Este estudo avaliou os efeitos da inalação de óleos essenciais de Citrus aurantium e Citrus sinensis em camundongos, por meio de testes comportamentais e análise de hormônios. A inalação de 10% do óleo essencial de C. sinensis apresentou efeitos ansiolíticos e sedativos, mas o de C. aurantium não. Entretanto, nenhum óleo afetou os níveis plasmáticos de melatonina e corticosterona. Os componentes dos óleos
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1. [Limão Siciliano 004]
Óleo essencial: Citrus aurantium e Citrus sinensis
Composto: Acetato de linalila, linalol e limoneno
Título: Citrus essential oils inhalation by mice: Behavioral testing, GCMS plasma
analysis, corticosterone, and melatonin levels evaluation.
"Inalação de óleos essenciais de citros por camundongos: testes comportamentais,
análise de plasma GC-MS, avaliação de níveis de corticosterona e melatonina"
Autor: Adriana Nunes Wolffenbüttel, Amanda Zamboni, Gabriela Becker, Maíra Kerpel
dos Santos, Bruna Tassi Borille, Kristiane de Cássia Mariotti, Ana Claudia Fagundes,
Janaína Lucas de Oliveira Salomón, Vanessa Rodrigues Coelho, Leire Virto Ruiz,
Viviane de Moura Linck, Eliane Dallegrave, Pilar Cano, Ana Isabel Esquifino, Mirna
Bainy Leal, Renata Pereira Limberger
Journal: Phytotherapy Research
Vol/Issue: 32 (1)
Ano: 2018
DOI: 10.1002/ptr.5964
Tags: Citrus aurantium; Citrus sinensis; óleos cítricos; limoneno; acetato de linalila;
linalol; hormônio do estresse; hormônio do sono; melatonina; estresse; sono; inalação;
corticosterona; ansiolítico; sedativo; antidepressivo; depressão; ciclo circadiano;
vaporização; Silexan; in vivo; laranja amarga; laranja doce; limoneno; linalol; efeito
ansiolítico; efeito sedativo; antidepressivo; corticosterona; melatonina; hormônio indutor
do sono; hormônio do estresse; imipramina; câmara de vaporização; acetato de linalila;
serotonina; inalação; compostos voláteis; biotransformação; ações sistêmicas; ações
sinérgicas;
2. Sobre o artigo:
Os óleos essenciais cítricos (OEC), geralmente produzidos comercialmente a partir das
folhas de Citrus aurantium (laranja amarga) e do pericarpo de Citrus sinensis (laranja
doce), são usados como terapia complementar para ansiedade e depressão e como
sedativo na prática popular.
Alguns estudos mostraram que o limoneno e o linalol, ambos componentes bioativos
presentes na maioria dos óleos cítricos, produziram um efeito ansiolítico e sedativo por
meio de testes e ensaios clínicos em vários relatos científicos anteriores.
Vários mecanismos neurológicos e hormonais estão associados às características de
ansiedade, antidepressivos e sedativos, incluindo a produção endógena de melatonina
(MEL), que é uma substância secretada pela glândula pineal.
Portanto, os pesquisadores deste estudo buscaram analisar os efeitos da inalação
prolongada de C. aurantium e C. sinensis em seus efeitos sedativos, ansiolíticos,
antidepressivos e antiestresses.
Os efeitos desses OEs foram avaliados por meio de teste comportamental e indicação
de hormônios em camundongos, bem como os níveis plasmáticos de melatonina (MEL,
hormônio indutor do sono) e corticosterona (CORT, hormônio relacionado a respostas
ao estresse).
Resultados:
A vaporização de 10% do OE de C. sinensis apresentou efeitos ansiolíticos e
sedativos, mas, por outro lado, a vaporização de 10% do OE de C. aurantium não
apresentou o mesmo resultado.
Porém, os resultados obtidos indicaram que a inalação do OE C. aurantium e C.
sinensis por camundongos não afetou os níveis plasmáticos de MEL e CORT, conforme
mostra a figura abaixo:
3. Figura 1: Efeitos do óleo essencial (OE) Citrus aurantium e Citrus sinensis no plasma. (A)
Concentração de melatonina (MEL), em comparação com o controle de solução salina (SAL).
(B) Concentração de corticosterona (CORT), sem significância estatística. Grupos: SAL,
imipramina (IMI), ar atmosférico (AIR), Tween 1% (TWEEN), OE de C. aurantium 10% e OE de
C. sinensis a 10%.
Uma vez que não foi observado um aumento nos níveis do hormônio corticosterona
(que está ligado a respostas ao estresse), supõe-se que a administração de
substâncias por inalação da câmara de vaporização não pode ser considerada um
evento estressante. Por outro lado, o controle positivo IMI (imipramina, um
medicamento antidepressivo) utilizado alterou o nível de MEL conforme o esperado.
4. A fim de entender essa divergência, os pesquisadores verificaram em pesquisas
recentes que o mecanismo de ação ansiolítico e antidepressivo do Silexan®, um
medicamento baseado em OE com uma alta proporção de linalol e acetato de linalila,
indicam uma redução no nível do receptor da serotonina-1A, o que acarreta no
aumento dos níveis de serotonina sináptica, com consequente aumento da produção
de MEL.
Frente a isso, é possível supor que a quantidade de linalol e acetato de linalila presente
no OE inalado não foram suficientes para causar uma diminuição no nível do receptor
de serotonina-1A, consequentemente um aumento no nível de serotonina e um
aumento no nível de MEL. Outra diferença é que nesta pesquisa foi utilizada a via de
inalação enquanto o medicamento Silexan® utiliza a via de ingestão oral.
As amostras de plasma mostram a presença dos componentes dos OEs de C.
aurantium e C. sinensis no plasma de camundongos, e há dados comparativos entre as
percentagens de terpenos presentes no OE original inalado e no plasma de
camundongos.
Curiosamente, os constituintes dos OEs foram detectados no plasma em diferentes
proporções das que estavam presentes nos OEs, onde os pesquisadores observaram
que o maior percentual entre os componentes voláteis encontrados no plasma de
camundongos após a inalação do OE de C. aurantium foi o linalol (10%).
Esses resultados mostram que a absorção ocorre em proporções distintas das
originalmente presentes no OE, podendo estar associada à biotransformação de alguns
constituintes, como no caso do acetato de linalila a ser metabolizado como linalol.
Esse conhecimento é importante para estudos farmacológicos envolvendo OEs
terapêuticos, pois esclarece que não se deve escolher um OE com base apenas em
seu maior percentual constituinte, pois esse fato não garante que esse componente
estará em maior percentual biodisponível no plasma após a sua inalação.
5. Como a vaporização de 10% do OE de C. sinensis apresentou efeito ansiolítico e
sedativo, esta pode ser uma ferramenta valiosa para o tratamento dos distúrbios de
ansiedade, aparentemente sem interferência nos níveis fisiológicos de MEL e CORT.
Com isso, pode-se supor que os resultados dos testes comportamentais foram devidos
às ações sistêmicas e sinérgicas de todos os componentes do OE presentes no plasma
dos animais.
Na prática:
Muito interessante! Os pesquisadores demonstraram que o OE de C. sinensis pode ser
uma ferramenta valiosa para o tratamento dos distúrbios de ansiedade, depressão e
estresse e, aparentemente, sem apresentar interferências nos níveis fisiológicos dos
hormônios do sono e do estresse (MEL e CORT).