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MARCHA DOS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL PELA REFORMA PSIQUIÁTRICA
          ANTIMANICOMIAL – DIA 30 DE SETEMBRO DE 2009


             PAUTA PARA A SECRETARIA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA


Economia solidária: devir promissor para a reforma psiquiátrica


O fenômeno constitutivo do capitalismo: a desigualdade social alcançou em nossos dias
proporções tais que questionam a noção mesma de sobra ou reserva. Quando 1/3 da
população mundial que vive do trabalho encontra-se fora do mercado ou precariamente
inserida, o desemprego deixa de ser residual e torna-se estrutural.


Um retrato da realidade atual revelará a forma extrema que este modo de produção alcançou,
excluindo e tornando inválidos, além dos desadaptados de outrora: portadores de sofrimento
mental, velhos e deficientes, também os jovens em busca do primeiro emprego, trabalhadores
não especializados, mulheres, índios, etc.


Ainda assim o trabalho ocupa na dinâmica das relações humanas e sociais lugar central. Por
ele passa o valor que o homem atribui a si e a seus semelhantes, por ele passa a noção de
cidadania, a possibilidade de reprodução social e subjetiva. Recuperar sua dimensão
socializadora é pois um desafio frente ao qual se vêem os portadores de sofrimento mental,
grupo historicamente excluído do mundo do trabalho.


Certamente, e dada a subversão lógica que instaura, a economia solidária é ainda um devir
que se anuncia em princípios básicos: articulação, solidariedade, produção e cidadania. Outra
parte desta realidade futura pertence ainda, ao campo do sonho, da perspectiva. Na tentativa
de fazê-la realidade próxima e consequente, à qual o Estado precisa dar suporte e
sustentação, os usuários presentes à Marcha Em defesa da Reforma Psiquiátrica propõem:


    1. Organização de Feiras de Empreendimentos Econômicos e Solidários da Saúde
        Mental, no âmbito do Programa Nacional de Comercialização Solidária (Secretaria
        Nacional de Economia Solidária Ministério do Trabalho e Emprego/Instituto Marista de
        Solidariedade/Fundação Banco do Brasil)
    2. Organização de atividades de capacitação e formação em empreendedorismo,
        comércio justo e solidário, cooperativismo social, em parceria com universidades,
        voltados para os projetos de trabalho dos portadores de sofrimento mental;
    3. Inclusão dos projetos de trabalho dos portadores de sofrimento mental no Programa
        Brasil Local;
    4. Criação de linha de financiamento (a fundo perdido ou rotativo) para os projetos e
        empreendimentos produtivos dos portadores de sofrimento mental, favorecendo o
acesso dos mesmos a recursos tecnológicos, a aquisição de máquinas, equipamentos
    e matéria-prima;
5. Alteração da lei de cooperativismo visando a inserção e reconhecimento das
    cooperativas sociais e empreendimentos de economia solidária da saúde mental e de
    outros grupos na lei, com a instituição de mecanismos regulatórios, subsídios,
    tratamento tributário, etc, diferentes dos atuais;
6. Articulação com as políticas públicas de saúde, educação, cultura, direitos humanos e
    desenvolvimento social, visando o investimento conjunto para a ampliação e
    fortalecimento do cooperativismo social".
7. Introdução na lei 8666 (lei de licitações) de critérios que possibilitem a participação dos
    empreendimentos de economia solidária da saúde mental e outros nos processos de
    compra públicos;
8. Criação de Grupo de Trabalho em parceria com o Ministério da Previdência para
    discutir e apontar saídas para a situação dos portadores de sofrimento mental
    aposentados que participam de empreendimentos produtivos solidários;
9. Instituição de bolsa-trabalho para os usuários/empreendedores solidários, com
    definição de critérios, fixação de tempo e modos de devolução (fundo rotativo),
    assegurando a sustentabilidade do produtor e do empreendimento;
10. Inserção dos portadores de sofrimento mental, como público-alvo, no Plano Nacional
    de Qualificação Profissional – PALNTEQ.

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  • 1. MARCHA DOS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL PELA REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL – DIA 30 DE SETEMBRO DE 2009 PAUTA PARA A SECRETARIA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA Economia solidária: devir promissor para a reforma psiquiátrica O fenômeno constitutivo do capitalismo: a desigualdade social alcançou em nossos dias proporções tais que questionam a noção mesma de sobra ou reserva. Quando 1/3 da população mundial que vive do trabalho encontra-se fora do mercado ou precariamente inserida, o desemprego deixa de ser residual e torna-se estrutural. Um retrato da realidade atual revelará a forma extrema que este modo de produção alcançou, excluindo e tornando inválidos, além dos desadaptados de outrora: portadores de sofrimento mental, velhos e deficientes, também os jovens em busca do primeiro emprego, trabalhadores não especializados, mulheres, índios, etc. Ainda assim o trabalho ocupa na dinâmica das relações humanas e sociais lugar central. Por ele passa o valor que o homem atribui a si e a seus semelhantes, por ele passa a noção de cidadania, a possibilidade de reprodução social e subjetiva. Recuperar sua dimensão socializadora é pois um desafio frente ao qual se vêem os portadores de sofrimento mental, grupo historicamente excluído do mundo do trabalho. Certamente, e dada a subversão lógica que instaura, a economia solidária é ainda um devir que se anuncia em princípios básicos: articulação, solidariedade, produção e cidadania. Outra parte desta realidade futura pertence ainda, ao campo do sonho, da perspectiva. Na tentativa de fazê-la realidade próxima e consequente, à qual o Estado precisa dar suporte e sustentação, os usuários presentes à Marcha Em defesa da Reforma Psiquiátrica propõem: 1. Organização de Feiras de Empreendimentos Econômicos e Solidários da Saúde Mental, no âmbito do Programa Nacional de Comercialização Solidária (Secretaria Nacional de Economia Solidária Ministério do Trabalho e Emprego/Instituto Marista de Solidariedade/Fundação Banco do Brasil) 2. Organização de atividades de capacitação e formação em empreendedorismo, comércio justo e solidário, cooperativismo social, em parceria com universidades, voltados para os projetos de trabalho dos portadores de sofrimento mental; 3. Inclusão dos projetos de trabalho dos portadores de sofrimento mental no Programa Brasil Local; 4. Criação de linha de financiamento (a fundo perdido ou rotativo) para os projetos e empreendimentos produtivos dos portadores de sofrimento mental, favorecendo o
  • 2. acesso dos mesmos a recursos tecnológicos, a aquisição de máquinas, equipamentos e matéria-prima; 5. Alteração da lei de cooperativismo visando a inserção e reconhecimento das cooperativas sociais e empreendimentos de economia solidária da saúde mental e de outros grupos na lei, com a instituição de mecanismos regulatórios, subsídios, tratamento tributário, etc, diferentes dos atuais; 6. Articulação com as políticas públicas de saúde, educação, cultura, direitos humanos e desenvolvimento social, visando o investimento conjunto para a ampliação e fortalecimento do cooperativismo social". 7. Introdução na lei 8666 (lei de licitações) de critérios que possibilitem a participação dos empreendimentos de economia solidária da saúde mental e outros nos processos de compra públicos; 8. Criação de Grupo de Trabalho em parceria com o Ministério da Previdência para discutir e apontar saídas para a situação dos portadores de sofrimento mental aposentados que participam de empreendimentos produtivos solidários; 9. Instituição de bolsa-trabalho para os usuários/empreendedores solidários, com definição de critérios, fixação de tempo e modos de devolução (fundo rotativo), assegurando a sustentabilidade do produtor e do empreendimento; 10. Inserção dos portadores de sofrimento mental, como público-alvo, no Plano Nacional de Qualificação Profissional – PALNTEQ.