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MANUEL ANTÓNIO PINA
MANUEL ANTÓNIO PINA – UMA PEDAGOGIA DO LITERÁRIO
A Obra – questões
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2
Vamos dividir este diálogo em três momentos
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da experiência literária não pode deixar, no entanto, de ser um
documento decisivo para a compreensão da própria literatura.
(Pina, 1999: 38).
3
«LER E ESCREVER» - UMA «AUTOPSICOGRAFIA»
∙ Talvez todo o texto literário seja a expressão pública de um vazio privado
que, por isso mesmo, há-de querer facultar-se, através de processos de
ocultação mais ou menos complexos. Isto é, talvez todo o texto literário seja
também um texto sobre a própria literatura, ou, pelo menos, sobre o
processo literário.
∙ (Pina, 1999: 37).
4
Porquê isto e não outra coisa qualquer?
todos os escritores acabam, mais tarde ou mais cedo, por se
perguntar acerca do que escrevem e do que os leva a escrever.
(Pina, 1999: 37).
5
“Diz-se Revolução
o Movimento de um Corpo que,
Descrevendo uma curva fechada,
passa sucessivamente pelos
mesmos Lugares.
(Pina, 2012: 15)
6
7
O poema chega ao leitor sob o modo de, como diz Pound, «linguagem carregada de
significado» e, através da interpretação, é sempre escrito de novo.
Assim como o poeta, na palavra e na forma do poema, leu, escrevendo, o que não sabia
que tinha para dizer, o livro onde o poema encontrou lugar (o livro físico e, também, o «livre à
venir», o absoluto livro limite que cada livro deseja e anuncia) é o espaço textual que agora se
abre a uma nova e multíplice escrita, a da leitura. A leitura constituirá, pois, uma espécie de
escrita passiva e segunda, do mesmo modo que a escrita foi, antes, uma primeira e activa
leitura.
(Pina, 1999: 37).
Antes da sua vinda à escrita, a Literatura depende da leitura
e do direito que lhe confere uma experiência de leitura.
(Derrida, 2004: 23).
8
IDENTIDADE - ALTERIDADE
∙ O outro, ou os outros - as palavras, os textos, as imagens, os mortos… são os nossos autores.
∙ Os nossos autores são, em grande parte, isso mesmo: nossos autores. Escrevem-nos.
Tanto quanto, provavelmente, os escrevemos nós a eles. O Bilhete de Identidade de um
escritor é, na realidade (não me lembro onde li isto), o seu Bilhete de Alteridade.
∙ (MAP, 2007: 19).
9
Somos seres olhados
RUY BELO
10
“∙ É sempre outro que escreve
∙ Como poderia o escritor,
∙ mesmo sendo um Filósofo, saber o que está ali
para ser escrito?
11
12
Escrever não tem o seu fim em si mesmo, precisamente porque a vida não é
algo de pessoal. Ou antes, o fim da escrita é levar a vida ao estado de um
poder não pessoal. Ela abdica aí de qualquer território, de qualquer fim que
residiria em si mesma.
(Deleuze, 2004: 65).
MAP estimula em nós a necessidade de uma educação para a Vida irredutível ao
quotidiano empírico, ao ego e aos interesses meramente individuais.
não estamos tão certos em reviver (sem ressurreição) a não ser pela
quantidade de seres e coisas que em nós pensam: porque não sabemos ao
certo se não são os outros que continuam a pensar em nós — mas o que é esse
outro que forma o que está do lado de fora relativamente a um lado de
dentro que nós cuidamos ser? —, tudo se reconduz a um único discurso,
flutuações de intensidades que dão resposta ao pensamento de cada um e
de ninguém.
(Deleuze, idem: 42).
13
Que tudo seja tão «complicado», que Eu
seja outro, que qualquer coisa de outro
pense em nós numa agressão que é a do
pensamento, numa multiplicação que é a
do corpo, numa violência que é a da
linguagem, essa é a alegre mensagem.
(Deleuze, 1996: 42.)
14
Como poderia interrogar-se assim aquele a quem falta toda a linguagem
inicial para dar forma a esta pergunta e que só pode encontrá-la através de
um movimento infinito que o põe à prova, o transforma, o desaloja desse
«Eu» garantido a partir do qual julga poder interrogar sinceramente?
(Blanchot, 1984: 37).
15
EU QUEM, OU O QUÊ?
16
UMA PEDAGOGIA DO LITERÁRIO
É necessária uma literatura suficientemente visceral e dissolvente, uma literatura de
resistência que mantenha desperta a lucidez da liberdade no meio dos valores com que a
família, a escola e o meio naturalmente a irão conformando. Acho igualmente que é possível,
pela literatura também, pôr ao alcance das crianças e dos jovens, instrumentos ou exemplos
de subversão e crítica da ordem social (e literária) dominante que é naturalmente aquela para
cuja perpetuação a sua educação tenderá.
(Pina, 1977)
De que se fala, afinal, quando falamos de Literatura?
«A verdade é que a maior parte dos livros com o rótulo de ‘literatura infantil’
ou ‘literatura para crianças’ não é literatura. É outra coisa que, por ser ‘para
crianças’, toleramos que se designe por literatura» (Pina, 1987).
«Muita da literatura ‘infantil’ que por aí se publica é de facto menor: porque
feita para coisas demais sem ser literatura» (Pina, 1979a).
17
não é só disso que se trata, quando se fala […] de literatura menor.
Trata-se de algo mais ridículo e perigoso: a hierarquia dos géneros (já
não bastavam os géneros!) Trata-se da militarização da literatura: a
epopeia é o general, a quadra popular o soldado raso… É ridículo!
(Pina, 1977)
18
A crítica literária que não existe, existe ainda menos em relação aos livros
infantis. (Gosto mais de dizer livros infantis do que livros para crianças, livros
infantis tanto pode ser para crianças como não, como não ser para ninguém em
especial.) […] Se a falta da crítica é ou não importante, dependeria de saber
que crítica é essa que falta; eu acho que era talvez importante a informação,
a comparação, a triagem das diferenças.
(Pina, 1979)
19
20
a pedagogia está nos modos de acesso aos textos, devém naquilo que
aprendemos lendo-os, conectando-os com outras linguagens, outras
formas, diferentes situações ou circunstâncias.
O prazer de ler devém daquilo a que não podemos aceder senão pela
experiência direta que se dá nesse particular tipo de relação que nos abre
aos textos e que por eles se nos abre a nós mesmos: «quem lê, lê-se».
(Pina, 2007: 55).
LER É INVENTAR A NOSSA PRÓPRIA EXISTÊNCIA. POR ISSO SE ESCREVE.
A literatura — a nossa própria existência como absoluta ficção — foi sempre um
jogo, o mais eficaz dos jogos que soubemos inventar para vencer dentro da vida
aquilo que no seu coração a esboroa: o tempo. A morte não é mais que tempo
paradoxalmente solidificado. Contra ambos existe e resiste a singular e, no
fundo, incompreensível actividade que chamamos, perdendo-a com esse nome,
Literatura.
(Lourenço, 1994: 11)
21
22
Do tanto que nos pode acontecer fundamos a nossa existência.
(Helder, Herberto,1995: 163).
A experiência é uma invenção.
(Helder, Herberto, 1995: 70).
Os que dizem que as crianças não percebem determinados textos
literários estão convencidos de que, eles, os percebem. Isto é, que o
texto diz uma coisa determinada e que eles sabem qual é essa coisa
determinada. (E é natural que assim às vezes suceda, pobre do texto!) A
maior parte das vezes, essas pessoas impõem às palavras os limites da
sua própria razão.
(Pina, 2007: 124)
23
Os professores e os pedagogos são frequentemente tentados, no que toca à
literatura que as crianças lêem, a determinar os livros que elas «devem» ler, no
quadro dos objectivos escolares e pedagógicos restritos que, junto das crianças, se
propõem. Não há mal nenhum nisso; o que não se afigura legítimo, e gera
enormes confusões, é não se ter consciência de que, assim, se faz apenas
um uso da literatura.
(Pina, 1987)
24
A LITERATURA NÃO EXISTE «PARA» ENSINAR
a literatura não existe ‘para’ ensinar nada, pelo menos não ‘tem
de’ ensinar nada; embora seja certo que pode ensinar muitas
coisas, às vezes precisamente a quem escreve.
(Pina, 1987)
25
26
uma literatura infantil mais divertida; uma literatura que, em lugar de
copiar o mundo adulto (ou o infantil), o percorra à procura de sentido
pondo-o (ao sentido e ao mundo) em causa. Não propriamente uma
literatura sem sentido, mas o jogo de fazer e desfazer sentido, a
máquina de inventar, a lanterna mágica de emaranhar paisagens.
Portanto, uma literatura com capacidade, igualmente, para se pôr em
causa e fazer disso, perversamente, literatura.
(Pina, 1977)
APRENDER A SER
[…] se alguma coisa «ensinassem» estes textos, gostaria que fosse a alegria
de criar e de mudar, a mania de ver as coisas de outra maneira e, se
possível, de mais perto, a tolerância, a inteligência; e a paixão do jogo, e a
das palavras, enfim, tudo ou quase.
(Pina, 1979)
27
Porque cada leitor, de facto escreve o
livro que lê, cada leitor lê-se.
Comunicação em potência, o texto
literário tem a misteriosa capacidade de
poder ser infinitamente lido. […] Quem
faz, pois, a literatura «para» crianças são
as crianças que lêem a literatura «para»
crianças. Quem a faz: isto é, quem, nos
termos expostos, a escreve, lendo-a.
(Pina, 1990)
28
A escrita de Manuel António Pina desafia-nos a inventar, sem receios,
novas formas de pensar (isto é, também, de ensinar Literatura,
abrindo às crianças (seja o que for uma criança) diferentes acessos à
singular experiência de relação com a linguagem, com os outros,
consigo mesmas, com os textos (todas as linguagens, de todas as
maneiras!).
29
No fundamental um texto literário não tem destinatário.
Silvina Rodrigues Lopes

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Uma pedagogia do literário

  • 2. MANUEL ANTÓNIO PINA – UMA PEDAGOGIA DO LITERÁRIO A Obra – questões de Testemunho (questões que, note- se, podem não coincidir com a perspectiva que o Autor tem da própria Obra) A questão do Autor – quem, ou o quê? A resposta a esta pergunta determina e condiciona a relação que estabelecemos com os textos. A questão da Literatura Que Literatura? Que aprendizagens? 2 Vamos dividir este diálogo em três momentos
  • 3. Não convindo valorizar excessivamente tudo o que escrevem os escritores sobre a sua própria obra e os seus processos, o testemunho da experiência literária não pode deixar, no entanto, de ser um documento decisivo para a compreensão da própria literatura. (Pina, 1999: 38). 3
  • 4. «LER E ESCREVER» - UMA «AUTOPSICOGRAFIA» ∙ Talvez todo o texto literário seja a expressão pública de um vazio privado que, por isso mesmo, há-de querer facultar-se, através de processos de ocultação mais ou menos complexos. Isto é, talvez todo o texto literário seja também um texto sobre a própria literatura, ou, pelo menos, sobre o processo literário. ∙ (Pina, 1999: 37). 4
  • 5. Porquê isto e não outra coisa qualquer? todos os escritores acabam, mais tarde ou mais cedo, por se perguntar acerca do que escrevem e do que os leva a escrever. (Pina, 1999: 37). 5
  • 6. “Diz-se Revolução o Movimento de um Corpo que, Descrevendo uma curva fechada, passa sucessivamente pelos mesmos Lugares. (Pina, 2012: 15) 6
  • 7. 7 O poema chega ao leitor sob o modo de, como diz Pound, «linguagem carregada de significado» e, através da interpretação, é sempre escrito de novo. Assim como o poeta, na palavra e na forma do poema, leu, escrevendo, o que não sabia que tinha para dizer, o livro onde o poema encontrou lugar (o livro físico e, também, o «livre à venir», o absoluto livro limite que cada livro deseja e anuncia) é o espaço textual que agora se abre a uma nova e multíplice escrita, a da leitura. A leitura constituirá, pois, uma espécie de escrita passiva e segunda, do mesmo modo que a escrita foi, antes, uma primeira e activa leitura. (Pina, 1999: 37).
  • 8. Antes da sua vinda à escrita, a Literatura depende da leitura e do direito que lhe confere uma experiência de leitura. (Derrida, 2004: 23). 8
  • 9. IDENTIDADE - ALTERIDADE ∙ O outro, ou os outros - as palavras, os textos, as imagens, os mortos… são os nossos autores. ∙ Os nossos autores são, em grande parte, isso mesmo: nossos autores. Escrevem-nos. Tanto quanto, provavelmente, os escrevemos nós a eles. O Bilhete de Identidade de um escritor é, na realidade (não me lembro onde li isto), o seu Bilhete de Alteridade. ∙ (MAP, 2007: 19). 9
  • 11. “∙ É sempre outro que escreve ∙ Como poderia o escritor, ∙ mesmo sendo um Filósofo, saber o que está ali para ser escrito? 11
  • 12. 12 Escrever não tem o seu fim em si mesmo, precisamente porque a vida não é algo de pessoal. Ou antes, o fim da escrita é levar a vida ao estado de um poder não pessoal. Ela abdica aí de qualquer território, de qualquer fim que residiria em si mesma. (Deleuze, 2004: 65). MAP estimula em nós a necessidade de uma educação para a Vida irredutível ao quotidiano empírico, ao ego e aos interesses meramente individuais.
  • 13. não estamos tão certos em reviver (sem ressurreição) a não ser pela quantidade de seres e coisas que em nós pensam: porque não sabemos ao certo se não são os outros que continuam a pensar em nós — mas o que é esse outro que forma o que está do lado de fora relativamente a um lado de dentro que nós cuidamos ser? —, tudo se reconduz a um único discurso, flutuações de intensidades que dão resposta ao pensamento de cada um e de ninguém. (Deleuze, idem: 42). 13
  • 14. Que tudo seja tão «complicado», que Eu seja outro, que qualquer coisa de outro pense em nós numa agressão que é a do pensamento, numa multiplicação que é a do corpo, numa violência que é a da linguagem, essa é a alegre mensagem. (Deleuze, 1996: 42.) 14
  • 15. Como poderia interrogar-se assim aquele a quem falta toda a linguagem inicial para dar forma a esta pergunta e que só pode encontrá-la através de um movimento infinito que o põe à prova, o transforma, o desaloja desse «Eu» garantido a partir do qual julga poder interrogar sinceramente? (Blanchot, 1984: 37). 15 EU QUEM, OU O QUÊ?
  • 16. 16 UMA PEDAGOGIA DO LITERÁRIO É necessária uma literatura suficientemente visceral e dissolvente, uma literatura de resistência que mantenha desperta a lucidez da liberdade no meio dos valores com que a família, a escola e o meio naturalmente a irão conformando. Acho igualmente que é possível, pela literatura também, pôr ao alcance das crianças e dos jovens, instrumentos ou exemplos de subversão e crítica da ordem social (e literária) dominante que é naturalmente aquela para cuja perpetuação a sua educação tenderá. (Pina, 1977)
  • 17. De que se fala, afinal, quando falamos de Literatura? «A verdade é que a maior parte dos livros com o rótulo de ‘literatura infantil’ ou ‘literatura para crianças’ não é literatura. É outra coisa que, por ser ‘para crianças’, toleramos que se designe por literatura» (Pina, 1987). «Muita da literatura ‘infantil’ que por aí se publica é de facto menor: porque feita para coisas demais sem ser literatura» (Pina, 1979a). 17
  • 18. não é só disso que se trata, quando se fala […] de literatura menor. Trata-se de algo mais ridículo e perigoso: a hierarquia dos géneros (já não bastavam os géneros!) Trata-se da militarização da literatura: a epopeia é o general, a quadra popular o soldado raso… É ridículo! (Pina, 1977) 18
  • 19. A crítica literária que não existe, existe ainda menos em relação aos livros infantis. (Gosto mais de dizer livros infantis do que livros para crianças, livros infantis tanto pode ser para crianças como não, como não ser para ninguém em especial.) […] Se a falta da crítica é ou não importante, dependeria de saber que crítica é essa que falta; eu acho que era talvez importante a informação, a comparação, a triagem das diferenças. (Pina, 1979) 19
  • 20. 20 a pedagogia está nos modos de acesso aos textos, devém naquilo que aprendemos lendo-os, conectando-os com outras linguagens, outras formas, diferentes situações ou circunstâncias. O prazer de ler devém daquilo a que não podemos aceder senão pela experiência direta que se dá nesse particular tipo de relação que nos abre aos textos e que por eles se nos abre a nós mesmos: «quem lê, lê-se». (Pina, 2007: 55).
  • 21. LER É INVENTAR A NOSSA PRÓPRIA EXISTÊNCIA. POR ISSO SE ESCREVE. A literatura — a nossa própria existência como absoluta ficção — foi sempre um jogo, o mais eficaz dos jogos que soubemos inventar para vencer dentro da vida aquilo que no seu coração a esboroa: o tempo. A morte não é mais que tempo paradoxalmente solidificado. Contra ambos existe e resiste a singular e, no fundo, incompreensível actividade que chamamos, perdendo-a com esse nome, Literatura. (Lourenço, 1994: 11) 21
  • 22. 22 Do tanto que nos pode acontecer fundamos a nossa existência. (Helder, Herberto,1995: 163). A experiência é uma invenção. (Helder, Herberto, 1995: 70).
  • 23. Os que dizem que as crianças não percebem determinados textos literários estão convencidos de que, eles, os percebem. Isto é, que o texto diz uma coisa determinada e que eles sabem qual é essa coisa determinada. (E é natural que assim às vezes suceda, pobre do texto!) A maior parte das vezes, essas pessoas impõem às palavras os limites da sua própria razão. (Pina, 2007: 124) 23
  • 24. Os professores e os pedagogos são frequentemente tentados, no que toca à literatura que as crianças lêem, a determinar os livros que elas «devem» ler, no quadro dos objectivos escolares e pedagógicos restritos que, junto das crianças, se propõem. Não há mal nenhum nisso; o que não se afigura legítimo, e gera enormes confusões, é não se ter consciência de que, assim, se faz apenas um uso da literatura. (Pina, 1987) 24
  • 25. A LITERATURA NÃO EXISTE «PARA» ENSINAR a literatura não existe ‘para’ ensinar nada, pelo menos não ‘tem de’ ensinar nada; embora seja certo que pode ensinar muitas coisas, às vezes precisamente a quem escreve. (Pina, 1987) 25
  • 26. 26 uma literatura infantil mais divertida; uma literatura que, em lugar de copiar o mundo adulto (ou o infantil), o percorra à procura de sentido pondo-o (ao sentido e ao mundo) em causa. Não propriamente uma literatura sem sentido, mas o jogo de fazer e desfazer sentido, a máquina de inventar, a lanterna mágica de emaranhar paisagens. Portanto, uma literatura com capacidade, igualmente, para se pôr em causa e fazer disso, perversamente, literatura. (Pina, 1977)
  • 27. APRENDER A SER […] se alguma coisa «ensinassem» estes textos, gostaria que fosse a alegria de criar e de mudar, a mania de ver as coisas de outra maneira e, se possível, de mais perto, a tolerância, a inteligência; e a paixão do jogo, e a das palavras, enfim, tudo ou quase. (Pina, 1979) 27
  • 28. Porque cada leitor, de facto escreve o livro que lê, cada leitor lê-se. Comunicação em potência, o texto literário tem a misteriosa capacidade de poder ser infinitamente lido. […] Quem faz, pois, a literatura «para» crianças são as crianças que lêem a literatura «para» crianças. Quem a faz: isto é, quem, nos termos expostos, a escreve, lendo-a. (Pina, 1990) 28
  • 29. A escrita de Manuel António Pina desafia-nos a inventar, sem receios, novas formas de pensar (isto é, também, de ensinar Literatura, abrindo às crianças (seja o que for uma criança) diferentes acessos à singular experiência de relação com a linguagem, com os outros, consigo mesmas, com os textos (todas as linguagens, de todas as maneiras!). 29
  • 30. No fundamental um texto literário não tem destinatário. Silvina Rodrigues Lopes