Vulvodinia generalizada vs. localizada:
relação com os contraceptivos orais
[1] Estudo analisa a relação entre contraceptivos orais e dois tipos de vulvodinia - generalizada e localizada. [2] As mulheres com vulvodinia localizada utilizaram contraceptivos orais por períodos mais longos. [3] Isto sugere uma possível associação entre o uso prolongado de contraceptivos orais e o desenvolvimento de vulvodinia localizada.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Vulvodinia generalizada vs. localizada: relação com os contraceptivos orais
1. Vulvodinia generalizada vs. localizada:
relação com os contraceptivos orais
Joana Lima-Silva, PedroVieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Jorge Beires
Serviço de Ginecologia
Centro Hospitalar de São João
2. Primeira referência a dor vulvar na literatura remonta
ao século XIX
International Society for the Study of Vulvovaginal
Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
(Latim: vulva; Grego: dor)VULVODINIA
Moyal-BarraccoM. J Reprod Med. 2004
Haefner. JLow Genit Tract Dis. 2007
“Vulvar discomfort, most often described as burning pain,
occurring in the absence of relevant visible findings or a
specific, clinically identifiable, neurologic disorder.”
3. International Society for the Study of Vulvovaginal
Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
Vulvodinia essencial
Vulvodinia disestésica
Síndrome da vestibulite vulvar
Disestesia vulvar (generalizada ou localizada)
Disestesia vulvar provocada
Disestesia vulvar espontânea
Hiperestesia vulvar
Adenite vestibular
4. International Society for the Study of Vulvovaginal
Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
5. International Society for the Study of Vulvovaginal
Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
- Eritema bilateral, localizado perto dos
orifícios dos ductos das glds de Bartholin
e das glds vestibulares menores, é um
achado normal, não devendo ser
classificado como relevante
- Condilomas, nevos e quistos podem estar
presentes na vulva, mas não são
considerados relevantes
6. Comum, embora subdiagnosticado e inadequadamente tratado
Introdução
Harlow BL. J Am Med Womens Assoc. 2003
- 16% das mulheres experienciaram dor vulvar com duração de pelo menos 3
meses, alguma vez na sua vida
- 7% estavam sintomáticas aquando da realização do estudo
Reed BD. . Am J Obstet Gynecol. 2012
- Prevalência 8,3%
- Prevalência estável até aos 70 anos, depois diminui
- Das mulheres com critérios de vulvodinia, 48,6% procuraram tratamento –
apenas 1,4% foram diagosticadas
- Taxa de remissão: 16,9%
MAGNITUDE DO PROBLEMA
7. Introdução
MAGNITUDE DO PROBLEMA
- Afecta qualquer idade – estudos recentes em adolescentes sugerem que
é bastante prevalente nesta faixa etária
Xie Y. Curr Med Res Opin. 2012
Arnold LD. Obstet Gynecol. 2006
Piper CK. J Low Genit Tract Dis. 2012
- Elevado impacto económico: custos directos em saúde, absentismo laboral
- 31-72 mil milhões de dólares/ano
- Diminuição na qualidade de vida das mulheres afectadas
- Impacto psicológico
- Impacto na vida sexual/marital
Harlow BL. J Am Med Womens Assoc. 2003
Landry. J Sex Med. 2009
- Afecta igualmente brancos e negros, sendo mais comum entre os
hispânicos
8. Anomalias do desenvolvimento embrionário
Agentes infecciosos
Factores genéticos e imunes
Alterações inflamatórias
Alergéneos
Patologia do pavimento pélvico
Factores hormonais
...
Introdução
ETIOLOGIA DESCONHECIDA: PROVAVELMENTE MULTIFACTORIAL
9. Controvérsia relativamente ao papel dos contraceptivos orais
Introdução
FACTORES HORMONAIS
Basin S et al
1994
Harlow BL et al
2008
Sjöberg I et al
1997
Reed B et al
2013
Bouchard C et al
2002
CO associados a vulvodinia
(Uso, duração e idade de início) VS.
CO sem impacto significativo no
risco de vulvodinia
10. Vulvodinia generalizada ou localizada
Vulvodinia espontânea, provocada ou mista
Introdução
FACTORES HORMONAIS
Sem dados na literatura
?
Avaliar o papel dos CO nos diferentes tipos de vulvodinia
Generalizada/Localizada
Espontânea/Provocada/Mista
Objectivo
11. Estudo retrospectivo transversal
Revisão dos processos clínicos das mulheres com o
diagnóstico deVULVODINIA
Consulta de PatologiaVulvar do CHSJ
Janeiro de 2008 – Dezembro de 2012
Análise dos dados em SPSS® 20.0.
Materiaisemétodos
12. 49 mulheres com o diagnóstico de vulvodinia
Idade média no diagnóstico: 43,9±17,16 anos
42,6% nuligestas
66,6% casadas/união de facto
Resultados
75,6% uso actual ou prévio de CO
Tempo médio de utilização 97,3 meses
13. Resultados
Provocada Espontânea Mista Total
Generalizada 14 1 11 26 (53.1%)
Localizada 14 - 9 23 (46.9%)
28 (57.1%) 1 (2.0%) 20 (40.8%) 49
49 mulheres com o diagnóstico de vulvodinia
Classificação da vulvodinia (ISSVD, 2003)
14. Resultados
GENERALIZADA LOCALIZADA p
Exposição aos CO
(alguma vez) 65,2% 86,4% 0,099
Vulvodinia generalizada vs. localizada
Contraceptivos orais
Duração média de
exposição aos CO 25,6 meses 97,5 meses 0,008
RR= 2,05
(IC 95%, 0,75-5,63)
15. Resultados
ESPONTÂNEA PROVOCADA MISTA p
Exposição aos CO
(alguma vez) 100% (n=1) 81,5% 64,7% 0,383
Vulvodinia espontânea vs. provocada vs. mista
Contraceptivos orais
Duração média de
exposição aos CO - 62,4 meses 71,7 meses 0,952
16. Não há consenso acerca da influência dos CO na
vulvodinia – factor de risco?
Estudos apontam para risco aumentado de vulvodinia
nas mulheres com exposição mais prolongada e em
idades mais precoces
Não há publicações acerca do papel dos CO nos
diferentes tipos de vulvodinia
Discussão
17. Os presentes resultados sugerem uma associação
entre a exposição aos CO e a vulvodinia localizada
Efeito “tudo ou nada”
Duração da exposição
Vulvodinia generalizada e localizada
Diferentes etiologias
Sintomas/entidades diferentes
Discussão
?
?
18. Discussão
? Mecanismo de acção
Alterações vestibulares que condicionam um menor
limiar à dor
Exposição precoce e prolongada aos esteróides induz alterações morfológicas na
mucosa vestibular
Localização mais superficial das terminações nervosas
Aumento da percepção da dor
Diminuição nos androgénios séricos (vestíbulo rico em
receptores de androgénios)
Bohm-Starke N. J Reprod Med. 2004
19. As mulheres com vulvodinia localizada utilizam mais
frequentemente e por períodos mais longos os CO,
comparativamente às com vulvodinia generalizada
Possível associação entre CO e vulvodinia localizada
Conclusões