O documento discute a ingratidão entre familiares em vidas passadas e como isso pode afetar as relações nas vidas atuais. Também aborda como os espíritos podem escolher encarnar nas mesmas famílias de antes para reparar danos do passado através do perdão e do amor.
1. "Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da
felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me
ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja
sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração
maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver." Caio Fernando Abreu
1 – Qual a causa da ingratidão, no coração do homem?
Resp.: A ingratidão é provocada pelo egoísmo, sentimento próprio dos espíritos
ainda endurecidos, imperfeitos.
A ingratidão é sentimento mesquinho, que magoa quem recebe e provoca
graves danos espirituais em quem a pratica.
2 – Que explicação se pode dar a ingratidão dos filhos para com os pais?
Resp.: Quando, na presente encarnação, não há motivo que a justifique, este
sentimento pode dever-se a inimizades surgidas em vidas passadas.
Ódios, perseguições, sentimento de vingança, não se apagam com a morte,
mas atravessam encarnações sucessivas, até se extinguirem completamente,
dando lugar ao amor.
3 – A todo o espírito é dado a oportunidade de encarnar como familiar
daqueles a quem já odiou, ou por quem foi odiado?
Resp.: Certamente que sim. Porém, somente os espíritos com algum progresso é
que desejam enfrentar essa provação, por entender que, para chegar a Deus, é
necessário praticar a caridade, perdoando e esquecendo as injúrias e os ultrajes
recebidos.
Aos espíritos mais adiantados é dado entrevejam uma partícula da verdade;
apreciam as funestas consequencias de suas paixões e tomam o propósito de
repará-las.
4 – Uma vez que o espírito tomou a resolução de encarnar entre inimigos de
vidas anteriores, torna-se-lhe fácil cumpri-la?
Resp.: Nem sempre é fácil a tarefa. É penoso ao espírito observar aqueles que já
lhe foram causa de padecimentos e ruína. Muitos desistem da prova; outros, nos
2. quais predomina a boa resolução, rogam a Deus e aos bons espíritos auxílio para
enfrentá-la e vencê-la.
Ao observar aqueles a quem odiou na Terra, o espírito fica conturbado, entre
sentimentos opostos de vingança e perdão. “Não há caridade sem perdão,
nem com o coração tomado pelo ódio.”
5 – Como se dá a encarnação do espírito, nessas famílias?
Resp.: Após anos de meditação e prece, o espírito obtém permissão para cumprir
sua prova. Aproveita-se, então, de um corpo em preparo na família daquele a quem
detestou, nele encarnando.
A encarnação entre antigos desafetos é a oportunidade que a misericórdia
infinita de Deus nos concede, para expiar faltas passadas e mais rapidamente
chegar até Ele.
6 – Uma vez encarnado, que atitude deverá adotar o espírito, para com os
familiares?
Resp.: Seu procedimento dependerá da maior ou menor persistência em cumprir as
resoluções tomadas antes de encarnar. Portanto, conforme prevaleçam ou não os
bons propósitos, ele será amigo ou permanecerá inimigo daqueles entre os quais foi
chamado a viver.
Para se apreender a causa de ódios e repulsões instintivas, manifestadas por
certas crianças, sem nenhum motivo que os justifique naquela existência,
torna-se necessário volver o olhar ao passado.
7 – Como devemos agir diante da ingratidão dos filhos?
Resp.: Reconhecendo que não foi o acaso que nos tornou seus pais, nem os fez
assim. Buscando todos os meios para superar estas dissensões na presente
encarnação, através da educação, da orientação para o bem, do bom exemplo e,
sobretudo, do amor.
“Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga
com a ingratidão...”
“ Mães! Abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei, convosco mesmas: Um
de nós dois é culpado!”
Ensinai aos vossos filhos que eles estão na Terra para se aperfeiçoar, amar e
bendizer a Deus.