O documento fornece uma introdução à ecologia, definindo seus principais conceitos como biosfera terrestre, ecossistema, comunidade, população, nicho ecológico e habitat. Também descreve as principais relações entre os seres vivos, como mutualismo, competição, predadorismo e parasitismo. Por fim, discute os ecossistemas brasileiros, focando no Cerrado e na Caatinga, e os impactos das espécies exóticas invasoras.
1. ESCOLA ESTADUAL
“DR. ARTHUR BERNARDES”
Resumo sobre Ecologia – parte I
Biologia – 3º ano
Profa. Aline Miranda
Nome:
1- Introdução
A ecologia é uma ciência multidisciplinar,
que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia,
fisiologia, genética, comportamento, meteorologia,
pedologia, geologia, sociologia, antropologia,
física, química, matemática, entre outras. Quase
sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a
ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm
influência sobre ela.
2- Conceitos
2.1- Biosfera terrestre: Conjunto de todos os
ecossistemas da Terra.
2.2- Ecossistema: Conjunto formado pela
comunidade (fatores bióticos) e pelos fatores
abióticos.
2.2.1- Fatores abióticos: podem ser físicos,
químicos ou geológicos – água, ar, solo, luz, calor,
substâncias químicas, entre outros;
2.2.2- Fatores bióticos: o conjunto de seres vivos.
2.3- Comunidade: Conjunto de populações que
habitam uma mesma área.
2.4- População: Conjunto de indivíduos da mesma
espécie que convivem em uma mesma área.
2.5- Nicho ecológico x Habitat
2.5.1- Nicho ecológico: O nicho é um conjunto de
condições em que o indivíduo (ou uma população)
vive e se reproduz.
2.5.2- Habitat – Lugar ocupado por organismos de
determinada população.
3- Relações entre seres vivos de uma
comunidade
Os seres vivos de uma comunidade
mantêm constantes relações entre si, exercendo,
assim, influências recíprocas em suas populações.
Essas relações podem ocorrer entre
indivíduos da mesma espécie (relações
intraespecíficas) ou entre indivíduos de espécies
distintas (relações interespecíficas).
As relações harmônicas são aquelas em
que não há prejuízo para nenhum dos indivíduos
da associação. Já nas relações desarmônicas, pelo
menos um indivíduo da associação sofre algum
tipo de desvantagem. Entretanto, considerando o
total das relações de uma comunidade, verifica-se
que elas se revelam harmônicas, pois são
importantes para o equilíbrio das populações que
interagem.
3.1- Relações intraespecíficas
As relações intraespecíficas harmônicas são:
3.1.1- Sociedade (+/+): Cooperação entre
indivíduos da mesma espécie em que há divisão de
trabalho, mantendo-se todos anatomicamente
separados. Exemplo: insetos sociais, como
abelhas, cupins e formigas.
3.1.2- Colônia (+/+): Associação entre indivíduos
da mesma espécie anatomicamente unidos entre
si. Exemplo: corais.
As relações intraespecíficas desarmônicas são:
3.1.3- Canibalismo (+/-): um indivíduo mata
outro da mesma espécie para se alimentar.
Exemplo: louva-a-deus.
3.1.4- Competição intra-específica (+/-): ocorre
em praticamente todas as populações em
que indivíduos disputam recursos não
disponíveis em quantidade suficiente no
ecossistema, como pode se apresentar o
alimento e o espaço, por exemplo.
3.2- Relações interespecíficas
3.2.1- Relações interespecíficas harmônicas
3.2.1.1- Mutualismo obrigatório (+/+): os
participantes se beneficiam e mantêm uma relação
de dependência. Exemplos: líquens, cupins e
protozoários, ruminantes e microrganismos.
3.2.1.2- Mutualismo facultativo ou
protocooperação (+/+): os participantes se
beneficiam e podem viver de modo independente
do que ocorre no mutualismo obrigatório.
Exemplos: paguro eremita e anêmonas-do-mar,
2. pássaro anu e certos mamíferos, pássaro-palito e
crocodilo.
3.2.1.3- Inquilinismo (+/0): é a associação entre
indivíduos de espécies diferentes em que um deles
procura abrigo ou suporte no corpo do outro, sem
prejudicá-lo. O inquilinismo é uma forma de
associação muito parecida com o comensalismo.
Desta difere por não haver cessão de alimentos ao
inquilino. Exemplos: peixe-agulha e holotúria,
orquídea e árvore.
3.2.1.4- Comensalismo (+/0): Assim como no
inquilinismo, apenas um participante se beneficia,
sem causar prejuízo ao outro. A associação ocorre
em busca de alimento. Exemplos: rêmora e
tubarão, hiena e leão, bactérias e ser humano.
3.2.1.5- Foresia (+/0): é a associação entre
indivíduos de espécies diferentes em que um se
utiliza do outro para transporte, sem prejudicá-lo.
Como exemplos, têm-se a rêmora ou peixe-piolho
no tubarão e o transporte de sementes por pássaros
e insetos.
3.2.2- Relações interespecíficas desarmônicas
3.2.2.1- Amensalismo ou antibiose (+/-): os
indivíduos de uma espécie secretam substâncias
que inibem o desenvolvimento de indivíduos de
outras espécies. Exemplo: fungos que secretam
antibióticos, impedindo a multiplicação de
bactérias.
3.2.2.2- Predatismo (+/-): um indivíduo captura e
mata outro de espécie para dele se alimentar.
Exemplos: aranhas que se alimentam de insetos e
gaviões que comem cobras. Quando a planta é o
alimento, trata-se de uma modalidade de
herbivorismo.
3.2.2.3- Parasitismo (+/-): o parasita vive no corpo
de um indivíduo de outra espécie, o hospedeiro, do
qual retira alimento, via de regra não matando a
curto prazo seu hospedeiro. Os parasitas podem
ser classificados em ectoparasitas (externos ao
corpo do hospedeiro) e endoparasitas (internos).
Exemplos: carrapatos, piolhos, pulgões, cipó-
chumbo e erva-de-passarinho (ectoparasitas);
vírus, plasmódio e tripanossomo (endoparasita).
3.2.2.4- Competição interespecífica: duas ou mais
populações de espécies diferentes apresentam
nichos ecológicos semelhantes e disputam o
mesmo recurso do meio quando ele não é
suficiente para todos. Exemplo: diferentes espécies
de ciliados que disputam o mesmo tipo de
alimento.
3.2.3- Simbiose
O termo simbiose, criado em 1879 pelo
biólogo De Bary, tem sido equivocadamente
utilizado como sinônimo de mutualismo. Simbiose
refere-se a toda e qualquer associação permanente
entre indivíduos de espécies diferentes que,
normalmente, exerce influência recíproca no
metabolismo, seja ela uma interação positiva ou
negativa.
Assim, podemos considerar três tipos bem
definidos de simbiose: o parasitismo, o
comensalismo e o mutualismo obrigatório.
Atualmente, a utilização do termo simbiose
tem sido ampliada, aplicando-se a qualquer tipo de
relação interespecífica.
3.3- Espécies exóticas
Com a crescente globalização e o
consequente aumento do comércio internacional,
espécies exóticas são introduzidas, intencional ou
não intencionalmente, para locais onde não
encontram inimigos naturais e parasitas,
tornando-se mais eficientes que as espécies nativas
no uso dos recursos.
Em virtude da agressividade e capacidade
de excluir as espécies nativas, diretamente ou pela
competição por recursos, as espécies exóticas
invasoras apresentam o potencial de transformar a
estrutura e a composição dos ecossistemas,
homogeneizando os ambientes e destruindo as
características peculiares que a biodiversidade
local proporciona.
As espécies exóticas invasoras já
contribuíram, desde o ano 1600, com 39% de
todos os animais extintos, cujas causas são
conhecidas. Mais de 120 mil espécies exóticas de
plantas, animais e microrganismos foram
introduzidas nos Estados Unidos, Reino Unido,
Austrália, Índia, África do Sul e Brasil.
Tendo em vista o número de espécies que
já invadiram esses seis países estudados, estima-se
que um total aproximado de 480 mil espécies
exóticas já foram introduzidas nos diversos
3. ecossistemas da Terra. Aproximadamente 20 a
30% dessas espécies são consideradas pragas e são
responsáveis por grandes problemas ambientais.
Isto indica o enorme desafio que deverá ser
enfrentado para o controle, monitoramento e
erradicação das espécies exóticas invasoras.
Os custos da prevenção, controle e
erradicação de espécies exóticas invasoras indicam
que os danos para o ambiente e para a economia
são significativos. Neste contexto, levantamentos
realizados nos Estados Unidos, Reino Unido,
Austrália, África do Sul, Índia e Brasil atestam que
as perdas econômicas anuais decorrentes das
invasões biológicas nas culturas, pastagens e nas
áreas de florestas ultrapassa os 336 bilhões de
dólares.
Exemplos de espécies exóticas introduzidas
no Brasil: lírio-do-brejo (Hedychium coronarium),
nim (Azadirachta indica), algaroba (Prosopis
juliflora), braquiária (Urochloa brizantha),
dinoflagelado (Alexadrium tamarense), tilápia-do-
nilo (Oreochromis niloticus), mosquito da dengue
(Aedes aegypti), abelha africana (Apis mellifera),
coral-sol (Tubastraea coccinea), mexilhão-
dourado (Limnoperna fortunei), caramujo-africano
(Achatina fulica).
4- Nossos ecossistemas
O Brasil é o maior país de biodiversidade
terrestre, que reúne quase 12% de toda a vida
natural do planeta. Isso pode ser explicado pela
combinação de ampla extensão territorial, alta
incidência de luz solar e um oceano (o Atlântico)
que contorna todo o leste do país. Tais condições
propiciaram o surgimento de duas das mais
significativas florestas tropicais do mundo: a
floresta amazônica e a mata atlântica.
Toda essa diversidade é distribuída pelos
diversos ecossistemas brasileiros, que são
agrupados em biomas. Os biomas são extensas
regiões de variações climáticas específicas,
principalmente no que diz respeito à temperatura e
às chuvas. Devido a essas características,
apresentam vegetação e formação de solo
peculiares, que abrigam espécies animais e
vegetais adaptadas a cada um deles.
O Brasil possui seis biomas principais,
divididos pelas áreas onde sua concentração é
predominante: Amazônia, cerrado, mata atlântica,
caatinga, campos do sul e banhados e pantanal.
4.1- Cerrado
É a versão brasileira da savana africana e a
segunda maior formação vegetal florestal do país,
superada apenas pela floresta amazônica.
Originalmente, estendia-se por cerca de dois
milhões de quilômetros, que ocupavam mais da
metade dos estados de Goiás, Maranhão, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins, além de
porções de seis estados. Estima-se que 19,15% do
cerrado ainda possua vegetação original.
Esse bioma se caracteriza por suas
diferentes paisagens, que vão desde o cerradão,
com árvores altas, passando pelo campo cerrado,
com árvores baixas e dispersas, até os campos
sujos e campos limpos. Ao longo dos rios há
formações florestais, conhecidas como matas
ciliares ou de galeria.
A vegetação varia de um lugar para outro,
ocorrendo desde plantas rasteiras até árvores,
geralmente não muito altas, com aspecto típico:
caules retorcidos e casca grossa.
O fogo é um importante fator ecológico no
Cerrado, ocorrendo geralmente nos períodos
secos. Entre suas causas naturais estão os raios. O
fogo regula a floração e a germinação de sementes
de muitas espécies de plantas desse bioma.
A casca grossa das árvores pode ser
considerada uma adaptação ao fogo, assim como
os caules subterrâneos, também comuns em
plantas da região. Apesar de importante fator
natural, o fogo também é provocado pela ação
humana. Neste caso, pode atingir proporções
preocupantes, motivo pelo qual precisa ser
evitado.
Muitas plantas possuem raízes profundas e
conseguem retirar água de lençóis subterrâneos,
superando, assim, a falta de água na região
superficial do solo, própria da estação seca.
Nas suas chapadas estão as nascentes dos
principais rios da bacia Amazônica, do Prata e do
São Francisco, que favorecem a manutenção de
uma biodiversidade surpreendente.
Espécies ameaçadas como o tatu-canastra,
o lobo-guará, a águia-cinzenta e o cachorro-
vinagre, entre muitas outras, ainda têm no cerrado
seu principal ambiente natural.
De fato, cerca de 80% do cerrado já foi
modificado pelo homem. Um dos impactos
ambientais mais graves na região foi causado por
garimpos, que contaminaram os rios com mercúrio
e provocaram o assoreamento dos cursos de água.
4. Nos últimos anos, a expansão da
agricultura e da pecuária tornou-se o maior risco
para esse bioma. A utilização indiscriminada de
agrotóxicos e fertilizantes tem contaminado
também o solo e a água. O desmatamento é
alarmante, chegando a três milhões de hectare/ano,
equivalente a 2,6 campos de futebol/minuto.
Esforços de todos os setores da sociedade são
necessários para reverter esse quadro.
4.2- Caatinga
É o único bioma exclusivamente brasileiro.
Em outras palavras, o patrimônio biológico desse
bioma não é encontrado em nenhum outro lugar do
mundo. Ocupa os estados de todo o Nordeste e
norte de Minas Gerais.
O nome “caatinga”, de origem indígena,
significa “mata branca”. Por ser uma região de
clima semi-árido e de solo raso e pedregoso, a
vegetação só permanece verde no inverno.
Algumas plantas armazenam água, como os
cactos, o juazeiro, a aroeira e a maniçoba; outras
se caracterizam por ter raízes praticamente na
superfície do solo a fim de absorver o máximo da
chuva. Destacam-se nesse ambiente cactos,
bromélias e leguminosas com caules espinhosos.
Os espinhos correspondem a folhas reduzidas e
essa característica constitui um mecanismo de
proteção contra a perda de água das plantas nesse
ambiente seco.
Os animais também se adaptaram às
condições desse bioma (têm hábitos migratórios
ou escondem-se do sol em abrigos que tenham
sombra, saindo para caçar à noite).
Nos últimos 20 anos, aproximadamente 40
mil quilômetros quadrados de caatinga se
transformaram em deserto devido à interferência
do homem. Fazendas de criação de gado
começaram a ocupar o cenário; siderúrgicas foram
construídas e trouxeram consigo o corte da
vegetação nativa para a produção de lenha e
carvão vegetal. Outro grande problema é a
contaminação das águas por agrotóxicos, que,
depois de ser aplicado nas lavouras, escorre das
folhas para o solo, e daí para as represas, matando
os peixes e contaminando outras espécies.
A exploração inadequada desse bioma
afeta seu equilíbrio ecológico e provoca o
desaparecimento de espécies e a perda da
biodiversidade. Um exemplo bastante
representativo do desaparecimento de espécies é o
da ararinha-azul, que vivia na caatinga até 2000;
agora só existe em cativeiro e corre sério risco de
desaparecer para sempre.
4.3- Campos do sul e banhados
No sul do país, a vegetação é composta por
campos limpos de composição uniforme, com
arbustos espalhados e dispersos: os chamados
campos sulinos. O solo é revestido de gramíneas e
pequenos arbustos, que se estendem como um
tapete verde por uma região de mais de 200
quilômetros entre o Rio Grande do Sul e Santa
Catarina.
Constitui a porção brasileira dos pampas
sul-americanos, que se estendem pelo território do
Uruguai e da Argentina. Nessa região, as chuvas
distribuem-se regulamente pelo ano todo, o clima
é ameno e o solo é naturalmente fértil.
Descendo ao litoral do Rio Grande do Sul,
a paisagem é marcada pelos banhados, que são
ecossistemas alagados. A ação de caçadores e o
bombeamento da água pelos fazendeiros das
redondezas ameaçam o local.
Na primeira metade do século XX,
colonizadores alemães e italianos iniciaram a
exploração indiscriminada da madeira na região;
árvores gigantescas e centenárias foram
derrubadas para dar lugar a plantações. Devido à
riqueza e fertilidade do solo, as áreas cultivadas do
Sul expandiram-se rapidamente sem um sistema
adequado de preparo, resultando em erosão e
outros problemas que se agravaram
progressivamente. A criação de gado e ovelhas
também faz parte da cultura local. Porém,
repetindo o mesmo erro dos agricultores, o
pastoreio está provocando a degradação do solo e,
além disso, o fogo utilizado para eliminar restos de
pastagens secas torna o solo ainda mais frágil.
Atualmente, outra grande ameaça é o plantio de
eucaliptos para indústrias de papel e madeira.
4.4- Mata Atlântica
A mata atlântica é uma das florestas
tropicais mais ameaçadas do mundo e o bioma
brasileiro que mais sofreu impactos ambientais dos
ciclos econômicos da história do país. Englobava a
área hoje equivalente a 17 estados, do Ceará ao
Rio Grande do Sul. Hoje, está reduzida a apenas
7% de sua área original.
Nesse bioma foram desenvolvidos os ciclos
econômicos do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do
5. algodão, do café e da extração da madeira para a
indústria de papel e celulose no estado do Espírito
Santo. Todas essas atividades foram exercidas sem
planejamento ambiental, com intenso
desmatamento e destruição.
A partir do século XIX e XX, a principal
ameaça da mata atlântica passou a ser o intenso
processo de urbanização e de expansão agrícola.
As estimativas indicam que esse bioma
possui cerca de 20 mil espécies vegetais, metade
das quais endêmicas (que só ocorrem neste
bioma). Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é
o que mais impressiona na região. Muitos dos
animais brasileiros ameaçados de extinção são
originários da mata atlântica, como os micos-
leões, a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara-
azul-pequena, esta última já considerada extinta
por alguns pesquisadores.
Composta de uma grande variedade de
formações vegetais, a mata atlântica é um mosaico
de vegetação. Seus representantes ainda preservam
mananciais hídricos importantes, que abrangem as
bacias dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul,
Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
A conservação e a recuperação da mata
atlântica é um grande desafio. Proteger esse bioma
significa proteger os recursos naturais que mantêm
a população e atividades que tornam possível sua
sobrevivência.
4.4.1- Mata de Araucárias: um ecossistema
especial da Mata Atlântica
A Mata de Araucárias ocorre na região
Sudeste e no Sul do Brasil, principalmente no
Paraná e em Santa Catarina, estendendo-se até São
Paulo e Rio Grande do Sul. A planta predominante
nessa mata é a araucária ou pinheiro-do-paraná,
mas, também há outras árvores como a canela, a
erva-doce e a imbuia.
O pinhão, semente do pinheiro-do-paraná,
é importante alimento para alguns animais, como o
serelepe, o tatu, a gralha-azul e a gralha-picaça.
A Mata de Araucárias tem sido
grandemente devastada pelo ser humano,
principalmente pela exploração excessiva da
madeira, com reposição feita com outros tipos de
pinheiro. Hoje está reduzida a menos de 2% da
área que ocupava originalmente.
4.4.2- Manguezais
Os manguezais são ecossistemas que se
desenvolvem na transição entre o mar e a terra.
Ocorrem, assim, em regiões litorâneas. No Brasil,
sua distribuição vai do Amapá até Santa Catarina
(Amazônia e Mata Atlântica).
Os manguezais são ambientes de grande
importância ecológica, sendo muitas vezes
comparado a um “berçário”: um grande número de
animais marinhos utiliza esses ambientes para a
reprodução. Existem também diversas espécies
que ocorrem somente nesse ecossistema, como o
caranguejo-do-mangue.
As árvores características dos manguezais
apresentam modificações no caule e nas raízes que
permitem sua sobrevivência no solo lodoso, ou
seja, pouco firme e com reduzida concentração de
gás oxigênio dissolvido.
4.5- Pantanal
O pantanal é a maior área úmida
continental do planeta, com aproximadamente 210
mil quilômetros quadrados – 140 mil quilômetros
quadrados em território brasileiro, nos estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
As chuvas fortes são comuns e os terrenos
quase sempre planos permitem um importante
fluxo de entrada e saída de cheias, que renovam e
fertilizam a região até a vazante.
Quando o terreno seca, permanece sobre a
superfície uma fina mistura de areia e restos de
animais, vegetais e sementes, que propiciam
grande fertilidade ao solo. Grande quantidade de
peixes fica retida em lagoas ou baías, sem
conseguir retornar aos rios. Dessa forma, as aves e
outros animais carnívoros têm um farto banquete à
disposição.
O Pantanal abriga grande número de aves,
com mais de 700 espécies, como a arara-azul, a
garça, o flamingo e sua ave símbolo, o tuiuiú,
também conhecido por juburu ou jabiru.
Embora boa parte da região continue
inexplorada, as principais ameaças são as
pastagens artificiais, a atividade pecuária e a pesca
profissional e esportiva.
A agricultura indiscriminada está
contaminando o solo pelo uso excessivo de
agrotóxicos, além de provocar sua erosão, que, por
fim, resulta no assoreamento dos rios, alterando
toda a dinâmica de cheias desse bioma.
6. Também causaram grande impacto nos
últimos anos, o garimpo, a construção de
hidrelétricas, o turismo desorganizado e a caça.
4.6- Amazônia
O maior bioma brasileiro ocupa,
praticamente, um terço da área do país,
abrangendo os estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e parte do
Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.
A região é caracterizada por dois grandes
ecossistemas: a vegetação de terra firme e a de
várzea, distribuída nas margens dos rios.
Maior reserva de biodiversidade animal e
vegetal no mundo, a Amazônia abriga cerca de
50% da biodiversidade do planeta. Porém, apesar
dessa riqueza, o ecossistema local é frágil. A
floresta vive do seu próprio material orgânico, em
meio a um ambiente úmido, com chuvas
abundantes. A menor alteração pode causar danos
irreversíveis ao seu delicado equilíbrio.
Mais de 12% da área original da floresta
amazônica já foi destruída pelo intenso
desmatamento e pelas queimadas, seja para a
implantação de criações de gado, plantio de grãos
ou exploração madeireira.
O Governo reconhece que 80% da
produção madeireira da Amazônia provém da
exploração ilegal. Problemas relacionados à
administração, à fiscalização e à priorização de
ações nesta região dificultam a solução dos
problemas.
Outra ameaça à conservação do bioma são
os alagamentos para a implantação de usinas
hidrelétricas. Além disso, a atividade mineradora
trouxe graves consequências ambientais, como a
erosão do solo e a contaminação dos rios com
mercúrio.
Em 2004, foi medido o desmatamento
anual da Amazônia. A área desmatada
correspondeu ao tamanho do estado de Sergipe e
têm-se mantido números semelhantes nos últimos
anos. O solo amazônico já foi bem estudado e
sabe-se que, ao perder sua área nativa, ele não
consegue se recompor, podendo sofrer um
processo de desertificação, fato que o levará a
perder completamente suas características tão
exuberantes, que tornam esse bioma um dos mais
importantes para a manutenção do equilíbrio
ambiental mundial.
Referências
BRASIL: Conheça as espécies invasoras que podem
causar problemas. 2012. Disponível em:
<https://noticias.terra.com.br/ciencia/brasil-conheca-
especies-invasoras-que-podem-causar-
problemas,30b900beca2da310VgnCLD200000bbcceb0
aRCRD.html>. Acesso: 09 set. 2016.
BRUNO, S. F. 100 animais ameaçados de extinção – e
o que você pode fazer para evitar. 1 ed. São Paulo:
Ediouro, 2008.
LOPES, S.; ROSSO, S. Biologia: volume único. 1 ed.
São Paulo: Saraiva, 2005.
MENDONÇA, V. L. Biologia. 2 ed. v. 1. São Paulo:
AJS, 2013.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Espécies
exóticas invasoras. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biosseguranca
/especies-exoticas-invasoras>. Acesso: 09 set. 2016.
SANTOMAURO, B.; TREVISAN, R.; SOUZA, R. C.
C. L. A Introdução de espécies exóticas é sempre
nociva à natureza? Revista Nova Escola. Disponível
em: <http://acervo.novaescola.org.br/fundamental-
2/introducao-especies-exoticas-sempre-nociva-
natureza-656035.shtml>. Acesso: 09 set. 2016.
TERMOS utilizados na Ecologia. Disponível em:
<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/Ec
ologia2.php>. Acesso: 09 set. 2016.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO. Ecologia: conceitos fundamentais. 2005.
Disponível em:
<http://www.inf.ufes.br/~neyval/Gestao_ambiental/Tec
nologias_Ambientais2005/Ecologia/CONC_BASICOS
_ECOLOGIA_V1.pdf>. Acesso: 09 set. 2016.
7. Também causaram grande impacto nos
últimos anos, o garimpo, a construção de
hidrelétricas, o turismo desorganizado e a caça.
4.6- Amazônia
O maior bioma brasileiro ocupa,
praticamente, um terço da área do país,
abrangendo os estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e parte do
Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.
A região é caracterizada por dois grandes
ecossistemas: a vegetação de terra firme e a de
várzea, distribuída nas margens dos rios.
Maior reserva de biodiversidade animal e
vegetal no mundo, a Amazônia abriga cerca de
50% da biodiversidade do planeta. Porém, apesar
dessa riqueza, o ecossistema local é frágil. A
floresta vive do seu próprio material orgânico, em
meio a um ambiente úmido, com chuvas
abundantes. A menor alteração pode causar danos
irreversíveis ao seu delicado equilíbrio.
Mais de 12% da área original da floresta
amazônica já foi destruída pelo intenso
desmatamento e pelas queimadas, seja para a
implantação de criações de gado, plantio de grãos
ou exploração madeireira.
O Governo reconhece que 80% da
produção madeireira da Amazônia provém da
exploração ilegal. Problemas relacionados à
administração, à fiscalização e à priorização de
ações nesta região dificultam a solução dos
problemas.
Outra ameaça à conservação do bioma são
os alagamentos para a implantação de usinas
hidrelétricas. Além disso, a atividade mineradora
trouxe graves consequências ambientais, como a
erosão do solo e a contaminação dos rios com
mercúrio.
Em 2004, foi medido o desmatamento
anual da Amazônia. A área desmatada
correspondeu ao tamanho do estado de Sergipe e
têm-se mantido números semelhantes nos últimos
anos. O solo amazônico já foi bem estudado e
sabe-se que, ao perder sua área nativa, ele não
consegue se recompor, podendo sofrer um
processo de desertificação, fato que o levará a
perder completamente suas características tão
exuberantes, que tornam esse bioma um dos mais
importantes para a manutenção do equilíbrio
ambiental mundial.
Referências
BRASIL: Conheça as espécies invasoras que podem
causar problemas. 2012. Disponível em:
<https://noticias.terra.com.br/ciencia/brasil-conheca-
especies-invasoras-que-podem-causar-
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aRCRD.html>. Acesso: 09 set. 2016.
BRUNO, S. F. 100 animais ameaçados de extinção – e
o que você pode fazer para evitar. 1 ed. São Paulo:
Ediouro, 2008.
LOPES, S.; ROSSO, S. Biologia: volume único. 1 ed.
São Paulo: Saraiva, 2005.
MENDONÇA, V. L. Biologia. 2 ed. v. 1. São Paulo:
AJS, 2013.
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exóticas invasoras. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biosseguranca
/especies-exoticas-invasoras>. Acesso: 09 set. 2016.
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nociva à natureza? Revista Nova Escola. Disponível
em: <http://acervo.novaescola.org.br/fundamental-
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natureza-656035.shtml>. Acesso: 09 set. 2016.
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<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/Ec
ologia2.php>. Acesso: 09 set. 2016.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO. Ecologia: conceitos fundamentais. 2005.
Disponível em:
<http://www.inf.ufes.br/~neyval/Gestao_ambiental/Tec
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