O documento discute várias doenças infecciosas causadas por bactérias, incluindo difteria, tétano, botulismo, tuberculose, lepra e sífilis. Ele fornece informações sobre os agentes causadores, sintomas, transmissão e tratamento/prevenção destas doenças.
Doenças infecciosas causadas por bactérias e micobactérias
1. INFECÇÕES PROVOCADAS POR BACTÉRIAS
TOXINOGÊNCAS.
INFECÇÕES PROVOCADAS POR MICOBACTÉRIAS.
DOENÇAS CAUSADAS POR ESPRIROQUETAS.
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
2. BACTÉRIAS TOXINOGÊNCAS.
São doenças produzidas pela ingestão de alimentos que contêm toxinas formadas naturalmente
em tecidos de plantas ou animais, ou produtos metabólicos de microorganismos ou por
substâncias químicas ou contaminantes físicos que se incorporam a ele de modo acidental ou
intencional em qualquer momento, desde a sua origem, produção até o consumo.
As infecções bacterianas podem desencadear sintomas que incluem a febre.
Estes agentes, na luz intestinal, podem se multiplicar, lisar, esporular e produzir toxinas, aderir
ou invadir a parede intestinal podendo alcançar órgãos ou sistemas.
Atualmente, admitem-se quatro divisões para as doenças transmitidas por alimentos: toxinose,
infecção, toxinfecção e intoxicação química.
3. BACTÉRIAS TOXINOGÊNCAS.
Toxinfecção:
São doenças que resultam da ingestão de
alimentos que apresentam organismos
prejudiciais à saúde e que liberam substâncias
tóxicas.
Exemplo: cólera
Infecção:
São doenças que resultam da ingestão de um
alimento que contenha organismos prejudiciais à
saúde.
Exemplo: Toxoplasmose;
Intoxicação:
Ocorrem quando uma pessoa ingere alimentos
com substâncias tóxicas, incluindo as toxinas
produzidas por microrganismos, como bactérias
e fungos.
Exemplo: botulismo, intoxicação estafilocócica;
Toxinose:
Ingestão de toxina bacteriana pré-formada no
alimento decorrente da multiplicação de
bactérias toxinogênicas.
Intoxicação química:
Quadro decorrente da ingestão de substâncias
químicas presentes nos alimentos (agrotóxicos,
por exemplo).
4. DIFTERIA
Também conhecida como crupe, a difteria é
altamente contagiosa, normalmente ocorre nos
meses frios e atinge, principalmente, crianças de
até 10 anos de idade. A doença é produzida pelo
bacilo Corynebacterium diphteriae, que se aloja
nas amígdalas, faringe, laringe e fossas nasais,
onde cria placas brancas ou acinzentadas, muitas
vezes visíveis a olho nu.
5. DIFTERIA
TRANSMISSÃO:
A transmissão da difteria ocorre basicamente
por meio da tosse, espirro ou por lesões na
pele, ou seja, a bactéria da difteria é
transmitida pelo contato direto da pessoa
doente ou portadores com pessoa suscetível,
por meio de gotículas eliminadas por tosse,
espirro ou ao falar.
Em casos raros, pode ocorrer a contaminação
por objetos capazes de absorver e transportar
micro-organismos, como a bactéria causadora
da difteria.
SINTOMAS:
Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as
amígdalas e podendo cobrir outras estruturas da
gargante;
Dor de garganta discreta;
Glânglios inchados (linfonodos aumentados) no
pescoço;
Dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos
graves;
Palidez;
Febre não muito elevada;
Mal-estar geral.
6. DIFTERIA
TRATAMENTO:
O tratamento da difteria é feito com o soro antidiftérico (SAD),
que deve ser ministrado em unidade hospitalar. A finalidade do
tratamento é inativar a toxina da bactéria o mais rapidamente
possível. O uso do antibiótico é considerado como medida auxiliar
do tratamento, ajudando a interromper o avanço da doença.
Complicações:
A difteria, se não for tratada rápida e corretamente, pode provocar
algumas complicações, como:
Insuficiência respiratória;
Problemas cardíacos;
Problemas neurológicos;
Insuficiência dos rins
PREVENÇÃO:
vacinação é o principal meio de controle e
prevenção da difteria. É preciso manter o
esquema vacinal de crianças, adolescentes e
adultos sempre atualizado.
7. TÉTANO
O tétano é uma infecção aguda e grave, causada
pela toxina do bacilo tetânico (Clostridium
tetani), que entra no organismo através de
ferimentos ou lesões de pele e não é
transmitido de um indivíduo para o outro.
8. TÉTANO
TRANSMISSÃO:
Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria
em ferimentos externos, geralmente perfurantes,
contaminados com terra, poeira, fezes de animais
ou humanas.
Isso porque o bacilo se encontra no intestino dos
animais, especialmente do cavalo e do homem
(sem causar doença) e os esporos podem estar
presentes tanto em solos contaminados por fezes
ou com esterco, como na pele ou na poeira das
ruas, por exemplo.
Queimaduras e tecidos necrosados também são
uma porta de entrada, o que favorece o
desenvolvimento da bactéria.
SINTOMAS:
O tétano decorrente de acidentes se manifesta
por aumento da tensão muscular geral e
contratura.
Quando os músculos do pescoço são atingidos,
há dificuldade de deglutição.
Já o tétano neonatal é decorrente da
contaminação do cordão umbilical em recém-
nascido (criança com até 28 dias de vida). Neste
caso, o sistema nervoso é afetado e o tétano
provoca fortes dores, fazendo com que a criança
tenha contrações, chore bastante e sinta
dificuldade para mamar.
9. TÉTANO
TRATAMENTO: PREVENÇÃO:
A vacinação é a única forma de proteção.
Para uma imunização adequada, em caso de ferimento, é preciso ter tomado três doses de
toxóide tetânico, tendo sido a última dose há menos de dez anos.
10. BOTULISMO
O botulismo é uma intoxicação pouco
frequente, potencialmente mortal, causada
pelas toxinas produzidas pela bactéria
anaeróbia Clostridium botulinum.
As toxinas botulínicas, geralmente
consumidas em alimentos, podem
enfraquecer ou paralisar os músculos.
11. BOTULISMO
TRANSMISSÃO:
O botulismo transmitido pelos alimentos ocorre
quando as pessoas comem alimentos
contaminados com a toxina botulínica, produzida
pela bactéria Clostridium botulinum. Os
alimentos podem estar contaminados se forem
cozidos inadequadamente antes de serem
guardados.
O botulismo de feridas ocorre quando a
bactéria Clostridium botulinum contamina uma
ferida ou é introduzida em outros tecidos. Dentro
da ferida, as bactérias produzem toxinas que são
absorvidas pela corrente sanguínea.
SINTOMAS:
Inicia-se com uma paralisia dos músculos da
cabeça, seguido de visão borrada, dificuldade
para falar e para deglutir os alimentos, que pode-
se acompanhar de manifestações gerais como:
fraqueza muscular, enjôos e desmaios.
Também ocorre: secura da boca e da língua que
não se alivia com a ingestão de líquidos,
constipação, retenção de líquidos e diminuição
da pressão arterial.
12. BOTULISMO
TRATAMENTO:
Às vezes, carvão ativado para prevenir a
absorção da toxina consumida no alimento;
Soro Antitoxina;
Para problemas respiratórios, uso de um
ventilador mecânico.
Se as pessoas tiverem botulismo de ferida,
limpa-se totalmente a ferida e o tecido morto
é removido. São administrados então
antibióticos, como penicilina e metronidazol,
por veia (via intravenosa).
PREVENÇÃO:
Para evitar a contaminação dos alimentos,
devera-se realizar um controle apropriado do
processo de enlatado e conservação deles. Os
alimentos enlatados suspeitos devem ser
rejeitados. As conservas caseiras somente
poderão ser consumidas se forem fervidas
previamente.
13. MICOBACTÉRIAS
Mycobacterium ou micobactéria é um gênero
de actinobactérias bacilares, aeróbicas
obrigatórias, imóveis e altamente patogênicas,
que causam diversas doenças, entre as quais
lepra, tuberculose e infeções
por micobactérias não tuberculosas.
14. TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa
transmitida pelas vias aéreas e provocada em grande
parte dos casos pela bactéria Mycobacterium
tuberculosis (também conhecida como bacilo de
Koch), podendo ser causada também, embora mais
raramente, por outras espécies de agentes como
a Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti.
A doença afeta principalmente os pulmões e pode
atingir outros órgãos do corpo como rins, meninges e
ossos.
15. TUBERCULOSE
TRANSMISSÃO:
O contágio se dá pelas gotículas de escarro
eliminadas pelo enfermo quando este tosse ou
espirra ou mesmo pela poeira gerada pelo
catarro expelido.
SINTOMAS:
Emagrecimento acentuado;
Tosse com ou sem secreção por mais de três
semanas;
Febre baixa geralmente à tarde;
Sudorese noturna, cansaço excessivo;
Falta de apetite, palidez e rouquidão.
16. TUBERCULOSE
TRATAMENTO:
O tratamento pode durar seis meses a um ano
e é feito à base de antibióticos.
PREVENÇÃO:
Para prevenção da tuberculose, é aplicada a
vacina BCG em crianças, a qual previne
somente a forma grave da doença. O contágio
também pode ser evitado com tratamento e
orientação dos infectados além de melhorias
nas condições de vida da população, já que a
enfermidade está associada à pobreza e à má
distribuição de renda.
17. LEPRA
A lepra é uma infecção crônica geralmente causada pela
bactéria Mycobacterium leprae ou Mycobacterium
lepromatosis. Ela resulta em danos principalmente nos
nervos periféricos (nervos localizados no exterior do
cérebro e da medula espinhal), na pele, nos testículos, nos
olhos e nas membranas mucosas do nariz e da garganta.
18. LEPRA
TRANSMISSÃO:
A lepra pode ser transmitida de pessoa a
pessoa através de gotículas expelidas do nariz
e da boca de uma pessoa infectada e
inspiradas ou tocadas por uma pessoa não
infectada. Mas, mesmo após contato com as
bactérias, a maioria das pessoas não chega a
desenvolver a doença.
SINTOMAS:
A infecção da pele pode dar lugar a áreas de inchaço e caroços que
podem desfigurar a face.
Outras áreas do corpo podem ser afetadas:
Pés: Ulcerações podem também se desenvolver nas solas dos pés,
tornando doloroso o caminhar.
Nariz: Os danos que as vias nasais sofrem podem causar uma
congestão nasal crônica e sangramentos e, se não for administrado um
tratamento, a erosão total do nariz.
Olhos: Os danos oculares podem levar ao glaucoma ou à cegueira.
Função sexual: Os homens com lepra lepromatosa podem sofrer de
disfunção erétil (impotência) e ficar estéreis. A infecção pode diminuir a
quantidade de testosterona e de esperma produzidos pelos testículos.
Rins: Os rins podem ter mau funcionamento. Nos casos graves, é
possível que ocorra insuficiência renal.
19. LEPRA
TRATAMENTO:
Antibióticos
Os antibióticos podem deter a progressão da
lepra, mas não conseguem reverter qualquer
dano nervoso ou deformação. Por isso, a
detecção e o tratamento precoces são de
importância vital.
Como as bactérias da lepra se tornam
resistentes a um antibiótico se ele for usado
individualmente, os médicos prescrevem mais
de um medicamento
PREVENÇÃO:
Como a lepra não é muito contagiosa, o risco de
transmissão é baixo. A lepra apenas é contagiosa
na forma lepromatosa que não é tratada e,
mesmo nestes casos, a infecção não se transmite
com facilidade. Uma vez iniciado o tratamento, a
lepra não pode ser transmitida.
A melhor forma de prevenir a lepra é
Evitar contato com líquidos corporais e com
erupções cutâneas de pessoas infectadas.
Evitar contato com tatus.
20. ESPIROQUETAS
São Bactérias Gram-negativas, helicoidais.
Diversas espécies estão associadas a
doenças, incluindo Treponema pallidum, o
agente etiológico da Sífilis e Borrelia
bergdorfi, agente etiológico da Doença de
Lyme.
21. SIFÍLIS
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível
(IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela
bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias
manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis
primária, secundária, latente e terciária).
A Transmissão nos estágios primário e secundário da
infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A
sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem
camisinha com uma pessoa infectada ou para a
criança durante a gestação ou parto.
22. SIFÍLIS
SINTOMAS:
Sífilis primária
Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou
outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é
chamada de “cancro duro”; Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar
acompanhada de ínguas (caroços) na virilha; Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de
tratamento.
Sífilis secundária
Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida
inicial; Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas
dos pés. Essas lesões são rica s em bactérias; Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo
corpo; As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a
falsa impressão de cura;
23. SIFÍLIS
Sífilis latente – fase assintomática
Não aparecem sinais ou sintomas;
Sífilis terciária
Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção;
Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares
e neurológicas, podendo levar à morte.
Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas
continuar latente no organismo. Por isso é importante se proteger, fazer o teste e, se a infecção
for detectada, tratar da maneira correta.
SINTOMAS:
24.
25. SIFÍLIS
TRATAMENTO:
O tratamento de escolha é a penicilina
benzatina (benzetacil).
Esta é, até o momento, a principal e mais
eficaz forma de combater a bactéria causadora
da doença.
PREVENÇÃO:
O uso correto e regular da camisinha feminina
e/ou masculina é a medida mais importante
de prevenção da sífilis, por se tratar de uma
Infecção Sexualmente Transmissível.
A testagem e acompanhamento das gestantes
e parcerias sexuais durante o pré-natal
contribui para o controle da sífilis congênita.
26. LEPTOSPIROSE
Leptospirose é uma doença infecciosa febril
aguda que é transmitida a partir da exposição
direta ou indireta à urina de animais
(principalmente ratos) infectados pela bactéria
Leptospira;
27. LEPTOSPIROSE
TRANSMISSÃO:
Sua penetração ocorre a partir da pele com
lesões, pele íntegra imersa por longos
períodos em água contaminada ou por meio
de mucosas.
SINTOMAS:
Febre alta, sensação de mal estar, dor de
cabeça constante e acentuada, dor muscular
intensa, cansaço e calafrios estão entre as
manifestações da doença. Também são
frequentes dores abdominais, náuseas,
vômitos e diarreia, podendo levar à
desidratação.
28. LEPTOSPIROSE
TRATAMENTO:
O tratamento de pessoas com leptospirose é
feito principalmente com hidratação.
Não devem ser utilizados medicamentes para
dor ou para febre que contenham ácido
acetilsalicílico, que podem aumentar o risco de
sangramentos.
Os anti-inflamatórios também devem ser
evitados.
Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de
doença, devem ser empregados antibióticos, que
reduzem as chances de evolução para a forma
grave.
PREVENÇÃO:
As medidas de prevenção e controle devem
ser direcionadas aos reservatórios (roedores e
outros animais), à melhoria das condições de
proteção dos trabalhadores expostos e das
condições higiênico-sanitárias da população, e
às medidas corretivas sobre o meio ambiente,
diminuindo sua capacidade de suporte para a
instalação e proliferação de roedores.
Garantia da utilização de água potável,
filtrada, fervida ou clorada para consumo
humano.