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ARTIGOS ORIGINAIS
A Iniciativa Hospital Amigo da Criança: contribuição para o incremento da
amamentação e a redução da mortalidade infantil no Brasil
Osvaldinete Lopes de Oliveira Silva 1
Marina Ferreira Rea 2
Sonia Isoyama Venâncio 3
Gabriela dos Santos Buccini 4
1 Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Av. Costa e Silva. Cidade Universitária. Campo Grande, MS,
Brasil. CEP: 79.070-900. E-mail: olinete@usp.br
2 Programa de Pós-graduação em Nutrição. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil.
3 Instituto de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil.
4 Yale School of Public Health. Social behavior Science. New Haven, Connecticut United States.
Resumo
Objetivos: estimar a fração atribuível populacional da mortalidade infantil evitável
mediante as mudanças em indicadores de amamentação no Brasil devido à Iniciativa
Hospital Amigo da Criança (IHAC).
Métodos: trata-se de uma estimativa do impacto da IHAC na redução da mortalidade
infantil com nível de inferência de plausibilidade, utilizando-se dados secundários da II
Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno de 2008. Inicialmente calculou-se o efeito
da IHAC em elevar as taxas da amamentação na primeira hora de vida, amamentação exclu-
siva e qualquer amamentação a partir das prevalências de amamentação entre os nascidos
em hospitais amigos da criança (HAC) e os nascidos em não hospitais amigos da criança
(NHAC). Posteriormente, foi estimada a fração atribuível da não amamentação para morta-
lidade neonatal tardia, mortalidade por todas as causas e mortalidade por infecções, para
nascidos em HAC e NHAC e estimou-se o número de óbitos evitáveis caso todas as crianças
nascessem em HAC.
Resultados: a redução de 4,2% das mortes neonatais tardias foi atribuída ao aumento
das prevalências de AMPH proporcionado pela IHAC. Mediante a promoção da amamen-
tação em menores de 6 meses, a IHAC contribuiu potencialmente para reduzir 3,5% de
mortes por todas as causas e 4,2% de mortes por infecção.
Conclusões: a redução da mortalidade em crianças de 7 a 180 dias em 2008, potencial-
mente atribuível à IHAC através da promoção de indicadores de AM, reforça a importância
de fortalecer e expandir essa iniciativa no Brasil para aumentar a sobrevivência infantil.
Palavras-chave Mortalidade infantil, Aleitamento materno, Saúde infantil
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative
Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer
meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.
http://dx.doi.org/10.1590/1806-93042018000300003
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018492
Introdução
No período de 1990 a 2016 a mortalidade infantil
declinou 52,3% no mundo e no Brasil caiu 73,6%
passando de 53 para 14 mortes infantis em cada 1000
nascidos vivos. Entretanto continua sendo uma
preocupação da Saúde Pública por tratar-se de um
forte indicador das condições de vida e iniquidades
em saúde de uma população. No mesmo período, a
mortalidade neonatal foi reduzida em 48,6% no
mundo e em 69% no Brasil. Contudo, as dispari-
dades sociais persistem e incidem em aumento de
mortes de crianças em situação de vulnerabilidade
social.1
Dentre os fatores que reduzem a mortalidade
infantil, a amamentação constitui-se na prática
isolada com maior efetividade, com potencial para
evitar 823.000 mortes anuais em crianças menores
de cinco anos em todo o mundo, além de diminuir o
risco de doenças agudas e crônicas e favorecer o
crescimento e desenvolvimento infantil; este efeito é
potencializado quando se inicia na primeira hora
após o nascimento e praticada de forma exclusiva
nos primeiros 6 meses de vida.2-6 Estimativas do
impacto da amamentação sobre a mortalidade
infantil realizadas em São Paulo mostraram que
frações de mortalidade evitáveis por amamentação
superaram os 60% para infecção respiratória.7
Contudo, a despeito das fortes evidências sobre
os benefícios da amamentação exclusiva nos
primeiros seis meses de vida as prevalências
nacional e mundial permanecem abaixo da meta de
50% recomendadas pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) para o ano de 2025.4,5,8
No Brasil, a partir da década de 1980 foram
implementadas algumas estratégias de promoção,
proteção e apoio à amamentação que resultaram em
efeitos positivos em todos os indicadores de
amamentação.9 A taxa de amamentação na primeira
hora de vida (AMPH), era de 43% em 2006, segundo
a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde
(PNDS); em 2008 a II Pesquisa de Prevalência de
Aleitamento Materno (II PPAM) encontrou 67,1%10
e mais recentemente o Inquérito Nacional Nascer no
Brasil, realizado em maternidades brasileiras,
portanto, com menor risco de viés de memória que
inquéritos anteriores, apontou uma prevalência
nacional de 56%.11 A duração mediana da amamen-
tação passou de 2,5 para 11,3 meses no período de
1975 a 2008 e o aleitamento materno exclusivo em
menores de seis meses, embora tenha aumentado em
14 vezes, passando de 3,1% para 41,0%, ainda se
encontra abaixo do esperado.10,12
Dentre as ações implementadas para promover o
aleitamento materno a Iniciativa Hospital Amigo da
Criança (IHAC) está entre as intervenções mais
eficazes para melhorar as taxas de AMPH, AME,
amamentação predominante (AMP) e qualquer
amamentação (AM).13-15 A IHAC foi criada pela
OMS e pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância no início da década de 1990 com o objetivo
de diminuir a morbimortalidade infantil por meio do
estímulo à prática da amamentação. Em 2016, 10%
dos nascimentos globais ocorreram em HAC,
variando de 35% na Europa a 5% na África, sendo
15% na América Latina e Caribe.5,8 No Brasil, em
2016 havia 326 hospitais credenciados correspon-
dendo a uma cobertura de 23,4% dos nascimentos no
país.5,8,16
Embora a efetividade da IHAC em elevar as
taxas de amamentação esteja bem demonstrada na
literatura,13-15 ainda é pouco conhecido seu efeito
potencial na redução de mortes infantis.
Considerando-se a importância de estudos de
impacto e estimativas de realidade para se avaliar
políticas e ações de saúde, o objetivo desta análise
foi estimar a fração atribuível populacional da
mortalidade infantil mediante as mudanças em indi-
cadores de amamentação no Brasil devido à IHAC.
Métodos
Trata-se de uma estimativa do impacto da IHAC na
redução da mortalidade infantil com nível de infe-
rência de plausibilidade, baseada no cálculo de
fração atribuível populacional (FAP). A FAP é uma
medida capaz de mensurar o efeito da eliminação do
fator de risco para determinado desfecho, medindo o
quanto a ocorrência do desfecho pode ser diminuída
se o fator de risco fosse eliminado e, portanto,
permite quantificar o efeito de uma estratégia
preventiva na Saúde Pública.17-19
Utilizaram-se duas fontes de dados secundários
nas análises, uma para coleta de dados sobre a
prevalência de amamentação em crianças nascidas
em Hospitais Amigos da Criança (HAC) ou não
Hospitais Amigos da Criança (NHAC) e outra para
dados nacionais de mortalidade infantil.
As prevalências de amamentação entre crianças
nascidas em HAC e NHAC foram obtidas da II
Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (II
PPAM) realizada no Brasil em 2008. A PPAM é um
inquérito nacional realizado em todas as capitais
brasileiras e no Distrito Federal sobre as práticas de
alimentação infantil envolvendo lactentes menores
de um ano que comparecem às campanhas nacionais
de multivacinação. O protocolo de pesquisa da II
PPAM foi aprovado pelo Comitê de Ética do
Silva OLO et al.
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 493
Iniciativa Hospital Amigo da Criança: amamentação e mortalidade infantil
Instituto de Saúde (Protocolo 001/2008, de
06/05/2008), após consulta à Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa.
Os participantes da II PPAM foram selecionados
considerando o número de postos de vacinação e o
número de crianças imunizadas em cada posto no
ano anterior. A amostra foi definida em duas etapas.
Na primeira etapa, foram sorteados os postos e na
segunda o sorteio sistemático das crianças na fila
para serem vacinadas. O instrumento para coleta de
dados contemplava características das crianças e
suas mães, o nascimento em HAC ou NHAC e o
consumo alimentar da criança nas últimas 24
horas.10 Para esta análise foram incluídas apenas
crianças menores de seis meses de idade (n=18.929),
34,1% nasceram em HAC e metade (50,7%)
nasceram de parto normal. No momento da entre-
vista, 71,4% das mães possuíam de 20 a 35 anos,
38,5% estudaram até nove anos e apenas 14,7% das
mães trabalhavam fora de casa. A amostra da PPAM
foi delineada para ser representativa das mães e
crianças residentes nas capitais brasileiras e Distrito
Federal.10,12
Para o cálculo do número de mortes evitáveis
foram utilizados os dados nacionais de mortalidade
infantil disponíveis no DATASUS, sistema do
Ministério da Saúde, Brasil, referentes ao ano de
2008, para os três indicadores de mortalidade especi-
ficados a seguir: (a) Mortalidade neonatal tardia
definida como óbitos ocorridos de 7 a 27 dias de
vida completos. Optou-se por utilizar apenas os
óbitos ocorridos neste período devido à forte
influência dos fatores perinatais na mortalidade
neonatal precoce (óbitos ocorridos de 0 a 6 dias de
vida completos)]; (b) Mortalidade por todas as
causas ocorridas no período de 7 dias a 180 dias de
vida e (c) Mortalidade por infecção ocorrida no
período de 7 dias a 180 dias de vida.
A análise dos dados consistiu de 2 etapas
descritas na Figura 1. A primeira etapa buscou iden-
tificar a associação entre nascer em HAC e práticas
de amamentação e consistiu de dois passos. No
primeiro passo (1a) foram obtidas as prevalências
dos três indicadores de amamentação segundo nasci-
mento em HAC ou NHAC. Para garantir a represen-
tatividade das prevalências dos indicadores de
amamentação, estas foram obtidas levando-se em
conta a complexidade da amostra da II PPAM,
considerando o peso amostral de cada capital. No
segundo passo (1b), calculou-se a diferença
percentual nas prevalências de amamentação devido
ao nascimento em HAC mediante a seguinte
expressão:
Prevalência HAC – prevalência NHAC X 100
prevalência NHAC
Na segunda etapa, estimou-se a fração atribuível
da IHAC na redução da mortalidade infantil mediada
pelo incremento da amamentação. Para tal, no
primeiro passo dessa segunda etapa (2a) calculou-se
a fração atribuível populacional da não amamen-
tação para crianças nascidas em NHAC (FAPNHAC)
e para os nascidos em HAC (FAPHAC),
considerando-se os três indicadores de mortalidade
selecionados. Nesta análise a FAP foi calculada
conforme proposto por Rezende e Eluf-Neto.18
Onde, RR é o risco relativo de mortalidade de
expostos em relação aos não expostos. Foram
obtidas as estimativas de risco relativo (RR) de
meta-análises sobre efeito da amamentação nos indi-
cadores de mortalidade descritos na literatura
(Tabela 1) e Pex é a prevalência da exposição obtida
a partir dos dados da II PPAM.
Foram consideradas como fatores de exposição
duas condições: a não amamentação na primeira
hora de vida (NAMPH) e a não amamentação em
menores de 6 meses (NAM). Como desfechos foram
analisados (i) mortalidade neonatal tardia mediada
pela exposição à NAMPH, (ii) mortalidade por todas
as causas e (iii) mortalidade por infecção mediada
pela exposição à NAM comparada a crianças em
AME, ambos em menores de 6 meses.
No segundo passo (2b), foi estimado o número
de óbitos infantis atribuíveis à não amamentação
aplicando as FAPs estimadas (FAPNHAC e
FAPHAC) aos dados de mortalidade infantil ocor-
ridos em 2008. Dessa forma, a estimativa do número
de mortes evitáveis pela promoção da amamentação,
caso todas as crianças nascessem em HAC, foi
obtido subtraindo-se os óbitos atribuíveis à
FAPNHAC da FAPHAC.
A análise estatística dos dados foi realizada no
programa StataSE 14.1 e Excel®. A comparação
entre as proporções foi realizada pelo teste do qui-
quadrado e o cálculo dos intervalos de confiança das
FAPs pelo método de substituição, conforme
proposto por Daly20 e aplicado em estudos dessa
natureza.17
Resultados
Na amostra obtida da II PPAM as taxas de aleita-
mento materno entre as crianças nascidas em HAC
(34,1% dos 18.929 menores de 6 meses) foram signi-
ficativamente mais elevadas em todos os indi-
cadores. A Tabela 2 apresenta as prevalências dos
três indicadores de amamentação investigados para
FAP = Pex (RR-1)/Pex (RR-1) + 1
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018494
Silva OLO et al.
Figura 1
Descrição das etapas de análise para estimativa da redução da mortalidade infantil mediada pela amamentação
promovida pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC).
Etapa1
EfetividadedaIHACnapromoção
daamamentação
Etapa2
EfstimarafraçãoatribuíveldaIHACna
reduçãodamortalidade,mediadapelo
incrementonaamamentação
(1a) Prevalência em HAC e NHAC (AMPH, AME < 6 meses, AM < 6meses)
Fonte: II PPAM, 2008
(1b) Aumento promovido nos indicadores de AM (AMPH, AME < 6 meses,
AM < 6meses)
(2a) Cálculo da fração atribuível da não-amamentação na mortalidade para
nascidos em HAC e NHAC
i. Mortalidade neonatal tardia
ii. Mortalidade por todas as causas
iii. Mortalidade por infecção
(2b) Estimativado número de mortes evitáveis pela IHAC
Fonte: DATASUS
Amigo da Criança (HAC), Não Hospital Amigo da Criança (NHAC), Amamentação na primeira hora de vida (AMPH),
amamentação exclusiva (AME), amamentação (AM), II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno (II PPAM).
Tabela 1
Efeito da não amamentação nos indicadores de mortalidade infantil, segundo meta-análises.
Indicadores Risco Relativo (IC95%) Referência
Mortalidade neonatal em crianças de 7 a 27 dias de vida não amamen-
tadas na primeira hora quando comparadas às crianças que receberam
aleitamento materno na primeira hora após o nascimento.
Mortalidade por todas as causas para crianças de 0 a 5 meses não ama-
mentadas em comparação com crianças em AME na mesma faixa etária.
Mortalidade por infecções em crianças de 0 a 5 meses não amamen-
tadas em comparação com crianças em AME na mesma faixa etária.
2,02 (1,40 – 2,93)
14,4 (6.13 - 33.9)
8,66 (3.19 - 23.5) 3
3
6
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 495
Iniciativa Hospital Amigo da Criança: amamentação e mortalidade infantil
crianças nascidas em HAC e NHAC. Para as
nascidas em HAC, a AMPH aumentou em 11,7%, o
AME em 7,9% e o AM em 2,1%.
Ao serem calculadas as FAPs da mortalidade
infantil pela não amamentação, observou-se que se
todas as crianças nascessem em HAC a fração de
mortalidade atribuível à não amamentação seria
menor para todos os desfechos em virtude das taxas
mais elevadas de aleitamento materno propor-
cionadas pela IHAC (Tabela 3).
A Tabela 4 estima quantas mortes seriam
evitadas caso todas as crianças nascessem em HAC
ao serem aplicadas as FAPNHAC e FAPHAC ao
número de mortes infantis ocorridas em 2008 no
Brasil. A redução na mortalidade proporcionada pela
IHAC foi de 4,2% para mortalidade neonatal tardia,
3,5% para mortalidade por todas as causas e 4,2%
para mortalidade por infecção.
Tabela 2
Prevalências e diferença percentual dos indicadores de amamentação considerando o nascimento em Não Hospital
Amigo da Criança (NHAC) ou Hospital Amigo da Criança (HAC). Capitais brasileiras e Distrito Federal, 2008.
Indicadores de amamentação NHAC1 HAC1 Diferença Observada2 p*
n % n %
AMPH
(n=16.570) 7.035 63,0 4.396 70,4 11,7 <0,05
AME (< 6 meses)
(n=16.632) 4.277 40,5 2.652 43,7 7,9 <0,05
AM (< 6 meses)
(n=17.327) 9.712 87,7 5.669 89,5 2,1 <0,05
1 As prevalências de amamentação foram calculadas considerando o peso amostral da amostra complexa da II Pesquisa
de Prevalência do Aleitamento Materno.
2 Diferença atribuída à Iniciativa Hospital Amigo da Criança nos indicadores de amamentação.
*Teste qui quadrado
AMPH = amamentação na primeira hora de vida; AME = aleitamento materno exclusivo; AM = amamentação.
Tabela 3
Fração atribuível populacional (FAP) da mortalidade infantil associada à não amamentação considerando nascimentos
em Não Hospital Amigo da Criança (NHAC) e Hospital Amigo da Criança (HAC). Capitais brasileiras e Distrito Federal,
2008.
Indicadores de mortalidade FAP da não amamentação (IC95%)
NHAC HAC
Mortalidade neonatal tardia (NAMPH)# 27,4 (12,9-41,7) 23,2 (10,6-36,4)
Mortalidade todas as causas (NAM <6m)* 62,2 (38,7-80,2) 58,7 (35,2-77,7)
Mortalidade por infecção (NAM <6m)* 49,0 (21,2-73,5) 44,8 (18,8-70,5)
# Mortalidade de crianças de 7 a 27 dias não amamentadas na primeira hora em comparação com crianças
amamentadas na primeira hora.
*Mortalidade de crianças 7 dias a 5 meses não amamentadas em comparação com crianças na mesma faixa etária em
amamentação exclusiva.
NAMPH = não amamentação na primeira hora de vida; NAM = não amamentação.
496 Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018
Silva OLO et al.
Tabela 4
Estimativa das mortes atribuíveis à não amamentação entre crianças nascidas em Não Hospital Amigo da Criança
(NHAC), em Hospital Amigo da Criança (HAC) e mortes potencialmente evitadas pela Iniciativa Hospital Amigo da
Criança (IHAC). Capitais brasileiras e Distrito Federal, 2008.
Indicadores Óbitos FAP Óbitos FAP Óbitos Mortes evitadas
em 2008 NHAC atribuíveis HAC atribuíveis com IHAC
NHAC HAC
n %
Mortalidade neonatal tardia (NAMPH)# 6.9931 27,4 1.916 23,2 1.622 294 4,2
Mortalidade todas as causas (NAM <6m)* 17.2162 62,2 10.708 58,7 10.106 602 3,5
Mortalidade por infecção (NAM <6m)* 17.2162 49,0 8.436 44,8 7.713 723 4,2
1 Óbitos de crianças de 7 a 27 dias, em 2008. Fonte: DATASUS
(http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/inf10uf.def)
2 Óbitos de crianças de 7 dias a 5 meses de idade em 2008. Fonte: DATASUS
(http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/inf10uf.def)
# Mortalidade de crianças de 7 a 27 dias não amamentadas na primeira hora em comparação com crianças
amamentadas na primeira hora.
*Mortalidade de crianças de 7 dias a 5 meses não amamentadas em comparação com crianças na mesma faixa etária
em amamentação exclusiva.
FAP = Fração atribuível populacional; NAMPH = não amamentação na primeira hora de vida; NAM = não
amamentação.
nosso estudo – em que pesem as diferenças de um
país africano e outro na América - pode ser justifi-
cada pelo fato de não ser esta uma análise direta do
efeito da amamentação na mortalidade, e sim uma
estimativa do efeito da IHAC mediado pela
amamentação promovida.
Ao mesmo tempo, evidencia a relevância dessa
política como uma das estratégias mais efetivas para
fomentar a AMPH por preconizar o adiamento dos
cuidados de rotina do recém-nascido, dando oportu-
nidade ao contato pele-a-pele logo após o parto,
favorecendo o início precoce do aleitamento
materno.6,11,14,23 A OMS recomenda que este
procedimento seja incorporado aos padrões
nacionais de qualidade para cuidados de saúde
materna, neonatal e infantil, visando a prevenção de
mortes infantis.5,8
A redução de 602 óbitos por todas as causas e
723 mortes por infecção em menores de 6 meses foi
identificada mesmo com pequena diferença
percentual em qualquer amamentação promovida
pela IHAC (2,1%). Nossos achados corroboram
resultados descritos na literatura.2,7,4 Lamberti et al.2
observaram que crianças não amamentadas, quando
comparadas a crianças em amamentação mesmo que
parcial, apresentaram 4,7 vezes maior risco de morte
por todas as causas e 9,5 vezes maior de morte por
pneumonia.2,3,4,8 Victora et al.4 em revisão
Discussão
Os resultados retratam de maneira inédita o impacto
potencial da IHAC na redução da mortalidade
infantil no Brasil ao elevar as prevalências de dife-
rentes indicadores de amamentação e o quanto
nascer em Hospital Amigo da Criança significa em
termos de vidas salvas. Entre os nascidos em HAC a
prevalência da amamentação na primeira hora de
vida foi 11,7% maior que os não nascidos em HAC.
Da mesma forma, o AME em menores de seis meses
foi 7,9% mais prevalente entre os nascidos em HAC.
Essas prevalências mais elevadas de amamentação
resultaram na redução de 3,5 a 4,2% dos óbitos
infantis entre crianças de 7 a 180 dias de vida, caso
todas as crianças nascessem em HAC.
O efeito observado na redução da mortalidade
neonatal tardia, em decorrência de maior prevalência
na AMPH em crianças nascidas em HAC, reforça as
evidências dessa prática como um importante fator
de proteção à sobrevivência infantil.6,8,21,22 Edmond
et al.22 em um ensaio randomizado com 10.947
crianças em Gana demonstrou o efeito protetor da
amamentação precoce observando que 22% das
mortes neonatais poderiam ser evitadas se a
amamentação fosse iniciada na primeira hora de vida
e 16% se todas as crianças fossem amamentadas no
primeiro dia. A redução inferior encontrada em
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 497
Iniciativa Hospital Amigo da Criança: amamentação e mortalidade infantil
sistemática e metanálise evidenciou a proteção
contra o risco de morrer por doenças infecciosas
conferida por qualquer amamentação e, em especial
pelo AME, proteção que se estende até o segundo
ano de vida. Logo, o aumento da amamentação deve
estar entre as principais prioridades para reduzir
mortes infantis, justificando investimentos em
políticas públicas promotoras do aleitamento
materno.4,5,8
Tais evidências, portanto, fundamentam o
propósito original da IHAC de contribuir para a
redução da mortalidade infantil, haja vista a associ-
ação entre IHAC e taxas mais elevadas de amamen-
tação.13-15 Neste estudo, apesar da efetividade da
IHAC em elevar as prevalências do aleitamento
materno, o efeito observado é mais discreto quando
comparado a estudos internacionais. Um ensaio
comunitário, quase experimental, realizado em 54
municípios da Noruega, incluindo 2.030 crianças
mostrou que a IHAC aumentou em 33% a probabili-
dade de AME em menores de seis meses.24
Recente revisão sistemática com meta-análise
concluiu que a IHAC contribuiu para aumentar em
20% a AMPH, em 49% o AME nos primeiros seis
meses e em 66% qualquer amamentação.14 Pérez-
Escamilla et al.15 revisando estudos de 19 países
concluiu que a IHAC tem efeito positivo nos desfe-
chos de amamentação em curto, médio e longo
prazo, confirmando os resultados do estudo
PROBIT, pioneiro em demonstrar a efetividade da
IHAC.13
Sabe-se entretanto que a ocorrência desse efeito
está sujeita ao cumprimento dos Dez Passos para o
Sucesso da Amamentação, base da Iniciativa.
Segundo Pérez-Escamilla et al.15 existe uma relação
dose-resposta entre o número de etapas da IHAC nas
quais as mulheres estão expostas e a probabilidade
de melhorar os desfechos da amamentação.
DiGirolamo25 observou que mães que não experi-
mentaram nenhum dos passos da IHAC tiveram 13
vezes mais chance de interromper precocemente a
amamentação. Dentre esses, o passo 10 (encami-
nhamento das mães a grupos de apoio na atenção
básica), parece ser essencial para sustentar os efeitos
da IHAC na amamentação a longo prazo por for-
talecer as ações de apoio e promoção da amamen-
tação realizadas na atenção básica.15,26
No Brasil, dados do monitoramento on-line da
IHAC realizado anualmente pelo Ministério da
Saúde, apontam aumento do grau médio de cumpri-
mento dos Dez passos de 56,8% em 2011 para 86,8%
em 2015, com evolução do passo 4 (contato pele-a-
pele) de 45% para 65% no mesmo período.16 No
entanto, estudos nacionais realizados ao longo dos
25 anos da IHAC no Brasil, destacaram as dificul-
dades para o cumprimento dos 10 passos em hospi-
tais credenciados.26-29 Este pode ser, portanto, um
dos principais fatores que contribuiram para mini-
mizar a efetividade da IHAC na redução da mortali-
dade infantil via promoção da amamentação obser-
vada neste estudo.
Recentes relatórios da OMS e OPAS reconhecem
que a IHAC, em nível mundial, enfrenta inúmeros
desafios em termos de sustentabilidade, financia-
mento e prioridades concorrentes. Dentre os princi-
pais desafios encontram-se resistência às mudanças
e falta de identificação com a Iniciativa, problemas
com recursos humanos, como a rotatividade de
pessoal e a falta de treinamento e violações do
Código Internacional de Comercialização de
Substitutos de leite materno. Alertam que a atenção
à essa política vem diminuindo ao longo do tempo,
carecendo ser revitalizada, haja vista sua
importância na promoção da amamentação para
salvar vidas.5,8
No Brasil, um estudo observou que a implan-
tação da IHAC constitui um processo de mudança
abrangente que influencia diferentes aspectos de
uma instituição, incluindo mudanças estruturais e
tecnológicas e em especial de ordem cultural,
passando pela resistência à mudança e falta de apro-
priação da Iniciativa por médicos e gestores.30 Isto é
necessário para a sensibilização e humanização dos
profissionais envolvidos na aplicação das práticas
adequadas do parto/nascimento e amamentação.
Essas questões requerem enfrentamento e ajudam a
explicar os desafios para o cumprimento dos
critérios exigidos pela Iniciativa, que podem deter-
minar seu impacto na redução da mortalidade
infantil.
Embora as estimativas de prevalência dos indi-
cadores de amamentação tenham sido obtidas de
uma amostra representativa das crianças residentes
nas capitais brasileiras e Distrito Federal, não é
possível afirmar, no momento da realização do
estudo, se os HAC cumpriam os Dez Passos. Dessa
forma, as estimativas de impacto da IHAC mediada
pelo aumento das prevalências da amamentação
podem estar subestimadas, sendo esta uma limitação
deste estudo. Contudo, a abordagem da FAP consiste
em uma metodologia viável e recomendada que deve
ser repetida para avaliar o impacto de intervenções
em saúde pública.17-19
Consideramos que os dados gerados, não
obstante a limitação citada, trazem importante
contribuição em favor da expansão dessa política no
Brasil.
A IHAC contribuiu para reduzir óbitos infantis
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018498
Silva OLO et al.
reforçam a importância de investimentos nacionais
no fortalecimento, expansão e sustentabilidade dessa
política pública.
em crianças de 7 a 180 dias em 2008 no Brasil. A
redução da mortalidade infantil potencialmente
atribuível a IHAC por elevar as prevalências de
diferentes indicadores de amamentação justificam e
Referências
1. UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
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______________
Recebido em 15 de Setembro de 2017
Versão final apresentada em 3 de Junho de 2018
Aprovado em 16 de Julho de 2018

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IHAC: promove Amamentação & diminui Mortalidade Infantil no Brasil

  • 1. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 491 ARTIGOS ORIGINAIS A Iniciativa Hospital Amigo da Criança: contribuição para o incremento da amamentação e a redução da mortalidade infantil no Brasil Osvaldinete Lopes de Oliveira Silva 1 Marina Ferreira Rea 2 Sonia Isoyama Venâncio 3 Gabriela dos Santos Buccini 4 1 Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Av. Costa e Silva. Cidade Universitária. Campo Grande, MS, Brasil. CEP: 79.070-900. E-mail: olinete@usp.br 2 Programa de Pós-graduação em Nutrição. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. 3 Instituto de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. 4 Yale School of Public Health. Social behavior Science. New Haven, Connecticut United States. Resumo Objetivos: estimar a fração atribuível populacional da mortalidade infantil evitável mediante as mudanças em indicadores de amamentação no Brasil devido à Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Métodos: trata-se de uma estimativa do impacto da IHAC na redução da mortalidade infantil com nível de inferência de plausibilidade, utilizando-se dados secundários da II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno de 2008. Inicialmente calculou-se o efeito da IHAC em elevar as taxas da amamentação na primeira hora de vida, amamentação exclu- siva e qualquer amamentação a partir das prevalências de amamentação entre os nascidos em hospitais amigos da criança (HAC) e os nascidos em não hospitais amigos da criança (NHAC). Posteriormente, foi estimada a fração atribuível da não amamentação para morta- lidade neonatal tardia, mortalidade por todas as causas e mortalidade por infecções, para nascidos em HAC e NHAC e estimou-se o número de óbitos evitáveis caso todas as crianças nascessem em HAC. Resultados: a redução de 4,2% das mortes neonatais tardias foi atribuída ao aumento das prevalências de AMPH proporcionado pela IHAC. Mediante a promoção da amamen- tação em menores de 6 meses, a IHAC contribuiu potencialmente para reduzir 3,5% de mortes por todas as causas e 4,2% de mortes por infecção. Conclusões: a redução da mortalidade em crianças de 7 a 180 dias em 2008, potencial- mente atribuível à IHAC através da promoção de indicadores de AM, reforça a importância de fortalecer e expandir essa iniciativa no Brasil para aumentar a sobrevivência infantil. Palavras-chave Mortalidade infantil, Aleitamento materno, Saúde infantil Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. http://dx.doi.org/10.1590/1806-93042018000300003
  • 2. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018492 Introdução No período de 1990 a 2016 a mortalidade infantil declinou 52,3% no mundo e no Brasil caiu 73,6% passando de 53 para 14 mortes infantis em cada 1000 nascidos vivos. Entretanto continua sendo uma preocupação da Saúde Pública por tratar-se de um forte indicador das condições de vida e iniquidades em saúde de uma população. No mesmo período, a mortalidade neonatal foi reduzida em 48,6% no mundo e em 69% no Brasil. Contudo, as dispari- dades sociais persistem e incidem em aumento de mortes de crianças em situação de vulnerabilidade social.1 Dentre os fatores que reduzem a mortalidade infantil, a amamentação constitui-se na prática isolada com maior efetividade, com potencial para evitar 823.000 mortes anuais em crianças menores de cinco anos em todo o mundo, além de diminuir o risco de doenças agudas e crônicas e favorecer o crescimento e desenvolvimento infantil; este efeito é potencializado quando se inicia na primeira hora após o nascimento e praticada de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.2-6 Estimativas do impacto da amamentação sobre a mortalidade infantil realizadas em São Paulo mostraram que frações de mortalidade evitáveis por amamentação superaram os 60% para infecção respiratória.7 Contudo, a despeito das fortes evidências sobre os benefícios da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida as prevalências nacional e mundial permanecem abaixo da meta de 50% recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o ano de 2025.4,5,8 No Brasil, a partir da década de 1980 foram implementadas algumas estratégias de promoção, proteção e apoio à amamentação que resultaram em efeitos positivos em todos os indicadores de amamentação.9 A taxa de amamentação na primeira hora de vida (AMPH), era de 43% em 2006, segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS); em 2008 a II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (II PPAM) encontrou 67,1%10 e mais recentemente o Inquérito Nacional Nascer no Brasil, realizado em maternidades brasileiras, portanto, com menor risco de viés de memória que inquéritos anteriores, apontou uma prevalência nacional de 56%.11 A duração mediana da amamen- tação passou de 2,5 para 11,3 meses no período de 1975 a 2008 e o aleitamento materno exclusivo em menores de seis meses, embora tenha aumentado em 14 vezes, passando de 3,1% para 41,0%, ainda se encontra abaixo do esperado.10,12 Dentre as ações implementadas para promover o aleitamento materno a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) está entre as intervenções mais eficazes para melhorar as taxas de AMPH, AME, amamentação predominante (AMP) e qualquer amamentação (AM).13-15 A IHAC foi criada pela OMS e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância no início da década de 1990 com o objetivo de diminuir a morbimortalidade infantil por meio do estímulo à prática da amamentação. Em 2016, 10% dos nascimentos globais ocorreram em HAC, variando de 35% na Europa a 5% na África, sendo 15% na América Latina e Caribe.5,8 No Brasil, em 2016 havia 326 hospitais credenciados correspon- dendo a uma cobertura de 23,4% dos nascimentos no país.5,8,16 Embora a efetividade da IHAC em elevar as taxas de amamentação esteja bem demonstrada na literatura,13-15 ainda é pouco conhecido seu efeito potencial na redução de mortes infantis. Considerando-se a importância de estudos de impacto e estimativas de realidade para se avaliar políticas e ações de saúde, o objetivo desta análise foi estimar a fração atribuível populacional da mortalidade infantil mediante as mudanças em indi- cadores de amamentação no Brasil devido à IHAC. Métodos Trata-se de uma estimativa do impacto da IHAC na redução da mortalidade infantil com nível de infe- rência de plausibilidade, baseada no cálculo de fração atribuível populacional (FAP). A FAP é uma medida capaz de mensurar o efeito da eliminação do fator de risco para determinado desfecho, medindo o quanto a ocorrência do desfecho pode ser diminuída se o fator de risco fosse eliminado e, portanto, permite quantificar o efeito de uma estratégia preventiva na Saúde Pública.17-19 Utilizaram-se duas fontes de dados secundários nas análises, uma para coleta de dados sobre a prevalência de amamentação em crianças nascidas em Hospitais Amigos da Criança (HAC) ou não Hospitais Amigos da Criança (NHAC) e outra para dados nacionais de mortalidade infantil. As prevalências de amamentação entre crianças nascidas em HAC e NHAC foram obtidas da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (II PPAM) realizada no Brasil em 2008. A PPAM é um inquérito nacional realizado em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal sobre as práticas de alimentação infantil envolvendo lactentes menores de um ano que comparecem às campanhas nacionais de multivacinação. O protocolo de pesquisa da II PPAM foi aprovado pelo Comitê de Ética do Silva OLO et al.
  • 3. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 493 Iniciativa Hospital Amigo da Criança: amamentação e mortalidade infantil Instituto de Saúde (Protocolo 001/2008, de 06/05/2008), após consulta à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Os participantes da II PPAM foram selecionados considerando o número de postos de vacinação e o número de crianças imunizadas em cada posto no ano anterior. A amostra foi definida em duas etapas. Na primeira etapa, foram sorteados os postos e na segunda o sorteio sistemático das crianças na fila para serem vacinadas. O instrumento para coleta de dados contemplava características das crianças e suas mães, o nascimento em HAC ou NHAC e o consumo alimentar da criança nas últimas 24 horas.10 Para esta análise foram incluídas apenas crianças menores de seis meses de idade (n=18.929), 34,1% nasceram em HAC e metade (50,7%) nasceram de parto normal. No momento da entre- vista, 71,4% das mães possuíam de 20 a 35 anos, 38,5% estudaram até nove anos e apenas 14,7% das mães trabalhavam fora de casa. A amostra da PPAM foi delineada para ser representativa das mães e crianças residentes nas capitais brasileiras e Distrito Federal.10,12 Para o cálculo do número de mortes evitáveis foram utilizados os dados nacionais de mortalidade infantil disponíveis no DATASUS, sistema do Ministério da Saúde, Brasil, referentes ao ano de 2008, para os três indicadores de mortalidade especi- ficados a seguir: (a) Mortalidade neonatal tardia definida como óbitos ocorridos de 7 a 27 dias de vida completos. Optou-se por utilizar apenas os óbitos ocorridos neste período devido à forte influência dos fatores perinatais na mortalidade neonatal precoce (óbitos ocorridos de 0 a 6 dias de vida completos)]; (b) Mortalidade por todas as causas ocorridas no período de 7 dias a 180 dias de vida e (c) Mortalidade por infecção ocorrida no período de 7 dias a 180 dias de vida. A análise dos dados consistiu de 2 etapas descritas na Figura 1. A primeira etapa buscou iden- tificar a associação entre nascer em HAC e práticas de amamentação e consistiu de dois passos. No primeiro passo (1a) foram obtidas as prevalências dos três indicadores de amamentação segundo nasci- mento em HAC ou NHAC. Para garantir a represen- tatividade das prevalências dos indicadores de amamentação, estas foram obtidas levando-se em conta a complexidade da amostra da II PPAM, considerando o peso amostral de cada capital. No segundo passo (1b), calculou-se a diferença percentual nas prevalências de amamentação devido ao nascimento em HAC mediante a seguinte expressão: Prevalência HAC – prevalência NHAC X 100 prevalência NHAC Na segunda etapa, estimou-se a fração atribuível da IHAC na redução da mortalidade infantil mediada pelo incremento da amamentação. Para tal, no primeiro passo dessa segunda etapa (2a) calculou-se a fração atribuível populacional da não amamen- tação para crianças nascidas em NHAC (FAPNHAC) e para os nascidos em HAC (FAPHAC), considerando-se os três indicadores de mortalidade selecionados. Nesta análise a FAP foi calculada conforme proposto por Rezende e Eluf-Neto.18 Onde, RR é o risco relativo de mortalidade de expostos em relação aos não expostos. Foram obtidas as estimativas de risco relativo (RR) de meta-análises sobre efeito da amamentação nos indi- cadores de mortalidade descritos na literatura (Tabela 1) e Pex é a prevalência da exposição obtida a partir dos dados da II PPAM. Foram consideradas como fatores de exposição duas condições: a não amamentação na primeira hora de vida (NAMPH) e a não amamentação em menores de 6 meses (NAM). Como desfechos foram analisados (i) mortalidade neonatal tardia mediada pela exposição à NAMPH, (ii) mortalidade por todas as causas e (iii) mortalidade por infecção mediada pela exposição à NAM comparada a crianças em AME, ambos em menores de 6 meses. No segundo passo (2b), foi estimado o número de óbitos infantis atribuíveis à não amamentação aplicando as FAPs estimadas (FAPNHAC e FAPHAC) aos dados de mortalidade infantil ocor- ridos em 2008. Dessa forma, a estimativa do número de mortes evitáveis pela promoção da amamentação, caso todas as crianças nascessem em HAC, foi obtido subtraindo-se os óbitos atribuíveis à FAPNHAC da FAPHAC. A análise estatística dos dados foi realizada no programa StataSE 14.1 e Excel®. A comparação entre as proporções foi realizada pelo teste do qui- quadrado e o cálculo dos intervalos de confiança das FAPs pelo método de substituição, conforme proposto por Daly20 e aplicado em estudos dessa natureza.17 Resultados Na amostra obtida da II PPAM as taxas de aleita- mento materno entre as crianças nascidas em HAC (34,1% dos 18.929 menores de 6 meses) foram signi- ficativamente mais elevadas em todos os indi- cadores. A Tabela 2 apresenta as prevalências dos três indicadores de amamentação investigados para FAP = Pex (RR-1)/Pex (RR-1) + 1
  • 4. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018494 Silva OLO et al. Figura 1 Descrição das etapas de análise para estimativa da redução da mortalidade infantil mediada pela amamentação promovida pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Etapa1 EfetividadedaIHACnapromoção daamamentação Etapa2 EfstimarafraçãoatribuíveldaIHACna reduçãodamortalidade,mediadapelo incrementonaamamentação (1a) Prevalência em HAC e NHAC (AMPH, AME < 6 meses, AM < 6meses) Fonte: II PPAM, 2008 (1b) Aumento promovido nos indicadores de AM (AMPH, AME < 6 meses, AM < 6meses) (2a) Cálculo da fração atribuível da não-amamentação na mortalidade para nascidos em HAC e NHAC i. Mortalidade neonatal tardia ii. Mortalidade por todas as causas iii. Mortalidade por infecção (2b) Estimativado número de mortes evitáveis pela IHAC Fonte: DATASUS Amigo da Criança (HAC), Não Hospital Amigo da Criança (NHAC), Amamentação na primeira hora de vida (AMPH), amamentação exclusiva (AME), amamentação (AM), II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno (II PPAM). Tabela 1 Efeito da não amamentação nos indicadores de mortalidade infantil, segundo meta-análises. Indicadores Risco Relativo (IC95%) Referência Mortalidade neonatal em crianças de 7 a 27 dias de vida não amamen- tadas na primeira hora quando comparadas às crianças que receberam aleitamento materno na primeira hora após o nascimento. Mortalidade por todas as causas para crianças de 0 a 5 meses não ama- mentadas em comparação com crianças em AME na mesma faixa etária. Mortalidade por infecções em crianças de 0 a 5 meses não amamen- tadas em comparação com crianças em AME na mesma faixa etária. 2,02 (1,40 – 2,93) 14,4 (6.13 - 33.9) 8,66 (3.19 - 23.5) 3 3 6
  • 5. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 495 Iniciativa Hospital Amigo da Criança: amamentação e mortalidade infantil crianças nascidas em HAC e NHAC. Para as nascidas em HAC, a AMPH aumentou em 11,7%, o AME em 7,9% e o AM em 2,1%. Ao serem calculadas as FAPs da mortalidade infantil pela não amamentação, observou-se que se todas as crianças nascessem em HAC a fração de mortalidade atribuível à não amamentação seria menor para todos os desfechos em virtude das taxas mais elevadas de aleitamento materno propor- cionadas pela IHAC (Tabela 3). A Tabela 4 estima quantas mortes seriam evitadas caso todas as crianças nascessem em HAC ao serem aplicadas as FAPNHAC e FAPHAC ao número de mortes infantis ocorridas em 2008 no Brasil. A redução na mortalidade proporcionada pela IHAC foi de 4,2% para mortalidade neonatal tardia, 3,5% para mortalidade por todas as causas e 4,2% para mortalidade por infecção. Tabela 2 Prevalências e diferença percentual dos indicadores de amamentação considerando o nascimento em Não Hospital Amigo da Criança (NHAC) ou Hospital Amigo da Criança (HAC). Capitais brasileiras e Distrito Federal, 2008. Indicadores de amamentação NHAC1 HAC1 Diferença Observada2 p* n % n % AMPH (n=16.570) 7.035 63,0 4.396 70,4 11,7 <0,05 AME (< 6 meses) (n=16.632) 4.277 40,5 2.652 43,7 7,9 <0,05 AM (< 6 meses) (n=17.327) 9.712 87,7 5.669 89,5 2,1 <0,05 1 As prevalências de amamentação foram calculadas considerando o peso amostral da amostra complexa da II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno. 2 Diferença atribuída à Iniciativa Hospital Amigo da Criança nos indicadores de amamentação. *Teste qui quadrado AMPH = amamentação na primeira hora de vida; AME = aleitamento materno exclusivo; AM = amamentação. Tabela 3 Fração atribuível populacional (FAP) da mortalidade infantil associada à não amamentação considerando nascimentos em Não Hospital Amigo da Criança (NHAC) e Hospital Amigo da Criança (HAC). Capitais brasileiras e Distrito Federal, 2008. Indicadores de mortalidade FAP da não amamentação (IC95%) NHAC HAC Mortalidade neonatal tardia (NAMPH)# 27,4 (12,9-41,7) 23,2 (10,6-36,4) Mortalidade todas as causas (NAM <6m)* 62,2 (38,7-80,2) 58,7 (35,2-77,7) Mortalidade por infecção (NAM <6m)* 49,0 (21,2-73,5) 44,8 (18,8-70,5) # Mortalidade de crianças de 7 a 27 dias não amamentadas na primeira hora em comparação com crianças amamentadas na primeira hora. *Mortalidade de crianças 7 dias a 5 meses não amamentadas em comparação com crianças na mesma faixa etária em amamentação exclusiva. NAMPH = não amamentação na primeira hora de vida; NAM = não amamentação.
  • 6. 496 Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 Silva OLO et al. Tabela 4 Estimativa das mortes atribuíveis à não amamentação entre crianças nascidas em Não Hospital Amigo da Criança (NHAC), em Hospital Amigo da Criança (HAC) e mortes potencialmente evitadas pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Capitais brasileiras e Distrito Federal, 2008. Indicadores Óbitos FAP Óbitos FAP Óbitos Mortes evitadas em 2008 NHAC atribuíveis HAC atribuíveis com IHAC NHAC HAC n % Mortalidade neonatal tardia (NAMPH)# 6.9931 27,4 1.916 23,2 1.622 294 4,2 Mortalidade todas as causas (NAM <6m)* 17.2162 62,2 10.708 58,7 10.106 602 3,5 Mortalidade por infecção (NAM <6m)* 17.2162 49,0 8.436 44,8 7.713 723 4,2 1 Óbitos de crianças de 7 a 27 dias, em 2008. Fonte: DATASUS (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/inf10uf.def) 2 Óbitos de crianças de 7 dias a 5 meses de idade em 2008. Fonte: DATASUS (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/inf10uf.def) # Mortalidade de crianças de 7 a 27 dias não amamentadas na primeira hora em comparação com crianças amamentadas na primeira hora. *Mortalidade de crianças de 7 dias a 5 meses não amamentadas em comparação com crianças na mesma faixa etária em amamentação exclusiva. FAP = Fração atribuível populacional; NAMPH = não amamentação na primeira hora de vida; NAM = não amamentação. nosso estudo – em que pesem as diferenças de um país africano e outro na América - pode ser justifi- cada pelo fato de não ser esta uma análise direta do efeito da amamentação na mortalidade, e sim uma estimativa do efeito da IHAC mediado pela amamentação promovida. Ao mesmo tempo, evidencia a relevância dessa política como uma das estratégias mais efetivas para fomentar a AMPH por preconizar o adiamento dos cuidados de rotina do recém-nascido, dando oportu- nidade ao contato pele-a-pele logo após o parto, favorecendo o início precoce do aleitamento materno.6,11,14,23 A OMS recomenda que este procedimento seja incorporado aos padrões nacionais de qualidade para cuidados de saúde materna, neonatal e infantil, visando a prevenção de mortes infantis.5,8 A redução de 602 óbitos por todas as causas e 723 mortes por infecção em menores de 6 meses foi identificada mesmo com pequena diferença percentual em qualquer amamentação promovida pela IHAC (2,1%). Nossos achados corroboram resultados descritos na literatura.2,7,4 Lamberti et al.2 observaram que crianças não amamentadas, quando comparadas a crianças em amamentação mesmo que parcial, apresentaram 4,7 vezes maior risco de morte por todas as causas e 9,5 vezes maior de morte por pneumonia.2,3,4,8 Victora et al.4 em revisão Discussão Os resultados retratam de maneira inédita o impacto potencial da IHAC na redução da mortalidade infantil no Brasil ao elevar as prevalências de dife- rentes indicadores de amamentação e o quanto nascer em Hospital Amigo da Criança significa em termos de vidas salvas. Entre os nascidos em HAC a prevalência da amamentação na primeira hora de vida foi 11,7% maior que os não nascidos em HAC. Da mesma forma, o AME em menores de seis meses foi 7,9% mais prevalente entre os nascidos em HAC. Essas prevalências mais elevadas de amamentação resultaram na redução de 3,5 a 4,2% dos óbitos infantis entre crianças de 7 a 180 dias de vida, caso todas as crianças nascessem em HAC. O efeito observado na redução da mortalidade neonatal tardia, em decorrência de maior prevalência na AMPH em crianças nascidas em HAC, reforça as evidências dessa prática como um importante fator de proteção à sobrevivência infantil.6,8,21,22 Edmond et al.22 em um ensaio randomizado com 10.947 crianças em Gana demonstrou o efeito protetor da amamentação precoce observando que 22% das mortes neonatais poderiam ser evitadas se a amamentação fosse iniciada na primeira hora de vida e 16% se todas as crianças fossem amamentadas no primeiro dia. A redução inferior encontrada em
  • 7. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 497 Iniciativa Hospital Amigo da Criança: amamentação e mortalidade infantil sistemática e metanálise evidenciou a proteção contra o risco de morrer por doenças infecciosas conferida por qualquer amamentação e, em especial pelo AME, proteção que se estende até o segundo ano de vida. Logo, o aumento da amamentação deve estar entre as principais prioridades para reduzir mortes infantis, justificando investimentos em políticas públicas promotoras do aleitamento materno.4,5,8 Tais evidências, portanto, fundamentam o propósito original da IHAC de contribuir para a redução da mortalidade infantil, haja vista a associ- ação entre IHAC e taxas mais elevadas de amamen- tação.13-15 Neste estudo, apesar da efetividade da IHAC em elevar as prevalências do aleitamento materno, o efeito observado é mais discreto quando comparado a estudos internacionais. Um ensaio comunitário, quase experimental, realizado em 54 municípios da Noruega, incluindo 2.030 crianças mostrou que a IHAC aumentou em 33% a probabili- dade de AME em menores de seis meses.24 Recente revisão sistemática com meta-análise concluiu que a IHAC contribuiu para aumentar em 20% a AMPH, em 49% o AME nos primeiros seis meses e em 66% qualquer amamentação.14 Pérez- Escamilla et al.15 revisando estudos de 19 países concluiu que a IHAC tem efeito positivo nos desfe- chos de amamentação em curto, médio e longo prazo, confirmando os resultados do estudo PROBIT, pioneiro em demonstrar a efetividade da IHAC.13 Sabe-se entretanto que a ocorrência desse efeito está sujeita ao cumprimento dos Dez Passos para o Sucesso da Amamentação, base da Iniciativa. Segundo Pérez-Escamilla et al.15 existe uma relação dose-resposta entre o número de etapas da IHAC nas quais as mulheres estão expostas e a probabilidade de melhorar os desfechos da amamentação. DiGirolamo25 observou que mães que não experi- mentaram nenhum dos passos da IHAC tiveram 13 vezes mais chance de interromper precocemente a amamentação. Dentre esses, o passo 10 (encami- nhamento das mães a grupos de apoio na atenção básica), parece ser essencial para sustentar os efeitos da IHAC na amamentação a longo prazo por for- talecer as ações de apoio e promoção da amamen- tação realizadas na atenção básica.15,26 No Brasil, dados do monitoramento on-line da IHAC realizado anualmente pelo Ministério da Saúde, apontam aumento do grau médio de cumpri- mento dos Dez passos de 56,8% em 2011 para 86,8% em 2015, com evolução do passo 4 (contato pele-a- pele) de 45% para 65% no mesmo período.16 No entanto, estudos nacionais realizados ao longo dos 25 anos da IHAC no Brasil, destacaram as dificul- dades para o cumprimento dos 10 passos em hospi- tais credenciados.26-29 Este pode ser, portanto, um dos principais fatores que contribuiram para mini- mizar a efetividade da IHAC na redução da mortali- dade infantil via promoção da amamentação obser- vada neste estudo. Recentes relatórios da OMS e OPAS reconhecem que a IHAC, em nível mundial, enfrenta inúmeros desafios em termos de sustentabilidade, financia- mento e prioridades concorrentes. Dentre os princi- pais desafios encontram-se resistência às mudanças e falta de identificação com a Iniciativa, problemas com recursos humanos, como a rotatividade de pessoal e a falta de treinamento e violações do Código Internacional de Comercialização de Substitutos de leite materno. Alertam que a atenção à essa política vem diminuindo ao longo do tempo, carecendo ser revitalizada, haja vista sua importância na promoção da amamentação para salvar vidas.5,8 No Brasil, um estudo observou que a implan- tação da IHAC constitui um processo de mudança abrangente que influencia diferentes aspectos de uma instituição, incluindo mudanças estruturais e tecnológicas e em especial de ordem cultural, passando pela resistência à mudança e falta de apro- priação da Iniciativa por médicos e gestores.30 Isto é necessário para a sensibilização e humanização dos profissionais envolvidos na aplicação das práticas adequadas do parto/nascimento e amamentação. Essas questões requerem enfrentamento e ajudam a explicar os desafios para o cumprimento dos critérios exigidos pela Iniciativa, que podem deter- minar seu impacto na redução da mortalidade infantil. Embora as estimativas de prevalência dos indi- cadores de amamentação tenham sido obtidas de uma amostra representativa das crianças residentes nas capitais brasileiras e Distrito Federal, não é possível afirmar, no momento da realização do estudo, se os HAC cumpriam os Dez Passos. Dessa forma, as estimativas de impacto da IHAC mediada pelo aumento das prevalências da amamentação podem estar subestimadas, sendo esta uma limitação deste estudo. Contudo, a abordagem da FAP consiste em uma metodologia viável e recomendada que deve ser repetida para avaliar o impacto de intervenções em saúde pública.17-19 Consideramos que os dados gerados, não obstante a limitação citada, trazem importante contribuição em favor da expansão dessa política no Brasil. A IHAC contribuiu para reduzir óbitos infantis
  • 8. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018498 Silva OLO et al. reforçam a importância de investimentos nacionais no fortalecimento, expansão e sustentabilidade dessa política pública. em crianças de 7 a 180 dias em 2008 no Brasil. A redução da mortalidade infantil potencialmente atribuível a IHAC por elevar as prevalências de diferentes indicadores de amamentação justificam e Referências 1. UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Levels & Trends in Child Mortality: Report 2017 - Estimates developed by the UN inter-agency group for child mortality estimation. New York: UNICEF/WHO; 2017. [acesso em 26 fev 2018]. Disponível em: http://child- mortality.org/files_v21/download/IGME%20report%20 2017%20child%20mortality%20final.pdf 2. Lamberti LM, Zakarija-Grković I, Walker CL, Theodoratou E, Nair H, Campbell H. 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  • 9. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 18 (3): 491-499 jul-set., 2018 499 Iniciativa Hospital Amigo da Criança: amamentação e mortalidade infantil 26. Passanha A, Benício MHD, Venâncio SI, Reis MCG. Influência do apoio ao aleitamento materno oferecido pelas maternidades. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 85. 27. Ortiz PN, Rolim RB, Souza MFL, Soares PL, Vieira TO, Vieira GO, Lyra PPR, Silva LR. Comparação das práticas de amamentação em hospitais IHAC e não credenciados em Salvador, Bahia. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2011; 11 (4): 405-13. 28. Oliveira MIC, Hartz ZMA, Silva KS. Avaliação da implan- tação da iniciativa hospital amigo da criança no Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2012; 12 (3): 281-95. 29. Araújo MFM, Otto AFN, Schmitz BAS. Primeira avaliação do cumprimento dos dez passos para o sucesso do aleita- mento materno nos Hospitais Amigos da Criança do Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2003; 3 (4): 411-9. 30. Sekya SR, Luz TR. Mudança organizacional: implantação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Ciênc Saúde Coletiva. 2010; 15 (Supl. 1): 1263-73. ______________ Recebido em 15 de Setembro de 2017 Versão final apresentada em 3 de Junho de 2018 Aprovado em 16 de Julho de 2018