades
culturais e linguísticas, trazidas pelos
pacientes às situações de cuidados de saúde.
28. COMPETÊNCIA CULTURAL
Dimensões:
Melhorar a sensibilidade dos profissionais de saúde às crenças culturais, práticas, expectativas e origens de seus
pacientes e suas comunidades;
Melhorar o acesso aos cuidados de saúde, eliminando as barreiras estruturais aos cuidados de saúde para as
minorias;
Reduzir barreiras organizacionais .
29. COMPETÊNCIA CULTURAL
O aumento da competência cultural do profissional de saúde faz surgir inúmeros benefícios:
Melhora da comunicação entre médico e paciente;
Aumento da satisfação do paciente;
Melhor adesão dos pacientes às consultas ;
Impacto positivo no diagnóstico e tratamento;
Uso adequado de recursos médicos.
31. COMPETÊNCIA CULTURAL
A competência cultural nunca é suficiente para lidar com disparidades de saúde
dentro de uma sociedade, apesar da utilidade óbvia do conceito de competência
cultural, é importante notar que ela não é um substituto para competência clínica.
A competência cultural sempre exige reflexão por parte do profissional de saúde :
a capacidade de examinar honestamente sua própria “bagagem” cultural, como
preconceitos ou crenças particulares que podem interferir com a administração bem
sucedida e humana dos cuidados de saúde.
FIM ...
33. BREVE
HISTÓRICO
ANTIGUIDADE (4.000 a. C. – 476 d.
C. ) – medicina mágico religiosa
No Ocidente – Grécia – buscavam
uma explicação não sobrenatural
Surge o pai da medicina ocidental
– Hipócrates (460 a. C. – 370 a.C.
Saúde é fruto do equilíbrio dos
humores e a doença o desequilíbrio
dos mesmos.
34. 476 d.C. – 1453
Período das Trevas;
Explicação
sobrenatural das
doenças;
Proibição de pesquisa
com seres humanos;
Estagnação do
conhecimento
36. paradigma dualista e
mecanicista:
Mente e corpo são
entidades separadas;
O corpo é uma
máquina com peças
com defeito que
devem ser
consertadas.
37. Princípio do Automatismo:
Compara o corpo humano ao relógio que
funciona sem o pensamento…
O corpo também “funciona” sem pensar
(digestão, circulação, respiração…)
Dai a concepção Cartesiana e mecanicista
do processo saúde doença.
38. para se conhecer o todo é
preciso fragmentá-lo em seus
componentes e estudar cada
um deles separadamente.
possibilitando os estudo
aprofundado das doenças e
futuramente o surgimento
das especialidades médicas.
39. propõe à existência humana valores
completamente humanos, afastando
radicalmente a teologia e a metafísica.
O positivismo defende a ideia de que o
conhecimento científico é a única forma de
conhecimento verdadeiro.
não consideram os conhecimentos ligados as
crenças, superstição ou qualquer outro que
não possa ser comprovado cientificamente.
o progresso da humanidade depende
exclusivamente dos avanços científicos.
Auguste Comte (1798-
40. DESCOBERTA
DA
MICROBIOLO
GIA
A teoria microbiana (confirmada
no final do século XIX) contribuiu
para legitimar a teoria da
unicausalidade das doenças
desconsiderando os diversos
determinantes sociais…
LOUIS PATEUR (1822 -1895)
41. Contribuiram para a construção
do Modelo Biomédico
Flexneriano...
As correntes filosóficas somadas
às descobertas cientificas
CARTESIANISMO MECANICISMO POSITIVISMO MICROBIOLOGIA
42. Pesquisador social e educador norte-
americano filhos de judeus alemães;
Conduziu a reforma no Ensino médico
norte americano;
Visitou 155 escolas de medicina nos
Estado Unidos e publicou o:
Relatório Flexner – 1910
43. corpo humano visto como “máquina”,
doenças como algo concreto, que não variam
em pessoas e lugares e surgem como
defeitos de peças dessas “máquinas”.
Exames investigam o interior para o
diagnóstico. Tratamentos são centrados em
medicamentos e cirurgias.
Saber científico foi difundido nas escolas
médicas.
44. perspectiva exclusivamente biologicista
de doença;
negação da determinação social da
saúde;
formação clínica em hospitais;
estímulo à disciplinaridade, numa
abordagem reducionista do
conhecimento.
45. Do ponto de vista pedagógico é
considerado massificador;
Relacionamento autoritário com os
doentes - paradigma do cuidado
hospitalar;
Passivo;
hospitalocêntrico;
individualista – abordagem reducionista;
e tendente à superespecialização, com
efeitos nocivos sobre a formação
profissional em saúde.
46. Do ponto de vista da prática de
saúde, dele resultam os seguintes
efeitos:
educação superior elitizada;
subordinação do Ensino à
Pesquisa;
fomento à mercantilização da
medicina, privatização da atenção
em saúde;
controle social da prática pelas
corporações profissionais.
47. Ação profissional nesse ambiente de
ideias e valores, tende a transformar
toda queixa em síndrome, transtorno ou
doença de caráter biológico;
desvinculando a vida vivida pelo
paciente no contexto biopsicossocial.
48. Houve desvalorização dos outros
saberes e práticas curadoras tradicionais
(medicina chinesa, homeopatia, saber
popular, etc).
Os interesses econômicos estimularam
um "Modelo de Assistência à Saúde"
baseado no consumo de consultas
médicas, procedimentos, equipamentos,
medicamentos e na oferta de atenção
especializada
49. É um processo sócio cultural que
transforma em necessidades
médicas, as vivências, os
sofrimentos e as dores que eram
antes, administrados no ambiente
familiar e comunitário, através de
técnicas de cuidado autóctones.
Muitas vezes, acentua a realização
de procedimentos
profissionalizados, diagnóstico e
terapêuticas, desnecessários e
danosos aos usuários.
Desvaloriza a abordagem do modo
de vida, os fatores subjetivos e
sociais do processo saúde-doença.
50. Excesso de função e de uso de uma
ferramenta social-tecnológica pode
induzir a um resultado paradoxal:
hospital que produz doença.
Há uma iatrogênese social e cultural;
iatrogenia clínica e individual - Indivíduos
“consumidores vorazes” de mais
tecnologias e cuidados especializados:
DEPENDÊNCIA.
.. Saúde está decaindo, pois a capacidade
de ação das pessoas sobre sua própria vida,
ambiente e saúde, sobre suas vivências e
sofrimentos cotidianos, estão diminuindo.
51.
52. Pressão da academia quanto
ao modelo reducionista,
mecanicista, cartesiano,
positivista, curativo e a
propria sociedade adaptada a
esse Sistema.
Qualidade do atendimento,
resolutividade, utilização de
tecnologias leves (trabalho
vivo), desmedicalização…
53. As críticas recorrentes ao setor
da saúde, na década de 1960 em
todo o mundo, denominada a
“crise da medicina”,
evidenciaram o
descompromisso com a
realidade e as necessidades da
população.
Estas constatações provocaram
intensa movimentação nos
meios acadêmicos, instituições
internacionais de saúde
(Organização Mundial da Saúde,
Organização Pan-Americana de
Saúde e outras), governos,
fundações internacionais.
54. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA :
“todas as inter-relações do hospedeiro e do meio
ambiente que afetam o processo global e seu
desenvolvimento, desde as primeira forças que criam
o estímulo no meio ambiente ou em qualquer lugar
(pré – patogênese), passando pela resposta do homem
ao estímulo, até alterações que levam a um defeito
invalidez, recuperação ou morte (patogênese)”
LEAVELL & CLARCK, 1965)
55.
56. Aceito pelo Comitê Internacional da Organização
Mundial dos Médicos de Família em 1999.
Esse novo nível de prevenção pressupõe ações
clínicas centradas na pessoa, e pautadas na
epidemiologia clínica e na saúde baseada em
evidências, visando melhorar a qualidade da prática
em saúde, bem como a racionalidade econômica.
Portanto, as ações devem ser cultural e
cientificamente aceitáveis, necessárias e justificadas,
prezando pelo máximo de qualidade da atenção com
o mínimo de quantidade/intervenção possível.
JAMOULLE E ROLAND, 1995.
57. É necessário haver
mudanças no cotidiano
do fazer em saúde, na
prestação das ações em
saúde, na clínica
realizada pelos diversos
profissionais.
Clínica ampliada: inclui
além da doença, a
pessoa e seu contexto e
se responsabiliza pela
cura, reabilitação,
prevenção e proteção
individual e coletiva.
58. Você acredita ser possível utilizar a
subjetividade em sua prática
profissional?
Reconhecimento de singularidades
(história de vida, condição social,
cultura, saberes, valores,
sentimentos...);
Acolhimento, escutar e oferecer
espaço para o outro falar;
Uso equilibrado das tecnologias (leve,
leve – dura e dura)
Estímulo a autonomia e
protagonismo no cuidado à saúde...
59. Suas decisões também devem ser
baseadas em suas questões subjetivas no
entendimento do adoecer humano, e não
só no conhecimento científico, para não
atuarem da mesma maneira com todos os
pacientes.
A subjetividade dos profissionais
também precisa ser considerada.
60. Há necessidade de reorganização do sistema e da formação de
profissionais para sustentar esse tipo de reforma contra a
medicalização.
1994 - ESF foi orientada a lidar centralmente com os
programas de saúde, com protocolos diagnósticos e
terapêuticos definidos buscando integralidade na assistência.
2003 - Política nacional de humanização promulgada para
fornecer as diretrizes para um atendimento humanizado –
Tema dos seminários
62. Universidades, psiquiatras e especialistas analisam
influência de sentimentos nas manifestações de
doenças e apontam o perdão como meio de cura.
NITERÓI - Uma prova dessa mudança é a disciplina
optativa Medicina e Espiritualidade, que caminha para
o quarto semestre na faculdade de Medicina da
Universidade Federal Fluminense.
Os mestres da cadeira trabalham com a ideia de
medicina integrativa seguindo conceitos da Carta de
Ottawa, que conclamou, em 1986, organizações
sociais e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a
esforços para um novo padrão de saúde pública.
63. 1982 - desconstrução de paradigmas
antigo – cartesiano, reducionista,
positivista.
Propõe a utilização de uma concepção
holística* do ser humano.
*O todo é maior do que a simples soma
das suas partes (Aristóteles).
Visão ecológica do ser;
Subjetividade...
64. artigo, produzido na Faculdade de
Medicina da USP (FMUSP), Avaliação
da Prática de Terapia
Complementar Espiritual/Religiosa
em Saúde Mental, de Juliane P. de
Bernardin Gonçalves, Giancarlo
Lucchetti, Frederico C. Leão, Paulo R.
Menezes e Homero Vallada.
65. ROZEMBERG, Brani and MINAYO, Maria Cecília de Souza. A experiência
complexa e os olhares reducionistas. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2001,
vol.6, n.1 [cited 2018-08-25], pp.115-123. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232001000100010&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1413-8123.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232001000100010.
TESSER, Charles Dalcanale; POLI NETO, Paulo and CAMPOS, Gastão
Wagner de Sousa. Acolhimento e (des)medicalização social: um desafio
para as equipes de saúde da família. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2010,
vol.15, suppl.3 [cited 2018-08-25], pp.3615-3624. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232010000900036&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1413-8123.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000900036.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Gestão na Educação em
Saúde. Curso de formação de facilitadores em educação permanente em
saúde:unidade de aprendizagem – trabalho e relações na produção do
cuidado em saúde. Rio de Janeiro/FIOCRUZ, 2005.
68. Promoção
• Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da
comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde,
incluindo uma maior participação no controle deste processo.
• Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os
indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer
necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve
ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse
sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e
pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde
não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um
estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.
•
69. Proteção específica
• É o nome dado a ações ou ação que ocorre antes do indivíduo ficar
doente, com objetivo de evitar que o indivíduo ou coletivo adquira ou
adquiram o agente etiológico específico.
• Ex. Vacinação da febre amarela.
96. Uma Abordagem Histórica das Representações Sociais
de Saúde e Doença
ESTUDAR A RELAÇÃO:
• SAÚDE – DOENÇA – SUBJETIVIDADE
• Necessário para compreensão da dinâmica
subjetiva que ronda a profissão médica.
• Compreender os aspectos SUBJETIVOS
presentes no adoecer e entender a
participação do SOCIAL neste contexto que
serve de alicerce para edificar e justificar
uma prática médica.
99. Uma Abordagem Histórica das Representações Sociais de Saúde e Doença
Mas o que seria SUBJETIVIDADE?
Individualidade.
Percepções sobre o mundo do indivíduo.
Observações sobre o mundo a sua volta,
sobre o futuro e sobre sua realidade.
Refere-se ao que é pessoal e produto dos
conceitos cognitivos do indivíduo que
foram montados ao longo de sua vida.
100. Uma Abordagem Histórica das Representações Sociais de Saúde e Doença
Como a SAÚDE pode e deve pensar a SUBJETIVIDADE no
contexto do adoecimento humano?
Essa pergunta requer
mais :
• Precisamos pensar
• Contextualização
• Discutir
sobre essa ação da
SUBJETIVIDADE no
processo SAÚDE E
DOENÇA.
Vamos a aula...
101. Uma Abordagem Histórica das
Representações Sociais de Saúde e
Doença
ESTUDAR A RELAÇÃO:
SAÚDE – DOENÇA – SUBJETIVIDADE
Nos primórdios de uma raça humana
ou ainda quando se poderia imaginar
uma visão de humanos que percorriam
grandes extensões territoriais em
busca de sua sobrevivência não havia
noção de coletivo e nem tão pouco
de saúde ou doença.
NÃO AUTORIZO A GRAVAÇÃO DESTA AULA NEM A DIVULGAÇÃO E
COMPARTILHAMENTO POR QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO
102. Uma Abordagem Histórica das Representações Sociais de Saúde e Doença
Provavelmente dando sentido ao
que chamamos de estar vivos.
A própria noção do morrer ainda
estaria sendo construída.
103. Ou como
afirmam Souza e
Oliveira (2003, p.6)
“A percepção da saúde e doença de cada indivíduo
está relacionada com a sua percepção de vida
marcados por diferenças culturais, sociais,
econômicas e individuais, isso permite
coexistirem concepções distintas em distintos
momentos, em diferentes sociedades”.
Elas também dizem que cada sociedade compreende e
enfrenta a saúde e a doença de acordo com sua
própria cultura e com o momento histórico que está
vivendo.
Ou seja, a compreensão de saúde tem alto grau
de subjetividade e determinação histórica, na
medida que indivíduos e coletividades consideram ter
mais ou menos saúde dependendo do momento, do
referencial e dos valores que atribuam a uma situação
(BRASIL, 2001).
105. Ter condições mínimas de saúde foi algo construído em meio ao
nascimento do que chamamos de meios sociais.
As regras de convivências trouxeram também as
necessidades de leis que observassem meios de evitar o
adoecer e a Higiene redefine nosso espaço social.
Construindo ai o que seria chamado no futuro de Qualidade de
Vida.
Uma Abordagem Histórica das Representações Sociais de Saúde e Doença
NÃO AUTORIZO A GRAVAÇÃO DESTA AULA NEM A DIVULGAÇÃO E COMPARTILHAMENTO POR QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO
106. O nascimento do “ser saudável” se da no
nascimento do meio social onde envolve
religiosidade, comportamentos, conhecimentos
e o no futuro o nascimento de uma ciência que
seria baseada no ato de cuidar, curar e em sua
ultima extensão prevenir.
Entender sobre AS
REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS que
cercaram nossos
meios é saber
REPRESENTAR O
PAPEL DO
SAUDÁVEL E DO
DOENTIL.
Uma Abordagem Histórica das Representações Sociais de Saúde e Doença
107. Desse modo, as representações sociais são
criadas sempre que um novo saber é
elaborado e compartilhado, alcançando o
campo de concepções e práticas dos grupos, de
forma que os sujeitos pertencentes a eles irão
construir e adquirir as representações ao
entrarem em contato com as ideias e/ou os
novos achados.
Por esse ângulo, as representações
sociais estimulam a preocupação com
relação às atitudes ideológicas dos
grupos sociais, pois são estas que
subscrevem a organização das estruturas
que compõem a sociedade, presentes
também no campo da saúde.
Assim, os estudos sobre
representações sociais de saúde e
doença são relevantes para a saúde
coletiva.
108. – O que é ter saúde? O que é estar doente? Tais
indagações fazem parte não somente do cotidiano
dos profissionais de saúde como também de todas
as pessoas, principalmente quando se deparam
com o diagnóstico de alguma doença.
– Quanto somos influenciados pelos
nossos rituais?
109. – Socialmente o humano
se organiza e ao longo dos
séculos se constitui em um
ser que teve que aprender
a viver em grandes
centros que trouxeram
não só os problemas
sociais, econômicos, mas
também uma nova visão
sobre o que seria
permanecer vivo.
– PERGUTA-SE:
• Existe alguém
completamente
saudável?
• E alguém
completamente
doente?
110. Em um momento mais atual... Observa-se que há uma
grande relação entre esse que adoece, o que cura e o
que assiste.
Os estudos no século passado com as tribos indígenas
e as observações com o papel dos Xamãs das tribos
percebeu a estreita relação que existia de CONFIANÇA
entre o curandeiro e a tribo.
O doente é uma parte do processo, mas a relação de
confiança é fundamental.
113. Nasce a crença na cura. Relação entre o
meio social (tribo) e o Xamã.
Esse doente quer participar e é a
representação do social.
Ele pode ter inclusive ganhos com o
adoecer.
Ganhos como o ganho do contexto
social, religioso, interação medico
paciente, recebe atenção, retoma a família;
114. Para melhor
compreender a
relação entre
• SAÚDE–
DOENÇA-
SUBJETIVIDADE
é
necessário
entender:
Nascimento
da percepção
do adoecer.
Quando e
como se dá a
noção do
adoecer?
115. NÃO AUTORIZO A GRAVAÇÃO DESTA AULA NEM A DIVULGAÇÃO E COMPARTILHAMENTO POR QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO
116. A noção de
adoecer surge
com a noção
de poder curar
ou voltar ao
estado
anterior.
117. AINDA: Para melhor compreender a relação
entre SAÚDE–DOENÇA-SUBJETIVIDADE
é necessário ENTENDER:
Curar seria uma ideia de melhorar a
condição que estava - que era algo ruim e
que se pode chamar de doença.
118. – Mas isso só foi possível
perceber mais claramente ao
perceber a necessidade do:
Nascimento do social
Sociedade
Meios coletivos
E ai a necessidade de
ter saúde...
Uma Abordagem Histórica das Representações Sociais de Saúde e Doença
119. Então surge o
questionamento do que
significa ficar doente
socialmente pensando.
Se há quem fique doente,
então se justifica o
nascimento de quem vai
curar em meio ao plano
subjetivo do social.
120. CURANDEIRO – MÉDICO:
Porque quero curar/cuidar ? Cuidar de quem?
Afinal você esta correndo atrás do que?
O que simboliza, significa e subjetivamente é para
você curar e atuar neste papel de xamã ou
médico?
121. Quem autoriza
tua ação é a
aceitação do
meio social.
O meio social
(TRIBO) legitima
e legaliza a sua
existência.
É ele que lhe
confere poder de
cura.
Meios coletivos
e ai a
necessidade de
ter saúde...
NÃO AUTORIZO A GRAVAÇÃO DESTA AULA NEM A DIVULGAÇÃO E COMPARTILHAMENTO POR QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO
122. O doente precisa do curador e o
curador precisa do doente.
Podemos pensar até que dependemos
das desgraças sociais humanas
existirem para continuar e justificar a
nossa existência de quem cuida.
SERÁ?
123. Os profissionais de saúde e seus pacientes pertencem à mesma
cultura, mas ambos interpretam o processo saúde-doença de formas
diferentes.
O processo de racionalização da medicina moderna baseia-se em
abordagens objetivas e quantificáveis, subestimando a dimensão
psicossociocultural dos sujeitos.
Em meio a essa missão impossível, o profissional apoia-se num
arsenal tecnológico que coloca à sua disposição várias opções para
lidar com cada fragmento do homem, mas pode faltar-lhe a
habilidade para lidar com o paciente em sua unicidade.
124. Será que queremos mesmos acabar com o
adoecer?
E O PAPEL DO doente que muitas vezes
quer a sua “ferida” – doença...“aberta”
• Afinal...
...traz auxilio doença, apoio social, familiar e o
médico ganha o que?
125. Será que
estamos no
caminho certo?
Será que somos
apenas escravos
da indústria
relacionada a
doenças...
Remédios...
Aparelhos....
Hospitais...????
- Saber sobre
uma
abordagem
histórica das
representações
sociais da saúde
e da doença vai
enriquecer o
nosso viver de
profissional.
126. TUDO ISSO
PARA:
Fundamentar a
prática do
profissional da
saúde.
Levar a pensar
mais que a
doença.
Refletir, sobre O
doente – E quem
cuida.
Saber mais
sobre o seu
meio social
em que nasce
aquela doença...
E a mantém.
127. Refletir ao final... o que é ser
médico hoje.
...Mas quer mudar o social.
Sobre o papel medico ali, no contexto presente,
como quem quer mudar não só o doente.
Os recursos que se tem para intervir e visar a
cura.
132. O Direito à Saúde
Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantindo mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.
133. SAÚDE E DIREITOS DOS USUÁRIOS
Aspectos legais dessas garantias:
❖ C F/88 – Art.196: dispõe sobre o acesso universal e igualitário às ações e serviços à
saúde;
❖ Lei Orgâniga da Saúde 8.080/90: dispõe sobre as condições para promoção,
proteção e recuperação da saúde, organização e funcionamento dos serviços;
❖ Lei 8.142/90: dispõe sobre as condições de participação da comunidade na gestão
do SUS e sobre as transferências intragovernamentais de recursos financeiros;
❖ Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS: necessidade de
promover mudanças nas práticas de atenção e gestão que fortaleçam o protagonismo
dos sujeitos e os direitos do cidadão.
134. SAÚDE E DIREITOS DOS USUÁRIOS
Aspectos legais dessas garantias:
❖ SUS- é uma conquista do povo brasileiro pelo direito `a saúde → Construção Contínua.
Carta dos Direitos e deveres da pessoa
usuária da saúde: evidencia a cidadania uma
dimensão indissociável para a produção de
saúde.
135. Aprovada pela portaria nº 675 de 30 de março de 2006
REVOGADA
Portaria nº 1.820 de 13 de Agosto de 2009
Portaria de Consolidação nº 1 de 28 de setembro de 2017.
REVOGADA
RESOLUÇÃO CNS N. 553, DE 9 DE AGOSTO DE 2017
136.
137. GRANDE DESAFIO
Fazer com que esses direitos sejam construídos e reinventados no dia a
dia do SUS, nas batalhas da população por ver respeitada suas formas
de viver, de cuidar da saúde, de opinar e interferir nas políticas
públicas.
138. CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS: PRINCÍPIOS
Todo cidadão tem direito ao:
acesso ordenado e organizado ao SUS ( artigo 2º da portaria 1820/2009);
tratamento adequado e efetivo para o seu problema (artigo 3º da portaria 1820/2009);
atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação (artigo 4º da portaria
1820/2009);
atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos (artigo 5º da portaria 1820/2009);
todo cidadão também tem responsabilidades para que seu atendimento aconteça de forma adequada
(artigo 6º da portaria 1820/2009);
todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores de saúde para que os princípios anteriores
sejam cumpridos (artigo 8º da portaria 1820/2009);
139. Acesso ordenado e organizado ao SUS
• Para promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde;
• O acesso será preferencialmente nos serviços de Atenção Básica;
140.
141. Acesso ordenado e organizado ao SUS
Quem estiver em estado grave e/ou
maior sofrimento precisa ser
atendido com prioridade.
142. Acesso ordenado e organizado ao SUS
• UBS próxima à moradia;
• Proteção e prevenção de riscos a saúde individual e coletiva e ao ambiente,
bem como informações de vigilância sanitária e epidemiológica;
143. Informações claras e completas para melhor
acesso às unidades (endereço, telefone, horário
de funcionamento, nomes dos profissionais de
saúde…);
Acesso ordenado e organizado ao SUS
144. Acesso ordenado e organizado ao SUS
• Fim das barreiras arquitetônicas e de comunicabilidade (deficientes, idosos e
gestantes).
145. Acesso ordenado e organizado ao SUS
• Remoção segura garantida em caso de risco de vida ou lesão grave;
• Atenção especializada por indicação clínica, considerando critérios de
vulnerabilidade clínica e social (centrais de regulação);
• Diretrizes da HumanizaSUS: rede integrada
“Todo cidadão deve dispor de uma rede de atenção na qual Unidade de saúde, hospital,
ambulatório de especialidades, serviços de diagnósticos e tratamento se comprometam de
forma articuada pelo CUIDADO”.
147. Todo cidadão tem direito ao acesso
adequado e efetivo ao seu problema
o Presteza, tecnologia apropriada e condições de trabalho adequadas para
os profissionais da saúde;
o Informações sobre o estado de saúde e apresentação das diferentes
alternativas clínicas de tratamento ao usuário e seus próximos de
maneira clara, e compreensível, visita aberta na internação.
o Registro legível, claro e detalhado no prontuário dos dados clínicos do
processo de atendimento, internação e responsáveis;
148. Todo cidadão tem direito ao acesso
adequado e efetivo ao seu problema
o Receitas e prescrições legíveis, com nome dos genéricos, posologia, e
dosagens sem códigos nem abreviaturas;
o Continuidade da atenção com apoio domiciliar e em centros de
reabilitação, serviços de maior ou menor complexidade e treinamento
para auto-cuidados ou cuidados da família;
o Encaminhamentos para outras unidades de saúde observando: resumo
da história clínica, hipóteses clínicas, tratamento, evolução e motivo do
encaminhamento, identificação da unidade de referência e referenciada
149. Todo cidadão tem direito a um atendimento humanizado e
sem nenhuma discriminação
▪ Identificação nominal, respeitosa e sem preconceito
▪ Profissionais responsabilizados pela atenção, claramente
identificáveis por crachás;
▪ Consultas, procedimentos e internações com segurança e respeito à
integridade física e moral, à privacidade e conforto, aos valores
éticos, culturais e religiosos
Campo para registro de
nome de preferência
Confidencialidade da
informação pessoal
150. Todo cidadão tem direito a um atendimento humanizado e
sem nenhuma discriminação
▪ Se criança ou adolescente, em caso de internação, continuidade das atividades
escolares e recreação;
▪ Recebimento, quando internado, de visita de médico de sua preferência, que
não pertença à unidade de internação, sendo facultado a este profissional o
acesso ao prontuário;
▪ Opção pelo local de morte;
▪ Direito a acompanhante de livre escolha (parturiente, criança, adolescente,
pessoas com deficiência e idosos)
151. Todo cidadão deve ter respeitados os seus
direitos de paciente
Todo paciente tem direito de pedir para ver seu prontuário sempre que quiser;
Liberdade de permitir ou recusar qualquer procedimento médico,
assumindo a responsabilidade por isso;
Não podendo ser submetido a nenhum exame sem saber;
155. Todo cidadão deve ter respeitados os seus
direitos de paciente
• A indicação de um representante legal de sua livre escolha, a quem confiará a
tomada de decisões para a eventualidade de se tornar incapaz de exercer sua
autonomia;
• Receber ou recusar assistência religiosa, psicológica e social;
156. Todo cidadão tem responsabilidades
• Prestar informações apropriadas nos atendimentos, consultas e internações;
• Manifestar a compreensão sobre as informações/orientações recebidas e, em
caso de dúvidas, solicitar esclarecimentos;
• Seguir o plano de tratamento recomendado pelo profissional e equipe de
saúde responsável pelo seu cuidado, participando ativamente do projeto
terapêutico para melhorar sua saúde;
• Informar ao profissional de saúde sobre qualquer mudança inesperada de sua
condição de saúde.
157. Todo cidadão deve-se coprometer a:
• Contribuir ao bem estar para todos que circulam no ambiente de saúde;
• Ter sempre disponível para apresentação seus documentos e resultados de exames que
permaneçam em seu poder;
• Atentar para a situação de sua vida cotidiana em que sua saúde ou da comunidade a que
pertença esteja em risco e as possibilidades de redução da vulnerabilidade ao adoecimento;
• Comunicar os serviços de saúde e/o à vigilância sanitária irregularidades relacionadas ao uso
e oferta de produtos e serviços que afetem a saúde, em ambientes públicos e privados.
• Comunicar à autoridade sanitária a ocorrência de caso de doença transmissível,
quando a situação requerer o isolamento ou quarentena da pessoa.
158. Todas as pessoas têm direito à informação
Informação com linguagem e meios de comunicação adequados sobre:
• O direito à saúde;
• Os mecanismos de participação da sociedade nas políticas de gestão do SUS;
• Ações de vigilância à saúde (sanitária, epidemiológica e ambiental);
• Interferência das relações e condições sociais, econômicas, culturais e ambientais na saúde das
pessoas e da comunidade;
159. Todas as pessoas têm direito à informação
Os órgãos de saúde deverão informar as pessoas sobre a rede SUS
▪ Endereços
▪ Telefones
▪ Horários de funcionamento
▪ Ações e procedimentos disponíveis
160. Todas as pessoas têm direito à informação
Os conselhos de saúde deverão informar:
• Formas de participação;
• Composição do conselho de saúde;
• Regime interno dos conselhos;
• Conferências de Saúde;
• Data, local e pauta das reuniões;
• Deliberação e ações desencadeadas.
161. Todos devem cumprir o que diz a carta dos direitos
dos usuários da saúde
Os representantes do Governo Federal,
Estadual e Municipal devem se empenhar
para que os direitos do cidadão sejam
respeitados.
162. Os gestores das três esferas de governo do SUS se
comprometem a:
■ Promover o respeito e o cumprimento desses direitos e deveres com a adoção das
medidas necessárias para sua efetivação;
■ Incentivar e implementar formas de participação dos trabalhadores e usuários nos
órgãos de participação social do SUS;
■ Promover atualizações necessárias nos regimentos/estatutos dos serviços de saúde
adequando-os a esta Carta;
163. Os gestores das três esferas de governo do SUS
se comprometem a:
■ Incentivar a criação de espaços coletivos para o compartilhamento de
processos de planejamento, execução e avaliação da gestão e do
cuidado
■ Adotar formas para o cumprimento efetivo da legislação e
normatizações de saúde.
164. Os gestores das três esferas de governo do SUS
se comprometem a:
• Promover melhorias contínuas na rede SUS como:
Informatização para implantar o cartão SUS e o prontuário eletrônico
- qualificar o atendimento aos serviços de saúde;
- melhorar as condições de trabalho;
- reduzir as filas;
- ampliar e facilitar o acesso nos diferentes serviços de saúde.
165. Defesa dos direitos dos usuários
No campo do direito, a saúde se coloca como um direito social.
Entendendo que os direitos sociais dos cidadãos vão muito além do
âmbito da regulamentação jurídica formal, Marilena Chauí afirma que
os cidadãos são sujeitos de direitos e que onde tais direitos não
existam nem estejam garantidos, tem-se o direito e o dever de lutar por
eles e exigí-los.
174. Parágrafo único. A Carta dos Direitos e Deveres da Pessoa Usuária da Saúde será
disponibilizada nos serviços do SUS e conselhos de saúde por meios acessíveis e na internet,
em https://
https://www.youtube.com/watch?v=DgMjGGkxysQ&ab_channel=Laborat%C3%B3rioECoS
https://www.youtube.com/watch?v=DgMjGGkxysQ&ab_channel=Laborat%C3%B3rioECoS