Parte da Reportagem publicada no Diário do Amazonas nos dias 05 e 06 de Novembro de 2011, sobre o UCA- UM COMPUTADOR POR ALUNO - Projeto desenvolvido na Escola João Ribeiro em parceria com
2. UM EXEMPLO QUE DÁ CERTO
O governo Federal possui inúmeros projetos voltados à inclusão digital, o que pode
mudar a situação do País na próxima avaliação do Pisa. Um deles, “Computadores para
Inclusão”, recondiciona equipamentos de informática usados e os distribui para iniciativas de
inserção digital de todo o Brasil.
Outro projeto, parceria do Ministério da Educação e da Casa Civil, o “Um Computador
Por Aluno” (UCA), tem a finalidade de promover a inclusão digital, por meio da distribuição de um
computador portátil (laptop) para cada estudante e cada professor de educação básica em escolas
públicas. Além dos computadores portáteis, são oferecidos outros equipamentos que permitem o
acesso à internet.
Em Porto Velho duas escolas foram beneficiadas com o projeto: a Escola Municipal
João Ribeiro Soares e a Escola Estadual Rural Paulo Leal. Elas foram escolhidas porque, de acordo
com critérios pré-estabelecidos, a quantidade de alunos não poderia ultrapassar 500 estudantes e a
estrutura da escola deveria comportar a instalação dos laptops.
De acordo com dados do programa, em todo o Estado são quase três mil alunos e 150
professores beneficiados. A professora Maria de Lurdes dos Santos é responsável pela turma de 3
ano da escola João Ribeiro Soares. Em maio de 2010, junto a outros professores da escola, ela
iniciou o curso de capacitação do projeto, que ainda hoje acontece, já que é dividido em
módulos.continua...
3. UM EXEMPLO QUE DÁ CERTO
Em novembro do mesmo ano os alunos começaram a usar os laptops em sala de aula.
Com o curso, os professores aprendem a auxiliar os alunos com os equipamentos. “Eu
preciso de formação para que eu dê informação e é isso que o pessoal do UCA está fazendo”.
De acordo com Maria de Lurdes, as atividades com os computadores acontecem uma vez
por semana. “Utilizamos os computadores para trabalhar os conteúdos dados em sala de aula. Por
exemplo, agora eu estou trabalhando gêneros textuais e a gente está fazendo um portfólio”, conta.
Os alunos também possuem acesso à internet, sendo monitorados e com restrições para a
navegação em alguns sites. A turma ainda não leva os computadores para casa, o que deve acontecer no
próximo ano.
Apesar de fazer parte de um teste para o projeto, Lurdes acha que o resultado está sendo
positivo. “Eles queriam ver se a gente tinha condições de trabalhar dentro desse programa e o resultado
está sendo ótimo. O computador é um instrumento a mais dentro da sala de aula”.
4. POUCO A VONTADE COM A
TECNOLOGIA
Dentro dos programas criados pela prefeitura e pelo governo Estadual, a capacitação para os
docentes é prioridade. Com a inclusão, eficaz ou não, de computadores e laboratórios dentro das escolas, o
auxílio técnico aos professores é fundamental, mas nem todos se sentem a vontade em aliar a tecnologia aos
livros e lousas.
A secretária Municipal de Educação, Fátima Ferreira, afirma que as mudanças trazem dificuldades.
“Agora a gente já conseguiu avançar um pouco, mas logo no início, alguns anos atrás, os professores tinham
mais dificuldade porque não tinham esse processo de formação. Essa geração de hoje já tem uma facilidade.
Com o tempo, alguns vão vendo que existe uma perspectiva de trabalho com essa nova tecnologia, vão
buscando formação. Ainda tem alguns professores que se negam a utilizar o equipamento, mas a maioria já
consegue”, conta. A secretária afirma que, em breve, a ideia é que o professor se aproprie das atividades.
“Esperamos que eles entrem nos laboratórios, que eles liguem as máquinas, envolvam os alunos e tenham esse
conhecimento do processo, e não uma pessoa a parte”. Para a professora Maria de Lurdes dos Santos, agregar
novas tecnologias à sala de aula é bom. “A internet oferece a questão da interatividade, do „aqui, agora‟, da
comunicação em tempo real”.