1) São Mateus é o oitavo município mais antigo do Brasil e sétimo mais populoso do Espírito Santo, fundado em 1544 e recebendo autonomia municipal em 1764.
2) A economia de São Mateus é baseada em serviços e petróleo, com campos de exploração descobertos nas décadas de 1970 e 1980.
3) O porto de São Mateus teve grande importância no passado, sendo rota de entrada de escravos e ponto de escoamento de produtos como farinha e café.
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1. GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - Secretaria de Estado da Educação.
CEEFMTI. MARITA MOTTA SANTOS. (27) 37632518 ou (27)3118-1220 – E-mail: escolamarita@sedu.es.gov.br
História de São Mateus e seus Patrimônios Culturais
São Mateus é o oitavo município mais antigo do Brasil, sétimo mais populoso
do estado do Espírito Santo. Foi fundado em 21 de setembro de 1544, recebendo
autonomia municipal apenas em 1764. Originalmente, chamava-se Povoado do Cricaré,
sendo rebatizado no ano de 1566 pelo padre José de Anchieta para o nome de São
Mateus. Sua população atual gira em torno dos 130 mil habitantes, segundo estimativas
do IBGE para 2019. O município de São Mateus é considerado um marco na
colonização do solo do Espírito Santo.[2]
É considerado o município com a maior população afro descente do estado. Tal fato se
dá, pois, até a segunda metade do século XIX, o Porto de São Mateus era uma das
principais portas de entrada de africanos escravizados no Brasil. Também há a
presença de descendentes de imigrantes italianos, que foram responsáveis pela
colonização de parte dos sertões mateenses.
Sua economia está baseada na oferta de serviços e na exploração e produção
de petróleo. Na década de 1970, foram descobertos vários campos de exploração e
na década de 1980, essas descobertas foram ampliadas. Na década de 2000 foi
implantado na região de Campo Grande o Terminal Norte Capixaba, responsável pelo
escoamento de toda a produção da região.
Do início da colonização, em 1544, até meados do século XVI, a pequena povoação
que se formou as margens do rio São Mateus era apenas conhecida como Povoação
do Cricaré. O nome São Mateus é em homenagem ao evangelista Mateus, pois o
padre José de Anchieta, em 1566, ano de uma de suas peregrinações pela
então Capitania do Espírito Santo, ao visitar a pequena povoação, celebrou uma missa
no dia 21 de setembro, dia de São Mateus. Como era costume na época batizar locais
e acidentes geográficos com o nome do santo do dia, Anchieta rebatizou a Povoação
do Cricaré para São Mateus.
Antes do início da colonização portuguesa a região de São Mateus era habitada por
índios aimorés, também conhecidos como Botocudos.[11]
Urnas funerárias encontradas
na região de Barra Nova, na década de 1960, além de peças de cerâmica encontradas
em uma escavação ao lado do Hospital Roberto Silvares, em 1998, são atribuídas à
etnia tupi, da qual os aimorés fazem parte, e são datados como sendo do período que
vai do século X até o século XVI.[12]
Há relatos em manuscritos, que datam do início da colonização, que havia nessa região
a incidência de índios antropófagos. Estes índios não sabiam nadar, como os demais
índios Tupis, mas remavam com habilidade e manuseavam argila com destreza.[12]
As tentativas dos padres jesuítas em tentar catequizar os indígenas foram
fracassadas. Afonso Brás, primeiro missionário do Espírito Santo, afirmou, em carta
de 1551, que após receberem o batismo os índios fugiam, tornando a cultuar suas
crenças e a praticar seus costumes.[12]
A Igreja Velha é um patrimônio histórico da cidade de São Mateus, estado do Espírito
Santo. Foi projetada para ser a maior igreja do município, mas suas obras não foram
concluídas por falta de verba da administração municipal. Encontra-se no centro da
cidade e é um dos principais cartões postais de São Mateus.
A Igreja Velha foi projetada a mando dos Jesuítas para ser a maior igreja do município.
A verba empregada seria de cunho municipal.[1]
O inicio da sua construção é do início
do século XIX. [2]
Seu projeto grandioso fez com que os vereadores concluíssem as
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De acordo com o Decreto, o Patrimônio Cultural é definido como um conjunto de bens
móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação é de interesse público, quer
por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional
valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também sujeitos a
tombamento os monumentos naturais, sítios e paisagens que importe conservar e
proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou criados pela
indústria humana.
obras no dia 6 de agosto de 1853. Segundo a Ata da Câmara Municipal que encerra a
construção, a igreja Matriz da Praça do Campo, como era conhecida na época,
demandava mais de 40 contos de réis e aproximadamente 50 anos para a conclusão,
enquanto que a Igreja Matriz da Praça de São Mateus, que já se encontrava com as
obras adiantadas, demandaria não mais de 8 contos de réis para a conclusão. Por esse
motivo as obras foram encerradas.[3]
A alvenaria utilizada foi de pedras e uma argamassa feita de óleo de baleia e cal. As
pedras utilizadas vinham nos lastros dos navios que atracavam no Porto de São
Mateus. Já a cal era retirada dos sambaquis, que eram facilmente encontrados na
região de Barra Nova. Muitas dessas pedras dos alicerces da igreja Velha foram
utilizadas pelos moradores para a construção de edificações no município.[2]
Segundo os moradores mais antigos, a igreja seria dedicada a São Brás.
São Mateus – Sítio Histórico do Porto
O Sítio Histórico do Porto de São Mateus é um conjunto de construções, do período
colonial, do período do século XIX.
SECULT – Secretaria da Cultura do Estado do Espírito Santo
Nome atribuído: Sítio Histórico do Porto de São Mateus
Localização: São Mateus-ES
Tipo de bem: Bem tombado - O tombamento é o instrumento de reconhecimento e
proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração
federal, estadual e municipal. Em âmbito federal, o tombamento foi instituído
pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro instrumento legal de
proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e o primeiro das Américas, e cujos preceitos
fundamentais se mantêm atuais e em uso até os nossos dias.
Sob a tutela do Iphan, os bens tombados se subdividem em bens móveis e imóveis, entre
os quais estão conjuntos urbanos, edificações, coleções e acervos, equipamentos urbanos
e de infraestrutura, paisagens, ruínas, jardins e parques históricos, terreiros e sítios
arqueológicos. O objetivo do tombamento de um bem cultural é impedir sua destruição
ou mutilação, mantendo-o preservado para as gerações futuras.
Resolução de Tombamento: Resolução nº 1/1976
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 1 a 21, folhas 2 a 4
Descrição: Conjunto de construções, do período colonial, representa a importância
política, social e econômica do norte do norte do estado no período do século XIX.
Fonte: Secult-ES.
Descrição: O porto da vila de São Mateus (cidade a partir de 1848), considerado um
vetor de desenvolvimento, escoava a produção agrícola regional, principalmente a
farinha de mandioca e, posteriormente, o café, abrigando também um ativo mercado
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de escravos. […]
Fonte: Maria do Carmos de Oliveira Russo.
Pelo Porto de São Mateus desembarcaram grande parte dos negros que vieram para
o Brasil e foi nele que foi apreendido o último carregamento clandestino na costa
brasileira em 1856, quando foi aprisionado, numa escuna norte-americana, 350
escravos africanos.
Contar a história da bacia do rio São Mateus é mergulhar nos casarios antigos do
porto, reviver o luxo de uma época áurea em que a farinha de mandioca era o esteio
da economia e o comércio de escravo a atividade mais lucrativa.
Pelo Porto de São Mateus desembarcaram grande parte dos negros que vieram
para o Brasil e foi nele que foi apreendido o último carregamento clandestino na
costa brasileira em 1856, quando foi aprisionado, numa escuna norte-americana,
350 escravos africanos.
No final do século XIX, a produção de farinha de mandioca era o principal produto
da economia mateense e o município liderava a produção na costa brasileira.
A farinha era comercializada com marinheiros, que surgiam de toda parte, trocando
alimento por machados, facões e pólvora. Mais tarde, com os ciclos econômicos do
café e da madeira, pelo porto foi escoado grande parte da produção capixaba.
“O porto é a principal referência do rio São Mateus. O rio alimentava o porto e esse,
por sua vez, sobrevivia do rio. Ninguém conhecia o rio sem passar pelo porto”,
contou o escritor, historiador e ex-secretário de Estado da Cultura Maciel de Aguiar.
Segundo ele, o porto passou por vários ciclos econômicos (da farinha de mandioca,
do açúcar mascavo, da abóbora, da escravidão e da madeira).
Ponto de comércio dos escravos
O Porto de São Mateus foi o principal centro de comercialização de escravos
originários de Angola, na África, e o município mateense chegou a possuir 16
fazendas de reprodução humana.
Museu Municipal de São Mateus;
prédio foi construído a partir de 1764 para abrigar a sede do Conselho Municipal, Casa
da Câmara e cadeia. Na parte superior funcionava a sede da Câmara, e na inferior, a
cadeia. Nas proximidades, ficava o Pelourinho. A cadeia funcionou nesse prédio até a
metade do século XX e a sede da Prefeitura Municipal, até a década de 80. Com a
transferência da Prefeitura para a nova sede, passou a funcionar no local a Câmara de
Vereadores até 1991. Foi restaurada em 1999 e, em 2 de fevereiro de 2001, foi instalado
o Museu de São Mateus.
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O museu tem por missão remontar aos tempos da história do município de São Mateus.
Em seu acervo, o Museu, tem exposto na parte superior, quadros pintados em grafite
retratando os Barões, prefeitos e deputados. Mobiliários com a opulência dos hábitos e
costumes do século XIX da aristocracia rural da cidade de São Mateus, Espírito Santo.
As peças expostas no Museu, pertenceram às famílias tradicionais que residiram no
Município. Móveis e louças do acervo, têm o objetivo de retratar a história doméstica do
nosso Município para os alunos da educação básica, a comunidade em geral e os
visitantes externos.
O Museu da História do Município de São Mateus, hoje é uma referência em todo o
Estado e Brasil. Além disso, o Museu é composto de mobiliários e peças arqueológicas,
que encanta aos munícipes e turistas.
Na parte superior temos como exposição móveis da era colonial do Segundo Quartel do
Século XIX. A exposição da parte superior tem como acervo vários móveis construídos
em cedro, vinhático e jacarandá.
Inaugurada em 21 de maio de 2015, a parte térrea do museu tem como exposição
diversas peças arqueológicas retiradas no Município de São Mateus em diversos
bairros. São exemplos do acervo as urnas funerárias das etnias Tupi, Guarani e Aratu,
usadas para sepultamentos, e a pedra, que na época serviam como machados.
A RESERVA TÉCNICA, é um espaço para guarda definitiva dos materiais encontrados
em campo e destinadas a estudos arqueológicos.
Igreja São Benedito na Praça São Benedito
Localizada na praça com o mesmo nome, a Igreja de São Benedito foi construída pelos
jesuítas no início do século XVIII. É no dia 27 de dezembro que são feitas as suas
comemorações, sendo que essas celebrações tem muitas referências a cultura negra.