Este documento discute vários tipos de infecções da pele e tecidos moles, incluindo impetigo, erisipela, celulite, foliculite e abscessos. Também aborda fatores que aumentam o risco de infecção como diabetes, problemas circulatórios e imunodeficiência. O tratamento dessas infecções envolve antibióticos, desbridamento de feridas e cuidados de higiene.
Infeções da Pele e Tecidos Moles: Causas, Sinais e Tratamentos
1. INFEÇÕES DA PELE E DOS TECIDOS
MOLES
Universidade de Cabo verde
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - 3º ano - Saúde
Ano Académico 2011/2012
DOCENTE: João Moreno
DISCENTES :
Nadine Sousa
Rosemary Coronel
2. INTRODUÇÃO
A pele íntegra é uma barreira anatómica eficaz
contra a infeção. A flora residente da pele é de
baixa virulência, estável e raramente condiciona
doença.
Os principais causadores de infeção são os
microorganismos que colonizam ocasional e
transitoriamente a pele como: Staphylococcus
aureus, Streptococcus pyogenes, bactérias
entéricas Gram negativas e Cândida albicans.
Algumas infeções da pele e tecidos moles são
superficiais e curam sem sequelas, outras são de
uma gravidade extrema.
3. CONCEITO
Os tecidos moles são todos aqueles
tecidos que interligam, apoiam ou
protegem outras estruturas e órgãos do
corpo humano, como músculos, tendões,
gordura, vasos sanguíneos e nervos. Por
infeções dos tecidos moles entende-se
as que afetam as estruturas
compreendidas entre a pele e o osso.
4. GRAVIDADE DAS INFEÇÕES
A gravidade das infeções da pele e
dos tecidos moles depende de fatores
inerentes à pessoa infetada,
nomeadamente do estado do sistema
imunitário, fatores da bactéria (como a
libertação de toxinas que poderão
causar complicações potencialmente
fatais) e o padrão de resistência aos
antibióticos.
5. SINAIS DE ALERTA
Apresenta como sintomas intensos mais
comuns: mal-estar, febre e calafrios. O
tratamento imediato é fundamental em
todos os casos, até mesmo para evitar
complicações que muitas vezes só poderão
ser resolvidas dentro de um centro
cirúrgico. Ao menor sinal de dor, inchaço e
vermelhidão crescentes em uma área
delimitada da pele, deve-se procurar um
médico.
6. ATENÇÕES AS INFECOES
Para que uma infeção ocorra, é preciso que
algum agente infecioso, como as bactérias,
penetrem por algum lugar. É o que chama-se
de porta de entrada da infeção.
Deve-se tomar muita atenção em lesões
aparentemente inocentes, como micoses entre
os dedos, ferimentos, picadas de insetos,
lesões de catapora, bolhas rompidas, simples
dermatites, cicatrizes de cirurgias recentes ou
queimaduras, pois poderão ser uma porta de
entrada para que bactérias causem infeções de
maior gravidade.
7. TRATAMENTO DAS INFECÇÕES DA PELE
Dependendo do agente causal, alguns
casos localizados respondem bem aos
antibióticos tópicos.
Casos mais graves podem precisar de
tratamento com antibióticos sistémicos.
A higiene e a boa alimentação são fatores
essenciais para a prevenção de infeções.
9. DIABETES
Observa-se uma maior ocorrência de
certas infeções em pacientes com
diabetes, pois estes têm uma certa
deficiência em seu sistema
imunológico quando comparados aos
não-diabéticos. Infeções de partes
moles são mais comuns no diabetes.
10. A menor capacidade
de combate às
infeções aumenta os
riscos de disseminação
das mesmas.
Em geral, vêm
acompanhados de
queda na resistência,
aumenta os riscos de
infeções e
disseminação das
mesmas.
Imunodeficiência
congênita ou
adquirida
Certos tipos de
cancro
11. PROBLEMAS DE CIRCULAÇÃO ARTERIAL
Dificultam a chegada de sangue pelas
artérias até as áreas mais distantes,
como pernas, tornozelos e pés. Com
pouca irrigação pelo sangue, as
células ficam mais frágeis e as células
de defesa também não conseguem
chegar em número suficiente no caso
de uma infeção.
12. PROBLEMAS DE CIRCULAÇÃO VENOSA
Dificultam o retorno de sangue pelas
veias das pernas, tornozelos e pés,
provocando inchaços nesses locais.
Como esses inchaços são resultado
de um acúmulo de líquido que não
consegue ser transportado de volta
pelo sangue, bactérias podem
começar a se multiplicar nesse líquido
e dar início a infeções.
13. DOENÇA CRÔNICA DOS RINS
Perda importante de anticorpos e
outras proteínas importantes para
a defesa do organismo pode
ocorrer quando os rins estão
seriamente acometidos.
15. IMPETIGO
É uma infeção cutânea superficial, mais comum em
crianças, causada principalmente
pelo microorganismo Staphylococcus aureus e
Streptococcus.
A infeção pode afetar qualquer segmento da pele.
A face e as mãos são os locais mais comuns.
Pode decorrer da contaminação de lesões ou
ferimentos preexistentes na pele, isto é, uma
infeção secundária.
Dissemina-se por auto-inoculação, transmissão
direta e indireta, por toalhas ou roupas.
18. IMPETIGO NÃO BOLHOSO OU SUPERFICIAL SIMPLES
As lesões típicas começam na face, com
predomínio peri-orificial, ou nos membros
inferiores, em pele previamente
traumatizada,.
Não dolorosa, prurido ocasional e sem
repercussão sistémica.
Cura sem sequelas.
19.
20. IMPETIGO BOLHOSO
É exclusivamente causado por Staphylococcus
aureus.
Inicia-se por uma bolha transparente, de parede
fina, flácida, não dolorosa, habitualmente de
diâmetro superior a 1cm, de conteúdo claro.
Na criança mais velha as lesões localizam-se
preferencialmente nos membros; no recém-nascido
as áreas mais afetadas são o períneo, região peri-
umbilical e axilas.
21.
22. ECTIMA
É uma infeção que se inicia como o impetigo não
bolhoso, mas com uma evolução mais arrastada.
Gradualmente a infeção torna-se mais profunda
evoluindo para uma crosta escura, seca, aderente,
com formação de escara de bordos elevados.
O agente causal é Streptococcus pyogenes sendo
Staphylococcus aureus considerado um agente
secundário com uma ação sinérgica na
manutenção da infeção.
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24. ERISIPELA
A erisipela é uma celulite superficial, causada por
Streptococcus pyogenes, que envolve a camada
profunda da pele e a camada superficial do tecido
celular subcutâneo, com grande envolvimento
linfático.
A área afetada apresenta-se edemaciada,
eritematosa, quente, de limites bem definidos,
bordos elevados, com aspeto de casca de laranja,
por vezes com vesículas, muito dolorosa.
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26. FOLICULITE, FURÚNCULO E ANTRAZ
Foliculite, furúnculo e antraz são um grupo de
infeções que têm em comum a sua origem nos
folículos pilosos com formação de abcessos, e cujo
agente etiológico é Staphylococcus aureus.
As lesões de foliculite representam um abcesso de
um único folículo com reação tecidular mínima;
Quando o processo é mais profundo com necrose
do folículo e tecidos adjacentes toma o nome de
furúnculo;
O antraz resulta da coalescência de vários
furúnculos.
28. CELULITE
Caracteriza-se por uma inflamação do tecido
celular subcutâneo, com ligeiro envolvimento da
derme, não atingindo a epiderme.
A área afetada apresenta-se edemaciada,
eritematosa, quente, dolorosa e de limites mal
definidos.
Os agentes etiológicos mais comuns são
Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus,
mais raramente Streptococcus pneumoniae.
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30. CELULITE NECROTIZANTE
Clinicamente semelhante à fascite necrotizante
mas a infeção é mais superficial
Envolve pele e gordura subcutânea
Geralmente aparece nas 24h após uma cirurgia
A toxicidade não é tão grave como na miosite
necrotizante
Não necessita de terapêutica cirúrgica extensa,
apenas de desbridamento
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32. FASCITE NECROSANTE
É uma infeção bacteriana do tecido celular
subcutâneo que se inicia na camada mais profunda
da fascia superficial, mas que rapidamente se
estende à epiderme.
Inicia-se por febre alta, prostração, sensação de
doença, ar séptico, dor intensa, localizada, com
poucos sinais inflamatórios na fase inicial.
O agente etiológico mais frequente é Streptococcus
pyogenes.
Tem uma elevada morbilidade e mortalidade.
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34. GANGRENA DE FOURNIER
A Gangrena de Fournier é uma grave infeção
polimicrobiana que evolui com fascite necrotizante,
comprometendo principalmente as regiões genital,
perineal e perianal.
Caracteriza-se por rápida evolução e pode
complicar com sepse, falência de múltiplos órgãos
e óbito.
A base do tratamento é o diagnóstico precoce e o
desbridamento agressivo.
Antibioticoterapia de amplo espectro,
oxigenoterapia hiperbárica e cuidados locais são
medidas complementares.
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36. GANGRENA GASOSA
É uma infeção bacteriana do músculo causada por
Clostridium perfringens em 90 a 95% dos casos.
Tem geralmente uma origem endógena por
contaminação de feridas dos músculos por
anaeróbios do trato intestinal, mas pode surgir na
ausência de ferida, no decurso de bacteriemia.
Clinicamente, o doente apresenta ar séptico, com
dor intensa localizada ao músculo afetado, que
inicialmente se apresenta edemaciado e pálido e
posteriormente violáceo, podendo aparecer bolhas
de conteúdo purpúrico.
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38. PIOMIOSITE
A piomiosite corresponde a um abcesso do
músculo-esquelético, habitualmente por focalização
bacteriana metastática no decurso da bacteriemia.
O agente é habitualmente Staphylococcus aureus.
É a chamada piomiosite tropical por ser mais
frequente nestas regiões.
39. ESTÁGIOS DA PIOMIOSITE
1º Estágio invasivo – (entrada da bactéria no
músculo) início insidioso com dor profunda, com ou
sem febre. Há edema localizado, por vezes duro,
regra geral pouco ou não doloroso.
2º Estágio purulento ou supurativo –
(desenvolvimento da coleção purulenta dentro do
músculo) Febre, arrepios, geralmente dor a nível
do músculo afetado, por vezes discreto eritema
cutâneo na região afetada.
3º Estagio – (generalização da infeção) dor intensa
no local afetado, que se apresenta eritematoso, por
vezes com flutuação. Sinais sistémicos, febre alta,
por vezes choque.
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41. ABCESSO
O abcesso resulta de uma infeção local, por uma
bactéria, que dá origem à produção e formação de
pus.
Pode se formar em diferentes regiões do
organismo (cérebro, osso, pele, músculo).
Pode causar febre, calafrios, tremores e
vermelhidão e dor na área afetada.
Ao nível da pele, os doentes apresentam sempre
inflamação local com dor, inchaço, calor e
vermelhidão, por vezes com drenagem espontânea
de pus e febre.
44. DOENÇA PILONIDAL
A doença pilonidal é uma infeção recorrente
da pele, na maioria dos casos na região do
sulco inter-nadegueiro, acima do ânus.
Fatores de risco da doença pilonidal
incluem-se o sedentarismo, as ocupações
que obrigam à permanência de períodos
longos em posição sentada, a prática de
atividades que possam traumatizar a
região, a obesidade, uma irritação ou lesão
anterior na mesma área e a falta de higiene.
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46. ÚLCERAS DE PRESSÃO
Resultam de pressão prolongada nos tecidos
moles sobre os ossos e consequente necrose
isquémica.
O local mais frequente para o seu desenvolvimento
é na região sacra, calcâneo, nádegas, cotovelos e
tronco.
Fatores que podem aumentar o risco para o
desenvolvimento da úlcera de pressão :
imobilidade, pressões prolongadas, fricção,
traumatismos, idade avançada, desnutrição,
incontinência urinária e fecal, infeção, deficiência
de vitamina, pressão arterial, humidade excessiva,
edema.
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48. PÉ DIABÉTICO
É uma série de alterações
anatomopatológicas e neurológicas
periféricas que ocorrem nos pés de
pessoas acometidas pelo diabetes mellitus.
Essas alterações constituem-se de
neuropatia diabética, problemas
circulatórios, infeção e menor circulação
sanguínea no local.
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50. INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO
Resulta da contaminação bacteriana
durante ou após um procedimento cirúrgico.
A maioria das feridas cirúrgicas é
contaminada. A infeção raramente se
desenvolve se: a contaminação for mínima,
a lesão for pequena, houver boa perfusão e
oxigenação do tecido subcutâneo e não
houver espaço morto.
51. CONCLUSAO
O diagnóstico atempado das infeções da pele e
tecidos moles é fundamental. Se bem que a
maioria corresponda a situações benignas, o seu
tratamento precoce, por vezes apenas local, pode
evitar a progressão para formas mais graves.
Se a doença for grave, é importante o
conhecimento da bactéria implicada, para iniciar
um tratamento dirigido, assim como do padrão de
resistência aos antibióticos.
52. A resistência aos antibióticos tem tido um aumento
crescente, sendo um dos fatores implicados o uso
excessivo e inadequado destes fármacos.
A infeção de tecidos moles continua sendo um
desafio para a equipe de saúde.
Esta infeção envolve uma ampla variedade de
processos que vão desde uma simples piodermite
até infeções profundas que podem comprometer
seriamente a vida.
A melhor medida e a prevenção.
53. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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http://www.suapesquisa.com
Notas do Editor
A aplicação de antibióticos na região afetada, utilizando-se cremes e loções a base de eritromicina e ácido fusídico pode ser bastante eficaz. Eles atuam matando as bactérias - notadamente, P. acnes - que se alojam no orifício do folículo piloso. Há também antibióticos orais, que são utilizados em casos mais graves e têm efeito melhor.