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O livro de Daniel em julgamento
O livro de Daniel contém profecias sobrenaturais que partiram do tempo de Daniel, e
estenderam-se centenas de anos à frente (Dn2:7). Daniel 11 apresenta uma amplitude de
detalhadas profecias, que vão desde o reinado de Ciro, o Grande, ao reinado do
anticristo, do milênio, e até ao fim dos tempos e à eternidade. O registro do movimento
de nações e de eventos é tão preciso, que soa como se fosse um relato de fatos históricos
do passado, narrados por uma testemunha ocular. Entretanto, os eruditos conservadores
fixam para o livro de Daniel uma data anterior a todos esses eventos. O próprio livro
reivindica ser uma previsão profética (cf. 9:24ss).

Para evitar a conclusão de que a profecia de Daniel foi decorrente de uma revelação
sobrenatural dada por Deus, eruditos da atualidade propuseram uma série de
explicações, incluindo uma datação posterior. Entretanto, a precisão histórica do
registro feito por Daniel confirma ter sido uma obra do século VI a.C, e a melhor
conclusão é a de que o livro de Daniel é uma revelação de Deus sobre eventos
históricos que para o profeta estavam no futuro. Para nós, muitos deles ainda hoje estão
no futuro.

IMAGINE que você esteja num tribunal, presenciando um importante julgamento. Um
homem é acusado de fraude. O promotor insiste em que o homem é culpado. No
entanto, o acusado já por muito tempo tem a reputação de ser íntegro. Não estaria você
interessado em ouvir a evidência apresentada pela defesa?

Você está numa situação similar quando se trata do livro bíblico de Daniel. Seu escritor
era um homem famoso pela sua integridade. O livro que leva seu nome tem gozado de
alta estima por milhares de anos. Apresenta-se como História autêntica, escrita por
Daniel, profeta hebreu, que viveu durante o sétimo e o sexto século a.C.. A cronologia
bíblica exata mostra que seu livro abrange o período desde cerca de 618 até 536 a.C., e
que estava terminado nesta última data. Mas o livro é alvo de acusações. Algumas
enciclopédias e outras obras de referência dão a entender ou afirmam diretamente que
ele é uma fraude.

Por exemplo, The New Encyclopædia Britannica admite que o livro de Daniel era
antigamente "de modo geral considerado como história verídica, contendo profecia
genuína". A Britannica afirma que, na realidade, porém, Daniel "foi escrito numa época
posterior de crise nacional — quando os judeus sofriam severa perseguição sob [o rei
sírio] Antíoco IV Epifânio". A enciclopédia data o livro entre 167 e 164 a.C.. Esta
mesma obra afirma que o escritor do livro de Daniel não profetiza o futuro, mas
simplesmente apresenta "eventos que para ele são história passada como se fossem
profecias de acontecimentos futuros".

De onde surgiram tais idéias? A crítica ao livro de Daniel não é novidade. Ela começou
lá no terceiro século, com um filósofo de nome Porfírio. Assim como muitos outros no
Império Romano, ele se sentia ameaçado pela influência do cristianismo. Escreveu 15
livros para minar esta "nova" religião. O 12.° foi dirigido contra o livro de Daniel.
Porfírio declarou que o livro era uma falsificação, escrita por um judeu no segundo
século a.C.. Ataques similares surgiram nos séculos 18 e 19. No conceito dos altos
críticos e dos racionalistas, profetizar — predizer eventos futuros — é impossível.
Daniel tornou-se um alvo favorito. Na realidade, ele e seu livro foram levados a
julgamento em tribunal. Os críticos afirmavam ter ampla prova de que o livro não fora
escrito por Daniel durante o exílio dos judeus em Babilônia, mas por outra pessoa
séculos mais tarde. Esses ataques tornaram-se tão profusos, que um autor até mesmo
escreveu uma defesa, chamada de Daniel in the Critics’ Den (Daniel na Cova dos
Críticos).

Há alguma prova para as afirmações confiantes dos críticos? Ou é a defesa apoiada pela
evidência? Há muito envolvido nisso. Não se trata apenas da reputação deste livro
antigo, mas envolve também o nosso futuro. Se o livro de Daniel for uma fraude, então
suas promessas quanto ao futuro da humanidade, no melhor dos casos, são apenas
palavras ao vento. Mas, se contiver profecias genuínas, então, sem dúvida, você estará
ansioso de saber o que elas significam para nós hoje em dia. Com isso em mente,
examinemos alguns dos ataques lançados contra Daniel.

Por exemplo, veja a acusação feita em The Encyclopedia Americana: "Muitos
pormenores históricos dos períodos anteriores [tais como o do exílio babilônico] foram
grandemente distorcidos" em Daniel. Será que é mesmo assim? Consideremos três dos
alegados erros, um por vez.

O CASO DO MONARCA QUE FALTA

Daniel escreveu que Belsazar, um "filho" de Nabucodonosor, governava como rei em
Babilônia quando a cidade foi derrubada. (Daniel 5:1, 11, 18, 22, 30) Os críticos por
muito tempo atacaram este ponto porque o nome de Belsazar não era encontrado em
parte alguma fora da Bíblia. Mas, historiadores antigos identificavam Nabonido, um
sucessor de Nabucodonosor, como o último dos reis babilônicos. Neste respeito, em
1850, Ferdinand Hitzig disse que Belsazar obviamente era produto da imaginação do
escritor. Mas, não lhe parece que a opinião de Hitzig é um pouco precipitada? Afinal,
será que não se mencionar este rei — especialmente num período sobre o qual os
registros históricos admitidamente eram escassos — prova realmente que ele nunca
existiu? De qualquer modo, em 1854 desenterraram-se alguns pequenos cilindros de
argila nas ruínas da antiga cidade babilônica de Ur, no que agora é o sul do Iraque.
Esses documentos cuneiformes, do Rei Nabonido, incluíam uma oração a favor de "Bel-
sar-ussur, meu filho mais velho". Até mesmo os críticos tiveram de concordar: este era
o Belsazar do livro de Daniel.

No entanto, os críticos não ficaram satisfeitos. "Isto não prova nada", escreveu um
deles, de nome H. F. Talbot. Ele levantou a acusação de que o filho mencionado nesta
inscrição podia ter sido apenas uma criança, ao passo que Daniel o apresenta como rei
reinante. No entanto, apenas um ano depois de se publicarem as observações de Talbot,
desenterraram-se mais tabuinhas cuneiformes, que se referiam a Belsazar como tendo
secretários e domésticos. Portanto, ele não era uma criança! Por fim, outras tabuinhas
remataram o assunto, relatando que Nabonido passava anos a fio fora de Babilônia.
Estas tabuinhas mostravam também que, durante esses períodos, ele ‘confiava o
reinado’ de Babilônia ao seu filho mais velho (Belsazar). Nessas épocas, Belsazar era na
realidade o rei — co-regente de seu pai.

Alguns críticos, ainda insatisfeitos, queixam-se de que a Bíblia não chama a Belsazar de
filho de Nabonido, mas sim de Nabucodonosor. Alguns insistem em que Daniel nem
mesmo faz alusão à existência de Nabonido. No entanto, ambas as objeções não
resistem a exame. Parece que Nabonido casou-se com a filha de Nabucodonosor. Isto
faria de Belsazar o neto de Nabucodonosor. Nem a língua hebraica nem a aramaica têm
palavras para "avô" ou "neto"; "filho de" pode significar "neto de" ou mesmo
"descendente de". (Note Mateus 1:1.) Além disso, o relato bíblico permite a
identificação de Belsazar como filho de Nabonido. Quando a ominosa escrita à mão na
parede aterrorizou o desesperado Belsazar, ele ofereceu o terceiro lugar no reino a quem
soubesse decifrar as palavras. (Daniel 5:7) Por que o terceiro e não o segundo? Esta
oferta dá a entender que o primeiro e o segundo lugar já estavam ocupados. E realmente
estavam — por Nabonido e por seu filho, Belsazar.

De modo que a menção de Belsazar por Daniel não é evidência de história ‘muito
distorcida’. Ao contrário, Daniel — embora não escrevesse a história de Babilônia —
fornece uma visão mais detalhada da monarquia babilônica do que os antigos
historiadores seculares, tais como Heródoto, Xenofonte e Beroso. Por que conseguiu
Daniel registrar fatos que lhes escaparam? Porque ele estava lá em Babilônia. Seu livro
é obra duma testemunha ocular, não dum impostor de séculos posteriores.

QUEM ERA DARIO, O MEDO?

Daniel relata que, quando Babilônia foi derrubada, começou a governar um rei chamado
"Dario, o medo". (Daniel 5:31) Ainda não se encontrou o nome de Dario, o medo, em
fontes seculares ou arqueológicas. De modo que The New Encyclopædia Britannica
afirma que este Dario é "um personagem fictício".

Alguns eruditos foram mais cautelosos. Afinal, os críticos também chamavam antes a
Belsazar de "fictício". Sem dúvida, o caso de Dario mostrará ser similar. Tabuinhas
cuneiformes já revelaram que Ciro, o persa, não assumiu logo após a conquista o título
de "Rei de Babilônia". Um pesquisador sugere: "Quem quer que levasse o título de ‘Rei
de Babilônia’ era um rei vassalo sob Ciro, não o próprio Ciro." Poderia ter sido Dario o
nome ou título de governante dum poderoso oficial medo, encarregado de Babilônia?
Alguns sugerem que Dario pode ter sido um homem chamado Gubaru. Ciro empossou
Gubaru como governador em Babilônia, e registros seculares confirmam que ele
governou com considerável poder. Uma tabuinha cuneiforme diz que ele nomeou
subgovernadores de Babilônia. É interessante notar que Daniel menciona que Dario
designou 120 sátrapas para governarem o reino de Babilônia. — Daniel 6:1.

Com o tempo talvez surja mais evidência direta da identidade exata deste rei. De
qualquer modo, o aparente silêncio da arqueologia neste respeito dificilmente é motivo
para classificar Dario de "fictício", e muito menos para rejeitar todo o livro de Daniel
como fraudulento. É muito mais razoável encarar o relato de Daniel como o de uma
testemunha ocular com mais pormenores do que os registros seculares que
sobreviveram.

O REINADO DE JEOIAQUIM

14 Daniel 1:1 reza: "No terceiro ano do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, chegou a
Jerusalém Nabucodonosor, rei de Babilônia, e passou a sitiá-la." Os críticos têm
questionado este texto, porque não parece concordar com Jeremias, que diz que o quarto
ano de Jeoiaquim foi o primeiro ano de Nabucodonosor. (Jeremias 25:1; 46:2)
Contradizia Daniel a Jeremias? Com mais informações, este assunto é logo esclarecido.
Quando Jeoiaquim pela primeira vez foi constituído rei pelo Faraó Neco, em 628 a.C.,
ele se tornou um fantoche daquele governante egípcio. Isto foi cerca de três anos antes
de Nabucodonosor suceder a seu pai no trono de Babilônia, em 624 a.C.. Logo depois
(em 620 a.C.), Nabucodonosor invadiu Judá e fez de Jeoiaquim um rei vassalo sob
Babilônia. (2 Reis 23:34; 24:1) Para o judeu que vivesse em Babilônia, o "terceiro ano"
de Jeoiaquim seria o terceiro ano de serviço deste rei como vassalo de Babilônia. Daniel
escreveu deste ponto de vista. Jeremias, porém, escreveu do ponto de vista dos judeus
que moravam lá em Jerusalém. De modo que se referiu ao reinado de Jeoiaquim como
tendo começado quando Faraó Neco o fez rei.

15 Realmente, pois, esta alegada discrepância só aumenta a evidência de que Daniel
escreveu seu livro em Babilônia, enquanto estava entre os judeus exilados. Mas há outra
grande lacuna neste argumento contra o livro de Daniel. Lembre-se de que é evidente
que o escritor de Daniel tinha disponível o livro de Jeremias e até mesmo recorreu a ele.
(Daniel 9:2) Se o escritor de Daniel fosse um falsificador engenhoso, conforme os
críticos afirmam, será que ele se arriscaria a contradizer uma fonte tão respeitada como
Jeremias — e isso logo no primeiro versículo do seu livro? Claro que não!

PORMENORES REVELADORES

16 Deixemos agora de lado os pontos negativos e enfoquemos os positivos. Considere
alguns outros pormenores no livro de Daniel, que indicam que o escritor tinha
conhecimento de primeira mão dos tempos sobre os quais escreveu.

17 A familiaridade de Daniel com pormenores sutis, referentes à antiga Babilônia, é
evidência convincente da autenticidade do seu relato. Por exemplo, Daniel 3:1-6 relata
que Nabucodonosor mandou erigir uma enorme imagem para ser adorada por todo o
povo. Arqueólogos têm encontrado outras evidências de que este monarca procurava
envolver mais o seu povo em práticas nacionalistas e religiosas. De forma similar,
Daniel registra a atitude jactanciosa de Nabucodonosor referente aos seus muitos
projetos de construção. (Daniel 4:30) É só nos tempos modernos que os arqueólogos
têm confirmado que Nabucodonosor, de fato, foi responsável por muitas das
construções feitas em Babilônia. Quanto à jactância — ora, o homem mandou que seu
nome fosse estampado nos próprios tijolos! Os críticos de Daniel não conseguem
explicar como seu suposto falsificador da época dos macabeus (167-63 a.C.) podia ter
sabido de tais projetos de construção — uns quatro séculos depois destes e muito antes
de os arqueólogos os terem trazido à luz.

18 O livro de Daniel revela também algumas diferenças básicas entre a lei babilônica e
a medo-persa. Por exemplo, sob a lei babilônica, os três companheiros de Daniel foram
lançados numa fornalha ardente por se recusarem a obedecer à ordem do rei. Décadas
mais tarde, Daniel foi lançado numa cova de leões por se negar a obedecer a uma lei
persa, que violava a sua consciência. (Daniel 3:6; 6:7-9) Alguns têm tentado rejeitar o
relato da fornalha ardente afirmando ser uma lenda, mas arqueólogos encontraram até
uma carta da antiga Babilônia que menciona especificamente esta forma de punição.
Para os medos e para os persas, porém, o fogo era sagrado. De modo que recorriam a
outras formas horrendas de punição. Por isso, a cova dos leões não é surpresa.
19 Surge outro contraste. Daniel mostra que Nabucodonosor podia criar e mudar leis à
vontade. Dario não podia fazer nada para mudar ‘as leis dos medos e dos persas’ —
nem mesmo as decretadas por ele! (Daniel 2:5, 6, 24, 46-49; 3:10, 11, 29; 6:12-16) O
historiador John C. Whitcomb escreve: "A história antiga confirma esta diferença entre
a Babilônia, onde a lei estava sujeita ao rei, e a Medo-Pérsia, onde o rei estava sujeito à
lei."

20 O relato emocionante sobre a festa de Belsazar, registrado no capítulo 5 de Daniel, é
rico em pormenores. Pelo visto, começou com uma animada refeição e bastante bebida,
pois há diversas referências a vinho. (Daniel 5:1, 2, 4) Deveras, entalhes em relevo de
festas similares mostram apenas o consumo de vinho. Aparentemente, o vinho era então
extremamente importante em tais festividades. Daniel menciona também que havia
mulheres presentes neste banquete — as esposas secundárias e as concubinas do rei.
(Daniel 5:3, 23) Os arqueólogos confirmam este pormenor do costume babilônico. A
idéia de esposas participarem com homens numa festividade era objetável aos judeus e
aos gregos na era macabéia. Este talvez seja o motivo de as primeiras versões da
tradução de Daniel na Septuaginta grega omitirem a menção dessas mulheres. No
entanto, o suposto falsificador do livro de Daniel teria vivido na mesma cultura
helenizada (grega), e talvez até mesmo durante a mesma era, em que se produziu a
Septuaginta!

21 Em vista desses pormenores, parece quase incrível que a Britannica descreva o autor
do livro de Daniel como tendo apenas um conhecimento "limitado e inexato" dos
tempos do exílio. Como poderia qualquer falsificador de séculos posteriores ter tido
tanta familiaridade com os antigos costumes babilônicos e persas? Lembre-se também
de que ambos os impérios entraram em declínio muito antes do segundo século a.C..
Evidentemente, lá naquele tempo não havia nenhum arqueólogo; nem se orgulhavam os
judeus daquela época de ter conhecimento de culturas e história estrangeiras. Somente
Daniel, o profeta, testemunha ocular dos tempos e dos eventos que descreveu, pode ter
escrito o livro bíblico que leva o seu nome.

HÁ PROVAS EXTERNAS DE QUE DANIEL SEJA UMA FALSIFICAÇÃO?

22 Um dos argumentos mais comuns contra o livro de Daniel envolve seu lugar no
cânon das Escrituras Hebraicas. Os rabinos antigos organizaram os livros das Escrituras
Hebraicas em três grupos: a Lei, os Profetas e os Escritos. Não alistaram Daniel entre os
Profetas, mas entre os Escritos. Isto significa, argumentam os críticos, que o livro não
deve ter sido conhecido na época em que as obras dos outros profetas foram
compiladas. Foi agrupado entre os Escritos supostamente porque esses foram
compilados mais tarde.

23 No entanto, nem todos os pesquisadores da Bíblia concordam que os rabinos antigos
tenham dividido o cânon de tal maneira rígida ou que tenham excluído Daniel dos
Profetas. Não obstante, mesmo que os rabinos tenham alistado Daniel entre os Escritos,
provaria isso que foi escrito numa data posterior? Não. Eruditos de boa reputação têm
sugerido várias razões pelas quais os rabinos talvez tivessem excluído Daniel dos
Profetas. Por exemplo, talvez o tivessem feito porque o livro os ofendia ou porque
achavam que o próprio Daniel era diferente dos outros profetas, por ter ocupado um
cargo secular num país estrangeiro. De qualquer modo, o que realmente importa é: os
judeus antigos tinham profundo respeito pelo livro de Daniel e o consideravam
canônico. Além disso, a evidência sugere que o cânon das Escrituras Hebraicas foi
encerrado muito antes do segundo século a.C.. Simplesmente não se permitiram
acréscimos posteriores, nem de alguns livros escritos durante o segundo século a.C..

24 É irônico que uma dessas obras posteriores, rejeitada, tenha sido usada como
argumento contra o livro de Daniel. O livro apócrifo de Eclesiástico, de Jesus Ben
Sirac, evidentemente foi composto por volta de 180 a.C.. Os críticos gostam de salientar
que Daniel é omitido na longa lista de homens justos no livro. Argumentam que Daniel
não deve ter sido conhecido na época. Este argumento é amplamente aceito entre
eruditos. Mas, considere o seguinte: a mesma lista omite Esdras e Mordecai (ambos
grandes heróis aos olhos dos judeus pós-exílicos), o bom Rei Jeosafá e o homem reto,
Jó; de todos os juízes, menciona apenas Samuel. Visto que esses homens são omitidos
numa lista que não afirma ser exaustiva, ocorrendo num livro não-canônico, será que
temos de rejeitar a todos eles como fictícios? A mera idéia disso é absurda.

TESTEMUNHO EXTERNO EM FAVOR DE DANIEL

25 Voltemos de novo a atenção para os pontos positivos. Sugeriu-se que nenhum outro
livro das Escrituras Hebraicas é tão bem atestado como o de Daniel. Para ilustrar isso:
Josefo, o famoso historiador judeu, atesta a sua autenticidade. Ele diz que Alexandre, o
Grande, durante a guerra contra a Pérsia, no quarto século a.C., veio a Jerusalém, onde
os sacerdotes lhe mostraram uma cópia do livro de Daniel. O próprio Alexandre chegou
à conclusão de que as palavras da profecia de Daniel, que lhe foram mostradas,
referiam-se à sua campanha militar envolvendo a Pérsia. Isso teria sido cerca de um
século e meio antes da "falsificação" sugerida pelos críticos. Naturalmente, os críticos
têm atacado Josefo referente a esta passagem. Também o atacam por ele ter mencionado
que algumas profecias no livro de Daniel se cumpriram. No entanto, conforme
observou o historiador Joseph D. Wilson, "[Josefo] provavelmente sabia mais sobre o
assunto do que todos os críticos do mundo".

26 A autenticidade do livro de Daniel recebeu ainda mais apoio com a descoberta dos
Rolos do Mar Morto nas cavernas de Qumran, em Israel. O que surpreende é que
numerosos rolos e fragmentos entre os achados, descobertos em 1952, são do livro de
Daniel. O mais antigo foi datado do fim do segundo século a.C.. Portanto, já naquela
época, o livro de Daniel era bem conhecido e amplamente respeitado. The Zondervan
Pictorial Encyclopedia of the Bible (A Enciclopédia Pictórica da Bíblia, da Zondervan)
observa: "A datação macabéia de Daniel tem de ser abandonada agora, nem que seja
por ser impossível que tenha havido um intervalo suficiente entre a composição de
Daniel e seu aparecimento na forma de cópias na biblioteca duma seita religiosa dos
macabeus."

27 No entanto, há uma confirmação muito mais antiga e mais confiável para o livro de
Daniel. Um dos contemporâneos de Daniel foi o profeta Ezequiel. Ele também serviu
como profeta durante o exílio babilônico. O livro de Ezequiel menciona diversas vezes a
Daniel por nome. (Ezequiel 14:14, 20; 28:3) Estas referências mostram que, mesmo
durante a sua vida, no sexto século a.C., Daniel já era bem conhecido como homem
justo e sábio, digno de ser mencionado ao lado de Noé e de Jó, que temiam a Deus.

O MAIOR TESTEMUNHO
28 No entanto, consideremos por fim a maior de todas as testemunhas da autenticidade
de Daniel — o próprio Jesus Cristo. Na sua consideração dos últimos dias, Jesus
menciona "Daniel, o profeta", e uma das profecias de Daniel. — Mateus 24:15; Daniel
11:31; 12:11.

29 Então, se a teoria macabéia dos críticos fosse correta, uma de duas coisas teria de ser
verdade: ou Jesus foi enganado por esta falsificação, ou ele nunca disse o que Mateus
atribui a ele. Nenhuma dessas opções é viável. Se não pudermos confiar no relato
evangélico de Mateus, então como podemos confiar nas outras partes da Bíblia? Se
retirarmos essas sentenças, quais são as outras palavras que tiraremos a seguir das
páginas das Escrituras Sagradas? O apóstolo Paulo escreveu: "Toda a Escritura é
inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, . . . para endireitar as coisas." (2 Timóteo
3:16) Portanto, se Daniel foi uma fraude, então Paulo foi outra! Será que Jesus foi
enganado? De forma alguma. Estava vivo no céu quando se escreveu o livro de Daniel.
Jesus até mesmo disse: "Antes de Abraão vir à existência, eu tenho sido." (João 8:58)
Dentre todos os humanos que já viveram, Jesus seria a pessoa mais indicada para dar
informações sobre a autenticidade de Daniel. Mas não precisamos perguntar. Conforme
já vimos, o testemunho dele não poderia ser mais claro.

30 Jesus autenticou adicionalmente o livro de Daniel na própria ocasião do seu batismo.
Ele se tornou então o Messias, cumprindo uma profecia em Daniel a respeito das 69
semanas de anos. (Daniel 9:25, 26; veja o Capítulo 11 deste livro.) Mesmo que fosse
verdade que, segundo a teoria, Daniel foi escrito mais tarde, o escritor de Daniel ainda
sabia o futuro com uns 200 anos de antecedência. Naturalmente, Deus não inspiraria um
falsificador para proferir profecias verdadeiras sob um nome falso. Não, o testemunho
de Jesus é aceito sinceramente por aqueles que são fiéis a Deus. Se todos os peritos,
todos os críticos do mundo, fossem unânimes em denunciar a Daniel, o testemunho de
Jesus mostraria que estão errados, porque ele é "a testemunha fiel e verdadeira". —
Revelação (Apocalipse) 3:14.

31 Para muitos críticos da Bíblia, nem mesmo este testemunho basta. Depois de
considerarmos cabalmente este assunto, não podemos deixar de nos perguntar se
qualquer montante de evidência os convenceria. Um professor da Universidade de
Oxford escreveu: "Nada se ganha com uma mera resposta a objeções, enquanto persistir
o preconceito original, de que ‘não pode haver profecia sobrenatural’." De modo que o
preconceito os cega. Mas esta é a escolha — e a perda — deles.

32 Que dizer de você? Se puder compreender que não há nenhum motivo válido para se
duvidar da autenticidade do livro de Daniel, então está pronto para uma empolgante
viagem de descobertas. Achará emocionantes as narrativas de Daniel, e fascinantes as
profecias. O que é mais importante, verá a sua fé aumentar a cada capítulo. Nunca
lamentará ter prestado detida atenção à profecia de Daniel!

[Nota(s) de rodapé]

Alguns críticos procuram moderar a acusação de falsificação por dizer que o escritor
usou Daniel como pseudônimo, assim como alguns dos antigos livros não-canônicos
foram escritos sob nomes fictícios. No entanto, Ferdinand Hitzig, crítico da Bíblia,
afirmou: "O caso do livro de Daniel, se for atribuído a outro [escritor], é diferente.
Neste caso, torna-se uma escrita falsificada, e a intenção era enganar os leitores
imediatos dele, mesmo que para o bem deles."

Nabonido estava ausente quando Babilônia caiu. De modo que Belsazar é corretamente
descrito como o rei naquela época. Os críticos objetam, dizendo que os registros
seculares não atribuem a Belsazar o título oficial de rei. No entanto, evidência antiga
sugere que mesmo um governador pode ter sido chamado de rei pelo povo naqueles
dias.

O hebraísta C. F. Keil escreve a respeito de Daniel 5:3: "A LXX omitiu aqui, e também
no v. 23, a menção de mulheres, segundo o costume dos macedônios, dos gregos e dos
romanos."

A lista inspirada do apóstolo Paulo, de homens e mulheres fiéis, mencionada em
Hebreus, capítulo 11, em contraste, parece aludir aos acontecimentos registrados em
Daniel. (Daniel 6:16-24; Hebreus 11:32, 33) No entanto, a lista do apóstolo tampouco é
exaustiva. Há muitos, inclusive Isaías, Jeremias e Ezequiel, que não constam na lista,
mas isso dificilmente prova que eles nunca existiram.

Alguns historiadores mencionaram que isso explicaria por que Alexandre foi tão
bondoso para com os judeus, que eram de longa data amigos dos persas. Naquela época,
Alexandre estava numa campanha para destruir todos os amigos da Pérsia.

A questão da língua

A ESCRITA do livro de Daniel foi concluída por volta de 536 a.C.. Foi escrito na
língua hebraica e na aramaica, com umas poucas palavras gregas e persas. Esta mistura
de línguas é incomum, mas não sem precedentes nas Escrituras. O livro bíblico de
Esdras também foi escrito em hebraico e em aramaico. No entanto, alguns críticos
insistem em dizer que o escritor de Daniel usou estas línguas dum modo que prova que
ele escreveu numa data posterior a 536 a.C.. Um crítico, amplamente citado, diz que o
uso de palavras gregas em Daniel exige uma data posterior para a escrita dele.

Afirma que o hebraico apóia tal data posterior e que o aramaico pelo menos a permite
— mesmo uma tão recente como o segundo século a.C..
No entanto, nem todos os lingüistas concordam com isso. Algumas autoridades
disseram que o hebraico de Daniel é similar ao de Ezequiel e de Esdras, e diferente do
encontrado em obras apócrifas posteriores, tais como Eclesiástico. Quanto a Daniel usar
o aramaico, considere dois documentos encontrados entre os Rolos do Mar Morto.
Esses também estão no aramaico e datam do primeiro e do segundo século a.C. —
pouco depois da suposta falsificação de Daniel. Mas os eruditos notaram uma grande
diferença entre o aramaico nestes documentos e o encontrado em Daniel.

De forma que alguns sugerem que o livro de Daniel deve ser séculos mais velho do que
seus críticos afirmam.

Que dizer das "problemáticas" palavras gregas em Daniel? Descobriu-se que algumas
delas são persas, e de forma alguma gregas! As únicas palavras ainda consideradas
gregas são os nomes de três instrumentos musicais. Será que a presença dessas três
palavras realmente exige que se atribua a Daniel uma data posterior? Não. Arqueólogos
descobriram que a cultura grega já exercia influência séculos antes de a Grécia se tornar
potência mundial. Além disso, se o livro de Daniel tivesse sido escrito durante o
segundo século a.C., quando a cultura e a língua grega predominavam, será que conteria
apenas três palavras gregas? Dificilmente. É provável que contivesse muito mais. De
modo que a evidência lingüística realmente apóia a autenticidade de Daniel.

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O livro de daniel em julgamento

  • 1. O livro de Daniel em julgamento O livro de Daniel contém profecias sobrenaturais que partiram do tempo de Daniel, e estenderam-se centenas de anos à frente (Dn2:7). Daniel 11 apresenta uma amplitude de detalhadas profecias, que vão desde o reinado de Ciro, o Grande, ao reinado do anticristo, do milênio, e até ao fim dos tempos e à eternidade. O registro do movimento de nações e de eventos é tão preciso, que soa como se fosse um relato de fatos históricos do passado, narrados por uma testemunha ocular. Entretanto, os eruditos conservadores fixam para o livro de Daniel uma data anterior a todos esses eventos. O próprio livro reivindica ser uma previsão profética (cf. 9:24ss). Para evitar a conclusão de que a profecia de Daniel foi decorrente de uma revelação sobrenatural dada por Deus, eruditos da atualidade propuseram uma série de explicações, incluindo uma datação posterior. Entretanto, a precisão histórica do registro feito por Daniel confirma ter sido uma obra do século VI a.C, e a melhor conclusão é a de que o livro de Daniel é uma revelação de Deus sobre eventos históricos que para o profeta estavam no futuro. Para nós, muitos deles ainda hoje estão no futuro. IMAGINE que você esteja num tribunal, presenciando um importante julgamento. Um homem é acusado de fraude. O promotor insiste em que o homem é culpado. No entanto, o acusado já por muito tempo tem a reputação de ser íntegro. Não estaria você interessado em ouvir a evidência apresentada pela defesa? Você está numa situação similar quando se trata do livro bíblico de Daniel. Seu escritor era um homem famoso pela sua integridade. O livro que leva seu nome tem gozado de alta estima por milhares de anos. Apresenta-se como História autêntica, escrita por Daniel, profeta hebreu, que viveu durante o sétimo e o sexto século a.C.. A cronologia bíblica exata mostra que seu livro abrange o período desde cerca de 618 até 536 a.C., e que estava terminado nesta última data. Mas o livro é alvo de acusações. Algumas enciclopédias e outras obras de referência dão a entender ou afirmam diretamente que ele é uma fraude. Por exemplo, The New Encyclopædia Britannica admite que o livro de Daniel era antigamente "de modo geral considerado como história verídica, contendo profecia genuína". A Britannica afirma que, na realidade, porém, Daniel "foi escrito numa época posterior de crise nacional — quando os judeus sofriam severa perseguição sob [o rei sírio] Antíoco IV Epifânio". A enciclopédia data o livro entre 167 e 164 a.C.. Esta mesma obra afirma que o escritor do livro de Daniel não profetiza o futuro, mas simplesmente apresenta "eventos que para ele são história passada como se fossem profecias de acontecimentos futuros". De onde surgiram tais idéias? A crítica ao livro de Daniel não é novidade. Ela começou lá no terceiro século, com um filósofo de nome Porfírio. Assim como muitos outros no Império Romano, ele se sentia ameaçado pela influência do cristianismo. Escreveu 15 livros para minar esta "nova" religião. O 12.° foi dirigido contra o livro de Daniel. Porfírio declarou que o livro era uma falsificação, escrita por um judeu no segundo século a.C.. Ataques similares surgiram nos séculos 18 e 19. No conceito dos altos
  • 2. críticos e dos racionalistas, profetizar — predizer eventos futuros — é impossível. Daniel tornou-se um alvo favorito. Na realidade, ele e seu livro foram levados a julgamento em tribunal. Os críticos afirmavam ter ampla prova de que o livro não fora escrito por Daniel durante o exílio dos judeus em Babilônia, mas por outra pessoa séculos mais tarde. Esses ataques tornaram-se tão profusos, que um autor até mesmo escreveu uma defesa, chamada de Daniel in the Critics’ Den (Daniel na Cova dos Críticos). Há alguma prova para as afirmações confiantes dos críticos? Ou é a defesa apoiada pela evidência? Há muito envolvido nisso. Não se trata apenas da reputação deste livro antigo, mas envolve também o nosso futuro. Se o livro de Daniel for uma fraude, então suas promessas quanto ao futuro da humanidade, no melhor dos casos, são apenas palavras ao vento. Mas, se contiver profecias genuínas, então, sem dúvida, você estará ansioso de saber o que elas significam para nós hoje em dia. Com isso em mente, examinemos alguns dos ataques lançados contra Daniel. Por exemplo, veja a acusação feita em The Encyclopedia Americana: "Muitos pormenores históricos dos períodos anteriores [tais como o do exílio babilônico] foram grandemente distorcidos" em Daniel. Será que é mesmo assim? Consideremos três dos alegados erros, um por vez. O CASO DO MONARCA QUE FALTA Daniel escreveu que Belsazar, um "filho" de Nabucodonosor, governava como rei em Babilônia quando a cidade foi derrubada. (Daniel 5:1, 11, 18, 22, 30) Os críticos por muito tempo atacaram este ponto porque o nome de Belsazar não era encontrado em parte alguma fora da Bíblia. Mas, historiadores antigos identificavam Nabonido, um sucessor de Nabucodonosor, como o último dos reis babilônicos. Neste respeito, em 1850, Ferdinand Hitzig disse que Belsazar obviamente era produto da imaginação do escritor. Mas, não lhe parece que a opinião de Hitzig é um pouco precipitada? Afinal, será que não se mencionar este rei — especialmente num período sobre o qual os registros históricos admitidamente eram escassos — prova realmente que ele nunca existiu? De qualquer modo, em 1854 desenterraram-se alguns pequenos cilindros de argila nas ruínas da antiga cidade babilônica de Ur, no que agora é o sul do Iraque. Esses documentos cuneiformes, do Rei Nabonido, incluíam uma oração a favor de "Bel- sar-ussur, meu filho mais velho". Até mesmo os críticos tiveram de concordar: este era o Belsazar do livro de Daniel. No entanto, os críticos não ficaram satisfeitos. "Isto não prova nada", escreveu um deles, de nome H. F. Talbot. Ele levantou a acusação de que o filho mencionado nesta inscrição podia ter sido apenas uma criança, ao passo que Daniel o apresenta como rei reinante. No entanto, apenas um ano depois de se publicarem as observações de Talbot, desenterraram-se mais tabuinhas cuneiformes, que se referiam a Belsazar como tendo secretários e domésticos. Portanto, ele não era uma criança! Por fim, outras tabuinhas remataram o assunto, relatando que Nabonido passava anos a fio fora de Babilônia. Estas tabuinhas mostravam também que, durante esses períodos, ele ‘confiava o reinado’ de Babilônia ao seu filho mais velho (Belsazar). Nessas épocas, Belsazar era na realidade o rei — co-regente de seu pai. Alguns críticos, ainda insatisfeitos, queixam-se de que a Bíblia não chama a Belsazar de
  • 3. filho de Nabonido, mas sim de Nabucodonosor. Alguns insistem em que Daniel nem mesmo faz alusão à existência de Nabonido. No entanto, ambas as objeções não resistem a exame. Parece que Nabonido casou-se com a filha de Nabucodonosor. Isto faria de Belsazar o neto de Nabucodonosor. Nem a língua hebraica nem a aramaica têm palavras para "avô" ou "neto"; "filho de" pode significar "neto de" ou mesmo "descendente de". (Note Mateus 1:1.) Além disso, o relato bíblico permite a identificação de Belsazar como filho de Nabonido. Quando a ominosa escrita à mão na parede aterrorizou o desesperado Belsazar, ele ofereceu o terceiro lugar no reino a quem soubesse decifrar as palavras. (Daniel 5:7) Por que o terceiro e não o segundo? Esta oferta dá a entender que o primeiro e o segundo lugar já estavam ocupados. E realmente estavam — por Nabonido e por seu filho, Belsazar. De modo que a menção de Belsazar por Daniel não é evidência de história ‘muito distorcida’. Ao contrário, Daniel — embora não escrevesse a história de Babilônia — fornece uma visão mais detalhada da monarquia babilônica do que os antigos historiadores seculares, tais como Heródoto, Xenofonte e Beroso. Por que conseguiu Daniel registrar fatos que lhes escaparam? Porque ele estava lá em Babilônia. Seu livro é obra duma testemunha ocular, não dum impostor de séculos posteriores. QUEM ERA DARIO, O MEDO? Daniel relata que, quando Babilônia foi derrubada, começou a governar um rei chamado "Dario, o medo". (Daniel 5:31) Ainda não se encontrou o nome de Dario, o medo, em fontes seculares ou arqueológicas. De modo que The New Encyclopædia Britannica afirma que este Dario é "um personagem fictício". Alguns eruditos foram mais cautelosos. Afinal, os críticos também chamavam antes a Belsazar de "fictício". Sem dúvida, o caso de Dario mostrará ser similar. Tabuinhas cuneiformes já revelaram que Ciro, o persa, não assumiu logo após a conquista o título de "Rei de Babilônia". Um pesquisador sugere: "Quem quer que levasse o título de ‘Rei de Babilônia’ era um rei vassalo sob Ciro, não o próprio Ciro." Poderia ter sido Dario o nome ou título de governante dum poderoso oficial medo, encarregado de Babilônia? Alguns sugerem que Dario pode ter sido um homem chamado Gubaru. Ciro empossou Gubaru como governador em Babilônia, e registros seculares confirmam que ele governou com considerável poder. Uma tabuinha cuneiforme diz que ele nomeou subgovernadores de Babilônia. É interessante notar que Daniel menciona que Dario designou 120 sátrapas para governarem o reino de Babilônia. — Daniel 6:1. Com o tempo talvez surja mais evidência direta da identidade exata deste rei. De qualquer modo, o aparente silêncio da arqueologia neste respeito dificilmente é motivo para classificar Dario de "fictício", e muito menos para rejeitar todo o livro de Daniel como fraudulento. É muito mais razoável encarar o relato de Daniel como o de uma testemunha ocular com mais pormenores do que os registros seculares que sobreviveram. O REINADO DE JEOIAQUIM 14 Daniel 1:1 reza: "No terceiro ano do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, chegou a Jerusalém Nabucodonosor, rei de Babilônia, e passou a sitiá-la." Os críticos têm questionado este texto, porque não parece concordar com Jeremias, que diz que o quarto
  • 4. ano de Jeoiaquim foi o primeiro ano de Nabucodonosor. (Jeremias 25:1; 46:2) Contradizia Daniel a Jeremias? Com mais informações, este assunto é logo esclarecido. Quando Jeoiaquim pela primeira vez foi constituído rei pelo Faraó Neco, em 628 a.C., ele se tornou um fantoche daquele governante egípcio. Isto foi cerca de três anos antes de Nabucodonosor suceder a seu pai no trono de Babilônia, em 624 a.C.. Logo depois (em 620 a.C.), Nabucodonosor invadiu Judá e fez de Jeoiaquim um rei vassalo sob Babilônia. (2 Reis 23:34; 24:1) Para o judeu que vivesse em Babilônia, o "terceiro ano" de Jeoiaquim seria o terceiro ano de serviço deste rei como vassalo de Babilônia. Daniel escreveu deste ponto de vista. Jeremias, porém, escreveu do ponto de vista dos judeus que moravam lá em Jerusalém. De modo que se referiu ao reinado de Jeoiaquim como tendo começado quando Faraó Neco o fez rei. 15 Realmente, pois, esta alegada discrepância só aumenta a evidência de que Daniel escreveu seu livro em Babilônia, enquanto estava entre os judeus exilados. Mas há outra grande lacuna neste argumento contra o livro de Daniel. Lembre-se de que é evidente que o escritor de Daniel tinha disponível o livro de Jeremias e até mesmo recorreu a ele. (Daniel 9:2) Se o escritor de Daniel fosse um falsificador engenhoso, conforme os críticos afirmam, será que ele se arriscaria a contradizer uma fonte tão respeitada como Jeremias — e isso logo no primeiro versículo do seu livro? Claro que não! PORMENORES REVELADORES 16 Deixemos agora de lado os pontos negativos e enfoquemos os positivos. Considere alguns outros pormenores no livro de Daniel, que indicam que o escritor tinha conhecimento de primeira mão dos tempos sobre os quais escreveu. 17 A familiaridade de Daniel com pormenores sutis, referentes à antiga Babilônia, é evidência convincente da autenticidade do seu relato. Por exemplo, Daniel 3:1-6 relata que Nabucodonosor mandou erigir uma enorme imagem para ser adorada por todo o povo. Arqueólogos têm encontrado outras evidências de que este monarca procurava envolver mais o seu povo em práticas nacionalistas e religiosas. De forma similar, Daniel registra a atitude jactanciosa de Nabucodonosor referente aos seus muitos projetos de construção. (Daniel 4:30) É só nos tempos modernos que os arqueólogos têm confirmado que Nabucodonosor, de fato, foi responsável por muitas das construções feitas em Babilônia. Quanto à jactância — ora, o homem mandou que seu nome fosse estampado nos próprios tijolos! Os críticos de Daniel não conseguem explicar como seu suposto falsificador da época dos macabeus (167-63 a.C.) podia ter sabido de tais projetos de construção — uns quatro séculos depois destes e muito antes de os arqueólogos os terem trazido à luz. 18 O livro de Daniel revela também algumas diferenças básicas entre a lei babilônica e a medo-persa. Por exemplo, sob a lei babilônica, os três companheiros de Daniel foram lançados numa fornalha ardente por se recusarem a obedecer à ordem do rei. Décadas mais tarde, Daniel foi lançado numa cova de leões por se negar a obedecer a uma lei persa, que violava a sua consciência. (Daniel 3:6; 6:7-9) Alguns têm tentado rejeitar o relato da fornalha ardente afirmando ser uma lenda, mas arqueólogos encontraram até uma carta da antiga Babilônia que menciona especificamente esta forma de punição. Para os medos e para os persas, porém, o fogo era sagrado. De modo que recorriam a outras formas horrendas de punição. Por isso, a cova dos leões não é surpresa.
  • 5. 19 Surge outro contraste. Daniel mostra que Nabucodonosor podia criar e mudar leis à vontade. Dario não podia fazer nada para mudar ‘as leis dos medos e dos persas’ — nem mesmo as decretadas por ele! (Daniel 2:5, 6, 24, 46-49; 3:10, 11, 29; 6:12-16) O historiador John C. Whitcomb escreve: "A história antiga confirma esta diferença entre a Babilônia, onde a lei estava sujeita ao rei, e a Medo-Pérsia, onde o rei estava sujeito à lei." 20 O relato emocionante sobre a festa de Belsazar, registrado no capítulo 5 de Daniel, é rico em pormenores. Pelo visto, começou com uma animada refeição e bastante bebida, pois há diversas referências a vinho. (Daniel 5:1, 2, 4) Deveras, entalhes em relevo de festas similares mostram apenas o consumo de vinho. Aparentemente, o vinho era então extremamente importante em tais festividades. Daniel menciona também que havia mulheres presentes neste banquete — as esposas secundárias e as concubinas do rei. (Daniel 5:3, 23) Os arqueólogos confirmam este pormenor do costume babilônico. A idéia de esposas participarem com homens numa festividade era objetável aos judeus e aos gregos na era macabéia. Este talvez seja o motivo de as primeiras versões da tradução de Daniel na Septuaginta grega omitirem a menção dessas mulheres. No entanto, o suposto falsificador do livro de Daniel teria vivido na mesma cultura helenizada (grega), e talvez até mesmo durante a mesma era, em que se produziu a Septuaginta! 21 Em vista desses pormenores, parece quase incrível que a Britannica descreva o autor do livro de Daniel como tendo apenas um conhecimento "limitado e inexato" dos tempos do exílio. Como poderia qualquer falsificador de séculos posteriores ter tido tanta familiaridade com os antigos costumes babilônicos e persas? Lembre-se também de que ambos os impérios entraram em declínio muito antes do segundo século a.C.. Evidentemente, lá naquele tempo não havia nenhum arqueólogo; nem se orgulhavam os judeus daquela época de ter conhecimento de culturas e história estrangeiras. Somente Daniel, o profeta, testemunha ocular dos tempos e dos eventos que descreveu, pode ter escrito o livro bíblico que leva o seu nome. HÁ PROVAS EXTERNAS DE QUE DANIEL SEJA UMA FALSIFICAÇÃO? 22 Um dos argumentos mais comuns contra o livro de Daniel envolve seu lugar no cânon das Escrituras Hebraicas. Os rabinos antigos organizaram os livros das Escrituras Hebraicas em três grupos: a Lei, os Profetas e os Escritos. Não alistaram Daniel entre os Profetas, mas entre os Escritos. Isto significa, argumentam os críticos, que o livro não deve ter sido conhecido na época em que as obras dos outros profetas foram compiladas. Foi agrupado entre os Escritos supostamente porque esses foram compilados mais tarde. 23 No entanto, nem todos os pesquisadores da Bíblia concordam que os rabinos antigos tenham dividido o cânon de tal maneira rígida ou que tenham excluído Daniel dos Profetas. Não obstante, mesmo que os rabinos tenham alistado Daniel entre os Escritos, provaria isso que foi escrito numa data posterior? Não. Eruditos de boa reputação têm sugerido várias razões pelas quais os rabinos talvez tivessem excluído Daniel dos Profetas. Por exemplo, talvez o tivessem feito porque o livro os ofendia ou porque achavam que o próprio Daniel era diferente dos outros profetas, por ter ocupado um cargo secular num país estrangeiro. De qualquer modo, o que realmente importa é: os judeus antigos tinham profundo respeito pelo livro de Daniel e o consideravam
  • 6. canônico. Além disso, a evidência sugere que o cânon das Escrituras Hebraicas foi encerrado muito antes do segundo século a.C.. Simplesmente não se permitiram acréscimos posteriores, nem de alguns livros escritos durante o segundo século a.C.. 24 É irônico que uma dessas obras posteriores, rejeitada, tenha sido usada como argumento contra o livro de Daniel. O livro apócrifo de Eclesiástico, de Jesus Ben Sirac, evidentemente foi composto por volta de 180 a.C.. Os críticos gostam de salientar que Daniel é omitido na longa lista de homens justos no livro. Argumentam que Daniel não deve ter sido conhecido na época. Este argumento é amplamente aceito entre eruditos. Mas, considere o seguinte: a mesma lista omite Esdras e Mordecai (ambos grandes heróis aos olhos dos judeus pós-exílicos), o bom Rei Jeosafá e o homem reto, Jó; de todos os juízes, menciona apenas Samuel. Visto que esses homens são omitidos numa lista que não afirma ser exaustiva, ocorrendo num livro não-canônico, será que temos de rejeitar a todos eles como fictícios? A mera idéia disso é absurda. TESTEMUNHO EXTERNO EM FAVOR DE DANIEL 25 Voltemos de novo a atenção para os pontos positivos. Sugeriu-se que nenhum outro livro das Escrituras Hebraicas é tão bem atestado como o de Daniel. Para ilustrar isso: Josefo, o famoso historiador judeu, atesta a sua autenticidade. Ele diz que Alexandre, o Grande, durante a guerra contra a Pérsia, no quarto século a.C., veio a Jerusalém, onde os sacerdotes lhe mostraram uma cópia do livro de Daniel. O próprio Alexandre chegou à conclusão de que as palavras da profecia de Daniel, que lhe foram mostradas, referiam-se à sua campanha militar envolvendo a Pérsia. Isso teria sido cerca de um século e meio antes da "falsificação" sugerida pelos críticos. Naturalmente, os críticos têm atacado Josefo referente a esta passagem. Também o atacam por ele ter mencionado que algumas profecias no livro de Daniel se cumpriram. No entanto, conforme observou o historiador Joseph D. Wilson, "[Josefo] provavelmente sabia mais sobre o assunto do que todos os críticos do mundo". 26 A autenticidade do livro de Daniel recebeu ainda mais apoio com a descoberta dos Rolos do Mar Morto nas cavernas de Qumran, em Israel. O que surpreende é que numerosos rolos e fragmentos entre os achados, descobertos em 1952, são do livro de Daniel. O mais antigo foi datado do fim do segundo século a.C.. Portanto, já naquela época, o livro de Daniel era bem conhecido e amplamente respeitado. The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible (A Enciclopédia Pictórica da Bíblia, da Zondervan) observa: "A datação macabéia de Daniel tem de ser abandonada agora, nem que seja por ser impossível que tenha havido um intervalo suficiente entre a composição de Daniel e seu aparecimento na forma de cópias na biblioteca duma seita religiosa dos macabeus." 27 No entanto, há uma confirmação muito mais antiga e mais confiável para o livro de Daniel. Um dos contemporâneos de Daniel foi o profeta Ezequiel. Ele também serviu como profeta durante o exílio babilônico. O livro de Ezequiel menciona diversas vezes a Daniel por nome. (Ezequiel 14:14, 20; 28:3) Estas referências mostram que, mesmo durante a sua vida, no sexto século a.C., Daniel já era bem conhecido como homem justo e sábio, digno de ser mencionado ao lado de Noé e de Jó, que temiam a Deus. O MAIOR TESTEMUNHO
  • 7. 28 No entanto, consideremos por fim a maior de todas as testemunhas da autenticidade de Daniel — o próprio Jesus Cristo. Na sua consideração dos últimos dias, Jesus menciona "Daniel, o profeta", e uma das profecias de Daniel. — Mateus 24:15; Daniel 11:31; 12:11. 29 Então, se a teoria macabéia dos críticos fosse correta, uma de duas coisas teria de ser verdade: ou Jesus foi enganado por esta falsificação, ou ele nunca disse o que Mateus atribui a ele. Nenhuma dessas opções é viável. Se não pudermos confiar no relato evangélico de Mateus, então como podemos confiar nas outras partes da Bíblia? Se retirarmos essas sentenças, quais são as outras palavras que tiraremos a seguir das páginas das Escrituras Sagradas? O apóstolo Paulo escreveu: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, . . . para endireitar as coisas." (2 Timóteo 3:16) Portanto, se Daniel foi uma fraude, então Paulo foi outra! Será que Jesus foi enganado? De forma alguma. Estava vivo no céu quando se escreveu o livro de Daniel. Jesus até mesmo disse: "Antes de Abraão vir à existência, eu tenho sido." (João 8:58) Dentre todos os humanos que já viveram, Jesus seria a pessoa mais indicada para dar informações sobre a autenticidade de Daniel. Mas não precisamos perguntar. Conforme já vimos, o testemunho dele não poderia ser mais claro. 30 Jesus autenticou adicionalmente o livro de Daniel na própria ocasião do seu batismo. Ele se tornou então o Messias, cumprindo uma profecia em Daniel a respeito das 69 semanas de anos. (Daniel 9:25, 26; veja o Capítulo 11 deste livro.) Mesmo que fosse verdade que, segundo a teoria, Daniel foi escrito mais tarde, o escritor de Daniel ainda sabia o futuro com uns 200 anos de antecedência. Naturalmente, Deus não inspiraria um falsificador para proferir profecias verdadeiras sob um nome falso. Não, o testemunho de Jesus é aceito sinceramente por aqueles que são fiéis a Deus. Se todos os peritos, todos os críticos do mundo, fossem unânimes em denunciar a Daniel, o testemunho de Jesus mostraria que estão errados, porque ele é "a testemunha fiel e verdadeira". — Revelação (Apocalipse) 3:14. 31 Para muitos críticos da Bíblia, nem mesmo este testemunho basta. Depois de considerarmos cabalmente este assunto, não podemos deixar de nos perguntar se qualquer montante de evidência os convenceria. Um professor da Universidade de Oxford escreveu: "Nada se ganha com uma mera resposta a objeções, enquanto persistir o preconceito original, de que ‘não pode haver profecia sobrenatural’." De modo que o preconceito os cega. Mas esta é a escolha — e a perda — deles. 32 Que dizer de você? Se puder compreender que não há nenhum motivo válido para se duvidar da autenticidade do livro de Daniel, então está pronto para uma empolgante viagem de descobertas. Achará emocionantes as narrativas de Daniel, e fascinantes as profecias. O que é mais importante, verá a sua fé aumentar a cada capítulo. Nunca lamentará ter prestado detida atenção à profecia de Daniel! [Nota(s) de rodapé] Alguns críticos procuram moderar a acusação de falsificação por dizer que o escritor usou Daniel como pseudônimo, assim como alguns dos antigos livros não-canônicos foram escritos sob nomes fictícios. No entanto, Ferdinand Hitzig, crítico da Bíblia, afirmou: "O caso do livro de Daniel, se for atribuído a outro [escritor], é diferente. Neste caso, torna-se uma escrita falsificada, e a intenção era enganar os leitores
  • 8. imediatos dele, mesmo que para o bem deles." Nabonido estava ausente quando Babilônia caiu. De modo que Belsazar é corretamente descrito como o rei naquela época. Os críticos objetam, dizendo que os registros seculares não atribuem a Belsazar o título oficial de rei. No entanto, evidência antiga sugere que mesmo um governador pode ter sido chamado de rei pelo povo naqueles dias. O hebraísta C. F. Keil escreve a respeito de Daniel 5:3: "A LXX omitiu aqui, e também no v. 23, a menção de mulheres, segundo o costume dos macedônios, dos gregos e dos romanos." A lista inspirada do apóstolo Paulo, de homens e mulheres fiéis, mencionada em Hebreus, capítulo 11, em contraste, parece aludir aos acontecimentos registrados em Daniel. (Daniel 6:16-24; Hebreus 11:32, 33) No entanto, a lista do apóstolo tampouco é exaustiva. Há muitos, inclusive Isaías, Jeremias e Ezequiel, que não constam na lista, mas isso dificilmente prova que eles nunca existiram. Alguns historiadores mencionaram que isso explicaria por que Alexandre foi tão bondoso para com os judeus, que eram de longa data amigos dos persas. Naquela época, Alexandre estava numa campanha para destruir todos os amigos da Pérsia. A questão da língua A ESCRITA do livro de Daniel foi concluída por volta de 536 a.C.. Foi escrito na língua hebraica e na aramaica, com umas poucas palavras gregas e persas. Esta mistura de línguas é incomum, mas não sem precedentes nas Escrituras. O livro bíblico de Esdras também foi escrito em hebraico e em aramaico. No entanto, alguns críticos insistem em dizer que o escritor de Daniel usou estas línguas dum modo que prova que ele escreveu numa data posterior a 536 a.C.. Um crítico, amplamente citado, diz que o uso de palavras gregas em Daniel exige uma data posterior para a escrita dele. Afirma que o hebraico apóia tal data posterior e que o aramaico pelo menos a permite — mesmo uma tão recente como o segundo século a.C.. No entanto, nem todos os lingüistas concordam com isso. Algumas autoridades disseram que o hebraico de Daniel é similar ao de Ezequiel e de Esdras, e diferente do encontrado em obras apócrifas posteriores, tais como Eclesiástico. Quanto a Daniel usar o aramaico, considere dois documentos encontrados entre os Rolos do Mar Morto. Esses também estão no aramaico e datam do primeiro e do segundo século a.C. — pouco depois da suposta falsificação de Daniel. Mas os eruditos notaram uma grande diferença entre o aramaico nestes documentos e o encontrado em Daniel. De forma que alguns sugerem que o livro de Daniel deve ser séculos mais velho do que seus críticos afirmam. Que dizer das "problemáticas" palavras gregas em Daniel? Descobriu-se que algumas delas são persas, e de forma alguma gregas! As únicas palavras ainda consideradas gregas são os nomes de três instrumentos musicais. Será que a presença dessas três palavras realmente exige que se atribua a Daniel uma data posterior? Não. Arqueólogos descobriram que a cultura grega já exercia influência séculos antes de a Grécia se tornar
  • 9. potência mundial. Além disso, se o livro de Daniel tivesse sido escrito durante o segundo século a.C., quando a cultura e a língua grega predominavam, será que conteria apenas três palavras gregas? Dificilmente. É provável que contivesse muito mais. De modo que a evidência lingüística realmente apóia a autenticidade de Daniel.