3. CARACTERÍSTICAS GERAIS
DA OBRA
Senhora
Autor José de Alencar
Narração 3ª Pessoa, onisciente
Publicação 1875, em folhetim
Divisão Além da divisão em
capítulos, há também a
divisão em 4 partes: Preço,
Quitação, Posse e Resgate
5. ENREDO
Os títulos das quatro partes em que se
divide o romance - O PREÇO,
QUITAÇÃO, POSSE E O RESGATE
– anunciam a problemática da
contradição entre o dinheiro e o amor
desenvolvida no enredo, na medida em
que constituem palavras relacionadas às
fases de uma transação comercial.
16. ESPAÇO
Quanto ao presente, podemos relacioná-lo com o lado cosmopolita,
refinado, europeu, do romance, cujo cenário[espaço] é a sociedade
fluminense, em várias passagens criticada, pelo narrador, por sua
submissão aos costumes estrangeiros. O espaço central da narrativa
é o bairro das Laranjeiras, situado no Rio de Janeiro. A história se
passa na segunda metade do século XIX, em que a sociedade vivia
de aparências e o casamento arranjado era muito comum.
17. ESPAÇO
Podemos ter como exemplo de contextualização de Espaço geográfico
na página 4, da primeira parte.
“Seriam nove horas do dia. Um sol ardente de março esbate-se nas
venezianas que vestem as sacadas de uma sala, nas Laranjeiras. A luz
coada pelas verdes empanadas debuxa com a suavidade do nimbo o
gracioso busto de Aurélia sobre o aveludado escarlate do papel que
forra o gabinete.”
18. TEMPO
Em termos de tempo, podemos destacar o contraponto,
no livro, entre o passado, que corresponde à segunda
parte - Quitação - e o presente, ao qual estão mais
diretamente ligadas as outras três partes. O passado se
associa com a 'cor local', na medida em que nele
predomina a pobreza de Aurélia e com ela o
provincianismo, o acanhamento, a 'brutalidade' singela,
simples.
19. DISCURSO
Na obra, é usado o discurso indireto livre. Uma prova de que este é o
discurso utilizado, é que não há marcas que indiquem a separação da
fala do narrador da fala da personagem, como os verbos de elocução,
os sinais de pontuação e as conjunções que aparecem nos discursos
direto e indireto. Assim, por vezes é difícil delimitar o início e o fim
do discurso da personagem, uma vez que o mesmo está inserido dentro
do discurso do narrador, confundindo-se com este.
20. DISCURSO
Podemos encontrar o discurso indireto livre na página 4 da primeira parte em
meio a um diálogo de Dona Firmina e Aurélia
“- Franca? Mais do que eu sou, menina? Se é este o meu defeito!... A moça
hesitava.
- Experimente, Senhora! - Quem acha a senhora mais bonita, a Amaralzinha ou
eu? disse afinal Aurélia, empalidecendo de leve.
- Ora, ora! acudiu a viúva a rir. Está zombando, Aurélia. Pois, a Amaralzinha é
para se comparar com você?”
21. NARRADOR
José de Alencar escreveu o livro em terceira pessoa, com o
narrador se permitindo a onisciência, ou seja, narrando os
fatos de fora e, ao mesmo tempo, de dentro, quando penetra
na interioridade de diferentes personagens.
22. NARRADOR
Temos como exemplo este trecho na página 27:
"Opôs-se formalmente Aurélia; e declarou que era sua intenção viver
em casa própria, na companhia e D. Firmina Mascarenhas.
- Mas atenda, minha menina, que ainda é menor.
- Tenho dezoito anos.
- Só aos vinte e um é que poderá viver sobre si e governar-se.
- É a sua opinião? Vou pedir ao juiz que ele há de atender-me.
A vista desse tom positivo, o Lemos refletiu, e julgou mais prudente
não contrariar a vontade da menina. Aquela idéia do pedido ao juiz
para remoção da tutela não lhe agrada. Pensava ele que às mulheres
ricas e bonitas não faltam protetores de influência."
23. CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA
Algumas vezes, José de Alencar utiliza fatos que ocorreram na época para
representar datas. Escolhemos dois exemplos desses fatos históricos dentre os
quais destaca - se a candidatura de nosso escritor, como é visto neste trecho,
da página152:
"Por essa época predispuseram-se as coisas para a candidatura que o nosso
escritor sonhava desde muito tempo; e coincidindo elas com a partida da tal
estrela nortista, lembrou-se Fernando de fazer uma excursão ero-político por
Pernambuco, a expensas do Estado."
24. FATOS HISTÓRICOS
O outro fato histórico usado por José de Alencar nesta narração
é a guerra do Paraguai, como é percebido neste outro trecho:
"A formosa mulher atravessava a sala pelo braço do General
Barão do T que para não desmentir o seu garbo marcial, fazia
naquele momento de heroísmo superior ao que mostrava na
guerra do Paraguai, onde havia sido um meio bayard."
25. JOSÉ DE ALENCAR
José de Alencar (1829-1877) foi romancista,
dramaturgo, jornalista, advogado e político brasileiro. Foi
um dos maiores representantes da corrente literária
indianista. O regionalismo presente em suas obras, abriu
caminho para outros sertanistas, preocupados em
mostrar o Brasil rural. José de Alencar criou uma
literatura nacionalista onde se evidencia uma maneira de
sentir e pensar tipicamente brasileiras.
27. Esse fenômeno devia ter razão psicológica, de cuja
investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda
mais o da mulher que é ela toda, representa o caos do
mundo moral. Ninguém sabe que maravilhas ou que
monstros vão surgir desses limbos.
Senhora (José de Alencar)
28. REFERÊNCIAS
Alencar, J.: Senhora. Brasil, 1875.
_______. Nova Enciclopédia Ilustrada FOLHA, volume 2. Brasil,
1996.
_______. Senhora de José de Alencar (2002). Disponível em:
http://vestibular.uol.com.br/resumos-de-livros/senhora.jhtm
_______. Senhora de José de Alencar (2011). Disponível em :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Senhora_(livro)
29. COMPONENTES
Regina Gabriela da Ponciuncula Ferreira,
Emylly Camila Ferreira,
Matheus Joabs,
Maria Severina,
Cláudia Kelly.