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Quando aAntropologia se
defronta com a Educação:
formação de professores
índios no Brasil
Luís Donisete Benzi Grupioni
Grupo 5:
Alice de Souza Machado RA: 230407
Susiane Angela Guadagnini RA: 122636
Isabela Mayumi RA: 175166
Marina MoroziniTrevillato RA: 174236
Luis Donisete BenziGrupioni
 Bacharelado em Ciências Sociais pela USP
 Especialização em Programa de Formação de
Quadros Profissionais pelo CEBRAP
 Mestrado em Ciência Social (Antropologia Social)
pela USP
 Doutorado em Ciência Social (Antropologia
Social) pela USP
 MARI-USP (Grupo de Educação Indígena da USP)
 NHII-USP (Núcleo de História Indígena e do
Indigenismo)
 Coordenador do Iepé (Instituto de Pesquisa e
Formação Indígena)
Introdução
 O artigo analisa os
processos de formação de
professores indígenas no
Brasil
 Últimas duas décadas: nova
política pública no Brasil,
voltada à oferta da
educação escolar em
comunidades indígenas
https://novaescola.org.br/conteudo/3572/formacao-de-professores-para-educacao-indigena
• 1980-1990: formação docente de membros dessas comunidades
para atuar nas escolas indígenas
• Modelo de educação atual: índios de suas respectivas comunidades
são escolhidos para serem formados e assumirem docência de
escolas indígenas, valorizando línguas e culturas indígenas no
ambiente escolar
• 1980-90: discussão e proposição de novas práticas de formação de
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• Marco de novas políticas públicas que viabiliza o direito dos grupos
indígenas a uma educação diferenciada
• Restrição da docência a esses novos profissionais (professores
indígenas oriundos das comunidades em que a escola está inserida)
• Alternativas às práticas integradoras do órgão indigenista
A formação
diferenciada
de professores
indígenas
• Movimento de reconhecimento
étnico e luta pela terra
• Escola: espaço onde se valoriza e
sistematiza conhecimentos e saberes
tradicionais, além de reforçar o uso
da língua indígena
• A escola não era um fim em si:
integrava outras ações de
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• Práticas formuladas foras do Estado,
mas impactaram na formulação de
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A formação de
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Materiais didáticos publicados sob a chancela do diferenciado:
• simplificação de fórmulas, estratégias cognitivas, lógicas culturais
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“cultura” indígena escolar;
• veiculam uma cultura coletivizada que apaga ou ignora distinções
de papéis e prerrogativas.
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Conhecimento e interação não só com os
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modos de pensar, de classificar e de
conceber próprios aos grupos;
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das secretarias de educação, sem formação
antropológica e linguística, que desconhecem
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“Cultura” (com aspas) - não sobre a cultura
em si, mas seu metadiscurso reflexivo
(Cunha, 2009)
• Cenários multifacetados - não se produz
um único discurso ou um único uso da
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moldados de modo próprio a cada
contexto particular
• Utilizada em políticas étnicas que visam
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Enunciação sobre
pertencimento
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Paradigma da educação diferenciada:
1ª premissa: consiste no direito das
comunidades indígenas possuírem uma
educação indígena, sendo esta de
obrigação do Estado
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comunidades indígenas conduzirem os
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• Programas de formação focados em um único grupo indígena –
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de grupos indígenas – destaque de
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Programas de formação de professores indígenas
Consequências:
• Processo de reflexão a respeito da diferença cultural
e sua enunciação
• Ampliação do círculo de relações sociais dos professores indígenas
AAntropologia na
formação de
índios
como professores
• Suscitar reflexão e enunciação a respeito
da cultura
• Papel importante no desenho inicial das
práticas de formação interculturais e na
configuração de uma nova política pública
para a educação escolar indígena
• Desafio de pensar a teoria e a prática na
formação de diferentes sujeitos sociais
Referências
Bibliográficas
GRUPIONI, L. D. B. Olhar longe, porque o futuro
é longe: cultura, escola e professores indígenas
no Brasil.Tese (Doutorado em Antropologia
Social) – Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2008.
GRUPIONI, L. D. B. “Quando a Antropologia se
defronta com a educação; formação de
professores índios no Brasil”. Revista
Proposições, v. 24, n.2(71) - maio/agosto. 2013.
SILVA, A.L. “Uma ‘Antropologia da Educação’ no
Brasil? Reflexões a partir da escolarização
indígena”. In: Antropologia, História e Educação -
A questão indígena e a escola. 2 ed. São Paulo:
Global, 2001.

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Formação de professores indígenas no Brasil

  • 1. Quando aAntropologia se defronta com a Educação: formação de professores índios no Brasil Luís Donisete Benzi Grupioni Grupo 5: Alice de Souza Machado RA: 230407 Susiane Angela Guadagnini RA: 122636 Isabela Mayumi RA: 175166 Marina MoroziniTrevillato RA: 174236
  • 2. Luis Donisete BenziGrupioni  Bacharelado em Ciências Sociais pela USP  Especialização em Programa de Formação de Quadros Profissionais pelo CEBRAP  Mestrado em Ciência Social (Antropologia Social) pela USP  Doutorado em Ciência Social (Antropologia Social) pela USP  MARI-USP (Grupo de Educação Indígena da USP)  NHII-USP (Núcleo de História Indígena e do Indigenismo)  Coordenador do Iepé (Instituto de Pesquisa e Formação Indígena)
  • 3. Introdução  O artigo analisa os processos de formação de professores indígenas no Brasil  Últimas duas décadas: nova política pública no Brasil, voltada à oferta da educação escolar em comunidades indígenas https://novaescola.org.br/conteudo/3572/formacao-de-professores-para-educacao-indigena
  • 4. • 1980-1990: formação docente de membros dessas comunidades para atuar nas escolas indígenas • Modelo de educação atual: índios de suas respectivas comunidades são escolhidos para serem formados e assumirem docência de escolas indígenas, valorizando línguas e culturas indígenas no ambiente escolar • 1980-90: discussão e proposição de novas práticas de formação de professores indígenas
  • 5. • Marco de novas políticas públicas que viabiliza o direito dos grupos indígenas a uma educação diferenciada • Restrição da docência a esses novos profissionais (professores indígenas oriundos das comunidades em que a escola está inserida) • Alternativas às práticas integradoras do órgão indigenista
  • 6. A formação diferenciada de professores indígenas • Movimento de reconhecimento étnico e luta pela terra • Escola: espaço onde se valoriza e sistematiza conhecimentos e saberes tradicionais, além de reforçar o uso da língua indígena • A escola não era um fim em si: integrava outras ações de intervenção e formação de quadros indígenas • Práticas formuladas foras do Estado, mas impactaram na formulação de novas políticas públicas
  • 7. A formação de professores indígenas como política do Estado • Programa de formação de professores indígenas (anos 1990). • Modelo de ensino intensivo com pouco foco nas necessidades específicas de cada comunidade. • Resulta em perda antropológica e linguística.
  • 8. O tempo e a formação intercultural • Lista extensa de objetivos a serem cumpridos em pouco tempo. • Reflexão sobre o conceito de tempo nas culturas indígenas.
  • 9. A Pesquisa e os conhecimentos indígenas na formação intercultural • Comparação entre propostas pioneiras de formação e as de origem em sistemas de ensino, percebe-se: • não priorizam a formação para a pesquisa; • forma como percebem o conhecimento indígena. • Pressuposto: professores em formação são depositários do conhecimento do grupo e basta dominar algumas técnicas para produzirem materiais específicos.
  • 10. Materiais didáticos publicados sob a chancela do diferenciado: • simplificação de fórmulas, estratégias cognitivas, lógicas culturais e formas de organização do conhecimento - institui uma “cultura” indígena escolar; • veiculam uma cultura coletivizada que apaga ou ignora distinções de papéis e prerrogativas.
  • 11. Orientação para pesquisas Conhecimento e interação não só com os indivíduos, mas também com o contexto sociocultural em que a pesquisa vai ser realizada: • Quando são conduzidos por antropólogos, linguistas e outros -> produções que revelam modos de pensar, de classificar e de conceber próprios aos grupos; • Quando são conduzidos por equipes técnicas das secretarias de educação, sem formação antropológica e linguística, que desconhecem a bibliografia a respeito dos grupos indígenas -> produções com pouca densidade.
  • 12. Práticas e discursos indígenas em torno da noção de cultura “Cultura” (com aspas) - não sobre a cultura em si, mas seu metadiscurso reflexivo (Cunha, 2009) • Cenários multifacetados - não se produz um único discurso ou um único uso da cultura, mas que se adaptam e são moldados de modo próprio a cada contexto particular • Utilizada em políticas étnicas que visam à afirmação da diferença
  • 13. Enunciação sobre pertencimento étnico e diferença cultural Paradigma da educação diferenciada: 1ª premissa: consiste no direito das comunidades indígenas possuírem uma educação indígena, sendo esta de obrigação do Estado 2ª premissa: caráter laico 3ª premissa: próprios membros das comunidades indígenas conduzirem os processos escolares
  • 14. Programas de formação de professores indígenas: • Programas de formação focados em um único grupo indígena – aprofundamento das questões de especificidade cultural e linguística do grupo • Programas que contemplam uma diversidade de representantes de grupos indígenas – destaque de questões da diversidade e diferença cultural entre participantes
  • 15. Programas de formação de professores indígenas Consequências: • Processo de reflexão a respeito da diferença cultural e sua enunciação • Ampliação do círculo de relações sociais dos professores indígenas
  • 16. AAntropologia na formação de índios como professores • Suscitar reflexão e enunciação a respeito da cultura • Papel importante no desenho inicial das práticas de formação interculturais e na configuração de uma nova política pública para a educação escolar indígena • Desafio de pensar a teoria e a prática na formação de diferentes sujeitos sociais
  • 17. Referências Bibliográficas GRUPIONI, L. D. B. Olhar longe, porque o futuro é longe: cultura, escola e professores indígenas no Brasil.Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. GRUPIONI, L. D. B. “Quando a Antropologia se defronta com a educação; formação de professores índios no Brasil”. Revista Proposições, v. 24, n.2(71) - maio/agosto. 2013. SILVA, A.L. “Uma ‘Antropologia da Educação’ no Brasil? Reflexões a partir da escolarização indígena”. In: Antropologia, História e Educação - A questão indígena e a escola. 2 ed. São Paulo: Global, 2001.