Desafios e oportunidades na internacionalização das PMEs moçambicanas
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ISCTEM
Master of Business Administration
Módulo 7 – Negociação e Internacionalização
ISCTEM –MBA em Gestão de Projectos
Módulo 7 – Negociação e Internacionalização
ABORDAGEM ÀS TEMÁTICAS DA
INTERNACIONALIZAÇÃO E DA COMPETITIVIDADE NO
CONTEXTO DE MOÇAMBIQUE: DESAFIOS E
OPORTUNIDADES NA INTERNACIONALIZAÇÃO DAS
PMEs MOÇAMBICANAS
2014
Maputo, 30 de Abril de 2014
Estudantes:
Abdul Latif
António Pimentel
Ronaldo Feliciano J. Inguane
Rumina Fateally
Tasslima Jose
Docente:
Ricardo Sousa Carvalho
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Módulo 7 – Negociação e Internacionalização
ÍNDICE
Contents
1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ..............................................................................................3
1.1. Introdução.................................................................................................................3
1.2. Objectivos .................................................................................................................3
1.3. Metodologia..............................................................................................................4
1.4. Quadro Teórico Conceptual .......................................................................................4
1.4.1. Internacionalização............................................................................................4
1.4.2. Processos de Internacionalização .......................................................................5
1.4.3. Pequenas e Médias Empresas ............................................................................6
1.4.4. Características de PMEs .....................................................................................7
2. DESCRIÇÃO E DADOS.........................................................................................................8
2.1. Enquadramento Geográfico, Socioeconómico e Político de Moçambique ..................8
2.1.1. Enquadramento Geográfico e Regionalização ....................................................8
2.1.2. Enquadramento Socioeconómico .......................................................................8
2.2. Perspectiva Institucional e Legal: O Papel do Estado na Internacionalização das
PMEs....................................................................................................................17
2.3. Abertura de Mercados Externos ..............................................................................19
2.4. Análise SWOT na Internacionalização das PMEs.......................................................20
2.5. Influencia dos Recursos Humanos nas PMEs ............................................................21
3. ASPECTOS CONCLUSIVOS ................................................................................................23
3.1. Conclusão................................................................................................................23
4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...........................................................................................24
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1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1.1. Introdução
Com o fenómeno da globalização e a abertura dos mercados e subsequente aumento
da concorrência, as empresas não se podem acomodar. Uma das respostas
empresariais à pressão dos mercados é a internacionalização.
A internacionalização requer que a empresa crie uma posição de destaque no local
onde pretende impor-se (mercado alvo). As PME’s geralmente com fraco poder
financeiro tendem a impor-se nos mercados locais e ganharem autonomia para
gradualmente iniciar o processo de internacionalização.
Moçambique é considerado um dos países com melhor desempenho económico de
África Subsahariana. A economia moçambicana é dominada predominantemente pela
agricultura [in Investment Guide Mozambique].
Como forma de incentivar o desenvolvimento económico do País, o Estado
Moçambicano criou um sistema de incentivos fiscais e aduaneiros (Vide Código de
Benefícios Fiscais – CBF) e melhorou os processos de criação e legalização de
empresas. Estes incentivos aliados à facilidade de financiamentos criados para as
PME’s, tem-se notado um crescente número de pequenas e médias empresas.
No âmbito de acordos de iniciativas fiscais Moçambique beneficia de preferências
através de: Protocolo Comercial SADC, GSP (Nações Unidas), Convenção de
Lomé/Cotonou, EBA’s (União Europeia), AGOA (EUA), SPTT (China). Estas iniciativas
constituem uma mais-valia para os processos de exportações de produtos por PME’s
moçambicanas.
Como forma de evitar a dupla tributação internacional sobre os rendimentos,
Moçambique celebrou Acordos Bilaterais com os seguintes Estados: Portugal, Itália,
Maurícias, Emirados Árabes Unidos, Governo da Região Administrativa de Macau,
República da China, África de Sul, Índia, Botswana e Vietname.
As PME’s moçambicanas têm um mercado atractivo para o processo de
internacionalização. Aparentemente este processo encontra-se com resultados abaixo
do esperado. Entre as razões verifica-se a fraca capacidade organizacional de se impor
em mercados competitivos (ex. necessidade de cumprir com requisitos muito precisos
de certificação).
1.2. Objectivos
O objectivo geral deste trabalho é analisar o ambiente para a internacionalização e
competitividade das Pequenas e Médias Empresas Moçambicanas.
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Para o alcance do objectivo geral, o presente trabalho foi guiado por três objectivos
específicos:
a) Analisar a robustez das PMEs e sua aptidão a internacionalização, com ênfase
às exportações;
b) Discutir o papel do governo na promoção da internacionalização das PMEs, por
via da componente institucional e legal; e
c) Visualizar as oportunidades e desafios no âmbito da internacionalização das
PMEs.
1.3. Metodologia
O presente trabalho compreendeu três fases: Fase da Planificação e Fase de Análise de
dados e Compilação do Relatório.
Com vista a responder os objectivos acima descritos, combinou-se duas abordagens de
investigação: Abordagem qualitativa, a qual figurou com maior destaque na recolha e
processamento de dados pela sua natureza holística para a compreensão da dinâmica
das PMEs, o ambiente de negócios interno e externos, as oportunidades e desafias a
sua internacionalização. Usou-se de forma complementar, a abordagem quantitativa
com vista a quantificar na análise de dados numéricos concernentes as PMEs, a sua
ocorrência e distribuição geográfica e sectorial.
Relativo a informação, a trabalho baseou-se em dados secundários, colhidos em
diversos relatórios sectoriais, documentos legais, artigos científicos e estatísticas. Por
outro lado, foram consultadas (acesso a relatórios) instituições que directa ou
indirectamente impactam as PMEs, bem internacional a sua internacionalização via
exportações.
1.4. Quadro Teórico Conceptual
1.4.1. Internacionalização
Na perspectiva histórica, a internacionalização de negócios e empresas começou com a
habilidade do homem em viajar para além de fronteiras e tradicionalmente
atravessando mares (Masum e Fernandez 2008). Pesquisadores e académicos deram
os primeiros passos para a conceptualização deste termos usando diferentes
perspectivas. Johanson e Wiedersheim-Paul (1975) e Johanson e Vahlne (1977) citados
por Shirani (2009) iniciaram de forma sistemática a discussão e parametrização
académica da internacionalização na perspectiva de negócios. O termo
internacionalização é ambíguo e as definições variam dependendo das variáveis a
incluir. Por exemplo, Penrose (1959) focaliza a internacionalização nas competências e
oportunidades para uma determinada firma no seu ambiente externo. Similar a
Penrose (1959), Welch e Luostarinen (1988) definiram a internacionalização como
sendo o processo no qual uma empresa aumenta o seu envolvimento e operações
internacionais. Até este período, várias tentativas de definição da internacionalização
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focalizam para relações comercias externas via exportações. Esta característica é
igualmente partilhada por Later e Calof e Beamish (1995) citado por Torsnet (2008)
que de forma simplificada enunciou a internacionalização como o processo de
adaptação do funcionamento das empresas aos diversos ambientes internacionais.
McDougall e Oviatt (2000) foram mais além do conceito da internacionalização, ao
definir uma empresa internacional. Estes autores, definem empresa internacional
como sendo a “combinação da inovação, abordagem e comportamento/reacção face
ao risco que atravessa fronteiras nacionais e tende a criar valor nas organizações”.
Literatura consultada indica que esta é uma das definições amplamente aceites pelos
pesquisadores da matéria. Posteriormente, McDougall e Oviatt (2005) embeberam na
definição, variáveis de i) descoberta (busca de oportunidades inovativas); ii)
performance (pôr proactivamente as oportunidades na busca de vantagens
competitivas); iii) avaliação (necessário para o desenvolvimento de experiência e
conhecimento que se pode replicar noutros ambientes externos/internacional); e iv)
exploração (desenvolvimento futuro de oportunidades).
1.4.2. Processos de Internacionalização
a) Um Olhar Para Além das Exportações
Na sua pesquisa sobre internacionalização, Masum e Fernandez (2008) verificaram que
grande parte da literatura sobre internacionalização de negócios indica as exportações
como a principal actividade de negócio internacional. A exportação é a forma mais
popular, rápida e fácil para muitas PMEs tornarem-se internacionais. Contrariamente
às outras formas de entrar em novos mercados externos, a exportação requere
comparativamente pouco cometimento do capital das PMEs, oferece superior
flexibilidade na gestão e envolve baixos riscos de negócios (Leonidouet al 2007).
Embora a exportação continue a ser significativa no crescimento das empresas, nas
últimas décadas as empresas vêm focalizando noutras diferentes actividades de
negócios como forma de internacionalização e com intenção alcançar vantagens
competitivas. É o caso de parcerias com empresas e investimentos estrangeiros e
redes de relacionamento além-fronteiras tem sido um caminho importante para a
facilitação de troca de tecnologia e conhecimento entre as PMEs, permitindo-lhes a
formulação de fortes estratégias de negócio internacional.
Várias teorias da internacionalização sugerem que algumas PMEs internacionalizam-se
via “Stagemodel”, isto é cautelosamente e progressivamente iniciam a
internacionalização faseada e controlada (Masum e Fernandez, 2008). Por outro lado,
outras PMEs são criadas já aptas para a internacionalização e internacionalizam-se
logo na sua fase embrionária.
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b) Motivo para a Internacionalização das PMEs:
a. Proactivo e Reactivo
Existem diferentes motivos para a internacionalização das PMEs. O mais frequente é
ter acesso a novos e grandes mercados para o seu crescimento. As empresas
expandem no mercado os seus produtos através da exportação ou criando subsidiárias
ou até mesmo joint ventures a nível internacional. Muitas empresas vão além
fronteiras para acederem conhecimento e tecnologias para se manterem competitivas.
Isto significa que vários diferentes processos de internacionalização são levados a cabo
pelas PMEs, com vista a alcançarem diferentes metas estratégicas. No seu artigo,
Guido (2012) complementa que empresas bem-sucedidas tendem a actualizar-se
constantemente e desenvolver a capacidade de prever e antecipar às mudanças dos
mercados externos.
Segundo Hollensen (1998), o processo da internacionalização duma PME pode ser
dinamizado ou motivado por dentro ou fora da empresa. A intenção da PME em
internacionalizar-se é influenciada pelas oportunidades de mercados externos /
internacionais (Albaum, Stranskov e Duerr, 1998). Essas oportunidades serão estímulos
ás PMEs se tiverem recursos para entrar no mercado. Segundo estes autores, existem
duas formas comumente aceites pelas quais as PMEs decidem internacionalizarem-se.
As PMEs podem receber estímulo interno ou externo para decidirem iniciarem as
exportações, onde tanto as qualidades internas e a ambiente exterior tem um papel
importante. Primeiro, quando a empresa vê oportunidade ou demanda num certo
mercado e decide responder a tal demanda, a isto é designado (pushfactors –
internacionalização reactiva). Segundo, quando a firma decide internamente avançar
para novos mercados e criar a demanda pela oferta do seu produto, que
antecipadamente a firma já o terá ajustado a novos mercados externos, a isto é
designado (pull factors – internacionalização pró-activa).
c) Formas de Entrada no Mercado Rumo a Internacionalização
Segundo Hill (2007) há três questões básicas a analisar antes das PMEs embarcarem na
internacionalização: a) mercado a focalizar (o mercado mais atractivo para a PME, para
encontrar o balanço entre benefícios, custos e riscos); b) quando sair além fronteiras
(ser a primeira PME a entrar num determinado mercado do seu produto, ou esperar
que outras empresas entrem e a PME segue depois da estabilidade ou depois de bem
conhecida a demanda); c) a escala (entrar no mercado envolvendo grandes
cometimentos, o que implica grandes volumes de recursos).
Após a análise das questões acima pela PME, segue agora a fase de como
internacionalizar.
1.4.3. Pequenas e Médias Empresas
A definição de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) tem muitas conotações entre
pesquisadores e profissionais, e estes critérios quantitativos para a sua identificação
ou classificação. Nesta perspectiva, PMEs refere-se a empresas em todos sectores
desde que não excedam um determinado tamanho (Masum e Fernandez 2008).
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Pesquisadores foram unânimes na proposta de indicadores para a categorização das
PMEs tais como lucro, capital total, posição no mercado, número de trabalhadores e o
rendimento anual. Porém em várias definições de PMEs incluindo a da União Europeia
e do Governo de Moçambique (GoM), o número de trabalhadores e o volume de
negócios anual são comummente usados como os mais apropriados critérios
quantitativos.
Para o presente trabalho, o foco de análise são as Pequenas e Médias Empresas,
segundo a definição destas acima citadas.
1.4.4. Características de PMEs
Com vista a alcançar-se o objectivo deste trabalho de pesquisa, é pertinente
estabelecer-se uma base comum de percepção das características das PMEs e suas
potencialidades e fraquezas rumo ao processo de internacionalização. Segundo
Ghobadian e Gallear (1996), a estrutura organizacional das PMEs é orgânica quando
comparada com estruturas burocráticas de grandes empresas. Isto significa que há
ausência de padronização nos seus processos e prevalência de não-rígidos processos e
informais relações laborais. No contexto da iniciação a internacionalização, estas
características tornam das PMEs mais flexíveis a adaptação e sobrevivência aquando
de mudança de ambiente de negócios comparativamente as grandes empresas,
normalmente pouco flexíveis.
Hollensen (2001) explicou de forma explícita as características mais salientes das PMEs
na seguinte sequência:
a) Organização: Os recursos humanos das PMEs são geralmente pessoas próximas
do proprietário ou gestor da empresa, e há prevalência de informalidade
burocrática. Em algumas circunstâncias a capacidade técnica pode ser colocada
em causa dada a contratação baseada na confiança.
b) Vulnerabilidade ao Risco: O risco pode ocorrer em situações onde a
sobrevivência da empresa é ameaçada, ou grande competitividade do mercado
mina as suas actividades. Geralmente pela falta de experiencia e informação
sobre mercados estrangeiros, a emprese toma uma decisão de risco relativo ao
processo e avançar ou parar no processo de internacionalização quer seja por
via de exportações ou prestação de serviços.
c) Flexibilidade: Esta é provavelmente um dos grandes atributos das PMEs no
contexto da internacionalização. A experiencia de comunicação directa com o
cliente ajuda as PMEs a reagirem rapidamente e as torna mais flexíveis às
necessidades do cliente.
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2. DESCRIÇÃO E DADOS
2.1. Enquadramento Geográfico, Socioeconómico e Político de Moçambique
2.1.1. Enquadramento Geográfico e Regionalização
Moçambique está localizado no sudoeste
de África, e é um país da costa oriental da
Africa Austral limitado a norte pela
Tanzânia, Malawi e Zâmbia. A leste pelo
Oceano Índico e Canal de Moçambique, e
possuí uma área de 800.000 km² (INDE
2009). Em termos administrativos, está
dividido em 10 Províncias, 128 Distritos,
394 Postos Administrativos e 1 042
Localidades (Idem).
A localização de Moçambique confere
uma posição geoestratégica para o
desenvolvimento dos mercados dos
países da SADC. Esta apresenta
potencialidade para se tornar a principal
porta de entrada e saída de capitais para
a região da África Austral (SADC). Esta
vantagem resulta da potencialidade de
que dispõe, desde os recursos naturais a
infraestruturas que servem de plataforma
giratória para os países de hinterland1
sem acesso ao mar e para
desenvolvimento do próprio país
(Moçambique).
2.1.2. Enquadramento Socioeconómico
Segundo o terceiro Censo Nacional de 2007, Moçambique tem uma população total de
21,397,000 habitantes (INE 2007). Os recursos que Moçambique apresenta
contribuem para a dinamização dos mercados regionais através da utilização das suas
infra-estruturas para o transporte de mercadorias de e para os países do hinterland. Os
principais produtos agrícolas segundo dados de 2007, compreendiam o algodão, a cana-de-
açúcar, a castanha de caju, a copra (polpa do coco), mandioca e milho (INE, 2007).
Cerca de 45% do território moçambicano tem potencial para agricultura, porém 80%
dela é de subsistência. Os dados preliminares indicam um aumento do PIB real de 7,4%
em 2012. Este crescimento teve um cariz generalizado e foi liderado pelo arranque da
produção e das exportações de carvão, pela agricultura, pelos sectores da construção e
serviços financeiros (INE, 2013).
Figura 1: LocalizacaoGeografica de Moçambique
(Fonte: DNA 1999)
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A inflação havia caído rapidamente em 2012, apoiada por preços efectivos baixos
(face aos previstos) dos bens alimentares importados e pela estabilidade dos preços
administrados (combustíveis, transporte público, serviços de utilidade pública). A taxa
de inflação homóloga caiu para 2,2% em 2012, a menor taxa na Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC), mas aumentou para 5,1%em Abril de 2013,
reflexo do aumento dos preços alimentares devido às inundações (GLM, 2013).
A existência de corredores de desenvolvimento, vêem a proporcionar um impulso à
proliferação de PMEs exportadoras, por via destes corredores. Os principais são os de
i) de Maputo, que liga o porto de Maputo às províncias do norte da África do Sul; ii) da
Beira, que liga o porto da beira ao Zimbabwe, Zâmbia, Malawi, Republica Democrática
do Congo; e iii) de Nacala, que liga por estrada o porto de Nacala ao Malawi, Zâmbia e
Democrática do Congo.
As principais riquezas nacionais passíveis para a exportação via PMEs são abaixo
categorizadas por províncias. Estes recursos ocorrem em abundância dadas as
condições agro-ecológicas do país.
Table 1: Potencialidades para Exportação por Províncias
PROVÍNCIAS RECURSOS/ RIQUEZA
REGIÃO CENTRO
Niassa Algodão, Milho, Sorgo, Madeiras, Pedras semipreciosas
Cabo Delgado Mármore, grafite, Solos, Subsolos Floresta, Fauna
Nampula
Pedras Preciosas, Uranio, Produtos florestais, Algodão, Amendoim, Tabaco,
Caju
REGIÃO CENTRE
Zambézia
Algodão, Chá, Camarão, Pedras preciosas, Abacaxi, Copra, Café,
Soja,Tangerina, Tantalite, Columbite, Microlite, Lipidolite e Berilo industrial
Tete
Recursos Minerais: Ouro, Carvão, Ferro, Prata, Grafite
Recursos Florestais (madeira): Umbila, Miombo, Pau-preto, Ntondo e
Chanfuta.
Recursos Agrícolas: Algodão, Tabaco, Milho, Amendoim, feijão.
Pecuária: gado bovino e Caprino
Manica
Criação Agropecuária,
Produção Hortícola
Produção de Tabaco, Ouro, Mica, Fluorite e Calcopirite
Sofala
Recursos Minerais: Cobre, Ferro, Gás natural
Recursos Agrícolas: Citrinos, Açucareiras
Recursos Florestais: Madeira
Pescatórios: Camarões
REGIÃO SUL
Inhambane Recursos Minerais: Copra, Gás natural e Petróleo
Recursos Florestais: Borracha
Recursos Agrícolas: Tangerina, nozes
Pescatórios: Camarões, e lagosta
Gaza Recursos Agrícolas: Castanha de Caju
Recursos Florestais: Chanfuta
Maputo Citrinos, Açúcar, Calcário, Diatomito e Algodão
Fonte: AEP (2014)
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A Tabela 2 visualiza os principais produtos exportados pelas PMEs, bem como o país de
destino.
Table 2: Produtos Exportados pelas PMEs (Amostra)
PME MOÇAMBICANA
PRODUTO EXPORTADO PAIS DE DESTINO
NOME LOCALIZAÇÃO
1. CAIA COMERCIAL, LDA
Beira
Madeira China
2. AFRICAN AND EASTERN
METAL, LDA
Sucata de Ferro Dubai
3. AQUA PESCA, LDA Zambézia
Camarão
Amêixoa
França
4. COCO MOZ, LDA
Inhambane Coco
Africa do Sul
5. DARLING COMERCIAL
Maputo
Cabelos sintéticos
6. DIAMENTE COCO, LDA Coco Ralado
7. FAMOL, LDA Farinha
8. PAGALATA, LDA
Produtos
recicláveis
9. INCHOPE MADEIRAS, LDA Manica Madeira China
10. CONDOR NUTS, LDA. Nampula Castanha de Caju
Holanda
EUA
Bélgica
O EconomistIntelligenceUnit (EIU) projecta uma taxa de expansão da actividade
económica de 8,5% para 2013 e de 8,0% e 7,5% para 2014 e 2015, respectivamente.
O investimento em infraestruturas e os esforços para aumentar a baixa produtividade
do sector agrícola (investimento em colheitas comerciais e no crescimento do sector
tradicional dos pequenos agricultores), contribuirão para os elevados índices de
crescimento do PIB. Antevê-se igualmente que os sectores dos transportes,
comunicações, turismo, indústria e financeiro continuem a crescer de forma
sustentada.
Table 3: Principais Indicadores Macroeconómicos
Notas: (a) Valores atuais (b) Estimativas (c) Previsões (MZN) Metical (USD) Dólares, SD(sem dados=
Fonte: AICEP 2014()
PRINCIPAIS INDICADORES
MACROECONÓMICOS
Unidade 2009
a
2010
a
2011
a
2012
b
2013
b
2014
c
2015
c
PIB a preços de mercado 10
9
USD 9,2 9,3 12,6 14,2 14,9 16,8 18,9
PIB per capita (em PPP) USD 917b
979b
1.043 1.101 1.174 1.256
Crescimento real do PIB % 6,8 7,1 7,3 7,4 6,5 7,3 7,6
Consumo Privado Var. % 0,5 8,1 6,9 8,0 7,8 7,4 SD
Consumo Público Var. % 2,5 9,1 13,2 11,1 11,2 7,6 SD
Formação bruta de capital fixo Var. % 22,0 6,6 11,0 11,0 10,0 10,0 SD
Taxa de inflação (média) % 12,70 12,70 10,35 2,09 5,53 5,63 5,60
Saldo do setor público % do PIB -3,7 -4,2 -5,3 -4,2 -8,7 -8,1 -7,8
Saldo da balança corrente 10
9
USD -1.30 -1,45 -3,00 -6,30 -6,01 -6,31 -6,66
Saldo da balança corrente % do PIB -11,6 -19,6 -18,2 -18,4 -19,8 -19,7 SD
Dívida Pública % do PIB 36,2
b
46,1
b
39,3 42,2 46,7 49,9 52,2
Taxa de juro ativa (média) % 16,3 19,1 18,8 19,0 18,5 18,0 SD
Taxa de câmbio (final do período) 1USD=xMZN 32,60 27,30 29,30 27,70 27,50 27,00 SD
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Em 2013, o Executivo Moçambicano apostou na indústria e na agroindústria para criar
cerca de 216.000 postos de trabalho, dos quais 162.000 no sector privado.
Impulsionado pela emergente indústria extrativa, que deverá crescer cerca de 19%, o
crescimento do PIB deverá rondar 6,5%, que contará ainda com uma subida de 17,7%
no sector financeiro, de 14,1% nos transportes e de 4,6% na agricultura.
Para o EIU, a taxa de inflação deverá ter registado uma descida notável, de 10,4% em
2011 para 2,1% em 2012, suportada por um bom ano agrícola, pela descida da cotação
dos produtos alimentares e pela contenção da política monetária do final de 2011.
A política fiscal para os próximos cinco anos terá uma natureza expansionista, com o
Governo a investir em infraestruturas e a melhorar o alcance dos apoios sociais.
2.2. INTERNACIONALIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE PME EM MOÇAMBIQUE
O desenvolvimento do mundo dos negócios tem vindo a romper todas as fronteiras,
sendo a crescente internacionalização das empresas, um dado adquirido
independentemente da sua dimensão, sector de actividade ou área geográfica de
origem.
No processo de internacionalização, as empresas percorrem diversas fases assumindo
uma orientação maisetnocêntrica (“empresa internacional com mentalidade
doméstica”) ou mais poli-cêntrica (empresa multinacional, que tem em conta as
diferenças nacionais), ou mista (empresa global). A última fase do desenvolvimento
dainternacionalização corresponde ao que tem sido designado empresa transnacional
(Bartlett e Ghoshal, 1991), aquela que adopta uma visão global, tendo, no entanto, em
vista as diferenças locais.
A análise estratégica global da empresa a longo prazo, é um factor determinante da
estratégia de internacionalização e que está ligado a três factores:
- Historial da Empresa
- Cultura para a Internacionalização
- Personalidade das partes integrantes
É preciso que as empresas ao tomarem a decisão para a internacionalização, de
antemão criem um sistema de vigilância, para avaliarem as ameaças e as
oportunidades, para que claramente possam definir os seus espaços geográficos de
forma a poder eliminar à partida os referidos espaços que não tenham potencial de
expansão ou nos quais a concorrência já domine o mercado. É uma fase complexa, em
que deve fazer uma análise do ambiente concorrencial internacional, que incluirá os
seguintes elementos:
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De acordo com os dois critérios acima indicados, o GoM (2011) através do Boletim da
República (Decreto nr 44/2011) considera:
a) Micro Empresa (MiE), aquela cujo número de trabalhadores e o volume anual
de negócios não excedam quatro trabalhadores e um milhão e duzentos mil
meticais;
b) Pequena Empresa (PE), aquela cujo número de trabalhadores varia de cinco a
quarenta e nove, e o volume anual de negócios é superior a um milhão e
duzentos mil meticais e menor ou igual a catorze milhões e setecentos mil
meticais;
c) Médias Empresas (ME), aquela cujo número de trabalhadores varia de
cinquenta a cem, e o volume anual de negócios é superior a catorze milhões e
setecentos mil meticais e menor ou igual a vinte e nove milhões e novecentos e
setenta mil meticais.
Para o caso de Moçambique, o critério de volume de negócios prevalece sobre o
critério do número de trabalhadores. Porém, o GoM não considera Micro, Pequenas
nem Médias Empresas (MPMEs) as que tenham mais de vinte e cinco porcento de
participações detidas por uma grande empresa ou pelo estado.
Algumas estratégias de internacionalização possiveis de serem utilizadas pelas PMEs
são: actuar de maneira inovadora com foco em nichos específicos que apresentam
menor rivalidade empresarial, por exemplo, uma estratégia de sobrevivência adoptada
em mercados globalizados de alto risco e elevada competitividade. Do mesmo modo,
existem estratégias alternativas de entrada no mercado internacional que necessitem
de pouco capital ou restrinjam o investimento através da posse somente de activos
essenciais à sobrevivência da empresa e de modos alternativos de controle para o
acesso a outros activos, a fim de ultrapassar barreiras relacionadas à escassez de
recursos financeiros e organizacionais decorrentes do tamanho destas empresas. A
ausência de poder de mercado também pode ser superada através da formação de
alianças estratégicas, participação de redes de relacionamentos e, formação de
cooperativas e consórcios.
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Habitualmente o processo de internacionalização tende a seguir uma sequência de
etapas / estágios, sendo que a passagem de um estágio para outro vem acompanhada
de uma aprendizagem progressiva dos mercados e das actividades.
Moçambique nos últimos 20 anos, apresentou um crescimento económico favorável e
esse crescimento traduz-se num aumento de PMEs, por um lado porque as pequenas e
médias empresas carecem numa fase inicial de menor investimento e por outro os
custos são mais reduzidos. No entanto, o crescimento das PMEs é insuficiente para
fazer face à contribuição necessária para o emprego do país, por outro lado as
oportunidades de oferta de emprego não são suficientes, o volume bruto de negócio
não atinge sequer metade do volume bruto do negócio, a produtividade laboral das
PMEs é baixa, a distribuição as PMEs ao longo do país é assimétrica.
As PMEs são um stakeholder em qualquer economia do país. O apoio que
normalmente o governo oferece às PMEs, traduz-se através de programas de incentivo
e apoio ao desenvolvimento dessas pequenas e médias empresas. O papel da PMEs
numa economia tem várias dimensões: primeiro geram emprego, segundo geram
competitividade no país, terceiro a tendência é a diversificação de actividades
estimulando a inovação e a criatividade e por último mobilizam recursos sociais e
económicos.
Em Moçambique, o governo criou programas específicos de apoio às PMEs e o
Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IPEME). Este é o organismo que
gere os programas e define as estratégias que vão de encontro com o programa de
luta contra a pobreza (PARPA). Em Moçambique o sector económico predominante
das PMEs é o comércio, seguida do ramo hoteleiro e indústria de pequena escala.
Numa perspectiva de ambiente de negócios, as empresas têm de ser capazes de se
posicionarem competitivamente face ao ambiente externo que os rodeia.
Para as PMEs o acesso aos mercados externos faz-se de forma mais básica através da
exportação. Esta opção alternativa é bastante utilizada, pois requer um grau reduzido
de risco e comprometimento por parte da empresa. Ocorre principalmente quando um
produto ou serviço é transportável.
Com base nos dados do Instituto para Promoção de Exportações (IPEX), organismo que
é tutelado pelo Ministério da Indústria e Comércio, as exportações de Moçambique
evoluíram de 2.18 mil milhões de dólares em 2010 para 2.6 mil milhões de dólares em
2011, tendo se fixado em 3.5 mil milhões de dólares em 2012.
As exportações moçambicanas cresceram assim 19% em 2011 e 34% em 2012,
comparativamente aos anos transactos. Conforme a tabela que a seguir se apresenta,
relativa ás exportações por principais produtos em 2012, pode-se conferir o peso
significativo que as exportações de lingotes de alumínio da Mozal representam no total
das exportações de 2012, com um valor de 31.37%, traduzindo a importância deste
megapropecto na economia nacional. Por outro lado, destacam-se as exportações de
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Energia Eléctrica (6.73%) e Gás Natural (5.05%), e as de produtos tradicionais como o
Açucar (4.21%).
Table 4: Exportações por principais produtos em 2012 (em milhares dólares)
Descrição Total Anual Peso
Lingotes de alumínio 1,088,643 31.37%
EnergiaEléctrica 233,410 6.73%
Gás Natural 175,058 5.05%
Camarão 17,860 0.51%
Açucar 146,105 4.21%
Tabaco 227,897 6.57%
Algodão 47,561 1.37%
Madeiras 108,622 3.13%
Reexp. Combustíveis 13,475 0.39%
Bunkers 28,046 0.81%
Castanha de Caju 3,930 0.11%
Amêndoa de Caju 13,850 0.40%
Outros 1,364,482 39.32%
TOTAL GERAL 3,468,939
O Tabaco, as Madeiras e o Algodão, são as matérias-primas tradicionais mais
exportadas em Moçambique, com um peso de respectivamente de 6.57%, 3.13% e
1.37% face ao volume total das exportações.
Registe-se um peso bastante insignificante das exportações de outras matérias-primas
tradicionais, como é o caso da Castanha de Caju e da Amêndoa de Caju, também o
mesmo se verificando na exportação do produto tradicional Camarão.
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31%
7%
1%
5%0%7%1%3%4%
40% 0%
0%
1%
Lingotes de alumínio Energia Eléctrica Camarão
Gás Natural Reexp. Combustíveis Tabaco
Algodão Madeiras Açucar
Outros Castanha de Caju Amêndoa de Caju
Bunkers
Figura 2: Peso das exportações dos principais produtos em relação ao total de exportações em 2012
(em %)
O contributo das empresas nacionais em geral, e das Pequenas e Médias Empresas
(PMEs) em particular, que se dedicam às exportações da maioria das matérias-primas
tradicionais (Castanha de Caju, Amêndoa de Caju, Algodão e Madeiras) é assim
bastante diminuto no volume das exportações do País.
Tirando o caso do Tabaco, todas matérias-primas tradicionais são largamente
exportadas em bruto, ou seja, sem nenhum processamento industrial, o que mostra
que, devido à ausência duma indústria nacional sectorizada, não se consegue gerar um
maior rendimento na aplicação destas matérias-primas para a economia
Moçambicana.
Note-se que as exportações de produtos classificados como “Outros” tornam-se
bastante importantes, pois atingiram um valor superior em 7.95% ao da Mozal, tendo
atingido 39.32% das exportações totais de 2012. No entanto, não foi possivel conhecer
a decomposição dessa rubrica, e portanto não podemos concluir sobre quais os
produtos exportados, nem sobre qual foi o contributo das Pequenas e Médias
Empresas (PMEs) nessas exportações.
No que diz respeito aos destinos das exportações moçambicanas que constam da
tabela que a seguir se apresenta, os Países Baixos absorvem 26.56% das exportações
de Moçambique, seguidos pela África do Sul (19.22%), Outros Paises (18.79%) e China
(18.37%).
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Table 5: Principais destinos das exportações em 2012 (em milhares dólares)
Países de destino 1,000.00 US$ Peso
Paisesbaixos 921,432 26.56%
África do Sul 666,800 19.22%
ReinoUnido 151,149 4.36%
China 637,337 18.37%
Zimbabwe 61,943 1.79%
Espanha 50,079 1.44%
India 107,959 3.11%
Itália 87,166 2.51%
EUA 50,911 1.47%
Suiça 83,080 2.39%
Outros Paises 651,083 18.77%
TOTAL GERAL 3,468,939
O volume de exportações de Moçambique para um conjunto de 7 paises (Reino Unido,
Zimbabwe, Espanha, India, Italia, EUA e Suiça) é baixo e totaliza a 17.7% das
exportações totais de 2012. As exportações de Mocambique para os países da
Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) não são especificadas pelo
que se conclui que foram muito baixas, exceptuando o caso do Zimbabwe que
absorveu 1.79% das exportações de 2012. No caso da Comunidade dos Paises de
Lingua Oficial Portuguesa (PALOP) verificou-se que, em 2012, não que não são
especificadas, pelo que também se conclui que foram muito baixas.
É importante referir que no âmbito do processo de capacitação de Pequenas e Médias
Empresas (PMEs), está em curso em Moçambique, um projecto de exportação,
financiado pelo governo holandês, com vista a ajudar a exportar uma grande variedade
de produtos agrícolas e de artesanato para a União Europeia. Os produtos agrícolas
seleccionados são castanha de caju, ananás, manga, feijão-verde, pimentos, e
amendoim, provenientes de produtores de Nampula, Cabo Delgado, Sofala,
Inhambane, Manica, Gaza e Maputo. Para atender os requisitos de qualidade e
embalagem da UE, os agricultores de Moçambique receberam assistência técnica de
uma agência holandesa.
De referir o cenário das exportações do País por provincias, onde a Província de
Maputo representa 51% do volume de exportações de 2012, seguida de Tete (14%),
Cidade de Maputo (13%), Sofala (9%), Cabo Delgado (9%) e Nampula (4%). Destaque
assim para Tete, Cabo Delgado e Nampula no cenário das exportações do País, o que
confirma que o aumento significativo das exportações de Moçambique em 2011 e
2012, é resultado das exportações dos megaprojectos e de empresas multinacionais da
indústria extractiva dos recursos minerais.
Fica claro, que as PMEs moçambicanas não só não se internacionalizam, bem como,
não exercem peso significativo nas exportações de Moçambique.
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2.2. Perspectiva Institucional e Legal: O Papel do Estado na Internacionalização
das PMEs
a) Perspetiva Institucional
Dentre vários objectivos, o GoM criou o Instituto para a Promoção das Pequenas e
Médias Empresas (IPEME) em 2008, com a intenção de incentivar as empresas
moçambicanas com destaque para as PMEs a procurarem a sua internacionalização
que possa garantir a conquista dos mercados a nível mundial (Portal do GoM, 2014). O
IPEME é a instituição pública moçambicana que tem como missão incentivar a
implantação, a consolidação e o desenvolvimento de empreendimentos de pequeno
porte em Moçambique. O IPEME foi criado em 2008, vinculado ao Ministério da
Indústria e Comércio, mas é dotado de autonomia administrativa e financeira.
Precedente a criação do IPME, e com objectivo de incentivar as exportações
parcialmente por via das PMEs, o GoM criou em 1990, o Instituto para a Promoção de
Exportações (IPEX), que é uma unidade socioeconómica com fins não lucrativos, criado
em 1990, com o objectivo de impulsionar e coordenar a execução de medidas e
políticas que visem o desenvolvimento das exportações moçambicanas. Na sua missão,
o IPEX reconhece o potencial das PMEs na dinamização das exportações, por via de i)
influenciar políticas sobre o comércio externo; ii) promover as exportações em
coordenação com o sector privado, atenção especial é igualmente dada as PMEs; iii)
facilitar o acesso além fronteiras de produtos e serviços nacionais; iv) recolher, tratar e
disseminar informação comercial.
O acesso a informação sobre potenciais mercados e produtos com isenções ou
incentivos fiscais no âmbito do acordo regional de comércio e acordos bilaterais,
constitui uma das maiores barreiras à internacionalização das PMEs por via de
exportações. É nesta perspectiva que o IPEX vem a ser uma instituição mais-valia na
promoção da internacionalização das PMEs (exportações), uma vez disponibiliza estes
acordos comerciais preferenciais por produtos da África e de Moçambique em
particular.
Por seu lado, as PMEs são as que detêm de maior responsabilidade no seu processo de
internacionalização, pese embora o papel do governo por via de incentivos fiscais e
criação de plataformas como o LIDE. É papel das PMEs pesquisarem e organizarem-se
para explorar a potencialidade doutros mercados regionais e internacionais.
Igualmente, as PMEs devem explorar as facilidades de cooperação multilateral já
existentes tais como os acordos de livre circulação de bens e mercadorias na SADC, o
protocolo AGOA1
(2010) e outros instrumentos em favor de sua internacionalização.
Ainda no contexto institucional para a promoção da internacionalização das PMEs, foi
estabelecido em 2012 em Moçambique a Organização Grupo de Líderes Empresariais
1
AGOA -no sentido geral é a Lei dos Estados Unidos para o Crescimento e Oportunidade de África
(AGOA), um programa central de desenvolvimento económico. É a “pedra angular” da política
americana para África, baseando na remoção de barreiras aduaneiras na comercialização de
determinados produtos da África para os Estados Unidos.
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(LIDE Moçambique). Neste âmbito, o GoM enfatizou o seu cometimento no apoio as
PMEs para se internacionalizarem, em busca de novos mercados e parceiros
internacionais2
. A LIDE irá funcionar como um mecanismo para as empresas
participantes moçambicanas desempenharem um papel decisivo no desenvolvimento
de contactos com outros países e mercados, sejam eles americanos, europeus
africanos ou asiáticos, ajudando-as a posicionarem a imagem de Moçambique, das
empresas ao mais alto nível à escala global (LIDE-Portugal3
, 2013). Através das boas
práticas que o LIDE tem desenvolvido noutros países, espera-se que a LIDE consiga
assegurar uma maior transparência nos negócios que permita que os empresários
nacionais possam competir em condições de igualdade com os seus congéneres
internacionais em mercados internacionais. Esta é considerada uma iniciativa
institucionalizada que vai dar um impulso às iniciativas de internacionalização das
empresas moçambicanas com destaque para as PMEs.
b) Perspectiva Legal
O Decreto 44/2011 do GoM (2011) o qual define o Estatuto Geral das Micro, Pequenas
e Médias Empresas, vem a estabelecer regras sobre a criação e funcionamento das
PMEs em Moçambique. Ao reconhecer o papel no estado no fortalecimento das
mesmas para tornarem-se mais competitivas, o Decreto reconhece indirectamente a
necessidade das PMEs conquistarem até mercados regionais e internacionais.
Na perspectiva legal, interessado em promover e fortalecer as PMEs, o GoM aprovou
em 2007 a Estratégia para o Desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas em
Moçambique, sob coordenação do Ministério da Indústria e Comércio (MIC). A
Estratégia (MIC, 2007) reconhece a existência de várias barreiras no ambiente de
negócios da PMEs a nível nacional e que estas podem as enfraquecer, vedando-as
oportunidades para iniciarem a sua internacionalização, quer seja por exportações ou
prestação de serviços no mercado regional da SADC ou internacional. Adicionalmente,
através do Banco de Moçambique, o GoM prende-se com a promoção da poupança
interna e do alargamento dos serviços financeiros (IESE4
2010).
Com vista a evitar a dupla tributação internacional sobre os rendimentos, Moçambique
celebrou Acordos bilaterais com os seguintes Estados: Portugal, Itália, Maurícias,
Emirados Árabes Unidos, Governo da Região Administrativa Especial de Macau da
República da China, República da África do Sul, República da Índia, Botswana e
Vietname. Através dos referidos acordos bilaterais, os sujeitos passivos residentes em
cada um dos Estados signatários (incluindo PMEs), poderão deduzir à colecta de IRPC o
menor valor entre i) o imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro; e a ii) fracção
da colecta do IRPC, calculado antes da dedução, correspondente aos rendimentos que
no país em causa possam ser tributados. Isto significa que para as PMEs que exportam
produtos ou serviços para fora do país, encontram nestes acordos bilaterais mais um
incentivo para a sua internacionalização.
2
http://www.noticias.mozmaniacos.com/2012/08/governo-recomenda-internacionalizacao.html#axzz306d8PXUo
3
http://www.lideportugal.com/#!eventos/cj1y
4
http://www.iese.ac.mz/lib/saber/rec_2847.pdf
19. 19
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2.3. Abertura de Mercados Externos
Moçambique abriu as portas aos mercados externos, através de tratados e acordos
assinados com diversos países, dos quais destacamos o Protocolo Comercial SADC, GSP
(Nações Unidas), Convenção de Lomé/Cotonou, EBA’s (União Europeia), AGOA (EUA),
SPTT (China).
Uma das principias abertura ao mercado da região foi a criação do bloco económico e
politico SADC constituído em 17 de Outubro de 1992, composto por 15 países
membros. (SADC5
1992). Angola, África do Sul, Botswana, R.D. Congo, Lesoto,
Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Suazilândia,
Tanzânia e Zâmbia.
Os objectivos gerais deste bloco económico são, estimular o comércio de produtos e
serviços entre os países membros, redução da pobreza e melhorar a qualidade de vida,
maximizar o uso dos recursos naturais região e a redução e unificação das tarifas
alfandegárias e taxas de importação e exportação nas relações comerciais entre os
países membros.
O Protocolo Comercial da SADC6
tem como um dos principais objectivos a liberalização
do comércio-inter-regional de bens e serviços e o estabelecimento de uma área livre
para o comércio.
Para alcançar este objectivo, foram acordadas a nível do Protocolo, as reduções das
taxas de importação de mercadorias ate que estejam em zero, em 2015. Neste âmbito
as PME têm a oportunidade de exportar os seus produtos a outros mercados da
região, de forma menos onerosa e mais competitiva.
“Moçambique rende anualmente 680 milhões de dólares norte-americanos
como resultado da exportação de quinze produtos agrícolas diversos para os
países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC). No
âmbito do plano de ação do sector industrial, o Governo anuncia que vai dar
enfoque à produção e comercialização dessas culturas, assegurando a melhoria
crescente do ambiente de negócio e das tecnologias envolvidas no processo
produtivo, a eliminação das barreiras ao negócio e o fortalecimento de
instituições como os Institutos para Promoção de Exportações (IPEX) e de
Normalização e Qualidade (INOQ). “ (MERCOSUL-CPLP7
, 2007) ”
As PMES moçambicanas têm o ambiente macroeconómico favorável a
internacionalização através das exportações, com o seu foco nos países da SADC.
5
http://www.sadc.int/
6
http://www.sadc.int/
7
http://mercosulcplp.blogspot.com/2007/07/moambiqueexportaes-de-produtos-agrcolas.html
20. 20
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Os acordos de redução das taxas e tarifas aduaneiras são os incentivos para as PMES
não se cingirem apenas nas exportações, ou seja, saírem do estágio “Stagemodel” e
passarem a ter presença em outros mercados, pela via de abertura de subsidiárias, ou
pela via de criação de parcerias com empresas, nos países da região.
Como toda a politica economica, o plano de regionalização da SADC apresenta desafios
e oportunidades aos paises envolvidos, traduzidos em vantagens e desvantagens.
Vantagens
a) Alargamento do mercado
b) Especialização produtiva dos vários territórios;
c) Aumento da concorrência;
d) Possibilidade de escolha para o consumidor;
e) Otimização dos recursos naturais, mão-de-obra e de capital.
f) Melhores condições de exportação para o exterior da área integrada;
g) Possibilidade de atrair para área integrada capital do exterior
Desvantagens
a) Dificuldades de transição criadas pelas atividades económicas menos eficientes
em resultado da concorrência proveniente de outros territórios,
b) Dificuldades no desenvolvimento económico dos territórios pouco evoluídos;
c) Dificuldades de transição resultantes de desaparecimento das proteções
aduaneiras,
d) Desigualdades na repartição dos benefícios da integração entre territórios com
diferentes níveis de desenvolvimento;
e) A semelhança de recursos oferece poucas oportunidades para o comércio intra-
regional;
f) Insuficiência de níveis de cooperação. A construção nacional parece preceder a
integração regional; As economias da SADC caracterizam-se por moedas muito
instáveis, que distorce o comércio regional;
g) Falta de transparência no comércio e relativamente aos incentivos para
investimentos;
h) Existência de outros agrupamentos que influenciam o progresso da SADC;
i) Perda de receitas fiscais (NAMBURETE, 2002)
2.4. Análise SWOT na Internacionalização das PMEs
Para Kotler (2000), uma oportunidade de marketing existe quando uma empresa pode
lucrar ao atender as necessidades dos consumidores de um determinado segmento.
Por outro lado, uma ameaça ambiental é um desafio imposto por uma tendência ou
desenvolvimento desfavorável que levaria, na ausência de uma acção de marketing
defensiva, a deterioração das vendas ou lucros.
A Tabela abaixo faz a a análise global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças,
denominada analise SWOT (dos termos em inglês strengths, weaknesses,
opportunities, threats) da internacionalização das PMEs moçambicanas em mercados
regionais e internacionais, com destaque para as PMEs do sector agrícola
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Table 6: Analise SWOT na internacionalização das PMEs moçambicanas
Pontes Fortes Pontos Fracos
Abundância de terra e clima favorável para a
agricultura e biocombustíveis passíveis de
exportação
Existência de instrumentos legais bilaterais e
multilaterais incentivadoras as exportações e
internacionalização (AGOA, Protocolo de
Reducao de Taxas Aduaneiras na SADC
Existência de instituições públicas e do
governo criados, dentre vários objectivos, para
apoiarem a internacionalização das PMEs
Estabilidade Macroeconómica
Corredores de desenvolvimento que facilitam
acesso aos Países do interior
Localização Geoestratégica
Agricultura rudimentar
Carência de Infra-estruturas para reduzirem os
custos de escoamento
Fraca produção agrícola e industrial
Baixo acesso à informação sobre potencialidades
de mercados externos
Baixa nível de organização das PMEs para
maximizarem a exploração dos diferentes
acordos de remoção ou redução de taxas
aduaneiras na exportação de produtos agrícolas
de Moçambique
Orientação das exportações em matérias-primas
em bruto, o que resulta em desvantagens na
cadeia de valor e competitividade a nível
regional e internacional
Fraca qualidade de formação nas áreas técnicas
e científicas, com vista ao melhoramento da
competitividade dos produtos nos mercados
internacionais
Burocratização na criação e registo de marcas e
certificação ISO
Oportunidades Ameaças
Empenho do governo no incentivo ao
desenvolvimento da produção agrícola e
industrial
Maior integração da economia moçambicana
com os países da região
Incentivos Fiscais
Grande procura dos produtos agrícolas
Investimentos públicos em infraestruturas e
serviços básicos
Desenvolvimento urbano e crescente procura
de padrões de vida; Grande procura dos
produtos agrícolas
Investimentos públicos em infra-estruturas e
serviços básicos
Desenvolvimento urbano e crescente procura
de padrões de vida
Instabilidade política
Mudanças Climáticas
Riscos de Cheias
Convulsões Socias
Falta de sistema financeiro que apoie as
atividades risco
Concorrência de produtos importados com
preços mais baixos
Concorrência de produtos importados com
preços mais baixos e estáveis, melhor qualidade
e melhor embalagem
2.5. Influencia dos Recursos Humanos nas PMEs
No âmbito do desenvolvimento organizacional, os recursos humanos desempenham
um papel preponderante para o sucesso da empresa.
A noção de gestão estratégica de recursos humanos, deve ser definida como a relação
entre o ambiente externo competitivo e as actividades que afectam o comportamento
dos indivíduos no esforço de planear as necessidades estratégicas da empresa, que por
22. 22
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sua vez influenciam a rentabilidade, a satisfação do cliente e outras medidas de
eficácia da empresa.
A exigência relativamente à qualidade dos recursos humanos na organização é cada
vez maior. No entanto existe um paradoxo quanto à importância da qualificação,
eficácia e eficiência dos recursos humanos. Essa exigência é entendida como um
obstáculo e não como uma oportunidade em agregar valor, ficando por vezes numa
posição secundária e não assumindo uma posição estratégica.
Moçambique encontra-se numa fase crucial de desenvolvimento dos seus recursos
humanos. Por um lado existe uma consciência da necessidade crescente de recursos
humanos qualificados com conhecimentos técnicos específicos e por vezes não
existentes no país, por outro a politica governamental ainda que defendendo o
Mercado nacional dificulta a contratação de quadros especializados tornando o
trabalho das organizações mais complicado.
A visão organizacional relativamente aos recursos humanos quando a organização olha
para a internacionalização, deve ocorrer simultaneamente entre a empresa local e a
regional.
Num cenário de internacionalização, a organização deverá estabelecer um conjunto de
princípios na gestão dos recursos humanos para fazer face ao nível de exigência que o
processo de internacionalização acarreta. Passa a existir a necessidade de elaboração
de uma estratégia global de formação e desenvolvimento, levando em consideração
que ocorrerá o aumento de mão de obra na empresa ocupando posições
internacionais e o surgimento da importância da administração de transferência de
tecnologia.
No entanto, existem alguns aspectos importantes a ter em linha de conta num
processo de internacionalização, como a expatriação, que obriga a organização a olhar
não só para aspectos de qualificação mas também, capacidade de adaptação pessoal e
familiar num ambiente diferente ao do habitual, conhecimento do idioma estrangeiro,
facilidade para aprender novas línguas, mente aberta, ausência de preconceitos para
aceitar novas culturas, flexibilidade e capacidade de comunicação, equilíbrio
emocional, humildade para aprender, perseverança, senso de humor e habilidade para
lidar com situações de crise e com mudanças.
23. 23
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3. ASPECTOS CONCLUSIVOS
3.1. Conclusão
Existe um potencial a ser desenvolvido pelas PMEs moçambicanas, por um lado pela
disponibilidade dos recursos agrícolas disponíveis ao longo do país e diferindo de região para
região, e por outro pela envolvente regional. Assim, as PMEs deverão levar em conta por um
lado a região no país onde se inserem e por outro fomentar o processo de redes de networking
e cooperativas e consórcios e ganhar deste modo vantagem competitiva no processo de
internacionalização.
Embora as PMEs debatam-se com enormes desafios para a sua internacionalizacao,
existem algumas oportunidades para estas explorarem.
O governo colocou em prática mecanismos institucionais e legais, para de entre os
objectivos, promover a internacionalização das PMEs por via das exportações. Porem,
as PMEs tem a responsabilidade de se organizarem, investigarem e patentearem-se
com a vista a maximização dos benefícios para a Internacionalizacao.
24. 24
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4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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