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INFORME CONJUNTURAL
Informativo da Confederação Nacional da Indústria                                          Ano 27 Número 03 julho/setembro de 2011 www.cni.org.br




                                                                                                                            A economia
Elevar ritmo de crescimento exige                                                                                  brasileira no terceiro
indústria mais forte                                                                                                 trimestre de 2011

A economia brasileira volta a sentir com mais        crescimento esperado de apenas 1,2% para o
                                                     PIB da indústria de transformação.
                                                                                                                         Economia crescerá menos
clareza os efeitos da prolongada crise mundial
                                                                                                                                                  Pág. 2
nesse segundo semestre. O receio de uma
perda mais intensa do ritmo de crescimento           Esse desempenho nos coloca mais distante do
                                                     grupo dos países emergentes. Estimativas do
determinou a mudança na política econômica.                                                                                    Mercado de trabalho
                                                     FMI mostram que essas economias deverão
No primeiro semestre coexistiu um ciclo de                                                                                       cria menos vagas
alta de juros e política fiscal contida. Na segun-   crescer 6,4% em 2011. Diferentemente do
                                                                                                                                                  Pág. 4
da metade do ano observa-se maior cresci-            Brasil, nesses países o motor do crescimento é
mento de gastos e queda dos juros, eviden-           a indústria de transformação.
                                                                                                                         Meta de inflação não está
ciando que a preocupação com o crescimento           O retorno ao crescimento acelerado exige                                  garantida em 2011
passou a ser dominante.                              maior contribuição da indústria manufatureira.                                               Pág. 6
De fato, o ano mostra uma clara redução do           É crítico manter um patamar de câmbio
ritmo de expansão. Em 2011, com uma alta             mais competitivo, de outro modo a indústria
                                                     encontrará cada vez menos mercado para                           Gastos aceleram e crescem
de 3,4%, o crescimento do PIB será menos                                                                                            acima do PIB
da metade do observado no ano anterior.              seus produtos. Mas é fundamental atuar com
Nos últimos três anos, a taxa média de               urgência nos determinantes das condições de                                                  Pág. 8

crescimento ficou em torno de 3,4%, contra a         competitividade e reduzir o custo de produção
média de 4,6% do período 2005-2008.                  no Brasil. As medidas do Plano Brasil Maior                               Mudança brusca no
                                                     foram tímidas para enfrentar desafios como                                   cenário cambial
A demanda doméstica registra desempenho              a carga tributária em expansão, alto custo do                                              Pág. 10
melhor, com a manutenção do consumo das              capital, custo elevado dos insumos – a exemplo
famílias. A deterioração das expectativas,           da energia elétrica – e custo salarial crescente.
contudo, atinge o investimento com mais
intensidade: a formação de capital irá crescer       Previsão de crescimento do PIB para 2011
apenas 5,5% em 2011.
                                                     Variação percentual (%)
Parte do vigor dessa demanda doméstica               Para FMI, crescimento brasileiro será inferior à média mundial
segue direcionada para produtos importados,
                                                                                                             6,5
fazendo, mais uma vez, que a contribuição                                                                          6,4
líquida do setor externo para o crescimento
do PIB seja negativa (0,6 ponto percentual).
A manutenção de um saldo comercial positivo                  4,4                                                                     4,5
não significa maior crescimento da produção,                         4,0
                                                                                                                                            3,8
pois é sustentada principalmente pelo alto
preço das commodities.
                                                                                         2,4
A perda de competitividade, não unicamente
                                                                                                 1,6
associada à forte valorização cambial que
caracterizou grande parte do ano, atinge
com vigor os produtos manufaturados.
As empresas industriais enfrentam fraca
                                                                  Mundo                  Economias      Economias emergentes           Brasil
demanda mundial, com a estagnação dos                                                   desenvolvidas   e em desenvolvimento
países avançados, e dificuldades em competir
                                                                          Projeções em abril de 2011        Projeções em setembro de 2011
com os produtos importados em nosso
mercado. Essa situação se expressa no                Fonte: FMI
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




   atividade econômica

Economia crescerá menos
Maior expansão do PIB precisa de mais impulso da indústria
A CNI reduziu a estimativa de cresci-             externa permanece em dificuldade de          CNI) mostra uma tendência de
mento do PIB para este ano de 3,8%                recuperação devido às altas taxas de         crescimento mais clara do que a
para 3,4%. Em consonância com a                   desemprego e, por consequência, à            produção. Nos dois primeiros meses
desaceleração da economia global, e               baixa confiança do consumidor.               do terceiro trimestre, o faturamento
a conseqüente menor expansão dos                                                               registrou crescimento frente ao
investimentos, o PIB brasileiro crescerá          A indústria continua sendo o setor mais      mês anterior. Essa diferença no
menos em 2011.                                    afetado da economia. A expansão do           comportamento das duas variáveis é
                                                  PIB industrial do segundo trimestre de       resultado de duas hipóteses.
Há uma diferença entre a economia                 2011 foi irrisória (0,2% frente ao trimes-
brasileira e as demais industrializadas.          tre anterior), de acordo com as Contas       Primeiro, como os estoques de produtos
O crescimento econômico brasileiro                Nacionais/IBGE. Nos dois primeiros           industriais estão acima do planejado
supera o dos países desenvolvidos                                                              desde o início de 2011 (Sondagem
                                                  meses do terceiro trimestre a produção
devido à influência exercida pela maior                                                        Industrial CNI), a indústria deverá vender
                                                  industrial não mostrou recuperação:
demanda doméstica. O consumo das                                                               os estoques indesejados antes de voltar
                                                  cresceu 0,3% em julho e caiu 0,2% em
famílias continua forte em função                                                              a produzir.
                                                  agosto, na comparação com os respec-
da taxa de desemprego manter-
                                                  tivos meses anteriores (PIM-PF/IBGE).        Segundo, há indícios de maior conteúdo
se em patamares historicamente
                                                                                               de insumos importados no processo
baixos, do aumento da renda e da                  O faturamento real da indústria de           produtivo da indústria brasileira. Assim,
expansão do crédito. Já a demanda                 transformação (Indicadores Industriais       muitos insumos que eram adquiridos na
                                                                                               própria indústria brasileira passam a ser
Evolução do faturamento real, da produção da indústria de transformação e das vendas           comprados no exterior, devido a preços
do comércio varejista                                                                          menores com a valorização cambial.
Índice jan/10 = 100 - dessazonalizado                                                          Dessa forma, as empresas brasileiras
                                                                                               que perderam competitividade para
Vendas do comércio crescem mais rapidamente do que as da indústria                             as empresas estrangeiras, deixam
                                                                                               de vender seus produtos e perdem
114
                                                                                               participação de mercado.
112

110
                                                                                               PIB industrial crescerá
                                                                                               2,2% em 2011
108
                                                                                               A indústria de transformação enfrenta
106                                                                                            problemas para atrair a demanda. Por
                                                                                               um lado, a demanda externa se mantém
104
                                                                                               fraca e sem sinais de recuperação
102                                                                                            no médio prazo. Por outro, embora a
                                                                                               demanda interna cresça em ritmo acima
100
                                                                                               do PIB, parte relevante desse movimen-
 98                                                                                            to é direcionada às importações. Com
      jan/10 mar/10 mai/10     jul/10   set/10   nov/10   jan/11 mar/11 mai/11     jul/11      a valorização do câmbio, os produtos
                                                                                               importados estão relativamente mais
                       Faturamento          Produção         Vendas do comércio                baratos do que os nacionais, tanto para
Fonte: CNI e IBGE                                                                              o consumo como para o investimento.




                                                                      2
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




A indústria de construção também mos-           A produção de bens de capital (PIM-         função do menor crescimento dos
tra sinais claros de perda de dinamismo.        -PF/IBGE) cresceu 5,6% nos oito             investimentos. Devem crescer
Desde fevereiro de 2011 o indicador de          primeiros meses de 2011, frente ao          10,5%. Com isso, a estimativa para a
atividade da indústria da construção em         mesmo período do ano anterior. A            contribuição das exportações líquidas
relação ao usual (Sondagem Indústria            expansão do investimento, componen-         para o crescimento do PIB de 2011
da Construção CNI) flutua em torno dos          te da demanda interna medido pela           deverá ser de -0,6 ponto percentual.
50 pontos, o que significa estabilidade.        formação bruta de capital fixo (IBGE),
Em agosto, esse indicador recuou para           cresceu 1,2% no segundo trimestre,          Dificuldades da economia
48,8 pontos, apontando atividade abaixo         frente ao trimestre anterior. Espera-se     global vão gerar atraso
da usual para o mês. Em relação às              que o ritmo de crescimento acelere
                                                                                            na recuperação do PIB
expectativas, a Sondagem Indústria da           nos próximos trimestres, de forma a
Construção mostra queda do otimismo.
                                                                                            brasileiro
                                                crescer 5,5% em 2011.
                                                                                            A trajetória de desaceleração do PIB
A indústria extrativa cresceu 0,9%                                                          deverá se reverter no início de 2012.
entre agosto de 2010 e de 2011                  Comércio externo reduzirá
                                                o PIB em 0,6 ponto                          Poderá haver aumento do consumo e
(PIM-PF/IBGE). Esse setor se beneficia                                                      dos investimentos caso a taxa de juros
do crescente consumo global das                 percentual em 2011
                                                                                            continue a recuar.
commodities minerais. Com a elevada             A CNI alterou também as estimativas
demanda por esses produtos, há                  para a demanda externa, em função           No entanto, o cenário incerto da
impacto positivo nas exportações da             da deterioração do cenário global.          economia global está longe de ser
indústria extrativa.                            As exportações em 2011 (conceito            uma página virada e ainda perdurará
                                                Contas Nacionais) deverão crescer           por alguns anos. A intensidade desses
Dessa forma, considerando os quatro                                                         problemas e a forma como eles serão
                                                6%, menos do que os 10% estimados
segmentos da indústria, a projeção da                                                       resolvidos definirão os impactos na
                                                anteriormente. As importações
CNI para o crescimento do setor em                                                          economia brasileira.
                                                também foram reavaliadas, em
2011 foi alterada de 3,2% para 2,2%. A
razão para o menor crescimento está,
principalmente, na menor expansão da
indústria de transformação.                     Estimativa da CNI para o PIB
O comércio cresceu em ritmo acima               Variação percentual e contribuição dos componentes no PIB
da expansão do PIB nos últimos quatro
trimestres, na comparação com o tri-                                                                        2011
                                                           Componentes do PIB                     Taxa de          Contribuição
mestre anterior. O setor de serviços, que
                                                                                             crescimento (%)          (p,p,)
não enfrenta os efeitos da competição           Ótica da   Consumo das famílias                     4,5                2,7
internacional, tende a seguir mais de           demanda    Consumo do governo                      3,0                  0,6
perto a evolução da renda e do crédito                     FBKF                                    5,5                  1,0
do consumidor doméstico.
                                                           Exportações                             6,0                  0,7
                                                           (-) importações                        10,5                 -1,3
Investimentos vão crescer
menos em 2011                                   Ótica da   Agropecuária                            4,3                  0,2
O cenário do investimento é ambíguo.            oferta     Indústria                               2,2                  0,6
De um lado, temos desaceleração da                             Indústria extrativa                 2,5                  0,1
taxa de crescimento do PIB para 2011;                          Indústria de transformação          1,2                  0,2
por outro, o início da trajetória de queda                     Construção civil                    3,6                  0,2
dos juros é um fator de estímulo aos                           SIUP                                4,0                  0,1
investimentos. Todavia, a expansão dos
                                                           Serviços                                3,8                  2,6
investimentos em 2011 deverá ser mais
                                                           PIB pm                                  3,4
moderada.




                                                                    3
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




      emprego e renda

Mercado de trabalho cria menos vagas
Empregos criados são de maior qualidade

A moderação da atividade econômica               o crescimento foi de 7,5% em agosto,      soma dos empregos com carteira,
refletiu na perda de dinamismo do                na mesma base de comparação, o que        militares e estatutários pelo total da
mercado de trabalho. As expressivas              representa uma variação muito acima       ocupação – manteve-se em alta.
taxas de crescimento do emprego de               da média de todas as demais ocupa-        Em agosto esse indicador atingiu
2010 não se mantêm em 2011.                      ções. As garantias oferecidas pelo em-    60,7%, o que é a maior participação
                                                 prego formal dão segurança às pessoas     de trabalhadores formais no total da
A desaceleração da criação do emprego            para manter seu padrão de consumo.        ocupação metropolitana desde o início
ocorre desde junho de 2010, quando                                                         da série, em março de 2002.
houve alta de 3,5% (PME/IBGE)                    Um aspecto interessante em relação à
comparativamente ao mesmo mês do                 desaceleração da atividade econômica      Considerando os dados do CAGED/
ano anterior nas seis maiores regiões            é que são as ocupações informais que      MTE até agosto de 2011 – que cobre
metropolitanas brasileiras.                      estão perdendo espaço no mercado          todo o território nacional –, a criação
                                                 de trabalho. A categoria de emprego       de empregos formais foi de 1,6 milhão
Em agosto de 2011, o emprego                     sem carteira assinada do setor privado    no acumulado dos últimos 12 meses. O
metropolitano cresceu 2,2%, frente ao            caiu 8,3% entre agosto de 2010 e de       fluxo de empregos tem diminuído desde
mesmo mês do ano anterior.                       2011. As ocupações por ponta própria      março deste ano. O setor que mais
A expansão do emprego formal, no en-             também mostraram queda em agosto          criou vagas formais foi Serviços, com
tanto, continua se firmando no mercado           na mesma base de comparação.              46,3% do total de empregos criados nos
de trabalho. Considerando o emprego                                                        últimos 12 meses findos em agosto.
                                                 Portanto, o grau de formalidade do
com carteira assinada do setor privado,          mercado metropolitano – medido pela       Esse fato se justifica pela maior
                                                                                           atividade do setor serviços, que depende
                                                                                           diretamente da renda das famílias e do
Emprego por categoria de ocupação                                                          crescimento do crédito. Por isso, esse
Variação (%) frente ao mesmo mês do ano anterior                                           componente do PIB deverá crescer acima
Dinamismo do mercado de trabalho é atribuído exclusivamente                                da taxa de expansão do PIB em 2011.
ao emprego formal                                                                          A indústria, setor mais afetado pela
                                                                                           atual conjuntura nacional e internacional,
10                                                                                         criou 29,1% do total dos empregos
  8                                                                                        formais em todo o Brasil. O comércio,
  6                                                                                        mesmo tendo um crescimento das
  4                                                                                        vendas mais intenso do que as vendas
  2
                                                                                           da indústria, foi responsável por 19,4%
                                                                                           do total das novas vagas.
  0
 -2                                                                                        Outro fato a ser observado é a queda
 -4                                                                                        de 7,0% da ocupação das pessoas
 -6
                                                                                           sem instrução e de até três anos de
                                                                                           estudo em agosto, na comparação
 -8
                                                                                           com o mesmo mês do ano anterior.
-10                                                                                        A qualidade da educação básica no
   out/09 dez/09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 fev/11 abr/11 jun/11 ago/11
                                                                                           Brasil está muito aquém da do resto
               Com carteira (set. priv.)   Sem carteira (set. priv.)       Conta própria
Fonte: IBGE




                                                                       4
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




do mundo. Dessa forma, pessoas com             Participação da criação de vagas no acumulado de 12 meses até agosto de 2011
pouca qualificação são as que mais têm         Em %
dificuldade em ingressar no mercado de
                                               Serviços, menos impactado pela atual conjuntura econômica, cria
trabalho. As ocupações para as pessoas
com 11 ou mais anos de estudo
                                               mais empregos
cresceram 5,1% no mesmo período.
                                                       46,3%

Taxa de desemprego média
de 2011 será de 5,9%
O fato positivo da atual conjuntura                                            29,1%
do mercado de trabalho é que a
taxa de desemprego se mantém em
                                                                                                  19,4%
patamares historicamente baixos,
o que significa número menor de
desempregados. O menor crescimento
da procura por trabalho, ou da                                                                                          4,8%
população economicamente ativa                                                                                                           0,4%
(PEA), alivia a pressão sobre a taxa de
                                                     Serviços            Total Indústria         Comércio         Agropecuária         Adm. Publ.
desemprego, uma vez que a criação de
                                               Fonte: CAGED/MTE
emprego avança mais rapidamente do
que a PEA. Em agosto, a PEA cresceu
apenas 1,4% ante o mesmo mês do
ano anterior.

A procura das empresas por
pessoas mais qualificadas em linha
com o maior aumento do emprego
formal se manifesta de aumento                 Taxa de desemprego
nos salários médios. A renda real              Em % da população economicamente ativa (PEA)
habitualmente recebida vem crescendo
                                               Maior crescimento do emprego do que da PEA faz taxa de
constantemente, o que junto com o
aumento do crédito, mantém ativo
                                               desemprego recuar continuamente
o consumo das famílias, aspecto
                                               10
fundamental para o crescimento da
economia brasileira.
                                                9
                                                      2009
Rendimentos médios
                                                8
continuarão a crescer                                 2010
Em agosto, o rendimento médio                   7
real cresceu 3,2% frente ao mesmo                     2011
mês do ano anterior. É fato que                 6
essa expansão é de menor ritmo,
mas é contínua e não mostra sinais              5
de reversão. Nesse sentido, o
crescimento da economia brasileira
                                                4
continuará ancorado pela demanda                       jan      fev      mar     abr       mai    jun       jul   ago     set    out    nov     dez
doméstica.
                                               Fonte: IBGE. Estimativas CNI




                                                                        5
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




     inflação, juros e crédito

Meta de inflação não está garantida em 2011
Desaceleração nos alimentos pode não ser suficiente para alcance da meta
O IPCA manteve-se em aceleração nos                    preços administrados se mantém em razão         de descompasso entre oferta e demanda
últimos meses. Desde agosto de 2010,                   dos reajustes praticados no início do ano.      interna (o uso da capacidade instalada na
quando o índice ainda encontrava-se sobre                                                              indústria encontra-se relativamente estável
o centro da meta de inflação (4,5% a.a.),              Os preços dos serviços apresentam               desde 2010 e abaixo do usual em todos
a taxa anualizada cresceu em 2,8 pontos                aceleração contínua desde o início de 2010.     os meses de 2011). Contudo, a mudança
percentuais. Em setembro, o acumulado                  Esse grupo já acumula 9% nos últimos doze       no patamar de câmbio pode influenciar o
em 12 meses do IPCA alcançou 7,31%, o                  meses (até setembro). Representando 25%         comportamento desse grupo.
maior patamar desde 2005.                              do IPCA, esse patamar gera preocupação
                                                       para o cumprimento da meta de inflação.         Os preços dos alimentos voltaram a
Enquanto em 2010 o IPCA apresentou                     Para os próximos meses – e principalmente       acelerar no terceiro trimestre. O índice
taxas próximas a zero nos meses de junho,              para 2012 – a perspectiva de uma reversão       acumulado em 12 meses desse grupo, que
julho e agosto, nesses mesmos meses                    nesse quadro é mínima, em função da             era de 7,8% em abril, encontra-se próximos
de 2011 esse índice variou 0,15%, 0,16%                indexação da economia (principalmente ao        aos 10% em setembro. O fim de 2010 foi
e 0,37% respectivamente. Em setembro,                  IGP-M, que se manteve elevado durante           caracterizado por uma forte alta nesse gru-
a taxa veio também mais alta do que no                 2010) e o forte aumento do salário mínimo.      po, chegando a apresentar variação mensal
mesmo mês do ano anterior (0,53%, contra                                                               superior a 2%, o que não deve se repetir
0,45% em 2010), o que explica a forte                  Os preços industriais também mostraram          em 2011. Essa situação deve conduzir a
aceleração desses últimos meses.                       aceleração nos últimos meses, mas esse          um recuo na taxa acumulada do grupo
                                                       ainda é o grupo que menos contribui para o      alimentos, a exemplo do já observado no
Esse movimento se deu pela aceleração                  patamar atual da inflação. O acumulado em       mês de setembro.
nos preços dos alimentos, dos serviços e               12 meses desse grupo atingiu os 4,5% em
dos produtos industriais. O ritmo de alta dos          setembro. Até o fim de 2011, não há riscos      Altas nos preços dos alimentos no fim do
                                                                                                       ano são esperadas em função das festas e
                                                                                                       do recebimento do décimo terceiro salário,
IPCA por grupos
                                                                                                       mas o ano de 2010 superou a média. Em
Acumulado em 12 meses (%)                                                                              2011 a situação é diferente. O mercado de
Preços dos alimentos já mostram desaceleração                                                          trabalho continua aquecido, o que ainda
16                                                                                                     pode sustentar altas nos preços desse
                                                                                                       grupo. Contudo, a desaceleração da econo-
14                                                                                                     mia mundial, com a nova fase da crise, já
12
                                                                                                       começa a reduzir os preços internacionais
                                                                                                       de commodities, o que estimula queda no
10                                                                                                     preço interno.
 8                                                                                                     A combinação desses movimentos deve
 6                                                                                                     conduzir à desaceleração do IPCA até o
                                                                                                       fim do ano. Contudo, essa desaceleração
 4                                                                                                     virá mais em função de uma alta menos
                                                                                                       expressiva nos preços dos alimentos em
 2
                                                                                                       2011 do que de uma desaceleração geral
 0                                                                                                     dos componentes do índice. A redução na
     set/07   mar/08       set/08   mar/09      set/09        mar/10   set/10       mar/11    set/11   taxa Selic praticada em agosto tende a
                   Administrados                Industriais                     Alimentação            tornar essa desaceleração menos intensa
                   Serviços                     IPCA                                                   do que anteriormente previsto.
Fonte: IBGE   Elaboração: CNI




                                                                            6
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




Dentro desse cenário, a CNI prevê infla-        Saldo de crédito às pessoas físicas
ção de 2011 em 6,5% a.a., o que mante-          Percentual médio dos últimos 12 meses contra os 12 meses anteriores (%)
ria a inflação no limite superior da meta.      Crédito imobiliário continua expandindo
Contudo, qualquer elevação pontual e
não prevista pode colocar em risco esse          90
cumprimento. Essa situação também
não esconde o desafio estabelecido para          70
2012: inflação em alto patamar, com
reajustes programados sobre os índices
de 2011 e aumento no salário mínimo              50
em torno de 14%.
                                                 30
Mudança na condução da
política monetária reduz a
                                                 10
Selic
A reunião do Copom de agosto de 2011
                                                -10
apresentou uma mudança na forma
                                                      ago/08     dez/08       abr/09    ago/09     dez/09     abr/10      ago/10     dez/10    abr/11     ago/11
de conduzir a política monetária. Até a
reunião de julho, a decisão havia sido de                       Curto prazo (cheque especial, crédito pessoal e cartão de crédito)
elevação na taxa básica de juros. Nos 45                        Aquisição de bens e veículos           Financiamento imobiliário         Total Pessoa Física
dias de intervalo entre as duas reuniões,       Fonte: Banco Central do Brasil - Elaboração: CNI

percebeu-se uma piora no cenário
internacional, apesar de a inflação interna     Crédito às pessoas físicas
continuar em alta.                                                                                           crédito para aquisição de bens e veículos.
                                                desacelera                                                   Essa menor concessão tem dois motivos:
A opção do Copom foi de antecipar previ-        A concessão de crédito com recursos                          as medidas de contenção adotadas durante
síveis efeitos negativos sobre a economia       livres (sem destinação específica) desace-                   o ano, principalmente a elevação do IOF, e
brasileira causados por essa nova etapa         lerou nos últimos meses. Pelos dados do                      o aumento nos atrasos de pagamento. O
da crise e decidiu por reduzir a taxa Selic.    Banco Central, as concessões de crédito                      atraso maior do que 90 dias no crédito à
Essa decisão embute duas implicações: o         às pessoas físicas, no acumulado em 12                       pessoa física, que era de 5,7% em dezem-
Governo não tem a intenção de abrir mão         meses até janeiro, eram 22,1% superiores                     bro de 2010, atingiu 6,7% em agosto.
do crescimento econômico, e o controle          aos 12 meses anteriores. Em agosto, esse
                                                indicador caiu para 15,9%.                                   Para os próximos meses, há dois sinais
da inflação tende a ser praticado primor-
                                                                                                             controversos sobre o crédito à pessoa
dialmente por outros instrumentos, como
                                                Pelo mesmo cálculo, a concessão de cré-                      física. Pesando a favor do aumento na con-
via política fiscal menos expansionista e
                                                dito às pessoas jurídicas no acumulado em                    cessão, a redução da Selic pode levar a um
medidas macroprudenciais.                                                                                    aumento na oferta de recursos. Pesando
                                                12 meses até fevereiro era 9,7% superior
Mesmo que o cenário inflacionário até           aos 12 meses anteriores. Nos meses                           contra, uma contaminação da economia
o fim de 2011 seja de desaceleração, a          seguintes as concessões desaceleraram,                       brasileira pela piora do cenário internacional
busca pelo centro da meta em 2012 não           mas de forma bem menos intensa, caindo                       pode levar a uma menor demanda por
será tarefa fácil. A mudança recente na         a 9,1% em agosto.                                            crédito dada a maior aversão ao risco.
condução da política monetária reforça          A evolução do crédito à pessoa física se dá                  Além disso, segundo o Banco Central, tanto
a necessidade de implementação das              de forma distinta entre os recursos livres e                 o comprometimento de renda das famílias
outras políticas complementares. A CNI          direcionados (financiamento habitacional).                   como o endividamento estão no maior
acredita em mais duas reduções na Selic         Quando se separa o saldo de crédito entre                    patamar desde 2005. O resultado tende
em 2011, alcançando 11,00% a.a., e que          categorias percebe-se que o financiamento                    a ser a continuidade da desaceleração do
levaria a taxa de juros real média do ano       habitacional continua crescendo forte-                       crédito, de forma mais amena que nos
para 4,8% a.a..                                 mente, e a desaceleração restringe-se ao                     últimos meses.




                                                                          7
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




   política fiscal

Gastos aceleram e crescem acima do PIB
Reversão da política fiscal se deu no âmbito federal

Ao contrário do que vinha ocorrendo até                      7,1% nos primeiros sete meses de 2011,                  Nos estados e municípios, o crescimento
o fim do primeiro semestre de 2011, a                        na comparação com o mesmo período                       das receitas se manteve no mesmo ritmo.
política fiscal não contribui mais para                      de 2010 –, ainda assim continuam                        Na mesma base de comparação federal,
a redução do ritmo de crescimento                            crescendo acima do PIB.                                 as receitas regionais cresceram 8,9%.
da demanda e, por consequência, da                                                                                   Até maio, a receita estadual e municipal
atividade econômica. A razão para essa                       Crescimento extraordinário                              crescia a 8,7%.
reversão foi o crescimento das despesas                      das receitas
do Governo Federal, que agora se                                                                                     Dessa forma, apesar do maior
                                                             Até agosto, as receitas do governo fede-                crescimento das despesas do
encontra acima do crescimento do PIB.
                                                             ral tiveram um aumento real de 11,5%,                   Governo Federal e do crescimento das
Até agosto de 2011, o gasto público                          na comparação com o mesmo período                       despesas dos estados e municípios
federal teve aumento real de 3,8% na                         do ano anterior. Esse resultado foi                     terem se mantido em nível elevado, o
comparação com o mesmo período de                            impulsionado por receitas extraordinárias               comportamento da receita proporcionou
2010, contra um crescimento real da                          de quase R$ 15 bilhões: R$ 5,8 bilhões                  um resultado primário bastante positivo.
economia estimado em 3,5% até julho,                         em recolhimentos de débito em atraso
pelo Banco Central. Até maio, o cresci-                      relativamente à CSLL e quase R$ 9,0                     No Governo Federal, o resultado primário,
mento do gasto federal foi de 2,7%.                          bilhões devido ao pagamento de tributos                 que estava em 2,6% do PIB no acumulado
                                                             em atraso de contribuintes que aderiram                 em 12 meses até maio, passou para 3,0%
As despesas dos estados e municípios                         ao parcelamento especial com perdão de                  até agosto de 2011. No caso dos estados
moderaram seu ritmo de expansão –                            multas, o chamado Refis da Crise.                       e municípios, o resultado primário, que se
                                                                                                                     encontrava em 0,7% do PIB no acumulado
                                                                                                                     em 12 meses até maio, passou para
Crescimento real das despesas do Governo Federal e do PIB                                                            0,8% até agosto de 2011. Dessa forma,
                                                                                                                     o superávit primário do setor público
Taxa de crescimento real (%)
                                                                                                                     consolidado subiu de 3,3%, em maio de
Despesas do Governo Federal crescem 0,3 p.p. acima do PIB                                                            2011, para 3,8% do PIB no acumulado
12,0                                                                                                                 dos últimos 12 meses encerrados em
                                                                                                                     agosto de 2011.
10,0
                                                                                                                     Os demais resultados desse novo cenário
 8,0                                                                                                                 fiscal foram a queda do déficit nominal
 6,0
                                                                                                                     (2,4% para 2,1% do PIB), e a redução da
                                                                                                                     relação Dívida Líquida/PIB, que passou de
 4,0                                                                                                                 39,8%, em maio, para 39,2% do PIB, em
                                                                                                                     agosto de 2011.
 2,0

 0,0                                                                                                                 Aumento de receitas faz
-2,0
                                                                                                                     setor público cumprir meta
                                                                                                                     fiscal
-4,0
          2001      2002      2003      2004      2005      2006     2007       2008      2009        2010   2011*   O ritmo de crescimento das despesas do
                                                    PIB         Despesas                                             Governo Federal não deve acentuar-se
                                                                                                                     nos últimos meses do ano. Não se espera
Fonte: Tesouro Nacional, IBGE e Banco Central do Brasil
*: Despesas deflacionadas pelo IPCA acumuladas jan-ago/11   PIB: IBC/BR do Banco Central jan-jul/11                  que o aumento de despesas obrigató-




                                                                                         8
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




rias observado no terceiro trimestre se         Evolução da Dívida Líquida do Setor Público
repita no quarto. Além disso, o aumento         Em relação ao PIB (%)
da meta de superávit primário em R$
                                                Endividamento público com relação ao PIB deve cair 1 ponto
10,0 bilhões fez com que os limites para
despesas não-obrigatórias fosse mantido,
                                                percentual em 2011
mesmo diante do crescimento inesperado          65
das receitas. Dessa forma, projetamos
crescimento real de 3,8% para os gastos
federais em 2011, na comparação com o
mesmo período de 2010.                          55

No que se refere à receita líquida do Go-
verno Federal, as receitas extraordinárias
obtidas entre junho e agosto elevaram a
previsão de crescimento real para 8,8%          45
em 2011.

Com isso, o superávit primário estimado
para o Governo Federal em 2011 é de             35
R$ 87,0 bilhões. Por sua vez, as empre-                2001       2002       2003   2004   2005   2006   2007   2008    2009   2010    2011*
sas estatais federais devem apresentar          Fonte: Banco Central do Brasil
                                                *Projeção para 2011: CNI
resultado primário equilibrado. Assim, o
superávit primário na esfera federal deve
ser os mesmos R$ 87,0 bilhões, contra                                                               aumento dos gastos ligados ao salário
                                                Mesmo com o aumento do déficit nomi-
uma meta ampliada de R$ 91,8 bilhões.                                                               mínimo. Entretanto, o aumento do piso
                                                nal a relação Dívida Líquida/PIB deverá
Entretanto, cabe ressaltar que o superávit                                                          salarial previsto no PLOA (13,6%) está
                                                manter a tendência de queda observada
a ser alcançado deverá ser superior à                                                               subestimado, pois a inflação de 2011 utili-
                                                desde 2010. O grande crescimento do PIB
meta cheia – sem descontos das despe-                                                               zada no cálculo é de 5,7% e o índice deve
                                                nominal, impulsionado pelo aumento da
sas do PAC – inicialmente determinada,                                                              fechar o ano em torno de 6,5%.
                                                inflação, será responsável pela queda de
que era de R$ 81,8 bilhões.
                                                40,2%, no fim de 2010, para 39,2%, em
                                                                                                    A expectativa apontada pelo PLOA é de
Como no Governo Federal, o crescimento          dezembro de 2011.                                   retomada do crescimento dos investimen-
das receitas de estados e municípios                                                                tos em 2012. O montante orçado é de R$
deve levar ao cumprimento da meta de            Política fiscal deve ser                            R$ 58,5 bilhões, o que representaria um
superávit primário de R$ 36,1 bilhões.          expansionista em 2012                               aumento real de 24,9% sobre o montante
Assim, o superávit primário projetado                                                               disponível em 2011.
para o setor público consolidado em             O Projeto de Lei Orçamentária Anual
2011 é de R$ 123,1 bilhões (3,0% do PIB         (PLOA) de 2012 indica a retomada de                 No que se refere às receitas, o PLOA esti-
previsto pela CNI), acima da meta cheia         uma política fiscal fortemente expansio-            ma crescimento real de 3,9% com relação
inicialmente proposta, que era de R$            nista. As despesas primárias previstas              a 2011. Embora próximo do crescimento
117,9 bilhões.                                  devem crescer 14,5% em relação ao valor             projetado pelo Boletim Focus para o PIB
                                                esperado para 2011. Se considerarmos a              em 2012, essa expansão das receitas
Esse resultado estimado para o superávit        previsão do Boletim Focus do Banco Cen-             é significativa tendo em vista o grande
primário de 2011 representa um aumen-           tral para a inflação em 2012, os gastos             volume de receitas extraordinárias obtido
to em relação ao observado em 2010              devem ter aumento real de 8,5%, contra              em 2011.
(2,8% do PIB). Entretanto, o aumento das        uma expectativa de crescimento real do
despesas com juros (de 5,3% para 5,9%           PIB de 3,7%.                                        Finalmente, a meta cheia de superávit
do PIB), provocará aumento do déficit                                                               primário foi estabelecida em R$ 139,8 bi-
nominal – de 2,55%, em 2010, para 2,9%          Parcela significativa do crescimento                lhões. O cumprimento dessa meta levaria
do PIB, em 2011.                                esperado das despesas é explicada pelo              a resultado primário de 3,1% do PIB.




                                                                           9
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




   setor externo e câmbio

Mudança brusca no cenário cambial
Volatilidade cambial segue elevada sem caracterizar tendência

Em setembro, a taxa de câmbio real-dólar        economia norte-americana. Esse quadro         Nesse novo cenário, há dúvidas de qual
chegou a registrar desvalorização de            deflagrou um movimento de extrema             seria a nova taxa de câmbio de equilíbrio.
19% e fechou o mês com depreciação de           aversão ao risco, penalizando as moedas       Parece claro que o crescimento moderado
16%, a quinta maior desde o início do pla-      de países emergentes (ativos considera-       da atividade econômica na Europa e nos
no Real. A taxa de câmbio, que chegou a         dos de maior risco).                          EUA perdurará por algum tempo. O ritmo de
oscilar abaixo de R$ 1,60/US$ no fim de                                                       crescimento do PIB brasileiro deverá superar
julho, fechou o mês de setembro em R$           Há, no caso brasileiro, um fator adicional.   o das economias centrais, o que estimula,
1,85/US$, patamar próximo ao registrado         A queda de 50 pontos na taxa Selic,           em tese, a piora do déficit em conta corren-
em junho de 2010. Já em outubro a mo-           na última reunião do Copom, no fim            te, provocando desvalorização do real.
eda doméstica mostrou nova valorização          de agosto, sinalizou uma mudança
                                                da política monetária brasileira. A           No entanto, não acreditamos em um
(6% nos primeiros cinco dias do mês).
                                                decisão gerou a percepção de que              rápido e intenso acirramento do cenário
A piora do cenário externo certamente           novos movimentos de queda viriam. O           externo, como em 2008. Dessa forma, os
é um fator que explica parte desse com-         diferencial de juros era um importante        investimentos estrangeiros diretos (IED)
portamento. Nesse período, aumentaram           motivador da entrada de divisas e,            direcionados ao Brasil permanecerão
os temores de um agravamento dos                consequentemente, da valorização              elevados e capazes de sustentar o déficit
problemas fiscais europeus e suas possí-        do Real. Essa nova gestão da política         crescente. Também não esperamos uma
veis consequências no sistema bancário,         monetária, que aponta para menores            queda intensa nos preços de commodi-
além da percepção de maiores riscos de          taxas de juros, sugeriu um maior foco no      ties, pois restrições de oferta limitam a
um prolongamento das dificuldades da            crescimento econômico.                        queda de preços.

                                                                                              Pelos fundamentos, a manutenção do
Evolução da taxa de câmbio Real / dólar                                                       dólar em tendência de desvalorização no
                                                                                              médio prazo parece pouco provável. Esti-
Cotações de fechamento PTAX (R$/US$)
                                                                                              mamos, se confirmadas essas hipóteses,
Expressiva desvalorização em setembro                                                         que a taxa de câmbio real / dólar volte a
                                                                                              se valorizar para um patamar em torno
2,00                                                                                          R$ 1,75 / US$ até o fim do ano. Mesmo
                                                                                              assim, a volatilidade na taxa de câmbio
1,90                                                                                          deverá ainda se manter por algum tempo
                                                                                              até que uma melhoria de caráter mais
1,80                                                                                          permanente seja observada na economia
                                                                                              mundial, sobretudo na Europa.
1,70
                                                                                              Preços se mantêm em alta e
1,60                                                                                          sustentam exportações
                                                                                              O saldo comercial brasileiro manteve ritmo
1,50                                                                                          acelerado de crescimento ao longo do
                                                                                              terceiro trimestre. O saldo acumulado até
1,40                                                                                          setembro alcançou US$ 23 bilhões, valor
       dez-10 jan-11   fev-11 mar-11 abr-11 mai-11 jun-11   jul-11   ago-11 set-11 out-11     81% maior que o observado no mesmo
                                                                                              período de 2010.
Fonte: BACEN




                                                                     10
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




O aumento no saldo deve-se a um                Saldo comercial por classe de produto (janeiro - setembro)
consistente e elevado aumento nas              Em US$ bilhões
exportações, superando o ritmo de cresci-
                                               Superávit comercial cresce principalmente por
mento das importações. As exportações
brasileiras somaram US$ 190 bilhões em
                                               conta de básicos
setembro, valor 31% superior ao regis-
                                                                                   67,0
trado em igual período de 2010. Já as
importações totalizaram US$ 167 bilhões,                                    46,8
registrando crescimento de 26% na mes-
ma comparação.
                                                               19,0                                      19,8
                                                                                                  14,9
O aumento expressivo no saldo comercial                9,7
na comparação entre os três primeiros
trimestres de 2011 e 2010 é sustentado
exclusivamente por conta de produtos
básicos e semimanufaturados. Enquanto
o saldo comercial de produtos básicos
aumentou 43% e o de semimanufaturados                                                                                    (52,1)
aumentou 33%, o déficit de manufatura-
                                                                                                                                  (67,7)
dos aumentou 30%.
                                                           Total               Básicos           Semimanufaturados       Manufaturados
O aumento do valor exportado é determi-                                                  2010    2011
nado pelos preços de exportação, sobre-        Fonte: Funcex
tudo no caso de básicos. Os preços de
exportação cresceram fortemente: 40,5%         As importações por sua vez, deverão man-         primeiros oito meses de 2011 e 2010.
no caso dos básicos, 22,1% no caso dos         ter o perfil de crescimento que se verifica      Esse crescimento no déficit corrente
semimanufaturados e 12,3% no caso dos          desde o início do ano: baseado em aumen-         vem sendo financiado pelo investimento
manufaturados.                                 tos de preços, sobretudo de combustíveis,        estrangeiro direto, que continua ace-
                                               e no volume de bens de consumo. A CNI            lerando. Nos últimos 12 meses findos
As importações seguem o mesmo
                                               mantém a previsão de US$ 230 bilhões             em agosto, o IED acumulado alcança
comportamento do início do ano. O
                                               para as importações em 2011. Com isso,           US$ 75,3 bilhões, ante US$ 27,2 bilhões
aumento se dá por ganhos de preço (11%
                                               esperamos um saldo comercial de US$ 30           acumulados nos 12 meses anteriores.
em 12 meses, findos em agosto) e de
                                               bilhões em 2011.                                 Um crescimento de 177%.
volume (17%). O volume de importação
de bens de consumo (duráveis e não-            Investimentos estrangeiros
duráveis) e bens de capital segue em                                                            O déficit de serviços e rendas deverá
                                               diretos continuam                                manter-se em crescimento. Ainda que a
crescimento intenso. As importações de
intermediários e combustíveis crescem
                                               financiando déficit corrente                     moeda brasileira tenha se depreciado, o
menos, em decorrência da menor                 O saldo em conta corrente acumula                patamar valorizado e o elevado consumo
produção da indústria.                         déficit de US$ 49,7 bilhões em 12 meses          das famílias deverá manter sua expansão.
                                               findos em agosto, o equivalente a 2,13%          Há também defasagem entre a determi-
Apesar dos sinais de piora no mercado          do PIB. Trata-se de déficit da mesma             nação de um novo patamar do câmbio
externo, sobretudo entre os países             magnitude do acumulado no segundo tri-           e suas consequências na evolução das
desenvolvidos, as exportações conti-           mestre. No terceiro trimestre, enquanto          transações correntes.
nuarão em crescimento – os preços de           o saldo da balança comercial acelerou
exportação continuam a sustentar esse          seu crescimento, o déficit de serviços e         O déficit em transações correntes deverá
aumento. Mesmo com menor cresci-               rendas continuou crescendo.                      reduzir seu ritmo de expansão também
mento, as exportações até o fim do ano                                                          devido à balança comercial. Com isso, o
deverão aumentar quase 30%, totalizan-         O déficit na conta de serviços e rendas          déficit deverá situar-se em US$ 53 bilhões
do US$ 260 bilhões.                            aumentou 24% na comparação entre os              ao fim de 2011.




                                                                      11
Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011




                perspectivas da economia brasileira

                                                                                                           2011                 2011
                                                                              2009            2010     projeção anterior       projeção
                                                                                                           julho/11
                                                                          Atividade econômica
             PIB
                                                                              -0,6%             7,5%        3,8%                3,4%
             (variação anual)
             PIB industrial
                                                                              -6,4%           10,1%         3,2%                2,2%
             (variação anual)
             Consumo das famílias
                                                                               4,2%             7,0%        4,5%                4,5%
             (variação anual)
             Formação bruta de capital fixo
                                                                              -10,3%          21,8%         8,5%                5,5%
             (variação anual)
             Taxa de Desemprego                                                7,9%             6,7%        5,9%                5,9%
             (média anual - % da PEA)
                                                                               Inflação
             Inflação
                                                                               4,3%             5,9%        6,0%                6,5%
             (IPCA - variação anual)
                                                                             Taxa de juros
             Taxa nominal de juros
             (taxa média do ano)                                              10,13%          9,90%        12,07%             11,76%
             (fim do ano)                                                     8,75%           10,75%       12,50%             11,00%
             Taxa real de juros                                                5,0%             4,6%        5,2%                4,8%
             (taxa média anual e defl: IPCA)
                                                                           Contas públicas*
             Déficit público nominal
                                                                              3,34%           2,55%        3,20%                2,9%
             (% do PIB)
             Superávit público primário
                                                                              2,03%           2,80%        2,70%                3,0%
             (% do PIB)
             Dívida pública líquida                                           42,8%           40,2%        39,5%               39,2%
             (% do PIB)
                                                                            Taxa de câmbio
             Taxa nominal de câmbio - R$/US$
             (média de dezembro)                                               1,75             1,69        1,56                 1,75
             (média do ano)                                                    1,99             1,76        1,59                 1,66
                                                                             Setor externo
             Exportações
                                                                              153,0           201,9         250,0               260,0
             (US$ bilhões)
             Importações
                                                                              127,6           181,6         230,0               230,0
             (US$ bilhões)
             Saldo comercial
                                                                               25,4             20,3        20,0                 30,0
             (US$ bilhões)
             Saldo em conta corrente                                           -24,3          -47,5         -61,0               -53,0
             (US$ bilhões)

             * Não inclui as empresas dos Grupos Petrobras e Eletrobras



INFORME CONJUNTURAL | Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo:
Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e Mário
Sérgio Carraro Telles | Informações técnicas: (61) 3317-9468 | Supervisão gráfica: DIRCOM | Impressão e acabamento: Reprografia Sistema Indústria
Normalização bibliográfica: ASCORP/GEDIN | Assinaturas: Serviço de Atentimento ao Cliente SAC: (61) 3317-9989 - sac@cni.org.br | SBN Quadra 01 Bloco C
Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF - CEP: 70040-903 www.cni.org.br. | Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.
                                                                                                            Documento elaborado em 7 de outubro de 2011.

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Informe Conjuntural | julho a setembro/ 2011

  • 1. INFORME CONJUNTURAL Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 27 Número 03 julho/setembro de 2011 www.cni.org.br A economia Elevar ritmo de crescimento exige brasileira no terceiro indústria mais forte trimestre de 2011 A economia brasileira volta a sentir com mais crescimento esperado de apenas 1,2% para o PIB da indústria de transformação. Economia crescerá menos clareza os efeitos da prolongada crise mundial Pág. 2 nesse segundo semestre. O receio de uma perda mais intensa do ritmo de crescimento Esse desempenho nos coloca mais distante do grupo dos países emergentes. Estimativas do determinou a mudança na política econômica. Mercado de trabalho FMI mostram que essas economias deverão No primeiro semestre coexistiu um ciclo de cria menos vagas alta de juros e política fiscal contida. Na segun- crescer 6,4% em 2011. Diferentemente do Pág. 4 da metade do ano observa-se maior cresci- Brasil, nesses países o motor do crescimento é mento de gastos e queda dos juros, eviden- a indústria de transformação. Meta de inflação não está ciando que a preocupação com o crescimento O retorno ao crescimento acelerado exige garantida em 2011 passou a ser dominante. maior contribuição da indústria manufatureira. Pág. 6 De fato, o ano mostra uma clara redução do É crítico manter um patamar de câmbio ritmo de expansão. Em 2011, com uma alta mais competitivo, de outro modo a indústria encontrará cada vez menos mercado para Gastos aceleram e crescem de 3,4%, o crescimento do PIB será menos acima do PIB da metade do observado no ano anterior. seus produtos. Mas é fundamental atuar com Nos últimos três anos, a taxa média de urgência nos determinantes das condições de Pág. 8 crescimento ficou em torno de 3,4%, contra a competitividade e reduzir o custo de produção média de 4,6% do período 2005-2008. no Brasil. As medidas do Plano Brasil Maior Mudança brusca no foram tímidas para enfrentar desafios como cenário cambial A demanda doméstica registra desempenho a carga tributária em expansão, alto custo do Pág. 10 melhor, com a manutenção do consumo das capital, custo elevado dos insumos – a exemplo famílias. A deterioração das expectativas, da energia elétrica – e custo salarial crescente. contudo, atinge o investimento com mais intensidade: a formação de capital irá crescer Previsão de crescimento do PIB para 2011 apenas 5,5% em 2011. Variação percentual (%) Parte do vigor dessa demanda doméstica Para FMI, crescimento brasileiro será inferior à média mundial segue direcionada para produtos importados, 6,5 fazendo, mais uma vez, que a contribuição 6,4 líquida do setor externo para o crescimento do PIB seja negativa (0,6 ponto percentual). A manutenção de um saldo comercial positivo 4,4 4,5 não significa maior crescimento da produção, 4,0 3,8 pois é sustentada principalmente pelo alto preço das commodities. 2,4 A perda de competitividade, não unicamente 1,6 associada à forte valorização cambial que caracterizou grande parte do ano, atinge com vigor os produtos manufaturados. As empresas industriais enfrentam fraca Mundo Economias Economias emergentes Brasil demanda mundial, com a estagnação dos desenvolvidas e em desenvolvimento países avançados, e dificuldades em competir Projeções em abril de 2011 Projeções em setembro de 2011 com os produtos importados em nosso mercado. Essa situação se expressa no Fonte: FMI
  • 2. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 atividade econômica Economia crescerá menos Maior expansão do PIB precisa de mais impulso da indústria A CNI reduziu a estimativa de cresci- externa permanece em dificuldade de CNI) mostra uma tendência de mento do PIB para este ano de 3,8% recuperação devido às altas taxas de crescimento mais clara do que a para 3,4%. Em consonância com a desemprego e, por consequência, à produção. Nos dois primeiros meses desaceleração da economia global, e baixa confiança do consumidor. do terceiro trimestre, o faturamento a conseqüente menor expansão dos registrou crescimento frente ao investimentos, o PIB brasileiro crescerá A indústria continua sendo o setor mais mês anterior. Essa diferença no menos em 2011. afetado da economia. A expansão do comportamento das duas variáveis é PIB industrial do segundo trimestre de resultado de duas hipóteses. Há uma diferença entre a economia 2011 foi irrisória (0,2% frente ao trimes- brasileira e as demais industrializadas. tre anterior), de acordo com as Contas Primeiro, como os estoques de produtos O crescimento econômico brasileiro Nacionais/IBGE. Nos dois primeiros industriais estão acima do planejado supera o dos países desenvolvidos desde o início de 2011 (Sondagem meses do terceiro trimestre a produção devido à influência exercida pela maior Industrial CNI), a indústria deverá vender industrial não mostrou recuperação: demanda doméstica. O consumo das os estoques indesejados antes de voltar cresceu 0,3% em julho e caiu 0,2% em famílias continua forte em função a produzir. agosto, na comparação com os respec- da taxa de desemprego manter- tivos meses anteriores (PIM-PF/IBGE). Segundo, há indícios de maior conteúdo se em patamares historicamente de insumos importados no processo baixos, do aumento da renda e da O faturamento real da indústria de produtivo da indústria brasileira. Assim, expansão do crédito. Já a demanda transformação (Indicadores Industriais muitos insumos que eram adquiridos na própria indústria brasileira passam a ser Evolução do faturamento real, da produção da indústria de transformação e das vendas comprados no exterior, devido a preços do comércio varejista menores com a valorização cambial. Índice jan/10 = 100 - dessazonalizado Dessa forma, as empresas brasileiras que perderam competitividade para Vendas do comércio crescem mais rapidamente do que as da indústria as empresas estrangeiras, deixam de vender seus produtos e perdem 114 participação de mercado. 112 110 PIB industrial crescerá 2,2% em 2011 108 A indústria de transformação enfrenta 106 problemas para atrair a demanda. Por um lado, a demanda externa se mantém 104 fraca e sem sinais de recuperação 102 no médio prazo. Por outro, embora a demanda interna cresça em ritmo acima 100 do PIB, parte relevante desse movimen- 98 to é direcionada às importações. Com jan/10 mar/10 mai/10 jul/10 set/10 nov/10 jan/11 mar/11 mai/11 jul/11 a valorização do câmbio, os produtos importados estão relativamente mais Faturamento Produção Vendas do comércio baratos do que os nacionais, tanto para Fonte: CNI e IBGE o consumo como para o investimento. 2
  • 3. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 A indústria de construção também mos- A produção de bens de capital (PIM- função do menor crescimento dos tra sinais claros de perda de dinamismo. -PF/IBGE) cresceu 5,6% nos oito investimentos. Devem crescer Desde fevereiro de 2011 o indicador de primeiros meses de 2011, frente ao 10,5%. Com isso, a estimativa para a atividade da indústria da construção em mesmo período do ano anterior. A contribuição das exportações líquidas relação ao usual (Sondagem Indústria expansão do investimento, componen- para o crescimento do PIB de 2011 da Construção CNI) flutua em torno dos te da demanda interna medido pela deverá ser de -0,6 ponto percentual. 50 pontos, o que significa estabilidade. formação bruta de capital fixo (IBGE), Em agosto, esse indicador recuou para cresceu 1,2% no segundo trimestre, Dificuldades da economia 48,8 pontos, apontando atividade abaixo frente ao trimestre anterior. Espera-se global vão gerar atraso da usual para o mês. Em relação às que o ritmo de crescimento acelere na recuperação do PIB expectativas, a Sondagem Indústria da nos próximos trimestres, de forma a Construção mostra queda do otimismo. brasileiro crescer 5,5% em 2011. A trajetória de desaceleração do PIB A indústria extrativa cresceu 0,9% deverá se reverter no início de 2012. entre agosto de 2010 e de 2011 Comércio externo reduzirá o PIB em 0,6 ponto Poderá haver aumento do consumo e (PIM-PF/IBGE). Esse setor se beneficia dos investimentos caso a taxa de juros do crescente consumo global das percentual em 2011 continue a recuar. commodities minerais. Com a elevada A CNI alterou também as estimativas demanda por esses produtos, há para a demanda externa, em função No entanto, o cenário incerto da impacto positivo nas exportações da da deterioração do cenário global. economia global está longe de ser indústria extrativa. As exportações em 2011 (conceito uma página virada e ainda perdurará Contas Nacionais) deverão crescer por alguns anos. A intensidade desses Dessa forma, considerando os quatro problemas e a forma como eles serão 6%, menos do que os 10% estimados segmentos da indústria, a projeção da resolvidos definirão os impactos na anteriormente. As importações CNI para o crescimento do setor em economia brasileira. também foram reavaliadas, em 2011 foi alterada de 3,2% para 2,2%. A razão para o menor crescimento está, principalmente, na menor expansão da indústria de transformação. Estimativa da CNI para o PIB O comércio cresceu em ritmo acima Variação percentual e contribuição dos componentes no PIB da expansão do PIB nos últimos quatro trimestres, na comparação com o tri- 2011 Componentes do PIB Taxa de Contribuição mestre anterior. O setor de serviços, que crescimento (%) (p,p,) não enfrenta os efeitos da competição Ótica da Consumo das famílias 4,5 2,7 internacional, tende a seguir mais de demanda Consumo do governo 3,0 0,6 perto a evolução da renda e do crédito FBKF 5,5 1,0 do consumidor doméstico. Exportações 6,0 0,7 (-) importações 10,5 -1,3 Investimentos vão crescer menos em 2011 Ótica da Agropecuária 4,3 0,2 O cenário do investimento é ambíguo. oferta Indústria 2,2 0,6 De um lado, temos desaceleração da Indústria extrativa 2,5 0,1 taxa de crescimento do PIB para 2011; Indústria de transformação 1,2 0,2 por outro, o início da trajetória de queda Construção civil 3,6 0,2 dos juros é um fator de estímulo aos SIUP 4,0 0,1 investimentos. Todavia, a expansão dos Serviços 3,8 2,6 investimentos em 2011 deverá ser mais PIB pm 3,4 moderada. 3
  • 4. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 emprego e renda Mercado de trabalho cria menos vagas Empregos criados são de maior qualidade A moderação da atividade econômica o crescimento foi de 7,5% em agosto, soma dos empregos com carteira, refletiu na perda de dinamismo do na mesma base de comparação, o que militares e estatutários pelo total da mercado de trabalho. As expressivas representa uma variação muito acima ocupação – manteve-se em alta. taxas de crescimento do emprego de da média de todas as demais ocupa- Em agosto esse indicador atingiu 2010 não se mantêm em 2011. ções. As garantias oferecidas pelo em- 60,7%, o que é a maior participação prego formal dão segurança às pessoas de trabalhadores formais no total da A desaceleração da criação do emprego para manter seu padrão de consumo. ocupação metropolitana desde o início ocorre desde junho de 2010, quando da série, em março de 2002. houve alta de 3,5% (PME/IBGE) Um aspecto interessante em relação à comparativamente ao mesmo mês do desaceleração da atividade econômica Considerando os dados do CAGED/ ano anterior nas seis maiores regiões é que são as ocupações informais que MTE até agosto de 2011 – que cobre metropolitanas brasileiras. estão perdendo espaço no mercado todo o território nacional –, a criação de trabalho. A categoria de emprego de empregos formais foi de 1,6 milhão Em agosto de 2011, o emprego sem carteira assinada do setor privado no acumulado dos últimos 12 meses. O metropolitano cresceu 2,2%, frente ao caiu 8,3% entre agosto de 2010 e de fluxo de empregos tem diminuído desde mesmo mês do ano anterior. 2011. As ocupações por ponta própria março deste ano. O setor que mais A expansão do emprego formal, no en- também mostraram queda em agosto criou vagas formais foi Serviços, com tanto, continua se firmando no mercado na mesma base de comparação. 46,3% do total de empregos criados nos de trabalho. Considerando o emprego últimos 12 meses findos em agosto. Portanto, o grau de formalidade do com carteira assinada do setor privado, mercado metropolitano – medido pela Esse fato se justifica pela maior atividade do setor serviços, que depende diretamente da renda das famílias e do Emprego por categoria de ocupação crescimento do crédito. Por isso, esse Variação (%) frente ao mesmo mês do ano anterior componente do PIB deverá crescer acima Dinamismo do mercado de trabalho é atribuído exclusivamente da taxa de expansão do PIB em 2011. ao emprego formal A indústria, setor mais afetado pela atual conjuntura nacional e internacional, 10 criou 29,1% do total dos empregos 8 formais em todo o Brasil. O comércio, 6 mesmo tendo um crescimento das 4 vendas mais intenso do que as vendas 2 da indústria, foi responsável por 19,4% do total das novas vagas. 0 -2 Outro fato a ser observado é a queda -4 de 7,0% da ocupação das pessoas -6 sem instrução e de até três anos de estudo em agosto, na comparação -8 com o mesmo mês do ano anterior. -10 A qualidade da educação básica no out/09 dez/09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 fev/11 abr/11 jun/11 ago/11 Brasil está muito aquém da do resto Com carteira (set. priv.) Sem carteira (set. priv.) Conta própria Fonte: IBGE 4
  • 5. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 do mundo. Dessa forma, pessoas com Participação da criação de vagas no acumulado de 12 meses até agosto de 2011 pouca qualificação são as que mais têm Em % dificuldade em ingressar no mercado de Serviços, menos impactado pela atual conjuntura econômica, cria trabalho. As ocupações para as pessoas com 11 ou mais anos de estudo mais empregos cresceram 5,1% no mesmo período. 46,3% Taxa de desemprego média de 2011 será de 5,9% O fato positivo da atual conjuntura 29,1% do mercado de trabalho é que a taxa de desemprego se mantém em 19,4% patamares historicamente baixos, o que significa número menor de desempregados. O menor crescimento da procura por trabalho, ou da 4,8% população economicamente ativa 0,4% (PEA), alivia a pressão sobre a taxa de Serviços Total Indústria Comércio Agropecuária Adm. Publ. desemprego, uma vez que a criação de Fonte: CAGED/MTE emprego avança mais rapidamente do que a PEA. Em agosto, a PEA cresceu apenas 1,4% ante o mesmo mês do ano anterior. A procura das empresas por pessoas mais qualificadas em linha com o maior aumento do emprego formal se manifesta de aumento Taxa de desemprego nos salários médios. A renda real Em % da população economicamente ativa (PEA) habitualmente recebida vem crescendo Maior crescimento do emprego do que da PEA faz taxa de constantemente, o que junto com o aumento do crédito, mantém ativo desemprego recuar continuamente o consumo das famílias, aspecto 10 fundamental para o crescimento da economia brasileira. 9 2009 Rendimentos médios 8 continuarão a crescer 2010 Em agosto, o rendimento médio 7 real cresceu 3,2% frente ao mesmo 2011 mês do ano anterior. É fato que 6 essa expansão é de menor ritmo, mas é contínua e não mostra sinais 5 de reversão. Nesse sentido, o crescimento da economia brasileira 4 continuará ancorado pela demanda jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez doméstica. Fonte: IBGE. Estimativas CNI 5
  • 6. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 inflação, juros e crédito Meta de inflação não está garantida em 2011 Desaceleração nos alimentos pode não ser suficiente para alcance da meta O IPCA manteve-se em aceleração nos preços administrados se mantém em razão de descompasso entre oferta e demanda últimos meses. Desde agosto de 2010, dos reajustes praticados no início do ano. interna (o uso da capacidade instalada na quando o índice ainda encontrava-se sobre indústria encontra-se relativamente estável o centro da meta de inflação (4,5% a.a.), Os preços dos serviços apresentam desde 2010 e abaixo do usual em todos a taxa anualizada cresceu em 2,8 pontos aceleração contínua desde o início de 2010. os meses de 2011). Contudo, a mudança percentuais. Em setembro, o acumulado Esse grupo já acumula 9% nos últimos doze no patamar de câmbio pode influenciar o em 12 meses do IPCA alcançou 7,31%, o meses (até setembro). Representando 25% comportamento desse grupo. maior patamar desde 2005. do IPCA, esse patamar gera preocupação para o cumprimento da meta de inflação. Os preços dos alimentos voltaram a Enquanto em 2010 o IPCA apresentou Para os próximos meses – e principalmente acelerar no terceiro trimestre. O índice taxas próximas a zero nos meses de junho, para 2012 – a perspectiva de uma reversão acumulado em 12 meses desse grupo, que julho e agosto, nesses mesmos meses nesse quadro é mínima, em função da era de 7,8% em abril, encontra-se próximos de 2011 esse índice variou 0,15%, 0,16% indexação da economia (principalmente ao aos 10% em setembro. O fim de 2010 foi e 0,37% respectivamente. Em setembro, IGP-M, que se manteve elevado durante caracterizado por uma forte alta nesse gru- a taxa veio também mais alta do que no 2010) e o forte aumento do salário mínimo. po, chegando a apresentar variação mensal mesmo mês do ano anterior (0,53%, contra superior a 2%, o que não deve se repetir 0,45% em 2010), o que explica a forte Os preços industriais também mostraram em 2011. Essa situação deve conduzir a aceleração desses últimos meses. aceleração nos últimos meses, mas esse um recuo na taxa acumulada do grupo ainda é o grupo que menos contribui para o alimentos, a exemplo do já observado no Esse movimento se deu pela aceleração patamar atual da inflação. O acumulado em mês de setembro. nos preços dos alimentos, dos serviços e 12 meses desse grupo atingiu os 4,5% em dos produtos industriais. O ritmo de alta dos setembro. Até o fim de 2011, não há riscos Altas nos preços dos alimentos no fim do ano são esperadas em função das festas e do recebimento do décimo terceiro salário, IPCA por grupos mas o ano de 2010 superou a média. Em Acumulado em 12 meses (%) 2011 a situação é diferente. O mercado de Preços dos alimentos já mostram desaceleração trabalho continua aquecido, o que ainda 16 pode sustentar altas nos preços desse grupo. Contudo, a desaceleração da econo- 14 mia mundial, com a nova fase da crise, já 12 começa a reduzir os preços internacionais de commodities, o que estimula queda no 10 preço interno. 8 A combinação desses movimentos deve 6 conduzir à desaceleração do IPCA até o fim do ano. Contudo, essa desaceleração 4 virá mais em função de uma alta menos expressiva nos preços dos alimentos em 2 2011 do que de uma desaceleração geral 0 dos componentes do índice. A redução na set/07 mar/08 set/08 mar/09 set/09 mar/10 set/10 mar/11 set/11 taxa Selic praticada em agosto tende a Administrados Industriais Alimentação tornar essa desaceleração menos intensa Serviços IPCA do que anteriormente previsto. Fonte: IBGE Elaboração: CNI 6
  • 7. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 Dentro desse cenário, a CNI prevê infla- Saldo de crédito às pessoas físicas ção de 2011 em 6,5% a.a., o que mante- Percentual médio dos últimos 12 meses contra os 12 meses anteriores (%) ria a inflação no limite superior da meta. Crédito imobiliário continua expandindo Contudo, qualquer elevação pontual e não prevista pode colocar em risco esse 90 cumprimento. Essa situação também não esconde o desafio estabelecido para 70 2012: inflação em alto patamar, com reajustes programados sobre os índices de 2011 e aumento no salário mínimo 50 em torno de 14%. 30 Mudança na condução da política monetária reduz a 10 Selic A reunião do Copom de agosto de 2011 -10 apresentou uma mudança na forma ago/08 dez/08 abr/09 ago/09 dez/09 abr/10 ago/10 dez/10 abr/11 ago/11 de conduzir a política monetária. Até a reunião de julho, a decisão havia sido de Curto prazo (cheque especial, crédito pessoal e cartão de crédito) elevação na taxa básica de juros. Nos 45 Aquisição de bens e veículos Financiamento imobiliário Total Pessoa Física dias de intervalo entre as duas reuniões, Fonte: Banco Central do Brasil - Elaboração: CNI percebeu-se uma piora no cenário internacional, apesar de a inflação interna Crédito às pessoas físicas continuar em alta. crédito para aquisição de bens e veículos. desacelera Essa menor concessão tem dois motivos: A opção do Copom foi de antecipar previ- A concessão de crédito com recursos as medidas de contenção adotadas durante síveis efeitos negativos sobre a economia livres (sem destinação específica) desace- o ano, principalmente a elevação do IOF, e brasileira causados por essa nova etapa lerou nos últimos meses. Pelos dados do o aumento nos atrasos de pagamento. O da crise e decidiu por reduzir a taxa Selic. Banco Central, as concessões de crédito atraso maior do que 90 dias no crédito à Essa decisão embute duas implicações: o às pessoas físicas, no acumulado em 12 pessoa física, que era de 5,7% em dezem- Governo não tem a intenção de abrir mão meses até janeiro, eram 22,1% superiores bro de 2010, atingiu 6,7% em agosto. do crescimento econômico, e o controle aos 12 meses anteriores. Em agosto, esse indicador caiu para 15,9%. Para os próximos meses, há dois sinais da inflação tende a ser praticado primor- controversos sobre o crédito à pessoa dialmente por outros instrumentos, como Pelo mesmo cálculo, a concessão de cré- física. Pesando a favor do aumento na con- via política fiscal menos expansionista e dito às pessoas jurídicas no acumulado em cessão, a redução da Selic pode levar a um medidas macroprudenciais. aumento na oferta de recursos. Pesando 12 meses até fevereiro era 9,7% superior Mesmo que o cenário inflacionário até aos 12 meses anteriores. Nos meses contra, uma contaminação da economia o fim de 2011 seja de desaceleração, a seguintes as concessões desaceleraram, brasileira pela piora do cenário internacional busca pelo centro da meta em 2012 não mas de forma bem menos intensa, caindo pode levar a uma menor demanda por será tarefa fácil. A mudança recente na a 9,1% em agosto. crédito dada a maior aversão ao risco. condução da política monetária reforça A evolução do crédito à pessoa física se dá Além disso, segundo o Banco Central, tanto a necessidade de implementação das de forma distinta entre os recursos livres e o comprometimento de renda das famílias outras políticas complementares. A CNI direcionados (financiamento habitacional). como o endividamento estão no maior acredita em mais duas reduções na Selic Quando se separa o saldo de crédito entre patamar desde 2005. O resultado tende em 2011, alcançando 11,00% a.a., e que categorias percebe-se que o financiamento a ser a continuidade da desaceleração do levaria a taxa de juros real média do ano habitacional continua crescendo forte- crédito, de forma mais amena que nos para 4,8% a.a.. mente, e a desaceleração restringe-se ao últimos meses. 7
  • 8. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 política fiscal Gastos aceleram e crescem acima do PIB Reversão da política fiscal se deu no âmbito federal Ao contrário do que vinha ocorrendo até 7,1% nos primeiros sete meses de 2011, Nos estados e municípios, o crescimento o fim do primeiro semestre de 2011, a na comparação com o mesmo período das receitas se manteve no mesmo ritmo. política fiscal não contribui mais para de 2010 –, ainda assim continuam Na mesma base de comparação federal, a redução do ritmo de crescimento crescendo acima do PIB. as receitas regionais cresceram 8,9%. da demanda e, por consequência, da Até maio, a receita estadual e municipal atividade econômica. A razão para essa Crescimento extraordinário crescia a 8,7%. reversão foi o crescimento das despesas das receitas do Governo Federal, que agora se Dessa forma, apesar do maior Até agosto, as receitas do governo fede- crescimento das despesas do encontra acima do crescimento do PIB. ral tiveram um aumento real de 11,5%, Governo Federal e do crescimento das Até agosto de 2011, o gasto público na comparação com o mesmo período despesas dos estados e municípios federal teve aumento real de 3,8% na do ano anterior. Esse resultado foi terem se mantido em nível elevado, o comparação com o mesmo período de impulsionado por receitas extraordinárias comportamento da receita proporcionou 2010, contra um crescimento real da de quase R$ 15 bilhões: R$ 5,8 bilhões um resultado primário bastante positivo. economia estimado em 3,5% até julho, em recolhimentos de débito em atraso pelo Banco Central. Até maio, o cresci- relativamente à CSLL e quase R$ 9,0 No Governo Federal, o resultado primário, mento do gasto federal foi de 2,7%. bilhões devido ao pagamento de tributos que estava em 2,6% do PIB no acumulado em atraso de contribuintes que aderiram em 12 meses até maio, passou para 3,0% As despesas dos estados e municípios ao parcelamento especial com perdão de até agosto de 2011. No caso dos estados moderaram seu ritmo de expansão – multas, o chamado Refis da Crise. e municípios, o resultado primário, que se encontrava em 0,7% do PIB no acumulado em 12 meses até maio, passou para Crescimento real das despesas do Governo Federal e do PIB 0,8% até agosto de 2011. Dessa forma, o superávit primário do setor público Taxa de crescimento real (%) consolidado subiu de 3,3%, em maio de Despesas do Governo Federal crescem 0,3 p.p. acima do PIB 2011, para 3,8% do PIB no acumulado 12,0 dos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2011. 10,0 Os demais resultados desse novo cenário 8,0 fiscal foram a queda do déficit nominal 6,0 (2,4% para 2,1% do PIB), e a redução da relação Dívida Líquida/PIB, que passou de 4,0 39,8%, em maio, para 39,2% do PIB, em agosto de 2011. 2,0 0,0 Aumento de receitas faz -2,0 setor público cumprir meta fiscal -4,0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* O ritmo de crescimento das despesas do PIB Despesas Governo Federal não deve acentuar-se nos últimos meses do ano. Não se espera Fonte: Tesouro Nacional, IBGE e Banco Central do Brasil *: Despesas deflacionadas pelo IPCA acumuladas jan-ago/11 PIB: IBC/BR do Banco Central jan-jul/11 que o aumento de despesas obrigató- 8
  • 9. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 rias observado no terceiro trimestre se Evolução da Dívida Líquida do Setor Público repita no quarto. Além disso, o aumento Em relação ao PIB (%) da meta de superávit primário em R$ Endividamento público com relação ao PIB deve cair 1 ponto 10,0 bilhões fez com que os limites para despesas não-obrigatórias fosse mantido, percentual em 2011 mesmo diante do crescimento inesperado 65 das receitas. Dessa forma, projetamos crescimento real de 3,8% para os gastos federais em 2011, na comparação com o mesmo período de 2010. 55 No que se refere à receita líquida do Go- verno Federal, as receitas extraordinárias obtidas entre junho e agosto elevaram a previsão de crescimento real para 8,8% 45 em 2011. Com isso, o superávit primário estimado para o Governo Federal em 2011 é de 35 R$ 87,0 bilhões. Por sua vez, as empre- 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* sas estatais federais devem apresentar Fonte: Banco Central do Brasil *Projeção para 2011: CNI resultado primário equilibrado. Assim, o superávit primário na esfera federal deve ser os mesmos R$ 87,0 bilhões, contra aumento dos gastos ligados ao salário Mesmo com o aumento do déficit nomi- uma meta ampliada de R$ 91,8 bilhões. mínimo. Entretanto, o aumento do piso nal a relação Dívida Líquida/PIB deverá Entretanto, cabe ressaltar que o superávit salarial previsto no PLOA (13,6%) está manter a tendência de queda observada a ser alcançado deverá ser superior à subestimado, pois a inflação de 2011 utili- desde 2010. O grande crescimento do PIB meta cheia – sem descontos das despe- zada no cálculo é de 5,7% e o índice deve nominal, impulsionado pelo aumento da sas do PAC – inicialmente determinada, fechar o ano em torno de 6,5%. inflação, será responsável pela queda de que era de R$ 81,8 bilhões. 40,2%, no fim de 2010, para 39,2%, em A expectativa apontada pelo PLOA é de Como no Governo Federal, o crescimento dezembro de 2011. retomada do crescimento dos investimen- das receitas de estados e municípios tos em 2012. O montante orçado é de R$ deve levar ao cumprimento da meta de Política fiscal deve ser R$ 58,5 bilhões, o que representaria um superávit primário de R$ 36,1 bilhões. expansionista em 2012 aumento real de 24,9% sobre o montante Assim, o superávit primário projetado disponível em 2011. para o setor público consolidado em O Projeto de Lei Orçamentária Anual 2011 é de R$ 123,1 bilhões (3,0% do PIB (PLOA) de 2012 indica a retomada de No que se refere às receitas, o PLOA esti- previsto pela CNI), acima da meta cheia uma política fiscal fortemente expansio- ma crescimento real de 3,9% com relação inicialmente proposta, que era de R$ nista. As despesas primárias previstas a 2011. Embora próximo do crescimento 117,9 bilhões. devem crescer 14,5% em relação ao valor projetado pelo Boletim Focus para o PIB esperado para 2011. Se considerarmos a em 2012, essa expansão das receitas Esse resultado estimado para o superávit previsão do Boletim Focus do Banco Cen- é significativa tendo em vista o grande primário de 2011 representa um aumen- tral para a inflação em 2012, os gastos volume de receitas extraordinárias obtido to em relação ao observado em 2010 devem ter aumento real de 8,5%, contra em 2011. (2,8% do PIB). Entretanto, o aumento das uma expectativa de crescimento real do despesas com juros (de 5,3% para 5,9% PIB de 3,7%. Finalmente, a meta cheia de superávit do PIB), provocará aumento do déficit primário foi estabelecida em R$ 139,8 bi- nominal – de 2,55%, em 2010, para 2,9% Parcela significativa do crescimento lhões. O cumprimento dessa meta levaria do PIB, em 2011. esperado das despesas é explicada pelo a resultado primário de 3,1% do PIB. 9
  • 10. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 setor externo e câmbio Mudança brusca no cenário cambial Volatilidade cambial segue elevada sem caracterizar tendência Em setembro, a taxa de câmbio real-dólar economia norte-americana. Esse quadro Nesse novo cenário, há dúvidas de qual chegou a registrar desvalorização de deflagrou um movimento de extrema seria a nova taxa de câmbio de equilíbrio. 19% e fechou o mês com depreciação de aversão ao risco, penalizando as moedas Parece claro que o crescimento moderado 16%, a quinta maior desde o início do pla- de países emergentes (ativos considera- da atividade econômica na Europa e nos no Real. A taxa de câmbio, que chegou a dos de maior risco). EUA perdurará por algum tempo. O ritmo de oscilar abaixo de R$ 1,60/US$ no fim de crescimento do PIB brasileiro deverá superar julho, fechou o mês de setembro em R$ Há, no caso brasileiro, um fator adicional. o das economias centrais, o que estimula, 1,85/US$, patamar próximo ao registrado A queda de 50 pontos na taxa Selic, em tese, a piora do déficit em conta corren- em junho de 2010. Já em outubro a mo- na última reunião do Copom, no fim te, provocando desvalorização do real. eda doméstica mostrou nova valorização de agosto, sinalizou uma mudança da política monetária brasileira. A No entanto, não acreditamos em um (6% nos primeiros cinco dias do mês). decisão gerou a percepção de que rápido e intenso acirramento do cenário A piora do cenário externo certamente novos movimentos de queda viriam. O externo, como em 2008. Dessa forma, os é um fator que explica parte desse com- diferencial de juros era um importante investimentos estrangeiros diretos (IED) portamento. Nesse período, aumentaram motivador da entrada de divisas e, direcionados ao Brasil permanecerão os temores de um agravamento dos consequentemente, da valorização elevados e capazes de sustentar o déficit problemas fiscais europeus e suas possí- do Real. Essa nova gestão da política crescente. Também não esperamos uma veis consequências no sistema bancário, monetária, que aponta para menores queda intensa nos preços de commodi- além da percepção de maiores riscos de taxas de juros, sugeriu um maior foco no ties, pois restrições de oferta limitam a um prolongamento das dificuldades da crescimento econômico. queda de preços. Pelos fundamentos, a manutenção do Evolução da taxa de câmbio Real / dólar dólar em tendência de desvalorização no médio prazo parece pouco provável. Esti- Cotações de fechamento PTAX (R$/US$) mamos, se confirmadas essas hipóteses, Expressiva desvalorização em setembro que a taxa de câmbio real / dólar volte a se valorizar para um patamar em torno 2,00 R$ 1,75 / US$ até o fim do ano. Mesmo assim, a volatilidade na taxa de câmbio 1,90 deverá ainda se manter por algum tempo até que uma melhoria de caráter mais 1,80 permanente seja observada na economia mundial, sobretudo na Europa. 1,70 Preços se mantêm em alta e 1,60 sustentam exportações O saldo comercial brasileiro manteve ritmo 1,50 acelerado de crescimento ao longo do terceiro trimestre. O saldo acumulado até 1,40 setembro alcançou US$ 23 bilhões, valor dez-10 jan-11 fev-11 mar-11 abr-11 mai-11 jun-11 jul-11 ago-11 set-11 out-11 81% maior que o observado no mesmo período de 2010. Fonte: BACEN 10
  • 11. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 O aumento no saldo deve-se a um Saldo comercial por classe de produto (janeiro - setembro) consistente e elevado aumento nas Em US$ bilhões exportações, superando o ritmo de cresci- Superávit comercial cresce principalmente por mento das importações. As exportações brasileiras somaram US$ 190 bilhões em conta de básicos setembro, valor 31% superior ao regis- 67,0 trado em igual período de 2010. Já as importações totalizaram US$ 167 bilhões, 46,8 registrando crescimento de 26% na mes- ma comparação. 19,0 19,8 14,9 O aumento expressivo no saldo comercial 9,7 na comparação entre os três primeiros trimestres de 2011 e 2010 é sustentado exclusivamente por conta de produtos básicos e semimanufaturados. Enquanto o saldo comercial de produtos básicos aumentou 43% e o de semimanufaturados (52,1) aumentou 33%, o déficit de manufatura- (67,7) dos aumentou 30%. Total Básicos Semimanufaturados Manufaturados O aumento do valor exportado é determi- 2010 2011 nado pelos preços de exportação, sobre- Fonte: Funcex tudo no caso de básicos. Os preços de exportação cresceram fortemente: 40,5% As importações por sua vez, deverão man- primeiros oito meses de 2011 e 2010. no caso dos básicos, 22,1% no caso dos ter o perfil de crescimento que se verifica Esse crescimento no déficit corrente semimanufaturados e 12,3% no caso dos desde o início do ano: baseado em aumen- vem sendo financiado pelo investimento manufaturados. tos de preços, sobretudo de combustíveis, estrangeiro direto, que continua ace- e no volume de bens de consumo. A CNI lerando. Nos últimos 12 meses findos As importações seguem o mesmo mantém a previsão de US$ 230 bilhões em agosto, o IED acumulado alcança comportamento do início do ano. O para as importações em 2011. Com isso, US$ 75,3 bilhões, ante US$ 27,2 bilhões aumento se dá por ganhos de preço (11% esperamos um saldo comercial de US$ 30 acumulados nos 12 meses anteriores. em 12 meses, findos em agosto) e de bilhões em 2011. Um crescimento de 177%. volume (17%). O volume de importação de bens de consumo (duráveis e não- Investimentos estrangeiros duráveis) e bens de capital segue em O déficit de serviços e rendas deverá diretos continuam manter-se em crescimento. Ainda que a crescimento intenso. As importações de intermediários e combustíveis crescem financiando déficit corrente moeda brasileira tenha se depreciado, o menos, em decorrência da menor O saldo em conta corrente acumula patamar valorizado e o elevado consumo produção da indústria. déficit de US$ 49,7 bilhões em 12 meses das famílias deverá manter sua expansão. findos em agosto, o equivalente a 2,13% Há também defasagem entre a determi- Apesar dos sinais de piora no mercado do PIB. Trata-se de déficit da mesma nação de um novo patamar do câmbio externo, sobretudo entre os países magnitude do acumulado no segundo tri- e suas consequências na evolução das desenvolvidos, as exportações conti- mestre. No terceiro trimestre, enquanto transações correntes. nuarão em crescimento – os preços de o saldo da balança comercial acelerou exportação continuam a sustentar esse seu crescimento, o déficit de serviços e O déficit em transações correntes deverá aumento. Mesmo com menor cresci- rendas continuou crescendo. reduzir seu ritmo de expansão também mento, as exportações até o fim do ano devido à balança comercial. Com isso, o deverão aumentar quase 30%, totalizan- O déficit na conta de serviços e rendas déficit deverá situar-se em US$ 53 bilhões do US$ 260 bilhões. aumentou 24% na comparação entre os ao fim de 2011. 11
  • 12. Ano 27, n. 03, julho/setembro de 2011 perspectivas da economia brasileira 2011 2011 2009 2010 projeção anterior projeção julho/11 Atividade econômica PIB -0,6% 7,5% 3,8% 3,4% (variação anual) PIB industrial -6,4% 10,1% 3,2% 2,2% (variação anual) Consumo das famílias 4,2% 7,0% 4,5% 4,5% (variação anual) Formação bruta de capital fixo -10,3% 21,8% 8,5% 5,5% (variação anual) Taxa de Desemprego 7,9% 6,7% 5,9% 5,9% (média anual - % da PEA) Inflação Inflação 4,3% 5,9% 6,0% 6,5% (IPCA - variação anual) Taxa de juros Taxa nominal de juros (taxa média do ano) 10,13% 9,90% 12,07% 11,76% (fim do ano) 8,75% 10,75% 12,50% 11,00% Taxa real de juros 5,0% 4,6% 5,2% 4,8% (taxa média anual e defl: IPCA) Contas públicas* Déficit público nominal 3,34% 2,55% 3,20% 2,9% (% do PIB) Superávit público primário 2,03% 2,80% 2,70% 3,0% (% do PIB) Dívida pública líquida 42,8% 40,2% 39,5% 39,2% (% do PIB) Taxa de câmbio Taxa nominal de câmbio - R$/US$ (média de dezembro) 1,75 1,69 1,56 1,75 (média do ano) 1,99 1,76 1,59 1,66 Setor externo Exportações 153,0 201,9 250,0 260,0 (US$ bilhões) Importações 127,6 181,6 230,0 230,0 (US$ bilhões) Saldo comercial 25,4 20,3 20,0 30,0 (US$ bilhões) Saldo em conta corrente -24,3 -47,5 -61,0 -53,0 (US$ bilhões) * Não inclui as empresas dos Grupos Petrobras e Eletrobras INFORME CONJUNTURAL | Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI | Unidade de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco | Equipe técnica: Danilo César Cascaldi Garcia, Isabel Mendes de Faria Marques, Marcelo de Ávila, Marcelo Souza Azevedo e Mário Sérgio Carraro Telles | Informações técnicas: (61) 3317-9468 | Supervisão gráfica: DIRCOM | Impressão e acabamento: Reprografia Sistema Indústria Normalização bibliográfica: ASCORP/GEDIN | Assinaturas: Serviço de Atentimento ao Cliente SAC: (61) 3317-9989 - sac@cni.org.br | SBN Quadra 01 Bloco C Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF - CEP: 70040-903 www.cni.org.br. | Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento elaborado em 7 de outubro de 2011.