O documento fornece um resumo histórico da ergonomia, desde os primeiros estudos sobre o homem no trabalho realizados por engenheiros, médicos e pesquisadores, passando pelo desenvolvimento da disciplina após a Segunda Guerra Mundial, até a fundação da ABERGO no Brasil. Aborda também conceitos-chave da ergonomia como a adaptação do trabalho ao homem e o estudo das interações entre humanos, equipamentos e ambiente.
2. Sumário
- Histórico e evolução
- Conceitos sobre Ergonomia
- Antropometria
- Postura:
- Biomecânica
- Aplicação de Forças
- LERT/DORT
3. Histórico e evolução
O que é ergonomia ?
(e não ergonometria e muito menos ergologia)
Adaptação do trabalho ao ser humano:
O trabalho tem todo um pano de fundo de sofrimento:
* Em latim: trabalho = tripalium
trabalhar= tripaliare (torturar com o tripalium)
* Na bíblia: “ganharás o pão com o suor de teu rosto”
* Na Grécia antiga: duplo sentido: ponos = penalidade
ergon = criação
No sentido etimológico do termo:
Ergonomia significa estudo das leis do trabalho.
4. Histórico e evolução
Evolução histórica
Não existe ainda uma história, propriamente dita, sobre
ergonomia;
Conjunto de conhecimentos referentes ao homem em
atividade de trabalho permitiu o surgimento desta
disciplina;
Os primeiros estudos sobre o homem em atividade
profissional foram realizados por engenheiros, médicos do
trabalho e pesquisadores de diversas áreas de
conhecimento.
5. Histórico e evolução
De acordo com LAVILLE (1986), MONOD e VALENTIN (1979) e VALENTIN (1978),
são vários os estudos e pesquisas que antecederam a criação da ergonomia. Um
resumo destes é apresentado a seguir.
Físicos e fisiólogos
As informações sobre os “componentes humanos” dos sistemas humanos-máquinas
começaram a ser sistematicamente coletadas antes do aparecimento oficial da
ergonomia. São os pesquisadores - físicos e fisiologistas -, que se interessam pelo
estudo do homem em atividade, para compreender o funcionamento do organismo
humano, que geram as primeiras informações sistemáticas sobre a máquina humana.
a) Leonardo da Vinci (em 1500) que descreveu a amplitude dos movimentos
articulares, estudou os segmentos funcionais e o deslocamento do centro de
gravidade;
b) Coulomb (1736-1806) que publicou em 1775 suas primeiras memórias “Sobre a
força dos homens”, avaliando através de experiências e cálculos, os meios de trabalho
cotidianos e as reações compensatórias dos trabalhadores;
c) Lavoisier (1743-1794) que realizou experiências sobre “O homem em trabalho e em
repouso”, baseado na análise de gases respiratórios a partir de uma tarefa descrita
com precisão (método utilizado atualmente).
6. Histórico e evolução
Médicos e higienistas
Os médicos higienistas preocuparam-se, desde cedo, com a saúde do trabalhador.
Os primeiros registro apontam para Arnauld de Villeneuve (1235-1313) que no século
XIII estudou o que denominou como “os males das profissões”, com referências
sistemáticas a fatores ambientais - como calor, umidade, toxidez - e problemas
posturais de operadores de diversos ofícios.
No século XVII, Ramazzini, verdadeiro criador da medicina do trabalho, interessa-se
pelas conseqüências das condições de trabalho e descreve, através de monografias,
as primeiras doenças profissionais: problemas oculares de pessoas que fabricam
pequenos objetos, custos humanos posturais dos alfaiates, danos a coluna vertebral
relacionados a movimentação de cargas pesadas, surdez dos caldeireiros de Veneza.
No século XVIII, Tissot interessa-se pela climatização dos locais de trabalho e propõe
a criação de serviços nos hospitais para atender artesãos doentes. No mesmo
período, Patissier realiza as primeiras estatísticas sobre mortalidade e morbidade da
população operária. No século seguinte, Villermé faz estudos sobre as condições de
trabalho em várias fábricas de diversas regiões da França, que resultam num relatório
(de 1840) sobre o estado físico dos operários.
7. Histórico e evolução
Psicólogos
Os psicólogos criam na Alemanha, nos Estados Unidos e, depois, na Inglaterra, a
partir do início do século, os primeiros institutos e centros de pesquisa com o objetivo
de estudar o trabalho. Na França, pode-se citar o trabalho de J.M. Lahy, cuja
repercussão foi profunda e influencia correntes atuais até hoje.
A preocupação da psicologia empresarial com métodos para avaliar as diferenças
individuais, de modo a definir critérios de recrutamento, privilegiou a psicologia
diferencial e enfatizou pesquisas sobre liderança.
Engenheiros e organizadores do trabalho
Os engenheiros e organizadores do trabalho estudam as atividades profissionais na
perspectiva de aumentar o rendimento do homem no trabalho.
Vauban, no século XVII, e Belidor, no século XVIII, tentam medir a carga do trabalho
físico diário nos próprios locais de trabalho. Declararam que uma carga
demasiadamente elevada acarreta esgotamento e doenças, preconizando uma melhor
organização das tarefas para elevar o rendimento
8. Os princípios de Taylor:Os princípios de Taylor:
Análise racional e instituição da técnica correta de trabalho:
análise, cronometragem dos movimentos e organização da única forma
correta de executar o trabalho completando a alta produtividade.
Análise técnica do engenheiro industrial: para fazer a análise do
trabalho de tempos e métodos.
Adaptação do homem ao trabalho: seleção física do trabalhador para
desenvolvimento de tarefa específica;
Pagamento diferenciado de produção: contemplar com um melhor
salário pessoas de maior produtividade.
Histórico e evolução
9. Organização do trabalho em linhas de montagem;
Ritmo determinado pela velocidade da esteira;
Posto de trabalho fixo;
Produção em grandes volumes.
Os princípios de Ford:Os princípios de Ford:
Histórico e evolução
10. O taylorismo atribuía a baixa produtividade à tendência de
vadiagem dos trabalhadores, e os acidentes de trabalho a
negligência dos mesmos;
Impossibilidade de se conseguir um único e correto
método para execução do trabalho;
Alienação do trabalhador ao processo decisório;
Seleção física e psicológica rigorosa;
Problemas causados pelos princípios de Taylor e Ford:Problemas causados pelos princípios de Taylor e Ford:
Histórico e evolução
11. Trabalho exaustivo até a fadiga;
Isolamento do trabalhador numa só posição por muitos anos;
Redução das possibilidades profissionais do trabalhador,
tornava-se um especialista em uma determinada tarefa
impossibilitando a inserção social em outro trabalho.
Problemas causados pelos princípios de Taylor e Ford:Problemas causados pelos princípios de Taylor e Ford:
Histórico e evolução
12. Histórico e evolução
O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em
1857, pelo polonês W. Jastrzebowski, que publicou um
artigo intitulado “Ensaio de ergonomia ou ciência do
trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da
natureza”.
Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro
inglês chamado Murrel criou na Inglaterra a primeira
sociedade nacional de ergonomia, a “Ergonomic Research
Society”.
13. Histórico e evolução
Nasce a ERGONOMIA.
A ergonomia enquanto disciplina tem suas origens na II Guerra Mundial,
quando se agrava o conflito entre o homem e a máquina e, por outro lado,
falham as formas tradicionais de resolução deste conflito - a seleção e o
treinamento.
O termo Ergonomia é utilizado pela primeira vez, como campo do saber
específico, com objeto próprio e objetivos particulares, pelo psicólogo
inglês K. F. Hywell Murrel, no dia 8 de julho de 1949, quando
pesquisadores resolveram formar uma sociedade para “o estudo dos
seres humanos no seu ambiente de trabalho” - a “Ergonomic Research
Society” (PHEASANT, 1997). Nesta data, em Oxford, criou-se a primeira
sociedade de Ergonomia, que congregava psicólogos, fisiologistas e
engenheiros ingleses, pesquisadores interessados nas questões
relacionadas à adaptação do trabalho ao homem.
14. Histórico e evolução
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em
numerosos países industrializados, como a França, Estados
Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos.
Em 1959 foi fundada a “International Ergonomics
Association”.
Em 31 de agosto de 1983 foi criada a “Associação
Brasileira de Ergonomia”.
Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do país no
PPGEP/UFSC.
15. Histórico e evolução
Anos 40/50
• Ergonomia militar
Anos 60/70
• Ergonomia civil: siderurgia e meios de transportes
• Início da corrida espacial
• Indústria [estações de trabalho, produtos manufaturados].
Anos 80
• Ergonomia do software
• Automatização de escritórios
• Controle de usinas nucleares e de processo [Three Miles Island, Chernobyl e Bhopal].
Anos 90
• Geração de sistemas de informação, de multimídias, de hipertextos e de programas aplicativos
• Informatização de postos de trabalho
• Participação na elaboração de normas técnicas
• Participação em litígios judiciais
• Macroergonomia
Novo século
• Manufatura híbrida, automação e robótica
• Usabilidade de produtos e sistemas complexos
• Tráfego e transporte
• Idosos e envelhecimento.
16. Histórico e evolução
A implantação da Ergonomia no Brasil
A difusão da ergonomia no Brasil é estabelecida, à partir de MORAES e SOARES
(1989), em seis principais vertentes. São elas:
• a área de engenharia de produção, na Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo (USP)
• a engenharia de produção, situada no Programa de Pós-graduação de
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ)
• o curso de desenho industrial, a partir da Escola Superior de Desenho
Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
• o curso de psicologia, na USP de Ribeirão Preto
• a área de psicologia, na Fundação Getúlio Vargas(FGV), no Rio de Janeiro;
• e o Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM), em Paris - França.
18. Histórico e evolução
Núcleos de pesquisa consolidados que trabalham com ergonomia em diversas universidades e
instituições brasileiras:
• Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba
• Departamento de Design da Universidade Federal de Pernambuco
• Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de
Pernambuco.
• Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília
• Departamento e Psicologia Social do Trabalho da Universidade de Brasília
• Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Minas Gerais
• Departamento de Desenho Industrial da Universidade do Estado de Minas Gerais
• Programa de Mestrado em Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
• Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ)
• Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ/RJ)
• Instituto Nacional de Tecnologia (INT/RJ)/Unidade de Desenho Industrial
• FUNDACENTRO/SP
• Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP
• Departamento de Psicologia da USP
• Departamento de Engenharia de Produção da USP
• Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP
• Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos
• Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos
• Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina
• Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande
23. Conceitos sobre Ergonomia
“ A ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o
seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a
aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e
psicologia na solução surgida neste relacionamento”.
(Ergonomics Research Society - U.K.).
“A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às
características fisiológicas e psicológicas do ser humano”.
(Conceito da Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO).
24. Conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e
necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto,
segurança e eficácia. (Wisner, 1972);
Conjunto de estudo que visa a organização metódica do trabalho
em função do fim proposto e das relações entre o homem e a
máquina (Aurélio);
Conceitos sobre Ergonomia
25. A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica
relacionada ao entendimento das interações entre os seres
humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias,
princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar
humano e o desempenho global do sistema
(Ergonomics Research Society, 2000)
Estuda a atividade de trabalho a fim de contribuir para a concepção
de meios de trabalho adaptados as características fisiológicas e
psicológicas dos seres humanos, com critérios de saúde e de
eficácia econômica.
(Daniellou 1998)
Conceitos sobre Ergonomia
26. Prevenção de acidentes/lesões relacionadas ao trabalho;
Atendimento a legislação vigente;
Melhoria das condições ambientais;
Qualidade de vida laboral;
Qualidade do produto;
Produtividade.
OBJETO DE ESTUDO DA ERGONOMIA
Conceitos sobre Ergonomia
27. • Físicas: Máquinas, instrumentos, mobiliário, ambiente (ruído,
temperaturas, poeiras, pressão, perigos).
• Organizacionais: Procedimentos prescritos, ritmos impostos,
“conteúdo” do trabalho.
• Condições subjetivas do operador: Saúde, idade, formação,
estatura etc.
• Condições sociais: remuneração, qualificação, relação com a
hierarquia, vantagens etc.
Características do trabalho:
Conceitos sobre Ergonomia
28. Conceitos sobre Ergonomia
FUNÇÃO ENGENHEIRO ORGANI-
ZAÇÃO
E MÉTODOS
RECRUTAMENTO
PSICOLOGIA
MÉDICO DO
TRABALHO
ERGONOMISTA
OBJETIVO
Determinar a
parte humana do
processo de
produção,
segundo uma
lógica técnica
Elaborar
diretrizes:
- ordem
cronológica
- tempos
- instruções
Elaborar:
- critérios de seleção
- plano de treinamento
Determinar as
causas dos
problemas
observados
Diagnosticar
os fatores críticos
do trabalho
MÉTODO
Descrição da
tarefa em termos
de compati-
bilidade entre
o desempenho
humano e o
dispositivo
técnico.
Descrição da
atividade de
trabalho visível
(gestual)em
termos de
operações
elementares
Descrição da tarefa
em termos de
aptidões necessárias a
sua execução:
- destreza
- memória requerida
- etc
Descrição em
termos de
causas ou riscos
físicos e/ou
mentais.
Individuais ou
coletivos
(Epide-
miologia)
Descrição em
termos de
- estratégias do
trabalhador
- tempos e
regulação
- traços
- comunicações
QUESTÕES COM O QUE ? COMO ? QUEM ?
POR CAUSA DE
QUE ?
E SE ?
PORQUE ?
MONTMOULIN M. 1986
29. A Ergonomia busca, então, boas condições de
trabalho, entendendo estas como:
• Meios de produção adequados às pessoas;
• Postos de trabalho ergonomicamente projetados; [...]
• Controle sobre os fatores ambientais adversos;
• Postos de trabalho, meios de produção, objetos de
trabalho sem perigos mecânicos;
• Organização do trabalho que garanta a cada pessoa
uma tarefa com conteúdo adequado as suas
capacidades físicas, psíquicas, mentais e emocionais;
Conceitos sobre Ergonomia
30. • Organização temporal do trabalho (regime de turnos)
que permita ao trabalhador levar uma vida saudável;
• Quando necessário, um regime de pausas que
possibilitem a recuperação das funções fisiológicas do
trabalhador;
• Sistema de remuneração de acordo com a solicitação do
trabalhador no seu sistema de trabalho;
• Clima social sem atritos.
SELL (1994)
Conceitos sobre Ergonomia
31. É a adaptação do trabalho as pessoas
PRO DUTIVIDADE CO NFO RTO SEG URANÇA
ERG O NO M IA
Conceitos sobre Ergonomia
33. . FUNDAMENTOS DA ERGONOMIA
Fundamentos da Ergonomia
ERGONOMIA DO POSTO DE TRABALHO :
ABORDAGEM MICROERGONÔMICA
ERGONOMIA DO SISTEMAS DE PRODUÇÃO:
ABORDAGEM MACROERGONOMICA
Conceitos sobre Ergonomia
34. Diferentes Abordagens
• Ergonomia de Concepção: Normas e especificações
do projeto;
• Ergonomia de Correção: Modificação de situação
existente;
• Ergonomia de Arranjo Físico: Melhoria de seqüências
e fluxos de produção;
• Ergonomia de Conscientização: Capacitação em
ergonomia
Conceitos sobre Ergonomia
35. Fases da intervenção Ergonômica:Fases da intervenção Ergonômica:
Ergonomia de concepção:Ergonomia de concepção: fase inicial do projeto/produto, da
máquina ou ambiente. Está é a melhor situação, pois as alternativas
poderão ser amplamente examinadas, mas também exige maior
conhecimento e experiência, porque as decisões são tomadas em
cima de situações hipotéticas.
RESMAP: Revisão de Saúde, Segurança
e Meio Ambiente para novos projetos.
Conceitos sobre Ergonomia
36. Ergonomia de correção:Ergonomia de correção: é aplicada em situações reais, já existentes,é aplicada em situações reais, já existentes,
para resolver problemas que se refletem na segurança, na fadigapara resolver problemas que se refletem na segurança, na fadiga
excessiva, em doenças do trabalhador ou na quantidade e qualidade daexcessiva, em doenças do trabalhador ou na quantidade e qualidade da
produção.produção.
Análise Ergonômica da tarefa, atividades, ferramentas...
Fases da intervenção Ergonômica:Fases da intervenção Ergonômica:
Conceitos sobre Ergonomia
37. Ergonomia de arranjo físico:Ergonomia de arranjo físico: é aplicada em situações reais, jáé aplicada em situações reais, já
existentes, para resolver problemas que se refletem no fluxo deexistentes, para resolver problemas que se refletem no fluxo de
produção e organização do trabalho.produção e organização do trabalho.
Análise Ergonômica organizacional da atividade...
Fases da intervenção Ergonômica:Fases da intervenção Ergonômica:
Conceitos sobre Ergonomia
38. Ergonomia de conscientização:Ergonomia de conscientização: É fundamental para a obtenção dos
objetivos propostos pelo projeto ergonômico, pois é pela realização de
treinamento, palestras, cursos de aprimoramento e atualização constante
que é possível informar o funcionário acerca dos meios de trabalho menos
prejudiciais para a sua saúde individual e, ao mesmo tempo, mostrar-lhe
todos os benefícios das propostas ergonômicas para a saúde da
coletividade.
Fases da intervenção Ergonômica:Fases da intervenção Ergonômica:
Conceitos sobre Ergonomia
39. As diferentes abordagens em ergonomia
ENGENHARIA
DESIGN
PSICOLOGIA
MEDICINAENFERMAGEM
FISIOTERAPIA
ADMINISTRAÇÃO
ERGONOMIA
Conceitos sobre Ergonomia
40. Posto de Tortura
Posto de trabalho
Ambiente de Trabalho
Método
Organização do Trabalho
Concepção
Escala da Ergonomia
Conceitos sobre Ergonomia
41. Atuação da Ergonomia:Atuação da Ergonomia:
Ambiente de trabalho: (conforto) iluminação, ruído, temperatura...
Postos de trabalho/Ferramentas:
Dimensões
Formas
Concepção
Organização do Trabalho:
Pausas
Rodízios
Metas de Produção
Fatores Interpessoais
Conceitos sobre Ergonomia
42. Tipos de Atuação:
• Ergonomia de interação: aborda as questões da comunicação entre o homem e
os computadores através de interfaces informatizadas.
• Ergonomia Informacional: destaca-se as questões perceptuais.
• Ergonomia do Produto: refere-se as interfaces dos bens de consumo,
ferramentas e estações de trabalho.
• Ergonomia de Sistemas: têm-se os sistemas complexos e dinâmicos de controle
de indústrias de processos e de transporte.
• Ergonomia da Produção: são trabalhadas as variáveis do processo produtivo.
• Ergonomia do Ambiente Construído: refere-se as questões do uso do espaço e
de sua adequação aos portadores de deficiências.
Conceitos sobre Ergonomia
46. Conceitos sobre Ergonomia
Interações dos Elementos do Sistema Homem x Máquina
Ambiente
Campo de
Trabalho
Instruções
Estado de Trabalho
Fronteira
do
Sistema
Fonte: PREVENTDORT
47. Antropometria
A antropometria foi definida como a ciência de medida do tamanho
corporal (NASA, 1978). A antropometria é um ramo das ciências
biológicas que tem como objectivo o estudo dos caracteres
mensuráveis da morfologia humana.
Segundo Sobral (l985) "o método antropométrico baseia-se na
mensuração sistemática e na análise quantitativa das variações
dimensionais do corpo humano".
O tamanho físico de uma população pode ser determinado através da
medição de comprimentos, profundidades e circunferências corporais, e
os resultados obtidos podem ser utilizados para a concepção de postos
de trabalho, equipamentos e produtos que sirvam as dimensões da
população utilizadora.
48. Antropometria
Medidas de operários brasileiros
Total de amostras colhidas:
Homens 257
Mulheres 320
Idade média Homens: 26 anos
Idade média mulheres: 23 anos
Intervalo de confiança: 90%
Amostras colhidas na S/A Phillips do
Brasil - Grupo Industrial de Aparelhas
de Guarulhos
Período: 1965
Medidas em cm
Desvio 3,295
Antropometria Estática
Diferenças da conformação
vertebral entre tipos morfológicos
49. Antropometria
MEDIDAS
HOMEM MULHER
Média Desvio Média Desvio
1.Altura em pé, com os sapatos 169,7 7,5 157,3 5,8
2.Da cabeça à nádega (linha reta) 87,3 9,3 83,0 5,0
3. Da nádega à frente do joelho 60,2 3,6 58,1 3,0
4. Da nádega à sola do pé (perna estendida) 107,4 6,3 30,1 4,0
5. Da parte superior do joelho ao chão 55,0 2,0 79,5 6,5
6. Das costas à extremidade do dedo médio 86,6 2,9 41,9 4,0
7. Do cotovelo à extremidade do dedo médio 45,8 3,4 9,2 6,5
8. Da extremidade da cabeça aos olhos 9,9 4,5 9,2 6,3
9. Dos olhos à articulação dos ombros 23,2 1,2 21,3 2,9
10. Da articulação do ombro à bacia 42,8 3,6 40,8 3,8
11. Da articulação da bacia à do joelho 45,6 2,4 45,0 4,2
12. Da articulação do joelho à dos tornozelos 42,0 2,2 38,4 3,6
13. Da articulação do tornozelo ao chão 8,1 0,9 7,1 2,3
14. Da articulação do tornozelo à ponta do sapato 22,7 0,8 20,4 0,8
15. Da articulação do ombro à do cotovelo 27,2 2,3 26,5 4,3
16. Da articulação do cotovelo à do pulso 24,2 5,4 22,6 2,2
17. Da articulação do pulso à extremidade do dedo médio 19,4 2,3 17,5 1,8
51. Antropometria
O Espaço de Trabalho
O Espaço de Trabalho é um espaço imaginário, necessário para o organismo
realizar os movimentos requeridos por um trabalho. Assim, para um jogador de
futebol, o espaço de trabalho seria um paralelepípedo cuja base seria o campo de
futebol e com altura de 2,5 m (altura para cabecear). Este espaço já seria bem
menor para o goleiro, visto que ele não se desloca em todo campo. O espaço de
trabalho para um carteiro seria de um sólido sinuoso acompanhado a sua
trajetória nas entregas de correspondências e tendo uma seção retangular de 60
cm de largura por 170 cm de altura.
Se bem que muitos trabalhos exigem o deslocamento de todo o organismo, quer
correndo, andando ou subindo escadas, a maioria dos trabalhos conhecidos
envolve movimentos relativos maiores dos membros do que do tronco. A figura a
seguir dará o espaço de trabalho para diversas posições do tronco.
52. Antropometria
Nos casos ilustrados o operador realiza pequenas operações manuais exigindo
apenas os movimentos dos braços. Se houver movimentos de outras partes de
corpo, aqueles espaços serão maiores.
Certos tipos de operação virtualmente determinam se esta deve ser executada
pelo operador sentado ou em pé. Outras, entretanto, conduzem a soluções
alternativas, e neste caso é interessante analisar as vantagens que cada um
apresenta:
Posição sentada - Ajuda a reduzir a fadiga, aumenta o equilíbrio e a estabilidade
(contra vibração, balanços, etc.), permite operar mais eficientemente pedais de
controle (os dois pés podem ser usados simultaneamente), os pedais podem ser
operados numa faixa maior, maior força pode ser exercida, além de ser possível
mais rapidez.
Posição em Pé - permite maior mobilidade (pode aumentar a área visual e
manual), permite maiores forças ao operar com controles manuais, permite maior
controle nos movimentos (como na operação de alavancas grandes ou volantes
circulares).
Outras posições como a inclinada, ajoelhada, de cócoras ou dorsal às vezes são
inevitáveis, principalmente em trabalhos de manutenção. De preferência, estas
posições devem ser evitadas porque dão pouca estabilidade, atrapalham a
mobilidade ou provocam fadiga exagerada.
54. Antropometria
Superfícies de trabalho manual para o operador sentado. A figura mostra um corte por um plano
horizontal a 61 cm acima do nível do assento (Stoddart e Carter,1958).
57. Conceitos
• A postura é a organização dos segmentos
corporais no espaço oferecendo a possibilidade
de movimentação corporal.
Postura Ideal
É aquela em que os segmentos estão
equilibrados na posição de menor esforço e
máxima sustentação.
Postura
59. Osteocinemática
• Cinemática é a ciência que estuda os corpos no
espaço
• osteo + cinemática
– movimento dos ossos no espaço
• descrição do movimento baseada em sistemas
de planos e eixos
– 3 planos perpendiculares, 3 eixos
– eixos se cruzam no centro de massa do corpo
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
TERMINOLOGIA BÁSICA DOS MOVIMENTOS
Postura
60. Localização dos segmentosLocalização dos segmentos
Anterior ou ventralAnterior ou ventral
Frente do corpoFrente do corpo
Posterior ou dorsalPosterior ou dorsal
Atrás do corpoAtrás do corpo
Medial/lateralMedial/lateral
Ponto próximo ou longe da linha medianaPonto próximo ou longe da linha mediana
Superior, proximal ou cranialSuperior, proximal ou cranial
Inferior, distal ou caudalInferior, distal ou caudal
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
62. Plano Frontal ou
Coronal
• divide corpo
anterior/posterior
• movimentos:
– Abdução e adução
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
63. Plano frontal
abdução: movimento do
segmento para longe da linha
média
hiperabdução: ocorre no
ombro, além de 180°
adução: movimento de
retorno do segmento para a
linha média do corpo
hiperadução: além da linha
média
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
64. Plano Sagital
• divide corpo ao
meio
• eixo
lateral/medial
– Flexão e
extensão
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
66. Flexão e extensão
• Flexão
– movimento de curvar-se em que o ângulo relativo
entre dois segmentos adjacentes diminui (exceto no
ombro)
• Extensão
– ângulo relativo entre dois segmentos adjacentes
aumenta, a medida que a articulação retorna para a
posição zero
– hiperextensão
• além da adm funcional
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
67. Plano Transverso
• divide corpo
superior/inferior
• eixo longitudinal
ou vertical
– Rotação interna e
externa
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
68. Plano
transverso
rotação interna ou
medial: superfície
anterior do segmento
move em direção a linha
média do corpo
rotação externa ou
lateral: superfície
anterior move para
longe da linha média do
corpo
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
69. Termos especiais
• Movimentos com nomes
especiais que se enquadram
dentro dos seis movimentos
descritos anteriormente
– Flexão lateral do tronco para
D e E
– Supinação e pronação do
antebraço
– Circundação
– Elevação e depressão da
escápula
– Inversão e eversão do pé
– Dorsiflexão e flexão plantar
do tornozelo
– Adução e abdução
horizontal
Movimentos especiais
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
70. Magnitude do movimento
• Magnitude é dada pela amplitude de movimento (ADM)
– medida em graus
– goniômetro e eletrogoniômetro
– alinhado nos segmentos
– fulcro no centro da articulação
– baixa fidedignidade
– fácil de ser usado clinicamente
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
71. Tipos de fibras musculares
• Tipo I - contração
lenta
– músculo sóleo e
posturais
– exercícios
prolongados e de
baixa intensidade
– fibras vermelhas
• Tipo II - contração
rápida
– exercícios de curta
duração, fadiga logo
– rápida produção de
força
– fibra branca
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
72. Terminologia da contração muscular
• Contração
–Isométrica
–Concêntrica
–Excêntrica
–Isocinética
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
73. Isométrica
• quando um músculo
contrai produzindo
força mas sem
produzir mudança
drástica na
angulação
• não há encurtamento
ou alongamento
muscular
• não ocorre
aproximação ou
afastamento das
porções distais e
proximais
• a velocidade de
contração é zero
• usado para manter
estabilizar
articulações
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
74. Concêntrica e excêntrica
• Concêntrica
– Se um músculo gera
tensão com
encurtamento visível
no músculo
chamamos de
contração concêntrica
• Excêntrica
– Quando ocorre um
alongamento do
músculo na contração,
temos uma contração
excêntrica
Fonte: Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
Postura
76. Osso: estrutura de sustentação do corpo, é a
base para a movimentação.
Articulação:ponto de união entre os ossos,
possibilita o movimento dos segmentos
corporais. Suportam grandes esforços, mesmo
em movimentos simples.
Músculo/tendão/ligamento: responsável pelo
movimento do corpo, através da força aplicada
aos diversos segmentos corporais.
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Postura
77. SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Estruturas que compõem o Sistema Músculo-Esquelético:
• Ossos
• Articulações
• Ligamentos
• Músculos
• Tendões
Garantem as funções
locomotoras
Papel mecânico importante
Postura
78. Toda atividade profissional necessita um
trabalho muscular, segundo as tarefas a
serem realizadas. O trabalho muscular é
necessário tanto para a manutenção de uma
simples postura, quanto para a execução de
gestos e movimentos de trabalho.
Postura
79. LESÕES AGUDAS
RELATADAS E REGISTRADAS
COMO ACIDENTE DE
TRABALHO
LESÕES DECORRENTES DE
SOBRECARGA PROLONGADA
DORT
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Postura
80. TIPOS DE CARGA MECÂNICA:
• Contração muscular prolongada (forças tênseis);
• Estiramento do tendão por hipersolicitação muscular;
• Força de compressão (pressão nos tecidos moles,
forças compressivas);
• Força de cisalhamento (atrito entre as estruturas
moles, forças friccionais).
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Postura
81. CARGA MECÂNICA
As exigências biomecânicas das
tarefas podem provocar
respostas nos tecidos
esqueléticos, as quais evoluem,
em muitos dos casos, para dor e
incapacidade.
ALTERAÇÕES TECIDUAIS
PROCESSO
INFLAMATÓRIO/
DEGENERATIVO
PERDA DA FUNÇÃO
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Postura
82. PERDA DA FUNÇÃO
ECONOMIA DO GESTO QUE
SOLICITA AS ESTRUTURAS
INFLAMADAS E DEGENERADAS
DEFICIÊNCIA
(IMPAIRMENT)
AFETA A CAPACIDADE
LABORAL
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Postura
83. CARGA MECÂNICA
HIPERSOLICITAÇÃO MUSCULAR
FADIGA
(mecanismo de
proteção)
AUSÊNCIA DE TEMPO PARA
RECUPERAÇÃO
DISTÚRBIOS MÚSCULO-
ESQUELÉTICOS
PROCESSO REVERSÍVEL,
MÚSCULO RECUPERA SUA
CAPACIDADE FUNCIONAL EM
RELAÇÃO A FORÇA E
RESISTÊNCIA
Postura
84. A contração muscular forte e prolongada produz o estado
de fadiga muscular. Grande parte da fadiga muscular
resulta da incapacidade dos processos contrátil e
metabólico das fibras musculares continuarem a produzir a
mesma quantidade de trabalho.
A transmissão dos sinais nervosos, pela junção
neuromuscular, pode ficar diminuída após atividade
muscular prolongada, o que reduz, ainda mais, a
contração muscular.
A interrupção do fluxo sanguíneo para um músculo em
contração leva à fadiga muscular quase total, devido à
perda do suprimento de nutrientes – especialmente o
oxigênio.
Postura
85. FADIGA MUSCULAR
Incapacidade de sustentar o desenvolvimento
esperado ou necessário de força ou potência externa.
Contexto de trabalho
A fadiga muscular
significa o ponto em
que um trabalho ou
tarefa específica não
pode mais ser
realizada com a
mesma intensidade.
Postura
86. Não existe simples equação de tempo para a duração da
atividade – duração adequada do período de repouso
subseqüente. O processo de recuperação fisiológica depende
do tipo de atividade que provocou a fadiga muscular
Carga relativamente alta/período curto recuperação mais
rápida
Baixo nível de carga/período prolongado recuperação lenta
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Postura
87. As reações corporais fisiológicas à atividade
muscular dependem da duração, freqüência, tipo
de contração muscular e a duração da
recuperação.
Combinação no local de trabalho
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Postura
88. Trabalho estático: é um trabalho sem deslocamento
dos segmentos ósseos. Permite a manutenção dos
segmentos ósseos numa determinada posição.
Caracteriza-se por um estado de contração prolongada
da musculatura.
Trabalho dinâmico: é um trabalho que permite o
deslocamento dos segmentos ósseos, sendo os
movimentos e gestos visíveis. Caracteriza-se por uma
seqüência rítmica de contração e relaxamento das fibras
musculares.
O TRABALHO MUSCULAR
Postura
89. Biomecânica é o estudo dos movimentos humanos sob a luz da
mecânica, nesta área estudamos a coluna vertebral humana,a
prevenção das lombalgias, as posturas do trabalho, a prevenção de
fadiga, as ferramentas de trabalho, lesões por traumas cumulativos e
ainda estuda o que acontece com o ser humano, quando trabalha na
posição sentada, em pé, etc.
Análise Biomecânica:Análise Biomecânica:
Postura: Biomecânica
90. Fatores físicos e
Organização do
trabalho
Efeitos
Determinante ou
origem
Fatores de risco
Fatores
psicossociais
1. Insatisfação
2. Problemas de saúde
vagos e inespecíficos
3. Transtornos declarados
4. Perturbações na qualidade
de vida
POR QUE ESTUDAR A POSTURA ?
Postura: Biomecânica
91. Aspectos físicos do trabalho
Componentes:
• Aplicação de força
• Movimento repetitivo
• Postura desconfortáveis
• Estresse localizado
• Fadiga generalizada
Postura: Biomecânica
92. A postura de trabalho adotada é em função:
• da atividade desenvolvida
• das exigências da tarefa
• dos espaços de trabalho
• da ligação do trabalhador com máquinas e
equipamentos de trabalho
• das amplitudes de movimentos dos segmentos
corporais como os braços e a cabeça
• das exigências da tarefa em termos visuais, de peso ou
esforços
• da posição do tronco e no esforço postural, tanto no
trabalho sentado como no trabalho em pé.
POSTURA E TRABALHO
Postura: Biomecânica
93. • Sentada
• De pé
• Semi sentado
• Deitada
POSTURAS BÁSICAS DE
TRABALHO
Postura: Biomecânica
94. Todos os itens necessários ao trabalho podem ser fornecidos
facilmente e manuseados com facilidade dentro dos limites do
espaço, sem necessidade de se deslocar e movimentar o tronco;
Todos os itens de trabalho, ferramentas, componentes e
dispositivos estão a altura máxima de 6cm do nível de trabalho;
Não há necessidade de manusear pesos excessivos;
Tarefas que exijam montagens finas freqüentemente;
Tarefas que exijam escrita freqüentemente;
Tarefas que envolvam uso freqüente do computador.
Trabalho sentado:Trabalho sentado:
Postura: Biomecânica
95. O posto de trabalho não tem espaço para acomodar as pernas do
trabalhador;
Há necessidade de manusear objetos de peso maior que 3Kg;
Há necessidade de se deslocar para frente e para os lados para
pegar componentes/ferramentas/dispositivos;
Quando as operações são fisicamente distintas e requerem
movimentação freqüente entre as estações de trabalho;
Quando se tem que fazer esforço para baixo, ex: empacotador.
Trabalho em pé:Trabalho em pé:
Postura: Biomecânica
96. 55
Trabalho de precisão Trabalho leve Trabalho pesadoTrabalho de precisão Trabalho leve Trabalho pesado
Trabalho em pé:Trabalho em pé:
Postura: Biomecânica
97. Quando é necessário agilidade para atuação sobre algum
controle;
Para evitar fadiga dos músculos da panturrilha quando se
trabalha em pé parado por um tempo prolongado, pois muda-se o
eixo de apoio distribuindo para membros inferiores e nádegas.
Trabalho semi-sentado:Trabalho semi-sentado:
Postura: Biomecânica
98. Tabela de riscos de dores provocadas por posturas
desconfortáveis
Postura Riscos de dores
De pé, sem movimentar Pés/pernas(varizes), região lombar
Sentado ereto, sem apoio das
costas
Músculos extensores das costas
Sentado, assento muito alto Joelhos,pescoço,região lombar, pés e
batata da perna
Sentado, assento muito baixo Ombros e pescoço
Braços estendidos Ombros, escápulo superiores e braços
Tronco inclinado para frente,
posição parada
Região lombar, músculos da espinha
eretora, deterioração dos discos
intervertebrais da região lombar
Qualquer posição paralisada Musculatura envolvida
Fonte: RIO,1998
Postura: Biomecânica
99. Referem-se as posições das diversas áreas corpóreas que
desviam significativamente da posição neutra enquanto um
trabalho está sendo executado.
Posturas desconfortáveis
Postura: Biomecânica
100. LER: Lesão por Esforço Repetitivo
DORT: Doença Ocupacional
Relacionada ao Trabalho
Conceito
“Síndrome clínica” caracterizada
por dor crônica, acompanhada
ou não por alterações objetivas e
que se manifesta principalmente
no pescoço, cintura escapular
e/ou membros superiores em
decorrência do trabalho.
(DORT/Norma Técnica de
Avaliação da Capacidade
Laborativa do INSS/1988)
Postura: LER/DORT
101. Exemplos de DORT e nexo causal
• Síndrome do desfiladeiro
torácico
o Nexo: compressão sobre o
ombro, flexãolateral do
pescoço, elevação do braço.
o Ex.: fazer trabalho manual
sobre veículos,trocar
lâmpadas, pintar paredes,
lavar vidraças, apoiar
telefone entre o ombro e
a cabeça.
Postura: LER/DORT
102. Exemplos de DORT e nexo causal
Lesão: Síndrome do túnel do carpo
Nexo: movimentos repetitivos de flexão do
punho, mas também de extensão
principalmente se acompanhados de
realização de força.
o Ex.: digitar, fazer montagens industriais,
empacotar
Bursite do cotovelo
Nexo: Apoio do cotovelo em superfícies
duras
o Ex.: Apoiar o cotovelo em mesas
Postura: LER/DORT
103. DORT - Fatores de riscos gerais
• Os mecanismos de lesão são considerados um
acúmulo de influências ultrapassando a capacidade
de adaptação de um tecido, mesmo se o
funcionamento fisiológico deste é parcialmente
mantido.
• Os fatores são dependentes uns dos outros:
o Ex.: A zona de alcance e a visão influenciam a
postura.
Postura: LER/DORT
104. DORT - Fatores de riscos gerais
• Um fator pode ter um efeito direto ou influenciar outro fator:
Ex.: As pausas modificam os efeitos de outros fatores.
Os fatores organizacionais podem ter influência
direta sobre o sistema músculo-esquelético
através dos mecanismos de estresse.
• O impacto do fator de risco varia de acordo com o sítio
anatômico afetado e segundo sua intensidade, sua
variação no tempo e sua duração.
• Adequação do posto, zona de alcance e visão podem forçar o
indivíduo a adotar posturas ou métodos de trabalho que
causam ou agravam os DORT.
Postura: LER/DORT
105. DORT - Fatores de risco
Frio, vibrações e pressões locais sobre os tecidos
Incluem:
• Pressões locais produzidas por contato com o
mobiliário ou equipamento: uso de tesouras
• Choques: forças de impacto. Mão usada como
martelo
• Exposição a vibrações: uso de ferramentas elétricas
• Exposição ao frio e ao calor: efeito direto ou
conseqüência do uso de EPI (luvas)
• Exposição ao ruído: aumenta a carga muscular
estática.
Postura: LER/DORT
106. DORT - Fatores de risco
Posturas inadequadas
Posturas no limite da amplitude articular
As cargas são suportadas por tecidos
passivos . Deve-se exercer uma
atividade muscular para conservar a
postura.
Ex.: escrever em teclado, olhar para o alto.
Postura: LER/DORT
107. DORT - Fatores de risco
Posturas em que a gravidade
acarreta uma carga
suplementar sobre a
articulação
Ex.: Abdução do braço
Posturas que ocasionam
pressões mecânicas sobre
diferentes tecidos e que
podem exercer os estresses
mais importantes sobre os
tendões, os músculos ou
outros tecidos conjuntivos
e/ou reduzir a tolerância dos
tecidos.
Ex.: flexão/extensão do punho
Postura: LER/DORT
109. DORT - Fatores de risco
Mudanças posturais repetitivas
Fortes acelerações exigem forças elevadas
Quanto maior a aceleração, maior o risco de DORT
Carga músculo-esquelética
Força: amplitude ou intensidade da carga ME
Levar em conta a relação espacial do peso em
relação ao corpo.
No caso dos membros superiores importa também o
tipo de preensão e o coeficiente de fricção.
Postura: LER/DORT
110. CausasCausas ------> efeitos> efeitos
Vida corridaVida corrida
MMáá alimentaalimentaççãoão
Pressão para produPressão para produççãoão
Medo de demissãoMedo de demissão
CompetitividadeCompetitividade
Movimentos repetitivosMovimentos repetitivos
Posturas fixas por tempo prolongadoPosturas fixas por tempo prolongado
gastrite/ tensão/ ansiedade/ insegurangastrite/ tensão/ ansiedade/ insegurançça/ sofrimento mental/ stress/a/ sofrimento mental/ stress/
sintomas msintomas múúsculosculo--esquelesquelééticosticos
Postura: LER/DORT
111. “ Repetitividade: utilização cíclica dos
mesmos tecidos, seja num movimento
repetido, seja num esforço muscular
repetido sem movimento”
Postura: LER/DORT
112. Repetitividade
• Nº de produtos fabricados por unidade de
tempo (Tanaka e cols. , 1993)
• Tempo de ciclo inferior a 30 seg. ou mais de
50% do tempo repetindo os mesmos gestos
(Silverstein e cols., 1987)
• Nº de passagens por unidade de tempo de
uma situação neutra a uma situação extrema
(Malchaire & Cock, 1995)
Postura: LER/DORT
113. Repetitividade de acordo com a região
anatômica (Kilbom, 1994)
• Ombro
• Braço/cotovelo
• Antebraço/punho
• Dedos
• Mais que 2 1/2
vezes por minuto.
• Mais que 10 p/min.
• Mais que 10 p/ min.
• Mais que 200 p/min.
Postura: LER/DORT
114. DORT - Fatores de risco
Duração da carga músculo-esquelética:
Há correlação entre a duração da
exposição e o grau de risco.
Logo, as horas-extras e as jornadas
prolongadas aumentam o risco.
Postura: LER/DORT
115. DORT - Fatores de risco
Fatores que influenciam a carga músculo-
esquelética
• Tipo de preensão: não se leva em conta só
o peso do objeto.
• Postura do punho: postura neutra permite
força máxima de preensão.
Postura: LER/DORT
119. DORT - Fatores de risco
Fatores que influenciam a carga músculo-
esquelética
• Diâmetro do objeto: quando é de 1 cm maior
que o diâmetro do punho, há menor esforço.
• Uso de luvas: diminui a força de preensão.
• Métodos de trabalho: variam entre
trabalhadores mesmo se a tarefa é idêntica.
Postura: LER/DORT
120. DORT - Fatores de risco
Carga estática
• Quando um músculo é mantido em posição contra a
gravidade. Mesmo se há movimento, a carga estática
está presente se a carga exercida sobre os tecidos
não retorna a zero.
• Postura fixa: quando não se retorna à postura neutra
entre 1 e 10 minutos.
• O maior risco é quando a postura fixa é determinada
pelo equipamento, por exemplo, o teclado.
Postura: LER/DORT
121. DORT - Fatores de risco
Invariabilidade da tarefa
o A carga é suportada pelos mesmos tecidos
de maneira contínua.
o Tarefas simples induzem ao aumento da
cadência e rigidez postural para manter
estável o sistema de referência óculo-
espacial, por exemplo, ler e digitar.
Postura: LER/DORT
122. DORT - Fatores de risco
Exigências cognitivas
o A atenção aumenta a secreção de
catecolaminas (reação de estresse) que, por
sua vez, aumenta a carga estática. Esta se
adiciona às exigências da postura.
o Ex.: uso de teclado aumenta a atividade do
trapézio.
Postura: LER/DORT
123. DORT - Fatores de risco
Variáveis de natureza organizacional e
psicossocial
• Os fatores organizacionais são os aspectos
objetivos da maneira pela qual o trabalho é
organizado, supervisionado e efetuado.
• Fatores psicossociais: são as percepções
subjetivas do trabalhador sobre os fatores
organizacionais.
• Os fatores psicossociais veiculam um valor
“emocional” no trabalhador.
• Considerações ligadas à carreira, ao futuro
do emprego e ao papel desempenhado pelo
trabalhador
•
Podem desencadear reações negativas e
estresse
Postura: LER/DORT
124. • Variáveis de natureza
organizacional e psicossocial
Horários de trabalho e horas-
extras
• Trabalho em turno ou noturno
fixo: aumento de
DORT, pois potencializa os
outros fatores.
• Horas-extras e/ou prorrogação
da jornada:
aumentam a duração da
exposição.
• Carga de trabalho e efeito da
cadência
• Percepção da cadência como
excessiva: Aumenta o estresse:
DORT - Fatores de risco
Postura: LER/DORT
125. DORT - Fatores de risco
Aumenta o estresse
Cadência imposta por máquina: aumenta o estresse, pois não
se consegue gerenciar o próprio tempo.
Pressão exercida pelo grupo: competitividade.
Interação social negativa.
Relação com clientes descontentes.
Supervisão agressiva e que não ajuda o trabalhador
Ambiente técnico
Medo de não saber usar uma nova tecnologia
Medo de perder o emprego
Postura: LER/DORT
126. Principais localizações das Lesões por Esforços RepetitivosPrincipais localizações das Lesões por Esforços Repetitivos
Musculo-tendinoso
Funcional
Osteo-articular
Compressão
Cervicalgias Artroses
Tendinites
Síndrome do desfiladeiro torácico
Artrose
Síndrome do Túnel do cárpio
Síndrome de Guyon
Músculos
Ligamentos
Tendões
Tendinites
Discos, articulações
Nervo ciático
Meniscos
Higromas
Adaptado de Meyer & Dyevre
Ada A. Assunção - UFMG
Tenossinovites
Epicondilite
Postura: LER/DORT
128. Sugestões para prevenção dos fatores
de riscos relacionados a postura no trabalho
• Manter os segmentos corporais em posição neutra
• Adaptação do arranjo físico, para evitar posturas
extremas
• Evitar movimentos e forças bruscas
• Alternar postura e movimentos
• Reduzir a duração de qualquer esforço muscular contínuo
• Realizar pausas de recuperação fisiológica
• Realizar exercícios de preparação e compensação
muscular
• Realizar trabalho de educação para o gesto
• Realizar análise das atividades das tarefas, quanto a
postura e organização do trabalho (ergonomia)
• Ter atitude ergonômica
Postura: LER/DORT
129. Mensagem
“O corpo é a nossa imagem refletida sobre
a nossa postura e forma de pensar”
(Autor desconhecido)
130. Referências Bibliográficas
- Anamaria de Moraes e Marcelo Márcio Soares, Apostila que faz parte do
primeiro capítulo do livro ERGONOMIA E INTERVENÇÃO ERGONOMIZADORA:
PESQUISA E AÇÃO TECNOLÓGICA.
- KUORINKA, Ikka & FORCIER, Lina (org.) LATR: les lésions attribuables au
travail répétitif: ouvrage de référence sur les lésions musculo-squelettiques liées
au travail. Canadá, Multi Mondes, 1995.
- Ministério da Previdência e Assistência Social - Instituto Nacional do Seguro
Social. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT): norma
técnica de avaliação de incapacidade para fins de benefícios previdenciários.
Brasília, MPAS, 1998.
- Maria de Lourdes A. Menezes. Apostila do curso de Engenharia de Segurança
do Trabalho – CEEST, Escola Politécnica – UFBA, Salvador, 2002.
- Notas de Aula Vasconcelos, R.C.
- Adelaide Maria Leal de Moraes, Prontocllin – Treinamento em Ergonomia,
Salvador, 2007.