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O
MENINO
RECOMPENSADO
Henriquinho e sua mãe viviam numa casa pequenina, no alto de uma montanha.
Infelizmente a sua
mãe adoeceu com
tanta gravidade que o
Henriquinho
assustado, chamou em
seu socorro a Fada do
Bem.
A Fada apareceu-lhe, e
prometeu ajudar a salvar
a doente.
- Mas és tu, que pela tua
coragem a poderás curar.
Precisas, à custa de mil
trabalhos e de mil
perigos, ir buscar àquela
montanha, que vês ali
adiante, a planta
chamada da vida. Só o
suco dessa planta tem o
poder de curar a doença
de que sofre a tua mãe.
A montanha parecia próxima e afinal estava muito
distante. Andando, andando, encontrou um corvo
que caíra num laço. Apressou-se a libertá-lo e o
corvo disse-lhe:
- Retribuir-te-ei o favor!
Mais longe, foi um galo que o pequeno
salvou das goelas duma raposa, no momento
em que esta se preparava para o comer.
O galo disse-lhe:
- Retribuir-te-ei o favor.
Depois, Henriquinho meteu uma pedra na boca duma
cobra para evitar que ela engolisse uma rã. E a rã por
sua vez disse:
- Retribuir-te-ei o favor.
Por fim, achou-se defronte dum rio, mas não
conseguia atravessá-lo porque não havia
ponte nem vau.
Então o galo,
que o
rapazinho
livrara da
raposa,
ofereceu-se
para o passar
à outra
margem.
O pequeno continuou o seu caminho que era tão comprido , tão comprido, que
outra criança qualquer ficaria desanimada.
- Andarei cem anos, se for preciso – disse ele a si mesmo.
Mal tinha pronunciado estas palavras, apareceu-lhe um ancião, que lhe
perguntou o motivo pelo qual Henriquinho desejava tanto chegar ao
topo da montanha. Depois do Henriquinho lhe ter explicado que o seu
maior desejo era possuir a planta da vida para com ela curar a mãe, o
ancião que na realidade era um génio da montanha, respondeu:
- Ajudar-te-ei de boa vontade pois sou um génio da montanha. Ajudo-te
com a condição, porém de fazeres a ceifa dos meus campos. Colherás o
trigo, reduzi-lo-ás a farinha e, com esta amassarás a maior quantidade
possível de pães, que hás de cozer no forno.
Durante cento e noventa e cinco dias ceifou o trigo; durante
sessenta dias malhou as espigas; durante noventa dias moeu
o grão e durante cento e vinte dias amassou a farinha e
cozeu os pães.
Quando acabou,
chamou pelo génio
da montanha e este
deu-lhe como
recompensa uma
boceta de pau,
explicando:
- Ao voltares a casa,
acharás aqui dentro
tabaco como nunca o
viste.
Henriquinho ficou
desiludido mas como
era bem criado não
se mostrou
aborrecido pois
satisfazia-se com o
prazer de haver
prestado um bom
serviço.
Henriquinho começou a andar de novo até que encontrou uma grande muralha
que parecia cercar a montanha. Contornou-a durante três dias, com esperança
de encontrar qualquer porta ou uma simples brecha. Em vão!
Apareceu-lhe então
outro génio da
montanha, Era desta
feita um gigante
formidável, que tinha
na cara assustadora
enormes pelos muito
pretos. Mesmo com
muito medo,
Henriquinho
perguntou-lhe se o
ensinava a transpor a
muralha.
O génio declarou-se
pronto a ajudá-lo, se
este quisesse fazer-lhe
a vindima das suas
terras, espremendo as
uvas e metendo o vinho
nas pipas.
Henriquinho aceitou a proposta e gastou trinta dias a vindimar e noventa a
fazer o vinho. Depois chamou o génio da montanha de modo a mostrar a sua
obra.
O gigante
provou o
vinho,
felicitou-o
e
ofereceu-
-lhe um
cardo,
dizendo:
- Quando
voltares
para casa e
desejares
qualquer
coisa,
cheira
somente
este cardo.
Antes de se retirar, o gigante assobiou e logo, a este assobio, toda a extensa
muralha se desmoronou.
Julgava o menino estar já muito perto do cume da montanha, quando foi
detido por um precipício tão fundo que fazia vertigens. Tentou contorná-lo,
mas o precipício corria em volta da montanha inteira, e não havia forma de
lhe descobrir passagem.
Sentou-se triste e desanimado, quando ouviu um uivo medonho.
Estava ali um lobo que lhe perguntou, com voz terrível, o que viera fazer aos seus
domínios.
Depois de ouvir Henriquinho, o lobo concordou em ajudá-lo se Henriquinho apanha-
se toda a caça miúda das suas matas, e se fizesse a maior quantidade possível de
empadas, tortas e pastéis.
Henriquinho arranjou arco e flechas e começou a caçar, mas como era muito
pequeno e estava pouco habituado àquele exercício, não conseguiu apanhar nada.
Foi então que voou ao seu encontro o corvo que ele salvara. A ave facilitou-lhe o
trabalho, derrubando com o bico e com as garras toda a caça da região.
Henriquinho só tinha de depenar faisões, perdizes e galinholas e assá-los, e fazer
com eles pastéis, tortas e empadas.
Chamou o lobo que
provou uma coisa
aqui e outra coisa ali
e se deu por
satisfeito. Foi cortar
na mata um galho de
árvore e disse-lhe:
- Quando voltares a
casa e quiseres ser
transportado a
qualquer parte, não
tens mais do que
montar a cavalo
neste bordão: ele te
levará aonde for da
tua vontade.
Sobe para o meu
dorso.
Num só salto, o lobo
transpôs o precipício
da montanha.
Estava quase a chegar ao seu objetivo quando se encontrou diante de um fosso de
extraordinário comprimento e largo demais para que ele o pudesse atravessar sem
morrer afogado. Costeou o fosso mas percebeu que ele marginava por completo o
jardim onde crescia a planta da vida.
Nesse momento ouviu miados pavorosos e daí a pouco apareceu um gato gigante a
ameaça-lo com unhas em riste. Depois de saber o que pretendia Henriquinho,
resolveu ajudá-lo.
- Pesca-me todos os peixes desta água, coze-os ou salga-os.
Durante dez dias Henriquinho esforçou-se mas não conseguiu pescar
um único peixe! Começava a entristecer quando viu borbulhar a
água e surgir a rã que ele libertara da cobra.
- Vou ajudar-te – disse a rã.
Durante dias pescaram todas as carpas e salmões que a rã lhe
atirava para as margens.
- És bom rapaz – declarou o gato – a tua paciência há de levar-te longe. Toma!
Aqui tens uma das minhas unhas. De cada vez que a levares à testa,
desaparecerá a doença, a fadiga e a velhice. E todos os que estimares poderão
também beneficiar deste dom.
Henriquinho estava tão cansado que a
experimentou logo ali.
Depois, o gato disse-lhe:
-Sobe para aminha cauda!
-A cauda cresceu tanto, tanto, tanto que o
pequeno, num abrir e fechar de olhos, se
viu do outro lado do fosso.
- Eis o jardim!
- Mas qual destas plantas é a
planta da vida?
Muito amavelmente, o doutor
das flores que o acompanhou
foi com ele ao jardim e foi até
junto da planta da vida.
O doutor apanhou um ramo e entregou-o ao Henriquinho, recomendando-
lhe que nunca se separasse dele, sob pena de não o poder encontrar mais.
Agora tinha de voltar para casa.
Acharia tantos obstáculos no regresso como os que achara à vinda?
Recordou-se então de que tinha consigo o bordão do lobo da montanha, e que este o
aconselhara a servir-se dele sempre que quisesse ser transportado a qualquer parte.
O rapazinho montou a cavalo no bordão e daí a um minuto estava junto da sua mãe.
Henriquinho espremeu-lhe
nos lábios o suco da planta
da vida, e a sua mãe nessa
mesma ocasião abriu os
olhos e pediu de comer.
O pequeno abriu a boceta, e saiu de lá uma quantidade de trabalhadores que,
num instante, construíram uma linda casa.
A mãe gostaria de se levantar e de comer mas não tinha nada que vestir, pois
durante a sua doença, vendera quanta roupa possuía.
Henriquinho lembrou-se do cardo e cheirou-o. Num instante, viu-se como a mãe,
vestido de novo da cabeça aos pés. As gavetas ficaram de repente cheias da
melhor roupa.
Como se aproximava a hora do jantar, Henriquinho aspirou outra vez o cardo e à
mesa, apareceu um belo jantar.
Como não queriam dever o pão nosso de cada dia senão ao seu trabalho,
desejaram possuir ainda (e só isso) duas vacas e dois cavalos. Nunca pediram
nada além do que achavam necessário ao seu dia-a-dia.
Henriquinho repetiu aos outros meninos que o vinham procurar para lhe pedirem
que lhes indicasse o caminho do jardim onde se encontrava a planta da vida, que o
jardim ficava muito longe e que para lá chegar era precisa muita coragem e muita
paciência. Deve-se aceitar a fome e a sede, esperar coisas impossíveis, trabalhar
até ao fim nas tarefas mais duras. Deve-se, sobretudo, ter no coração amor pela
mãe e por todos aqueles que ajudam as crianças a atravessarem felizes a sua
infância.
O MENINO RECOMPENSADO
Trabalho realizado por: alunos da turma 5, do 3.º e 4.º
ano de escolaridade da EB Vale de Estacas – Santarém
Ano letivo 2016-2017
3.º ano
Bárbara
Carolina Martins
4.º ano
Afonso Oliveira
Afonso Silva
Alice
Carolina Pereira
Carolina Lopes
Constança
Fábio
Francisco
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Jéssica
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Luana
Mafalda
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Martim
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O menino recompensado - António Botto

  • 2. Henriquinho e sua mãe viviam numa casa pequenina, no alto de uma montanha.
  • 3. Infelizmente a sua mãe adoeceu com tanta gravidade que o Henriquinho assustado, chamou em seu socorro a Fada do Bem.
  • 4. A Fada apareceu-lhe, e prometeu ajudar a salvar a doente. - Mas és tu, que pela tua coragem a poderás curar. Precisas, à custa de mil trabalhos e de mil perigos, ir buscar àquela montanha, que vês ali adiante, a planta chamada da vida. Só o suco dessa planta tem o poder de curar a doença de que sofre a tua mãe.
  • 5. A montanha parecia próxima e afinal estava muito distante. Andando, andando, encontrou um corvo que caíra num laço. Apressou-se a libertá-lo e o corvo disse-lhe: - Retribuir-te-ei o favor!
  • 6. Mais longe, foi um galo que o pequeno salvou das goelas duma raposa, no momento em que esta se preparava para o comer. O galo disse-lhe: - Retribuir-te-ei o favor.
  • 7. Depois, Henriquinho meteu uma pedra na boca duma cobra para evitar que ela engolisse uma rã. E a rã por sua vez disse: - Retribuir-te-ei o favor.
  • 8. Por fim, achou-se defronte dum rio, mas não conseguia atravessá-lo porque não havia ponte nem vau.
  • 9. Então o galo, que o rapazinho livrara da raposa, ofereceu-se para o passar à outra margem.
  • 10. O pequeno continuou o seu caminho que era tão comprido , tão comprido, que outra criança qualquer ficaria desanimada. - Andarei cem anos, se for preciso – disse ele a si mesmo.
  • 11. Mal tinha pronunciado estas palavras, apareceu-lhe um ancião, que lhe perguntou o motivo pelo qual Henriquinho desejava tanto chegar ao topo da montanha. Depois do Henriquinho lhe ter explicado que o seu maior desejo era possuir a planta da vida para com ela curar a mãe, o ancião que na realidade era um génio da montanha, respondeu: - Ajudar-te-ei de boa vontade pois sou um génio da montanha. Ajudo-te com a condição, porém de fazeres a ceifa dos meus campos. Colherás o trigo, reduzi-lo-ás a farinha e, com esta amassarás a maior quantidade possível de pães, que hás de cozer no forno.
  • 12. Durante cento e noventa e cinco dias ceifou o trigo; durante sessenta dias malhou as espigas; durante noventa dias moeu o grão e durante cento e vinte dias amassou a farinha e cozeu os pães.
  • 13. Quando acabou, chamou pelo génio da montanha e este deu-lhe como recompensa uma boceta de pau, explicando: - Ao voltares a casa, acharás aqui dentro tabaco como nunca o viste. Henriquinho ficou desiludido mas como era bem criado não se mostrou aborrecido pois satisfazia-se com o prazer de haver prestado um bom serviço.
  • 14. Henriquinho começou a andar de novo até que encontrou uma grande muralha que parecia cercar a montanha. Contornou-a durante três dias, com esperança de encontrar qualquer porta ou uma simples brecha. Em vão!
  • 15. Apareceu-lhe então outro génio da montanha, Era desta feita um gigante formidável, que tinha na cara assustadora enormes pelos muito pretos. Mesmo com muito medo, Henriquinho perguntou-lhe se o ensinava a transpor a muralha. O génio declarou-se pronto a ajudá-lo, se este quisesse fazer-lhe a vindima das suas terras, espremendo as uvas e metendo o vinho nas pipas.
  • 16. Henriquinho aceitou a proposta e gastou trinta dias a vindimar e noventa a fazer o vinho. Depois chamou o génio da montanha de modo a mostrar a sua obra.
  • 17. O gigante provou o vinho, felicitou-o e ofereceu- -lhe um cardo, dizendo: - Quando voltares para casa e desejares qualquer coisa, cheira somente este cardo.
  • 18. Antes de se retirar, o gigante assobiou e logo, a este assobio, toda a extensa muralha se desmoronou.
  • 19. Julgava o menino estar já muito perto do cume da montanha, quando foi detido por um precipício tão fundo que fazia vertigens. Tentou contorná-lo, mas o precipício corria em volta da montanha inteira, e não havia forma de lhe descobrir passagem. Sentou-se triste e desanimado, quando ouviu um uivo medonho.
  • 20. Estava ali um lobo que lhe perguntou, com voz terrível, o que viera fazer aos seus domínios. Depois de ouvir Henriquinho, o lobo concordou em ajudá-lo se Henriquinho apanha- se toda a caça miúda das suas matas, e se fizesse a maior quantidade possível de empadas, tortas e pastéis.
  • 21. Henriquinho arranjou arco e flechas e começou a caçar, mas como era muito pequeno e estava pouco habituado àquele exercício, não conseguiu apanhar nada. Foi então que voou ao seu encontro o corvo que ele salvara. A ave facilitou-lhe o trabalho, derrubando com o bico e com as garras toda a caça da região. Henriquinho só tinha de depenar faisões, perdizes e galinholas e assá-los, e fazer com eles pastéis, tortas e empadas.
  • 22. Chamou o lobo que provou uma coisa aqui e outra coisa ali e se deu por satisfeito. Foi cortar na mata um galho de árvore e disse-lhe: - Quando voltares a casa e quiseres ser transportado a qualquer parte, não tens mais do que montar a cavalo neste bordão: ele te levará aonde for da tua vontade.
  • 23. Sobe para o meu dorso. Num só salto, o lobo transpôs o precipício da montanha.
  • 24. Estava quase a chegar ao seu objetivo quando se encontrou diante de um fosso de extraordinário comprimento e largo demais para que ele o pudesse atravessar sem morrer afogado. Costeou o fosso mas percebeu que ele marginava por completo o jardim onde crescia a planta da vida.
  • 25. Nesse momento ouviu miados pavorosos e daí a pouco apareceu um gato gigante a ameaça-lo com unhas em riste. Depois de saber o que pretendia Henriquinho, resolveu ajudá-lo. - Pesca-me todos os peixes desta água, coze-os ou salga-os.
  • 26. Durante dez dias Henriquinho esforçou-se mas não conseguiu pescar um único peixe! Começava a entristecer quando viu borbulhar a água e surgir a rã que ele libertara da cobra. - Vou ajudar-te – disse a rã. Durante dias pescaram todas as carpas e salmões que a rã lhe atirava para as margens.
  • 27. - És bom rapaz – declarou o gato – a tua paciência há de levar-te longe. Toma! Aqui tens uma das minhas unhas. De cada vez que a levares à testa, desaparecerá a doença, a fadiga e a velhice. E todos os que estimares poderão também beneficiar deste dom.
  • 28. Henriquinho estava tão cansado que a experimentou logo ali. Depois, o gato disse-lhe: -Sobe para aminha cauda! -A cauda cresceu tanto, tanto, tanto que o pequeno, num abrir e fechar de olhos, se viu do outro lado do fosso.
  • 29. - Eis o jardim! - Mas qual destas plantas é a planta da vida? Muito amavelmente, o doutor das flores que o acompanhou foi com ele ao jardim e foi até junto da planta da vida.
  • 30. O doutor apanhou um ramo e entregou-o ao Henriquinho, recomendando- lhe que nunca se separasse dele, sob pena de não o poder encontrar mais.
  • 31. Agora tinha de voltar para casa. Acharia tantos obstáculos no regresso como os que achara à vinda? Recordou-se então de que tinha consigo o bordão do lobo da montanha, e que este o aconselhara a servir-se dele sempre que quisesse ser transportado a qualquer parte. O rapazinho montou a cavalo no bordão e daí a um minuto estava junto da sua mãe.
  • 32. Henriquinho espremeu-lhe nos lábios o suco da planta da vida, e a sua mãe nessa mesma ocasião abriu os olhos e pediu de comer.
  • 33. O pequeno abriu a boceta, e saiu de lá uma quantidade de trabalhadores que, num instante, construíram uma linda casa.
  • 34. A mãe gostaria de se levantar e de comer mas não tinha nada que vestir, pois durante a sua doença, vendera quanta roupa possuía. Henriquinho lembrou-se do cardo e cheirou-o. Num instante, viu-se como a mãe, vestido de novo da cabeça aos pés. As gavetas ficaram de repente cheias da melhor roupa. Como se aproximava a hora do jantar, Henriquinho aspirou outra vez o cardo e à mesa, apareceu um belo jantar.
  • 35. Como não queriam dever o pão nosso de cada dia senão ao seu trabalho, desejaram possuir ainda (e só isso) duas vacas e dois cavalos. Nunca pediram nada além do que achavam necessário ao seu dia-a-dia.
  • 36. Henriquinho repetiu aos outros meninos que o vinham procurar para lhe pedirem que lhes indicasse o caminho do jardim onde se encontrava a planta da vida, que o jardim ficava muito longe e que para lá chegar era precisa muita coragem e muita paciência. Deve-se aceitar a fome e a sede, esperar coisas impossíveis, trabalhar até ao fim nas tarefas mais duras. Deve-se, sobretudo, ter no coração amor pela mãe e por todos aqueles que ajudam as crianças a atravessarem felizes a sua infância.
  • 37.
  • 38. O MENINO RECOMPENSADO Trabalho realizado por: alunos da turma 5, do 3.º e 4.º ano de escolaridade da EB Vale de Estacas – Santarém Ano letivo 2016-2017 3.º ano Bárbara Carolina Martins 4.º ano Afonso Oliveira Afonso Silva Alice Carolina Pereira Carolina Lopes Constança Fábio Francisco Gabriela Henrique Jéssica João Luana Mafalda Maria Martim Matilde Salvador