história sobre as dificuldade da aprendizagem da leitura. Texto original pata a infância de Constantino Mendes Alves

1. O João Ruço que só lia ao
soluço
de Constantino Mendes Alves

2. O João Ruço lia os
textos na escola com
soluço.
A Pri-ma—ra—
ve, não A Pri—
pri—ma—ma—
ve--ra

3. Não conseguia ler melhor,
parece que via as letras em
redor, as letras para ele não
se juntavam, parece que se
separavam, via as sílabas a
saltar, quase sempre a trocar
de lugar. Para ele, ler era um
aborrecimento, lia sem
entoação, a voz parecia um
trovão, lia sem respiração, não
parava nas virgulas nem em
qualquer pontuação, distraía-
se, não prestava atenção.

4. Para João Ruço, ler era maçada, pensava que era
coisa que não prestava para nada. Até que um
dia, quando veio o carteiro, chegou uma carta
para ele, de um amigo no estrangeiro, tentou ler,
mas com tamanha dificuldade, que não conseguiu
comunicar à mãe qualquer novidade. Ficou a
pensar:
“Quem me dera saber ler bem, para poder
comunicar com alguém”.

5. No outro dia foi ter com a professora, perguntou-lhe
se ela o podia ajudar.
A professora disse que sim, com certeza, do que
ele precisava era de mais destreza.
O João pôs-se ao trabalho,
Concentrou-se como um campeão
Lia cada palavra com a maior motivação.
Das letras e das sílabas que lhe saltavam,
Pô-las por ordem com a sua atenção.

6. Agora já lia com interesse
E já não havia quem dissesse
Que o João era um cabeça no ar, a
dizer textos a soletrar,
pois ele até já lia com respiração e boa
entoação.
Mas acima de tudo, lia com a máxima
concentração.
A Primavera é uma
estação do ano que
começa a 21 de
Março….

7. E do “João Ruço que lia em soluço”, passou a
ser conhecido como apenas
o “João que lia como um campeão”.

8. FIM
Imagens da internet
Texto e composição – Constantino Mendes Alves
constalves19@gmail.com 2016
(agradeço feedbeck, dê a sua opinião)
Esta edição não tem intuitos comerciais.