2. 1500 Com a chegada dos colonizadores, a
Língua Portuguesa começou a ser ensinada
aos índios, informalmente, pelos jesuítas.
Posteriormente, foi considerada a primeira
língua estrangeira falada em território
brasileiro.
3. 1750 Com a expulsão dos jesuítas e a
proibição do ensino e do uso do tupi, o
português virou língua oficial. Os objetivos
eram enfraquecer o poder da Igreja Católica
e organizar a escola para servir aos
interesses do Estado.
4. 1759 O alvará de 28 de julho determinou a
instituição de aulas de Gramática Latina e
Grego, que continuaram como disciplinas
dominantes na formação dos alunos e eram
ministradas nos moldes jesuíticos.
5. 1808 Durante o período colonial, a língua
francesa era ministrada somente nas
escolas militares. Com a chegada da família
real, esse idioma e o Inglês foram
introduzidos oficialmente no currículo.
6. 1889 Depois da Proclamação da República,
as línguas inglesa e alemã passaram a ser
opcionais nos currículos escolares.
Somente no fim do século 19 elas se
tornaram obrigatórias em algumas séries.
7. 1942 Na Reforma Capanema, durante o
governo de Getúlio Vargas (1882-1954),
Latim, Francês e Inglês eram matérias
presentes no antigo Ginásio. Já no Colegial,
as duas primeiras continuavam, mas o
Espanhol substituiu o Latim.
8. 1945 Lançamento do Manual de Espanhol,
de Idel Becker (1910-1994), que por muito
tempo foi a única referência didática do
ensino do idioma. Idel, argentino
naturalizado brasileiro, tornou-se um dos
pioneiros das pesquisas na área.
9. 1961 A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) retira a obrigatoriedade do
ensino de Língua Estrangeira no Colegial e
deixa a cargo dos estados a opção pela
inclusão nos currículos das últimas quatro
séries do Ginásio.
10. 1970 Na Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, é criado o primeiro programa de
pós-graduação em Língüística Aplicada ao
Ensino de Línguas no país, tendo como um
dos idealizadores Maria Antonieta Alba
Celani.
11. 1976 Com a Resolução 58/76 do Ministério
da Educação, há um resgate parcial do
ensino de Língua Estrangeira Moderna nas
escolas. É decretada a obrigatoriedade para
o Colegial, e não para o Ginásio.
12. 1977 O professor José Carlos Paes de
Almeida Filho, hoje professor da
Universidade de Brasília, é o primeiro
brasileiro a defender uma dissertação de
mestrado com foco na abordagem
comunicativa para o ensino de um idioma.
13. 1978 Evento realizado na Universidade
Federal de Santa Catarina foi pioneiro no
Brasil em combater as idéias estruturalistas
do método audiolingual, funcionando como
semente do movimento comunicativista.
14. 1996 Publicação da Lei de Diretrizes e
Bases que tornou o ensino de Línguas
obrigatório a partir da 5ª série. No Ensino
Médio seriam incluídas uma língua
estrangeira moderna, escolhida pela
comunidade, e uma segunda opcional.
15. 1998 A publicação dos PCNs de 5ª a 8ª
séries listou os objetivos da disciplina. Com
base no princípio da transversalidade, o
documento sugere uma abordagem
sociointeracionista para o ensino de Língua
Estrangeira.
16. 2000 Na edição dos PCNs voltados ao
ensino Médio, a Língua Estrangeira assumiu
a função de veículo de acesso ao
conhecimento para levar o aluno a
comunicar-se de maneira adequada em
diferentes situações.
17. 2005 A Lei nº 11.161 institui a
obrigatoriedade do ensino de Espanhol.
Conselhos Estaduais devem elaborar
normas para que a medida seja implantada
em cinco anos, de acordo com a
peculiaridade de cada região.
18. 2007 Foram desenvolvidas novas
orientações ao Ensino Médio na publicação
PCN+, com sugestões de procedimentos
pedagógicos adequados às transformações
sociais e culturais do mundo
contemporâneo.
19. FONTE: HISTÓRIA DO ENSINO DE
LÍNGUAS NO BRASIL - PROJETO DO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
LINGÜÍSTICA APLICADA DA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Revista Nova Escola de agosto de 2008,
páginas 77 à 79.
20. O que muda no ensino de Língua Estrangeira
com os PCN?
A Língua Estrangeira ocupava um espaço
secundário no currículo de muitas escolas. Às
vezes, ela era colocada fora do horário regular de
aulas, outras vezes, era ministrada apenas
durante uma ou duas séries do ensino
fundamental. Já foi até ameaçada de ser tirada do
currículo como disciplina obrigatória. Priorizava-se
a compreensão escrita, sem a preocupação de
saber qual era a necessidade dos alunos
21. os PCN valorizam o que os alunos já conhecem a
respeito da segunda língua e procuram
desenvolver outras habilidades como a
compreensão oral, a fala e a produção de textos.
Isso implica a exposição do aluno à maior
diversidade textual possível – entrevistas,
matérias jornalísticas, verbetes de enciclopédias,
conversas radiofônicas etc.
22. As atividades devem ser significativas para os
estudantes, permitindo a ampliação dos vínculos
afetivos e a realização de tarefas prazerosas.
Até então, a aula era montada sobre o tripé
exposição do professor, resposta do aluno e
avaliação
23. No processo de aproximação com a língua
estrangeira, o professor deve fazer com que o
aluno perceba as expressões e palavras de outras
línguas, principalmente à sua volta – nos jornais,
nas lojas, nos pôsteres, na música, no cinema.
24. Um dos efeitos negativos da postura tradicional é
o pouco tempo que sobra para os alunos
exercitarem a fala. Na tentativa de facilitar a
aprendizagem, o professor organiza os conteúdos
em torno de diálogos pouco significativos para os
alunos ou de pequenos textos
descontextualizados, seguidos da exploração das
palavras e das estruturas gramaticais em
exercícios de tradução, cópia, transformação e
repetição.
25. os PCN sugerem, por exemplo, que os alunos
sejam dispostos em pequenos grupos, de tal
forma que possam se olhar, criando condições
favoráveis para estabelecer conversas que sejam
significativas, verdadeiras.
27. É impossível ensinar em escola pública
"Eis um grande equívoco", diz Deise Prina
Dutra, da UFMG. "Há limitações, como a
baixa carga horária, mas um trabalho bem-
feito leva a turma a avançar."
28. Gostoso é aprender sem perceber
Ninguém adquire conhecimento dormindo ou
brincando. "Quanto maior o controle da criança
sobre o que faz, mais facilidade ela terá para
assimilar os conteúdos", diz Luiz Paulo da Moita
Lopes, da UFRJ.
29. É preciso falar como os nativos
O professor que nasceu ou viveu no exterior serve
de exemplo de falante nas escolas de idiomas.
"Mas alguns sem essa vivência se sentem
incapacitados para ensinar", diz Maria Antonieta
Celani, da PUC-SP, que refuta a idéia. Línguas
como o inglês e o espanhol são cada vez mais
usadas por quem não nasceu onde esses idiomas
são os oficiais.
30. Existe um método infalível
No fim do século 20, modelos vindos de editoras
internacionais invadiram as escolas de todo o
mundo. Pesquisadores como o indiano N.S.
Prabhu lançaram a era pós-método,
demonstrando que modelos que não levam em
consideração o contexto local não são eficientes.
31. As turmas são muito grandes
se contarmos o ensino fundamental e médio os alunos
terão uma carga horária de língua inglesa de 640
horas ao final do ensino médio.
Ensino fundamental Ensino médio
5ª 120 horas 1º ano 80 horas
6ª 120 horas 2º ano 80 horas
7ª 80 horas 3º ano 80 horas
8ª 80 horas total: 640 horas
32. O palestrante fez uma pesquisa com seus alunos no
IFPA (Instituto Federal do Pará), onde leciona a
disciplina língua inglesa e chegou a seguinte
conclusão:
os alunos que terminaram o ensino fundamental ou
médio tinham uma conhecimento vocabular de
aproximadamente 40 palavras (em 4 anos ou 7 anos
para quem terminou o ensino médio).
33. Ao dividirmos 640 horas por 40 temos 16
aulas para o aprendizado de uma palavra.
Para sermos mais exatos, dois meses.
Dois meses para aprender uma única
palavra.
34. Alguns teóricos defendem que, pela inexistência
das condições ideais de ensino – tais como falta
de professor com formação lingüística, número
reduzido de horas-aula, poucos recursos didáticos
e falta de infra-estrutura –, o professor opte por
dar ênfase à leitura.
Como meu aluno poderá ler um texto, no
vestibular, por exemplo, se no final do terceiro ano
terá um conhecimento vocabular de apenas 40
palavras?
35. Uma “anedota” para relaxar
Meu “colega” estudou 7 anos de inglês na escola e ao
fazer o vestibular escolheu espanhol. Eu, curioso como
sempre, imaginando que ele tinha feito um curso de
espanhol comecei a falar em espanhol com ele. Ele me
disse para parar que ele não estava entendendo, pois
nunca tinha estudado espanhol em sua vida.
Mas como você escolheu espanhol no vestibular?
Bem, entre inglês que estudei 7 anos e espanhol que eu
nunca estudei, acho que tenho mais chance de passar
com o espanhol.
Tentem entender essa anedota, pois eu não entendi.
36. A aprendizagem da segunda língua é um desafio
para o aluno. É fundamental que desde o início da
aprendizagem da L. E. o professor desenvolva a
autoconfiança em seus alunos, para que eles
acreditem na capacidade de aprender. A limitação
de recursos disponíveis na escola para a prática
de ensino e a reduzida carga horária da disciplina
não devem ser motivo para abrir mão dos
objetivos.