SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Paralelismo Gramatical
Sintático e Semântico
Professora Ana Lúcia Moura Neves
O que é paralelismo?
Paralela é um conceito da Geometria que
define linhas que, num mesmo plano espacial, são
equidistantes em toda sua extensão.
Em gramática, o paralelismo consiste em criar
uma sequência de frases com estrutura idêntica.
O paralelismo facilita a leitura do enunciado e
proporciona clareza à expressão. Pode ser
sintático e semântico.
Paralelismo sintático
Ocorre quando os elementos coordenados
apresentam estrutura gramatical idêntica.
Funcionários cogitam uma nova greve e isolar o governador.
Para que tivesse simetria, os núcleos do objeto direto do
verbo cogitar teriam de ser de mesma natureza (ambos
substantivos ou ambos verbos). Ficando, pois, assim:
Funcionários cogitam uma nova greve e o isolamento do governador.
ou
Funcionários cogitam fazer uma nova greve e isolar o governador.
Paralelismo sintático
Observe:
A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e que,
na volta, passasse na farmácia.
Sugestão:
A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e, na
volta, passar na farmácia.
ou
A mãe pediu que a menina fosse ao supermercado e que,
na volta, passasse na farmácia.
Paralelismo sintático
Observe:
Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e
porque seu pai não o esperou.
Sugestão:
Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e
por seu pai não o ter esperado.
ou
Ricardo estava aborrecido porque perdeu a hora do teste e
porque seu pai não o esperou.
Paralelismo sintático
Observe:
Manda-me notícias de minha prima Isoldina e se meu pai
resolveu aquele problema que o atormentava.
Sugestão:
Manda-me notícias de minha prima Isoldina e descobre
se meu pai resolveu aquele problema que o atormentava.
Paralelismo semântico
É a simetria no plano das ideias.
Ex.: “O presidente brasileiro negocia com os Estados
Unidos as novas propostas sobre a ALCA”.
Sugestão:
“O presidente brasileiro negocia com o presidente
americano as novas propostas sobre a ALCA”
ou
“O Brasil negocia com os Estados Unidos as novas
propostas sobre a ALCA”.
Paralelismo semântico
Observe:
Meu pai pratica tênis e faz um ótimo churrasco.
Sugestão:
Meu pai tem duas paixões: praticar tênis e fazer churrasco.
Paralelismos mais comuns
Não só... mas (como) também
No período de um ano, não só cresceu o número de assaltos
e roubos na cidade, mas também o de assassinato por armas
de fogo.
Esse tipo de construção, além de apresentar a noção
de adição (no caso, o número de assassinatos
somado ao de assaltos e roubos), introduz com a
expressão mas também a noção de destaque para
um dos elementos – no caso, o crescimento do
número de assassinatos por armas de fogo.
Paralelismos mais comuns
Quanto mais... (tanto) mais...
Hoje em dia, quanto mais uma pessoa estuda, (tanto) mais
ela tem condições de competir no mercado de trabalho.
Quanto mais nos esforçamos para sair tudo perfeito, (tanto)
mais aparece gente para atrapalhar.
Utiliza-se essa estrutura paralelística sempre que
houver entre as partes uma noção de progressão
com ou sem oposição.
Paralelismos mais comuns
Seja...seja, quer...quer, ora...ora
De qualquer forma, conte comigo, seja para ajudar na
mudança, seja para limpar a nova casa, seja para o
churrasco de inauguração.
Emprega-se esse tipo de paralelismo quando se
quer dar noção de alternância de ações (ora uma
coisa, ora outra) ou de opção (por exemplo: quer
vá, quer não vá...).
Paralelismos mais comuns
Primeiro...; segundo...
Ele (Dr. Paes de Barros) afirma que a pobreza no Brasil
é erradicável. Para fazê-lo, são necessárias duas coisas:
“primeiro, decidir que é isso que se quer; segundo, dar
apoios institucionais a quem já trabalha com a pobreza,
para viabilizar a decisão”.
(Folha de S. Paulo)
Utiliza-se esse tipo de recurso quando se deseja
fazer uma enumeração sequencial de vários
aspectos a serem considerados numa
argumentação, ordenando-os por grau de
importância. Entre as partes dessa enumeração, é
comum empregar o ponto-e-vírgula.
Paralelismos mais comuns
Tanto...quanto...
As estradas estão muito ruins, tanto para quem vai à
capital quanto para quem vem dela.
Essa estrutura paralelística, ao mesmo tempo que
introduz a noção de adição, acrescenta também
uma noção de equiparação ou de equivalência.
Paralelismos mais comuns
Não... e não/nem
Não pudemos viajar no carnaval passado, nem nas
férias de julho, nem nas de janeiro.
Emprega-se esse recurso quando se deseja fazer
uma sequência de negativas.
Paralelismos mais comuns
Por um lado... por outro...
Se, por um lado, a venda do sítio resolveu nossos
problemas financeiros, por outro (lado) perdemos
o único meio de lazer da família.
Esse paralelismo introduz uma comparação,
geralmente demonstrando os aspectos negativos e
positivos de algum ato.
Paralelismos mais comuns
Correlação entre tempos verbais
Se todos colaborassem, tudo seria mais fácil.
Se todos colaborarem, tudo será mais fácil.
O emprego do pretérito imperfeito do subjuntivo
(colaborassem), na oração subordinada
condicional, obriga o emprego do futuro do
pretérito (seria) na oração principal. Já o emprego
do futuro do subjuntivo obriga o emprego do futuro
do presente do indicativo, na principal.
A quebra intencional do paralelismo
Observe esta frase do protagonista da obra
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de
Assis:
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos
de réis, nada menos.”
Nessa frase, intencionalmente o autor quebra o
paralelismo semântico, já que mistura elementos de
natureza diferente: tempo e dinheiro. Como
resultado, a quebra provoca o efeito de sentido
pretendido pelo narrador: ironizar os interesses
financeiros de Marcela.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Gêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuaisGêneros e tipos textuais
Gêneros e tipos textuais
 
Aula 04 variacao linguistica
Aula 04   variacao linguisticaAula 04   variacao linguistica
Aula 04 variacao linguistica
 
Concordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adrianaConcordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adriana
 
Variedades linguísticas
Variedades linguísticasVariedades linguísticas
Variedades linguísticas
 
Pronomes
PronomesPronomes
Pronomes
 
AULA 03 - Introdução - Diversas formas de iniciar uma redação - PRONTO
AULA 03 - Introdução - Diversas formas de iniciar uma redação  - PRONTOAULA 03 - Introdução - Diversas formas de iniciar uma redação  - PRONTO
AULA 03 - Introdução - Diversas formas de iniciar uma redação - PRONTO
 
Aula intertextualidade
Aula intertextualidadeAula intertextualidade
Aula intertextualidade
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
Conto
ContoConto
Conto
 
Complemento nominal
Complemento nominalComplemento nominal
Complemento nominal
 
Quinhentismo
Quinhentismo Quinhentismo
Quinhentismo
 
Interpretação e Compreensão de Texto
Interpretação e Compreensão de Texto Interpretação e Compreensão de Texto
Interpretação e Compreensão de Texto
 
Slides aula verbos
Slides   aula verbosSlides   aula verbos
Slides aula verbos
 
Flexão do Substantivo
Flexão do SubstantivoFlexão do Substantivo
Flexão do Substantivo
 
Aula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuaçãoAula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuação
 
Apresentação Adverbios
Apresentação AdverbiosApresentação Adverbios
Apresentação Adverbios
 
Figuras de linguagem resumo
Figuras de linguagem resumoFiguras de linguagem resumo
Figuras de linguagem resumo
 
Frase, Oração e Periodo.
Frase, Oração e Periodo.Frase, Oração e Periodo.
Frase, Oração e Periodo.
 
Funções da linguagem
Funções da linguagemFunções da linguagem
Funções da linguagem
 
Regência nominal e verbal
Regência nominal e verbalRegência nominal e verbal
Regência nominal e verbal
 

Destaque (11)

Paralelismo
ParalelismoParalelismo
Paralelismo
 
Paralelismo
ParalelismoParalelismo
Paralelismo
 
Cantigas de amor
Cantigas de amorCantigas de amor
Cantigas de amor
 
Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
 
Cantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análisesCantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análises
 
As cantigas de amigo
As cantigas de amigoAs cantigas de amigo
As cantigas de amigo
 
Cantigas de amigo
Cantigas de amigoCantigas de amigo
Cantigas de amigo
 
Cantigas de amigo
Cantigas de amigoCantigas de amigo
Cantigas de amigo
 
Cantigas de amor
Cantigas de amorCantigas de amor
Cantigas de amor
 
Poesia Trovadoresca - Resumo
Poesia Trovadoresca - ResumoPoesia Trovadoresca - Resumo
Poesia Trovadoresca - Resumo
 
Lírica Trovadoresca
Lírica TrovadorescaLírica Trovadoresca
Lírica Trovadoresca
 

Mais de Ana Lúcia Moura Neves (12)

Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Artigo de opinião
Artigo de opiniãoArtigo de opinião
Artigo de opinião
 
Texto dissertativo expositivo
Texto dissertativo expositivoTexto dissertativo expositivo
Texto dissertativo expositivo
 
Vanguardas europeias
Vanguardas europeiasVanguardas europeias
Vanguardas europeias
 
Notícia gênero textual
Notícia gênero textualNotícia gênero textual
Notícia gênero textual
 
Resumo - gênero textual
Resumo - gênero textualResumo - gênero textual
Resumo - gênero textual
 
Contra-argumentação
Contra-argumentaçãoContra-argumentação
Contra-argumentação
 
Literatura brasileira resumo
Literatura brasileira resumoLiteratura brasileira resumo
Literatura brasileira resumo
 
Tipos de argumentação
Tipos de argumentaçãoTipos de argumentação
Tipos de argumentação
 
Funções sintáticas
Funções sintáticasFunções sintáticas
Funções sintáticas
 
Inferências - pressuposto e subentendido
Inferências - pressuposto e subentendidoInferências - pressuposto e subentendido
Inferências - pressuposto e subentendido
 
Paráfrase
ParáfraseParáfrase
Paráfrase
 

Último

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 

Último (20)

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 

Paralelismo Gramatical Sintático e Semântico

  • 1. Paralelismo Gramatical Sintático e Semântico Professora Ana Lúcia Moura Neves
  • 2. O que é paralelismo? Paralela é um conceito da Geometria que define linhas que, num mesmo plano espacial, são equidistantes em toda sua extensão. Em gramática, o paralelismo consiste em criar uma sequência de frases com estrutura idêntica. O paralelismo facilita a leitura do enunciado e proporciona clareza à expressão. Pode ser sintático e semântico.
  • 3. Paralelismo sintático Ocorre quando os elementos coordenados apresentam estrutura gramatical idêntica. Funcionários cogitam uma nova greve e isolar o governador. Para que tivesse simetria, os núcleos do objeto direto do verbo cogitar teriam de ser de mesma natureza (ambos substantivos ou ambos verbos). Ficando, pois, assim: Funcionários cogitam uma nova greve e o isolamento do governador. ou Funcionários cogitam fazer uma nova greve e isolar o governador.
  • 4. Paralelismo sintático Observe: A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e que, na volta, passasse na farmácia. Sugestão: A mãe pediu para a menina ir ao supermercado e, na volta, passar na farmácia. ou A mãe pediu que a menina fosse ao supermercado e que, na volta, passasse na farmácia.
  • 5. Paralelismo sintático Observe: Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e porque seu pai não o esperou. Sugestão: Ricardo estava aborrecido por ter perdido a hora do teste e por seu pai não o ter esperado. ou Ricardo estava aborrecido porque perdeu a hora do teste e porque seu pai não o esperou.
  • 6. Paralelismo sintático Observe: Manda-me notícias de minha prima Isoldina e se meu pai resolveu aquele problema que o atormentava. Sugestão: Manda-me notícias de minha prima Isoldina e descobre se meu pai resolveu aquele problema que o atormentava.
  • 7. Paralelismo semântico É a simetria no plano das ideias. Ex.: “O presidente brasileiro negocia com os Estados Unidos as novas propostas sobre a ALCA”. Sugestão: “O presidente brasileiro negocia com o presidente americano as novas propostas sobre a ALCA” ou “O Brasil negocia com os Estados Unidos as novas propostas sobre a ALCA”.
  • 8. Paralelismo semântico Observe: Meu pai pratica tênis e faz um ótimo churrasco. Sugestão: Meu pai tem duas paixões: praticar tênis e fazer churrasco.
  • 9. Paralelismos mais comuns Não só... mas (como) também No período de um ano, não só cresceu o número de assaltos e roubos na cidade, mas também o de assassinato por armas de fogo. Esse tipo de construção, além de apresentar a noção de adição (no caso, o número de assassinatos somado ao de assaltos e roubos), introduz com a expressão mas também a noção de destaque para um dos elementos – no caso, o crescimento do número de assassinatos por armas de fogo.
  • 10. Paralelismos mais comuns Quanto mais... (tanto) mais... Hoje em dia, quanto mais uma pessoa estuda, (tanto) mais ela tem condições de competir no mercado de trabalho. Quanto mais nos esforçamos para sair tudo perfeito, (tanto) mais aparece gente para atrapalhar. Utiliza-se essa estrutura paralelística sempre que houver entre as partes uma noção de progressão com ou sem oposição.
  • 11. Paralelismos mais comuns Seja...seja, quer...quer, ora...ora De qualquer forma, conte comigo, seja para ajudar na mudança, seja para limpar a nova casa, seja para o churrasco de inauguração. Emprega-se esse tipo de paralelismo quando se quer dar noção de alternância de ações (ora uma coisa, ora outra) ou de opção (por exemplo: quer vá, quer não vá...).
  • 12. Paralelismos mais comuns Primeiro...; segundo... Ele (Dr. Paes de Barros) afirma que a pobreza no Brasil é erradicável. Para fazê-lo, são necessárias duas coisas: “primeiro, decidir que é isso que se quer; segundo, dar apoios institucionais a quem já trabalha com a pobreza, para viabilizar a decisão”. (Folha de S. Paulo) Utiliza-se esse tipo de recurso quando se deseja fazer uma enumeração sequencial de vários aspectos a serem considerados numa argumentação, ordenando-os por grau de importância. Entre as partes dessa enumeração, é comum empregar o ponto-e-vírgula.
  • 13. Paralelismos mais comuns Tanto...quanto... As estradas estão muito ruins, tanto para quem vai à capital quanto para quem vem dela. Essa estrutura paralelística, ao mesmo tempo que introduz a noção de adição, acrescenta também uma noção de equiparação ou de equivalência.
  • 14. Paralelismos mais comuns Não... e não/nem Não pudemos viajar no carnaval passado, nem nas férias de julho, nem nas de janeiro. Emprega-se esse recurso quando se deseja fazer uma sequência de negativas.
  • 15. Paralelismos mais comuns Por um lado... por outro... Se, por um lado, a venda do sítio resolveu nossos problemas financeiros, por outro (lado) perdemos o único meio de lazer da família. Esse paralelismo introduz uma comparação, geralmente demonstrando os aspectos negativos e positivos de algum ato.
  • 16. Paralelismos mais comuns Correlação entre tempos verbais Se todos colaborassem, tudo seria mais fácil. Se todos colaborarem, tudo será mais fácil. O emprego do pretérito imperfeito do subjuntivo (colaborassem), na oração subordinada condicional, obriga o emprego do futuro do pretérito (seria) na oração principal. Já o emprego do futuro do subjuntivo obriga o emprego do futuro do presente do indicativo, na principal.
  • 17. A quebra intencional do paralelismo Observe esta frase do protagonista da obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis, nada menos.” Nessa frase, intencionalmente o autor quebra o paralelismo semântico, já que mistura elementos de natureza diferente: tempo e dinheiro. Como resultado, a quebra provoca o efeito de sentido pretendido pelo narrador: ironizar os interesses financeiros de Marcela.