Este documento discute como as telenovelas influenciam a formação de identidades de gênero entre alunas e professoras de Educação de Jovens e Adultos. Analisou-se 15 entrevistas e cenas de novela para entender como os discursos midiáticos afetam a subjetividade dessas mulheres e o papel que a escola pode desempenhar para promover uma análise crítica desses discursos. Conclui-se que as novelas exercem uma "pedagogia cultural" na produção de sentidos e sujeitos soc
O documento discute como a mídia e a escola abordam os conceitos de gênero e sexualidade, questionando se reproduzem estereótipos limitantes. Uma pesquisa analisou como a revista Capricho e o programa Malhação tratam esses temas, encontrando uma abordagem que dita normas rígidas. A escola deve ensinar os jovens a pensarem criticamente sobre esses assuntos.
Paulo Freire e educação mediada: inspiraçõesLucila Pesce
O documento discute a contribuição de Paulo Freire para o empoderamento e interação dialógica. Apresenta os conceitos freireanos de diálogo crítico, constituição mútua dos sujeitos sociais e educação como processo de libertação. Argumenta que os memes, quando usados criticamente, podem favorecer a autonomia dos estudantes e os princípios da pedagogia freireana.
1) O documento discute a importância da língua cultural como parte da cultura e meio para orientar o processo de ensino-aprendizagem, atuando como movimentos sociais.
2) Argumenta-se que é necessário reconhecer a importância de implementar um currículo multicultural que valorize a língua cultural no processo educativo.
3) Defende-se o uso de atividades linguísticas que desenvolvam a capacidade de reflexão sobre as diferenças entre a língua padrão e a cultura.
Este plano de ensino descreve uma disciplina de Antropologia e Educação oferecida pela Universidade do Estado de Santa Catarina. A disciplina abordará conceitos antropológicos como cultura, etnocentrismo e diversidade cultural e como eles se relacionam com a educação. Os alunos aprenderão sobre pesquisa etnográfica e como aplicar uma perspectiva antropológica para entender questões como identidade, gênero e classe na escola.
Este documento discute a abordagem da temática de gênero nos livros didáticos aprovados pelo PNLD 2013. Primeiro, apresenta a definição de gênero segundo os PCNs e Joan Scott. Em seguida, analisa como os livros representam os papéis de gênero e discutem a participação das mulheres na história. Por fim, cita um exemplo do livro do 9o ano que mostra uma imagem de uma mulher negra durante o Apartheid sem contextualizá-la adequadamente na luta contra o regime.
Este documento apresenta três atividades pedagógicas para serem desenvolvidas em sala de aula com base em artigos da revista Comunicação & Educação. A primeira atividade aborda a construção de identidades culturais utilizando filmes e literatura adaptada para a televisão. A segunda atividade amplia a discussão sobre identidades focando na memória e comunicação. A terceira atividade trabalha com o uso de recursos sonoros para ensinar conteúdos curriculares.
O documento discute como a mídia e a escola abordam os conceitos de gênero e sexualidade, questionando se reproduzem estereótipos limitantes. Uma pesquisa analisou como a revista Capricho e o programa Malhação tratam esses temas, encontrando uma abordagem que dita normas rígidas. A escola deve ensinar os jovens a pensarem criticamente sobre esses assuntos.
Paulo Freire e educação mediada: inspiraçõesLucila Pesce
O documento discute a contribuição de Paulo Freire para o empoderamento e interação dialógica. Apresenta os conceitos freireanos de diálogo crítico, constituição mútua dos sujeitos sociais e educação como processo de libertação. Argumenta que os memes, quando usados criticamente, podem favorecer a autonomia dos estudantes e os princípios da pedagogia freireana.
1) O documento discute a importância da língua cultural como parte da cultura e meio para orientar o processo de ensino-aprendizagem, atuando como movimentos sociais.
2) Argumenta-se que é necessário reconhecer a importância de implementar um currículo multicultural que valorize a língua cultural no processo educativo.
3) Defende-se o uso de atividades linguísticas que desenvolvam a capacidade de reflexão sobre as diferenças entre a língua padrão e a cultura.
Este plano de ensino descreve uma disciplina de Antropologia e Educação oferecida pela Universidade do Estado de Santa Catarina. A disciplina abordará conceitos antropológicos como cultura, etnocentrismo e diversidade cultural e como eles se relacionam com a educação. Os alunos aprenderão sobre pesquisa etnográfica e como aplicar uma perspectiva antropológica para entender questões como identidade, gênero e classe na escola.
Este documento discute a abordagem da temática de gênero nos livros didáticos aprovados pelo PNLD 2013. Primeiro, apresenta a definição de gênero segundo os PCNs e Joan Scott. Em seguida, analisa como os livros representam os papéis de gênero e discutem a participação das mulheres na história. Por fim, cita um exemplo do livro do 9o ano que mostra uma imagem de uma mulher negra durante o Apartheid sem contextualizá-la adequadamente na luta contra o regime.
Este documento apresenta três atividades pedagógicas para serem desenvolvidas em sala de aula com base em artigos da revista Comunicação & Educação. A primeira atividade aborda a construção de identidades culturais utilizando filmes e literatura adaptada para a televisão. A segunda atividade amplia a discussão sobre identidades focando na memória e comunicação. A terceira atividade trabalha com o uso de recursos sonoros para ensinar conteúdos curriculares.
1. Esta disciplina aborda perspectivas críticas e pós-críticas do currículo, examinando como ele pode perpetuar desigualdades sociais e dominar grupos marginalizados.
2. Os objetivos incluem entender como o currículo induz desigualdades e desenvolver uma análise crítica do ato educativo.
3. Os conteúdos cobrem tópicos como a pseudo-neutralidade do currículo, diferenças de gênero e raça, e como o pós-estruturalismo e pós-colonial
O PIBID e o uso de biografias no ensino de história: Como história de vida po...PIBID HISTÓRIA
O documento discute como o uso de biografias no ensino de história pode melhorar a compreensão dos alunos sobre períodos históricos. Ele descreve uma experiência no PIBID de História na qual biografias de escritores renascentistas foram introduzidas para estudar o Renascimento. O documento argumenta que biografias podem facilitar a formação de consciência histórica nos alunos, mostrando como indivíduos históricos interagiram com suas épocas.
Este documento discute os papéis colaborativos do professor e da autonomia do aluno na criação de oportunidades de aprendizagem de inglês. Ele se baseia na teoria sociocultural e argumenta que a colaboração entre alunos e a autonomia do aluno, mediadas pelo professor, podem contribuir para a criação de oportunidades de aprendizagem da língua.
O documento descreve uma pesquisa que teve como objetivo compreender as relações de crianças negras em uma escola pública no Rio de Janeiro. A pesquisa utilizou referenciais sobre multiculturalismo e interculturalismo para analisar como as crianças negras se relacionavam e eram percebidas. O estudo qualitativo e etnográfico foi realizado em 2008 e buscou dar voz às experiências das crianças negras.
Artigo - A utilização das pinturas renascentistas em sala de aula através do ...PIBID HISTÓRIA
O documento discute o uso de pinturas renascentistas em sala de aula através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). O PIBID auxilia a educação brasileira fornecendo melhores mecanismos para construção do conhecimento, incluindo atividades dinâmicas como imagens. As imagens são eficazes para o ensino de história se analisadas em seu contexto histórico e características técnicas. O documento relata como o PIBID utilizou imagens renascent
1) O documento resume um texto sobre o livro "O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos".
2) Aborda brevemente as principais ideias do livro sobre o significado do multiculturalismo e sua aplicação na educação brasileira e nos Estados Unidos.
3) Também discute alguns pontos polêmicos do livro, como a importância da adoção do termo "multiculturalismo" no contexto brasileiro.
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...Mônica Santos
Nos últimos 30 anos, o conceito de cultura escolar vem subsidiando análises históricas da educação brasileira e assumindo importância como categoria de pesquisa. O artigo revisa definições de cultura escolar de autores como Chervel, Forquin e Julia, e discute como o conceito tem sido aplicado no Brasil para entender dimensões da realidade educacional, como práticas pedagógicas e reformas.
A Telenovela Discutida na escola, na perspectiva da educomunicaçãoDodô Calixto
1. O documento discute uma pesquisa educacional realizada em uma escola pública em São Paulo, onde debates foram promovidos sobre a telenovela "Mulheres Apaixonadas" com alunos e professores.
2. A pesquisa teve como objetivo analisar como os jovens recebem e discutem a telenovela, usando a perspectiva da "educomunicação" e da "teoria das mediações".
3. Dados iniciais foram coletados através de questionários aplicados a 700 alunos, para entender seus hábitos
Este documento resume as atividades e conclusões de um projeto sobre educação intercultural em Moçambique. Os alunos refletiram sobre a relação com o outro usando textos literários e desenvolveram o pensamento crítico sobre identidade cultural. Isto os ajudou a reconhecer a natureza dinâmica das culturas e a necessidade de se adaptar ao outro.
Este documento discute o ativismo digital de mulheres na África. Apresenta quatro casos de mulheres ativistas que usam a tecnologia para promover mudanças sociais, apesar do campo do ativismo digital ser dominado por homens. Explica como essas mulheres desafiam as expectativas de gênero e se tornaram líderes importantes em suas comunidades.
O ‘ser’ professor(a) primário(a) no século XIXFabrício Dutra
Este documento apresenta os estudos preliminares realizados para uma pesquisa sobre o processo de feminização do magistério primário no século XIX através da imprensa feminina no Rio de Janeiro. O objetivo é analisar como esses jornais contribuíram para a feminização, abordando questões como as identidades produzidas e modelos de escolarização divulgados. Foram localizados vários jornais femininos do período, como O Sexo Feminino e Echo das Damas. A pesquisa busca responder como a imprensa feminina
Artigo: REPRESENTAÇÕES INDÍGENAS NO ENSINO DE HISTÓRIA: DIÁLOGOS SOBRE A LEI ...PIBID HISTÓRIA
O documento discute a representação dos indígenas no livro didático de história e a importância da Lei 11.645, que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena. Analisa como os indígenas eram representados no passado de forma estereotipada e como personagens do passado, e como novas abordagens historiográficas passaram a considerá-los protagonistas da história. Também analisa a representação dos indígenas no livro didático "História Global" à luz da Lei 11.645.
Este documento discute as relações interculturais entre mulheres ciganas e não-ciganas na educação. Ele explora como a escola pode ser um espaço para o encontro intercultural entre as duas comunidades e como as experiências das mulheres de ambos os grupos étnicos podem contribuir para reformular os currículos escolares. O documento também examina como o gênero e a cultura cigana influenciam as experiências educacionais das mulheres ciganas.
Artigo: Pintando Identidades: “O grito do Ipiranga” em sala de aula.PIBID HISTÓRIA
O artigo intitulado “Pintando identidades: “O grito do Ipiranga” em sala de aula” teve como objetivo mostrar como se foi utilizada a pintura O grito do Ipiranga do pintor Pedro Américo em sala de aula através do PIBID, buscando mostrar o lugar social do pintor e o contexto no qual foi produzida a obra. O artigo foi publicado no Enid, na cidade de Campina Grande no centro de convenções do Garden Hotel no dia 16 de Dezembro 2017.
O documento discute gêneros textuais, definindo-os como entidades sócio-discursivas que refletem a cultura e a vida social. Explica que gêneros textuais evoluem ao longo do tempo e são influenciados por novas tecnologias, embora mantenham bases antigas. Também discute os tipos e origens dos gêneros textuais.
As infâncias no teatro para crianças revista art& 01Taís Ferreira
Este documento apresenta uma análise das representações de crianças no teatro infantil contemporâneo. A autora discute como as peças representam as crianças nos textos dramáticos e encenações, e como isso reflete a visão de criança e público-alvo. Ela analisa dois espetáculos teatrais infantis produzidos em Porto Alegre para ilustrar como as crianças são retratadas e como os atores constroem esses personagens.
O documento discute as características do ensino tradicional e moderno de história, comparando aspectos como história factual vs conceitual, memorização vs raciocínio e transmissão vs produção do saber. A conclusão defende que esses aspectos não devem ser vistos como opostos, mas sim como complementares ao longo do aprendizado histórico.
This document summarizes the construction of a retaining wall made from a mixture of paper, clay, sand, and organic mortar. Key steps included preparing materials like sifting clay and mixing paper with water, constructing brick frames, and mixing an organic mortar using local ingredients like clay, manure, straw, and a small amount of cement. The retaining wall was then built by laying the paper clay bricks with organic mortar. While the bricks dried, workers helped with other projects like digging trenches and installing soil barriers. The finished retaining wall had an urbanite foundation and was used to create a terraced organic garden bed.
El documento propone crear una alianza tecnológica entre la Universidad Popular del Cesar, empresas de tecnología de la información y comunicación, y el Ministerio de Educación Nacional de Colombia para modernizar la biblioteca de la universidad de forma digital o híbrida. El objetivo es fomentar el uso de las tecnologías de la información para mejorar los procesos académicos y responder a las demandas actuales. Se presentan los tipos de tecnologías requeridas y el marco legal para establecer la alianza.
Este documento presenta tres oraciones o menos que ofrecen la información fundamental y de alto nivel del documento. El documento cubre varios temas clave de la comunicación incluyendo elementos de la comunicación, requisitos para que un mensaje sea eficaz, roles del emisor y receptor, y más.
1. Esta disciplina aborda perspectivas críticas e pós-críticas do currículo, examinando como ele pode perpetuar desigualdades sociais e dominar grupos marginalizados.
2. Os objetivos incluem entender como o currículo induz desigualdades e desenvolver uma análise crítica do ato educativo.
3. Os conteúdos cobrem tópicos como a pseudo-neutralidade do currículo, diferenças de gênero e raça, e como o pós-estruturalismo e pós-colonial
O PIBID e o uso de biografias no ensino de história: Como história de vida po...PIBID HISTÓRIA
O documento discute como o uso de biografias no ensino de história pode melhorar a compreensão dos alunos sobre períodos históricos. Ele descreve uma experiência no PIBID de História na qual biografias de escritores renascentistas foram introduzidas para estudar o Renascimento. O documento argumenta que biografias podem facilitar a formação de consciência histórica nos alunos, mostrando como indivíduos históricos interagiram com suas épocas.
Este documento discute os papéis colaborativos do professor e da autonomia do aluno na criação de oportunidades de aprendizagem de inglês. Ele se baseia na teoria sociocultural e argumenta que a colaboração entre alunos e a autonomia do aluno, mediadas pelo professor, podem contribuir para a criação de oportunidades de aprendizagem da língua.
O documento descreve uma pesquisa que teve como objetivo compreender as relações de crianças negras em uma escola pública no Rio de Janeiro. A pesquisa utilizou referenciais sobre multiculturalismo e interculturalismo para analisar como as crianças negras se relacionavam e eram percebidas. O estudo qualitativo e etnográfico foi realizado em 2008 e buscou dar voz às experiências das crianças negras.
Artigo - A utilização das pinturas renascentistas em sala de aula através do ...PIBID HISTÓRIA
O documento discute o uso de pinturas renascentistas em sala de aula através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). O PIBID auxilia a educação brasileira fornecendo melhores mecanismos para construção do conhecimento, incluindo atividades dinâmicas como imagens. As imagens são eficazes para o ensino de história se analisadas em seu contexto histórico e características técnicas. O documento relata como o PIBID utilizou imagens renascent
1) O documento resume um texto sobre o livro "O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos".
2) Aborda brevemente as principais ideias do livro sobre o significado do multiculturalismo e sua aplicação na educação brasileira e nos Estados Unidos.
3) Também discute alguns pontos polêmicos do livro, como a importância da adoção do termo "multiculturalismo" no contexto brasileiro.
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...Mônica Santos
Nos últimos 30 anos, o conceito de cultura escolar vem subsidiando análises históricas da educação brasileira e assumindo importância como categoria de pesquisa. O artigo revisa definições de cultura escolar de autores como Chervel, Forquin e Julia, e discute como o conceito tem sido aplicado no Brasil para entender dimensões da realidade educacional, como práticas pedagógicas e reformas.
A Telenovela Discutida na escola, na perspectiva da educomunicaçãoDodô Calixto
1. O documento discute uma pesquisa educacional realizada em uma escola pública em São Paulo, onde debates foram promovidos sobre a telenovela "Mulheres Apaixonadas" com alunos e professores.
2. A pesquisa teve como objetivo analisar como os jovens recebem e discutem a telenovela, usando a perspectiva da "educomunicação" e da "teoria das mediações".
3. Dados iniciais foram coletados através de questionários aplicados a 700 alunos, para entender seus hábitos
Este documento resume as atividades e conclusões de um projeto sobre educação intercultural em Moçambique. Os alunos refletiram sobre a relação com o outro usando textos literários e desenvolveram o pensamento crítico sobre identidade cultural. Isto os ajudou a reconhecer a natureza dinâmica das culturas e a necessidade de se adaptar ao outro.
Este documento discute o ativismo digital de mulheres na África. Apresenta quatro casos de mulheres ativistas que usam a tecnologia para promover mudanças sociais, apesar do campo do ativismo digital ser dominado por homens. Explica como essas mulheres desafiam as expectativas de gênero e se tornaram líderes importantes em suas comunidades.
O ‘ser’ professor(a) primário(a) no século XIXFabrício Dutra
Este documento apresenta os estudos preliminares realizados para uma pesquisa sobre o processo de feminização do magistério primário no século XIX através da imprensa feminina no Rio de Janeiro. O objetivo é analisar como esses jornais contribuíram para a feminização, abordando questões como as identidades produzidas e modelos de escolarização divulgados. Foram localizados vários jornais femininos do período, como O Sexo Feminino e Echo das Damas. A pesquisa busca responder como a imprensa feminina
Artigo: REPRESENTAÇÕES INDÍGENAS NO ENSINO DE HISTÓRIA: DIÁLOGOS SOBRE A LEI ...PIBID HISTÓRIA
O documento discute a representação dos indígenas no livro didático de história e a importância da Lei 11.645, que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena. Analisa como os indígenas eram representados no passado de forma estereotipada e como personagens do passado, e como novas abordagens historiográficas passaram a considerá-los protagonistas da história. Também analisa a representação dos indígenas no livro didático "História Global" à luz da Lei 11.645.
Este documento discute as relações interculturais entre mulheres ciganas e não-ciganas na educação. Ele explora como a escola pode ser um espaço para o encontro intercultural entre as duas comunidades e como as experiências das mulheres de ambos os grupos étnicos podem contribuir para reformular os currículos escolares. O documento também examina como o gênero e a cultura cigana influenciam as experiências educacionais das mulheres ciganas.
Artigo: Pintando Identidades: “O grito do Ipiranga” em sala de aula.PIBID HISTÓRIA
O artigo intitulado “Pintando identidades: “O grito do Ipiranga” em sala de aula” teve como objetivo mostrar como se foi utilizada a pintura O grito do Ipiranga do pintor Pedro Américo em sala de aula através do PIBID, buscando mostrar o lugar social do pintor e o contexto no qual foi produzida a obra. O artigo foi publicado no Enid, na cidade de Campina Grande no centro de convenções do Garden Hotel no dia 16 de Dezembro 2017.
O documento discute gêneros textuais, definindo-os como entidades sócio-discursivas que refletem a cultura e a vida social. Explica que gêneros textuais evoluem ao longo do tempo e são influenciados por novas tecnologias, embora mantenham bases antigas. Também discute os tipos e origens dos gêneros textuais.
As infâncias no teatro para crianças revista art& 01Taís Ferreira
Este documento apresenta uma análise das representações de crianças no teatro infantil contemporâneo. A autora discute como as peças representam as crianças nos textos dramáticos e encenações, e como isso reflete a visão de criança e público-alvo. Ela analisa dois espetáculos teatrais infantis produzidos em Porto Alegre para ilustrar como as crianças são retratadas e como os atores constroem esses personagens.
O documento discute as características do ensino tradicional e moderno de história, comparando aspectos como história factual vs conceitual, memorização vs raciocínio e transmissão vs produção do saber. A conclusão defende que esses aspectos não devem ser vistos como opostos, mas sim como complementares ao longo do aprendizado histórico.
This document summarizes the construction of a retaining wall made from a mixture of paper, clay, sand, and organic mortar. Key steps included preparing materials like sifting clay and mixing paper with water, constructing brick frames, and mixing an organic mortar using local ingredients like clay, manure, straw, and a small amount of cement. The retaining wall was then built by laying the paper clay bricks with organic mortar. While the bricks dried, workers helped with other projects like digging trenches and installing soil barriers. The finished retaining wall had an urbanite foundation and was used to create a terraced organic garden bed.
El documento propone crear una alianza tecnológica entre la Universidad Popular del Cesar, empresas de tecnología de la información y comunicación, y el Ministerio de Educación Nacional de Colombia para modernizar la biblioteca de la universidad de forma digital o híbrida. El objetivo es fomentar el uso de las tecnologías de la información para mejorar los procesos académicos y responder a las demandas actuales. Se presentan los tipos de tecnologías requeridas y el marco legal para establecer la alianza.
Este documento presenta tres oraciones o menos que ofrecen la información fundamental y de alto nivel del documento. El documento cubre varios temas clave de la comunicación incluyendo elementos de la comunicación, requisitos para que un mensaje sea eficaz, roles del emisor y receptor, y más.
R
that can fit inside cuboid Q.
Hitung bilangan kubus R yang boleh muat di dalam kuboid Q.
A
B
c
D
4
6
8
t2
The document is a 40 question mathematics test paper for Year 8 students in Malacca, Malaysia. It provides instructions for students on how to answer the questions, including bubbling in one answer only on the answer sheet. It also notes that drawings are not to scale unless specified. The test covers a range of mathematics topics including rounding, operations on numbers, time, fractions, percentages, geometry and word problems. It is to be completed
El documento proporciona información sobre el aprendizaje significativo, los tipos y factores del aprendizaje, las técnicas para mejorar el estudio, el ambiente de estudio ideal y el papel de las TIC en la educación. Explica que el aprendizaje significativo ocurre cuando el estudiante relaciona sus conocimientos previos con nueva información de manera aplicable, concreta y significativa. También describe las ventajas y desventajas del uso de las TIC en la educación y las cualidades que debe desarrollar un docente efectivo
Este documento presenta una introducción a los conceptos de comunicación, expresión, lenguaje y lengua. Explica que la comunicación implica la transmisión y recepción de un mensaje entre dos puntos, mientras que la expresión se refiere a la manifestación externa de pensamientos o sentimientos sin necesariamente ser recibidos. También define el paralenguaje, lenguaje y lengua, y clasifica los tipos de lenguaje y términos según su significado y forma de emisión.
Google Drive es un servicio de almacenamiento en la nube de Google que permite a los usuarios almacenar archivos en línea y acceder a ellos desde cualquier dispositivo. Originalmente surgió de la combinación de los servicios Writely y Google Spreadsheets. Actualmente, Google Drive ofrece 15 GB de almacenamiento gratuito por usuario y permite crear, editar y compartir documentos, hojas de cálculo y presentaciones de forma colaborativa.
Mulheres e telenovela: a recepção pela perspectiva das relações de gêneroCassia Barbosa
Este documento discute a recepção da telenovela por mulheres das classes populares a partir da perspectiva das relações de gênero. Ele apresenta reflexões teóricas sobre como o feminismo influenciou os estudos culturais e a análise da recepção midiática, e analisa dados de uma pesquisa etnográfica sobre como as telenovelas retratam papéis de gênero e como mães e filhas recebem e interpretam esses papéis.
Este documento discute o potencial pedagógico do filme "O Contador de Histórias" no contexto escolar. O filme retrata a vida de Roberto Carlos Ramos, uma criança negra e pobre que foi internada na FEBEM. Analisando o filme, estudantes e professores podem refletir sobre como as identidades e representações sociais se constroem e sobre os estigmas enfrentados por jovens marginalizados. O documento defende que a análise de narrativas culturais como esta pode ajudar a combater preconceitos
Este documento discute a representação da mulher e da violência contra a mulher nas canções populares brasileiras entre 1930-1945. Analisa como as letras de música frequentemente retratavam as mulheres de forma estereotipada e machista, justificando a violência doméstica e a inferioridade feminina. Também explora como a cultura do "malandro" influenciou essas representações, normalizando a agressão contra as parceiras.
O documento discute as representações de escola em filmes de animação. Apresenta como esses filmes ensinam de forma implícita sobre a escola, tanto mostrando cenas escolares quanto criando verdades sobre a instituição. Alguns filmes parecem retratar a escola como um lugar desinteressante onde os alunos são obrigados a ficar, sugerindo que a escola não é vista como fonte de prazer.
O documento apresenta um resumo de uma pesquisa sobre gênero e identidade realizada em uma escola pública no Rio Grande do Sul. Ele discute os principais conceitos de gênero e identidade com base nos escritos de feministas como Simone de Beauvoir. O documento destaca que Beauvoir foi pioneira ao afirmar que "ninguém nasce mulher: torna-se mulher", mostrando que o gênero é socialmente construído e não determinado biologicamente. Ele também discute como a sociedade impõe papéis de gênero desde a inf
Este artigo discute como o ensino de História no Brasil reflete a heteronormatividade e como isso contribui para a discriminação. Analisa como a disciplina foi formatada sob os interesses de um Estado heterossexual e como isso impede discussões sobre gênero e sexualidade. Defende um currículo que assegure a diversidade e a crítica de todas as formas de discriminação.
Este documento discute a ecologia dos saberes e a descolonização do currículo escolar. Apresenta conceitos de autores como Boaventura de Sousa Santos e Nilma Lino Gomes sobre a inclusão de diferentes culturas e saberes no currículo. Defende que a escola deve acolher vozes e saberes de bebês, crianças e comunidades para uma educação crítica e emancipatória.
Este artigo explora as correlações entre telenovelas, consumo e gênero na televisão brasileira. A pesquisa baseia-se em uma etnografia da recepção de uma novela e analisa a relação entre mídia, publicidade e a construção de papéis de gênero. Argumenta-se que a televisão promove uma cultura de consumo e que gênero é central nessa articulação, feminilizando o consumo e projetando certas imagens estereotipadas.
1. O documento discute as políticas públicas para a diversidade cultural no Brasil e os desafios para educadores após a aprovação de diretrizes curriculares nacionais sobre relações étnico-raciais.
2. Apresenta um dossiê com artigos que mapeiam a implementação da lei que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas uma década após sua aprovação.
3. Os artigos abordam temas como representações sociais sobre trabalho infantil, leit
O que a telenovela ensina sobre ser mulherCassia Barbosa
O documento discute as representações femininas na telenovela Caminho das Índias. A telenovela valoriza a maternidade e retrata as mulheres como donas de casa e mães dedicadas, com o trabalho sendo secundário. Duas personagens principais, Melissa e Sílvia, ilustram esses papéis - Melissa como má mãe que se redime no final, e Sílvia como boa mãe cuja felicidade vem de um novo casamento, não do trabalho. O documento analisa essas representações à luz de estudos femin
Consumidoras e heroinas genero na telenovelaCassia Barbosa
Este documento explora as correlações entre telenovelas, consumo e gênero, buscando compreender como a mídia está articulada à promoção de bens e da cultura do consumo, e como gênero é um eixo importante nessa articulação. O artigo analisa a relação entre televisão e publicidade, discutindo a feminilização do consumo e a construção de certa imagem feminina hegemônica nas novelas e nos anúncios comerciais.
1) O documento discute a importância da língua cultural como parte da cultura e meio para orientar o processo de ensino-aprendizagem, atuando como movimentos sociais.
2) Argumenta-se que é necessário reconhecer a importância de implementar um currículo multicultural que valorize a língua cultural no processo educativo.
3) Defende-se o uso de atividades linguísticas que desenvolvam a capacidade de reflexão sobre as diferenças entre a língua padrão e a cultura.
Consumo e produção das infâncias contemporâneas, Congresso Internacional de E...Joice Araújo Esperança
Este documento discute como a cultura de consumo influencia a formação da identidade infantil na sociedade contemporânea e as implicações disso para a formação docente. A pesquisa qualitativa realizada com crianças mostra como a mídia promove desejos de consumo e como objetos passaram a definir identidades infantis. Isso sugere a necessidade de reflexão sobre como a escola lida com as "pedagogias culturais" que moldam as crianças e sobre como a formação de professores pode abordar essa questão.
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaFrancimeire Cesario
A educação deve ser concebida como um processo de formação/transformação que se realiza a
partir de experiências vividas pelos sujeitos nos diversos espaços educativos a que têm acesso (família,
trabalho, escola...), na interação com o mundo e com as pessoas que fazem parte do seu universo cultural.
Relações de gênero e história das mulheres naNatália Barros
Este documento discute experiências de inserção da História das Mulheres e da Abordagem de Gênero na educação básica no Colégio de Aplicação da UFPE em 2007. Duas experiências são detalhadas: 1) Um questionário aplicado no Dia Internacional da Mulher revelou percepções negativas sobre a representação feminina na mídia e na história. 2) A disciplina "História das Mulheres no Brasil" foi proposta como parte do currículo para discutir estas questões. O documento defende a educação como espaço para transformar rel
Líneas de Investigación - Dra. Marie Lissette Canavesi Rimbaud ( Decana Facultad Ciencias de la Educación) - Docente de la Materia: Cultura, Saberes y Prácticas. Doctora en antropología
A Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comumDaniel Tavares
Este documento apresenta um resumo de três frases do artigo "A educação e a diversidade sexual e de gênero: a academia e o senso comum":
1) O artigo realiza uma revisão bibliográfica sobre a história da sexualidade e sua relação com a educação, além de apresentar os resultados de uma pesquisa com professores sobre como abordam a sexualidade em sala de aula.
2) Ao longo da história, a sexualidade foi regulada de diferentes formas e hoje há um maior diálogo sobre a diversidade sexual, embora
CURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL: a ressignificaçao dos centros escolares.Wilson Melo
A diversidade é uma riqueza da humanidade (UNESCO, 2002). Valorizá-la significa potencializar o respeito à dignidade humana. É, ainda, um fator de fortalecimento da democracia. Esse valor gera uma cultura ponderada da paz como necessidade e utopia. Em um plano mais terreno, redunda em justiça social. O social
como imperativo fundante da condição humana. A ressignificação desse movimento implica a (des)construção/(re)construção dos tempos e dos espaços que o opercionalizam. E constitui ponto para os centros escolares e para o currículo em sua acepção ressignificada.
O documento lista cursos e eventos oferecidos pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP) em 2015, incluindo cursos de verão sobre juventude, sexualidade e dignidade humana, e um curso latino-americano sobre pastoral e relações de gênero.
Este documento fornece informações sobre o Encontro Nacional do Grupo de Trabalho Gênero/ANPUH(ENGÊNERO-ES) que ocorrerá em 19-20 de novembro de 2014 na Universidade Federal do Espírito Santo. Ele detalha as modalidades de inscrição, sessões disponíveis, instruções para envio de resumos e textos completos, e formatação para publicação nos anais do evento.
Este documento discute como os estudos de gênero podem contribuir para a análise do mundo do trabalho. Apresenta três perspectivas teóricas - história social neomarxista, sociologia crítica de Bourdieu e estudos pós-estruturalistas de Scott - e como elas abordam o gênero e sua influência na organização social do trabalho. Também descreve uma pesquisa quantitativa sobre gênero e trabalho formal em Caxias do Sul usando dados do Ministério do Trabalho para analisar mudanças nas relações de
A (des)construção das identidades femininasCassia Barbosa
Este trabalho apresenta um resumo de uma dissertação de mestrado que analisa a construção das identidades femininas na telenovela brasileira Laços de Família. O resumo explora como a telenovela retrata e molda os papéis e comportamentos considerados adequados para as mulheres, (des)construindo suas identidades de acordo com normas sociais.
A ausência de categorias que incomoda uma vivência trans representada na no...Cassia Barbosa
Sarita Vitti é uma personagem transgênero coadjuvante na novela Explode Coração. Ela é dona de uma casa no bairro de Maria da Graça e trabalha como artista em boates. Apaixonada por Edu, ajuda a esconder o rapaz da polícia e chega a ser presa defendendo-o. Seu maior sonho é adotar uma criança portadora do HIV.
A figura feminina como argumento de venda na linguagem publicitáriaCassia Barbosa
1. O documento analisa o uso da figura feminina como argumento de venda na publicidade brasileira.
2. Aborda temas como a imagem da mulher na sociedade e publicidade, mitos e estereótipos, linguagem publicitária, semiologia e uma análise de anúncios publicitários.
3. Tem como objetivo principal detectar que tipo de persuasão e argumento de venda a figura feminina representa nos anúncios publicitários.
Este documento é uma dissertação de mestrado apresentada por Elisa da Silva Gomes ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2007. A dissertação analisa a imagem de família e conjugalidade apresentada no programa de televisão Casos de Família, focando particularmente nos papéis de gênero e modelos conjugais promovidos. A pesquisa inclui uma etnografia do programa e entrevistas com a equipe de produção para entender os mecanismos de sele
O documento apresenta uma coletânea de textos sobre comunicação e gênero produzidos a partir de pesquisas realizadas na PUC-RS. A introdução contextualiza a temática dos estudos de gênero e a organização da publicação, que está dividida em quatro partes: 1) Mapeamento dos estudos de gênero na comunicação no Brasil e no exterior; 2) Pesquisas sobre mulheres privadas de liberdade e sua relação com rádio e TV; 3) Masculinidades e feminilidades representadas na mídia; 4) Roteiro de leit
- O livro reúne artigos sobre conjugalidades, parentalidades e identidades lésbicas, gays e travestis no Brasil e América Latina.
- Aborda temas como a construção da homoconjugalidade masculina, influência do preconceito internalizado em relacionamentos homossexuais, experiência de assumir a homossexualidade em relacionamentos heterossexuais e amor e ódio em relações conjugais entre pessoas do mesmo sexo.
- Também discute
O documento discute o dualismo de papéis da mulher moderna no Brasil e como a telenovela brasileira criou uma nova imagem feminina. Apresenta como a industrialização levou à emancipação das mulheres, mas ainda existem barreiras culturais. Também analisa como o mercado de trabalho no Brasil discrimina as mulheres através de salários mais baixos e menos oportunidades de carreira.
Revista Faeba Educação e contemporaneidadeCassia Barbosa
Here is a 3 sentence summary of the document:
[SUMMARY] The document provides information about the editorial board and advisory board of the "Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade" journal. It lists the rector, vice-rector and directors of the University of Bahia and the Education Department. It also lists the national and international members of the editorial and advisory boards who will oversee the journal.
Entre a emancipa ca o e a dependencia as mulheres na revisa o Cruzeiro Cassia Barbosa
Este documento analisa as representações femininas nas fotorreportagens da revista O Cruzeiro entre 1956-1960. Algumas matérias retratavam mulheres ingênuas e submissas, enfatizando a beleza. Outras mostravam mudanças, apresentando mulheres mais ousadas e independentes. A revista promovia ambiguidades, destacando a emancipação feminina mas também a dependência em relação aos homens.
De gabriela a juma – imagens eróticas femininas nas telenovelas brasileirasCassia Barbosa
Este artigo discute imagens eróticas femininas veiculadas por telenovelas brasileiras das décadas de 1980 e 1990, com foco nas personagens Gabriela e Juma. A revista Veja desempenhou papel importante ao divulgar positivamente atributos considerados sedutores nas atrizes. Essas personagens atualizaram estereótipos como a sensualidade brasileira e forte corporalidade carregada de características como brejeirice e morenice. O artigo mapeia como essas imagens contribuíram para a construção da subjet
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicaçãoCassia Barbosa
1) O documento discute os estereótipos femininos perpetuados pelos meios de comunicação de massa. 2) Ele argumenta que esses meios promovem visões estereotipadas das mulheres que reforçam desigualdades de gênero. 3) A autora defende que é necessário questionar essas representações limitadas para avançar em direção a maior igualdade.
1) O documento resume o livro "Eu compro essa mulher: romance e consumo nas telenovelas brasileiras e mexicanas" da autora Cristiane Costa.
2) A autora analisa como o amor romântico é explorado nas telenovelas brasileiras e mexicanas para introduzir as massas na sociedade de consumo.
3) No entanto, o resenhista acredita que a análise da autora é superficial e carece de maior profundidade intelectual e pesquisa para apoiar suas conclusões.
Feminino na beira uma análise do conto “barba de arame“, deCassia Barbosa
Este documento apresenta uma análise do conto "Barba de Arame", de Antonio Carlos Viana. O resumo descreve que o conto narra a história de uma menina que sofre abuso sexual enquanto vive na beira de um mangue com sua mãe, explorando questões de gênero e exclusão social. A análise do conto examina as representações femininas e a falta de proteção e apoio para as personagens mulheres que vivem em situação de marginalidade.
Feminino velado recepção da telenovela por mãe e filhas das classes popularesCassia Barbosa
Este trabalho analisa a recepção da telenovela Passione por mães e filhas das classes
populares. Busca compreender como elas elaboram a noção do feminino a partir da
telenovela e investigar como os fatores de gênero, classe social e geração influenciam
suas interpretações. Também descreve o consumo midiático das entrevistadas e analisa se
há identificação com personagens femininas populares na trama.
Lección de cocina a ironia como desconstrução da submissão femininaCassia Barbosa
Este documento apresenta uma monografia sobre o uso da ironia no conto "Lección de Cocina" de Rosario Castellanos como recurso para desconstruir a realidade submissa da mulher na sociedade mexicana. A autora analisa como Castellanos, consciente da dupla discriminação das mulheres de sua época, utiliza a linguagem para expressar sua ideologia e denunciar as opressões sofridas. O trabalho também discute a importância da produção literária feminina hispano-americana na busca por liberdade e igualdade.
Este documento discute a telenovela como um tipo de relato popular que carrega elementos da cultura oral. A telenovela herdou características da tradição folhetinesca e do melodrama, como a ênfase na narração e no compartilhamento de histórias. O gênero da telenovela funciona como uma estratégia de comunicação entre produtores e telespectadores. O chamado "Merchandising Social" na telenovela pode ser visto como uma forma moderna de oferecer conselhos práticos e uma ped
LIVRO MPARADIDATICO SOBRE BULLYING PARA TRABALHAR COM ALUNOS EM SALA DE AULA OU LEITURA EXTRA CLASSE, COM FOCO NUM PROBLEMA CRUCIAL E QUE ESTÁ TÃO PRESENTE NAS ESCOLAS BRASILEIRAS. OS ALUNOS PODEM LER EM SALA DE AULA. MATERIAL EXCELENTE PARA SER ADOTADO NAS ESCOLAS
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proposta curricular para educação de jovens e adultos- Língua portuguesa- anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Planejamento de unidades letivas para professores da EJA da disciplina língua portuguesa- pode ser trabalhado nos dois segmentos - proposta para trabalhar com alunos da EJA com a disciplina língua portuguesa.Sugestão de proposta curricular da disciplina português para turmas de educação de jovens e adultos - ensino fundamental. A proposta curricular da EJa lingua portuguesa traz sugestões para professores dos anos finais (6º ao 9º ano), sabendo que essa modalidade deve ser trabalhada com metodologias diversificadas para que o aluno não desista de estudar.
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Mídia, Gênero e Educação
1. Mídia, Gênero e Educação de Jovens e Adultos: A Telenovela e Processos
de Subjetivação
Ana Paula Rufino dos Santos1
Alexandra de Melo Fernandes2
Rosângela Tenório de Carvalho3
RESUMO
Este trabalho buscou perceber a receptividade de alunas e professoras de EJA, ao
discurso da mídia e analisar o processamento desse discurso levando-se em conta as
relações de poder e dominação, presentes na trama da telenovela. A análise constituiu de
um corpus de 15 relatos de entrevista com alunas e professoras de turmas de EJA e de
análise de episódios de cenas de telenovela. Os resultados obtidos da articulação de
texto ficcional e relatos de entrevista nos aproximam do cerne da hipótese de que no
discurso televisivo se pratica uma pedagogia cultural, revelada na produção de sentidos, e
sujeitos sociais e que tem implicações no cotidiano dos sujeitos educativos da EJA; que a
escola enquanto espaço educacional precisa se posicionar como um espaço de
oportunidade de re-leitura, re-conhecimento e de análise crítica da linguagem da Mídia.
PALAVRAS-CHAVE: Gênero – Texto midiático – Educação de Adultos
INTRODUZINDO A QUESTÃO
O presente estudo tem como objeto de investigação, a recepção de tramas
de telenovelas pelo público feminino que constitui turmas de Educação de Jovens
e Adultos (EJA). Sob a análise de um corpus de 15 relatos de entrevista com
alunas e professoras de EJA e de recortes de episódios de telenovela, nosso
interesse está em refletir sobre as implicações dessa recepção na produção de
identidades culturais de gênero; e identificar em que medida a prática pedagógica
da EJA pode se constituir como espaço de reflexão sobre as questões de gênero
considerando a cultura da imagem.
A motivação para pesquisa em tela surgiu do fato da telenovela ter se
constituído num componente recorrente da fala de várias mulheres que estavam
sendo sondadas para formarem uma turma de alfabetização de adultos. Para esse
grupo, a telenovela aparecia como elemento constituinte de seu cotidiano, e a
formação de uma turma de alfabetização no horário dessa programação televisiva
1
Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação/UFPE. aprsantosufpe@yahoo.com.br
Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação/UFPE. lezinha2@hotmail.com
3
Professora Adjunta do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino – Centro de Educação/UFPE.
rosangelatc@gmail.com
2
1
2. constituía-se num complicador4. A essa questão acrescemos a constatação da
ausência de um espaço de leitura e análise desse produto nas salas de aula da
EJA, observada por ocasião da disciplina de Pesquisa e Prática Pedagógica no
curso de Pedagogia.
Estudos no campo dos Estudos Culturais mostram que a sociedade
contemporânea encontra-se imersa no mundo audiovisual atribuindo à mídia
importância e valor enquanto meio de aprendizagem e informação de nosso
tempo. Apesar disso, a televisão é muito pouco estudada em seu conteúdo e seu
potencial. Costa (2006) afirma que no Brasil, a partir do século XX, a televisão
configurou-se em um poderoso espaço de produção e circulação de significados
com valor de verdades e chama a atenção para sua relação com os processos
educativos.
A presente investigação tem base na perspectiva dos Estudos Culturais
(EC)5. Essa abordagem tem como ênfase, a análise do conjunto da produção
cultural de uma sociedade – seus diferentes textos e suas práticas – para
entender os padrões de comportamento e a constelação de idéias compartilhadas
por homens e mulheres que nela vivem. (NELSON, et al, 1995; HALL, 2000;
SILVA, 1995). Em seus desdobramentos, os EC investem intensamente nas
discussões sobre a cultura, colocando a ênfase no seu significado político; estão
profundamente preocupados com a relação entre cultura, conhecimento e poder
(GIROUX, 1995).
Hall (2000) e Silva (2004) apontam para a cultura como elemento central na
regulação dos modos de vida, chamando a atenção também para as conexões
entre cultura e mercado, cultura e consumo/produção de saberes, de bens, de
imagens, de modelos, de comportamentos, de práticas. Para Hall (2000) os textos
culturais não só anunciam as coisas, mas, instituem as próprias coisas. Sobre as
identidades afirma o autor que estas “resultariam de sedimentações das diferentes
identificações ou posicionamentos que adotamos e procuramos vivenciar como se
4
Essa constatação se deu quando da organização de turmas de EJA para o Programa Brasil Alfabetizado por
uma das autoras deste trabalho.
5
Os Estudos Culturais têm como uma das principais categorias de pesquisas atuais os estudo de gênero e
sexualidade, além das categorias: nacionalidade e identidade nacional, pedagogia, política da estética,
discurso e textualidade, cultura popular dentre outros temas numa era pós-moderna.
2
3. viessem de ‘dentro’, mas que são, sem dúvida, ocasionados por uma mistura
especial de circunstâncias, sentimentos, histórias, etc” (HALL, idem, p. 13).
Sob esses olhares o estudo pretende investigar a receptividade do discurso
televisivo, gênero telenovela e nesta a construção de subjetividades e seu impacto
no espaço educacional. Trabalhamos com a hipótese de que há uma relação
complexa entre os produtos televisivos e sua emissão, e os (as) receptores (as),
consumidores (as) mediada pela forma como são estruturados os textos
midiáticos. É possível afirmar que no discurso televisivo se pratica uma pedagogia
cultural, revelada na produção de sentidos, e sujeitos sociais e que tem
implicações no cotidiano dos sujeitos educativos da EJA.
OS ESTUDOS CULTURAIS: GÊNERO E IDENTIDADE FEMININA
Pesquisas
desenvolvidas
por
Costa
(2006),
Fischer
(1976,
2001,
2002a,b,c), Louro (1997) e Rosemberg (2001), propõem uma percepção de
gênero enquanto identidades histórica e social a partir de relações de poder e
opressão, portanto, construída para além dos aspectos biológicos.
Segundo as autoras, acima mencionadas, os estudos e o próprio conceito
de gênero aparecem como objeto de estudo abordando aspectos sociais do sexo
feminino na década de 50 do século XX, nos Estados Unidos. Esclarecem as
autoras, que até então, o termo gênero na gramática inglesa designava o sexo dos
substantivos, estando seu sentido restrito aos aspectos biológicos da identidade
sexual feminino enquanto oposto ao masculino. O termo gênero vem se
sofisticando e refere-se aos aspectos socialmente construídos no processo de
identificação sexual. Segundo Silva (2004) “embora tenha sua origem no campo
dos Estudos das Mulheres, análise de gênero não é sinônimo de estudo das
Mulheres” (SILVA, 2004, p.95).
Rosemberg (2001) chama a atenção para o fato de no Brasil, alguns
estudos mais recentes sobre gênero abordarem este tema na perspectiva do
acesso e/ou da dominação do masculino sobre o feminino. Essas abordagens
privilegiam, segundo a autora, a produção, a partir da conjuntura neoliberal, de
administração de riquezas sobre a produção de vida, como sendo um dos eixos
3
4. para se compreender a dinâmica social. Concordamos com a autora quando
afirma que as sociedades são concebidas e estruturadas em torno de relações de
dominação, dentre as quais as relações de gênero. Em sua pesquisa sobre
análise de gênero, Rosemberg (idem), observa uma tendência vigente no campo
educacional em difundir um estereótipo de mulher que atribui à natureza feminina
a maternidade e algumas atividades produtivas sem levar em conta as relações de
poder.
Costa (2006) ao analisar a formação da subjetividade feminina de
professoras e sua identidade social, afirma que “alguns produtos da mídia escrita
(mas também da mídia falada, merecendo registro a incursão, por esse campo,
das novelas televisivas e do cinema) têm se mostrado particularmente fecundos,
na constituição de padrões e referências sociais” (COSTA, 2006, p. 20). A autora
re-afirma a pertinência em analisarmos o espaço da mídia e sua relação na
constituição de identidades sociais e culturais. Para a referida autora, os padrões
identitários dizem respeito ao destaque dado por certos veículos de comunicação
a um comportamento de submissão pelas mulheres e exaltação a seus valores
estéticos como objetos do desejo para determinados grupos sociais e a
reafirmação da agressividade do homem, passando pelo campo ocupacional.
Os estudos de Costa (2006) podem ser associados à percepção
apresentada por Giroux (1995) quando defende que os produtos midiáticos, em
seu discurso, propõem representações sobre o gênero feminino. Entendemos por
representação todas as narrativas, o dizer algo sobre, o atribuir sentidos e isso se
define como sendo uma maneira de falar de identidades. Para Giroux (1995) “as
imagens eletronicamente mediadas, especialmente a televisão e o filme,
representam uma das armas mais potentes da hegemonia cultural no século XX”
(GIROUX, 1995, p. 155). E ao apresentar as identidades, reinventando-as, a mídia
estabelece assim uma esquematização das coisas com a simplificação de
fenômenos culturais banalizando-os ou mistificando-os em suas narrativas. (idem).
Estamos trabalhando com o conceito de mídia como “dispositivo
pedagógico” desenvolvido por Fischer (2002b) em estudo no qual destaca a
pertinência e urgência em analisarmos o discurso midiático com vistas a
4
5. compreender este tipo de linguagem que tem uma intencionalidade didática e
presença no nosso cotidiano. Acrescenta a autora:
Analisar, portanto, o discurso da mídia, no âmbito das pesquisas
educacionais, será mergulhar num tipo específico de linguagem, a
audiovisual, (...) exatamente porque podem dar conta dessas paisagens
imaginárias de nosso tempo, e têm uma presença efetiva no cotidiano dos
sujeitos sociais, dos alunos, meninos e meninas, crianças, adolescentes,
dos professores e professoras, com os quais interagimos no cotidiano
escolar. (FISCHER, 2002b, p. 90)
Entendemos assim, a mídia enquanto aparato discursivo e ao mesmo
tempo não-discursivo. A mídia diz respeito a toda uma complexa prática de
produzir, veicular e consumir tevê, numa determinada sociedade e em certo
cenário político, veiculando saberes sobre os próprios sujeitos e seus modos de
ser e estar em uma determinada cultura.
Para Louro (1997), a mídia, em seu discurso, lança mão de diferentes
formas, recursos e símbolos na construção dos sujeitos. Diz a autora: “assim, ao
longo do tempo, alinham-se determinadas características, apelam-se para alguns
recursos para falar deles e delas. Essas representações não são, contudo, meras
descrições que refletem as práticas desses sujeitos, elas são, descrições que os
constituem que os produzem” (LOURO, 1997, p.99).
Tais referências nos aproximam do entendimento de que a mídia não
apenas veicula, mas constrói discursos, produz significados e sujeitos,
configurando-se assim, num “dispositivo pedagógico” que diz e faz os sujeitos
sociais.
A CULTURA DA IMAGEM E FORMAÇÃO SOCIAL DOS SUJEITOS
Esta relação entre mídia e sociedade contemporânea, nos conduziu a
pensarmos numa perspectiva educacional promotora de espaços de reflexão e de
debate. Perspectiva que visualize os sujeitos da EJA como cidadãos (as) que
ocupam lugares na sociedade, participantes de diferentes grupos sociais com
acesso a vários eventos sociais dentre as quais está a televisão da qual
destacamos a novela (ALBUQUERQUE, 2005, p.18). Percebemos, no entanto,
5
6. que a EJA6 vem sendo cercada por alguns mitos que podem ser apontados como
limitadores de uma proposta educacional que permita uma atitude, de reflexão e
de diálogo dos sujeitos com a sociedade. O que chamamos de mitos aqui, referese às problemáticas ligadas à educação de adultos (EA) como aponta-nos Galvão
& Soares (2005): “O adulto não é um mero portador de conhecimentos prévios,
que precisariam ser resgatados pelo alfabetizador para ensinar aquilo que quer,
mas um sujeito que já construiu uma história de vida, uma identidade e
cotidianamente produz cultura” (GALVÃO & SOARES, 2005, p.51).
Acreditamos que para nos distanciarmos desse tipo de mito, se faz
necessário realizar uma leitura crítica a respeito da EJA, percebendo-a como um
espaço de reflexão das relações sociais e de modelo de homem e de mulher
socialmente construídos e mediados pela cultura, e em particular, nos tempos
atuais por uma cultura da imagem como aponta Silva (1995):
(...) precisamos aprender a ler essas imagens, essas formas culturais
fascinantes e sedutoras cujo impacto massivo sobre nossas vidas apenas
começamos a compreender. A educação certamente deveria prestar
atenção a essa nova cultura, tentando desenvolver uma pedagogia crítica
que estivesse preocupada com a leitura de imagens (SILVA, 1995,
p.109).
Sendo assim, concordamos com Ferreira (2005) quando defende que “a
alfabetização de homens e mulheres na sociedade atual está também relacionada
com o que acontece no interior e exterior das salas de aula” (FERREIRA, 2005,
p.73). Associamos-nos também a Souza (2004) quando defende que os indivíduos
– homens e mulheres são pertencentes, ao mesmo tempo de vários grupos
identitários, e que as identidades são “formadas na interação entre o eu e a
sociedade” (SOUZA, 2004, p.78-79).
Acreditamos que, uma proposta de EJA na sociedade atual precisa
considerar as questões ligadas à construção de identidades, por meio de práticas
sociais de leitura e escrita na perspectiva de gênero, como sendo uma relação
socialmente construída entre o masculino e o feminino e os elementos da cultura –
etnia, classe social, geração, religião, sexualidade. Concordamos, portanto, com o
entendimento de uma EJA enquanto ‘dispositivo cultural’, Carvalho (2004) que
6
Estamos adotando o termo EJA e não EA, por se tratar de uma pesquisa no espaço escolar. De acordo com
Souza (2004), o termo EJA refere-se a uma face específica da Educação de Adultos – EA, a escolarizada.
6
7. “além de assegurar a aquisição da língua na perspectiva do letramento, também
atua como produtora de subjetividades multidimencionais” (CARVALHO, 2004,
p.6). Configurando-se, portanto, num espaço fértil de reflexão e de diálogo
permanente com os domínios de problematização da cultura.
O CAMINHO PERCORRIDO
A atividade investigativa desta pesquisa seguiu uma sistemática de trabalho
por meio de procedimentos em conformidade com a sua especificidade. Assim,
escolhemos trabalhar com uma pesquisa de abordagem qualitativa, por nos
possibilitar, como afirma Gonzaga (2006):
(...) fazer uma descrição da complexidade de uma determinada situação,
compreender e classificar processos dinâmicos e experimentos por
diferentes grupos sociais, apresentar contribuições no processo de
mudança de determinado grupo e permitir, em maior ou menor grau de
aprofundamento, as particularidades dos comportamentos ou atitudes dos
indivíduos. (GONZAGA, 2006, p. 70).
Esclarecemos que estamos cientes da complexidade em definir uma
metodologia de investigação diante de uma pesquisa de abordagem qualitativa,
por se tratar de uma pesquisa de gênero, a qual representa um vasto campo na
análise sociológica que ainda não foi completamente explorado. Segundo Terragni
(2005), pesquisas relativas a gênero dizem respeito ao masculino e feminino,
porém, em sua maior parte implica numa reflexão sobre as mulheres, sua
identidade, trabalho e família.
Esta constatação nos possibilitou a escolha por uma metodologia de
perspectiva feminista, por se tratar de uma pesquisa de gênero, a qual as
experiências do cotidiano para o entendimento das relações de poder se
constituem no ponto de partida. Segundo Terragni (2005):
A pesquisa feminista é, principalmente, uma pesquisa de tipo qualitativo. O
que não significa dizer que sejam postas de fora ou que não se faça uso de
dados agregados (...), mas por um conjunto de razões, que em parte
podem ser deduzidas, a pesquisa feminista se orientou para o uso de
entrevistas em profundidade, observação participante, pesquisa
intervenção, coleta de materiais biográficos, histórias de vida (TERRAGNI,
2005, p. 148).
Um aspecto que se apresenta como integrante de uma pesquisa de análise
feminista é ‘a experiência das mulheres’, por se tratar de um elemento constituinte
7
8. da vida de todos os indivíduos; por possibilitar compreender as relações de poder
e opressão; por poder ser usada como um indicador da realidade onde as
hipóteses são submetidas à verificação. Neste sentido, a análise dos dados
acontece paralelamente na medida em que se reflete sobre ela.
Desta forma ganhou relevância nesta pesquisa o uso da entrevista como
instrumento compatível com a proposta de uma pesquisa feminista, a qual se
refere explicitamente à tradição oral das mulheres (TERRAGNI, 2005, p.152).
Utilizamos a técnica de entrevista em profundidade, por percebermos que, “na
entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de
influência recíproca entre quem pergunta e quem responde. Especialmente nas
entrevistas não totalmente estruturadas, onde não há a imposição de uma ordem
rígida de questões” (ANDRÉ & LÜDKE, 1986, p. 33). As entrevistadas discorreram
sobre o tema proposto com base nas informações que elas detinham e que no
fundo se constituía na verdadeira razão da entrevista.
Sob a inspiração do conceito de “dispositivo pedagógico da mídia”
(FISCHER, 2002c) elegemos os aspectos a serem investigados, os quais dizem
respeito à receptividade dos sujeitos em questão, ao texto televisivo, através de
sete perguntas em três blocos: desejos/identificação, identidade feminina/gênero e
informação didática. As respostas foram gravadas mediante a permissão por parte
das entrevistadas. A escolha da novela se deu a partir de um levantamento de
caráter informal sobre quais as novelas mais assistidas pelo público feminino no
período que estava ocorrendo às entrevistas. As turmas foram escolhidas por
terem sido anteriormente visitadas e observadas por ocasião de atividades
curriculares e extracurriculares. Estas atividades se constituíram nas observações
da prática pedagógica como exigência da disciplina Pesquisa e Prática
Pedagógica no curso de Pedagogia e em outra ocasião, para a formação de uma
turma de alfabetização ligada ao Programa Brasil Alfabetizado.
Para procedermos à análise das cenas de telenovela, nos inspiramos nos
princípios postulados da análise microgenética7, Meira (1994). Realizamos o
7
Segundo Meira (1994, p.60), essa abordagem interpretativa, implica na descrição dos aspectos interacionais
de atividades, tais como os diálogos, com a finalidade de identificar seus significados numa situação
específica.
8
9. recorte por meio da gravação videográfica das cenas exibidas durante o período
de quatro semanas, pois concordamos que esta é “uma ferramenta importante de
investigação, que possibilita resgatar a densidade de ações comunicativas e
gestuais da telenovela escolhida” (MEIRA, 1994, p.60). Após esse processo
iniciamos a construção de um índice de investigação, constituído sob as
categorias definidas na metodologia mediante pesquisa realizada por Fischer
(2002c) anteriormente mencionada, sob os quais elencamos: geração, estética,
personalidade, ocupação, classe social, comportamento como categorias de
análise dos episódios. E passamos a uma análise comparativa dos aspectos
encontrados na construção discursiva das receptoras e como estes mesmos
elementos aparecem na forma como estão estruturados na trama da novela.
O corpus desta pesquisa é formado por um conjunto de dois tipos de
materiais: texto ficcional e recorte de entrevista. O primeiro refere-se aos episódios
selecionados de um total de 281 cenas da telenovela “Paraíso Tropical”8 da Rede
Globo, gravadas no período entre 08/09/2007 a 28/09/2007, dos quais utilizamos
dois, e os trechos de relatos de entrevistas. A seleção dos episódios levou em
conta as categorias estabelecidas na metodologia. Realizamos 15 entrevistas,
sendo 11 com alunas (A) e 04 com professoras (P) da EJA em duas escolas da
Rede Municipal de Ensino: Célia Arraes, no bairro da Várzea e Municipal dos
Coelhos, no bairro dos Coelhos.
A análise deste corpus nos remeteu a duas questões: perceber a
receptividade das mulheres sobre o discurso midiático e suas representações nas
personagens femininas das telenovelas; e a necessidade de analisar em que
medida na prática pedagógica há algum espaço de reflexão sobre as questões de
gênero considerando essa cultura da imagem. No entanto, percebemos também
que uma pesquisa de abordagem qualitativa trás grandes contribuições nas
análises de verificação sobre o conteúdo da mídia, revelando-se, de acordo com
Sasson (2005) como pertinente e interessante também em relação a muitos outros
gêneros textuais.
8
A novela da Rede Globo “Paraíso Tropical”, sob a autoria de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, foi exibida
no período de 05 de março a 28 de setembro de 2007 no horário das 21 horas (vide referências).
9
10. Para iniciarmos na análise do material empírico desta pesquisa,
construímos o processo de categorização baseadas nas orientações de Bogdan &
Biklen (1994), criamos as categorias de codificação, por considerarmos que,
apesar de sua definição, na metodologia os aspectos que seriam observados na
análise, algumas outras categorias poderiam ser anunciadas na medida em que
os dados coletados na entrevista fossem organizados para procedermos a análise.
Em seguida as organizamos em dois conjuntos, o primeiro refere-se à relação das
espectadoras com a telenovela e o segundo ao que estamos chamando de
recepção. No primeiro conjunto de enunciados: representação da realidade,
entretenimento e lugar de aprendizagem. Estes aspectos estão relacionados ao
que Lopes (2002) chama de ‘mediação videotécnica’, que identifica “a telenovela
como produto midiático de entretenimento realizado por uma determinada matriz
industrial” (LOPES, 2002, p.78). Estamos verificando neste bloco, o tratamento
dado pelas espectadoras ao texto televisivo e sua representação. E no segundo
agrupamento de enunciados: a subjetivação das mulheres na produção de sentido
e na operação de mudanças sobre “os modos de ser, atitude, comportamento,
implicados numa relação de poder e dominação” (FISCHER, 2002a, p.154).
Interessa-nos perceber a apreciação e a análise que as receptoras fazem da
trama televisiva.
A análise que passaremos a relatar está estruturada a partir de uma
articulação entre os achados da pesquisa – trechos das entrevistas, episódios de
cenas e campo teórico.
A TELENOVELA E O PROCESSO DE RECEPÇÃO DAS MULHERES
Estamos considerando, nesta pesquisa, que pensar sobre recepção
feminina ao texto televisivo significa dizer que na sociedade contemporânea “a
tevê é parte integrante e fundamental de complexos processos de veiculação e de
produção de significados, de sentidos, os quais por sua vez estão relacionados, a
modos de ser, de pensar, conhecer o mundo e de se relacionar com a vida”
(FISCHER, 2002a, p.154).
10
11. Utilizamos, portanto, o conceito de recepção sendo entendido como um
processo e não um momento que acontece no ato de ver televisão, tendo em vista
o que afirma Lopes (2002): “O sentido primeiro apropriado pelo receptor é por ele
levado a outros cenários em que costumeiramente atua” (LOPES, 2002, p. 40).
Estes cenários são na verdade o seu cotidiano, sua história, suas relações e seu
comportamento que se entrelaçam com as informações produzidas e veiculadas
na e pela tevê.
Através da trama da telenovela, o espectador pode estabelecer uma
relação de familiaridade na medida em que se reconhece através de uma teia
“maniqueísta”, de amores proibidos, pobres e ricos, amor e ódio, sem deixar de
sinalizar para “a realidade por meio de personagens que representam os grupos
minoritários e os discriminados da sociedade, campanhas de cunho nacional e da
introdução de problemáticas sociais” (FISCHER, 1976, p.70).
Esta questão é observada nesta pesquisa nos relatos das entrevistadas,
quando perguntadas de seus desejos e identificação, as professoras e alunas,
estabelecem uma espécie de aproximação de fatos da vida real com a trama da
novela, associados aos desejos particulares, na medida em que expressavam o
significado deste gênero televisivo para essas espectadoras:
“– A novela é uma representação da vida, do cotidiano das pessoas, da
sociedade(...) Porque não é um retrato do que mais ou menos na sociedade?
Apenas eu acho assim, que, essas intrigas que fazem parte, não existe só assim
não (...) que todo mundo tivesse um final feliz, assim, né?” (P1)
“–É muito isso, [a novela] retratando a realidade... trazendo pro mundo de hoje,
né?” (A7)
“– Mostrar coisa de acontecimento mesmo do cotidiano, que acontece na vida
real ... eu achei, uma coisa muito ... mais pra verdadeiro do que fictícia”. (P3)
Essa proximidade com a realidade, com o cotidiano, associado aos desejos
das espectadoras, presentes nos relatos, nos conduziram ao que Sarlo (2000)
chama de “televisibilidade”. Este fenômeno diz respeito a estilo-padrão dos
produtos televisivos sob um discurso seriado e uniforme, que caracteriza cada
produto da tevê e sua relação com o público: “Os estilos televisivos trazem, muito
claramente, as marcas de um discurso serializado (...) que remetem a um estilo
padrão. Assegura que as imagens pertençam a um mesmo sistema de
11
12. apresentação visual, e as torna imediatamente reconhecíveis” (SARLO, 2000,
P.66-67).
A telenovela se configura, assim, como “um texto de ficção que pode em
alguns momentos dirigir-se ao telespectador por meio de várias narrativas”
(FISCHER, 1976, p.70). E veiculado num horário, sob um roteiro e estilo
específico e permanente. No caso na novela da Rede Globo, exibida às 21 horas
e convencionalmente chamada de “Novelas das Oito”, trás em sua trama todos
aqueles elementos da realidade atual nomeados pelas entrevistadas, dando-lhes
uma noção de proximidade da ficção com a realidade na medida em que esses
“sinais de realidade” (FISCHR, 1976), se atualizam a cada nova novela.
Vemos então, que a familiaridade se estabelece no cotidiano das
espectadoras, exatamente porque a telenovela é uma narrativa estruturada de
maneira cronológica, linear e progressiva. Esse conjunto de fatores parece formar
uma “teia”, uma teia afetiva sob uma idéia de continuidade e acompanhamento
diretamente associados aos desejos, aos sentimentos e à familiaridade com fatos
da realidade, manipulados na ficção (LOPES, 2002). Ao continuar relatando a
respeito de sua identificação com a trama, as receptoras dizem:
“–(...) Não que ... todo mundo tivesse um final feliz assim, né?(..) Geralmente a
novela sempre tende a ... tende a ... é ... ter um final feliz“. (P2)
“– Eu tinha como se fosse eu. Ela era muito boa, ela tomou contou até de uma
menina, que ela só vivia drogada... [O CLONE?]9 Foi! Uma morena! [PORQUÊ?]
Porque minha menina também viva drogada...(os olhos lacrimejam), eu tinha como
se fosse eu! O que ela fez ali tudinho foi... como tava passando ali na novela e
tava como se fosse minha casa.” (A5)
Ao tomarmos o conceito de televibilidade de Sarlo (2000) como uma
ferramenta que nos possibilitasse analisar as estratégias de linguagem deste
produto midiático, o conceito de “subjetivação” dos sujeitos em Foucault, tal como
o faz Fischer (2002a), nos permite afirmar que “os processos de subjetivação
sempre são históricos e devem ser vistos em sua ampla diversidade, nos modos
de existência que a produzem” (p. 154). E que estão implicados neste processo,
os modos de existência, o tempo histórico e a formação social nas dinâmicas
9
A novela “O Clone”, da Rede Globo, escrita por Carla Perez, foi exibida no período de 01 de out. 2001 a 15
de jun. 2002 no horário das 21 horas (vide referências).
12
13. relacionais. Referindo-se, portanto, às verdades externas sobre si em relação ao
olhar que o sujeito constrói de si mesmo. Neste sentido, estamos nos referindo ao
fato de que as entrevistadas mesmo quando se reportam para textos de novelas
assistidas á alguns anos, de tempos históricos diversos (novelas de época,
novelas contemporâneas), os elementos de construção das tramas são
recorrentes, trazendo à tona um sentimento de familiaridade da receptora com o
texto.
Ao mesmo tempo em que o sujeito está sempre, de alguma forma,
submetido a relações de controle e dependência, está também
permanentemente mergulhado em várias práticas, nos diferentes espaços
institucionais, em que é chamado a olhar para si mesmo, a conhecer-se, a
construir para se verdades sobre si mesmo (FISCHER, 2002a, 154).
Este processo social e histórico de fixação, manutenção e transformação de
identidades e de construção de discursos sobre os sujeitos se inscreve na mídia
como um conjunto de saberes, discursos, práticas, produção, veiculação e
consumo da tevê (idem). Enquanto assistem à tevê, as espectadoras estabelecem
certa relação entre as suas experiências e as verdades veiculadas, constituindo-se
em novos modos de ser e de estar em sua cultura:
“ – (...)Essa novela agora, né? Ela discubriu, ai que, que ele tem uma amante. Eu
acho que isso acontece na vida real. Você em um... eu não confio em homem
nenhum, porque não tem nenhum fiel, já tira pela novela! (...)eu vô falá pra
sinhora, eu acho assim, na novela e na vida real também, eu acho que um amô é
importante!” (A3)
Na cena da novela “Paraíso Tropical” de um dos capítulos finais, Camila
chama os pais, Nely e Heitor, para colocá-los a par de como está a sua vida
afetiva tendo em vista, o seu casamento com Fred estar em processo de
separação e seu namoro com Mateus:
Camila: - Eu quis que vocês soubessem logo, e por mim ... eu não
procurei nada, aconteceu, mas o que eu sinto pelo Mateus é muito
forte. Eu num queria segredo, fofoca e ... A gente ta namorando
mesmo, é isso.
Heitor: - Você parece que está feliz?
Camila: - Tô!
Heitor: - É isso que importa.
Camila: - Tô, sim pai. Claro que a gente não tem, assim, plano pro
futuro, mas, tô feliz, sim. Ainda mais sabendo que eu esclareci tudo
com o Fred ... Eu tô separada.
Nely: - eu tô do seu lado pra o que você precisar. Vô ti apoiar em
qualquer decisão que você tomar, Camila ... É como o Heitor disse, ti
ver bem é a única coisa que importa pra mim.
13
14. Camila: - Mas, ainda tem uma coisa meio chata pra resolver, que é
legalizar a separação ... eu gosto muito do Fred, eu sou muito grata
por tudo que ele fez, mas...
Heitor: - (completa a fala da filha) – A gente não manda no que sente.
Camila: - È. Eu amo o Mateus, mas ter vocês do meu lado é o que
mais importa pra mim agora. (se despede afetuosamente dos pais e
vai para o quarto)
Heitor: - Você tá sendo muito bacana, e eu acho que ela tá precisando
mais do seu apoio do que do meu. Mãe é mãe, né?
Nely: - Eu acho que ela tá sofrendo, sim. Ela não diz, mas tá.
Heitor: - Acho que é impossível se separar sem sofrer ... A gente tem
que ficar mais junto dela do que nunca.
Nely: - Eu tô.
Heitor: - Eu sei! E eu fico bem mais tranqüilo por isso. Bom, tenho que
ir (despede-se da ex-mulher com um beijo na testa)
Nesta cena aparecem aspectos ligados ao comportamento, ética, de
relação entre geração, família. O diálogo entre Camila e seus pais acontece sem
nenhum conflito ou algum tipo de questionamento sobre as decisões da filha por
parte dos pais. Camila inicia o diálogo com palavras que demonstram certo
respeito aos seus pais: “eu quis que soubessem logo, e por mim ... eu não
procurei nada, aconteceu”. Durante a conversa apesar de não verbalizar, a mãe
interfere nas decisões da filha, concordando passivamente, comentando com o exmarido que entende seus sentimentos: “Eu acho que ela tá sofrendo, sim. Ela não
diz, mas tá!”. Ao responder, Heitor, parece estar se reportando a si mesmo: “Acho
que é impossível se separar sem sofrer ... A gente tem que ficar mais junto dela do
que nunca”. E no final do diálogo ele passa a responsabilidade para a mãe: “mãe
é mãe, né?”, como uma confirmação à cultura na definição de papéis nas relações
de gênero.
Aqui vale lembrar o que é nomeado por Lopes (2002) como “uma família
subjetiva”, retratada nas novelas a qual faz parte do imaginário geral de um núcleo
protetor e de refúgio seguro, que tem como tarefa principal suprir as carências e
necessidades de seus membros a partir de uma relação de amor e lealdade.
A relação de proximidade se dá pelo fato da novela, além de ter uma
narrativa que mais parece um “novelo”, veicula e retrata a realidade sob uma
planície familiar, expondo a intimidade na tela (CAMPEDELLI, 2001). Gerando
assim uma teia imaginária onde aparecem também os objetos do desejo e da
realidade das pessoas, alimentando o interesse em acompanhar as cenas:
14
15. “– A novela é como se fosse minha família, entendeu? Eu acho assim, uma novela
pra mim é como se fosse a minha família. É uma família como se eu tivesse
acompanhando, né? Assim, o menino é desobediente, o menino que quando a
gente cria, aí quando é no final, ai ele começa a ficá um pouco ruim, tá
entendendo?Eu já assisti uma novela que é mesmo assim, uma... Quase a vida do
meu menino” (A7)
Ou ainda gerando novos desejos:
“ – Ah, só se fosse tudo se resolver assim, as mil maravilhas, porque na novela
tudo, todo mundo termina bem e feliz né? Que na minha vida também fosse assim,
terminasse bem feliz. Se bem que eu não me considero uma pessoa infeliz não!
(...) Quem não tem problemas? Tem na novela! A vida já é uma novela, né? (P2)
“– Ah, que tudo terminasse em final feliz! (sorriu) Não tem?” (A8)
“– Gostaria muito era de ficar rica. Assim não rica, né? Que ajudasse a resolver
meus problema, que eu tivesse pelo menos uma casa que eu dissesse que é
minha, tá entendendo?” (A1)
Ao articular uma trama da vida social, mesmo se definindo com ficção, a
novela, segundo a autora, mantém uma tênue ligação com o que é familiar à vida
das espectadoras sob uma variedade de elos discursivos e não-discursivos que a
compõe.
Apesar
das
respostas
de
alunas
e
professoras
dizerem
dos
desejos/identificação, foi possível perceber diferenças na construção discursiva. E
a existência de dois processos distintos de recepção. Enquanto as respostas das
alunas apontam para uma ligação direta da ficção com fatos de sua realidade e de
seus desejos e, sem nenhum tipo de pudor, afirmando-se como espectadoras de
novelas e de outros produtos midiáticos, os enunciados das falas das professoras
se mostram estruturados de forma que os fatos da ficção sejam colocados
distantes da realidade:
“– E assisto televisão pra assisti a novela de tarde, porque eu gostava mais da
novela da tarde, eu não posso perdê ela não, de jeito nenhum... aí eu gosto de
assisti ela. Eu assisto o jornal... tudo! Cardinô, eu gosto de assisti. A novela por
que eu gosto de assisti muito pra vê como é as coisa”. (A1)
“– Assisto muita televisão! Só durante o dia e durante a tarde quando eu estou
trabalhando, eu prefiro assisti novela. Se eu pudesse, eu entraria na novela...
Gosto muito de novela! Porque é muito mistério! Acontece muita coisa na novela,
muito suspense que acontece com o ator. (...)Gosto da história mesmo que
acontece”. (A4)
“– Assisto. Eu assisto repórter, eu assisto novela e no final de semana eu assisto
um filmezinho. O que eu mais gosto na novela? Eu só não gosto quando tem
15
16. assim... briga eu não gosto!(...) Eu gosto da história, eu só não gosto dessas
histórias assim, eu não gosto não!” (A5)
Na narrativa das professoras os elementos de subjetivação presentes na
trama, são apresentados de maneira a não se confundirem com a vida real, como
se as entrevistadas se posicionassem com certo distanciamento, longe de
qualquer envolvimento com a trama televisiva:
“– A gente torce pelas coisas boas, a gente torce pra que a trama dê certo. A
gente se envolve, né? Aí eu não acho que a novela é negativa não!” (P1)
“– (...)Até porque a novela tira os fatos do cotidiano, né? O autor se reporta a fatos
acontecidos, em histórias que alguém já contou pra ele, as vividas por ele, pela
família dele, a livros que ele já leu.” (P4)
Essa estrutura discursiva nos reportou ao que Foucault (2006) classifica de
interdição, que se configura para ele num elemento de exclusão. Este elemento
está sendo evidenciado pela descontinuidade discursiva, como se “não fosse
possível expressar tudo sobre qualquer coisa e de qualquer jeito em qualquer
circunstância” (FOUCAULT, 2006, p.9). Este elemento apareceu no decorrer do
diálogo, através da existência de uma negação à assistência e possível
envolvimento afetivo com a história no decorrer do diálogo:
“– Não, por falta de tempo mesmo, eu não assisto. (...). Nos intervalos assim,
quando eu chego no horário é sempre assim um jornal, no intervalo de meio-dia, ai
tem o jornal, é... quando eu chego em casa, o final da novela”. (P2)
“– Novela, novela eu assisti alguns capítulos de “Páginas da Vida”, porque eu tinha
tirado licença prêmio nessa época, e meu marido ligava pra vê, porque ele fica em
casa pra vê, porque ele fica em casa vendo. Mas pra mim mesmo, me sentar pra
ver uma novela... não gosto.” (P4)
“– (...) agora no caso assim, essa novela que ta aí, eu assisto no sábado. Qual é a
mensagem que tem? Intriga só intriga, intriga, intriga, intriga. (P1)
Na medida em que o diálogo se estende, logo aparecem as suas
impressões e opiniões sobre a novela, apresentando uma descontinuidade
discursiva. Ao mesmo tempo em que está presente a negação sobre a assistência
à novela, aparece a afirmação de que este produto midiático está presente no seu
cotidiano, porém mediada de justificativas. Apenas uma das quatro professoras
afirma que assiste e aprecia a novela, no entanto, a construção discursiva é
semelhante a das demais professoras:
16
17. “– Olhe, todo mundo assiste televisão, né? Nem que seja assim de relance... eu
assisto!(...) E...eu não assisto muito não, pouquíssimo! Eu... é uma vez ou outra
quando eu assisto.” (P3)
Este dado parece evidenciar que a identidade de professora se reveste de
importância pelo fato de se tratar, naquele momento, de uma situação de
exposição de sua opinião sobre um texto que não é considerado de prestígio
intelectual, e em evidência a sua identidade profissional, em seu papel social de
professora.
Ao apontarmos a descontinuidade discursiva presente na fala das
professoras entrevistadas, não estamos querendo afirmar que exista uma
intencionalidade em camuflar a verdade, mas que estamos compreendendo que
na construção do discurso a presença do que Foucault (2006) chamou de
procedimentos de exclusão, dentre os quais se inscreve a interdição,
anteriormente mencionada.
Estamos entendendo, neste sentido, que há nas sociedades um controle,
seleção, organização e redistribuição da produção de discursos, ou seja, existe
um discurso da professora considerado normal, permitido e esperado, enquanto
identidade social historicamente construída.
MÍDIA E EDUCAÇÃO: A NOVELA COMO UM LUGAR DE APRENDIZAGEM
A análise dos dados associados aos estudos neste campo de pesquisa, nos
permite re-afirmar que na sociedade contemporânea a mídia tem se firmado como
veículo de entretenimento, de informação e como lugar de aprendizagem e de
“criação, reforço e circulação de sentidos para a formação de identidades
individuais e sociais” (FISCHER, 2001, p.2). Ao concordarmos com a autora, reafirmamos que a novela se constitui, neste panorama, em um dos produtos
midiáticos de maior permanência no cotidiano das mulheres, que produz e
reinventa discursos sobre a mulher com ampla visibilidade e acesso em nossa
sociedade.
Nos relatos de alunas e professoras, percebemos, além dos aspectos de
identificação, a telenovela em seus diversos modos de subjetivação dos sujeitos,
vem sendo vista como um espaço de entretenimento e como lugar de
17
18. aprendizagem. Subjetivação em Foucault, como o diz Fischer (2002a): “está
diretamente relacionado às experiências que o sujeito faz de si mesmo, num jogo
de verdade em que é fundamental a relação consigo” (p.154).
Durante a análise dos aspectos voltados para a recepção ao texto
midiático10, nos foi possível perceber que, apesar de alunas e professoras da EJA
compartilharem de uma mesma percepção sobre a novela, se referem de maneira
diferenciada a respeito desses aspectos. Enquanto nos relatos de alunas, que
veremos em seguida, o texto televisivo aparece ligado ao modo de ser e de estar
no mundo, referindo-se às formas de comportamento:
“– Corrige também a gente, né?” (A6)
“– Eu já aprendi muita coisa! Da parte assim, de patroa e patrões e empregada...
eu acho que existe distinção da parte do tratar de muitas patroa, entende?(A9)
Ou estabelecendo uma relação com a realidade, com seu cotidiano:
“– pra saber o que é do dia-a-dia”: (A1)
“– eu acho que é a história da vida da gente, do dia-a-dia”. (A9)
Ou como forma de preencher o tempo:
“– A novela é um passa-tempo, eu acho assim, pra esquece os problemas, brigas
com o marido, com a família (...), pra gente esquecer o momento”. (A4).
“– Assisto, quando eu tô sem fazê nada, aí eu assisto. Quando eu tô ocupada
fazendo o meu serviço, eu não assisto não”. (A3)
Nos relatos das professoras percebemos que ao falarem do texto televisivo
e sua representação, esse material aparece em seu discurso atrelado ao modo de
ver típico da escola, sob um caráter didático, instrumental. Não havendo a
compreensão do que Fischer (1976) denomina de um “novo estado da cultura”.
Este termo se refere à nova concepção sobre o currículo, o qual tem como
característica principal uma ampliação das fontes de informação e de
aprendizagem sobre como viver, sentir e pensar sobre nós mesmos. Destacamos
trechos das falas de três de professoras:
“– “Dona Beija”11, (...) O que chamou a atenção foi o lado histórico, numa
10
Segundo Lopes (2002), pensar na importância e significado dos gêneros ficcionais, pressupõe deslocar a
reflexão do espaço da realização estritamente literária, e descobrir que eles ocupam outros lugares no campo
da moderna produção cultural.
11
A novela “Dona Beija” da extinta Rede Manchete, escrita por Wilson Aguiar Filho, foi exibida entre 07 de
abr. a 11 de jul. 1986 no horário das 21h30 (vide referências)
18
19. sociedade, né?Foi quando ela fez... a novela ali até que tinha um sentido, ela
mostrou uma época histórica, aqueles preconceitos, tabus, a hipocrisia, né? Da
sociedade, né? A injustiça... E ela respondeu, né?”. (P1)
“– (...) você tem que tá trabalhando todo esses temas, principalmente os temas
éticos. Não posso chegar agora na minha sala de aula com aqueles métodos
antigos do b+a=ba, não é? Eu tenho que ta abordando situações atuais... e,
situações atuais que sejam científicas, mas, que ao mesmo tempo né... sejam, é...
do dia-a-dia”. (P3)
“– Se eu aprendi alguma coisa? É... a única que, como eu disse que chamô
atenção das... Foi essa: “A Escrava Isaura”, que lembro, né? Aquele período da
escravidão, de tão... Então a gente parô pra pensá, né?nesse período, pelo
momento histórico”. (`P2)
Os elementos recorrentes na fala das professoras estão relacionados ou ao
fato das tramas televisivas em questão, se tratarem de textos literários ou de
conhecimentos gerais e percebidos como produtor de alguma forma de
aprendizagem.
Este dado nos remeteu a uma compreensão tradicional de currículo,
enquanto veículo de algo a ser transmitido e absorvido para posteriormente se
produzir cultura e não o resultado de uma construção social, na qual estão
implicadas as relações de poder, a ideologia e a cultura, como defendem a teoria
pós-crítica, na qual se inscreve este estudo. Estamos tomando emprestado o
sentido de conhecimento em Freire (1987) e sua teorização sobre o currículo. A
pedagogia freireana em seus fundamentos filosóficos é de fundamental
importância, pois, ao focar sua análise da dinâmica do processo de dominação
fazendo uma crítica ao que denominou de “educação bancária”, defende que o
conhecimento será sempre o conhecimento de alguma coisa e esse conhecimento
se processa através do diálogo. Para o autor, “O diálogo é esse encontro dos
homens, mediados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto,
numa relação eu-tu” (FREIRE, 1987, p. 78).
Sendo assim, entendemos que o currículo não poderá ser entendido como
uma seleção de conteúdos, mas o resultado do envolvimento dos sujeitos
enquanto fazem cultura, numa relação de poder e resistência. Para Silva, (2004)
todo conhecimento é um objeto cultural, e ”não há uma separação rígida entre o
conhecimento considerado como escolar e o conhecimento cotidiano das pessoas
envolvidas no currículo” (SILVA, 2004, p. 136). Do ponto de vista doa Estudos
19
20. Culturais, os textos discursivos ou não-discursivos, que circulam dentro e fora do
ambiente escolar, são culturalmente e politicamente construídos e buscam
influenciar, formar
identidades
e
subjetividades.
Numa
equiparação
dos
conhecimentos tipicamente escolares com o conhecimento transmitido na mídia
televisiva, como por exemplo, através da novela.
O DISCURSO MIDIÁTICO E A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES
Os estudos desenvolvidos por Fischer (2002a, 2002c, 2001) sobre a mídia
enquanto “dispositivo pedagógico”, investigando, dentre outros aspectos, às
técnicas de subjetivação dos sujeitos e os elementos da linguagem televisiva, na
construção de um discurso sobre a mulher brasileira, veiculados na e pela tevê,
nos trouxeram subsídios teóricos que nos possibilitou analisar como os aspectos
ligados ao modo de ser, atitude e comportamento são percebidos pelas
espectadoras e como estão apresentados na estrutura da trama das telenovelas
mediados por uma cultura da imagem:
“– Acho bonito, as roupas, maquiagem (...) Acho bonito... Queria comprar, acho
bonito”. (A3)
“– Tinha também Marissol12, né? Ela é muito vaidosa, né?(...) eu gosto de andar
nos trinque! Na novela o que eu aprendi foi esse negócio de botar no nariz
[percing], eu vi uma botando lá aí eu botei também, (..), eu achei bonito aí disse:
vô botá também”.(A1)
“– Não é Marilia Gabriela... Marília Gabriela também, eu acho assim, ela uma
pessoa elegante. Eu gosto assim, do porte dela. Eu gosto da maneira dela agir,
da elegância dela, eu gosto da elegância dela, eu acho uma pessoa chique
mesmo, né?” (P3)
Ao investigarmos o processamento do discurso midiático pelas alunas e
professoras da EJA sobre as personagens femininas, identificamos que a
recepção do texto de telenovela aparece mediada pelas “tecnologias que
exploram o imaginário”, os quais, segundo Trevisan (2002) estão expressos na
interação entre a linguagem discursiva e a das imagens, sob uma demanda
estética. Na cena a seguir, da novela “Paraíso Tropical”, Tati e Ivan aguardam na
sala, enquanto Bebel está se arrumando especialmente para irem, ela e o próprio
12
A novela do SBT “Marisol”, baseada no texto mexicano de Inez Rodena, adaptada por Henrique Zambelli,
foi exibida entre 09 de abril a 05 de novembro de 2002 no horário das 21 horas (vide referências).
20
21. Ivan ao escritório do Grupo Cavalcanti, onde estará acontecendo uma reunião de
acionistas. Eles arquitetaram um plano para vingar-se do irmão de Ivan, um dos
Executivos do Grupo hoteleiro, Olavo, por ter sido o responsável pela prisão de
Ivan e pela volta de Bebel para o calçadão de Copacabana como prostituta:
Ivan: (grita da sala) - Bora! Bebel! Se demorá gente vai perder, hein?
Bebel: (apresenta-se vestida como uma executiva) - E aê?
Tati: (Admirada) - Amiga! Eu já ti vi vestida de catiguria! Mas isso aí já é
fantasia!
Bebel: Pois é. Quando eu entrar lá vestida desse jeito, vão até pensa que eu
sou uma adevogada. E aê quando eu tive na frente daqueles velhinho, eu
vou barbariza, vô dizer tanta coisa que inclusive o Antenor vai ficá de quêxo
caído. O Olavo vai se arrepender de ter mexido comigo. Eu sei de tudo! Até
aquele fragrante armado pra pega o Daniel lá, pra pegar com uma de
menor...
Tati: quem mexe com de menor tinha mais era que mofa no xilindró pro resto
da vida!
Bebel: - Mas eu num botei minha mão nisso aí não, eu só ajudei a produzi a
festinha, quem botou a de menor no meio foi o Jader.
Tati: - Mas mermo assim, né Bebel?
Bebel: - Depois eu ajudei a despacha a chata da Paula pras cucuia, pra ela
num livra a cara do Daniel...
Tati: - Esse Daniel aí, foi preso?
Ivan: - (Acena com a cabeça negativamente) – Hum, hum. O Daniel
conseguiu escapar do flagrante. Teve um rolo com a polícia, mas ele
conseguiu se livrar. Depois ele descobriu que quem armou tudo foi o meu
maninho, o Olavo. Só que ele é que nem quiabo, né? Ninguém conseguiu
provar nada contra o cara. Ninguém provô que ele tinha culpa no cartório,
sacô?
Ivan: - Só que a Bebel é a nossa única testemunha. É fácil! È só ela entrá e
entregá. Ela fala tudo que sabe do meu irmão na frente do Antenor e na
frente do grupo todo e meu irmão vai pro olho da rua.
Bebel: - É. Ele num me largô no calçadão? E num dexô você largado lá na
cadeia? Então, agora é a vez dele!
Ivan: - É isso aí! É a nossa vez de vazá! Vombora que ta na hora!
Tati: Peraê, peraê neguim... num vai cume nada? Toma um leite!
Bebel: - Que leite o quê! Vai virá coalhada quando batê no
pilhada do jeito que eu tô, num desce nada!
estômago,
Ivan: (indo em direção à porta) - Bora!
Bebel: – (dirige-se à Tati) - Aê! Torce por mim, viu?
Ivan: Vô ficá esperando do lado de fora do hotel, hein?
Bebel: - Beleza, legal!
Tati: (despede-se de Bebel à porta) – Pô, ó: depois de tudo corre pra cá, viu?
Pra me contá tudo. Que eu tô lôca pra saber no que vai dá essa história! Vai
sê manêro, o Olavo caí do cavalo...
Bebel: - (pára na porta falando com a amiga) - Ó, tem uma graninha alí no
meu quarto, compra umas cerva pra quando eu voltá a gente comemorá a
revanche
Ivan: (grita da escada) – Bora!
Nesta cena, foi possível perceber aspectos de comportamento, ocupação
e classe social mediados pela estética. Esses elementos aparecem dando à
21
22. personagem Bebel, a qual é uma prostituta, uma identidade provisória de
“adevogada”, conferindo-lhe a “permissão” para transitar nos espaços sociais da
classe dominante, e evidenciados através dos conteúdos discursivos e nãodiscursivos da cena no processo de produção de subjetividade. Apesar da
centralidade do texto estar na vingança contra o vilão da história.
Esses aspectos encontram espaço na construção discursiva das
entrevistadas, a estética está incorporada à apreciação das entrevistadas quando
fazem referência às personagens ou às atrizes que as personificaram por sua
recorrência a cada novela:
“– (...) Não sei... Bebel, é o cabelo dela é bem fino... o jeito dela... é bonita, né?
de corpo” (A1)
“– Outra novela que tinha... O Rei do Gado, eu não sei o nome daquela artista
não, aquela novela foi bonita, aquela novela... tinha um lado bonito, né? Eu
lembro assim... tinha aquela menina que trabalhava... Dos olhos verdes...” (P1)
“– Tem umas que eu admiro, acho uma mulher bonita e talentosa, por exemplo,
Regina Duarte, é... aquela jovem também, é... Malu Mader, é... aquela da novela,
Glória Pires, também chamou atenção porque são atrizes bonitas”. (A11)
Fazendo-nos concordar com o autor quando afirma que para Habermas
“não há como fugir das demandas estéticas incorporadas à linguagem
(TREVISAN, 2002, p. 54)”, veiculadas pela indústria cultural e que é essa
exploração que permite criar um outro universo de comunicação.
COSTURANDO OS ACHADOS
Os resultados obtidos nos aproximam do cerne da nossa hipótese de
pesquisa: no discurso televisivo se pratica uma pedagogia cultural, revelada na
produção de sentidos, e sujeitos sociais e que tem implicações no cotidiano dos
sujeitos educativos da EJA.
O dialogo que estabelecemos com os conceitos de “televisibilidade” de
Sarlo e “subjetivação” em Foucault nos permitiu perceber que os aspectos ligados
à relação e a recepção de alunas e professoras da EJA ao texto televisivo, estão
evidentes em seu discurso através dos elementos de identificação, de
familiaridade e da expressão de desejos pessoais. Tal processo acontece
mediado pelas “tecnologias que exploram o imaginário” através de interação da
22
23. imagem com um denso apelo estético. Ao nosso olhar esse processo traz
implicações ao processamento do discurso das receptoras sobre a telenovela, as
representações sobre o gênero, na medida em que veicula e instaura uma
maneira de falar as identidades, seus modos, sentidos e significados carregados
de elementos afetivos e estéticos de forma hegemônica (TREVISAN 2002).
Alunas e professoras da EJA entrevistadas compartilham de uma
percepção
semelhante
dos
aspectos
acima
mencionados.
No
entanto,
constatamos certa divergência na percepção da novela como lugar de
aprendizagem e informação. Nos relatos das alunas o texto televisivo aparece
ligado aos modos de ser e estar no mundo: comportamento, cotidiano e como
entretenimento. No discurso das professoras aparece atrelado a uma forma de ver
escolar, sob uma concepção tradicional sobre o currículo, como um elenco de
conteúdos, não como o resultado de uma construção social implicado nas
relações de poder e resistência. Por todos os artefatos culturais que dizem dos
sujeitos e da participação desses sujeitos fazedores de cultura. Diante dessas
constatações, entendemos que a escola enquanto espaço educacional precisa se
posicionar como um espaço de oportunidade de re-leitura, re-conhecimento e de
análise crítica dessa linguagem, pois segundo Freire (1982): “O ato de conhecer
envolve fundamentalmente o tornar presente o mundo para a consciência. (..)
Conhecer envolve intercomunicação, intersubjetividade. E essa intercomunicação
é mediada pelos objetos a serem conhecidos” (FREIRE, 1982, p. 29). E a tevê,
Fischer (1976) tem se caracterizado pela ampliação dos espaços em que nos
informamos em que de alguma forma se aprende a viver, a sentir e a pensar sobre
si mesmos.
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