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66 DOM
As empresas precisam investir em inovação
para gerar vantagens competitivas e desenhar um
caminho sustentável, mas não existe uma fórmula
mágica que garanta resultados. Alcançar o sucesso
no processo de inovação é uma atividade árdua,
que exige das organizações o desenvolvimento e
identificação de recursos específicos para redefi-
nir suas estruturas e determinar diretrizes inter-
nas claras. O objetivo deste artigo é analisar os
resultados de uma pesquisa realizada pelo Núcleo
Bradesco de Inovação da Fundação Dom Cabral,
no início de 2012, com empresas inovadoras de
médio e grande porte (nacionais e internacionais).
O estudo analisou os desafios enfrentados por
essas organizações para consolidar e desenvolver
o processo de inovação, que tantos aprendizados e
descobertas gera internamente.
inovação
por Fabian Salum, Hérica Morais Righi e
Raoni Henrique de Faria Pereira
A produção de novas tecnologias é essencial
para manter a competitividade no ambiente em
constante mudança do mercado atual. De maneira
geral, ainda que a inovação se desenvolva a partir
da ação de diferentes atores, é a empresa que
aplica o conhecimento científico e tecnológico,
transformando-o em produtos e serviços ofere-
cidos à sociedade, verdadeira protagonista do
processo. Nesse contexto, a gestão da inovação é
um ponto crítico para as empresas que embarcam
na empreitada.
Nossa pesquisa identificou entraves e barrei-
ras no desenvolvimento do processo de inovação.
Os resultados revelam que embora as organizações
percebam a importância da inovação para o seu
desenvolvimento, a maioria delas ainda não posi-
ciona seus esforços nessa direção.
Superando os
desafios para inovar
DOM 67
O papel central da empresa no processo
inovativo O processo inovativo envolve diferentes
atores e uma rede de instituições, que os econo-
mistas chamam de Sistema Nacional de Inovação
(Figura 1). Trata-se, portanto, de uma atividade
resultante de arranjo institucional que envolve
atores da economia e da sociedade, cujo relacio-
namento estimula a criação, difusão e avanço de
inovações tecnológicas. Nesse contexto, a inova-
ção pode ser considerada um processo coletivo,
cultural e evolutivo, que não se viabiliza pela ação
individual, como afirma Nelson (2006).
Segundo esse modelo, cada instituição possui
um papel no desenvolvimento de novos conhe-
cimentos e tecnologias. A união desses esforços
gera as novidades a serem implementadas no
mercado. Dentro da rede de apoio destacam-
-se instituições como: a universidade, que gera
conhecimento e recursos humanos qualificados; o
governo, com a promoção de políticas de incentivo
e financiamento à atividade inovadora; o sistema
financeiro, com o financiamento dessas ações; os
institutos de pesquisa, com o apoio ao desenvol-
vimento de novas tecnologias. As empresas são o
centro do processo inovativo, enquanto as outras
instituições dão suporte ao processo. Ou seja, é a
empresa que produz novos produtos, os adapta e
apresenta ao mercado.
Para liderar o processo inovativo e otimizar o
apoio do ambiente externo, a organização precisa
investir em atividades internas de produção do
conhecimento em gestão que a ajude a desenvol-
ver habilidades e competências específicas para
o desenvolvimento e gestão da inovação. Com o
objetivo de investigar essa questão, também reali-
zamos uma sondagem com gestores de 22 empre-
sas, obtendo 83 respostas de diretores e gerentes
de diferentes áreas. A amostra da pesquisa reu-
niu empresas do setor industrial (43% indústria
extrativista e 39% indústria da transformação),
de distribuição e geração de energia (10%) e de
comércio e serviços (8%).
O estudo mostrou a importância da inovação
para a estratégia das empresas e seus concor-
rentes. Dos entrevistados, 80% reconheceram a
importância da inovação para a empresa e sua
estratégia, confirmando a relevância do tema no
desenvolvimento das organizações. Apenas 4% dos
gestores afirmaram que a inovação não é relevante
para os seus concorrentes, o que ilustra o exercício
de um bom monitoramento e observação do merca-
do e ênfase da atividade inovativa nas práticas de
mercado atuais (Figura 2).
Por outro lado, as respostas mostraram que
embora a inovação seja importante para o desen-
volvimento empresarial, 81% dos entrevistados
reconhecem que encontram barreiras no processo
de gestão da atividade. O questionário apontou
possíveis barreiras e os entrevistados selecionaram
o grau de dificuldade de cada uma delas, numa
escala de um a seis. Para facilitar a análise, elas
foram divididas em cinco categorias: Cultura,
Econômico-financeiro, Modelo de gestão da ino-
vação, Gestão do conhecimento e Relação com o
ambiente externo.
Barreiras ligadas à cultura das empresas
A cultura da inovação é peculiar a cada empresa e
tem como objetivo criar um ambiente favorável à
geração e implementação de novas ideias e cons-
trução de novos conhecimentos. Uma empresa
com essa cultura incentiva o processo de geração
de ideias e compartilhamento de conhecimentos e
informações que possam aprimorar o seu funciona-
mento. Com isso, os processos internos de gestão
do conhecimento, elaboração e seleção de projetos
criam uma ambiência favorável à geração de ideias
e práticas inovadoras que garantem resultados tan-
gíveis e intangíveis para a organização.
O resultado do questionário aplicado nas
empresas da amostra – seguidoras do conceito e
do tema inovação – mostra que priorizar as ações
de curto prazo é uma das maiores barreiras cultu-
rais para o desenvolvimento do processo inovativo
embora a inovação seja
importante para o
desenvolvimento empresarial,
81% dos entrevistados
reconhecem que encontram
barreiras no processo de
gestão da atividade
68 DOM
figura 1 | Sistema Nacional de Inovação
Fonte: Righi (2009)
Empresa
Sociedade e
outros atores
Sistema
financeiro
Universidade
Governo
figura 2 | Caracterização do tema inovação nas empresas e concorrência
Fonte: Elaborado pelos autores
Apenas para poucos concorrentes, sem
impacto para nosso mercado e empresa
21%
Não em nenhum de
meus concorrentes
4%
Para alguns concorrentes com
impacto em nosso mercado e empresa
53%
Sim para a maioria dos
nossos concorrentes
22%
A inovação aparece de forma evidente nos seus concorrentes?
Sim
80%
Não
20%
A inovação aparece de forma evidente na empresa?
DOM 69
1. Cultura conservadora,
sem espaço para inovar
2. As propriedades da empresa
estão voltadas para o curto prazo
3. Cultura departamental,
hierarquizada e burocratizada
4. Rigidez organizacional
5. Dificuldade para se adequar a
padrões, normas e regulamentações
6. Aversão da empresa a atividades
de alto risco
1
2
3
4
5
6
7. Riscos econômicos excessivos
8. Elevados custos da
inovação
9. Ambiente econômico desfavorável
10. Escassez de fontes
apropriadas de financiamento
1
2
3
4
5
6
figura 3 | barreiras culturais ao desenvolvimento da inovação
figura 4 | Barreiras econômico-financeiras ao desenvolvimento da inovação
Fonte: Elaborado pelos autores
Fonte: Elaborado pelos autores
70 DOM
(Figura 3). Logo em seguida veem a cultura depar-
tamental hierarquizada e a existência de uma cul-
tura conservadora sem espaço para inovar.
Conforme a literatura sobre o tema e pesquisas
realizadas pelo Núcleo Bradesco de Inovação da
FDC, o processo inovativo exige o desenvolvimen-
to de projetos contínuos e voltados para o longo
prazo. É um processo marcado pela incerteza, que
só alcança resultados com muito investimento e
esforço dedicado de forma contínua e não imedia-
ta. Nesse cenário, a inovação é uma ação de longo
prazo que tem por objetivo garantir o futuro da
empresa. Por isso, deve caminhar em paralelo com
as ações de curto prazo, voltadas para a geração
de resultados imediatos e retorno de investimento
rápido, garantindo assim a geração de recursos
financeiros que serão reinvestidos para fomentar
projetos de médio e longo prazo.
Devido ao seu dinamismo e alta complexidade
(nacional e internacional), o ambiente econômico
atual tem exigido das empresas retornos cada
vez mais rápidos, para garantir sua sustentação
momentânea. Esse panorama impõe um paradoxo
aos gestores: como encontrar o equilíbrio entre o
investimento que trará retorno de curto prazo e
o investimento de longo prazo, grande trade off
relatado pelos gestores do processo de inovação
das empresas. Quando apenas as questões ime-
diatistas são priorizadas, inibe-se o investimento
em ações de alto risco e surge a incerteza com o
retorno futuro, prejudicando o desenvolvimento do
processo inovativo nas empresas com tendência à
inovação disruptiva.
Outras questões referentes à cultura, desta-
cadas pela pesquisa, são as barreiras referentes
ao reflexo da estrutura da empresa no ambiente
interno. Os entrevistados ressaltaram que a cultura
hierarquizada e a falta de espaço para inovar são
dificuldades recorrentes no processo inovativo.
A inovação é fruto de um processo sistêmico,
que integra diferentes áreas da empresa, como o
desenvolvimento de novos produtos e as áreas de
finanças, vendas e marketing. A rigidez das estru-
turas internas dificulta a integração entre esses
departamentos, impedindo o desenvolvimento de
novas ideias.
Outra característica das empresas inovadoras é
o incentivo à criatividade e ao processo de geração
de ideias. A falta de espaço para inovar é também
uma barreira decorrente da rigidez estrutural das
empresas. O desenvolvimento de novidades requer
da organização uma abertura para a implantação
de novas ideias e a tolerância ao erro. As especi-
ficidades do processo de inovação demandam um
ambiente criativo e favorável às ações de alto risco
e incertezas.
Barreiras ligadas às questões econômicas
e financeiras Como mencionado anteriormente,
a atividade inovadora é cercada de incertezas e
envolve riscos elevados. O investimento de recur-
sos financeiros nessas ações exige da estrutura
organizacional uma tolerância ao erro e propen-
são ao risco. Caso contrário, os investimentos
necessários para o desenvolvimento do processo
de inovação ficam prejudicados e podem até ser
interrompidos.
Nossa pesquisa comprova que fatores como o
elevado custo da inovação e o alto risco econômico
da atividade prejudicam o desenvolvimento inova-
tivo nas organizações (Figura 4). Isso mostra que
deve haver uma sequência no processo de inovação
e investimento contínuo para o desenvolvimento e
aprimoramento do processo. A inibição e a descon-
tinuidade do processo prejudicam a capacidade de
geração de novas ideias e o desenvolvimento futuro
de competências que sustentarão a competitivida-
de dessas empresas.
Barreiras ligadas ao Modelo de Gestão da
Inovação Um dos principais fatores que afeta o
sucesso de atividades voltadas para a inovação
é a capacidade da empresa de traduzir em pro-
cessos e internalizar em seu modelo de gestão
As especificidades do processo
de inovação demandam
um ambiente criativo e
favorável às ações de alto
risco e incertezas
DOM 71
as ações que impulsionam o processo inovativo.
Nossa pesquisa também analisou os principais
obstáculos do processo de gestão da inovação que
inibem o desenvolvimento dessa atividade (Figura
5). Dentre as respostas obtidas, destacam-se os
seguintes resultados: insuficiência de tempo vol-
tado para a dedicação a projetos inovadores; falta
de agilidade na análise de propostas e no retorno
sobre as ideias apresentadas; ausência de proces-
sos internos claros e eficazes para a aprovação e
desenvolvimento de projetos inovadores; falta de
comunicação interna efetiva sobre as metas e obje-
tivos do projeto empresarial para os colaboradores.
Os fatores apontados pelos entrevistados des-
tacam o hiato existente entre a estratégia de ino-
vação e a implementação do processo inovativo.
Ainda existem problemas de consolidação dessa
prática porque os processos internos não traduzem
as diretrizes estratégicas – um reflexo da visão
restrita ao curto prazo das organizações.
Barreiras ligadas à gestão do conhecimen-
to A geração e internalização de conhecimento é
um dos elementos críticos de sucesso da atividade
inovativa. Pesquisa realizada por Cohen e Levinthal
(1989) constatou que para um processo inovativo
ser efetivo é necessário acumular conhecimento,
para absorver a produção tecnológica externa e
utilizar novos conhecimentos na solução de proble-
mas e desenvolvimento de produtos.
As empresas precisam desenvolver competên-
cias para absorver e aplicar novos conhecimentos,
desenvolvidos interna e externamente. Por isso,
devem investir em atividades internas de produ-
ção de conhecimento que permitam desenvolver
habilidades e competências para auxiliar nesse
processo. Isso pode envolver diferentes iniciativas,
como a formalização de atividades de pesquisa
e desenvolvimento (P&D), através de engenharia
reversa ou outro tipo de atividade, dependendo do
setor em que a organização está inserida e de suas
necessidades.
Ao levantar os principais obstáculos da gera-
ção e gestão do conhecimento, voltadas para a
inovação, nossa pesquisa encontrou duas princi-
pais barreiras: a escassez de recursos humanos
capacitados para o desenvolvimento do projeto e a
falta de estrutura que permita identificar e incor-
porar conhecimento externo (Figura 6).
72 DOM
12. Ausência de canal aberto para debater críticas
e sugestões apresentadas pelos colaboradores
13. Ausência de um fórum de
discussões para a validação
das ideias apresentadas pelos
colaboradores
14. Insuficiência de tempo
voltado para a dedicação em
projetos inovadores
15. Falta de comunicacão interna efetiva
sobre as metase objetivos do projeto
empresarial para os colaboradores
16. Falta de agilidade na análise
de propostas e no retorno sobre
as ideias e propostas
17. Ausência de processos internos
claros e eficazes para a aprovação
e desenvolvimento de projetos
inovadores
1
2
4
5
6
3
18. Falta de informação
sobre tecnologia
19. Falta de informação
sobre mercados
20. Falta de estrutura que
permita identificar e incorporar
conhecimento externo
21. Escassas possibilidades
de cooperacão com outras
empresas/instituições
22. Escassez de recursos
humanos capacitados para o
desenvolvimento do projeto
1
2
4
5
6
3
figura 6 | Barreiras ao desenvolvimento da inovação ligadas à gestão do conhecimento
figura 5 | O Modelo de Gestão da Inovação como obstáculo ao desenvolvimento da inovação
Fonte: Elaborado pelos autores
Fonte: Elaborado pelos autores
DOM 73
Barreiras ligadas à relação com o ambien-
te externo Em convergência com a caracterís-
tica coletiva da inovação, nosso estudo também
levantou questões que permeiam a gestão do
relacionamento externo voltado para a inovação
(Figura 7). A maior barreira encontrada foi a rigi-
dez dos processos internos para a formação de
parcerias. As empresas ainda resistem em entrar
em projetos cooperativos, embora essa prática seja
cada vez mais adotada pelas empresas inovadoras.
A dificuldade em participar de projetos coope-
rativos pode ser um reflexo da estrutura industrial
consolidada no século 20, em que a diretriz cen-
tral para aumento da produtividade e eficiência era
internalizar processos e competências, expandindo
verticalmente as atividades ao longo da cadeia de
valor. Mas, com o desenvolvimento do conheci-
mento e acirramento da competição, sobretudo no
final dos anos 90, as empresas perceberam que a
eficiência estava mais ligada às suas competên-
cias centrais. Assim, era mais eficiente focar suas
atividades nesses pontos e formar parcerias com
outras instituições que possuíam competências
complementares.
A inovação, fruto da combinação de conhe-
cimentos de diferentes áreas, também exige a
interação entre diferentes instituições (externas e
interdepartamentais), para consolidar as compe-
tências e conhecimentos complementares. Mas,
a formação de parcerias envolve questões estra-
tégicas e, muitas vezes, a falta de acordo sobre
esses pontos dificulta sua consolidação. Dentre os
principais itens, podemos destacar a propriedade
intelectual, os ganhos de mercado e o segredo
industrial. Muitas empresas ainda têm dificulda-
des para desenvolver projetos em conjunto com
outras organizações, o que dificulta o desenvol-
vimento do processo inovativo, já que não detêm
todo o conhecimento e competências necessários.
Fabian Salum é professor e pesquisador do Núcleo Bradesco de Inovação
da Fundação Dom Cabral.
Hérica Morais Righi é professora e pesquisadora do Núcleo Bradesco
de Inovação da Fundação Dom Cabral.
Raoni Henrique de Faria Pereira é assistente de pesquisa do Núcleo
Bradesco de Inovação da Fundação Dom Cabral.
Para se aprofundar no tema, acesse: www.fdc.org.br/inovação
74 DOM
CONCLUSões
Ainda que a inovação seja vista como importante e estratégica para as empresas, os esforços
dedicados ao desenvolvimento desse processo enfrentam diversos obstáculos. As barreiras iden-
tificadas estão presentes nos diversos fatores relacionados ao processo de inovação: cultura da
inovação, questões econômico-financeiras, modelo de gestão, gestão do conhecimento e relação
com o ambiente externo.
Uma reflexão sobre essas questões, destacadas neste artigo, demonstra que todos os obstácu-
los descritos podem ser traduzidos num problema central que inibe o desenvolvimento da inovação
– a falta de alinhamento da estratégia de inovação com a estratégia geral da empresa. Isso se refle-
te na dificuldade em traduzir a estratégia de inovação nos processos internos e práticas cotidianas
da empresa. Inovar concede realmente um diferencial à empresa, mas muitas organizações ainda
adotam a inovação como estratégia de marketing e não como diretriz de desenvolvimento. O termo
inovação tornou-se comum e um modismo, mas não são muitos os empresários e gestores que
investem e adequam sua estrutura para executar eficientemente esse processo. Mesmo com todos
os riscos e incertezas que ele representa.
Inovar exige que a organização reavalie as estruturas e meios de internalizar suas práticas,
mantendo um ambiente favorável à tomada de risco, investimentos contínuos à inovação, tolerân-
cia ao erro, mecanismos para incentivar a criação e sugestão de ideias, e processos internos que
favoreçam a cooperação com outras instituições. A pesquisa da FDC mostrou que implantar essas
iniciativas internamente e adequar a estrutura das organizações são grandes desafios da gestão
da inovação. Cabe aos dirigentes das empresas criarem mecanismos e ferramentas que permitam
a integração desse conhecimento aos processos já existentes. Só assim desfrutarão dos enormes
benefícios garantidos pela inovação.
1
2
3
4
5
6
23. Rigidez dos processos para
a formação de parcerias
24. Fraca resposta dos
consumidores quanto a
novos produtos
25. Escassez de serviços
técnicos adequados
26. Centralização da
atividade inovativa em
outra empresa do grupo
figura 7 | Barreiras relacionadas ao ambiente externo que inibem o desenvolvimento da inovação
Fonte: Elaborado pelos autores
DOM 75

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Superando os desafios para inovar - DOM FDC

  • 2. As empresas precisam investir em inovação para gerar vantagens competitivas e desenhar um caminho sustentável, mas não existe uma fórmula mágica que garanta resultados. Alcançar o sucesso no processo de inovação é uma atividade árdua, que exige das organizações o desenvolvimento e identificação de recursos específicos para redefi- nir suas estruturas e determinar diretrizes inter- nas claras. O objetivo deste artigo é analisar os resultados de uma pesquisa realizada pelo Núcleo Bradesco de Inovação da Fundação Dom Cabral, no início de 2012, com empresas inovadoras de médio e grande porte (nacionais e internacionais). O estudo analisou os desafios enfrentados por essas organizações para consolidar e desenvolver o processo de inovação, que tantos aprendizados e descobertas gera internamente. inovação por Fabian Salum, Hérica Morais Righi e Raoni Henrique de Faria Pereira A produção de novas tecnologias é essencial para manter a competitividade no ambiente em constante mudança do mercado atual. De maneira geral, ainda que a inovação se desenvolva a partir da ação de diferentes atores, é a empresa que aplica o conhecimento científico e tecnológico, transformando-o em produtos e serviços ofere- cidos à sociedade, verdadeira protagonista do processo. Nesse contexto, a gestão da inovação é um ponto crítico para as empresas que embarcam na empreitada. Nossa pesquisa identificou entraves e barrei- ras no desenvolvimento do processo de inovação. Os resultados revelam que embora as organizações percebam a importância da inovação para o seu desenvolvimento, a maioria delas ainda não posi- ciona seus esforços nessa direção. Superando os desafios para inovar DOM 67
  • 3. O papel central da empresa no processo inovativo O processo inovativo envolve diferentes atores e uma rede de instituições, que os econo- mistas chamam de Sistema Nacional de Inovação (Figura 1). Trata-se, portanto, de uma atividade resultante de arranjo institucional que envolve atores da economia e da sociedade, cujo relacio- namento estimula a criação, difusão e avanço de inovações tecnológicas. Nesse contexto, a inova- ção pode ser considerada um processo coletivo, cultural e evolutivo, que não se viabiliza pela ação individual, como afirma Nelson (2006). Segundo esse modelo, cada instituição possui um papel no desenvolvimento de novos conhe- cimentos e tecnologias. A união desses esforços gera as novidades a serem implementadas no mercado. Dentro da rede de apoio destacam- -se instituições como: a universidade, que gera conhecimento e recursos humanos qualificados; o governo, com a promoção de políticas de incentivo e financiamento à atividade inovadora; o sistema financeiro, com o financiamento dessas ações; os institutos de pesquisa, com o apoio ao desenvol- vimento de novas tecnologias. As empresas são o centro do processo inovativo, enquanto as outras instituições dão suporte ao processo. Ou seja, é a empresa que produz novos produtos, os adapta e apresenta ao mercado. Para liderar o processo inovativo e otimizar o apoio do ambiente externo, a organização precisa investir em atividades internas de produção do conhecimento em gestão que a ajude a desenvol- ver habilidades e competências específicas para o desenvolvimento e gestão da inovação. Com o objetivo de investigar essa questão, também reali- zamos uma sondagem com gestores de 22 empre- sas, obtendo 83 respostas de diretores e gerentes de diferentes áreas. A amostra da pesquisa reu- niu empresas do setor industrial (43% indústria extrativista e 39% indústria da transformação), de distribuição e geração de energia (10%) e de comércio e serviços (8%). O estudo mostrou a importância da inovação para a estratégia das empresas e seus concor- rentes. Dos entrevistados, 80% reconheceram a importância da inovação para a empresa e sua estratégia, confirmando a relevância do tema no desenvolvimento das organizações. Apenas 4% dos gestores afirmaram que a inovação não é relevante para os seus concorrentes, o que ilustra o exercício de um bom monitoramento e observação do merca- do e ênfase da atividade inovativa nas práticas de mercado atuais (Figura 2). Por outro lado, as respostas mostraram que embora a inovação seja importante para o desen- volvimento empresarial, 81% dos entrevistados reconhecem que encontram barreiras no processo de gestão da atividade. O questionário apontou possíveis barreiras e os entrevistados selecionaram o grau de dificuldade de cada uma delas, numa escala de um a seis. Para facilitar a análise, elas foram divididas em cinco categorias: Cultura, Econômico-financeiro, Modelo de gestão da ino- vação, Gestão do conhecimento e Relação com o ambiente externo. Barreiras ligadas à cultura das empresas A cultura da inovação é peculiar a cada empresa e tem como objetivo criar um ambiente favorável à geração e implementação de novas ideias e cons- trução de novos conhecimentos. Uma empresa com essa cultura incentiva o processo de geração de ideias e compartilhamento de conhecimentos e informações que possam aprimorar o seu funciona- mento. Com isso, os processos internos de gestão do conhecimento, elaboração e seleção de projetos criam uma ambiência favorável à geração de ideias e práticas inovadoras que garantem resultados tan- gíveis e intangíveis para a organização. O resultado do questionário aplicado nas empresas da amostra – seguidoras do conceito e do tema inovação – mostra que priorizar as ações de curto prazo é uma das maiores barreiras cultu- rais para o desenvolvimento do processo inovativo embora a inovação seja importante para o desenvolvimento empresarial, 81% dos entrevistados reconhecem que encontram barreiras no processo de gestão da atividade 68 DOM
  • 4. figura 1 | Sistema Nacional de Inovação Fonte: Righi (2009) Empresa Sociedade e outros atores Sistema financeiro Universidade Governo figura 2 | Caracterização do tema inovação nas empresas e concorrência Fonte: Elaborado pelos autores Apenas para poucos concorrentes, sem impacto para nosso mercado e empresa 21% Não em nenhum de meus concorrentes 4% Para alguns concorrentes com impacto em nosso mercado e empresa 53% Sim para a maioria dos nossos concorrentes 22% A inovação aparece de forma evidente nos seus concorrentes? Sim 80% Não 20% A inovação aparece de forma evidente na empresa? DOM 69
  • 5. 1. Cultura conservadora, sem espaço para inovar 2. As propriedades da empresa estão voltadas para o curto prazo 3. Cultura departamental, hierarquizada e burocratizada 4. Rigidez organizacional 5. Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações 6. Aversão da empresa a atividades de alto risco 1 2 3 4 5 6 7. Riscos econômicos excessivos 8. Elevados custos da inovação 9. Ambiente econômico desfavorável 10. Escassez de fontes apropriadas de financiamento 1 2 3 4 5 6 figura 3 | barreiras culturais ao desenvolvimento da inovação figura 4 | Barreiras econômico-financeiras ao desenvolvimento da inovação Fonte: Elaborado pelos autores Fonte: Elaborado pelos autores 70 DOM
  • 6. (Figura 3). Logo em seguida veem a cultura depar- tamental hierarquizada e a existência de uma cul- tura conservadora sem espaço para inovar. Conforme a literatura sobre o tema e pesquisas realizadas pelo Núcleo Bradesco de Inovação da FDC, o processo inovativo exige o desenvolvimen- to de projetos contínuos e voltados para o longo prazo. É um processo marcado pela incerteza, que só alcança resultados com muito investimento e esforço dedicado de forma contínua e não imedia- ta. Nesse cenário, a inovação é uma ação de longo prazo que tem por objetivo garantir o futuro da empresa. Por isso, deve caminhar em paralelo com as ações de curto prazo, voltadas para a geração de resultados imediatos e retorno de investimento rápido, garantindo assim a geração de recursos financeiros que serão reinvestidos para fomentar projetos de médio e longo prazo. Devido ao seu dinamismo e alta complexidade (nacional e internacional), o ambiente econômico atual tem exigido das empresas retornos cada vez mais rápidos, para garantir sua sustentação momentânea. Esse panorama impõe um paradoxo aos gestores: como encontrar o equilíbrio entre o investimento que trará retorno de curto prazo e o investimento de longo prazo, grande trade off relatado pelos gestores do processo de inovação das empresas. Quando apenas as questões ime- diatistas são priorizadas, inibe-se o investimento em ações de alto risco e surge a incerteza com o retorno futuro, prejudicando o desenvolvimento do processo inovativo nas empresas com tendência à inovação disruptiva. Outras questões referentes à cultura, desta- cadas pela pesquisa, são as barreiras referentes ao reflexo da estrutura da empresa no ambiente interno. Os entrevistados ressaltaram que a cultura hierarquizada e a falta de espaço para inovar são dificuldades recorrentes no processo inovativo. A inovação é fruto de um processo sistêmico, que integra diferentes áreas da empresa, como o desenvolvimento de novos produtos e as áreas de finanças, vendas e marketing. A rigidez das estru- turas internas dificulta a integração entre esses departamentos, impedindo o desenvolvimento de novas ideias. Outra característica das empresas inovadoras é o incentivo à criatividade e ao processo de geração de ideias. A falta de espaço para inovar é também uma barreira decorrente da rigidez estrutural das empresas. O desenvolvimento de novidades requer da organização uma abertura para a implantação de novas ideias e a tolerância ao erro. As especi- ficidades do processo de inovação demandam um ambiente criativo e favorável às ações de alto risco e incertezas. Barreiras ligadas às questões econômicas e financeiras Como mencionado anteriormente, a atividade inovadora é cercada de incertezas e envolve riscos elevados. O investimento de recur- sos financeiros nessas ações exige da estrutura organizacional uma tolerância ao erro e propen- são ao risco. Caso contrário, os investimentos necessários para o desenvolvimento do processo de inovação ficam prejudicados e podem até ser interrompidos. Nossa pesquisa comprova que fatores como o elevado custo da inovação e o alto risco econômico da atividade prejudicam o desenvolvimento inova- tivo nas organizações (Figura 4). Isso mostra que deve haver uma sequência no processo de inovação e investimento contínuo para o desenvolvimento e aprimoramento do processo. A inibição e a descon- tinuidade do processo prejudicam a capacidade de geração de novas ideias e o desenvolvimento futuro de competências que sustentarão a competitivida- de dessas empresas. Barreiras ligadas ao Modelo de Gestão da Inovação Um dos principais fatores que afeta o sucesso de atividades voltadas para a inovação é a capacidade da empresa de traduzir em pro- cessos e internalizar em seu modelo de gestão As especificidades do processo de inovação demandam um ambiente criativo e favorável às ações de alto risco e incertezas DOM 71
  • 7. as ações que impulsionam o processo inovativo. Nossa pesquisa também analisou os principais obstáculos do processo de gestão da inovação que inibem o desenvolvimento dessa atividade (Figura 5). Dentre as respostas obtidas, destacam-se os seguintes resultados: insuficiência de tempo vol- tado para a dedicação a projetos inovadores; falta de agilidade na análise de propostas e no retorno sobre as ideias apresentadas; ausência de proces- sos internos claros e eficazes para a aprovação e desenvolvimento de projetos inovadores; falta de comunicação interna efetiva sobre as metas e obje- tivos do projeto empresarial para os colaboradores. Os fatores apontados pelos entrevistados des- tacam o hiato existente entre a estratégia de ino- vação e a implementação do processo inovativo. Ainda existem problemas de consolidação dessa prática porque os processos internos não traduzem as diretrizes estratégicas – um reflexo da visão restrita ao curto prazo das organizações. Barreiras ligadas à gestão do conhecimen- to A geração e internalização de conhecimento é um dos elementos críticos de sucesso da atividade inovativa. Pesquisa realizada por Cohen e Levinthal (1989) constatou que para um processo inovativo ser efetivo é necessário acumular conhecimento, para absorver a produção tecnológica externa e utilizar novos conhecimentos na solução de proble- mas e desenvolvimento de produtos. As empresas precisam desenvolver competên- cias para absorver e aplicar novos conhecimentos, desenvolvidos interna e externamente. Por isso, devem investir em atividades internas de produ- ção de conhecimento que permitam desenvolver habilidades e competências para auxiliar nesse processo. Isso pode envolver diferentes iniciativas, como a formalização de atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), através de engenharia reversa ou outro tipo de atividade, dependendo do setor em que a organização está inserida e de suas necessidades. Ao levantar os principais obstáculos da gera- ção e gestão do conhecimento, voltadas para a inovação, nossa pesquisa encontrou duas princi- pais barreiras: a escassez de recursos humanos capacitados para o desenvolvimento do projeto e a falta de estrutura que permita identificar e incor- porar conhecimento externo (Figura 6). 72 DOM
  • 8. 12. Ausência de canal aberto para debater críticas e sugestões apresentadas pelos colaboradores 13. Ausência de um fórum de discussões para a validação das ideias apresentadas pelos colaboradores 14. Insuficiência de tempo voltado para a dedicação em projetos inovadores 15. Falta de comunicacão interna efetiva sobre as metase objetivos do projeto empresarial para os colaboradores 16. Falta de agilidade na análise de propostas e no retorno sobre as ideias e propostas 17. Ausência de processos internos claros e eficazes para a aprovação e desenvolvimento de projetos inovadores 1 2 4 5 6 3 18. Falta de informação sobre tecnologia 19. Falta de informação sobre mercados 20. Falta de estrutura que permita identificar e incorporar conhecimento externo 21. Escassas possibilidades de cooperacão com outras empresas/instituições 22. Escassez de recursos humanos capacitados para o desenvolvimento do projeto 1 2 4 5 6 3 figura 6 | Barreiras ao desenvolvimento da inovação ligadas à gestão do conhecimento figura 5 | O Modelo de Gestão da Inovação como obstáculo ao desenvolvimento da inovação Fonte: Elaborado pelos autores Fonte: Elaborado pelos autores DOM 73
  • 9. Barreiras ligadas à relação com o ambien- te externo Em convergência com a caracterís- tica coletiva da inovação, nosso estudo também levantou questões que permeiam a gestão do relacionamento externo voltado para a inovação (Figura 7). A maior barreira encontrada foi a rigi- dez dos processos internos para a formação de parcerias. As empresas ainda resistem em entrar em projetos cooperativos, embora essa prática seja cada vez mais adotada pelas empresas inovadoras. A dificuldade em participar de projetos coope- rativos pode ser um reflexo da estrutura industrial consolidada no século 20, em que a diretriz cen- tral para aumento da produtividade e eficiência era internalizar processos e competências, expandindo verticalmente as atividades ao longo da cadeia de valor. Mas, com o desenvolvimento do conheci- mento e acirramento da competição, sobretudo no final dos anos 90, as empresas perceberam que a eficiência estava mais ligada às suas competên- cias centrais. Assim, era mais eficiente focar suas atividades nesses pontos e formar parcerias com outras instituições que possuíam competências complementares. A inovação, fruto da combinação de conhe- cimentos de diferentes áreas, também exige a interação entre diferentes instituições (externas e interdepartamentais), para consolidar as compe- tências e conhecimentos complementares. Mas, a formação de parcerias envolve questões estra- tégicas e, muitas vezes, a falta de acordo sobre esses pontos dificulta sua consolidação. Dentre os principais itens, podemos destacar a propriedade intelectual, os ganhos de mercado e o segredo industrial. Muitas empresas ainda têm dificulda- des para desenvolver projetos em conjunto com outras organizações, o que dificulta o desenvol- vimento do processo inovativo, já que não detêm todo o conhecimento e competências necessários. Fabian Salum é professor e pesquisador do Núcleo Bradesco de Inovação da Fundação Dom Cabral. Hérica Morais Righi é professora e pesquisadora do Núcleo Bradesco de Inovação da Fundação Dom Cabral. Raoni Henrique de Faria Pereira é assistente de pesquisa do Núcleo Bradesco de Inovação da Fundação Dom Cabral. Para se aprofundar no tema, acesse: www.fdc.org.br/inovação 74 DOM
  • 10. CONCLUSões Ainda que a inovação seja vista como importante e estratégica para as empresas, os esforços dedicados ao desenvolvimento desse processo enfrentam diversos obstáculos. As barreiras iden- tificadas estão presentes nos diversos fatores relacionados ao processo de inovação: cultura da inovação, questões econômico-financeiras, modelo de gestão, gestão do conhecimento e relação com o ambiente externo. Uma reflexão sobre essas questões, destacadas neste artigo, demonstra que todos os obstácu- los descritos podem ser traduzidos num problema central que inibe o desenvolvimento da inovação – a falta de alinhamento da estratégia de inovação com a estratégia geral da empresa. Isso se refle- te na dificuldade em traduzir a estratégia de inovação nos processos internos e práticas cotidianas da empresa. Inovar concede realmente um diferencial à empresa, mas muitas organizações ainda adotam a inovação como estratégia de marketing e não como diretriz de desenvolvimento. O termo inovação tornou-se comum e um modismo, mas não são muitos os empresários e gestores que investem e adequam sua estrutura para executar eficientemente esse processo. Mesmo com todos os riscos e incertezas que ele representa. Inovar exige que a organização reavalie as estruturas e meios de internalizar suas práticas, mantendo um ambiente favorável à tomada de risco, investimentos contínuos à inovação, tolerân- cia ao erro, mecanismos para incentivar a criação e sugestão de ideias, e processos internos que favoreçam a cooperação com outras instituições. A pesquisa da FDC mostrou que implantar essas iniciativas internamente e adequar a estrutura das organizações são grandes desafios da gestão da inovação. Cabe aos dirigentes das empresas criarem mecanismos e ferramentas que permitam a integração desse conhecimento aos processos já existentes. Só assim desfrutarão dos enormes benefícios garantidos pela inovação. 1 2 3 4 5 6 23. Rigidez dos processos para a formação de parcerias 24. Fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 25. Escassez de serviços técnicos adequados 26. Centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo figura 7 | Barreiras relacionadas ao ambiente externo que inibem o desenvolvimento da inovação Fonte: Elaborado pelos autores DOM 75