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[Limão Siciliano 014]
Óleo essencial: Citrus limon
Composto: Sabineno, limoneno, a-pineno, β-pineno, neral, geranial, 1,8-cineol, linalol,
borneol, a-terpineol, terpinen-4-ol, acetato de linalila e β-cariofileno
Título: Essential Oil from Lemon Peels Inhibit Key Enzymes Linked to
Neurodegenerative Conditions and Pro-oxidant Induced Lipid Peroxidation
“O óleo essencial de cascas de limão inibe as principais enzimas vinculadas a
condições neurodegenerativas e peroxidação lipídica induzida por pró-oxidante”
Autor: Ganiyu Oboh, Tosin A. Olasehinde e Ayokunle O. Ademosun
Journal: Journal of Oleo Science
Vol/Issue: 63 (4)
Ano: 2014
DOI: 10.5650/jos.ess13166
TAGs: Sabineno; limoneno; a-pineno; linalol; acetato de linalila; casca de limão; limão;
enzimas; acetilcolinesterase; butirilcolinesterase; neurodegeneração; in vitro;
antioxidante; Citrus limon; células nervosas; estresse oxidativo; neurotoxicidade;
peroxidação lipídica; doença de Alzheimer; neurotransmissores; acetilcolina;
butirilcolina; efeitos colaterais; antioxidante; impulsos nervosos; conteúdo fenólico;
ácido gálico; flavonóides; quercetina; prostigmina; ação sinérgica ; compostos voláteis;
interações hidrofóbicas; malondialdeído; radical hidroxila; radicais livres; ácido
quinolínico; óxido nítrico; eliminação de radicais; capacidade quelante.
Sobre o artigo:
As cascas de limão são subprodutos da indústria de cítricos e são consideradas
majoritariamente como resíduos em muitos países, e devido ao fato de serem cerca de
65% do peso total das frutas, uma grande quantidade de cascas é gerada a partir do
processo de produção de suco.
Embora os países desenvolvidos possuam meios eficientes de lidar com esses
resíduos, eles ainda são uma grande ameaça ambiental em muitos países em
desenvolvimento.
No entanto, essas cascas demonstraram ser excelentes fontes de compostos bioativos
que possuem potenciais medicinais para o manejo de doenças degenerativas, embora
haja escassez de informações sobre a base científica para seu uso.
Grande parte da bioatividade das cascas dos cítricos tem sido ligada ao conteúdo
fenólico, que mais se concentra nas cascas do que nos sucos e sementes. No entanto,
existem muitos outros constituintes bioativos, como óleos essenciais, que também
contribuem para seus usos medicinais observados.
Tendências recentes no manejo de condições neurodegenerativas, especialmente a
doença de Alzheimer, é aumentar os níveis de acetilcolina no cérebro com o uso de
inibidores da colinesterase.
Isso ocorre porque nas condições da doença de Alzheimer (DA) há atividades elevadas
da colinesterase que servem para quebrar os neurotransmissores: acetilcolina e
butirilcolina, dando origem aos sintomas observados na DA.
No entanto, devido aos efeitos colaterais associados ao uso de inibidores sintéticos da
colinesterase, uma atenção tem sido dada às fontes naturais de inibidores da
colinesterase.
Nesse sentido, algumas algas marinhas e/ou sucos cítricos têm se mostrado fontes
interessantes de inibidores da colinesterase.
O limão (Citrus limon) é cultivado em muitas partes do mundo para a produção de suco
e, como as outras frutas cítricas, suas cascas são consideradas resíduos. Enquanto, o
suco demonstrou-se possuir propriedades anticolinesterásicas e antioxidantes, há
escassez de informações sobre os potenciais medicinais das cascas, especialmente
dos óleos essenciais, que são um dos principais componentes das cascas e podem ser
extraídos em quantidades significativas.
Portanto, este estudo procurou investigar os efeitos do óleo essencial de cascas de
limão (Citrus limon) nas atividades de acetilcolinesterase (AChE) e butirilcolinesterase
(BChE) in vitro, que são importantes enzimas envolvidas na transmissão dos impulsos
nervosos. Além das propriedades antioxidantes do óleo e a inibição da peroxidação
lipídica induzida por pró-oxidante em cérebro de ratos.
Resultados:
1. Distribuição fenólica e constituintes químicos
O conteúdo fenólico total foi relatado como ácido gálico (7,42 mg/100 g), enquanto o
conteúdo total de flavonóides foi relatado como quercetina (3,56 mg/100 g).
A análise de GC apresentada revelou a presença de sabineno (4%), limoneno (53%),
a-pineno (3%), b-pineno (9%), mirceno (3%) neral (4%), geranial (3%), 1,8-cineol (3%),
linalol (3%), borneol (5%), a-terpineol (0,25%), terpinen- 4-ol (0,23%), acetato de linalil
(1%) e B-cariofileno (1%).
2. Atividade anticolinesterásica
O óleo essencial inibiu as atividades de AChE e BChE de maneira dependente da
concentração, ou seja, quanto maior a concentração do OE, maior a inibição de AChE
e BChE.
Os valores de EC50 (concentração do fármaco que induz metade do efeito máximo)
para a inibição dependente da dose das atividades ACHE e BCHE pelo óleo essencial
foram 164,35 µL/L e 169,32 µL/L respectivamente.
Já os valores de EC50 para os inibidores da prostigmina (medicamento padrão) foram
45,82 µg/L e 44,38 µg/L, respectivamente.
A inibição dose-dependente da atividade da acetilcolinesterase (ACHE) e da
butirilcolinesterase (BCHE) pelo óleo essencial da casca de limão é de imensa
importância no manejo das atividades neurodegenerativas da ACHE e BCHE à medida
que aumenta a comunicação entre as células nervosas.
Mais ainda, a inibição do BChE e a neurotoxicidade pelos óleos essenciais também é
benéfica, pois o BChE aumenta a neurotoxicidade de certas placas, tornando o cérebro
mais suscetível à doença de Alzheimer.
Contudo, a propriedade anticolinesterásica do óleo essencial foi menor do que o da
prostigmina, conforme mostrado nas Fig. 1 e 2, no entanto, os efeitos colaterais
experimentados com os inibidores sintéticos da colinesterase são esperados e não são
desencadeados com o uso de compostos naturais.
A atividade anticolinesterásica do óleo essencial pode estar ligada à presença de
alguns constituintes identificados pela análise dos constituintes químicos como borneol,
b-pineno e 1,8-cineol, que também já foram relatados como possuidores de
propriedades anticolinesterásicas.
Portanto, a ação sinérgica dos compostos voláteis identificados nos óleos,
majoritariamente classificados como monoterpenóides e fenilpropanóides pode
contribuir para sua capacidade inibitória da colinesterase.
Figura 1: Inibição da acetilcolinesterase pelo óleo essencial de cascas de limão e prostigmina.
As concentrações de extrato de óleo essencial para a parcela são 0, 76,9 µL/L, 115 µL/L e
230,7 µL/L. A concentração de prostigmina usada na parcela é de 0, 30 µg/L, 45 µg/L, 60 µg/L
e 90 µg/L.
Figura 2: Inibição da butirilcolinesterase por extratos de óleos essenciais de cascas de limão.
As concentrações de extrato de óleo essencial para a parcela são 0, 76,9 µL/L, 115 µL/L e
230,7 µL/L. A concentração de prostigmina usada na parcela é de 0, 30 µg/L, 45 µg/L, 60 µg/L
e 90 µg/L.
3. Inibição da pré-oxidação de lipídeos
A incubação de homogenatos de cérebro de rato na presença de ferro (Fe2+) e ácido
quinolínico causou um aumento significativo no teor de malondialdeído (MDA), um
marcador para stress oxidativo, conforme mostrado em Figs. 3 e 4.
Figura 3: A inibição da peroxidação lipídica induzida pelo ferro (Fe2+) em homogenatos de
cérebro de ratos por óleos essenciais de cascas de limão.
Figura 4: Inibição da peroxidação lipídica induzida pelo ácido quinólico em homogeneizados de
cérebro de ratos por óleos essenciais de cascas de limão.
O aumento no conteúdo de malondialdeído quando homogenatos de cérebro de rato
foram incubados na presença do ferro ocorre por meio da decomposição do peróxido
de hidrogênio para produzir OH (hidróxido ou radical hidroxila).
No entanto, o óleo essencial inibiu a produção de MDA induzida pelo ferro de uma
maneira dependente da dose com valores de EC50 de 90,68 µL/L, o que poderia ser
atribuído à capacidade do óleo de quelar (sequestrar) o ferro ou eliminar OH.
A produção de malondialdeído (MDA) induzida por espécies de oxigênio reativo no
cérebro tem sido associada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, uma vez que
há uma grande quantidade de fosfolipídios cerebrais que são facilmente atacados por
radicais livres.
A incidência de doenças neurodegenerativas tem sido associada a níveis elevados de
ferro no cérebro por meio do seu transporte aumentado através da barreira
hematoencefálica do cérebro, decompondo o peróxido de hidrogênio para produzir
radicais hidroxilas (OH).
Portanto, a capacidade de eliminação de OH do óleo essencial pode ser um possível
mecanismo que protege o cérebro da peroxidação lipídica.
Da mesma forma, a incubação de homogenatos de cérebro de rato na presença de
ácido quinolínico, que tem sido implicado em muitas condições neurodegenerativas,
incluindo doença de Alzheimer e doença de Parkinson, causou um aumento
significativo no conteúdo de MDA devido ao aumento da peroxidação lipídica
ocasionada pela capacidade do ácido quinolínico de formar complexos que induzem a
formação de radicais livres em excesso.
Entretanto, o óleo essencial inibiu a produção de MDA induzida por ácido de uma
maneira dependente da dose com valor de EC50 de 89,95 µL/L.
A inibição da peroxidação lipídica induzida pelo ácido quinolínico pelos óleos
essenciais, bem como a capacidade de eliminação de óxido nítrico (ON) pode ser
benéfica no gerenciamento de condições neurodegenerativas, uma vez que o ácido
quinolínico tem sido associado ao desenvolvimento de AD através da produção de ON
no cérebro.
4. Atividade antioxidante
Os antioxidantes têm sido propostos como benéficos no manejo de condições
neurodegenerativas, visto que o papel dos radicais livres em tais condições foi bem
estabelecido, uma vez que as células cerebrais consomem uma grande quantidade de
oxigênio.
A capacidade de eliminação de radicais do oxigênio do óleo essencial usado neste
estudo é exibida por suas atividades de eliminação de radicais DPPH, ABTS, OH e ON.
A capacidade de eliminação de ABTS foi apresentada como equivalente ao trolox
(medicamento padrão), com a capacidade antioxidante do óleo essencial de 3,64
mmol./TEACg, e a capacidade redutora de ferro apresentada como equivalente do
ácido ascórbico foi de 27,09 mg / 100g.
Além disso, o óleo essencial de casca de limão eliminou DPPH, OH e ON de maneira
dependente da dose e os valores de EC50 foram 205,93 µL/L (DPPH), 191,62 µL/L
(OH) e 340,24 µL/L (ON).
Embora, alguns pesquisadores tenham mostrado que alguns dos componentes do óleo
essencial de cascas de limão, conforme revelado por este estudo, como a-pineno,
B-pineno, limoneno, linalol, 1,8-cineol, acetato de linalila e borneol tinham menos de
50% de capacidade de eliminação de DPPH, observou-se que a capacidade de
eliminação de radicais dos óleos essenciais usados neste estudo pode ser resultado do
efeito sinérgico dos seus constituintes voláteis.
O presente estudo também mostrou que o óleo essencial tinha uma capacidade
quelante de ferro dependente da dose com valor de EC50 de 133,5 µL/L.
O ferro desempenha um papel importante na geração de radicais hidroxilas e também
no desenvolvimento de condições neurodegenerativas, pois se acumula no cérebro de
pacientes com doença de Alzheimer e, portanto, a capacidade quelante do ferro a partir
do óleo essencial de Citrus limon poderia ser benéfica no manejo e/ou prevenção de
doenças neurodegenerativas.
E essa capacidade redutora de ferro pode ser atribuída a constituintes como a-pineno,
limoneno, linalol, 1,8-cineol e acetato de linalila, que foram mostrados com potencial
redutor.
Na prática:
Veja que interessante, o OE demonstrou ser um potencializador no tratamento e na
prevenção da degeneração dos nervos induzida por estresse oxidativo em humanos.
Dessa forma, que tal aplicarmos microdoses diárias (1 a 2 gotas) para melhorar as
sinapses nervosas e consequentemente ficar pensando melhor? Podemos usá-lo tanto
na inalação, como na forma sublingual ou ingestão.

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  • 1. [Limão Siciliano 014] Óleo essencial: Citrus limon Composto: Sabineno, limoneno, a-pineno, β-pineno, neral, geranial, 1,8-cineol, linalol, borneol, a-terpineol, terpinen-4-ol, acetato de linalila e β-cariofileno Título: Essential Oil from Lemon Peels Inhibit Key Enzymes Linked to Neurodegenerative Conditions and Pro-oxidant Induced Lipid Peroxidation “O óleo essencial de cascas de limão inibe as principais enzimas vinculadas a condições neurodegenerativas e peroxidação lipídica induzida por pró-oxidante” Autor: Ganiyu Oboh, Tosin A. Olasehinde e Ayokunle O. Ademosun Journal: Journal of Oleo Science Vol/Issue: 63 (4) Ano: 2014 DOI: 10.5650/jos.ess13166 TAGs: Sabineno; limoneno; a-pineno; linalol; acetato de linalila; casca de limão; limão; enzimas; acetilcolinesterase; butirilcolinesterase; neurodegeneração; in vitro; antioxidante; Citrus limon; células nervosas; estresse oxidativo; neurotoxicidade; peroxidação lipídica; doença de Alzheimer; neurotransmissores; acetilcolina; butirilcolina; efeitos colaterais; antioxidante; impulsos nervosos; conteúdo fenólico; ácido gálico; flavonóides; quercetina; prostigmina; ação sinérgica ; compostos voláteis; interações hidrofóbicas; malondialdeído; radical hidroxila; radicais livres; ácido quinolínico; óxido nítrico; eliminação de radicais; capacidade quelante. Sobre o artigo: As cascas de limão são subprodutos da indústria de cítricos e são consideradas majoritariamente como resíduos em muitos países, e devido ao fato de serem cerca de
  • 2. 65% do peso total das frutas, uma grande quantidade de cascas é gerada a partir do processo de produção de suco. Embora os países desenvolvidos possuam meios eficientes de lidar com esses resíduos, eles ainda são uma grande ameaça ambiental em muitos países em desenvolvimento. No entanto, essas cascas demonstraram ser excelentes fontes de compostos bioativos que possuem potenciais medicinais para o manejo de doenças degenerativas, embora haja escassez de informações sobre a base científica para seu uso. Grande parte da bioatividade das cascas dos cítricos tem sido ligada ao conteúdo fenólico, que mais se concentra nas cascas do que nos sucos e sementes. No entanto, existem muitos outros constituintes bioativos, como óleos essenciais, que também contribuem para seus usos medicinais observados. Tendências recentes no manejo de condições neurodegenerativas, especialmente a doença de Alzheimer, é aumentar os níveis de acetilcolina no cérebro com o uso de inibidores da colinesterase. Isso ocorre porque nas condições da doença de Alzheimer (DA) há atividades elevadas da colinesterase que servem para quebrar os neurotransmissores: acetilcolina e butirilcolina, dando origem aos sintomas observados na DA. No entanto, devido aos efeitos colaterais associados ao uso de inibidores sintéticos da colinesterase, uma atenção tem sido dada às fontes naturais de inibidores da colinesterase. Nesse sentido, algumas algas marinhas e/ou sucos cítricos têm se mostrado fontes interessantes de inibidores da colinesterase.
  • 3. O limão (Citrus limon) é cultivado em muitas partes do mundo para a produção de suco e, como as outras frutas cítricas, suas cascas são consideradas resíduos. Enquanto, o suco demonstrou-se possuir propriedades anticolinesterásicas e antioxidantes, há escassez de informações sobre os potenciais medicinais das cascas, especialmente dos óleos essenciais, que são um dos principais componentes das cascas e podem ser extraídos em quantidades significativas. Portanto, este estudo procurou investigar os efeitos do óleo essencial de cascas de limão (Citrus limon) nas atividades de acetilcolinesterase (AChE) e butirilcolinesterase (BChE) in vitro, que são importantes enzimas envolvidas na transmissão dos impulsos nervosos. Além das propriedades antioxidantes do óleo e a inibição da peroxidação lipídica induzida por pró-oxidante em cérebro de ratos. Resultados: 1. Distribuição fenólica e constituintes químicos O conteúdo fenólico total foi relatado como ácido gálico (7,42 mg/100 g), enquanto o conteúdo total de flavonóides foi relatado como quercetina (3,56 mg/100 g). A análise de GC apresentada revelou a presença de sabineno (4%), limoneno (53%), a-pineno (3%), b-pineno (9%), mirceno (3%) neral (4%), geranial (3%), 1,8-cineol (3%), linalol (3%), borneol (5%), a-terpineol (0,25%), terpinen- 4-ol (0,23%), acetato de linalil (1%) e B-cariofileno (1%). 2. Atividade anticolinesterásica O óleo essencial inibiu as atividades de AChE e BChE de maneira dependente da concentração, ou seja, quanto maior a concentração do OE, maior a inibição de AChE e BChE.
  • 4. Os valores de EC50 (concentração do fármaco que induz metade do efeito máximo) para a inibição dependente da dose das atividades ACHE e BCHE pelo óleo essencial foram 164,35 µL/L e 169,32 µL/L respectivamente. Já os valores de EC50 para os inibidores da prostigmina (medicamento padrão) foram 45,82 µg/L e 44,38 µg/L, respectivamente. A inibição dose-dependente da atividade da acetilcolinesterase (ACHE) e da butirilcolinesterase (BCHE) pelo óleo essencial da casca de limão é de imensa importância no manejo das atividades neurodegenerativas da ACHE e BCHE à medida que aumenta a comunicação entre as células nervosas. Mais ainda, a inibição do BChE e a neurotoxicidade pelos óleos essenciais também é benéfica, pois o BChE aumenta a neurotoxicidade de certas placas, tornando o cérebro mais suscetível à doença de Alzheimer. Contudo, a propriedade anticolinesterásica do óleo essencial foi menor do que o da prostigmina, conforme mostrado nas Fig. 1 e 2, no entanto, os efeitos colaterais experimentados com os inibidores sintéticos da colinesterase são esperados e não são desencadeados com o uso de compostos naturais. A atividade anticolinesterásica do óleo essencial pode estar ligada à presença de alguns constituintes identificados pela análise dos constituintes químicos como borneol, b-pineno e 1,8-cineol, que também já foram relatados como possuidores de propriedades anticolinesterásicas. Portanto, a ação sinérgica dos compostos voláteis identificados nos óleos, majoritariamente classificados como monoterpenóides e fenilpropanóides pode contribuir para sua capacidade inibitória da colinesterase.
  • 5. Figura 1: Inibição da acetilcolinesterase pelo óleo essencial de cascas de limão e prostigmina. As concentrações de extrato de óleo essencial para a parcela são 0, 76,9 µL/L, 115 µL/L e 230,7 µL/L. A concentração de prostigmina usada na parcela é de 0, 30 µg/L, 45 µg/L, 60 µg/L e 90 µg/L. Figura 2: Inibição da butirilcolinesterase por extratos de óleos essenciais de cascas de limão. As concentrações de extrato de óleo essencial para a parcela são 0, 76,9 µL/L, 115 µL/L e 230,7 µL/L. A concentração de prostigmina usada na parcela é de 0, 30 µg/L, 45 µg/L, 60 µg/L e 90 µg/L. 3. Inibição da pré-oxidação de lipídeos
  • 6. A incubação de homogenatos de cérebro de rato na presença de ferro (Fe2+) e ácido quinolínico causou um aumento significativo no teor de malondialdeído (MDA), um marcador para stress oxidativo, conforme mostrado em Figs. 3 e 4. Figura 3: A inibição da peroxidação lipídica induzida pelo ferro (Fe2+) em homogenatos de cérebro de ratos por óleos essenciais de cascas de limão. Figura 4: Inibição da peroxidação lipídica induzida pelo ácido quinólico em homogeneizados de cérebro de ratos por óleos essenciais de cascas de limão.
  • 7. O aumento no conteúdo de malondialdeído quando homogenatos de cérebro de rato foram incubados na presença do ferro ocorre por meio da decomposição do peróxido de hidrogênio para produzir OH (hidróxido ou radical hidroxila). No entanto, o óleo essencial inibiu a produção de MDA induzida pelo ferro de uma maneira dependente da dose com valores de EC50 de 90,68 µL/L, o que poderia ser atribuído à capacidade do óleo de quelar (sequestrar) o ferro ou eliminar OH. A produção de malondialdeído (MDA) induzida por espécies de oxigênio reativo no cérebro tem sido associada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, uma vez que há uma grande quantidade de fosfolipídios cerebrais que são facilmente atacados por radicais livres. A incidência de doenças neurodegenerativas tem sido associada a níveis elevados de ferro no cérebro por meio do seu transporte aumentado através da barreira hematoencefálica do cérebro, decompondo o peróxido de hidrogênio para produzir radicais hidroxilas (OH). Portanto, a capacidade de eliminação de OH do óleo essencial pode ser um possível mecanismo que protege o cérebro da peroxidação lipídica. Da mesma forma, a incubação de homogenatos de cérebro de rato na presença de ácido quinolínico, que tem sido implicado em muitas condições neurodegenerativas, incluindo doença de Alzheimer e doença de Parkinson, causou um aumento significativo no conteúdo de MDA devido ao aumento da peroxidação lipídica ocasionada pela capacidade do ácido quinolínico de formar complexos que induzem a formação de radicais livres em excesso. Entretanto, o óleo essencial inibiu a produção de MDA induzida por ácido de uma maneira dependente da dose com valor de EC50 de 89,95 µL/L.
  • 8. A inibição da peroxidação lipídica induzida pelo ácido quinolínico pelos óleos essenciais, bem como a capacidade de eliminação de óxido nítrico (ON) pode ser benéfica no gerenciamento de condições neurodegenerativas, uma vez que o ácido quinolínico tem sido associado ao desenvolvimento de AD através da produção de ON no cérebro. 4. Atividade antioxidante Os antioxidantes têm sido propostos como benéficos no manejo de condições neurodegenerativas, visto que o papel dos radicais livres em tais condições foi bem estabelecido, uma vez que as células cerebrais consomem uma grande quantidade de oxigênio. A capacidade de eliminação de radicais do oxigênio do óleo essencial usado neste estudo é exibida por suas atividades de eliminação de radicais DPPH, ABTS, OH e ON. A capacidade de eliminação de ABTS foi apresentada como equivalente ao trolox (medicamento padrão), com a capacidade antioxidante do óleo essencial de 3,64 mmol./TEACg, e a capacidade redutora de ferro apresentada como equivalente do ácido ascórbico foi de 27,09 mg / 100g. Além disso, o óleo essencial de casca de limão eliminou DPPH, OH e ON de maneira dependente da dose e os valores de EC50 foram 205,93 µL/L (DPPH), 191,62 µL/L (OH) e 340,24 µL/L (ON). Embora, alguns pesquisadores tenham mostrado que alguns dos componentes do óleo essencial de cascas de limão, conforme revelado por este estudo, como a-pineno, B-pineno, limoneno, linalol, 1,8-cineol, acetato de linalila e borneol tinham menos de 50% de capacidade de eliminação de DPPH, observou-se que a capacidade de eliminação de radicais dos óleos essenciais usados neste estudo pode ser resultado do efeito sinérgico dos seus constituintes voláteis.
  • 9. O presente estudo também mostrou que o óleo essencial tinha uma capacidade quelante de ferro dependente da dose com valor de EC50 de 133,5 µL/L. O ferro desempenha um papel importante na geração de radicais hidroxilas e também no desenvolvimento de condições neurodegenerativas, pois se acumula no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer e, portanto, a capacidade quelante do ferro a partir do óleo essencial de Citrus limon poderia ser benéfica no manejo e/ou prevenção de doenças neurodegenerativas. E essa capacidade redutora de ferro pode ser atribuída a constituintes como a-pineno, limoneno, linalol, 1,8-cineol e acetato de linalila, que foram mostrados com potencial redutor. Na prática: Veja que interessante, o OE demonstrou ser um potencializador no tratamento e na prevenção da degeneração dos nervos induzida por estresse oxidativo em humanos. Dessa forma, que tal aplicarmos microdoses diárias (1 a 2 gotas) para melhorar as sinapses nervosas e consequentemente ficar pensando melhor? Podemos usá-lo tanto na inalação, como na forma sublingual ou ingestão.