O documento discute as principais diferenças entre o português brasileiro e o português europeu. A autora analisa aspectos fonéticos e sintáticos, bem como influências históricas como a colonização e a imigração. Ela explica que o português brasileiro se desenvolveu de forma diferente devido à transmissão oral na ausência de normas escolares.
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Resenha (O português brasileiro) de Rosa Virgínia Matos e Silva
1. UNIVERSIDADE TIRADENTES - UNIT
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS/ESPANHOL
WILSON DOS ANJOS SANTOS
RESENHA
O PORTUGUÊS BRASILEIRO
NOSSA SENHORA DA GLÓRIA - SE
2015
2. WILSON DOS ANJOS SANTOS
RESENHA
O PORTUGUÊS BRASILEIRO
Resenha apresentada ao curso de Letras
Português/Espanhol, sob orientação da professora
Msc. Ana Claudia de Ataíde Almeida Mota e da
Professora Tutora Noeme Leite do Nascimento
Oliveira, como um dos pré-requisitos para
avaliação da disciplina Língua Portuguesa IV.
NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
2015
3. MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia. O Português brasileiro. Disponível em:
http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/hlpbrasil/. Acesso em: 22/09/2015.
Rosa Virgínia Matos e Silva em “O Português brasileiro”, texto publicado no site
do Instituto Camões relata sobre alguns e por que não os principais aspectos que distinguem o
Português brasileiro do Português europeu, estabelecendo um juízo comparativo entre ambos.
Em uma abordagem gramatico-histórica, a autora propõe a discussão da temática. O texto se
divide em dois tópicos, respectivamente os tópicos 1 e 2, os quais apresentam os aspectos que
diferenciam o Português brasileiro do Português europeu, com enfoque na
contemporaneidade.
No tópico 1, a autora inicia a discussão apresentando como o Português brasileiro
tomou sua forma particular, se distinguindo do Português europeu, diante da indiscutível
dependência do Brasil colônia da coroa Portuguesa naqueles tempos remotos. Desta forma,
Matos apresenta o primeiro aspecto em estudo, o fônico, expondo as características fonéticas
à parte que cada Português possui – brasileiro e europeu – numa abordagem elucidativa e
didática estritamente comparativa.
Ainda no tópico 1, o segundo aspecto é abordado, agora o aspecto em estudo é o
sintático onde a autora considera o sistema pronominal como ponto central da diferença entre
o Português brasileiro e o Português europeu. Nesse aspecto Matos divide sua tese de análise
em dois polos: no primeiro instante ela se detêm a estudar os aspectos diferenciais presentes
nos pronomes pessoais e no segundo seu foco está voltado para o uso dos pronomes
complementos clíticos.
No tópico 2 que tem como título, “condicionamentos sócio-históricos na formação
do Português brasileiro”, a autora se abstêm de aspectos gramaticais de análise e volta seu
olhar para os aspectos históricos, expondo os pensamentos de dois dos principais pensadores
presentes na periodização do Português brasileiro de modo a evidenciar a tese defendida por
cada um. Os dois e únicos pensadores citados são respectivamente Serafim da Silva Neto e
Paul Teyssier e a autora se utiliza dos ideais defendidos por esses dois estudiosos para quebrar
a tese da unidade linguística, já que os pensamentos de ambos são divergentes em alguns
pontos.
Prosseguindo com a análise de cunho histórico, Matos apresenta o primeiro
aspecto dessa abordagem histórica, o terceiro no contexto geral, que se refere ao
4. multilinguismo no Brasil colonial e pós-colonial. Nessa abordagem analisa-se a influência dos
indígenas, africanos e emigrantes europeus e asiáticos que ao mesclarem seus valores
culturais com os brasileiros incorporam ao léxico do Português brasileiro vocábulos que ainda
hoje são bem presentes na língua portuguesa brasileira atual, sendo que destes povos os de
origem afrodescendentes são apontados como os principais difusores do Português geral
brasileiro.
Finalizando, ainda no tópico 2, Matos apresenta o segundo aspecto de cunho
histórico de análise, que está centrado na escolarização no Brasil colonial e pós-colonial. É
nesse aspecto que a autora revela um ponto chave no texto, pois se este fosse escrito em forma
de gênero textual conto, este aspecto seria o clímax. Então qual seria esse aspecto? A origem
do Português brasileiro. Embasada no contexto histórico da escolarização Lusitana, a autora
interpreta que a origem e formação do Português brasileiro ocorreu em um contexto social de
transmissão, ou seja por meio da oralidade, livre de peias normativizadoras da escolarização e
era tido como uma variante da língua escrita europeia que era a língua de prestígio. Em outras
palavras o Português europeu era tido como o Português culto e representava a norma culta e
o Português brasileiro representava a norma popular, o Português inculto com menos
prestígio.
O fato que expandiu o Português brasileiro, sem dúvidas, foi o de os falantes da
norma popular serem mais numerosos que os falantes da norma culta, respectivamente 70% e
30%, estes eram os percentuais de tais falantes.
Em suma, para quem deseja conhecer a origem do Português brasileiro, esse texto
de Rosa Virgínia Matos e Silva é uma ótima fonte de pesquisa. Mesmo sendo um texto
conciso, não deixa de apresentar as características do Português brasileiro e europeu. A autora
cumpre o que promete, não citando todos os aspectos da diferença entre ambos as línguas em
estudo, mas alguns aspectos diferenciais, como citei no início, por que não os principais? e
também não deixa de criticar o paradigma educacional brasileiro atual, sobretudo a maneira
como o Português brasileiro é ensinado nas escolas. O texto é um convite para se conhecer de
forma mais aprofundada os aspectos formadores do Português brasileiro, uma viajem pelo rio
do conhecimento.
Palavras-chave: Aspectos. Diferença. Português europeu. Português brasileiro.