SlideShare uma empresa Scribd logo
AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DO TUBARÃO-LIXA
                (Ginglymostoma cirratum) EM CATIVEIRO
Camila Guedes Valadares ¹, Fernando de Figueiredo Porto Neto ², Alexandre Pinheiro Zanotti ³, Natália Costa de Lima4,
                                 Lidiane Rosa Custódio 5e Gustavo de Lima Silva 6


Introdução
  A espécie Ginglymostoma cirratum, popularmente
conhecida como tubarão-lixa ou lambaru, é encontrada                    Material e métodos
na maioria dos zoológicos no mundo na demonstração                         O presente trabalho foi realizado nas instalações do
dos ambientes marinhos. Estes são escolhidos, dentre                    Parque Estadual Dois Irmãos no período de Março à
os tubarões, pela docilidade que a espécie possui.                      Outubro de 2010.

  Os aquários de visitação pública quase sempre                            O Parque Estadual Dois Irmãos localiza-se na região
possuem lambarus para demonstração. Robustos,                           metropolitana do Recife no Estado de Pernambuco.
adaptam-se bem aos aquários [1].                                        Apresenta uma área de 384,42 hectares, sendo 14 hectares
                                                                        de zoológico. O Oceanário encontra-se inserido nas
  Em Zoológicos sustentáveis, a alimentação dos                         instalações do parque, composto de uma seleção de
animais em cativeiro tende a ser mais aproximada da                     espécies marinhas. O Animal a ser estudado compõe parte
ocorrida em ambiente natural, visando sempre o                          desses espécimes.
equilíbrio nutricional e bem estar. A nutrição e
comportamento animal dos tubarões criados no                               Os materiais utilizados para o trabalho foram fichas de
ambiente de cativeiro sempre é alvo de estudos e                        campo, câmera fotográfica, além de materiais como lápis,
pesquisas, realizando técnicas específicas para cada                    caneta e trena.
espécie, e visando a idéia de que as espécies de
tubarões se distinguem uma das outras em adaptações                        No primeiro momento do trabalho foram coletados
aos meios artificiais.                                                  dados do animal fornecidos pelos funcionários da
                                                                        instituição, como idade, medidas biométricas, dias de
   A vida em cativeiro pode acarretar modificações no                   alimentação, dentre outros. O recinto do animal foi
comportamento desses animais, haja vista que a                          devidamente medido e desenhado para resultar no mapa do
maioria deles já nasce no aprisionamento racional. A                    recinto (Figura 1); instrumento necessário para esse tipo de
comparação destes com outros que vivem em                               observação.
ambientes naturais fornecem diferentes condutas.
                                                                           O método utilizado na avaliação do animal foi o de
      Os estudos etológicos são partes integrantes na                   animal focal. Este método consiste em avaliar (com
manutenção de uma vida saudável, visando o bem estar                    registros) todas as ações do indivíduo em um determinado
do animal. Os tubarões criados em cativeiro fornecem                    intervalo de tempo. Para a realização do método foi
aos zoológicos, práticas corretas na elaboração de                      necessário a formulação de um etograma, conforme tabela
projetos e manejo racional deste grupo de animais,                      1, com todos os comportamentos apresentados pelo animal
além de publicações referentes ao tema, atentando para                  durante o período de observação. Este período de
a carência de pesquisas relacionadas.                                   observação livre ocorreu nos três primeiros meses do
                                                                        trabalho, conforme Del-claro [2], aplicando o método de
   A elaboração do etograma (representações tabulares                   observação de todas as ocorrências.
da qualificação e quantificação dos comportamentos
exibidos por uma espécie [2]), é consequência do                           Depois da elaboração do etograma, foi determinado o
trabalho, tendo em vista a carência de publicações                      período de observações por dia. Sendo a coleta de dados
relacionadas ao tema na academia científica.                            realizada por duas horas, divididas em observações de
   O objetivo desse trabalho foi avaliar o                              cinco minutos com descanso de igual período. Assim
comportamento dessa espécie de tubarão em condições                     totalizavam por dia cinquenta minutos de observação.
de cativeiro.

 ________________
   1. Estudante do 8º Período do Curso de Zootecnia e 3º Período do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas da Universidade Federal Rural de
Pernambuco. E-mail: mila85_guedes@hotmail.com
   2. Professor Adjunto do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: f_porto@hotmail.com
   3. Biólogo do Parque Estadual Dois Irmãos. E-mail: cobra_znt@yahoo.com.br
   4. Estudante do 10º período de Zootecnia e 3º período de Licenciatura em Ciências Agrícolas da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Email:lima_nataliacosta@hotmail.com
   5. Estudante do 6º Período do Curso de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: lrcustodio001@hotmail.com.
   6. Engenheiro Florestal, Acadêmico do Curso de Mestrado em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail:
engenhariaflorestall@hotmail.com.
No que se refere ao tempo total de observações,           Referências
compreenderam 150 minutos, resultando em 312
comportamentos .
                                                            [1] Szpilman, M. Tubarões no Brasil – Guia Prática de
Resultados e Discussão                                          Identificação. Ed. Aqualittera e Mauad Editora. Rio
  De acordo com os dados coletados, podemos                     de janeiro, 2004.
analisá-lo conforme as categorias descritas no etograma
(Gráfico 1).                                                [2] Del-Claro,   K.      Comportamento    Animal:      Uma
                                                                introdução     à     ecologia   comportamental.    Ed.
   Na categoria atividades físicas, foram avaliadas as
que o animal desempenhou por esforço físico. Podemos            Conceito. 2000.
destacar a posição em que o animal fica com postura         [3] Dowkins, M. S. Explicando O Comportamento
parada e sua parte ventral toca o solo, mas sua cabeça
encontra-se suspensa. O animal executou este                    Animal. Ed Manole Ltd. São Paulo,1 989.
comportamento 18% do total de eventos realizado. Esta       [4] Gonzales,    M.M.B.       Censo    sul-americano    de
posição, de acordo com Szpilman, trata-se de uma
postura realizada pelo animal como armadilha para               elasmobrânquios em cativeiro: tubarões e raias
outros peixes e moluscos pequenos, que procuram esse            como recursos para pesquisa e educação. Pan-
espaço para abrigo e caem na emboscada [1].
Verificamos que na realidade do animal, até o presente          American Journal of Aquatic Sciences. 2006.
momento, este não desempenha esta posição com essa          [5] Szpilman, M. Peixes marinhos- Guia Prática de
finalidade. O aquário que o tubarão-lixa está
acondicionado possui espécies de peixes litorâneos,             Identificação. Ed. Aqualittera e Mauad Editora. Rio
onde o animal não apresenta interesse em predá-los.             de janeiro, 2004 .
   Continuando na mesma categoria, podemos destacar
a atividade de deslocamento nadar, executada em 24%
das atividades. O espécime utiliza todo o aquário para
realizar este evento.

   Eventos como MLC, MCO e PC são efetuados no
total das atividades em 3%, 5% e 4% respectivamente.
Os eventos MLC e MCO são realizados quando o
animal é tocado por outras espécies de peixes ou
quando inicia a atividade de deslocamento nadar. O
movimento PC ocorre quando a espécie contorna o
aquário, ou muda de direção.

      As estereotipias foram detectadas, como virar os
olhos ou abrir a boca, totalizando 22% e 3%
respectivamente, sem apresentar motivos aparentes.
Podemos ressaltar que a coleta dos dados foi realizada
em dias anteriores e posteriores de muito movimento na
instituição de visitantes. Podemos atribuir esses eventos
ao estresse que o animal sofre em dias movimentados,
além do cativeiro.



Agradecimentos
  Agradecemos a equipe do Parque Estadual Dois
Irmãos que possibilitou a execução do projeto, a
Universidade Federal de Pernambuco e a todos que
somaram nesse trabalho.
Figura 1: Mapa do Recinto, com suas divisões.




Tabela 1: Etograma; descrição dos comportamento realizado pelo Ginglymostoma cirratum de Cativeiro.
Comportamento                      Sigla          Nº eventos        Compotamentos                   Sigla   Nº Eventos
Atividades Físicas                                                  Esteriotipias
Movimentos laterais com a          MLC            15                Virar olho direito              VOD     4
cabeça
Movimento lateral com o corpo      MLCO           26                Virar olho esquerdo             VOE     102
Movimento em U                     MU                               Fenda branquial colada.1º par   FBCD1   0
                                                                    direiro
Parado com peitoral tocando o      MPP            88                Fenda branquial colada.1º par   FBCE1   0
solo e cabeça suspensa                                              esquerdo
Apoiar a parte ventral da cabeça                  0                 Fenda branquial colada.2º par   FBCD2   0
em algum objeto do aquario                                          direiro
Deslocar corais com o dorso da     DCC            0                 Fenda branquial colada.2º par   FBCE2   0
cabeça                                                              esquerdo
Movimento ponta cabeça             PC             18                Fenda branquial colada.3º par   FBCD3   0
                                                                    direiro
Parado com parte dorsal do         PAV            57                Fenda branquial colada.3º par   FBCE3   0
corpo sobre o solo                                                  esquerdo
Parado com nadadeiras              PNSC           2                 Fenda branquial colada.4º par   FBCD4   0
suspendendo o corpo                                                 direiro
Levantar cabeça                    LC             15                Fenda branquial colada.4º par   FBCE4   0
                                                                    esquerdo
Descer ao solo                     DS             16                Fenda branquial colada.5º par   FBCD5   0
                                                                    direiro
Subir                              SU             5                 Fenda branquial colada.5º par   FBCE5   0
                                                                    esquerdo
Nadar                              NL             116               Abrir boca esteriorizando a     AB      13
                                                                    membrana bucal
Subir a superficie                 SS             1
Alimentação
Aprender alimento                  AA             0
Perseguir Presa                    PP             0
TOTAL DE OCORRENCIAS                                                                                        478


Gráfico 1- Porcentagem dos eventos comportamentais


                                           MLC    SU           FBCD2
                                           MLCO   NL           FBCE2
          5% 3% 3%                         MU     SS           FBCD3
                             21%
  18%                                      MPP                 FBCE3
                                1%         ACO    AA           FBCD4
                                           DCC    PP           FBCE4
  4%                            0%         PC                  FBCD5
   12%                                     PAV    VOD          FBCE5
                             24%
         0% 3% 3% 1%                       PNSC   VOE          AB
                                           LC     FBCD1
                                           DS     FBCE1

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Otm. ciencias naturais 1
Otm. ciencias naturais 1Otm. ciencias naturais 1
Otm. ciencias naturais 1elannialins
 
Prova Salto Ciências 9º ano
Prova Salto Ciências  9º anoProva Salto Ciências  9º ano
Prova Salto Ciências 9º ano
coordena
 
Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...
Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...
Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...
CASE - Consultoria Academica - Educacional & AMbiental
 
Planejamento de biologia 2º ano
Planejamento de  biologia 2º anoPlanejamento de  biologia 2º ano
Planejamento de biologia 2º anoAntonio Carneiro
 
Planejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barrosoPlanejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barrosoAntonio Carneiro
 
Plano de ensino ciências
Plano de ensino   ciênciasPlano de ensino   ciências
Plano de ensino ciênciassimonclark
 
Ler 20versão final
Ler 20versão finalLer 20versão final
Ler 20versão final
Marco Lopes
 
A malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai VoltaA malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
Amanda Oliveira
 
Bichosdoparana apresentacao
Bichosdoparana apresentacaoBichosdoparana apresentacao
Bichosdoparana apresentacaoAndre Benedito
 
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barrosoPlanejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barrosoAntonio Carneiro
 
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbanoComportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbanomarciofdias
 
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerradoEcologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerradomarciofdias
 
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco   macroalgasRecomenda es luis henrique zanini branco   macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgasAMCanastra
 

Mais procurados (18)

Otm. ciencias naturais 1
Otm. ciencias naturais 1Otm. ciencias naturais 1
Otm. ciencias naturais 1
 
Prova Salto Ciências 9º ano
Prova Salto Ciências  9º anoProva Salto Ciências  9º ano
Prova Salto Ciências 9º ano
 
Plano de ensino biologia 1º ano
Plano de ensino biologia 1º anoPlano de ensino biologia 1º ano
Plano de ensino biologia 1º ano
 
Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...
Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...
Behavioral, and bioenergetics, and morphological characteristics of the ant l...
 
Planejamento de biologia 2º ano
Planejamento de  biologia 2º anoPlanejamento de  biologia 2º ano
Planejamento de biologia 2º ano
 
R0819 1
R0819 1R0819 1
R0819 1
 
Planejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barrosoPlanejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 3º ano professor antonio carlos carneiro barroso
 
Plano de ensino ciências
Plano de ensino   ciênciasPlano de ensino   ciências
Plano de ensino ciências
 
7º dia
7º dia7º dia
7º dia
 
Ler 20versão final
Ler 20versão finalLer 20versão final
Ler 20versão final
 
A malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai VoltaA malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
 
Bichosdoparana apresentacao
Bichosdoparana apresentacaoBichosdoparana apresentacao
Bichosdoparana apresentacao
 
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barrosoPlanejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
Planejamento de biologia 1º ano antonio carlos carneiro barroso
 
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbanoComportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
 
Mpcn5
Mpcn5Mpcn5
Mpcn5
 
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerradoEcologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerrado
 
Ecologia geral aula 02
Ecologia geral aula 02Ecologia geral aula 02
Ecologia geral aula 02
 
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco   macroalgasRecomenda es luis henrique zanini branco   macroalgas
Recomenda es luis henrique zanini branco macroalgas
 

Destaque

Presentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywriting
Presentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywritingPresentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywriting
Presentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywriting
Dimitri Lambermont
 
Guia 1
Guia 1Guia 1
Guia 1
CAUCANITO
 
Immigration Consultants for Canada
Immigration Consultants for CanadaImmigration Consultants for Canada
Immigration Consultants for Canada
Aptech Visa
 
McBRIDERES09012015current
McBRIDERES09012015currentMcBRIDERES09012015current
McBRIDERES09012015currentDan McBride
 
Dossier de presse - Claudia Chan Tak
Dossier de presse - Claudia Chan TakDossier de presse - Claudia Chan Tak
Dossier de presse - Claudia Chan Tak
Claudia Tak
 
Unidad 5
Unidad 5Unidad 5
Veebireeglid
VeebireeglidVeebireeglid
Veebireeglid
TriinOllema
 
Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15
Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15
Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15
valantic NL
 
Números 100 120
Números 100 120Números 100 120
Números 100 120
jgabrielcolegio
 
Numeros 170 a 340
Numeros 170 a 340Numeros 170 a 340
Numeros 170 a 340
jgabrielcolegio
 
Telar
TelarTelar
Handbol damas 7º y 8º
Handbol damas 7º y 8º Handbol damas 7º y 8º
Handbol damas 7º y 8º
BLOGACLESGC
 

Destaque (14)

Presentación Sata
Presentación SataPresentación Sata
Presentación Sata
 
Presentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywriting
Presentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywritingPresentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywriting
Presentatie Summerschool - Gouden tips voor online copywriting
 
Guia 1
Guia 1Guia 1
Guia 1
 
Immigration Consultants for Canada
Immigration Consultants for CanadaImmigration Consultants for Canada
Immigration Consultants for Canada
 
McBRIDERES09012015current
McBRIDERES09012015currentMcBRIDERES09012015current
McBRIDERES09012015current
 
Dossier de presse - Claudia Chan Tak
Dossier de presse - Claudia Chan TakDossier de presse - Claudia Chan Tak
Dossier de presse - Claudia Chan Tak
 
Unidad 5
Unidad 5Unidad 5
Unidad 5
 
Veebireeglid
VeebireeglidVeebireeglid
Veebireeglid
 
Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15
Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15
Conversie optimalisatie-ecommerce xpo15
 
Tics (2) parcial
Tics (2)    parcialTics (2)    parcial
Tics (2) parcial
 
Números 100 120
Números 100 120Números 100 120
Números 100 120
 
Numeros 170 a 340
Numeros 170 a 340Numeros 170 a 340
Numeros 170 a 340
 
Telar
TelarTelar
Telar
 
Handbol damas 7º y 8º
Handbol damas 7º y 8º Handbol damas 7º y 8º
Handbol damas 7º y 8º
 

Semelhante a Tubaraozoo

Planificação anual cn 5
Planificação anual cn 5Planificação anual cn 5
Planificação anual cn 5Pedro Tonyzinho
 
Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.
Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.
Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.
Tiago Lazzaretti
 
aula1_introducao.pptx
aula1_introducao.pptxaula1_introducao.pptx
aula1_introducao.pptx
DeniseGuerreiro4
 
Biologia Prof. Alissony
Biologia   Prof. AlissonyBiologia   Prof. Alissony
Biologia Prof. Alissony
Pré-Enem Seduc
 
Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...
Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...
Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...
EtieneClavico
 
Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis
Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis
Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis Priscila Oliveira Boralho
 
Itapua peixes cognato
Itapua peixes cognatoItapua peixes cognato
Itapua peixes cognato
avisaassociacao
 
Preparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendo
Preparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendoPreparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendo
Preparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendo
Elismmelo55
 
Guia de borboletas frugívoras da reserva ducke
Guia de borboletas frugívoras da reserva duckeGuia de borboletas frugívoras da reserva ducke
Guia de borboletas frugívoras da reserva ducke
Andre Benedito
 
Plano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferosPlano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferosfamiliaestagio
 
Plano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferosPlano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferosfamiliaestagio
 
biologia_do_comportamento animal 1).docx
biologia_do_comportamento animal 1).docxbiologia_do_comportamento animal 1).docx
biologia_do_comportamento animal 1).docx
MrMartnoficial
 
Listaobject 1ºteste 11-12
Listaobject 1ºteste 11-12Listaobject 1ºteste 11-12
Listaobject 1ºteste 11-12Maria Roc
 
Apresentação projeto Iguanodectes rachovii
Apresentação projeto Iguanodectes rachoviiApresentação projeto Iguanodectes rachovii
Apresentação projeto Iguanodectes rachovii
Jean Carlos Santos Coutinho
 
9658355
96583559658355
Documento Temático-Jardim Zoológico da Maia
Documento Temático-Jardim Zoológico da MaiaDocumento Temático-Jardim Zoológico da Maia
Documento Temático-Jardim Zoológico da Maia
Juventude Socialista Maia
 
Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...
Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...
Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...Gabriel Clemente
 

Semelhante a Tubaraozoo (20)

R0746 1
R0746 1R0746 1
R0746 1
 
Planificação anual cn 5
Planificação anual cn 5Planificação anual cn 5
Planificação anual cn 5
 
Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.
Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.
Métodos de pesquisa para levantamento da fauna silvestre: teoria e prática.
 
aula1_introducao.pptx
aula1_introducao.pptxaula1_introducao.pptx
aula1_introducao.pptx
 
Biologia Prof. Alissony
Biologia   Prof. AlissonyBiologia   Prof. Alissony
Biologia Prof. Alissony
 
Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...
Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...
Aula 01 - Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão ...
 
Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis
Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis
Etograma do estudo do comportamento de vespas Polistes Canadensis
 
Itapua peixes cognato
Itapua peixes cognatoItapua peixes cognato
Itapua peixes cognato
 
Preparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendo
Preparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendoPreparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendo
Preparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendo
 
Relatório de campo
Relatório de campoRelatório de campo
Relatório de campo
 
Guia de borboletas frugívoras da reserva ducke
Guia de borboletas frugívoras da reserva duckeGuia de borboletas frugívoras da reserva ducke
Guia de borboletas frugívoras da reserva ducke
 
Plano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferosPlano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferos
 
Plano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferosPlano de aula 7 aves e mamiferos
Plano de aula 7 aves e mamiferos
 
biologia_do_comportamento animal 1).docx
biologia_do_comportamento animal 1).docxbiologia_do_comportamento animal 1).docx
biologia_do_comportamento animal 1).docx
 
Listaobject 1ºteste 11-12
Listaobject 1ºteste 11-12Listaobject 1ºteste 11-12
Listaobject 1ºteste 11-12
 
Apresentação projeto Iguanodectes rachovii
Apresentação projeto Iguanodectes rachoviiApresentação projeto Iguanodectes rachovii
Apresentação projeto Iguanodectes rachovii
 
9658355
96583559658355
9658355
 
Documento Temático-Jardim Zoológico da Maia
Documento Temático-Jardim Zoológico da MaiaDocumento Temático-Jardim Zoológico da Maia
Documento Temático-Jardim Zoológico da Maia
 
Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...
Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...
Proposta de translocação da Elefanta Maison para o município de Ribeirão Pret...
 
318
318318
318
 

Mais de Projeto Golfinho Rotador

Coral vivo
Coral vivoCoral vivo
Licitação da lanchonete do Jardim Botânico
Licitação da lanchonete do Jardim BotânicoLicitação da lanchonete do Jardim Botânico
Licitação da lanchonete do Jardim Botânico
Projeto Golfinho Rotador
 
Lojinha do Botânico
Lojinha do BotânicoLojinha do Botânico
Lojinha do Botânico
Projeto Golfinho Rotador
 
Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...
Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...
Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...
Projeto Golfinho Rotador
 
Arqueologia Botânica dos Jardins de Burle Marx
Arqueologia Botânica dos Jardins de Burle MarxArqueologia Botânica dos Jardins de Burle Marx
Arqueologia Botânica dos Jardins de Burle Marx
Projeto Golfinho Rotador
 
Jacaranda
JacarandaJacaranda
Listaresultado
ListaresultadoListaresultado
Index seminum jbr
Index seminum jbrIndex seminum jbr
Index seminum jbr
Projeto Golfinho Rotador
 
Jardimbotanico
JardimbotanicoJardimbotanico
Lista de espécies ameaçadas
Lista de espécies ameaçadasLista de espécies ameaçadas
Lista de espécies ameaçadas
Projeto Golfinho Rotador
 
Pauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapes
Pauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapesPauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapes
Pauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapesProjeto Golfinho Rotador
 
Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental apresentação...
Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental   apresentação...Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental   apresentação...
Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental apresentação...Projeto Golfinho Rotador
 

Mais de Projeto Golfinho Rotador (20)

Coral vivo
Coral vivoCoral vivo
Coral vivo
 
Licitação da lanchonete do Jardim Botânico
Licitação da lanchonete do Jardim BotânicoLicitação da lanchonete do Jardim Botânico
Licitação da lanchonete do Jardim Botânico
 
Lojinha do Botânico
Lojinha do BotânicoLojinha do Botânico
Lojinha do Botânico
 
Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...
Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...
Espécies nativas da Mata Atlântica em Pernambuco com potencial para arborizaç...
 
Arqueologia Botânica dos Jardins de Burle Marx
Arqueologia Botânica dos Jardins de Burle MarxArqueologia Botânica dos Jardins de Burle Marx
Arqueologia Botânica dos Jardins de Burle Marx
 
2
22
2
 
Jacaranda
JacarandaJacaranda
Jacaranda
 
Listaresultado
ListaresultadoListaresultado
Listaresultado
 
Index seminum jbr
Index seminum jbrIndex seminum jbr
Index seminum jbr
 
Abelhas nativas e conservação ambiental
Abelhas nativas e conservação ambientalAbelhas nativas e conservação ambiental
Abelhas nativas e conservação ambiental
 
Cartaz seminário apime 4 v.1
Cartaz  seminário apime 4 v.1Cartaz  seminário apime 4 v.1
Cartaz seminário apime 4 v.1
 
Jardimbotanico
JardimbotanicoJardimbotanico
Jardimbotanico
 
Lista de espécies ameaçadas
Lista de espécies ameaçadasLista de espécies ameaçadas
Lista de espécies ameaçadas
 
Abelhas
AbelhasAbelhas
Abelhas
 
Pauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapes
Pauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapesPauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapes
Pauta lxxv ro_13.12.2013_jaboatão.dos.guararapes
 
Cartilha solar
Cartilha solarCartilha solar
Cartilha solar
 
Pedradocachorro
PedradocachorroPedradocachorro
Pedradocachorro
 
Pdflivrocaatinga
PdflivrocaatingaPdflivrocaatinga
Pdflivrocaatinga
 
Capalivro
CapalivroCapalivro
Capalivro
 
Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental apresentação...
Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental   apresentação...Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental   apresentação...
Iv seminario pesca artesanal e sustentabilidade socioambiental apresentação...
 

Tubaraozoo

  • 1. AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DO TUBARÃO-LIXA (Ginglymostoma cirratum) EM CATIVEIRO Camila Guedes Valadares ¹, Fernando de Figueiredo Porto Neto ², Alexandre Pinheiro Zanotti ³, Natália Costa de Lima4, Lidiane Rosa Custódio 5e Gustavo de Lima Silva 6 Introdução A espécie Ginglymostoma cirratum, popularmente conhecida como tubarão-lixa ou lambaru, é encontrada Material e métodos na maioria dos zoológicos no mundo na demonstração O presente trabalho foi realizado nas instalações do dos ambientes marinhos. Estes são escolhidos, dentre Parque Estadual Dois Irmãos no período de Março à os tubarões, pela docilidade que a espécie possui. Outubro de 2010. Os aquários de visitação pública quase sempre O Parque Estadual Dois Irmãos localiza-se na região possuem lambarus para demonstração. Robustos, metropolitana do Recife no Estado de Pernambuco. adaptam-se bem aos aquários [1]. Apresenta uma área de 384,42 hectares, sendo 14 hectares de zoológico. O Oceanário encontra-se inserido nas Em Zoológicos sustentáveis, a alimentação dos instalações do parque, composto de uma seleção de animais em cativeiro tende a ser mais aproximada da espécies marinhas. O Animal a ser estudado compõe parte ocorrida em ambiente natural, visando sempre o desses espécimes. equilíbrio nutricional e bem estar. A nutrição e comportamento animal dos tubarões criados no Os materiais utilizados para o trabalho foram fichas de ambiente de cativeiro sempre é alvo de estudos e campo, câmera fotográfica, além de materiais como lápis, pesquisas, realizando técnicas específicas para cada caneta e trena. espécie, e visando a idéia de que as espécies de tubarões se distinguem uma das outras em adaptações No primeiro momento do trabalho foram coletados aos meios artificiais. dados do animal fornecidos pelos funcionários da instituição, como idade, medidas biométricas, dias de A vida em cativeiro pode acarretar modificações no alimentação, dentre outros. O recinto do animal foi comportamento desses animais, haja vista que a devidamente medido e desenhado para resultar no mapa do maioria deles já nasce no aprisionamento racional. A recinto (Figura 1); instrumento necessário para esse tipo de comparação destes com outros que vivem em observação. ambientes naturais fornecem diferentes condutas. O método utilizado na avaliação do animal foi o de Os estudos etológicos são partes integrantes na animal focal. Este método consiste em avaliar (com manutenção de uma vida saudável, visando o bem estar registros) todas as ações do indivíduo em um determinado do animal. Os tubarões criados em cativeiro fornecem intervalo de tempo. Para a realização do método foi aos zoológicos, práticas corretas na elaboração de necessário a formulação de um etograma, conforme tabela projetos e manejo racional deste grupo de animais, 1, com todos os comportamentos apresentados pelo animal além de publicações referentes ao tema, atentando para durante o período de observação. Este período de a carência de pesquisas relacionadas. observação livre ocorreu nos três primeiros meses do trabalho, conforme Del-claro [2], aplicando o método de A elaboração do etograma (representações tabulares observação de todas as ocorrências. da qualificação e quantificação dos comportamentos exibidos por uma espécie [2]), é consequência do Depois da elaboração do etograma, foi determinado o trabalho, tendo em vista a carência de publicações período de observações por dia. Sendo a coleta de dados relacionadas ao tema na academia científica. realizada por duas horas, divididas em observações de O objetivo desse trabalho foi avaliar o cinco minutos com descanso de igual período. Assim comportamento dessa espécie de tubarão em condições totalizavam por dia cinquenta minutos de observação. de cativeiro.  ________________ 1. Estudante do 8º Período do Curso de Zootecnia e 3º Período do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: mila85_guedes@hotmail.com 2. Professor Adjunto do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: f_porto@hotmail.com 3. Biólogo do Parque Estadual Dois Irmãos. E-mail: cobra_znt@yahoo.com.br 4. Estudante do 10º período de Zootecnia e 3º período de Licenciatura em Ciências Agrícolas da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Email:lima_nataliacosta@hotmail.com 5. Estudante do 6º Período do Curso de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: lrcustodio001@hotmail.com. 6. Engenheiro Florestal, Acadêmico do Curso de Mestrado em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: engenhariaflorestall@hotmail.com.
  • 2. No que se refere ao tempo total de observações, Referências compreenderam 150 minutos, resultando em 312 comportamentos . [1] Szpilman, M. Tubarões no Brasil – Guia Prática de Resultados e Discussão Identificação. Ed. Aqualittera e Mauad Editora. Rio De acordo com os dados coletados, podemos de janeiro, 2004. analisá-lo conforme as categorias descritas no etograma (Gráfico 1). [2] Del-Claro, K. Comportamento Animal: Uma introdução à ecologia comportamental. Ed. Na categoria atividades físicas, foram avaliadas as que o animal desempenhou por esforço físico. Podemos Conceito. 2000. destacar a posição em que o animal fica com postura [3] Dowkins, M. S. Explicando O Comportamento parada e sua parte ventral toca o solo, mas sua cabeça encontra-se suspensa. O animal executou este Animal. Ed Manole Ltd. São Paulo,1 989. comportamento 18% do total de eventos realizado. Esta [4] Gonzales, M.M.B. Censo sul-americano de posição, de acordo com Szpilman, trata-se de uma postura realizada pelo animal como armadilha para elasmobrânquios em cativeiro: tubarões e raias outros peixes e moluscos pequenos, que procuram esse como recursos para pesquisa e educação. Pan- espaço para abrigo e caem na emboscada [1]. Verificamos que na realidade do animal, até o presente American Journal of Aquatic Sciences. 2006. momento, este não desempenha esta posição com essa [5] Szpilman, M. Peixes marinhos- Guia Prática de finalidade. O aquário que o tubarão-lixa está acondicionado possui espécies de peixes litorâneos, Identificação. Ed. Aqualittera e Mauad Editora. Rio onde o animal não apresenta interesse em predá-los. de janeiro, 2004 . Continuando na mesma categoria, podemos destacar a atividade de deslocamento nadar, executada em 24% das atividades. O espécime utiliza todo o aquário para realizar este evento. Eventos como MLC, MCO e PC são efetuados no total das atividades em 3%, 5% e 4% respectivamente. Os eventos MLC e MCO são realizados quando o animal é tocado por outras espécies de peixes ou quando inicia a atividade de deslocamento nadar. O movimento PC ocorre quando a espécie contorna o aquário, ou muda de direção. As estereotipias foram detectadas, como virar os olhos ou abrir a boca, totalizando 22% e 3% respectivamente, sem apresentar motivos aparentes. Podemos ressaltar que a coleta dos dados foi realizada em dias anteriores e posteriores de muito movimento na instituição de visitantes. Podemos atribuir esses eventos ao estresse que o animal sofre em dias movimentados, além do cativeiro. Agradecimentos Agradecemos a equipe do Parque Estadual Dois Irmãos que possibilitou a execução do projeto, a Universidade Federal de Pernambuco e a todos que somaram nesse trabalho.
  • 3. Figura 1: Mapa do Recinto, com suas divisões. Tabela 1: Etograma; descrição dos comportamento realizado pelo Ginglymostoma cirratum de Cativeiro. Comportamento Sigla Nº eventos Compotamentos Sigla Nº Eventos Atividades Físicas Esteriotipias Movimentos laterais com a MLC 15 Virar olho direito VOD 4 cabeça Movimento lateral com o corpo MLCO 26 Virar olho esquerdo VOE 102 Movimento em U MU Fenda branquial colada.1º par FBCD1 0 direiro Parado com peitoral tocando o MPP 88 Fenda branquial colada.1º par FBCE1 0 solo e cabeça suspensa esquerdo Apoiar a parte ventral da cabeça 0 Fenda branquial colada.2º par FBCD2 0 em algum objeto do aquario direiro Deslocar corais com o dorso da DCC 0 Fenda branquial colada.2º par FBCE2 0 cabeça esquerdo Movimento ponta cabeça PC 18 Fenda branquial colada.3º par FBCD3 0 direiro Parado com parte dorsal do PAV 57 Fenda branquial colada.3º par FBCE3 0 corpo sobre o solo esquerdo Parado com nadadeiras PNSC 2 Fenda branquial colada.4º par FBCD4 0 suspendendo o corpo direiro Levantar cabeça LC 15 Fenda branquial colada.4º par FBCE4 0 esquerdo Descer ao solo DS 16 Fenda branquial colada.5º par FBCD5 0 direiro Subir SU 5 Fenda branquial colada.5º par FBCE5 0 esquerdo Nadar NL 116 Abrir boca esteriorizando a AB 13 membrana bucal Subir a superficie SS 1 Alimentação Aprender alimento AA 0 Perseguir Presa PP 0 TOTAL DE OCORRENCIAS 478 Gráfico 1- Porcentagem dos eventos comportamentais MLC SU FBCD2 MLCO NL FBCE2 5% 3% 3% MU SS FBCD3 21% 18% MPP FBCE3 1% ACO AA FBCD4 DCC PP FBCE4 4% 0% PC FBCD5 12% PAV VOD FBCE5 24% 0% 3% 3% 1% PNSC VOE AB LC FBCD1 DS FBCE1