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Desenvolvimento e avaliação de programas de inserção profissional para o
professorado iniciante
INFORME DE EXPERIÊNCIA
PROJETO LIFE/UEL: UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CRÍTICA INICIAL
COM O USO DAS NTIC
COSTA, Mariana Furio
dudafurio@gmail.com
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Palavras-chave: Formação crítica – Life/UEL – NTIC – Tecnologia – Educação
Introdução
O presente artigo pretende discutir o tema da formação inicial de professores e sua
relação com o uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação. A intenção é
analisar os desdobramentos dos objetivos do Projeto Life/UEL – Laboratório
Interdisciplinar de Formação de Educadores da Universidade Estadual de Londrina –
enquanto estratégia de complementação para uma formação crítica de professores. A
tarefa é observar as propostas explicitadas no (a) Edital de abertura de candidaturas para
as Instituições de Ensino Superior do Brasil publicado pela Capes (Programa de Apoio ao
Life); e (b) no projeto aprovado pela Capes da Universidade Estadual de Londrina - UEL,
intitulado: Formação de Professores e TIC: o impacto do Life na prática docente.
Em primeiro lugar, levamos em consideração que ao se tratar de Escolas Públicas e seus
professores devemos ter em mente o contexto em que estão inseridos. Um país como o
Brasil possui particularidades de acordo com cada região, Estado e município. Assim,
tomaremos como base para nosso trabalho a realidade do Projeto Life/UEL (na cidade de
Londrina/PR). Em segundo lugar, partimos da prerrogativa que a formação de
professores comporta discussões variadas, lidando com problemas de diversas
naturezas. Focaremos, em nossa análise, a preocupação com uma formação crítica que
vise as capacidades de reflexão do professor sobre sua prática considerando a inclusão e
o uso das NTIC nos processos de ensino/aprendizagem. Finalmente, em terceiro lugar,
faremos considerações sobre os objetivos dos dois textos previamente citados reforçando
a premissa de que incentivos, tal como o Projeto Life, são uma ferramenta que possibilita
melhorar a formação crítica de novos professores.
Questões de contexto
Atualmente, no Brasil, vemos uma grande quantidade de iniciativas que visão melhorar a
educação pública. Nos portais do MEC1
e da Capes2
estão listados diversos programas
que respondem às necessidades de professores, alunos e das Universidades em
preparar novos educadores. Desde de 1996 a legislação educacional mudou por conta da
1
http://portal.mec.gov.br/index.php
2
http://www.capes.gov.br/
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) exigindo que todos os professores tenham formação a
nível superior para exercer a carreira docente. Louzano et. al (2010) comenta sobre a
mudança e efeitos acarretados,
Apesar do aumento da escolaridade dos professores do
ensino fundamental, o desempenho dos alunos de ensino
básico não aumentou no mesmo período no país. Se
partirmos do pressuposto de que a qualidade dos
professores é de fato um dos melhores preditores para a
aprendizagem dos alunos, temos que ir além do nível de
escolaridade desses docentes (p. 548)
Concomitante à premissa de que não é suficiente apenas garantir titulação superior do
docente, o Life/UEL busca conciliar as transformações ocorridas na sociedade no âmbito
tecnológico e preparar futuros professores para que sejam capazes de lidar com essas
mudanças. A transformação de grande impacto mais recente, e que reverbera discussões
nas produções acadêmicas, é, sem dúvida, o advento das Novas Tecnologias da
Informação e Comunicação, as quais doravante trataremos como NTIC. Mundialmente
este é um fenômeno que surge junto com a globalização, permitindo a troca instantânea
de informação a partir da popularização da Internet, e representa uma mudança radical
para um sistema que antes dependia de livros, TV e rádio para se ter acesso ao
conhecimento. As discussões sobre possíveis caminhos a serem traçados pela formação
de professores distancia o pensamento mercadológico para o empenho na educação
mais humanista, na formação de cidadãos críticos e que reforce a necessidade de se
deliberar o que é melhor para seu desenvolvimento enquanto ser humano inserido em um
determinado contexto. Alonso (2008) resume a questão dizendo: “Há questões de fundo
que implicam pensar TIC, escolas e formação de profissionais que atuem em contexto
mutante e avizinhado por lógicas que não são as trabalhadas por instituições como a
escola” (p. 748).
Dados de 2011 do IBGE, reforçam essa necessidade, de acordo com o Instituto, 79% dos
estudantes da rede pública, a partir dos 10 anos de idade, utilizam a internet e 68% dos
estudantes (da rede pública e privada) possuem celular para uso pessoal3
. A
popularização da Internet e o acesso à dispositivos móveis é uma realidade pontual,
estes números corroboram com a ideia de que as NTIC tornaram-se um adendo ao
pensarmos a formação de professores. A escola comumente é vista em descompasso
(ou em contradição) em relação ao avanço tecnológico na sociedade, Alonso (2008)
considera o papel da escola frente às mudanças dizendo,
A contradição está justamente na crença de que a escola poderá
solucionar tais problemas e, por isso, a sociedade exige ‘escola de
qualidade’, entendida como extensão do mundo economicamente
produtivo. As formas tradicionais de ‘transmissão do
conhecimentos’ são também questionadas, constrangendo a
busca por novos atributos culturais, em consequência, escolares.
(p. 754)
3
Disponível em http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=pr&tema=pnad_internet_celular_2011
Sendo assim, preocupados com as descontinuidades, contradições e distâncias criadas
entre escola e sociedade, proporemos a análise do Programa de Apoio ao Life, no Edital
publicado pela Capes em 2013, e do Projeto Life/UEL com o texto aprovado pelo
Conselho em Maio do mesmo ano. Acreditamos que há necessidade de rever e refletir
sobre este tipo de programa, pois se configuram como uma resposta às mudanças
previamente discutidas e às necessidades dos professores – em formação e em serviço –
sobre o relacionar-se com as NTIC. Nos pautamos, principalmente, na obrigação,
enquanto formadores do professorado iniciante, em pensar os cursos de licenciatura de
forma mais humana e completa. Consideramos que as teorias que apresentam a
formação crítica podem servir de respaldo para programas como este que sugerem
transformações no âmbito acadêmico, escolar e social.
Formação mais crítica de professores
O tema da formação de professores já foi abordado por muitos autores em diferentes
enfoques. Moreira (1999) reforça o descompasso entre as teorias, ou crenças enraizadas
que regem a educação e a prática escolar, e a sociedade que se atualiza cada vez mais
rápido. Em outras palavras, a diferença entre aquilo que está escrito, o currículo formal, e
o que se faz em sala de aula, o currículo real. Este fato reflete a lacuna entre o que a
camada de estudiosos e redatores de documentos propõem, e o que os professores em
atividade nas escolas públicas estão entendendo. Muitas vezes, resultado da falta de
diálogo entre uma esfera e outra. Assim, advogamos pensar e incentivar propostas e
projetos que privilegiem uma perspectiva do trabalho em conjunto: instâncias
governamentais, coordenadores, Universidade, professores e alunos trabalhando um
com o outro; e não reverberar práticas onde a Universidade e o poder público pensam as
estratégias para o professor colocar em prática.
As premissas da formação crítica de professores possui várias características que
complementam o pensamento de transformação desejado para a inclusão das NTIC na
educação. A perspectiva sócio-histórico-cultural ao considerar um sujeito constituído a
partir do outro/com o outro, nos dá aporte para planejar iniciativas como o Projeto
Life/UEL. Como vemos em Vygotsky (2007) e Leontiev (1972), alcançamos objetivos de
mudanças (do real para o ideal) quando nos engajamos em atividades, práticas sociais,
que propiciam o desenvolvimento de todos os envolvidos (de si, do grupo e da
sociedade). Para que a atividade engajada seja concluída, cada indivíduo lançará mão de
ferramentas que medeiam o trabalho, como por exemplo os signos e a linguagem. O
problema, como aponta Liberali (2010) é que “No contexto escolar, muitas vezes, as
ações parecem ser rotinizadas e automatizadas, os educadores perdem a chance de
percebê-las” (p. 20). Ou seja, o professor torna-se um integrante alienado ao processo ou
atividade, pois já não é mais seu o poder de transformação de sua própria prática.
O conceito de Vygotsky (2007) das Zonas Proximais de Desenvolvimento (ZPD), nos
possibilita pensar a formação de professores pelo trabalho de pares em interação; que
correlaciona com os aspectos da formação contabilizados em Liberali (2010): a ralação
teoria-prática, construção reflexiva de conceitos, teorias de ensino-aprendizagem,
formação cidadã e os papéis envolvidos de coordenador e professor; assim, de acordo
com a autora:
O papel da formação crítica de educadores, como entendido nesta
perspectiva [de transformação com o outro], seria, justamente,
questionar essa alienação dos motivos que em geral movem as
ações na escola para criar contextos para a compreensão da
capacidade de transformação dos professores. (p. 20)
Em Sturm (2011) o tema da formação crítica é tradado a partir dos pressupostos de
Paulo Freire, do humanismo e com vias a uma formação completa do ser humano:
Como formadores, nossa obrigação é formar professores mais
bem preparados, mais qualificados, com capacidade reflexiva,
crítica; profissionais educadores criativos e autônomos que, ao
iniciarem suas atividades em uma escola, não se mostrem
indiferentes ao caos, e, por isso, capazes de encontrar caminhos
para ensinar e para aprender, com vistas à transformação daquela
realidade específica. (p.76)
A autora defende que o professor deve ser formado e qualificado, não somente em
técnicas que auxiliem o exercício docente, mas também na perspectiva ética e
responsável de sua profissão. Sturm (2011) complementa, “o objetivo do curso é uma
formação educativo crítica, com discussão de saberes fundamentais a esse exercício” (p.
76). Para isto seria necessário, que o futuro profissional tenha o entendimento que é um
sujeito na produção do saber – quebrando o paradigma de que transferência do saber –
criando o movimento que permita a co-construção do conhecimento (Idem).
Concomitante e complementar a esta perspectiva, Camargo (apud Sturm, 2011) defende
que uma formação crítica, ou reflexiva, proporciona a transposição de local para o
professor, pois desvela, a partir do exercício da reflexão, características do contexto em
que atua permitindo seu trânsito. Desta forma, o professor percebe as minucias,
problemas e possíveis melhorias com as quais terá que trabalhar/agir; um exercício de
autonomia, segurança e autossuficiência.
Formação crítica e NTIC
Muitos são os temas que vêm à mente quando falamos em Novas Tecnologias e
Educação. A falta de estrutura e equipamentos é o problema à primeira vista,
especialmente para aqueles que não têm contato direto com o ambiente escolar. No
entanto, depois de uma análise menos superficial, percebemos que vários programas do
governo têm garantido acesso a equipamentos e estruturado as escolas do país
tecnologicamente. Podemos nos questionar, então, o que falta para que a educação
transforme, passe a refletir melhorias? Esta é uma questão que demanda pensarmos no
porquê a escola não caminha na mesma velocidade que a sociedade no quesito
tecnológico. Alonso (2008) aponta,
“São identificados problemas que vão desde a falta de espaço e
de instalações adequadas para as máquinas – salas de aula e de
professores, refeitórios e depósitos para as máquinas – até a falta
de projetos que possam ressignificar, no interior de uma cultura
escolar bastante sedimentada, o uso dos equipamentos
informáticos, estes que possibilitariam trabalhar em rede.” (p. 755)
Um gatilho para começar ações seguindo este preceito é buscar a transformação do
processo formativo com vistas às NTIC, de acordo com Liberali (2010) o futuro da
formação deve estar voltado à formação crítica, por permitir formar os novos
profissionais mais colaborativos e que pensam além do individualismo imperativo. Alonso
(2008) revela qual o papel das TIC nesta perspectiva é de,
Do ponto de vista pedagógico, o uso das TIC no contexto escolar
e as significações sobre elas têm implicado transformações que
relativizam a função do professor como transmissor de
conhecimento, deslocando o centro da questão para o
‘protagonismo’ dos alunos. O problema é que a escola, como
instituição, está ainda marcada pela lógica da transmissão,
fazendo colidir a lógica as TIC e a lógica escolar. (p. 755)
Em 2011, a Unesco publicou o documento Media and Information Literacy: Curriculum for
Teacher onde propõe uma série de conhecimentos e estratégias de utilização das mídias
de informação destinado a professores no mundo todo. O documento corrobora com
nossa visão de que incluir o uso das NTIC na prática escolar é, por um lado, uma missão
essencial; e, por outro, requer ajustes na maneira de se pensar a formação de
professores, seja ela inicial ou continuada. O documento visa promover uma sociedade
que respeita o direito de expressão (pautado no Artigo 19 da Declaração dos Direitos
Humanos) e da necessidade de uma educação que pense na formação de um estudante
cidadão, com capacidades críticas em relação às mídias de informação que estão ao seu
redor. Ser letrado digitalmente, portanto, é saber buscar, avaliar, tomar decisões e criar
informações no sentido de contribuir com a sua vida e seu contexto (Unesco, 2011). De
acordo com o documento:
As mídias e outros fornecedores de informação, como bibliotecas,
arquivos e a Internet são amplamente reconhecidos como
ferramentas essenciais para ajudar os cidadãos a tomarem
decisões informadas. Eles também são meios pelos quais as
sociedades aprendem sobre si mesmos, mantêm discursos
públicos, e constroem senso de comunidade. Mídias e canais de
informação podem ter um grande impacto na aprendizagem ao
longo da vida e, portanto, os cidadãos precisam de um
conhecimento básico das funções e de que maneira avaliar a
mídia e outros fornecedores de informação. A finalidade dos
meios de comunicação e informação é transmitir esse
conhecimento para os usuários4
. (UNESCO, 2011, p.16)
4
“Media and other information providers such as libraries, archives and the Internet are widely recognized as
essential tools for helping citizens to make informed decisions. They are also means by which societies learn
about themselves, maintain public discourses, and build a sense of community. Media and information
channels can have a major impact on lifelong learning, and therefore citizens need a basic knowledge of the
Assim, aos professores recai a responsabilidade de compreender e acompanhar as
mudanças que a sociedade sofre com o passar dos anos. A proposta deste documento é
justamente criar premissas que ajudem os professores a guiarem sua prática para este
novo modelo, globalizado, de sociedade informacional. De acordo com o Unesco (2011),
os requisitos aos professores é tornarem-se alfabetizados nas mídias de informação. No
Brasil e outros países de língua portuguesa e hispânica, este termo sofre alterações,
podendo ser encontrado, corriqueiramente, como digitalmente alfabetizados. A meta dos
professores, neste contexto, é ajustada, o professor é retirado de seu local de
transmissor de conhecimento para aquele que guia o aluno pelos infinitos caminhos
dispostos pelas NTIC,
Ao educar os alunos para se tornarem letrados nas mídias de
informação, os professores estariam respondendo, em primeiro
lugar, ao seu papel como defensores de uma cidadania informada
e racional e, em segundo lugar, eles estariam respondendo a
mudanças no seu papel como educadores, assim o ensino se
afasta de ser centrado no professor para se tornar mais centrado
no aluno5
. (UNESCO, 2011, p.17)
Visualizamos o sistema escolar como parte integrante e ativa da sociedade. Os
professores cumprem seu papel de devolver à sociedade cidadãos formados e
informados. Desta forma, é mister pensar que as mudanças ocorridas no âmbito das
novas tecnologias da informação e da comunicação – o avanço dos aparelhos celulares,
a popularização do computador pessoal, o advento da internet, a sua popularização, o
acesso às redes sociais, e tantos outros – permeiam e perpassam o ambiente escolar e,
integram a discussão proposta no documento da Unesco e o engajamento em uma
formação crítica dos professores.
Partindo destas prerrogativas, da clara necessidade de efetivas mudanças na forma de
pensar e fazer formação de professores e da possibilidade de olharmos para as ações
que se comprometem com o professorado iniciante com vistas às NTIC, tentaremos
traçar quais as contribuições que o Programa de Apoio ao Life, da Capes, e o Projeto
Life/UEL estão em sintonia. Para tal, o texto apresentará a seguir uma breve
argumentação em cima do documentos que regem o Life. O primeiro deles é o Edital
035/2012 da Capes, que abre inscrições para as Instituições Públicas de Ensino
Superior; o seguinte é o texto aprovado pela Capes da Universidade Estadual de
Londrina para a instauração do Projeto Life/UEL.
Programa de Apoio a Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores
A seguir, olharemos para o Edital de abertura do Programa de Apoio aos Laboratórios
Interdisciplinares de Formação de Educadores – Life. Este programa, é, antes de tudo,
functions of media and other information providers and how to asses them. The purpose of media and
information literacy is to impart this knowledge to the users.” (UNESCO, 2011, p.16)
5
“By educating students to become media and information literate, teachers would be responding first to their
role as advocates of an informed and rational citizenry, and second, they would be responding to changes in
their role as educators, as teaching moves away from being teacher-centred to becoming more learner-
centred.” (UNESCO, 2011, p.17)
uma proposta de mudança física e estrutural dentro das dependências das
Universidades. De acordo com o Edital (CAPES, 2013), o conselho, regulamentado pela
Lei nº 8.405, de 1992 da constituição, garantirá às instituições contempladas uma
generosa verba, de até R$ 200.000,00, para a instalação deste ambiente físico e compra
devidos equipamentos. O texto expõe a preocupação em garantir um espaço onde possa
coabitar professores em atuação, em licença de qualificação e professores em formação
de diferentes disciplinas. Assim, o documento apresenta que,
O objeto do presente Edital é selecionar propostas que tenham
por objetivo a criação de laboratórios interdisciplinares de
formação de educadores. Os laboratórios constituem espaços de
uso comum das licenciaturas nas dependências de Instituições
Públicas de Ensino Superior - IPES destinados a promover a
interação entre diferentes cursos de formação de professores, de
modo a incentivar o desenvolvimento de metodologias voltadas
para a inovação das práticas pedagógicas; a elaboração de
materiais didáticos de caráter interdisciplinar; o uso de tecnologias
da informação e comunicação – TICs (sic) e a articulação entre os
programas da CAPES relacionados à Educação Básica. (Grifo
nosso) (CAPES, 2013)
O Edital permite a participação de qualquer Universidade brasileira pública que possua
dois cursos ou mais de licenciatura e participe de programas como Parfor, PIBID,
Prodocencia, Obeduc, Novos Talentos, e demais que sejam também financiados pela
Capes. Nos objetivos do programa, percebe-se a insistência em promover o contato de
grupos de professorado iniciante e em serviço, permitindo a troca de experiência. Insiste
na promoção da interdisciplinaridade no desenvolvimento de trabalho colaborativo.
Concomitante com as teorias de formação crítica, o programa demonstra preocupação
em possibilitar espaços de reflexão para o professor sobre sua própria prática com
embasamento nas teorias do ensino. O texto tem pouco foco nas NTIC, porém é
imperativo o que o item “e)” dos objetivos do documento prevê a inclusão nos projetos a
serem submetidos que o tema das NTIC seja contemplado como parte integrante das
propostas:
1.1. Objetivos Específicos
a) Proporcionar formação de caráter interdisciplinar a
estudantes de licenciatura;
b) Estimular a articulação entre conhecimentos, práticas e
tecnologias educacionais em diferentes cursos de licenciatura;
c) Promover o domínio e o uso das novas linguagens e
tecnologias da informação e da comunicação nos cursos de
formação de docentes;
d) Permitir o aprendizado, a socialização e o desenvolvimento
coletivo de práticas e metodologias considerando o conhecimento
de diferentes disciplinas;
e) Promover a criação de espaço para o desenvolvimento de
atividades pedagógicas que envolvam os alunos das escolas
públicas de educação básica, os licenciandos e os professores
dos programas de formação da IES;
f) Promover a valorização dos cursos de licenciatura e de
Pedagogia; (CAPES, 2013).
Projeto Life/UEL
A Universidade Estadual de Londrina teve seu projeto, Formação de Professores e TIC:
O impacto do Life na prática docente, aprovado pela Capes. O texto enfatiza o uso das
NTIC pelos professores no processo de ensino e aprendizagem. O Projeto Life/UEL
pretende investigar as NTIC a partir dos questionamentos sobre as como novas práticas,
com o uso das ferramentas, foram incorporadas no fazer docente pelos professores; de
que maneira as práticas docentes foram ressignificadas depois do Life; e, além disto,
quais foram as inovações trazidas pela experiência de participação no Life para o
cotidiano escolar do professor (UEL, 2013). Desta forma, inclui-se no texto a intenção de
conhecer a percepção dos participantes sobre o uso das NTIC em seu trabalho e
desenvolver ações interventivas (que se concretizam nas oficinas mensais) que
possibilitem aos professores pensar sua prática docente levando em consideração as
NTIC.
Nos objetivos gerais, o texto do Projeto Life/UEL dá ênfase às questões relacionadas ao
uso das NTIC na sala de aula, englobando professores em todas as disciplinas que
estejam dispostas a participar. As oficinas expõe os professores a novos conhecimentos
que podem ser utilizados e aplicados interdisciplinarmente. O desenvolver das oficinas
possibilita a integração de diferentes esferas: a do corpo docente, daqueles no papel de
coordenador, da Universidade, dos professores da escola pública, dos alunos do curso
de graduação em Pedagogia e, também, no caso do Life/UEL, de alguns alunos do
ensino médio do programa de Iniciação Cientifica Júnior que participam das oficinas.
Esses papéis trabalham em conjunto para desenvolver o planejamento de cada ação, no
intuito de que completem os objetivos esperados. Além disto, dentre os objetivos
específicos, o Projeto pretende a análise do que se traduziu em prática com o uso das
NTIC na ação docente dos professores, em caráter comparativo antes e depois do Life.
Objetivo Geral:
(1) Objetivo de conhecimento: Compreender como os professores
percebem o uso das TIC no trabalho pedagógico.
(2) Objetivo de transformação: Desenvolver ações interventivas
que possibilitem ao professor planejar e executar práticas que
levem em consideração as TIC;”
“Objetivos Específicos:
“Analisar as ações e estratégias didáticas utilizadas pelos
professores com o uso das TIC antes e após o desenvolvimento
das atividades do LIFE;
Verificar o impacto do LIFE em relação ao senso de auto eficácia
dos professores para o uso pedagógico das TIC; (UEL, 2013)
Relato de experiência:
Os dois textos apresentados e comentados combinam nos esforços para atingir a
atmosfera da interdisciplinaridade. O Projeto Life/UEL demonstra estar preocupado em
assistir os professores com as NTIC, de forma que atinjam o aprendizados em diversas
ferramentas e capacidades críticas ao utiliza-los (UEL, 2013). São exemplos de
ferramentas que foram temas das oficinas: Movie Maker®, Power Point® e Prezi. Liberali
(2010) propõe um conceito de crítico que visa a reflexão, para a autora isto não é propor
pensar apenas, mas conscientemente tentar compreender o seu pensamento e a
ação/reação na prática docente. Nesta perspectiva, onde o professor é convidado a
compreender-se como sujeito construtor do conhecimento, é preciso fazer com que ele
entenda o jogo de poderes que envolve a educação, ou seja, entender as relações de
poder que imperam dentro e fora da sala de aula. Seja em sua relação com as novas
tecnologias, ou em oportunidades como o Projeto Life/UEL; ou dentro da sala de aula,
onde pode encontrar-se, por um lado, alienado de sua capacidade de agir, e por outro,
tomando as rédeas de sua prática e aperfeiçoar sua prática.
Ao colocar a formação crítica paralela ao exercício reflexivo, Liberali (2010) aponta os
tipos de reflexão na ação docente. Esmiuçadas na tabela abaixo, o conceito de reflexão
pode gerar contradições, por isso vemos que é importante determinar sob qual ponto de
vista estamos considerando que o Projeto Life/UEL está em concordância com a teoria
da formação crítica.
Tabela 1
Reflexão técnica Reflexão prática
1
Reflexão crítica
Como propõe a
resolução de
problemas
Busca na teoria
respostas para
problemas e eventos.
Centraliza a
necessidade funcional
e imediata.
Retoma aspectos das
anteriores dando foco
às questões éticas.
O papel que o
professor
desempenha.
A profissão é vista de
forma instrumental.
Capaz de solucionar
problemas da prática
de forma pragmática.
Valoriza critérios
morais no processo.
Considera o contexto
sócio-histórico do
evento e dos
envolvidos.
Busca quais
resultados
Resulta na mera
aplicação de teorias
na prática,
Procura por ações
aplicáveis que
facilitem o problema.
Busca por maior
autonomia e
emancipação quando
tenta resolver o
problema.
Preocupação
central
Preocupação com a
eficácia e eficiências
dos meios para
resolver determinado
problema.
Discorre e narra, as
discussões são
centralizadas em
relatos de
experiências e fatos
ocorridos.
Promove a
transformação da ação
com vias a
transformação social.
Contribuição
que oferece à
profissão
Professor como
técnico que aplica
teorias e técnicas para
resolver problemas
instrumentais.
Tenta utilizar o
conhecimento de
mundo para resolver
problemas e eventos.
Prevê o professor
como agente e sujeitos
construtores do
conhecimento.
Consequências
da reflexão
Gera reprodução de
antigas concepções e
técnicas tidas como
corretas.
Pode levar ao uso do
senso comum para
resolver problemas.
Professores são
educadores e atores
políticos que atuam no
contexto amplo da
educação e devem
questionar as práticas
cristalizadas
historicamente.
O Projeto Life/UEL é uma resposta à necessidade de transformação na formação
docente; abrange formação inicial e continuada; proporciona um espaço colaborativo e
interdisciplinar onde a construção do conhecimento se dá na vivencia com o outro; e
responde à necessidade de assistir os professores com as NTIC, ajudando,
apresentando, discutindo ferramentas que podem contribuir para seu desenvolvimento; e,
finalmente, insere-se na terceira coluna da Tabela 1, a Reflexão Crítica. O Life/UEL, a
partir de suas ações interventivas propõem aos professores que, com ao inserir o uso das
NTIC em sua prática, estão corroborando para formar cidadãos críticos, pois
compartilham, primeiramente, do entendimento que são sujeitos do conhecimento que
ensinam, igualmente, sujeitos do conhecimento.
Ao possibilitar aos professores da Educação Básica o entendimento de seu papel e sua
função na sociedade atual, o Life/UEL propulsiona a formação “mais completa”, da qual
falava Liberali, e a oportunidade de que professores e futuros professores sintam-se
ativamente agente de sua prática e capazes de transformar, não somente sua realidade
na sala de aula, mas a sociedade em que se inserem. Alonso (2008), destaca,
Esta dinâmica anterior/atual, que conserva e recria, é
importante para compreendermos o movimento que
fundamenta o aflorar das novas tecnologias da informação e
comunicação. Novas porque se incorporam e são
incorporadas numa outra estrutura: a da sincronicidade.
(p.751)
Os textos analisados são distintos de muitas formas e estão distantes em razão da
função a que se prestam, porém ambos representam respostas ativas, e com vistas ao
bem comum: transformar a educação. Acreditamos que ações como estas devem ser
incentivadas e perpetuadas. Vemos o exemplo do Projeto Life/UEL como uma esperança
e um trabalho de ‘formiga’, pois um a um, enfrentando dificuldades particulares e
pessoais, os professores estão entrando no mundo das NTIC e com isto criando uma
consciência do seu processo de aprendizagem, das suas concepções de
ensino/aprendizagem.
Referências bibliográficas
LOUZANO, P., ROCHA, V., MORICONI, G. M., OLIVEIRA, R. P. (2010). Quem quer ser
professor? Atratividade, seleção e formação docente no Brasil. Est. Aval. Educ., (V.21, n.
47, pp. 543-568, setembro/dezembro). São Paulo.
ALONSO, K. M. (2008). Tecnologias da informação e comunicação e formação de
professores: sobre rede e escolas. Educ. Soc (V.29, n. 104 - Especial, pp. 747-768).
Campinas.
LIBERALI, F.C. (2010). Formação crítica de educadores: questões fundamentais.
(Coleção: novas perspectivas em linguística aplicada - vol.8.). Campinas– SP: Pontes
Editores.
VYGOTSKY, L. S. (2007). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. (7 ed.). São Paulo: Martins Fontes.
UNESCO (2011) Media and Information Literacy: Curriculum for Teacher. United Nations
Educational. Scientific and Cultural Organization. França
STURM, L. (2011). Conhecendo a realidade escolar para uma formação inicial crítica e
reflexiva de professores de inglês. In: SILVA, K.A. et al. (orgs). A formação de
professores de línguas: novos olhares. (V. 1). Campinas; Pontes Editores.
MOREIRA, A. F. B. (1999). A crise da teoria curricular crítica. In: COSTA, M. V. (Org.). O
currículo nos limiares do contemporâneo. (2 ed., pp. 11-36). Rio de Janeiro: DP&A.
BRASIL. (2013). Edital nº 035/2012: Programa de apoio a laboratórios interdisciplinares
de formação de educadores. Brasília. Disponível em: http://www.capes.gov.br/educacao-
basica/programa-de-apoio-a-laboratorios-interdisciplinares-de-formacao-de-educadores-
life
UEL (2013). Projeto de pesquisa: Formação de professores e TIC: o impacto do Life na
prática docente. Londrina, PR.

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Formação crítica de professores e uso das NTIC

  • 1. Desenvolvimento e avaliação de programas de inserção profissional para o professorado iniciante INFORME DE EXPERIÊNCIA PROJETO LIFE/UEL: UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CRÍTICA INICIAL COM O USO DAS NTIC COSTA, Mariana Furio dudafurio@gmail.com Universidade Estadual de Londrina (UEL) Palavras-chave: Formação crítica – Life/UEL – NTIC – Tecnologia – Educação Introdução O presente artigo pretende discutir o tema da formação inicial de professores e sua relação com o uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação. A intenção é analisar os desdobramentos dos objetivos do Projeto Life/UEL – Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores da Universidade Estadual de Londrina – enquanto estratégia de complementação para uma formação crítica de professores. A tarefa é observar as propostas explicitadas no (a) Edital de abertura de candidaturas para as Instituições de Ensino Superior do Brasil publicado pela Capes (Programa de Apoio ao Life); e (b) no projeto aprovado pela Capes da Universidade Estadual de Londrina - UEL, intitulado: Formação de Professores e TIC: o impacto do Life na prática docente. Em primeiro lugar, levamos em consideração que ao se tratar de Escolas Públicas e seus professores devemos ter em mente o contexto em que estão inseridos. Um país como o Brasil possui particularidades de acordo com cada região, Estado e município. Assim, tomaremos como base para nosso trabalho a realidade do Projeto Life/UEL (na cidade de Londrina/PR). Em segundo lugar, partimos da prerrogativa que a formação de professores comporta discussões variadas, lidando com problemas de diversas naturezas. Focaremos, em nossa análise, a preocupação com uma formação crítica que vise as capacidades de reflexão do professor sobre sua prática considerando a inclusão e o uso das NTIC nos processos de ensino/aprendizagem. Finalmente, em terceiro lugar, faremos considerações sobre os objetivos dos dois textos previamente citados reforçando a premissa de que incentivos, tal como o Projeto Life, são uma ferramenta que possibilita melhorar a formação crítica de novos professores. Questões de contexto Atualmente, no Brasil, vemos uma grande quantidade de iniciativas que visão melhorar a educação pública. Nos portais do MEC1 e da Capes2 estão listados diversos programas que respondem às necessidades de professores, alunos e das Universidades em preparar novos educadores. Desde de 1996 a legislação educacional mudou por conta da 1 http://portal.mec.gov.br/index.php 2 http://www.capes.gov.br/
  • 2. Lei de Diretrizes e Bases (LDB) exigindo que todos os professores tenham formação a nível superior para exercer a carreira docente. Louzano et. al (2010) comenta sobre a mudança e efeitos acarretados, Apesar do aumento da escolaridade dos professores do ensino fundamental, o desempenho dos alunos de ensino básico não aumentou no mesmo período no país. Se partirmos do pressuposto de que a qualidade dos professores é de fato um dos melhores preditores para a aprendizagem dos alunos, temos que ir além do nível de escolaridade desses docentes (p. 548) Concomitante à premissa de que não é suficiente apenas garantir titulação superior do docente, o Life/UEL busca conciliar as transformações ocorridas na sociedade no âmbito tecnológico e preparar futuros professores para que sejam capazes de lidar com essas mudanças. A transformação de grande impacto mais recente, e que reverbera discussões nas produções acadêmicas, é, sem dúvida, o advento das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, as quais doravante trataremos como NTIC. Mundialmente este é um fenômeno que surge junto com a globalização, permitindo a troca instantânea de informação a partir da popularização da Internet, e representa uma mudança radical para um sistema que antes dependia de livros, TV e rádio para se ter acesso ao conhecimento. As discussões sobre possíveis caminhos a serem traçados pela formação de professores distancia o pensamento mercadológico para o empenho na educação mais humanista, na formação de cidadãos críticos e que reforce a necessidade de se deliberar o que é melhor para seu desenvolvimento enquanto ser humano inserido em um determinado contexto. Alonso (2008) resume a questão dizendo: “Há questões de fundo que implicam pensar TIC, escolas e formação de profissionais que atuem em contexto mutante e avizinhado por lógicas que não são as trabalhadas por instituições como a escola” (p. 748). Dados de 2011 do IBGE, reforçam essa necessidade, de acordo com o Instituto, 79% dos estudantes da rede pública, a partir dos 10 anos de idade, utilizam a internet e 68% dos estudantes (da rede pública e privada) possuem celular para uso pessoal3 . A popularização da Internet e o acesso à dispositivos móveis é uma realidade pontual, estes números corroboram com a ideia de que as NTIC tornaram-se um adendo ao pensarmos a formação de professores. A escola comumente é vista em descompasso (ou em contradição) em relação ao avanço tecnológico na sociedade, Alonso (2008) considera o papel da escola frente às mudanças dizendo, A contradição está justamente na crença de que a escola poderá solucionar tais problemas e, por isso, a sociedade exige ‘escola de qualidade’, entendida como extensão do mundo economicamente produtivo. As formas tradicionais de ‘transmissão do conhecimentos’ são também questionadas, constrangendo a busca por novos atributos culturais, em consequência, escolares. (p. 754) 3 Disponível em http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=pr&tema=pnad_internet_celular_2011
  • 3. Sendo assim, preocupados com as descontinuidades, contradições e distâncias criadas entre escola e sociedade, proporemos a análise do Programa de Apoio ao Life, no Edital publicado pela Capes em 2013, e do Projeto Life/UEL com o texto aprovado pelo Conselho em Maio do mesmo ano. Acreditamos que há necessidade de rever e refletir sobre este tipo de programa, pois se configuram como uma resposta às mudanças previamente discutidas e às necessidades dos professores – em formação e em serviço – sobre o relacionar-se com as NTIC. Nos pautamos, principalmente, na obrigação, enquanto formadores do professorado iniciante, em pensar os cursos de licenciatura de forma mais humana e completa. Consideramos que as teorias que apresentam a formação crítica podem servir de respaldo para programas como este que sugerem transformações no âmbito acadêmico, escolar e social. Formação mais crítica de professores O tema da formação de professores já foi abordado por muitos autores em diferentes enfoques. Moreira (1999) reforça o descompasso entre as teorias, ou crenças enraizadas que regem a educação e a prática escolar, e a sociedade que se atualiza cada vez mais rápido. Em outras palavras, a diferença entre aquilo que está escrito, o currículo formal, e o que se faz em sala de aula, o currículo real. Este fato reflete a lacuna entre o que a camada de estudiosos e redatores de documentos propõem, e o que os professores em atividade nas escolas públicas estão entendendo. Muitas vezes, resultado da falta de diálogo entre uma esfera e outra. Assim, advogamos pensar e incentivar propostas e projetos que privilegiem uma perspectiva do trabalho em conjunto: instâncias governamentais, coordenadores, Universidade, professores e alunos trabalhando um com o outro; e não reverberar práticas onde a Universidade e o poder público pensam as estratégias para o professor colocar em prática. As premissas da formação crítica de professores possui várias características que complementam o pensamento de transformação desejado para a inclusão das NTIC na educação. A perspectiva sócio-histórico-cultural ao considerar um sujeito constituído a partir do outro/com o outro, nos dá aporte para planejar iniciativas como o Projeto Life/UEL. Como vemos em Vygotsky (2007) e Leontiev (1972), alcançamos objetivos de mudanças (do real para o ideal) quando nos engajamos em atividades, práticas sociais, que propiciam o desenvolvimento de todos os envolvidos (de si, do grupo e da sociedade). Para que a atividade engajada seja concluída, cada indivíduo lançará mão de ferramentas que medeiam o trabalho, como por exemplo os signos e a linguagem. O problema, como aponta Liberali (2010) é que “No contexto escolar, muitas vezes, as ações parecem ser rotinizadas e automatizadas, os educadores perdem a chance de percebê-las” (p. 20). Ou seja, o professor torna-se um integrante alienado ao processo ou atividade, pois já não é mais seu o poder de transformação de sua própria prática. O conceito de Vygotsky (2007) das Zonas Proximais de Desenvolvimento (ZPD), nos possibilita pensar a formação de professores pelo trabalho de pares em interação; que correlaciona com os aspectos da formação contabilizados em Liberali (2010): a ralação teoria-prática, construção reflexiva de conceitos, teorias de ensino-aprendizagem, formação cidadã e os papéis envolvidos de coordenador e professor; assim, de acordo com a autora:
  • 4. O papel da formação crítica de educadores, como entendido nesta perspectiva [de transformação com o outro], seria, justamente, questionar essa alienação dos motivos que em geral movem as ações na escola para criar contextos para a compreensão da capacidade de transformação dos professores. (p. 20) Em Sturm (2011) o tema da formação crítica é tradado a partir dos pressupostos de Paulo Freire, do humanismo e com vias a uma formação completa do ser humano: Como formadores, nossa obrigação é formar professores mais bem preparados, mais qualificados, com capacidade reflexiva, crítica; profissionais educadores criativos e autônomos que, ao iniciarem suas atividades em uma escola, não se mostrem indiferentes ao caos, e, por isso, capazes de encontrar caminhos para ensinar e para aprender, com vistas à transformação daquela realidade específica. (p.76) A autora defende que o professor deve ser formado e qualificado, não somente em técnicas que auxiliem o exercício docente, mas também na perspectiva ética e responsável de sua profissão. Sturm (2011) complementa, “o objetivo do curso é uma formação educativo crítica, com discussão de saberes fundamentais a esse exercício” (p. 76). Para isto seria necessário, que o futuro profissional tenha o entendimento que é um sujeito na produção do saber – quebrando o paradigma de que transferência do saber – criando o movimento que permita a co-construção do conhecimento (Idem). Concomitante e complementar a esta perspectiva, Camargo (apud Sturm, 2011) defende que uma formação crítica, ou reflexiva, proporciona a transposição de local para o professor, pois desvela, a partir do exercício da reflexão, características do contexto em que atua permitindo seu trânsito. Desta forma, o professor percebe as minucias, problemas e possíveis melhorias com as quais terá que trabalhar/agir; um exercício de autonomia, segurança e autossuficiência. Formação crítica e NTIC Muitos são os temas que vêm à mente quando falamos em Novas Tecnologias e Educação. A falta de estrutura e equipamentos é o problema à primeira vista, especialmente para aqueles que não têm contato direto com o ambiente escolar. No entanto, depois de uma análise menos superficial, percebemos que vários programas do governo têm garantido acesso a equipamentos e estruturado as escolas do país tecnologicamente. Podemos nos questionar, então, o que falta para que a educação transforme, passe a refletir melhorias? Esta é uma questão que demanda pensarmos no porquê a escola não caminha na mesma velocidade que a sociedade no quesito tecnológico. Alonso (2008) aponta, “São identificados problemas que vão desde a falta de espaço e de instalações adequadas para as máquinas – salas de aula e de professores, refeitórios e depósitos para as máquinas – até a falta de projetos que possam ressignificar, no interior de uma cultura
  • 5. escolar bastante sedimentada, o uso dos equipamentos informáticos, estes que possibilitariam trabalhar em rede.” (p. 755) Um gatilho para começar ações seguindo este preceito é buscar a transformação do processo formativo com vistas às NTIC, de acordo com Liberali (2010) o futuro da formação deve estar voltado à formação crítica, por permitir formar os novos profissionais mais colaborativos e que pensam além do individualismo imperativo. Alonso (2008) revela qual o papel das TIC nesta perspectiva é de, Do ponto de vista pedagógico, o uso das TIC no contexto escolar e as significações sobre elas têm implicado transformações que relativizam a função do professor como transmissor de conhecimento, deslocando o centro da questão para o ‘protagonismo’ dos alunos. O problema é que a escola, como instituição, está ainda marcada pela lógica da transmissão, fazendo colidir a lógica as TIC e a lógica escolar. (p. 755) Em 2011, a Unesco publicou o documento Media and Information Literacy: Curriculum for Teacher onde propõe uma série de conhecimentos e estratégias de utilização das mídias de informação destinado a professores no mundo todo. O documento corrobora com nossa visão de que incluir o uso das NTIC na prática escolar é, por um lado, uma missão essencial; e, por outro, requer ajustes na maneira de se pensar a formação de professores, seja ela inicial ou continuada. O documento visa promover uma sociedade que respeita o direito de expressão (pautado no Artigo 19 da Declaração dos Direitos Humanos) e da necessidade de uma educação que pense na formação de um estudante cidadão, com capacidades críticas em relação às mídias de informação que estão ao seu redor. Ser letrado digitalmente, portanto, é saber buscar, avaliar, tomar decisões e criar informações no sentido de contribuir com a sua vida e seu contexto (Unesco, 2011). De acordo com o documento: As mídias e outros fornecedores de informação, como bibliotecas, arquivos e a Internet são amplamente reconhecidos como ferramentas essenciais para ajudar os cidadãos a tomarem decisões informadas. Eles também são meios pelos quais as sociedades aprendem sobre si mesmos, mantêm discursos públicos, e constroem senso de comunidade. Mídias e canais de informação podem ter um grande impacto na aprendizagem ao longo da vida e, portanto, os cidadãos precisam de um conhecimento básico das funções e de que maneira avaliar a mídia e outros fornecedores de informação. A finalidade dos meios de comunicação e informação é transmitir esse conhecimento para os usuários4 . (UNESCO, 2011, p.16) 4 “Media and other information providers such as libraries, archives and the Internet are widely recognized as essential tools for helping citizens to make informed decisions. They are also means by which societies learn about themselves, maintain public discourses, and build a sense of community. Media and information channels can have a major impact on lifelong learning, and therefore citizens need a basic knowledge of the
  • 6. Assim, aos professores recai a responsabilidade de compreender e acompanhar as mudanças que a sociedade sofre com o passar dos anos. A proposta deste documento é justamente criar premissas que ajudem os professores a guiarem sua prática para este novo modelo, globalizado, de sociedade informacional. De acordo com o Unesco (2011), os requisitos aos professores é tornarem-se alfabetizados nas mídias de informação. No Brasil e outros países de língua portuguesa e hispânica, este termo sofre alterações, podendo ser encontrado, corriqueiramente, como digitalmente alfabetizados. A meta dos professores, neste contexto, é ajustada, o professor é retirado de seu local de transmissor de conhecimento para aquele que guia o aluno pelos infinitos caminhos dispostos pelas NTIC, Ao educar os alunos para se tornarem letrados nas mídias de informação, os professores estariam respondendo, em primeiro lugar, ao seu papel como defensores de uma cidadania informada e racional e, em segundo lugar, eles estariam respondendo a mudanças no seu papel como educadores, assim o ensino se afasta de ser centrado no professor para se tornar mais centrado no aluno5 . (UNESCO, 2011, p.17) Visualizamos o sistema escolar como parte integrante e ativa da sociedade. Os professores cumprem seu papel de devolver à sociedade cidadãos formados e informados. Desta forma, é mister pensar que as mudanças ocorridas no âmbito das novas tecnologias da informação e da comunicação – o avanço dos aparelhos celulares, a popularização do computador pessoal, o advento da internet, a sua popularização, o acesso às redes sociais, e tantos outros – permeiam e perpassam o ambiente escolar e, integram a discussão proposta no documento da Unesco e o engajamento em uma formação crítica dos professores. Partindo destas prerrogativas, da clara necessidade de efetivas mudanças na forma de pensar e fazer formação de professores e da possibilidade de olharmos para as ações que se comprometem com o professorado iniciante com vistas às NTIC, tentaremos traçar quais as contribuições que o Programa de Apoio ao Life, da Capes, e o Projeto Life/UEL estão em sintonia. Para tal, o texto apresentará a seguir uma breve argumentação em cima do documentos que regem o Life. O primeiro deles é o Edital 035/2012 da Capes, que abre inscrições para as Instituições Públicas de Ensino Superior; o seguinte é o texto aprovado pela Capes da Universidade Estadual de Londrina para a instauração do Projeto Life/UEL. Programa de Apoio a Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores A seguir, olharemos para o Edital de abertura do Programa de Apoio aos Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores – Life. Este programa, é, antes de tudo, functions of media and other information providers and how to asses them. The purpose of media and information literacy is to impart this knowledge to the users.” (UNESCO, 2011, p.16) 5 “By educating students to become media and information literate, teachers would be responding first to their role as advocates of an informed and rational citizenry, and second, they would be responding to changes in their role as educators, as teaching moves away from being teacher-centred to becoming more learner- centred.” (UNESCO, 2011, p.17)
  • 7. uma proposta de mudança física e estrutural dentro das dependências das Universidades. De acordo com o Edital (CAPES, 2013), o conselho, regulamentado pela Lei nº 8.405, de 1992 da constituição, garantirá às instituições contempladas uma generosa verba, de até R$ 200.000,00, para a instalação deste ambiente físico e compra devidos equipamentos. O texto expõe a preocupação em garantir um espaço onde possa coabitar professores em atuação, em licença de qualificação e professores em formação de diferentes disciplinas. Assim, o documento apresenta que, O objeto do presente Edital é selecionar propostas que tenham por objetivo a criação de laboratórios interdisciplinares de formação de educadores. Os laboratórios constituem espaços de uso comum das licenciaturas nas dependências de Instituições Públicas de Ensino Superior - IPES destinados a promover a interação entre diferentes cursos de formação de professores, de modo a incentivar o desenvolvimento de metodologias voltadas para a inovação das práticas pedagógicas; a elaboração de materiais didáticos de caráter interdisciplinar; o uso de tecnologias da informação e comunicação – TICs (sic) e a articulação entre os programas da CAPES relacionados à Educação Básica. (Grifo nosso) (CAPES, 2013) O Edital permite a participação de qualquer Universidade brasileira pública que possua dois cursos ou mais de licenciatura e participe de programas como Parfor, PIBID, Prodocencia, Obeduc, Novos Talentos, e demais que sejam também financiados pela Capes. Nos objetivos do programa, percebe-se a insistência em promover o contato de grupos de professorado iniciante e em serviço, permitindo a troca de experiência. Insiste na promoção da interdisciplinaridade no desenvolvimento de trabalho colaborativo. Concomitante com as teorias de formação crítica, o programa demonstra preocupação em possibilitar espaços de reflexão para o professor sobre sua própria prática com embasamento nas teorias do ensino. O texto tem pouco foco nas NTIC, porém é imperativo o que o item “e)” dos objetivos do documento prevê a inclusão nos projetos a serem submetidos que o tema das NTIC seja contemplado como parte integrante das propostas: 1.1. Objetivos Específicos a) Proporcionar formação de caráter interdisciplinar a estudantes de licenciatura; b) Estimular a articulação entre conhecimentos, práticas e tecnologias educacionais em diferentes cursos de licenciatura; c) Promover o domínio e o uso das novas linguagens e tecnologias da informação e da comunicação nos cursos de formação de docentes; d) Permitir o aprendizado, a socialização e o desenvolvimento coletivo de práticas e metodologias considerando o conhecimento de diferentes disciplinas; e) Promover a criação de espaço para o desenvolvimento de atividades pedagógicas que envolvam os alunos das escolas
  • 8. públicas de educação básica, os licenciandos e os professores dos programas de formação da IES; f) Promover a valorização dos cursos de licenciatura e de Pedagogia; (CAPES, 2013). Projeto Life/UEL A Universidade Estadual de Londrina teve seu projeto, Formação de Professores e TIC: O impacto do Life na prática docente, aprovado pela Capes. O texto enfatiza o uso das NTIC pelos professores no processo de ensino e aprendizagem. O Projeto Life/UEL pretende investigar as NTIC a partir dos questionamentos sobre as como novas práticas, com o uso das ferramentas, foram incorporadas no fazer docente pelos professores; de que maneira as práticas docentes foram ressignificadas depois do Life; e, além disto, quais foram as inovações trazidas pela experiência de participação no Life para o cotidiano escolar do professor (UEL, 2013). Desta forma, inclui-se no texto a intenção de conhecer a percepção dos participantes sobre o uso das NTIC em seu trabalho e desenvolver ações interventivas (que se concretizam nas oficinas mensais) que possibilitem aos professores pensar sua prática docente levando em consideração as NTIC. Nos objetivos gerais, o texto do Projeto Life/UEL dá ênfase às questões relacionadas ao uso das NTIC na sala de aula, englobando professores em todas as disciplinas que estejam dispostas a participar. As oficinas expõe os professores a novos conhecimentos que podem ser utilizados e aplicados interdisciplinarmente. O desenvolver das oficinas possibilita a integração de diferentes esferas: a do corpo docente, daqueles no papel de coordenador, da Universidade, dos professores da escola pública, dos alunos do curso de graduação em Pedagogia e, também, no caso do Life/UEL, de alguns alunos do ensino médio do programa de Iniciação Cientifica Júnior que participam das oficinas. Esses papéis trabalham em conjunto para desenvolver o planejamento de cada ação, no intuito de que completem os objetivos esperados. Além disto, dentre os objetivos específicos, o Projeto pretende a análise do que se traduziu em prática com o uso das NTIC na ação docente dos professores, em caráter comparativo antes e depois do Life. Objetivo Geral: (1) Objetivo de conhecimento: Compreender como os professores percebem o uso das TIC no trabalho pedagógico. (2) Objetivo de transformação: Desenvolver ações interventivas que possibilitem ao professor planejar e executar práticas que levem em consideração as TIC;” “Objetivos Específicos: “Analisar as ações e estratégias didáticas utilizadas pelos professores com o uso das TIC antes e após o desenvolvimento das atividades do LIFE; Verificar o impacto do LIFE em relação ao senso de auto eficácia dos professores para o uso pedagógico das TIC; (UEL, 2013) Relato de experiência:
  • 9. Os dois textos apresentados e comentados combinam nos esforços para atingir a atmosfera da interdisciplinaridade. O Projeto Life/UEL demonstra estar preocupado em assistir os professores com as NTIC, de forma que atinjam o aprendizados em diversas ferramentas e capacidades críticas ao utiliza-los (UEL, 2013). São exemplos de ferramentas que foram temas das oficinas: Movie Maker®, Power Point® e Prezi. Liberali (2010) propõe um conceito de crítico que visa a reflexão, para a autora isto não é propor pensar apenas, mas conscientemente tentar compreender o seu pensamento e a ação/reação na prática docente. Nesta perspectiva, onde o professor é convidado a compreender-se como sujeito construtor do conhecimento, é preciso fazer com que ele entenda o jogo de poderes que envolve a educação, ou seja, entender as relações de poder que imperam dentro e fora da sala de aula. Seja em sua relação com as novas tecnologias, ou em oportunidades como o Projeto Life/UEL; ou dentro da sala de aula, onde pode encontrar-se, por um lado, alienado de sua capacidade de agir, e por outro, tomando as rédeas de sua prática e aperfeiçoar sua prática. Ao colocar a formação crítica paralela ao exercício reflexivo, Liberali (2010) aponta os tipos de reflexão na ação docente. Esmiuçadas na tabela abaixo, o conceito de reflexão pode gerar contradições, por isso vemos que é importante determinar sob qual ponto de vista estamos considerando que o Projeto Life/UEL está em concordância com a teoria da formação crítica.
  • 10. Tabela 1 Reflexão técnica Reflexão prática 1 Reflexão crítica Como propõe a resolução de problemas Busca na teoria respostas para problemas e eventos. Centraliza a necessidade funcional e imediata. Retoma aspectos das anteriores dando foco às questões éticas. O papel que o professor desempenha. A profissão é vista de forma instrumental. Capaz de solucionar problemas da prática de forma pragmática. Valoriza critérios morais no processo. Considera o contexto sócio-histórico do evento e dos envolvidos. Busca quais resultados Resulta na mera aplicação de teorias na prática, Procura por ações aplicáveis que facilitem o problema. Busca por maior autonomia e emancipação quando tenta resolver o problema. Preocupação central Preocupação com a eficácia e eficiências dos meios para resolver determinado problema. Discorre e narra, as discussões são centralizadas em relatos de experiências e fatos ocorridos. Promove a transformação da ação com vias a transformação social. Contribuição que oferece à profissão Professor como técnico que aplica teorias e técnicas para resolver problemas instrumentais. Tenta utilizar o conhecimento de mundo para resolver problemas e eventos. Prevê o professor como agente e sujeitos construtores do conhecimento. Consequências da reflexão Gera reprodução de antigas concepções e técnicas tidas como corretas. Pode levar ao uso do senso comum para resolver problemas. Professores são educadores e atores políticos que atuam no contexto amplo da educação e devem questionar as práticas cristalizadas historicamente. O Projeto Life/UEL é uma resposta à necessidade de transformação na formação docente; abrange formação inicial e continuada; proporciona um espaço colaborativo e interdisciplinar onde a construção do conhecimento se dá na vivencia com o outro; e responde à necessidade de assistir os professores com as NTIC, ajudando, apresentando, discutindo ferramentas que podem contribuir para seu desenvolvimento; e,
  • 11. finalmente, insere-se na terceira coluna da Tabela 1, a Reflexão Crítica. O Life/UEL, a partir de suas ações interventivas propõem aos professores que, com ao inserir o uso das NTIC em sua prática, estão corroborando para formar cidadãos críticos, pois compartilham, primeiramente, do entendimento que são sujeitos do conhecimento que ensinam, igualmente, sujeitos do conhecimento. Ao possibilitar aos professores da Educação Básica o entendimento de seu papel e sua função na sociedade atual, o Life/UEL propulsiona a formação “mais completa”, da qual falava Liberali, e a oportunidade de que professores e futuros professores sintam-se ativamente agente de sua prática e capazes de transformar, não somente sua realidade na sala de aula, mas a sociedade em que se inserem. Alonso (2008), destaca, Esta dinâmica anterior/atual, que conserva e recria, é importante para compreendermos o movimento que fundamenta o aflorar das novas tecnologias da informação e comunicação. Novas porque se incorporam e são incorporadas numa outra estrutura: a da sincronicidade. (p.751) Os textos analisados são distintos de muitas formas e estão distantes em razão da função a que se prestam, porém ambos representam respostas ativas, e com vistas ao bem comum: transformar a educação. Acreditamos que ações como estas devem ser incentivadas e perpetuadas. Vemos o exemplo do Projeto Life/UEL como uma esperança e um trabalho de ‘formiga’, pois um a um, enfrentando dificuldades particulares e pessoais, os professores estão entrando no mundo das NTIC e com isto criando uma consciência do seu processo de aprendizagem, das suas concepções de ensino/aprendizagem. Referências bibliográficas LOUZANO, P., ROCHA, V., MORICONI, G. M., OLIVEIRA, R. P. (2010). Quem quer ser professor? Atratividade, seleção e formação docente no Brasil. Est. Aval. Educ., (V.21, n. 47, pp. 543-568, setembro/dezembro). São Paulo. ALONSO, K. M. (2008). Tecnologias da informação e comunicação e formação de professores: sobre rede e escolas. Educ. Soc (V.29, n. 104 - Especial, pp. 747-768). Campinas. LIBERALI, F.C. (2010). Formação crítica de educadores: questões fundamentais. (Coleção: novas perspectivas em linguística aplicada - vol.8.). Campinas– SP: Pontes Editores. VYGOTSKY, L. S. (2007). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. (7 ed.). São Paulo: Martins Fontes. UNESCO (2011) Media and Information Literacy: Curriculum for Teacher. United Nations Educational. Scientific and Cultural Organization. França STURM, L. (2011). Conhecendo a realidade escolar para uma formação inicial crítica e reflexiva de professores de inglês. In: SILVA, K.A. et al. (orgs). A formação de professores de línguas: novos olhares. (V. 1). Campinas; Pontes Editores.
  • 12. MOREIRA, A. F. B. (1999). A crise da teoria curricular crítica. In: COSTA, M. V. (Org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. (2 ed., pp. 11-36). Rio de Janeiro: DP&A. BRASIL. (2013). Edital nº 035/2012: Programa de apoio a laboratórios interdisciplinares de formação de educadores. Brasília. Disponível em: http://www.capes.gov.br/educacao- basica/programa-de-apoio-a-laboratorios-interdisciplinares-de-formacao-de-educadores- life UEL (2013). Projeto de pesquisa: Formação de professores e TIC: o impacto do Life na prática docente. Londrina, PR.