1) O documento apresenta uma introdução sobre a literatura colonial da Guiné-Bissau, país de origem do autor.
2) A literatura colonial guineense surgiu no século XX, inicialmente com jornais que expressavam saudade da terra natal e apoiavam o desenvolvimento colonial. Havia pouca representação da população africana.
3) A chegada em massa de emigrantes cabo-verdianos na primeira metade do século XX aproximou a sociedade guineense e colonial, inaugurando a colonização efetiva
O documento discute diferentes abordagens da semântica, incluindo a semântica lexical, que estuda o significado das palavras e suas relações, a semântica formal, que analisa a relação entre linguagem e mundo, e a semântica cognitiva, que vê o significado como baseado na experiência corporal e interação com o meio ambiente.
Este documento apresenta um planejamento de aula de Língua Portuguesa para alunos do 7o e 8o ano do Ensino Fundamental. O conteúdo abordado será orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com o objetivo de reconhecer os tipos de orações de acordo com a conjunção. A metodologia inclui o uso de recursos multimídia e quadro branco.
O documento discute como as mudanças linguísticas podem ser percebidas através do contato com pessoas de outras idades, textos escritos em épocas diferentes e textos falados. É mais fácil verificar mudanças linguísticas em períodos mais distantes através da língua escrita do que da língua falada, que é mais conservadora.
O documento fornece informações sobre deícticos em língua portuguesa. Deícticos são palavras que estabelecem a articulação entre o ato de fala e o contexto em que é produzido. Existem três tipos de deícticos: pessoais, temporais e espaciais.
O documento discute os conceitos de gêneros textuais e tipos textuais. Apresenta que gêneros textuais dizem respeito à forma e objetivo do texto, enquanto tipos textuais dizem respeito à estrutura. Em seguida, exemplifica e descreve alguns tipos textuais como narração, descrição, dissertação, expositivo e injunção.
Slides relativos à discussão sobre Funcionalismo baseada na leitura do texto "Funcionalismo" de Angélica Furtado da Cunha no livro Manual de Linguística de Mário Eduardo Martelotta.
Slides 'Preconceito Linguístico o que é, como se faz 'Danielle Galvão
Marcos Bagno luta contra o preconceito linguístico por meio da desconstrução de mitos enraizados sobre a língua portuguesa no Brasil. Ele argumenta que as variedades linguísticas não devem ser julgadas como "certas" ou "erradas", e sim compreendidas em seu contexto social e funcional. Seu trabalho tem recebido apoio por promover uma sociedade democrática e inclusiva.
O documento discute a organização da literatura brasileira em períodos literários e escolas, facilitando o estudo e ensino da disciplina. Apresenta os principais períodos da literatura colonial brasileira (Quinhentismo, Barroco, Arcadismo) e do século XIX (Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo), além de resumir brevemente as características de cada um.
O documento discute diferentes abordagens da semântica, incluindo a semântica lexical, que estuda o significado das palavras e suas relações, a semântica formal, que analisa a relação entre linguagem e mundo, e a semântica cognitiva, que vê o significado como baseado na experiência corporal e interação com o meio ambiente.
Este documento apresenta um planejamento de aula de Língua Portuguesa para alunos do 7o e 8o ano do Ensino Fundamental. O conteúdo abordado será orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com o objetivo de reconhecer os tipos de orações de acordo com a conjunção. A metodologia inclui o uso de recursos multimídia e quadro branco.
O documento discute como as mudanças linguísticas podem ser percebidas através do contato com pessoas de outras idades, textos escritos em épocas diferentes e textos falados. É mais fácil verificar mudanças linguísticas em períodos mais distantes através da língua escrita do que da língua falada, que é mais conservadora.
O documento fornece informações sobre deícticos em língua portuguesa. Deícticos são palavras que estabelecem a articulação entre o ato de fala e o contexto em que é produzido. Existem três tipos de deícticos: pessoais, temporais e espaciais.
O documento discute os conceitos de gêneros textuais e tipos textuais. Apresenta que gêneros textuais dizem respeito à forma e objetivo do texto, enquanto tipos textuais dizem respeito à estrutura. Em seguida, exemplifica e descreve alguns tipos textuais como narração, descrição, dissertação, expositivo e injunção.
Slides relativos à discussão sobre Funcionalismo baseada na leitura do texto "Funcionalismo" de Angélica Furtado da Cunha no livro Manual de Linguística de Mário Eduardo Martelotta.
Slides 'Preconceito Linguístico o que é, como se faz 'Danielle Galvão
Marcos Bagno luta contra o preconceito linguístico por meio da desconstrução de mitos enraizados sobre a língua portuguesa no Brasil. Ele argumenta que as variedades linguísticas não devem ser julgadas como "certas" ou "erradas", e sim compreendidas em seu contexto social e funcional. Seu trabalho tem recebido apoio por promover uma sociedade democrática e inclusiva.
O documento discute a organização da literatura brasileira em períodos literários e escolas, facilitando o estudo e ensino da disciplina. Apresenta os principais períodos da literatura colonial brasileira (Quinhentismo, Barroco, Arcadismo) e do século XIX (Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo), além de resumir brevemente as características de cada um.
O documento fornece uma breve história do estudo da linguagem desde os textos hindus até os estudos contemporâneos de Saussure e Chomsky. Também define termos fundamentais da linguística como fonética, fonologia, gramática, morfologia e sintaxe.
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
O documento discute as diferenças entre texto literário e não literário. Textos literários usam linguagem opaca e plurissignificativa para contar histórias que não precisam ser factualmente precisas, enquanto textos não literários usam linguagem clara e objetiva para informar ou explicar fatos reais. Exemplos ilustram como a mesma situação pode ser descrita de forma literária ou não literária. A polissemia, ou múltiplos significados, é característica da linguagem literária.
O documento fornece informações sobre a Lusofonia e a origem da língua portuguesa. Discutem-se os países onde o português é língua oficial, as estatísticas sobre falantes, a história do desenvolvimento da língua a partir do latim vulgar, e a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para promover a língua e a cultura lusófona.
Este documento discute diferentes concepções de linguagem e seu impacto no ensino de línguas. Apresenta linguagem como expressão de pensamento, instrumento de comunicação e forma de interação. Nesta última concepção, a linguagem é vista como um trabalho coletivo realizado por meio de gêneros discursivos que circulam na sociedade.
O documento discute as diferenças entre a norma padrão e a norma culta da língua portuguesa brasileira. A norma padrão surgiu no século XIX para uniformizar a língua, mas é uma abstração. A norma culta refere-se às variedades urbanas de prestígio faladas por pessoas com maior escolaridade. Há também variedades regionais e de menor prestígio associadas a camadas mais pobres, que sofrem estigmatização.
O documento descreve o texto expositivo, explicando que ele tem como objetivo apresentar informações ou problemas de forma explicativa para ser entendido pelo leitor. Ele também detalha as características do texto expositivo, como objetividade, linguagem clara e rigor, e sua estrutura com seções de apresentação, desenvolvimento e conclusão do tema.
Este documento discute concepções da linguagem e do ensino de língua, abordando perspectivas formalistas, funcionalistas e pragmáticas. Também analisa como políticas de fechamento podem silenciar certas leituras e produções de texto na escola.
O documento discute as diferenças entre resumo e síntese. Um resumo condensa as ideias e informações de um texto de forma objetiva, preservando a estrutura e sentido original. Uma síntese também condensa o texto mas de forma mais subjetiva, destacando as ideias principais de acordo com a perspectiva de quem a elabora. Embora semelhantes, resumos tendem a ser mais informativos enquanto sínteses podem ser mais pessoais e expressar as intenções do autor.
Este documento descreve os principais processos de formação de palavras em português: derivação, composição, onomatopeia, hibridismo, sigla, neologismo, redução e estrangeirismo. A derivação ocorre pelo acréscimo ou remoção de afixos, enquanto a composição une radicais. A onomatopeia imita sons e o hibridismo une elementos de diferentes línguas. Novas palavras também surgem por siglas, neologismos e reduções.
O documento discute os valores aspetuais que expressam como uma ação é percebida em termos de completude, frequência ou regularidade. Descreve os valores imperfetivo, perfetivo, genérico, habitual e iterativo, e como eles são construídos através da conjugação de tempos verbais, verbos auxiliares, expressões adverbiais e modificadores.
Este documento descreve os tipos principais de orações em português:
1) Orações coordenadas, que podem ser copulativas, adversativas, disjuntivas ou conclusivas;
2) Orações subordinadas, que podem ser substantivas como as completivas ou relativas, ou adjetivas como as explicativas ou restritivas;
3) Orações subordinadas adverbiais, que expressam relações como causa, finalidade, tempo, concessão, condição ou comparação.
O documento discute os conceitos de coerência e coesão textual. A coerência refere-se à manutenção do mesmo tema e sentido ao longo do texto, enquanto a coesão refere-se às conexões gramaticais entre as partes do texto. Um texto precisa de coerência e coesão para fazer sentido de forma clara e lógica.
O documento discute a estrutura e construção de textos expositivo-argumentativos. Explica que estes textos devem ter uma introdução, desenvolvimento e conclusão, e fornecer argumentos lógicos para apoiar uma tese central, usando conectores para ligar as ideias. Também fornece exemplos de como estes textos podem ser construídos.
Este documento compara dois modelos de educação - a tradicional portuguesa versus a educação inglesa. A educação portuguesa enfatiza a memorização, moral religiosa e latim, enquanto a educação inglesa valoriza a saúde física, aprendizagem prática e línguas vivas. Apesar da educação inglesa de Carlos da Maia, ele fracassou devido à sociedade ociosa e paixão romântica, não por falhas em sua educação.
O documento descreve o surgimento do Modernismo entre o final do século XIX e a Primeira Guerra Mundial, como uma reação contra os valores estabelecidos da época. Apresenta os principais movimentos do Modernismo como o Futurismo, Cubismo, Intersecionismo, Sensacionismo, Paulismo e Abstracionismo. Destaca a importância da revista Orpheu e da geração de poetas por ela representada, incluindo Fernando Pessoa e seus heterônimos, para a introdução do Modernismo em Portugal.
O documento analisa os diferentes modelos educativos recebidos por Pedro da Maia, Carlos da Maia e Eusebiozinho. Pedro da Maia recebeu uma educação tradicional portuguesa, rigidamente religiosa e isolada, que o levou a instabilidades emocionais. Carlos da Maia recebeu uma educação inglesa mais liberal e prática, enquanto Eusebiozinho teve uma educação superprotetora e memorística.
O documento descreve a formação da literatura angolana entre 1851-1950. Resume três eventos literários importantes de 1901: 1) A publicação do primeiro órgão literário crioulo "Almanach Ensaios Literários", editado por Francisco Castelbranco; 2) A publicação do volume "Voz de Angola Clamando no Deserto", protesto coletivo da sociedade crioula contra um artigo europeu; 3) A chegada do missionário Manuel Alves da Cunha, que desempenharia um papel importante na Igreja Católica em Angola.
O documento apresenta uma introdução sobre a história da literatura brasileira escrita por José Veríssimo. Ele divide a literatura em dois períodos principais: o período colonial e o período nacional. No período colonial, a literatura brasileira foi fortemente influenciada pela literatura portuguesa. Já no período nacional, após a independência política do Brasil, a literatura começou a desenvolver uma identidade própria, diferenciando-se da portuguesa.
O documento fornece uma breve história do estudo da linguagem desde os textos hindus até os estudos contemporâneos de Saussure e Chomsky. Também define termos fundamentais da linguística como fonética, fonologia, gramática, morfologia e sintaxe.
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
O documento discute as diferenças entre texto literário e não literário. Textos literários usam linguagem opaca e plurissignificativa para contar histórias que não precisam ser factualmente precisas, enquanto textos não literários usam linguagem clara e objetiva para informar ou explicar fatos reais. Exemplos ilustram como a mesma situação pode ser descrita de forma literária ou não literária. A polissemia, ou múltiplos significados, é característica da linguagem literária.
O documento fornece informações sobre a Lusofonia e a origem da língua portuguesa. Discutem-se os países onde o português é língua oficial, as estatísticas sobre falantes, a história do desenvolvimento da língua a partir do latim vulgar, e a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para promover a língua e a cultura lusófona.
Este documento discute diferentes concepções de linguagem e seu impacto no ensino de línguas. Apresenta linguagem como expressão de pensamento, instrumento de comunicação e forma de interação. Nesta última concepção, a linguagem é vista como um trabalho coletivo realizado por meio de gêneros discursivos que circulam na sociedade.
O documento discute as diferenças entre a norma padrão e a norma culta da língua portuguesa brasileira. A norma padrão surgiu no século XIX para uniformizar a língua, mas é uma abstração. A norma culta refere-se às variedades urbanas de prestígio faladas por pessoas com maior escolaridade. Há também variedades regionais e de menor prestígio associadas a camadas mais pobres, que sofrem estigmatização.
O documento descreve o texto expositivo, explicando que ele tem como objetivo apresentar informações ou problemas de forma explicativa para ser entendido pelo leitor. Ele também detalha as características do texto expositivo, como objetividade, linguagem clara e rigor, e sua estrutura com seções de apresentação, desenvolvimento e conclusão do tema.
Este documento discute concepções da linguagem e do ensino de língua, abordando perspectivas formalistas, funcionalistas e pragmáticas. Também analisa como políticas de fechamento podem silenciar certas leituras e produções de texto na escola.
O documento discute as diferenças entre resumo e síntese. Um resumo condensa as ideias e informações de um texto de forma objetiva, preservando a estrutura e sentido original. Uma síntese também condensa o texto mas de forma mais subjetiva, destacando as ideias principais de acordo com a perspectiva de quem a elabora. Embora semelhantes, resumos tendem a ser mais informativos enquanto sínteses podem ser mais pessoais e expressar as intenções do autor.
Este documento descreve os principais processos de formação de palavras em português: derivação, composição, onomatopeia, hibridismo, sigla, neologismo, redução e estrangeirismo. A derivação ocorre pelo acréscimo ou remoção de afixos, enquanto a composição une radicais. A onomatopeia imita sons e o hibridismo une elementos de diferentes línguas. Novas palavras também surgem por siglas, neologismos e reduções.
O documento discute os valores aspetuais que expressam como uma ação é percebida em termos de completude, frequência ou regularidade. Descreve os valores imperfetivo, perfetivo, genérico, habitual e iterativo, e como eles são construídos através da conjugação de tempos verbais, verbos auxiliares, expressões adverbiais e modificadores.
Este documento descreve os tipos principais de orações em português:
1) Orações coordenadas, que podem ser copulativas, adversativas, disjuntivas ou conclusivas;
2) Orações subordinadas, que podem ser substantivas como as completivas ou relativas, ou adjetivas como as explicativas ou restritivas;
3) Orações subordinadas adverbiais, que expressam relações como causa, finalidade, tempo, concessão, condição ou comparação.
O documento discute os conceitos de coerência e coesão textual. A coerência refere-se à manutenção do mesmo tema e sentido ao longo do texto, enquanto a coesão refere-se às conexões gramaticais entre as partes do texto. Um texto precisa de coerência e coesão para fazer sentido de forma clara e lógica.
O documento discute a estrutura e construção de textos expositivo-argumentativos. Explica que estes textos devem ter uma introdução, desenvolvimento e conclusão, e fornecer argumentos lógicos para apoiar uma tese central, usando conectores para ligar as ideias. Também fornece exemplos de como estes textos podem ser construídos.
Este documento compara dois modelos de educação - a tradicional portuguesa versus a educação inglesa. A educação portuguesa enfatiza a memorização, moral religiosa e latim, enquanto a educação inglesa valoriza a saúde física, aprendizagem prática e línguas vivas. Apesar da educação inglesa de Carlos da Maia, ele fracassou devido à sociedade ociosa e paixão romântica, não por falhas em sua educação.
O documento descreve o surgimento do Modernismo entre o final do século XIX e a Primeira Guerra Mundial, como uma reação contra os valores estabelecidos da época. Apresenta os principais movimentos do Modernismo como o Futurismo, Cubismo, Intersecionismo, Sensacionismo, Paulismo e Abstracionismo. Destaca a importância da revista Orpheu e da geração de poetas por ela representada, incluindo Fernando Pessoa e seus heterônimos, para a introdução do Modernismo em Portugal.
O documento analisa os diferentes modelos educativos recebidos por Pedro da Maia, Carlos da Maia e Eusebiozinho. Pedro da Maia recebeu uma educação tradicional portuguesa, rigidamente religiosa e isolada, que o levou a instabilidades emocionais. Carlos da Maia recebeu uma educação inglesa mais liberal e prática, enquanto Eusebiozinho teve uma educação superprotetora e memorística.
O documento descreve a formação da literatura angolana entre 1851-1950. Resume três eventos literários importantes de 1901: 1) A publicação do primeiro órgão literário crioulo "Almanach Ensaios Literários", editado por Francisco Castelbranco; 2) A publicação do volume "Voz de Angola Clamando no Deserto", protesto coletivo da sociedade crioula contra um artigo europeu; 3) A chegada do missionário Manuel Alves da Cunha, que desempenharia um papel importante na Igreja Católica em Angola.
O documento apresenta uma introdução sobre a história da literatura brasileira escrita por José Veríssimo. Ele divide a literatura em dois períodos principais: o período colonial e o período nacional. No período colonial, a literatura brasileira foi fortemente influenciada pela literatura portuguesa. Já no período nacional, após a independência política do Brasil, a literatura começou a desenvolver uma identidade própria, diferenciando-se da portuguesa.
OS BRASILEIROS E LITERATURA LATINO AMERICANA.pdfAna Soares
1) O documento discute a literatura latino-americana e brasileira, comparando suas semelhanças e diferenças.
2) Há debates sobre se existe uma literatura latino-americana unificada ou se devem ser consideradas literaturas nacionais separadas.
3) As literaturas brasileira e latino-americanas compartilham traços comuns devido à história de colonização e influências, mas há também diferenças regionais dentro do Brasil.
Este documento discute as relações entre jornalismo, literatura e urbanização no Brasil entre 1500 e início do século XX. A Carta de Pero Vaz de Caminha é apontada como a primeira manifestação noticiosa no Brasil, enquanto as Cartas Chilenas circularam clandestinamente em Vila Rica no século XVIII denunciando irregularidades locais. A imprensa só surgiria no início do século XIX com a vinda da corte portuguesa.
Simbólica de pindjiguiti na óptica libertária da guinéCantacunda
O documento discute a complexidade da história da guerra colonial e da luta pela libertação na Guiné-Bissau, destacando vários eventos que contribuíram para o desenvolvimento do nacionalismo guineense ao longo do século XX, culminando no Massacre de Pindjiguiti. A resistência ao domínio colonial português data do final do século XIX. Acontecimentos como a Segunda Guerra Mundial também influenciaram o crescimento do sentimento nacionalista. O Massacre de Pindjiguiti em 1959 foi um marco na luta
O documento descreve o livro "Felizmente há Luar" de Luís de Sttau Monteiro. O livro critica o regime ditatorial de Salazar em Portugal nos anos 1960 através de alegorias históricas. Recria eventos de 1817 para falar sobre a repressão política, censura, medo e miséria vividos pelo povo português na época.
Literatura informativa Província de Santa CruzDaniel Leitão
O documento descreve a obra "História da Província de Santa Cruz" de Pero Vaz de Magalhães Gândavo. O resumo analisa a linguagem e os costumes dos povos indígenas descritos por Gândavo, notando que ele acreditava que eles careciam de fé, lei e rei por falta de certas letras em sua língua.
O documento discute como a história do Brasil é geralmente ensinada de forma conservadora, focando nos brancos vencedores e ignorando contradições e conflitos. Também aponta que as novas abordagens encontram dificuldades para serem transmitidas, e defende repensar como conceber, escrever e divulgar a história do país.
1) O documento é um discurso em homenagem ao terceiro centenário da morte de Luís de Camões, poeta português.
2) Camões morreu na pobreza em Lisboa, mas sua obra o imortalizou e 300 anos após sua morte reúne Portugal e Brasil em sua homenagem.
3) O discurso defende que Brasil e Portugal estão unidos pela língua e história comuns e que ambos têm motivos para celebrar Camões e se orgulhar de sua obra.
história do brasil_ parte1_colônia_impérioJorge Miklos
O documento resume a história do Brasil colonial, desde a chegada dos portugueses em 1500 até o início do século 19. Aborda temas como a colonização, a escravidão, as revoltas contra Portugal e a crise do sistema colonial que levou à independência.
O documento discute:
1) Carta de um jesuíta português descrevendo costumes indígenas como guerras tribais e canibalismo, além da visão missionária de converter os nativos ao cristianismo.
2) Representação japonesa dos portugueses, destacando seus trajes e cavalos que impressionaram os japoneses.
3) Duas visões sobre o sentido da colonização portuguesa no Brasil, uma enfatizando a exploração econômica e outra um processo mais complexo com agência dos colonos.
As comemorações dos 500 anos do Brasil deveriam dar um lugar especial ao negro, pois o desenvolvimento da colônia só foi possível graças ao braço escravo. Foi o
escravo africano que, durante mais de três séculos de escravização, resistiu de todas as formas possíveis à opressão, e manteve valores e tradições que fazem definitivamente parte de nossa cultura. Mas ao mesmo tempo que se construía o Brasil, o tráfico esvaziava e destruía nações africanas.
O documento resume momentos e autores importantes da literatura brasileira, começando com poemas de Aurineide Alencar no século XX e indo até o século XVI com a carta de Pero Vaz de Caminha. Apresenta também linhas do tempo com datas e excertos de obras de José de Anchieta, Gregório de Matos, Machado de Assis e Antonio Vieira, além de contextos históricos sobre o Barroco e a importância de 1808 para a literatura brasileira.
O fragmento descreve a criação da terra e da vegetação no terceiro dia da criação do mundo segundo o livro do Gênesis da Bíblia. As narrativas fundadoras da literatura, como o Gênesis bíblico, compartilham características formais e temáticas, como a descrição da criação do mundo em dias sucessivos.
- As cartas de Vieira são um valioso documento histórico, fornecendo informações detalhadas sobre sua vida e época. Elas iluminam sua longa carreira política e intervenções nos assuntos de Estado em Portugal e no Brasil.
- Suas cartas refletem seu apaixonado envolvimento com questões políticas no sentido amplo e sua visão que unia pragmatismo e utopia messiânica.
- Além do valor histórico, as cartas também possuem qualidades literárias, como a narrativa dos acontecimentos e o uso
O manifesto antiesclavagista dos últimos capuchinhosespanhóis de bissauCantacunda
Este documento descreve o "Manifesto Antiesclavagista dos Últimos Capuchinhos Espanhóis de Bissau (1686)". O manifesto criticava a escravidão de cristãos negros e a venda de escravos para países onde não receberiam educação religiosa. O documento foi escrito pelos três últimos frades capuchinhos espanhóis que estavam em Bissau antes de partirem alguns meses depois.
O documento discute a natureza mutável e subjetiva dos documentos históricos. A importância de um documento como a Carta de Caminha variou ao longo dos séculos de acordo com o contexto histórico e as diferentes leituras que recebeu. Todo documento histórico é uma construção que reflete as visões do presente sobre o passado através de um diálogo entre fontes antigas e perspectivas contemporâneas.
PêRo Vaz De Caminha Escreveu Um Texto Que é Consideradoguestc974ab
A carta descreve a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500. O escrivão Pêro Vaz de Caminha relata detalhadamente a geografia, flora, fauna e os povos nativos encontrados. Ele expressa simpatia pelos indígenas, mas também sugere que os portugueses desenvolvam a agricultura e cristianizem os nativos para dominar o território.
«Chronica do Algarve» terá sido o primeiro jornal algarvio?José Mesquita
O documento discute o primeiro jornal publicado no Algarve, chamado "Chronica do Algarve", e data a sua publicação em 15 de Julho de 1833. No entanto, o autor argumenta que este não deve ser considerado o primeiro jornal da região, exibindo como prova o único exemplar conhecido, que na verdade é apenas um prospecto. O autor aponta "O Popular Jornal do Algarve", publicado em 1847, como o primeiro jornal verdadeiro da região.
A Historia Da Imprensa No Brasil ColonialFabio Santos
O documento resume o livro "História da Imprensa no Brasil" de Nelson Werneck Sodré, que analisa as condições da imprensa no Brasil colonial. A imprensa só surgiu no Brasil com a chegada da família real portuguesa em 1808, sob controle oficial. Dois jornais foram criados, um deles, a Gazeta do Rio de Janeiro, era um jornal português que não criticava o governo. O outro, o Correio Braziliense, foi impresso em Londres e criticava a administração portug
O documento descreve a instrução de soldados da milícia portuguesa antes de serem enviados para a Guiné, incluindo treinamento com fuzis G3. Relata também a experiência de combate de um alferes ferido e a morte de um soldado durante um ataque.
Este documento descreve os Jardins do Palácio de Cristal em Porto, Portugal. Originalmente projetados em 1860 para envolver o Palácio de Cristal, o local foi posteriormente substituído pelo Pavilhão dos Desportos na década de 1950. Atualmente, os jardins contêm lagos, fontes, esculturas e uma variedade de flores, e são um importante ponto turístico da cidade.
A empresa anunciou um novo produto que combina hardware e software para fornecer uma solução completa para clientes. O produto oferece recursos avançados de inteligência artificial e aprendizado de máquina para ajudar os usuários a automatizar tarefas complexas. Analistas acreditam que o produto pode ser um sucesso comercial se for fácil de usar e tiver um preço acessível.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera avançada, tela grande e bateria de longa duração por um preço acessível. O aparelho tem como objetivo atrair mais consumidores para a marca com especificações de ponta a um custo menor que os principais concorrentes. Analistas esperam que o lançamento ajude a empresa a ganhar participação no competitivo mercado global de smartphones.
O Sapal de Corroios é uma zona húmida no estuário do Tejo que desempenha um papel vital para peixes, bivalves, crustáceos e aves residentes e migratórias. É rica em fauna e serve de pouso para dezenas de espécies de aves aquáticas migratórias. O Moinho de Maré de Corroios, construído em 1403, está localizado nesta reserva ecológica e abriu como museu em 1986 após restauro.
O documento resume poemas e citações de diferentes autores ao longo do século XX sobre como a indiferença e a falta de ação diante da opressão de outros grupos pode levar à própria opressão. Começa com um poema de Maiakovski no início do século sobre como a passividade diante da opressão de outros leva à perda da própria voz, e continua com citações de Brecht, Niemoller e Cláudio Humberto mostrando como a indiferença diante da opressão de grupos como judeus, com
I. O documento discute as variedades de amendoim cultivadas na Guiné Portuguesa, incluindo duas variedades indígenas e várias variedades introduzidas.
II. Detalha a zona de cultura do amendoim, que se estendeu do sul para o norte à procura de melhores solos.
III. Explica que as condições climáticas, especialmente temperatura, são favoráveis à cultura do amendoim, mas que as chuvas excessivas podem prejudicar a planta, e que é importante escolher variedades adaptadas.
I. O documento discute variedades de amendoim cultivadas na Guiné Portuguesa, incluindo suas características e ciclo de vida.
II. Aborda a zona de cultura do amendoim, que se estendeu do sul para o norte à procura de melhores terras.
III. Detalha as condições climáticas favoráveis à cultura do amendoim na Guiné Portuguesa, principalmente temperatura, mas também chuvas excessivas.
Este documento não continha nenhum conteúdo além do título "Eduardo Gageiro" e subtítulo "Retratos com Histórias". Infelizmente não há informações suficientes para fornecer um resumo significativo em três frases ou menos.
Este documento lista e descreve pontes localizadas em rios do norte de Portugal, incluindo suas localizações e fotos, e termina com os créditos da música e da formatação usadas.
O documento discute as visões racistas e paternalistas sobre a educação dos povos colonizados na Guiné Portuguesa. Afirma-se que os indígenas não estão preparados para o ensino intelectual, apenas para o ensino prático e rudimentar que melhore sua produtividade como mão-de-obra. Também questiona se os povos "civilizados" não-ocidentais eram considerados selvagens e sem capacidade de raciocínio.
O documento descreve a morte de Rachel Corrie, uma ativista pacifista americana de 23 anos que foi atropelada por uma escavadeira israelita enquanto protestava contra a demolição de casas palestinas. Relata como Rachel participava em ações para bloquear escavadeiras israelitas e enviou e-mails denunciando a destruição de casas com pessoas dentro. Testemunhas afirmam que o operador da escavadeira viu Rachel sentada em frente, mas continuou em frente e a atropelou.
1) O documento fornece uma linha do tempo histórica da Guiné-Bissau, desde o 3o milênio a.C. até o século XVII, com datas importantes e eventos.
2) Inclui a chegada dos primeiros povos, o apogeu dos impérios regionais como o Império do Mali, e o início do comércio de escravos pelos portugueses a partir do século XV.
3) Detalha a fundação de feitorias portuguesas ao longo da costa e o estabelecimento
As crises político-militares na Guiné-BissauCantacunda
O documento discute as causas das crises político-militares recorrentes na Guiné-Bissau, desde a resistência à ocupação colonial até os golpes de estado modernos. Aponta que a violência se espalhou após a luta armada do PAIGC e que as disputas internas, como o assassinato de Amílcar Cabral, exacerbaram as tensões. Além disso, o documento argumenta que o primeiro governo após a independência desperdiçou ajuda externa em projetos inviáveis, contribuindo para a instabilidade atual
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, maior tela e melhor processador. O dispositivo também possui bateria de maior duração e armazenamento expansível. O novo smartphone será lançado em outubro por um preço inicial de US$799.
O Ministro Miguel Relvas contratou um novo motorista por €73.446,00 através de ajuste direto porque os três motoristas cedidos pelo Ministério não eram suficientes. O novo motorista era anteriormente motorista do grupo parlamentar do PSD. Esta nomeação, assim como outras duas, não constava da página de nomeações do governo, levantando questões sobre a transparência.
O Parque da Cidade da zona Ocidental de Porto é o maior parque urbano de Portugal com 83 hectares. Estende-se até ao Oceano Atlântico e possui uma vasta diversidade de flora e fauna, incluindo 74 espécies de árvores. O parque contém trilhas, lagos, espaços desportivos e culturais e oferece aos visitantes locais áreas verdes para caminhadas e lazer.
O Parque da Cidade da zona Ocidental de Porto é o maior parque urbano de Portugal com 83 hectares. Estende-se até ao Oceano Atlântico e possui uma vasta diversidade de flora e fauna, incluindo 74 espécies de árvores. O parque contém trilhos, lagos, espaços desportivos e culturais e oferece aos visitantes áreas verdes para caminhadas e lazer.
1. A Literatura Colonial Guineense
Leopoldo Amado (*)
A Literatura Colonial Guineense
INTRODUÇÃO
Antes de mais, gostaria de saudar os presentes a
este importante colóquio, desejando que este encontro de
estudiosos venha a contribuir para o enriquecimento da cultura
africana em geral e angolana em particular. De igual modo,
também gostaria de agradecer ao secretário da organização o
convite que me endereçou, na certeza porém de que a minha
modesta comunicação possa de algum modo contribuir para
a consecução de objectivos previamente traçados e para o
conhecimento da Literatura Colonial em geral e, neste caso,
mais especificamente, a da ex-Guiné Portuguesa, actual Guiné-
Bissau. A leitura da produção literária-colonial de Fernanda de
Castro (1) e a consequente publicação de alguns artigos a ela
relacionados no «Angolê – Artes e Letras» (2), sugeriu-me o
1
2. A Literatura Colonial Guineense
desejo de elaboração de um estudo sobre a Literatura Colonial
especificamente sobre a Guiné, estudo esse que viria a ser
integrado futuramente em obra mais ampla, a realizar acerca da
Literatura Colonial de todas as ex-colónias portuguesas em África.
Porém, tal auto-proposta afigurou-se-me ambiciosa à partida,
pelo que o que aqui vos apresento é apenas uma síntese da
Literatura Colonial da Guiné, país donde sou originário e sobre
o qual, obviamente, conheço melhor os poisos. Trata-se, que
nós saibamos, de uma das primeiras tentativas do género, o que
de per si não me desmotivou, não obstante saber de antemão
os riscos que ia correr, conquanto que possa esta comunicação
contribuir sem chauvinismos para que se possa começar a honrar
a debruçar sobre temas como este, com a serenidade isenta de
ressentimentos, ou melhor, com a naturalidade histórica que a
convivência de séculos ocasiona e irá certamente continuar. Foi
apesar disso, e por isso mesmo, que intitulei esta comunicação
de «Literatura Colonial Guineense»
Seguindo a linha de estruturação que orientou este trabalho,
não nos detivemos tanto na definição da Literatura Colonial, que
sabemos ser – e com razão – controversa, carecendo de debate
metodológico e epistemológico dado o ineditismo de trabalhos
recentemente publicados sobre o assunto. Por isso mesmo,
procurei fugir também ao critério meramente literário de selecção
de fontes, pois que, por força de circunstâncias epistemológicas
inerentes à própria natureza das fontes, recorri aos textos de
naturezas etnográfica, etnológica, antropológica e, também, aos
contos de tradição oral fixados em textos – tendo todos estes
elementos em conjunto anunciado, explícita ou tacitamente,
a configuração do «corpus» que encerra de certo modo um
conjunto de valores essenciais à definição caracterológica do
que, eufemisticamente, se designa Literatura Colonial. Posto isto,
compreende-se então a nossa predilecção por obras e imprensa
que na conjuntura colonial, independentemente do seu valor ético
ou estético, revelaram-se importantes, apresentando fortes
indícios de virem poder ser enquadradas no universo documental
visando a elaboração duma «História Geral da Guiné-Bissau»,
ou, quiçá, duma «História da Colonização Portuguesa em África»,
obras de grande envergadura de que, em geral, carecem os
países africanos de língua oficial portuguesa. Obras houve em
que deliberadamente arredei desta comunicação, não por serem
mais ou menos colonial, nem porque sobre elas recai um juízo
qualitativo negativo – é o caso das literaturas de guerra –, mas
porque apenas revelam casos assaz particulares, orgulhosos
feridos, temas e motivos literários «tabus», ou mesmo interditos,
2
3. A Literatura Colonial Guineense
dada a eventualidade flagrante de ferir susceptibilidades ante a
proibição quase religiosa de revolucionar a família, a sociedade,
etc., alicerces sagrados e apanágios da «civilização».
E, o que pretendemos é proceder a uma tentativa de
análise histórico-cultural da Literatura Colonial Guineense, a
sua evolução diacrónica e sociológica, que desembocou nesta
cumplicidade cultural híbrida de que hoje somos portadores;
sendo esta cumplicidade cultural uma aquisição histórica que tem
a virtude e o potencial de ajudar os novos Estados a construir um
sentido de nação e, a Portugal, como ex-potência colonizadora,
a encontrar um ideal da nação.
É a necessidade de incorporar estes valores que me sugeriu
a realização desta comunicação, tendo para isso seleccionado
obras de vulto e condicionado este trabalho a uma balização da
cronológica que, grosso modo, abrange o século XX, o que de
si confere a esta comunicação o cariz de uma das abordagens
possíveis.
O último quartel do século XIX foi deveras decisivo para a
colonização portuguesa da Guiné, pois que, a ante a resistência
dos guineenses e a cobiça estrangeira, Portugal foi obrigado a
acelerar os seus propósitos de colonização com a implantação
compulsória da administração e criação de o mínimo de estruturas
e infra-estruturas que garantissem a soberania portuguesa sobre
o território. Em 1870 Portugal sai vencedor da disputa em que se
viu envolvido, mediante a sentença arbitral do Presidente norte-
americano, Ulisses Grant. Criaram-se então as condições para
a autonomização administrativa da Guiné, até aí sob a tutela do
Governo Geral de Cabo Verde. A cidade de Bolama ganha, anos
depois, o estatuto de capital da Província, passando o Governo
da Guiné a preocupar-se mais com as guerras de «pacificação»
e consequente implantação de administração, que se estendeu
mais ou menos até a segunda metade do século XX.
Dominada (?) a resistência dos africanos, temperados os
desavindos, os colonos entregaram-se a tarefas mais prementes
como a instalação da tipografia (1879) e a criação do primeiro
periódico –«Boletim Oficial da Guiné» (1880), que, apesar de
alguns pequenos hiatos, foi publicado até 1974. E o que as
agruras do clima e as guerras de pacificação não conseguiam
fazer alcançava-o o anseio do tempo memorial vivido, a sombra
de um passado esfumado nos longes, como atestam os primeiros
jornais publicados na Guiné, «Ecos da Guiné» (1920), «A Voz da
Guiné» (1922) e «Pró-Guiné» (1924). Estava-se ainda na fase
em que a saudade da terra-mãe gravitava à volta dos demais
temas e motivos de literatura jornalística ao mesmo tempo que
3
4. A Literatura Colonial Guineense
a apologia do desenvolvimento colonial era também a tónica
omnipresente. Vivia-se até dos rescaldos decorrentes da
implantação da República, tanto mais que dois desses periódicos
pioneiros, o «Voz da Guiné» e o «Pró-Guiné», se intitulavam,
respectivamente, de «quinzenário republicano independente» e
«órgão do Partido Republicano Democrático». Raras vezes fazia-
se referência à população africana, pois, era bastante diminuta
a sua presença na vida urbana das cidades coloniais, o que
somente era tolerado pelos serviços domésticos que realizavam
junto aos colonos. Quando se dizia entusiasticamente que
«quando alcançarmos a meta das nossas mais caras aspirações,
então, sim, descansamos da cruzada santa, erguendo bem alto
(…) o nome de Portugal», diziam-no por exclusão de partes,
pois, decerto, não pensavam na população africana, que ainda
não tinha conquistado qualquer estatuto social que não o de
selvagens. Se por um lado se assistia ao surgimento, ainda
ténue, daquilo a que se podia chamar impropriamente de elite
africana, por outro, a embrionária cristianização ainda não tinha
desabrochado os seus frutos, pois o agente da administração, o
soldado e o comerciante estavam todos, entregues a uma vida
enfadosa e desenfreada de procura de posse, a que também os
missionários não foram alheios. Era isso que reflectia a imprensa
da época: um ambiente em que proliferava a má-língua, onde
uma multidão burocrática efusiva se projectava nos jornais, uns
contra os outros, em ataques e contra-ataques: em suma, um
ambiente que denotava fortemente o sentimento generalizado de
degradação moral e política a que estavam sujeitos os colonos
na Guiné. Daí que não se produziu literatura no sentido estrito
da palavra, salvo algumas manifestações poéticas (poucas). que,
mesmo assim, pouco ou nada tinham de africano. Era, pois, a
fase da saudade, a saudade que os consumia porque além da
inexistência de um ambiente propício ao fluxo cultural recíproco
entre os europeus e africanos, dado a clivagem institucionalizada
e preconceitos raciais agravadas com o ambiente das guerras
de «pacificação» – o «êthos» curioso do colono foi insensível
no conhecimento das «balizas do mundo», do diferente e até
do exótico. Nem mesmo a magnificência de cenário, de fascínio
quase narcotizante, foi capaz de despoletar manifestações
literárias empapadas de exotismo como as que se produziam,
por exemplo, no mesmo período em Moçambique e Angola.
Quando, em Março de 1922, o «Século» publicou uma notícia
que dava conta de que um médico brasileiro provou ser capaz
de mudar os indivíduos negros em brancos, a «Voz da Guiné»
comentou o facto da seguinte maneira: «(…) ora lavre lá dos tentos
4
5. A Literatura Colonial Guineense
o Senhor Oclávio, e faça rapidamente essa maravilha porque
nos livra deste grande mal: a dúvida em que estamos sempre de
quais serão os pretos… Mas, por favor, não os deixe com malhas»
(4). De resto, é evidente a ousadia e a sem-cerimónia com que
foi publicado este comentário, o que só prova à inexistência de
uma elite africana esclarecida, na época, que pudesse contrariar,
ou mesmo desencorajar a sua publicação. É que na Guiné da
época, as condições de inserção do africano na sociedade
colonial não foram de molde a que isso pudesse acontecer,
à semelhança, por exemplo, do papel catalisador e precursor
que teve a revista «Luz e Crença» em Angola, revista essa que
impulsionou a criação da Associação Literária Angolense. Tanto
assim era o ambiente de relacionamento entre portugueses e
africanos que, nas primeiras décadas do nosso século não surgiu
nenhum guineense que merecesse o designativo de continuador
da obra do cónego guineense Marcelino Marques de Barros,
figura importante do último quartel do século XIX que, em minha
opinião, terá lançado os gérmenes duma identidade nacional
verdadeiramente guineense, à qual está indiscernivelmente
associada a sua opção de estudo do crioulo e algumas línguas
nacionais. Nem mesmo o «escuro e obscuro português», como
o próprio Honório Pereira se intitulava, foi tão longe em matéria
de nacionalismo como foi Marcelino Marques de Barros, não
obstante se deve àquele as constantes denúncias do racismo
colonial, hesitante embora, dado aos cargos que desempenhou
em colaboração com o sistema colonial.
Como anteriormente disse, as condições de inserção
do guineense eram praticamente nulas, salvo casos muito
pontuais. E, a provar isso, o artigo 2.º do Decreto n.º 16473,
de 6 de Dezembro de 1922, pregava que, «para efeitos do
presente estatuto são considerados indígenas os indivíduos
de raça negra ou dela descendentes que, pela sua ilustração
e costumes, se distinguiam do comum daquela raça; e não
indígenas, os indivíduos de qualquer raça que não estejam
nestas condições». Como se podia ver por esta disposição legal,
estavam criadas as condições jurídicas para a marginalização do
guineense na sociedade da época, se considerarmos a clivagem
institucionalizada entre portugueses e guineenses, entretanto
estabelecida e ainda o grau de instrução destes que, também,
eram quase insignificantes. Quanto a cristianização, também não
prosperou significativamente. Cacheu, que antes de 1932 era
o centro religioso mais importante da Guiné, tinha pouco mais
de mil devotos que, mesmo assim, nunca deixaram de voltar às
suas tradicionais práticas religiosas. A escola-oficina da missão
5
6. A Literatura Colonial Guineense
de Solama, instituição que mais produziu guineenses cultos na
altura, foi fundada em 1933, quando Cacheu, até aí considerada
como apanágio da designação «Roma da Guiné», perdeu o papel
de primazia ante a importância religiosa que Bolama adquiriu
devido essencialmente à chegada em massa de emigrantes
cabo-verdianos.
Antes da chegada em massa dos primeiros emigrantes cabo-
verdianos, de facto, a bifurcação entre a sociedade guineense
e colonial era bastante acentuada. Foi o elemento étnico cabo-
verdiano que aproximou as duas componentes sociais que
coexistiam separadamente, pois o fomento e a consequente
emigração de cabo-verdianos para a Guiné inaugura o período
da colonização efectiva da Guiné, ao mesmo tempo que põe a nu
a política oficial de Portugal Colonial que consistia em fomentar a
miscigenação cultural e biológica, pensando erradamente – como
mais tarde se provou – que o ambiente dela decorrente iria ao
encontro dos propósitos ideológico-políticos e económicos da
colonização portuguesa. Com a introdução massiva do elemento
cabo-verdiano no sistema guineense, assistiu-se a uma grande
transformação social, devido a «crioulização social» que
favoreceu, dado a sua posição social intermédia entre os colonos
e guineenses. Se por um lado o contacto entre guineenses e
cabo-verdianos na Guiné foi saudável (prova isso o facto de
terem percebido mais tarde que ambos eram subjugados pelo
colonialismo, pelo que decidiram lutar juntos pela sua libertação),
por outro, os guineenses não viam com bons olhos a identificação
e, em alguns casos, colaboração que os cabo-verdianos, na
verdade, prestaram ao aparelho administrativo na Guiné. Disso
fizeram eco quase todos os jornais da época. Porém, hoje, que
a reminiscência do passado colonial começa a se tornar menos
forte do que a vontade dos povos em se entenderem, torna-se
também importante o enquadramento cultural das contribuições
de características coloniais que alguns cabo-verdianos assinaram,
tendo de destacar no domínio da literatura o exímio romancista
Fausto Duarte, no ensaio Juvenal Cabral (pai de Amílcar Cabral)
e Fernando Pais de Figueiredo, tendo estes dois últimos sido
professores primários na Guiné e tendo pugnado sempre pelo
alargamento do ensino aos guineenses e pela melhoria do
respectivo ensino.
Na verdade, pareceu-me que Juvenal Cabral, que falava
e escrevia sempre em nome do povo africano, possuía a
consciência de que os guineenses careciam duma arma
importante – a instrução – para melhor exprimirem os seus
anseios libertários de que comungava Juvenal Cabral, não
6
7. A Literatura Colonial Guineense
obstante se aproximar muito do discurso tipicamente colonial a
que não faltava um certo paternalismo. E porque aos guineenses
a política colonial nunca permitiu o acesso em massa à cultura
e à instrução, tal fenómeno explica em medida considerável as
razões por que na Guiné colonial nunca existiu um movimento
literário ou cultural que pudesse de algum modo constituir
o embrião da literatura nacional, à semelhança do «Vamos
Descobrir Angola», por exemplo. Estou em crer que o único
caminho aberto aos guineenses foi o da resistência contra a
colonização, o que justifica em parte a razão por que a chamada
«pacificação» se prolongou mais na Guiné do que nas outras
colónias. portuguesas (6).
Já disse anteriormente que as condições nas duas primeiras
décadas não eram propícias ao florescimento literário, pelo que
se exceptuarmos a actividade jornalística que esporadicamente
publicava alguns poemas saudosista-coloniais, que saibamos,
não foi publicada outra obra literária-colonial que não a de Maria
Archer e Fernanda de Castro. Aquela, sequiosa de exotismo
tropical, canta prodigiosamente nos seus poemas os mistérios
do sertão e estabelece sempre os contrastes entre Portugal e
a Guiné. Em qualquer dos casos, Maria Archer apresenta-se-
nos como a primeira literata-colonial, e o seu poema «Desejo
mórbido» data de 1918.
Foi na verdade a Fernanda de Castro que, deliberadamente
ou não, depois de duas estadas mais ou menos prolongadas
na Guiné, quem produziu as primeiras obras que, sem
hesitação, consideramos de Literatura Colonial, pois possuem a
particularidade de evidenciar as atitudes do Estado Novo perante
as colónias (7). Creio mesmo que a produção literária-colonial
de Fernanda de Castro, autora que tivemos oportunidade de
entrevistar (8), inaugurou – do ponto de vista historicista – um
período novo dado a introdução não só de um discurso literário
novo como, também, devido às transformações sociais e
sociológicas que se operam na Guiné e de que a sua produção
literária-colonial são o prenúncio, o testemunho e o reflexo. Porém,
não é apenas o exotismo, o paternalismo e o desconhecimento
do «outro» civilizacional que faz da produção literária-colonial
de Fernanda de Castro uma peça-chave para compreender as
metamorfoses da política oficial de que, também comungava
Fernanda de Castro (9). É, por assim dizer, a idiossincrasia com
que encarou a sua produção literária-colonial, o que a forçou
nas edições seguintes a alterações conteudísticas de forma a se
equidistar da política oficial do Estado Novo que, paradoxalmente,
apregoava a multiracialidade. O racismo colonial, hábil, tinha
7
8. A Literatura Colonial Guineense
também uma actuação e respectiva teorização correspondente.
No artigo de que já fizemos referência (artigo sobre a visão
do negro na Literatura Colonial de Fernanda de Castro)
mostramos através dum estudo comparativo de diferentes
edições de «Mariazinha em África», de Fernanda de Castro,
que ela procedeu a uma suavização gradualmente atenuativa
da visão colonialista do negro, ou seja, da carga conceptual
e preconceituosa pejorativas. Já escrevemos algures que o
livro de Fernanda de Castro «Mariazinha em África» constitui
um verdadeiro «best-seller» relativamente à produção literária-
colonial em geral. Com mais de uma dezena de edições, que
percorreram gerações, Fernanda de Castro vangloria-se quando
diz que este livro está certamente entre os livros mais vendidos
em Portugal. Ora, se por um lado o facto se deveu à capacidade
de Fernanda de Castro enquanto escritora, não é menos verdade
que, por ter sido mulher de António Ferro, tal facto permitiu-lhe
intervenções públicas de particular interesse.
Outra importância que ressalta da leitura da produção
literária-colonial de Fernanda de Castro é o facto de serem, em
termos de intriga textual, factos vividos arrancados à vida real
e a que não falta um certo teor autobiográfico, que derrapa,
«não poucas vezes, em construções artificiais, empapadas
de elementos misteriosos, onde os nomes e as designações
geográficas – mesmo que verdadeiras – apenas figuram como
criadores de uma atmosfera exótica» (10).
Para fecharmos este capítulo, registe-se que os três
jornais que foram os primeiros da Guiné, além de possuírem as
características que já anunciei, têm de comum o facto de todos
eles terem sido deveras efémeros, não indo a sua publicação
para além dos seis meses.
O hiato estender-se-á até 1931, altura em que surge o
primeiro jornal editado por um guineense. Trata-se de Armando
António Pereira (pai da actual Presidente da Assembleia Nacional,
a Carmen Pereira), que até ao momento reside em Bissau. E o
periódico em causa, «O Comércio da Guiné» representa não só
os interesses comerciais da colónia como também atribui uma
grande importância aos aspectos culturais em geral e aos literários
em particular. Entre a altura que se publicou os três primeiros
jornais na Guiné e o aparecimento do «Comércio da Guiné»,
não se registou qualquer publicação, quer de índole jornalística,
quer de índole literária. O «Comércio da Guiné» aparece como
o corolário duma situação ambiental e social de menos tensão
racial decorrente de graves problemas que a rebelião guineense
provocava e que absorvia quase que totalmente toda a acção
8
9. A Literatura Colonial Guineense
da governação colonial. Como se pode facilmente depreender,
a política colonial na Guiné, menos preocupada com questões
ligadas à «pacificação», tem unicamente a orientá-la as
exigências da nacionalização da colónia e do estabelecimento das
condições indispensáveis ao florescimento do comércio colonial.
Em termos da chamada política indígena, passa-se para uma
fase a que chamaríamos assimilacionismo, pois que começou-
se a vislumbrar na política colonial guineense a tendência para
a aproximação de alguns guineenses com fins previamente
visados. Rapidamente Bissau ganha importância como porto de
óptima navegação, e dela resulta o grande movimento comercial
no seu interior, donde o reassumir da sua importância em relação
a Bolama. É assim que, por decreto-lei a sede da comarca da
Guiné foi transferida, em 29 de Setembro de 1933, da cidade de
Bolama para a cidade de Bissau. Foi neste contexto que o «O
Comércio da Guiné» surgiu em Bissau, em 1931, sendo dirigido
por Armando António Pereira, talvez um dos únicos guineenses
com formação superior na altura. Sobre ele Mário de Andrade
tem entre mãos e em preparação um estudo, para o qual já
o entrevistou. Todavia, convém que se diga, «O Comércio da
Guiné», não se afastou muito do discurso colonial, apesar de
se ter assumido vagamente como defensor dos interesses dos
guineenses. Como quer que seja, torna-se imperativo entrevistar
o seu primeiro director, enquanto ainda há tempo…
Quanto ao facto de «O Comércio da Guiné» ter aparecido
em Bissau e não em Bolama – na altura ainda capital da Guiné,
localidade onde até hoje se encontra instalada a Imprensa
Nacional –, prende-se com a atitude apologética daqueles
que defendiam a cidade de Bissau como a capital comercial
da colónia, outorgando a Bolama a centralização política e
administrativa.
Como atrás disse, «O Comércio da Guiné» dedicou-se à
publicação de alguma produção poética que, também, pouco ou
nada tinha a ver com a Guiné. No domínio do ensaio destacou-se
o Fausto Duarte, que também era repórter, cronista desportivo
e colonista. Nomes como o de Juvenal Cabral, Alberto Gomes
Pimentel e Álvaro Coelho de Mendonça, figuram como autores
de muitos artigos com algum interesse de estudo, obviamente,
na perspectiva da literatura guineense.
Embora se intitulando de «órgão dos interesses da colónia»,
«O Comércio da Guiné» transcendeu largamente os objectivos
primeiros para os quais foi fundado. Foi nele que Fausto Duarte
começou a delinear o seu talento de escritor colonial para mais
tarde se transformar, em minha opinião, no melhor e mais
9
10. A Literatura Colonial Guineense
esclarecido literato-colonial guineense. Por ocasião da primeira
Exposição Colonial de Paris, na qual participou, «O Comércio
da Guiné» dedicou um número especial ao evento, donde se
destacou a etnografia guineense, aspectos tradicionais da
cultura guineense, e um artigo intitulado «Literatura Colonial»,
não assinado, que supomos ser da autoria de Fausto Duarte. Este
artigo representa por parte deste autor uma consciência profunda
dos aspectos teóricos e deficionais da Literatura Colonial, além
de demonstrar que a década de 30 ia inaugurar, para o caso
guineense, um período em que a Literatura Colonial, influenciada
pelos literatos coloniais franceses, estava aos poucos relegando
para segundo plano a faceta «eivada de idealismos, de conceitos
morais e doutrinas utilitárias para se interessar pelo folclore
africano de um ineditismo que nos empolga (…) (11).
Porém, infelizmente, «O Comércio da Guiné» não
sobreviveu para além dos seis meses, como tinha acontecido
aos primeiros periódicos da Guiné, publicados todos na década
de 20. Apesar disso, já o disse, «O Comércio da Guiné», fundado
em 1930, inaugura a década em que a produção literária-colonial
atingiu o seu auge, tanto em termos quantitativos como éticos
e estéticos.
Em 1931, Afonso Correia publica o livro intitulado «Bacomé
Sambú» (12), fortemente paternalista e exótico. Trata-se de
um misto de ficção, romance e etnografia sobre os Nalús,
tribo que habita o Sul da Guiné. Bacomé Sambú, um Nalú a
quem o administrador apadrinhara e «acarinhava longamente
a sua timidez, a sua inocência, encaminhando-se na vida,
ensinando-a a língua portuguesa com uma paciência que tinha
algo de evangélica». Desse extracto sobressai imediatamente
o paternalismo feroz que é o produto duma mentalidade
estigmatizada verdadeiramente colonial. Bacomé Sambú não é
um preto mas sim um pretito, isto é duplamente diminuído, donde
a necessidade de apadrinhamento da sua raça pelos colonos.
Por isso, a dado passo do livro escreveu: «Bacomé estava já
a caminho amplo das leis dos brancos, aprendendo com eles
a raciocinar sobre a vida e encontrando-se à sua protecção do
assimilacionismo colonial e, Afonso Correia amiúde, punha na
boca das personagens guineenses uma autoconvicção (?) da sua
inferioridade nata em relação aos brancos. A par disso, associa
o seu conceito ocidental de miséria e felicidade as análises que
efectua sem qualquer relativismo cultural, de resto, muito comum
na literatura colonial da altura. Ao mato associa imaginariamente
o perigo, o negro – a cor do guineense –, o leão, o macaco,
o exotismo, o medo e o tédio. De qualquer forma, Afonso
10
11. A Literatura Colonial Guineense
Correia apresentava sinais de um certo enraizamento africano
pois, se por um lado apontava as maleitas do mato, por outro
reconhecia que era ali o cadinho onde se depuram as almas
agrestes e onde se forma o carácter, no contacto exclusivo com
a natureza» (14). Quanto ao conhecimento da alma africana, o
livro «Bacomé Sambú» refere-se aos conceitos estereotipados
com que a literatura colonial dos primeiros tempos caracterizava
o africano. São eles a indolência, os excessos (o sexo, a gula e
a extravagância), a sua «infantilidade», que rogava que o negro
é uma grande criança e a sofreguidão que atribuía ao negro uma
preguiça patológica e a adjectivação de bêbados incorrigíveis.
E o facto de esta obra ser profundamente paternalista prova-o
o facto de Afonso Correia ter escrito que «os indígenas dançam
como crianças, cantam como impúberes, ameigam-se como
inocentes… é a nossa bondade que nos impulsiona a que vejamos
o indígena como crianças, no campo das responsabilidades»
(15). De resto, é um livro tão enfadonho que, como opinou «O
Comércio da Guiné», serve-se dum enredo fantasiado em que
aparece a paisagem matizada de cacine e a descrição dos usos
e costumes pitorescos dos nalús. As observações ligeiras que
enfeitam todo o motivo estampam-se numa prosa escorreita, e
despreocupada» (16).
Quanto às actividades de imprensa, a década de 30 foi
mesmo assim pouco fértil. Ao «Comércio da Guiné» sucederam
três outros jornais, todos eles de n.º único e sem qualquer
importância que concerne a Literatura Colonial. Foram eles,
respectivamente, o «15 de Agosto» (1932), «Sport Lisboa e
Bolama» (1938) e «A Guiné Agradecida» (1939).
Porém, constatadas que foram a instabilidade da Imprensa
na Guiné, Fausto Duarte decide enveredar profundamente pela
via da Literatura Colonial, motivo literário para o qual já teria
manifestado interesse no número especial do «O Comércio
da Guiné», por ocasião da Exposição Colonial de Paris.
De igual modo, o colaborador influente do «O Comércio da
Guiné», António Cértima abandona Bolama para em Dacar,
como cônsul português, escrever lindos poemas e prosas de
inspiração guineosenegalesa com algum interesse de estudo.
Mas foi Fausto Duarte que, depois de ter chegado à Guiné, em
1928, revela, em 1934, com o livro «Auá», uma Guiné diferente
daquela que até aí a Literatura Colonial anterior tinha pintado.
As suas funções de agrimensor permitiam-lhe rapidamente um
contacto assíduo com as populações guineenses, pelo. que ele
partiu, antes de mais, da identificação cultural do povo guineense
para encetar uma obra romanesca que revelou singularmente
11
12. A Literatura Colonial Guineense
o conhecimento das componentes sociocultural e linguística,
assim como a sua articulação entre si. Tal facto, originou por
parte de Benjamim Pinto Bull uma atitude intelectual em que,
com hesitação, coloca Fausto Duarte entre os primeiros, senão
mesmo o primeiro, a lançar as raízes de uma identidade nacional
(17). Não obstante congratular-me em parte com Benjamim Bull,
restam-me as naturais reservas que um estudo mais aturado
da produção literária-colonial de Fausto sugeriu. Fausto Duarte
apostou estranhadamente na descrição romanesca do confronto
civilizacional decorrente da colonização, o que faz dos livros de
Fausto Duarte obras em que o conflito cultural é omnipresente.
Em «Auá», onde Fausto Duarte terá sido mais feliz, descortina-
se um paternalismo tímido no estudo dos valores culturais
guineenses. Benjamin Bull atribui isso à vigilância da PIDE (18).
Todavia, estou em crer que a atitude de Fausto Duarte não se
deve unicamente ao poder alusivo da política mas também das
condições ambientais da época em termos da visão do negro.
Ora, não esqueçamos que Fausto Duarte era mestiço – elemento
rácico que não era totalmente aceite nem por negros, nem por
brancos, na generalidade das ex-colónias portuguesas em África.
A provar isso está o seu livro «Foram Estes os Vencidos», obra
que reforça o seu paternalismo relativamente ao negro, não
obstante anunciar explícita e implicitamente, a vontade apontada
para um maior desprendimento preconceitual em relação ao
negro e visão que dele se tinha na altura.
Por ocasião da primeira exposição colonial portuguesa
realizada nesta cidade em 1934, Fausto Duarte foi prelector
do seguinte tema: «Da Literatura Colonial e da Morna de Cabo
Verde». Vislumbra-se neste casamento temático, de alguma
forma ligado por elos culturais, a tentativa de Fausto Duarte em
demonstrar que a Literatura Colonial e a morna eram ambas de
mesma raiz cultural – a portugalidade dos trópicos. Não vou aqui
problematizar a fundamentação desta suposição que não creio
descabida, mas sim, demonstrar que Fausto Duarte era uma
figura de personalidade cultural híbrida a ponto de, não obstante
o seu nível de identificação cultural guineense não estar bem
posicionado para lançar as raízes duma identidade nacional. Não
há dúvidas de que a produção literária-colonial de Fausto Duarte,
para o contexto colonial guineense, foi revolucionária pois, de
facto, Fausto Duarte tinha a consciência da africanidade que se
lhe pode assacar sem reservas ao mesmo tempo que um poder
de observação sociológica extraordinária de cujas obras são o
espelho. Vejamos o que ele pensa da Literatura Colonial: (…)
«não se faz psicologia; descreveu-se apenas a floresta virgem, as
12
13. A Literatura Colonial Guineense
cruéis fadigas da jornada, à medida que se confundia com a linha
do horizonte. Os indígenas eram tão somente animais de uma
outra espécie, sem sensibilidade para amar, sem inteligência para
compreender… depois procurou-se o horrível e o extraordinário.
Surgem romances de aventuras que nos pintam o negro como o
maior inimigo da selva, em constantes hostilidades. E a mulher
indígena paga-se ante os preconceitos aristocráticos. O amor
entre eles tem apenas uma finalidade objectiva. Falta a justeza
da expressão nessas literaturas incipientes. Adeja sobre África
uma incompreensível fatalidade (…), é necessário antes o
contacto directo com a sua mentalidade, perguntar-lhe a vida e
compreender-lhe as superstições» (20). Na realidade, são estas
características as principais virtudes de Fausto Duarte, embora
tenha em «O Negro Sem Alma» derramado muitas vezes em
considerações que denotam esporadicamente uma mentalidade
típica, simultaneamente com uma outra em que subjaz em parte
a consciência da identificação cultural guineense: «as tribos
não se diferenciam; a folia une-as no mesmo apetite, no desejo
insatisfeito de viverem a mesma emoção» (21). Aliás, em «O Negro
Sem Alma» persiste o conflito cultural entre duas civilizações
diferentes e, Fausto Duarte aponta as vantagens e desvantagens
da aculturação recíproca de cuja moral da história, paternalista,
Fausto Duarte julga ser dever dos portugueses elevar a moral e
o nível económico dos guineenses.
Em 1945, Fausto Duarte fecha o ciclo da sua produção
literária colonial guineense com o livro intitulado «A Revolta».
Mais de que um romance, esta obra é um documento histórico
utilíssimo para a História Cultural e das mentalidades subjacentes
à guerra de «pacificação» levada a cabo na Guiné, pois, à
semelhança das restantes, privilegia o confronto cultural, desta
vez não só entre brancos, cabo-verdianos e guineenses, mas
fundamentalmente entre as tribos guineenses entre si. De resto,
além da colaboração de literatura que aponta para a identidade
nacional guineense, Fausto Duarte tem o mérito de ter registado,
paralelamente a uma literatura de choque cultural e civilizacionais,
também uma outra literatura de denúncia e apelo à justiça e
compreensão raciais.
Em 1935, Landerset Simões publica «A Babel Negra» que
é uma espécie de antologia etnográfica das diferentes tribos
guineenses. Trata-se, em nossa opinião, de um dos estudos etno-
antropológicos mais cientificamente elaborados sobre a Guiné.
Além de Landerset Simões procurar as origens remotas das
tribos guineenses, que em alguns casos remontam da Oceânia,
pela primeira vez um autor colonial se debruçou sobre a arte
guineense, com especial destaque para a Bijagó e Nalú.
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14. A Literatura Colonial Guineense
Um ano depois, mais exactamente em 1936, João Augusto
Silva publicou o «África – da Vida e do Amor na Selva», que
obteve o primeiro Prémio da Literatura Colonial. Trata-se de um
autor que nasceu em Brava, Cabo Verde, mas que – diz ele
– «necessitava para vazante de qualquer coisa diferente, de
outros ambientes e de novos mundos» (22). À parte da produção
literária de Fausto Duarte, o «África» de Augusto Silva surge
como uma das obras que mais intensivamente penetrou a
cultura e a psicologia guineense. Por outro lado, esta obra de
João Augusto Silva revela-se como um importante testemunho
vivo das vicissitudes que a implantação da colonização efectiva
e respectiva administração experimentou na Guiné. Diz ele – e
com razão – que a «colonização é feita pelas desvairadas gentes,
desde os revolucionários profissionais e bandidos políticos que
para ali foram pacatamente gozar as recompensas que os seus
grupos lhes concederam, até àquelas generosas e boas, que
procuram em África o esquecimento das misérias terrenas (…),
deste forçado entrechocar de educações e sensibilidades nasce
uma sociedade odiosa, onde, quase sempre, triunfam aqueles
que deviam ser postos à margem dela, pelos seus crimes, suas
vilanias e sua desprezível moral (…) e só vivem para explorar
o negro, maltratá-lo quando toda a prática nos mostra que os
portugueses dos séculos de quinhentos e seiscentos, se alguma
coisa fizeram (…) foi isso, mais que à força das armas, à custa
duma política de sábia infiltração diplomática» (23). Sei que João
Augusto Silva encontra-se actualmente em Lisboa, pelo que
havemos de tentar entrevistá-lo, se for possível.
Entretanto, a Segunda Grande Guerra estala-se na Europa
e repercuta-se fortemente na produção literária-colonial e
jornalística da Guiné, a ponto de paralisar qualquer actividade
editorial, exceptuando as publicações oficiais de onde se destaca
o «Boletim Oficial da Guiné». É o «Arauto» que quebra este
silêncio em 1943 quando as autoridades religiosas sentiram que
a sua actividade missionária carecia de um jornal de divulgação,
dado o crescimento da população católica guineense. Aliás,
em 1940 esse crescimento era assinalado quando pela bula
«Solemnibus Convenionibus» foi o território da Guiné separado
da Diocese de Cabo-Verde e erecto em Missão «sui juris». Era
o período em que a política de assimilação estava a sortir os
primeiros efeitos a par do refreamento da resistência guineense, o
que permitiu que o «Arauto» fosse publicado com a periodicidade
possível até 1968. Foi em certa medida um jornal com algum
interesse cultural do qual se destacam os artigos de opinião
assinados por Fausto Duarte, Juvenal Cabral, o guineense
Caetano Filomeno Sá, entre outros.
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15. A Literatura Colonial Guineense
Como disse anteriormente, a década de 40 foi em geral de
relativa acalmia social que se traduziu, por sua vez, num reforço
do sistema administrativo colonial, cujo corolário foi a realização
do Congresso da Guiné, na Sociedade de Geografia, em 1944.
Em 1945 Sarmento Rodrigues tomou posse como governador
da Guiné e funda o Centro de Estudos da Guiné Portuguesa do
qual sai o «Boletim Cultural da Guiné», que viria a congregar um
maior número de estudiosos da Guiné, ao mesmo tempo que
desenvolvem alguma actividade literária. Teixeira da Mota foi
sem dúvida, pela sua capacidade, polivalente e interdisciplinar,
aquele que mais se evidenciou à volta do «Boletim Cultural».
Nomes como o de António Carreira e James Walter figuram,
também, entre os que deram um impulso decisivo àquilo que
chamo «geração do Boletim Cultural».
Porém, foi em 1956 que surgiu o «Bolamense», sem dúvida,
o jornal guineense de maior impacto cultural e literário. Nele
foram publicados muitos poemas que cantam com saudosismo
os tempos difíceis em que Bolama, a velha cidade era a capital
da Guiné. Dos poemas publicados vislumbra-se uma poética um
tanto ou quanto apolítica, ou, se quisermos, mesmo, pitoresca
e turística. Era de resto um jornal que pugnava pela História da
Guiné – entenda-se História colonial –, ao mesmo tempo que
procurava legitimar a colonização portuguesa ante o movimento
libertário que, embrionariamente ia dando os primeiros passos
(recorde-se que a fundação do «Bolamense» e do PAIGC foi
quase simultânea, em 1956).
Eis chegado o momento de fecharmos esta modesta
comunicação sobre a Literatura Colonial Guineense. Porém,
antes gostaria de salientar, em jeito de conclusão, dois aspectos
que me parecem importantes: a Literatura Colonial Guineense é
rica e imensa, havendo umas de boa e outras de má qualidade,
enquanto obras literárias, não obstante a generalidade apresentar
em termos de conteúdo a virtude de terem percepcionado os
valores culturais guineenses, obviamente, em níveis diferentes:
a despeito de toda a carga preconceituosa e racista que deixam
transparecer. Todavia, é compreendendo os escritores coloniais
que, na luta contra os colonizadores defendiam as suas vantagens
e por isso eram aliciados a identificarem-se com os interesses
dominantes, de que, aliás, eram também vítimas – o que por sua
vez torna-os tão paternalistas ou avessos ao conhecimento da
cultura dos africanos. E, porque aspectos positivos há a extrair
da Literatura Colonial, interessa – como dizia Amílcar Cabral
aproveitar os aspectos positivos decorrentes da colonização, não
só enriquecermos a descolonização literária em curso mas para
15
16. A Literatura Colonial Guineense
enquadrarmos sem complexos a componente cultural que se
cimentou indelevelmente nas nossas culturas nacionais. E porque
também no arraial, de quisílias, de lutas, de agravos e de misérias
que constitui a História política da Guiné-Bissau, orgulhosa da sua
luta de libertação nacional, importa afastar derrotismos que de
alguma forma possam gerar uma crise cultural de consciência e
identidade, torna-se necessária a inclusão da Literatura Colonial
no conjunto temático preferencial de estudo, a par de outros que
se afiguram importantes. Isto porque, passados quinze anos do
fecho do ciclo colonial, Portugal e os novos Estados Africanos de
língua oficial portuguesa não são meros co-herdeiros da mesma
tradição cultural – a colonial. São, creio bem, portadores da
mesma missão que é, respectivamente, a criação de um ideal
da nação e a da construção da nação.
* Bolseiro do ICALP
(1) Fernanda de Castro foi mulher de António Ferro, que em parte
valeu-lhe importantes intervenções políticas no Estado Novo. Foi
escritora colonial, tendo publicado algumas obras sobre a Guiné. A
saber «Mariazinha em África» (1925); «O Veneno do Sol» (1928);
«Aventuras de Mariazinha em África» (1929); «Exílio» (1952) e «África
Raiz» (1966).
(2) «Angolé – Artes e Letras», n.º 11 Out/Dez. p. 6 e 7.
(3) «A Voz da Guiné» (1922), n.º 6 p. 1
(4) «A Voz da Guiné», Op. Cit. n.º 3, p. 1
(5) «Angolé...», Op. Cit. – Vide artigo «A visão do Negro na Literatura
Colonial» de Leopoldo Amado.
(7) «Angolé...», Op. Cit., idem.
(8) Para quem, eventualmente se interessar pela entrevista que
realizei com Fernanda de Castro, informo que o «Angolé» espera
publicá-lo oportunamente.
(9) Vide entrevista de Fernanda de Castro ao «Expresso» R. de
24-5-86.
(10) «Angolé – Artes e Letras, Op. Cit., p. 7
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17. A Literatura Colonial Guineense
(11) «O Comércio da Guiné» (1930-1931), n.º especial por ocasião
da 1.ª Exposição Colonial de Paris.
(12) Afonso Correia, «Bacomé Sambú», Nunes de Carvalho, 1931.
(13) Afonso Correia, Op. Cit., p. 21
(14) Ibd., p. 29.
(15) Id., p. 122
(16) «O Comércio da Guiné», Op. Cit. N.º 24 p.
(17) Benjamim Pinto Bull, «A Recherche de L’identité Guineense?»
Fondation Calouste Gulbenkian (Cent Culturel Portugais), Paris, 1975.
(18) Benjamim Pinto Bull, Op. Cit., p. 323
(19) Fausto Duarte, «Da Literatura Colonial e Da Morna de Cabo-
Verde», edições da 1.ª Exposição Colonial Portuguesa, Porto, 1934.
(20) Fausto Duarte, Op. Cit., Passim.
(21) Fausto Duarte, «O Negro sem Alma», A. M. Teixeira C.ª (filho),
1931, p. 216.
(22) João Augusto Silva, «África da Vida e do Amor na Selva», Livraria
Popular Francisco Franco, Lisboa, 1936, pp. 17-18.
(23) João Augusto Silva, Ibd., ip. 27-28.
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«Angolê – Artes e Letras», publicação trimestral do Departamento
Cultural da Embaixada da república Popular de Angola
«Arauto», Paróquia Missionária de Bolama, 1943-68
«A Voz da Guiné», 1922
«Bolamense», jornal mensário da cidade de Bolama, 1956-72
«Boletim Cultural da Guiné», Imprensa Nacional da Guiné, 1946-
1950
«Boletim Oficial da Guiné» Imprensa Nacional da Guiné, 1896-
1974
«Ecos da Guiné», 1920
«O Comércio da Guiné», Bissau, 1930-1931
«Pró-Guinéu, 1924
«15 de Agosto», n.º único, 1933
«Sport Lisboa e Bolama», 1938
Referência
Amado, L. — A Literatura Colonial Guineense. Revista ICALP, vol. 20 e
21, Julho - Outubro de 1990, 160-178.
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