O documento discute como o aborto é um problema de saúde pública no Brasil, onde apenas é permitido em casos de estupro ou risco de vida para a gestante. Isso gera um grande número de clínicas clandestinas e a morte de milhares de mulheres, principalmente negras e pobres. O alto índice de mortalidade deveria ser suficiente para legalizar o aborto, mas questões religiosas e econômicas influenciam decisões políticas. A legalização do aborto permitiria que apenas as mulheres que realmente precisam fizessem o proced

1. Existemassuntossobre osquaissupostamente nãodevemosfalar,oschamados “tabus”.Mas,
e quandoumtabu viraum problemade saúde pública?Éo caso do aborto,no Brasil ele
apenasé permitidoemcasosde estuproe risco de vidaa gestante, gerando umnúmero
muitogrande de clínicasclandestinase a morte de milharesde mulheres, predominantemente
negrase pobres.
São quase ummilhãode abortosinduzidosnopaís,e a menosque a mulhertenhadinheiro,o
aborto é realizadode formaquase desumana,sejapormeiode remédios (exemplo:Cytotec)
ou de clínicasclandestinas. Odadopreocupante é a quantidade de mulheresque morremno
processodoaborto, noBrasil o aborto é a quintacausa de morte materna.
O aborto é realizadode formaprecária,porser um crime muitasmulheresrealizamo
procedimentodentrode suaprópriacasa, o riscode vidaque elascorremé muitogrande.Nos
casos emque um hospital é necessário,elasacabamsendodenunciadaspelosmédicosque as
atenderam(mesmoque issoviole asituaçãode segredomédico)e posteriormente sãopresas.
O altoindice de mortalidade jádeveriaserosuficiente paralegalizaroaborto,masquestões
reliogosase econômicasinfluenciamemdecisõespolíticas.Oabortoé uma experiência
traumáticapara qualquermulher,portantodeveriaserumadecisãoúnicae exclusivadela.Na
circunstânciade legalizaçãodoaborto,apenasasmulheresque sentemreal necessidadede
realizaroprocedimentoofariam.
Levando-se emcontaessesaspectos,nãohámaiscomo ignorare mantero assuntovelado,os
dadossão alarmantes.Quantasmulheresmaisterãoque perdersuavidapara que
providênciassejamtomadas? Enquantoassuntostãoimportantescomooabortoforem
consideradostabus,milharesde mulheresirãomorreremclínicasclandestinase tomando
remédios,notempoemque realizamseusabortosilegalmente.