Saber dizer não é mais do que definir limites positivos
1. OPINIÃO “Saber dizer não”
Maria do Rosário Carneiro
Investigadora do ISCSP
Fui convidada por uma associação de pais de uma ciente e não por um discurso que o circunscreva.
escola nos arredores de Lisboa para dinamizar um Quero então dizer que a aprendizagem dos li-
encontro de fim de tarde sobre o tema: “Saber mites sem a qual não aprendemos a liberdade e
dizer não”. a responsabilidade, depende das balizas que se
Apesar de ser um tema actualmen- definem, e que naturalmente in-
te recorrente neste tipo de sessões, Os pais e a corporam o não, mas depende fun-
lembro-me que não há mais de 20 sociedade damentalmente de vermos viver o
anos começou a ser abordado e a re- limite que nos pedem ou nos im-
presentar uma área importante a ter
confrontavam- põem.
PÁG. em conta nas competências parentais. se, tal como hoje Dizendo de outra forma pais que
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Os pais e a sociedade confrontavam- acontece e sempre gritam e não ouvem, provavelmen-
se, tal como hoje acontece e sempre terá acontecido e te verão os seus filhos a gritar ou a
terá acontecido e acontecerá, com as acontecerá, com as não ouvir, pais sem regras na orga-
consequências de uma educação sem nização das suas vidas arduamen-
limites.
consequências de te as conseguirão impor aos seus
Mas hoje, como há cerca de 20 anos, uma educação sem filhos, pais preguiçosos e incum-
ocorre-me a mesma pergunta que me limites pridores dificilmente terão filhos
coloquei na altura: será que a chave trabalhadores e responsáveis.
para o desafio educativo é “saber dizer não”? Será Saber dizer não, é então também, e em primei-
que a alternativa à ausência de limite é o não? ro lugar ser capaz de o fazer a si próprio e pelo
Penso que os limites se aprendem na recusa, mas exemplo do limite praticado propor o sim ou o
também e sobretudo pela positividade subjacen- não, balizar o limite, ajudar a construir as refe-
te: aprender por exemplo que o que se tem é su- rências do desenvolvimento de cada um que se
ficiente é uma boa via alternativa ao não, para a quer livre e responsável.
identificação do limite do que é razoável ter; por Na verdade, nós aprendemos fundamentalmente
outro lado a definição de suficiente tem que ser o que vemos fazer e só muito raramente o que
feita por uma prática contida nos limites do sufi- nos dizem para fazer.
Concessões rodoviárias
Líder do ACP ataca declarações de Paulo Campos
O presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), ta’ porque não pertenço a lobby nenhum, não perten-
Carlos Barbosa, considera ridícula a reacção de Pau- ço à maçonaria, não pertenço aos serviços secretos,
lo Campos, ex-secretário de Estado socialista, à acção não pertenço a lobby nenhum. Acho surreal e até en-
judicial movida pelo ACP para apurar eventual gestão graçado dizerem que sou um ‘lobbysta’. Segundo, ele
danosa nas concessões rodoviárias. [Paulo Campos] disse que tinha tomado decisões justas
Na semana passada, Paulo Campos acusou Carlos Barbo- em relação ao ACP. Ele não tomou decisões justas nem
sa de ser um “lobbysta” a pretender vingar-se de deci- injustas, porque não tem nada a ver com o ACP e muito
sões alegadamente justas, que nunca foram do agrado menos tomou decisões que prejudicasse ou que favo-
do ACP. “[Carlos Barbosa] é um ‘lobbysta’ profissional. recesse o ACP. Penso que é uma manobra de diversão
Eu, enquanto governante, sempre tomei decisões que de Paulo Campos para desviar as atenções sobre aquilo
foram contrárias aos interesses que esse senhor repre- que vai acontecer na investigação”, disse.
senta. É muito natural que eu quando tomei decisões, O ACP fala em gestão danosa na concessão das SCUT e
que são justas na defesa do país, esse senhor tenha apresentou queixa contra três antigos governantes do
visto afrontados os seus interesses e que agora queira PS com responsabilidades no sector das obras públicas.
cobrar as atitudes justas que fiz”, refere. São os casos de Mário Lino, António Mendonça e Paulo
Carlos Barbosa reagiu, considerando ridículas estas de- Campos. O presidente do ACP, Carlos Barbosa, confirma
clarações, referindo que têm como objectivo desviar que entregou uma participação criminal no Departa-
atenções. “Primeiro não sei o que é isto de ser ‘lobbys- mento Central de Investigação e Acção Penal.
r/com renascença comunicação multimédia, 2012