SlideShare uma empresa Scribd logo
7 dicas para melhorar a
motricidade orofacial
de pequenos e graúdos
Joana Carvalho
Rosa Henriques
E - b o o k
A motricidade orofacial
A respiração nasal
Dicas
1 - Sopro nasal
2 - Soprar e sugar: animação a dobrar
3 - Beijinhos repenicados e barulhentos
4 - Caretas divertidas
5 - Escovas de dentes, dedeiras, de todos os feitios e maneiras!
6 - Detetive sensações, explora objetos de médias dimensões
7 - Adivinha quem eu sou!
Conclusão
Índice
www.comunicar-e.pt
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
O correto desenvolvimento e proficiência na
utilização das funções orais, desde o nascimento, pode
contribuir para um desenvolvimento infantil mais
harmonioso, sobretudo no que toca às estruturas
ósseas e musculares da face. Para que a respiração, a
sucção, a mastigação, a deglutição e a fala do ser
humano estejam em perfeito encadeamento e
harmonia, todas as estruturas nelas envolvidas devem
estar fortes, com um tónus e mobilidade adequados,
conduzindo ao total sucesso das suas ações e ao
correto desempenho das suas funções.
Sabe-se que os primeiros 1000 dias de alimentação do
bebé são decisivos para a progressão das
componentes física, cognitiva, emocional, funcional e
social. Estas dependem diretamente da capacidade do
bebé responder e adaptar-se ao meio ambiente e das
oportunidades de exposição a ambientes
diversificados e estimulantes (com cores, formas,
vozes, texturas, aromas e paladares).
Seja pelas experiências de lalação e de balbucio,
pelos primeiros contatos com os alimentos ou pela
díade mão-boca, a esfera oral está em constante
progresso, descoberta e desenvolvimento. Logo desde
os primeiros momentos de vida, surge com a
amamentação uma possibilidade incrível de
exploração, uma incrível sincronia entre as funções de
sucção, deglutição e respiração. Beneficiam dela
todas as estruturas orofaciais que, bem estimuladas,
permitem um crescimento da face adequado,
propiciando uma mais fácil implementação, a longo
prazo, de um padrão de deglutição adequado, que
deixa para trás a deglutição infantil, mas tarde
considerada deglutição atípica, quando se mantém por
mais tempo que o esperado.
A motricidade orofacial
2
Muitos dos nossos pequenos, em casa, na escola
ou mesmo em contexto terapêutico, nos surgem
tantas e tantas vezes com uma postura de boca
aberta ou entreaberta, com os dentes colocados
entre os lábios, interpondo-os, … realidades estas a
que devemos estar atentos pois, como se sabe, a
respiração deve predominantemente adquirir um
padrão de respiração nasal.
Desta forma, importa ainda garantir que os nossos
meninos conhecem a distinção entre um padrão
de respiração nasal e de respiração oral.
A respiração nasal
3
Dica 2 - Soprar e sugar: animação a
dobrar.
A primeira sugestão que vos deixamos é que lhes peçam para embaciar um
pequeno espelho com o nariz, apenas expirando, de boca fechada. Desta
forma, podemos consciencializa-los que, efetivamente, há ar que pode sair
pelo nariz!
Em seguida, podemos pegar em bolinhas de esferovite ou de pompom, de
diferentes tamanhos e pesos, colocando-as em cima de uma mesa. O
primeiro sopro deve ser feito pelo nariz. Depois, pode ainda ser pedido o
sopro com a boca, praticando-se, desta forma, a individualização dos sopros.
Dica 1 - Sopro nasal
4
O sopro, que por si só melhora as competências de selamento labial,
fortalecendo toda a musculatura envolvida, auxilia ainda na melhoria da
competência do lábio superior, sobretudo quando este se encontra
encurtado. O mesmo ocorre com a sucção. Assim, sugere-se, também, que
alguns dos líquidos ingeridos no dia a dia das nossas crianças o possam ser
feitos com uma pequena palhinha, preferencialmente lavável e reutilizável.
Quanto mais espesso for o alimento a ingerir através da palhinha, maior será a
exigência de sucção. Por exemplo, beber água, beber um batido ou um
iogurte líquido ou beber gelatina, um pouco mais líquida que o habitual,
constituem-se como diferentes desafios, cada um mais exigente que o
anterior.
O sopro pode ainda ser treinado com recurso a diferentes apitos, balões de
diferentes tamanhos, diâmetros e rigidez, com canetas de sopro,
cataventos, entre outros objetos.
Dica 2 - Soprar e sugar: animação a
dobrar.
5
Para fortalecer ainda mais os lábios e
todas as estruturas envolvidas no
encerramento labial, pedir à criança que
dê um beijinho longo, barulhento e
demorado, o chamado “beijinho
repenicado”. Caso lhe seja difícil realizar a
atividade, pedir que dê o beijinho com a
sua mão encostada aos lábios, motivando
quase um beijinho “reflexo” que deverá ser
mais longo e forte que o habitual.
Dica 3 - Beijinhos
repenicados e
barulhentos
6
Em família, em sessão terapêutica ou no meio de qualquer brincadeira, pode-
se pedir para fazer caretas usando a língua, os lábios, as bochechas, … e toda
a vossa imaginação! Como? Assim, por exemplo: 'Vamos ver quem consegue
tocar com a língua nos cantos da boca? Mais devagarinho e depois mais
rápido? Quem consegue fazer força nas bochechas com a língua? Tentem
com a boca aberta e com a boca fechada. E agora, levamos a língua ao nariz?
Tentamos ainda tocar o queixo com ela?'. Podemos pedir que façam umas
grandes bochechas e alternar esta tarefa com o beijinho! O sopro com as
bochechas insufladas pode ainda ser feito, como se imitasse 'uma grande
tempestade de vento'! Outra das sugestões é passar o ar de uma bochecha
para a outra. Podemos pedir ainda que ponham a língua para fora e de seguida
para dentro (como se fosse um relógio de cuco antigo). Que 'levem a língua ao
parque de diversões', passando-a pelas gengivas como se limpassem a boca
depois de comer umas bolachas que se esmigalharam, mas também pelos
lábios como se pusessem batom. Que alegria! Tanta energia! Que línguas,
lábios e bochechas bem fortes e tonificados!
Dica 4 - Caretas divertidas
7
Em certas situações, os utensílios de higiene do dia a
dia podem ser autênticas 'varinhas mágicas' no nosso
trabalho e fazer magia com os nossos meninos. Porque
não varrer a língua com a escova de dentes deles,
intervindo ao nível da sensibilidade e afilamento? E
depois, passando com ela por cada uma das
bochechas, nas gengivas, (vestíbulo), no “céu da boca”
(palato), … depois pode fazer o mesmo com uma
escova elétrica, caso seja a que usam no quotidiano.
Podem ainda ser usadas as dedeiras, sobretudo com
as crianças mais pequeninas, bem como uma espátula,
zaragatoa ou escovas dos kits infantis de limpeza.
Dica 5- Escovas de dentes,
dedeiras, de todos os feitios
e maneiras!
8
Há fases em que as crianças querem levar tudo à boca e, desta forma,
exploram o mundo. Quando uma criança não passa atempadamente por esta
fase de exploração, a sua necessidade pode concretizar-se nesta busca
sensorial que acabam por fazer em idade mais avançada (através, por
exemplo, da onicofagia). Seja em que fase for, é recomendado que os pais
deixem a sua criança explorar os objetos de médias dimensões, sempre
com a sua supervisão (atenção ao risco de asfixia com a ingestão de objetos
de pequenas dimensões). Assim, estão a favorecer o desenvolvimento de
competências relacionadas com a sensibilidade intra e extra-oral, bem como
de estereognosia. É importante explicar que deixem que a criança toque e
sinta, podendo para esse efeito facilitar, para perto dela, objetos que se
destinem a esse fim. Pode ser cedida uma escova de dentes diferente da que
usa habitualmente, pequenos mordedores de várias formas e feitios.
Conhecer a sua cavidade oral e suas estruturas permitirá um melhor
desempenho destas em todas as funções orais.
Dica 6 - Detetive sensações, explora
objetos de médias dimensões
9
Que divertida pode ser uma sessão de terapia (e/ou um momento em família
para recomendar aos pais) quando podemos fazer um jogo de adivinhas com
vários sons recrutando as estruturas orofaciais! E se com eles conseguires
fortalecer e tonificar essas mesmas estruturas, melhor ainda! A diversão é
garantida! :)
Deixamos alguns exemplos: 'Brrrr', vamos imitar um carro? Vamos dar
estalinhos de língua para ver se alguém adivinha o cavalo que queremos
sugerir? 'Tu-tu', .. onde vem o comboio? 'Chhhhh', com os lábios bem
apertadinhos e em protrusão… que bela chuvada, … 'vvvvvvvv' e com tanto
vento! 'jjjjj', … onde andará este avião? 'Uuuuuuu', .. que grande barco! Podes,
ainda, imitar o 'qua-qua' do pato, o 'tic-tac' do relógio”, o 'trimmmm' da
campainha, o 'dlim-dlão' do sino, o 'córócócó' do galo, o 'zzzzz' do zumbido
da abelha, o 'ssssss' do sibilo da cobra, o 'i-ó' do zurrar do burro, o 'pi-pi' de
uma buzina de um carro! O desafio está em conseguir fazer e adivinhar mais
sons (pode haver uma medalha para o vencedor!)
Dica 7 - Adivinha quem eu sou!
10
A inclusão destas atividades no dia a dia da criança permite que
ela conheça e fortaleça as suas estruturas orofaciais, utilizando-as
de forma adequada nas diversas funções por ela desempenhadas.
São, por si só, também, atividades que motivam a normalização da
sensibilidade oral, respondendo a alterações de
hipossensibilidade - em que existe uma procura mais intensa de
estímulos - ou de hipersensibilidade - reduzindo a reatividade
quando esta se vislumbra como impedimento, por exemplo, para a
tarefa de alimentação. Muitas destas questões são cada vez mais
referidas e abordadas quando pensamos, por exemplo, em quadros
de recusa e seletividade alimentar.
Quando realizadas de forma adequada, poderão ajudar a criança a
ficar mais receptiva às orientações acerca do posicionamento
daquelas estruturas para melhoria da articulação dos fonemas,
para a melhoria do padrão de respiração e de sono, conduzindo a
competências de atenção e concentração otimizadas, entre outras
funções.
Em todas as áreas das vivências humanas, o que se pretende é a
maximização da qualidade de vida de cada um e, sem dúvida, que
estas atividades, quando praticadas frequentemente, no seio de
brincadeiras e num dia a dia desafiante, constituirão uma mais valia
no progresso e crescimento das nossas crianças.
Barttuilli, M., Cabrera, P., Periñán, M. - Guía técnica de intervención logopédica: Terapia miofuncional. Editorial
Sintesis, S.A. Madrid, 2007.
Carvalho, J. - Intervenção Colaborativa da Terapia da Fala na Ortodontia: Guia prático de bases e princípios.
Psicosoma. Viseu, 2019.
Ferraz, M. - Manual prático de Motricidade Oral: Avaliação e tratamento. Livraria e Editora RevinteR. Rio de
Janeiro, 2001.
Bibliografia:
Conclusão
www.comunicar-e.pt
11

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  • 1. 7 dicas para melhorar a motricidade orofacial de pequenos e graúdos Joana Carvalho Rosa Henriques E - b o o k
  • 2. A motricidade orofacial A respiração nasal Dicas 1 - Sopro nasal 2 - Soprar e sugar: animação a dobrar 3 - Beijinhos repenicados e barulhentos 4 - Caretas divertidas 5 - Escovas de dentes, dedeiras, de todos os feitios e maneiras! 6 - Detetive sensações, explora objetos de médias dimensões 7 - Adivinha quem eu sou! Conclusão Índice www.comunicar-e.pt 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
  • 3. O correto desenvolvimento e proficiência na utilização das funções orais, desde o nascimento, pode contribuir para um desenvolvimento infantil mais harmonioso, sobretudo no que toca às estruturas ósseas e musculares da face. Para que a respiração, a sucção, a mastigação, a deglutição e a fala do ser humano estejam em perfeito encadeamento e harmonia, todas as estruturas nelas envolvidas devem estar fortes, com um tónus e mobilidade adequados, conduzindo ao total sucesso das suas ações e ao correto desempenho das suas funções. Sabe-se que os primeiros 1000 dias de alimentação do bebé são decisivos para a progressão das componentes física, cognitiva, emocional, funcional e social. Estas dependem diretamente da capacidade do bebé responder e adaptar-se ao meio ambiente e das oportunidades de exposição a ambientes diversificados e estimulantes (com cores, formas, vozes, texturas, aromas e paladares). Seja pelas experiências de lalação e de balbucio, pelos primeiros contatos com os alimentos ou pela díade mão-boca, a esfera oral está em constante progresso, descoberta e desenvolvimento. Logo desde os primeiros momentos de vida, surge com a amamentação uma possibilidade incrível de exploração, uma incrível sincronia entre as funções de sucção, deglutição e respiração. Beneficiam dela todas as estruturas orofaciais que, bem estimuladas, permitem um crescimento da face adequado, propiciando uma mais fácil implementação, a longo prazo, de um padrão de deglutição adequado, que deixa para trás a deglutição infantil, mas tarde considerada deglutição atípica, quando se mantém por mais tempo que o esperado. A motricidade orofacial 2
  • 4. Muitos dos nossos pequenos, em casa, na escola ou mesmo em contexto terapêutico, nos surgem tantas e tantas vezes com uma postura de boca aberta ou entreaberta, com os dentes colocados entre os lábios, interpondo-os, … realidades estas a que devemos estar atentos pois, como se sabe, a respiração deve predominantemente adquirir um padrão de respiração nasal. Desta forma, importa ainda garantir que os nossos meninos conhecem a distinção entre um padrão de respiração nasal e de respiração oral. A respiração nasal 3
  • 5. Dica 2 - Soprar e sugar: animação a dobrar. A primeira sugestão que vos deixamos é que lhes peçam para embaciar um pequeno espelho com o nariz, apenas expirando, de boca fechada. Desta forma, podemos consciencializa-los que, efetivamente, há ar que pode sair pelo nariz! Em seguida, podemos pegar em bolinhas de esferovite ou de pompom, de diferentes tamanhos e pesos, colocando-as em cima de uma mesa. O primeiro sopro deve ser feito pelo nariz. Depois, pode ainda ser pedido o sopro com a boca, praticando-se, desta forma, a individualização dos sopros. Dica 1 - Sopro nasal 4
  • 6. O sopro, que por si só melhora as competências de selamento labial, fortalecendo toda a musculatura envolvida, auxilia ainda na melhoria da competência do lábio superior, sobretudo quando este se encontra encurtado. O mesmo ocorre com a sucção. Assim, sugere-se, também, que alguns dos líquidos ingeridos no dia a dia das nossas crianças o possam ser feitos com uma pequena palhinha, preferencialmente lavável e reutilizável. Quanto mais espesso for o alimento a ingerir através da palhinha, maior será a exigência de sucção. Por exemplo, beber água, beber um batido ou um iogurte líquido ou beber gelatina, um pouco mais líquida que o habitual, constituem-se como diferentes desafios, cada um mais exigente que o anterior. O sopro pode ainda ser treinado com recurso a diferentes apitos, balões de diferentes tamanhos, diâmetros e rigidez, com canetas de sopro, cataventos, entre outros objetos. Dica 2 - Soprar e sugar: animação a dobrar. 5
  • 7. Para fortalecer ainda mais os lábios e todas as estruturas envolvidas no encerramento labial, pedir à criança que dê um beijinho longo, barulhento e demorado, o chamado “beijinho repenicado”. Caso lhe seja difícil realizar a atividade, pedir que dê o beijinho com a sua mão encostada aos lábios, motivando quase um beijinho “reflexo” que deverá ser mais longo e forte que o habitual. Dica 3 - Beijinhos repenicados e barulhentos 6
  • 8. Em família, em sessão terapêutica ou no meio de qualquer brincadeira, pode- se pedir para fazer caretas usando a língua, os lábios, as bochechas, … e toda a vossa imaginação! Como? Assim, por exemplo: 'Vamos ver quem consegue tocar com a língua nos cantos da boca? Mais devagarinho e depois mais rápido? Quem consegue fazer força nas bochechas com a língua? Tentem com a boca aberta e com a boca fechada. E agora, levamos a língua ao nariz? Tentamos ainda tocar o queixo com ela?'. Podemos pedir que façam umas grandes bochechas e alternar esta tarefa com o beijinho! O sopro com as bochechas insufladas pode ainda ser feito, como se imitasse 'uma grande tempestade de vento'! Outra das sugestões é passar o ar de uma bochecha para a outra. Podemos pedir ainda que ponham a língua para fora e de seguida para dentro (como se fosse um relógio de cuco antigo). Que 'levem a língua ao parque de diversões', passando-a pelas gengivas como se limpassem a boca depois de comer umas bolachas que se esmigalharam, mas também pelos lábios como se pusessem batom. Que alegria! Tanta energia! Que línguas, lábios e bochechas bem fortes e tonificados! Dica 4 - Caretas divertidas 7
  • 9. Em certas situações, os utensílios de higiene do dia a dia podem ser autênticas 'varinhas mágicas' no nosso trabalho e fazer magia com os nossos meninos. Porque não varrer a língua com a escova de dentes deles, intervindo ao nível da sensibilidade e afilamento? E depois, passando com ela por cada uma das bochechas, nas gengivas, (vestíbulo), no “céu da boca” (palato), … depois pode fazer o mesmo com uma escova elétrica, caso seja a que usam no quotidiano. Podem ainda ser usadas as dedeiras, sobretudo com as crianças mais pequeninas, bem como uma espátula, zaragatoa ou escovas dos kits infantis de limpeza. Dica 5- Escovas de dentes, dedeiras, de todos os feitios e maneiras! 8
  • 10. Há fases em que as crianças querem levar tudo à boca e, desta forma, exploram o mundo. Quando uma criança não passa atempadamente por esta fase de exploração, a sua necessidade pode concretizar-se nesta busca sensorial que acabam por fazer em idade mais avançada (através, por exemplo, da onicofagia). Seja em que fase for, é recomendado que os pais deixem a sua criança explorar os objetos de médias dimensões, sempre com a sua supervisão (atenção ao risco de asfixia com a ingestão de objetos de pequenas dimensões). Assim, estão a favorecer o desenvolvimento de competências relacionadas com a sensibilidade intra e extra-oral, bem como de estereognosia. É importante explicar que deixem que a criança toque e sinta, podendo para esse efeito facilitar, para perto dela, objetos que se destinem a esse fim. Pode ser cedida uma escova de dentes diferente da que usa habitualmente, pequenos mordedores de várias formas e feitios. Conhecer a sua cavidade oral e suas estruturas permitirá um melhor desempenho destas em todas as funções orais. Dica 6 - Detetive sensações, explora objetos de médias dimensões 9
  • 11. Que divertida pode ser uma sessão de terapia (e/ou um momento em família para recomendar aos pais) quando podemos fazer um jogo de adivinhas com vários sons recrutando as estruturas orofaciais! E se com eles conseguires fortalecer e tonificar essas mesmas estruturas, melhor ainda! A diversão é garantida! :) Deixamos alguns exemplos: 'Brrrr', vamos imitar um carro? Vamos dar estalinhos de língua para ver se alguém adivinha o cavalo que queremos sugerir? 'Tu-tu', .. onde vem o comboio? 'Chhhhh', com os lábios bem apertadinhos e em protrusão… que bela chuvada, … 'vvvvvvvv' e com tanto vento! 'jjjjj', … onde andará este avião? 'Uuuuuuu', .. que grande barco! Podes, ainda, imitar o 'qua-qua' do pato, o 'tic-tac' do relógio”, o 'trimmmm' da campainha, o 'dlim-dlão' do sino, o 'córócócó' do galo, o 'zzzzz' do zumbido da abelha, o 'ssssss' do sibilo da cobra, o 'i-ó' do zurrar do burro, o 'pi-pi' de uma buzina de um carro! O desafio está em conseguir fazer e adivinhar mais sons (pode haver uma medalha para o vencedor!) Dica 7 - Adivinha quem eu sou! 10
  • 12. A inclusão destas atividades no dia a dia da criança permite que ela conheça e fortaleça as suas estruturas orofaciais, utilizando-as de forma adequada nas diversas funções por ela desempenhadas. São, por si só, também, atividades que motivam a normalização da sensibilidade oral, respondendo a alterações de hipossensibilidade - em que existe uma procura mais intensa de estímulos - ou de hipersensibilidade - reduzindo a reatividade quando esta se vislumbra como impedimento, por exemplo, para a tarefa de alimentação. Muitas destas questões são cada vez mais referidas e abordadas quando pensamos, por exemplo, em quadros de recusa e seletividade alimentar. Quando realizadas de forma adequada, poderão ajudar a criança a ficar mais receptiva às orientações acerca do posicionamento daquelas estruturas para melhoria da articulação dos fonemas, para a melhoria do padrão de respiração e de sono, conduzindo a competências de atenção e concentração otimizadas, entre outras funções. Em todas as áreas das vivências humanas, o que se pretende é a maximização da qualidade de vida de cada um e, sem dúvida, que estas atividades, quando praticadas frequentemente, no seio de brincadeiras e num dia a dia desafiante, constituirão uma mais valia no progresso e crescimento das nossas crianças. Barttuilli, M., Cabrera, P., Periñán, M. - Guía técnica de intervención logopédica: Terapia miofuncional. Editorial Sintesis, S.A. Madrid, 2007. Carvalho, J. - Intervenção Colaborativa da Terapia da Fala na Ortodontia: Guia prático de bases e princípios. Psicosoma. Viseu, 2019. Ferraz, M. - Manual prático de Motricidade Oral: Avaliação e tratamento. Livraria e Editora RevinteR. Rio de Janeiro, 2001. Bibliografia: Conclusão www.comunicar-e.pt 11