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HISTÓRIA DAS TEORIAS ANTROPOLÓGICAS
Herodoto de Alicarnaso (s.V), grego, já mostrou interesse pelos costumes das tribos bárbaras
(fora da Grécia), e já reúne cuertas caraterísticas que o situam entre os pioneiros da
antropologia. Estudou a egípcios e persas. Egito considerava-se como centro cultural, contato
importantísimo para os gregos.. Herodoto desprende-se do relativismo cultural em certa medida:
parte da base de que todos os povos são etnocéntricos, avaliam os valores culturais desde seu
ponto de vista, de modo que deviam ser tolerado os costumes da cada cultura.
Teve outros dois filósofos gregos que mostraram especial preocupação por entender os
procederes humanos em diferentes culturas: Platón e Aristóteles, na República e na Política.
Aristóteles comparou dezenas de Constituições diferentes como ponto de partida para uma
comparação qualitativa de diferentes modos de governo. Não obstante, sua justificativa da
escravatura gerou indecibles polêmicas: a mesma natureza do homem determina sua categoria
social. Também se interessou pela alimentação, trabalho, governo, costumes… em grande
parte. Estes termos definirão durante séculos as culturas como civilizadas ou incivilizadas.
Os romanos centravam seus conhecimentos sobre outras culturas na dominação e o proveito do
Império. Alguns autores vão poder ser considerados entre os predecessores da antropologia.
Lucrecio esquematiza a evolução cultural e propõe-se a evolução como um processo cósmico
determinado pela evolução cultural: Vegetal - Animal - Humano, o homem como produto da
evolução. Mais tarde, compara a humanidade em idades técnicas: Cobre - Bronze - Ferro.
Relaciona-se o tecnológico com o cultural (determinismo cultural), e propõe dois estádios na
evolução sócio-econômica:
Incivilizada: Sem lei, etapa natural: caça e recoleção...
Civilizada: Etapa cultural. Sedentarismo e transformação.
Os romanos entendiam o progresso humano como linear: da natureza à cultura; os gregos, em
mudança, entendem a história como cíclica, em que a cultura cresce e volta a cair no estado
natural: Idade de ouro - Etapa natural - Idade de ferro, etc...
Existia, tanto na Grécia como em Roma, uma preocupação sobre as outras culturas, mas a
reflexão foi pouco profunda. O bárbaro era socialmente inferior aos civilizados, devido ao
progresso. Os bárbaros eram os estrangeiros, e a partir do século IV bárbaro vai significar
também social e mentalmente inferior. Toda pessoa alheia à polis era inferior a qualquer
cidadão: Civilizados e incivilizados.
O termo bárbaro implica desconhecimento, não-reconhecimento, etc. é a negação do Eu, desde
a perspetiva da civilização, e dá local a escravatura, sumissão, dominação...
Este termo evoluirá na Idade Média com a mudança de sede do Império Central; na idade média
se conhecerão aos alheios ao Império como Pagãos. Na Idade Média o homem está instalado
entre Deus e o Mundo, não há interesse por conhecer nada fosse do novo império ocidental, e o
pouco interesse que pudesse haver será sepultado pelas mãos da Igreja pela limitação da
cultura à sua própria. Todos os homens surgiram de Adão e Eva (monogeísmo), pelo que não há
ambições por descobrir diferentes formas de entender a origem da humanidade. Todos os
pertencentes ao cristianismo de Roma vão ser os civilizados, e os demais os pagãos, todo o
exterior a Occidente. Os pagãos com a história vão evoluir a Infieles, e mais tarde a Idólatras
(séc. XIII). Se produzirá um oscurecimiento tremendo do conhecimento e interesse intelectual,
que vai durar até nossos dias. O título de pessoa civilizada adquiria-se por conversão, todo o
não-cristão era perigoso e daninho para o sistema, um inimigo que tinha que submeter ou
exterminar. Neste século XIII é um momento importante para analisar a concepção dos “outros”.
Produzem-se os primeiros diálogos entre os mongoles e os cristãos, um contato cultural através
das viagens dos franciscanos.
Inicia-se uma etapa de grandes viagens (políticos, comerciais, religiosos). Não é uma época
expansionista, senão mais bem cultural, no que ao estudo de outras terras respeita. Divulgam-se
diários de viagens realmente interessantes, com relatos sobre os costumes, leis, ritos,
cerimônias, etc... Apesar da importância destes relatórios, mostram caraterísticas claras de uma
visão etnocentrista, ocidental, relativista, de modo que o que temos de fazer é desgajarlos para
sacar os fatos objetivos.
Entende-se a Oriente quiçá como uma ameaça, mas por ignorância e extrañeza ante essas
culturas tão radicalmente diferentes. Via-se quase como uma terra de lenda.
A queda de Constantinopla pelos turcos (1543) é um momento finque para a entrada da cultura
islâmica no mundo ocidental.
Aos mongoles qualifica-se-lhes de idólatras. O conceito de pagão evolui a idólatra e estende-se
a todos esses estranhos que alabem a falsos ídolos e não ao verdadeiro e único Deus cristão.
Uma figura finque da época foi Marco Pólo. Foi o primeiro em visitar a China, e abre a etapa das
grandes explorações, que atingirá grande interesse no séc. XV. Põe por escrito todas suas
viagens. Seus relatos não terão verdadeiro valor cultural até passado o s.XV, pois anteriormente
a Igreja não lhe atribuía veracidade, estes falavam de monstros que vagavam por essas terras
desconhecidas, e a seus olhos eram monstros, pois eram pagãos afastados de Deus.
Colón marca outro importante degrau e a desmitificación dos outros mundos, para começar a
falar deles como autênticos paraísos. Não obstante, este é só um dos primeiros passos para a
ruptura do esquema mental medieval.
Na Renascença rompe-se com Deus para dar local a uma relativa autonomia do homem. O
esquema medieval sobrevive e transcende, de modo que a consideração do homem como
autônomo e racional só é vigente para os cristãos. Busca-se uma volta ao homem clássico como
parasigma de homem ideal, como exemplo da relización das capacidades humanas. O estudo
centra-se nos velhos gregos racionalistas e seus seguidores no pensamento medieval (Platón -
Aristóteles - Sto. Tomás) E agora, os que no passado foram bárbaros, pagãos e idólatras, agora
são selvagens: homens inferiores e diferentes, neste momento reconhece-se o conceito de
diferença, homens diferentes porque não têm tradição cultural na que se refletir para chegar ao
homem ideal.
A conquista e colonização da América vai dar local a um espaço antropológico no que ligar
ambas culturas sem preconceitos nem superstições. Em um princípio, não se assimila diferença
alguma entre a gente da América e a da Europa, não se lhes via como outra gente com seu
próprio mundo, senão como outra parte do mundo antigo que devia acatar a lei do Império. A
entrada foi relativamente pacífica, e o homem branco iniciou sua expansão com bastante
permisibilidad por parte dos nativos americanos. Este fato pôde ter certa carga mitológica, pois
os mayas profetizaban a chegada de certa gente nova e poderosa, mas não esperavam, desde
depois, uma conquista tão desgarradora e terrível, onde o humanismo altruísta foi derrubado
com artes demoníacas e mão de ferro.
Em Occidente, enquanto, crescia o interesse por estas criaturas, sua terra e seus costumes, mas
sempre com uma lente etnocentrista, subjetivista, e todo era tratado como algo diferente e
inferior, selvagem e incivilizable. SEM REI, SEM LEI, SEM FÉ dizia-se dos selvagens. Recorre-
se inclusive ao bestiario medieval que descreve às criaturas estranhas das terras longínquas,
que fala inclusive de bestas humanas: homúnculos.
Em um segundo momento se começará a entender os territórios descobertos como novos
mundos, com seus próprios costumes e estilo de vida. Põe-se em dúvida a Unidade do gênero
humano, e do mundo baixo uma mesma religião e bandeira (séc. XVI-XVII). Propõem-se temas
como a origem das raças, os atributos humanos, etc quando se produz o encontro com
civilizações evolucionadísimas e estáveis: mayas, aztecas... e perde vigência a idéia do
selvagem sem fé, sem rei e sem lei, com o que se habian encontrado nas ilhas e as selvas.
Provoca reflexões sobre a conquista e a proposta colonizador e etnocentrista. Reconhecem-se
suas leis, sua fé, sua política... ao menos como algo existente, embora seja contrário ao Império.
Se hipotetiza com a origem destes outros mundos e se resquebraja o esquema medieval cristão
da unidade do gênero humano. O cristão propõe que seja uma questão de evolução social,
onde por suposto Occidente é a mais avançada.
O reconhecimento da diferença obriga a alargar o horizonte dos “outros”, o homem europeu
conhece outras formas de vida exeqüíveis em religião, política e sociedade. As questões
teológicas da Europa centraram-se na natureza dos homens selvagens e seus atributos; põe-se
em dúvida sua humanidade, pois põe em perigo a supremacía do homem branco. Em 1512 os
índios são considerados bárbaros, que precisam da tiranía para ser governados. Os misioneros
denunciarão esta situação. Em 1537 o Papa Paulo III emite uma bula papal: a sublimis deus,
que outorga a humanidade aos nativos americanos; e como humanos são capazes de acatar a
fé católica, e ademais devem produzir algum benefício para o Império. As questões de política
centram-se em buscar justificar a conquista, extorsão e escravatura.
Bartolomé das Casas: Fala dos índios como meninos, menores de idade que devemos
supervisionar e evangelizar. Denuncia a ação dos europeus na América a partir da colonização.
Os índios são melhores pessoas que nós, pois atuamos terrivelmente com eles. Inventa uma
gradación no nível de desenvolvimento dos nativos. Crê na unidade da espécie humana, mas os
níveis de evolução são diferentes nas diferentes culturas. Todas as culturas foram primitivas em
um princípio: as diferenças não são psicológicas, senão culturais. O maior lucro do dominico foi,
quiçá, a valoração da vida dos índios desde seu próprio contexto, e o convencimento da
evolução das culturas.
Fray Bernardino de Sahagún permaneceu na América desde 1540 a 1590. Era lingüista, e seu
trabalho era criar frailes, e ao estar profundamente interessado por conhecer a língua nativa
como médio para os compreender, todos seus discípulos falavam nahuatl. Sua obra “História
geral das coisas de Nova Espanha” será a primeira etnografia sobre os índios mexicanos.
José de Deita era jesuita. Escreve “História natural e moral das Índias”, iniciando uma
discussão filosófica sobre a origem do homem americano; de temática evolucionista ao estilo de
Bartolomé das Casas, e de reflexão antropológica sobre a diferença cultural.
No final do séc. XVI já são estáveis os termos de selvagem - bárbaro - civilizado para determinar
a evolução do homem. No séc. XVII os misioneros jesuitas vão realizar descrições muito
detalhadas sobre seu trabalho nos povos americanos. Lafiteau estabelece paralelismos entre
todas as culturas da América e outras culturas antigas, lhe dando grande valor e nobreza a estas
gentes a olhos dos europeus.
No séc. XVIII, no âmbito intelectual, têm grande transcendência Locke e Hobbes por um lado, e
Rousseau e o bom selvagem por outro. Na ilustração acabam as propostas medievais e mudam
as perspetivas intelectuais.
Ilustração (séc. XVIII). Generaliza-se a fé no progresso e no utilitarismo: todo derivado do
racionalismo e empirismo do séc. XVII. Nasce a ciência social: para os ilustrados há leis que
regem a vida em sociedade, que são observables e analizables racionalmente. Há quem
analisa a sociedade em termos de causa-efeito; seguem-se usando graus para determinar o
desenvolvimento de uma sociedade, onde o nível tecno-econômico é o mais importante. No
período desde a publicação do trabalho de Locke até a Revolução ilustrada situa-se o trabalho
da antropologia política. Os princípios aos que se une falam de educar ao indivíduo para o
converter em civilizado. Mantém-se o interesse primordial pela razão e o progresso, busca-se
um método linear para explicar o mundo, pondo como meta o bem-estar. O que qualifica à
civilização de uma sociedade é o determinismo tecno-econômico. A organização racional da
socieda faz-se em termos de progresso: podem ser aplicado leis físicas ao estudo do homem
(modernidade) e ao estudo da sociedade (antropologia política).
O selvagem é o estádio inicial da humanidade, e o lado oposto é a Europa, cujos antepassados
seriam selvagens, dos quais os selvagens atuais são depoimento vivo.
A condição do selvagem não evolui com os anos, seguem sendo objeto de escravatura e tiranía
para os europeus, que são os melhores por ser mais civilizados; os mais etnocentristas, que em
vez de estudar as culturas para as conhecer, humilham e explodem às gentes com o beneplácito
da comunidade intelectual e das autoridades.
A contrapartida à Ilustração vem dos humanistas e posmodernistas, que defendem a vida
selvagem e o livre albedrío. Rousseau vai ser o maior representante do modo de vida do
selvagem. Critica-se assim mesmo a sociedade europeia, o cristianismo e demais elementos de
dominação.
Os jesuitas e os cuáqueros fundam sociedades religiosas na América que recusam os
esquemas colonialistas e expansionistas, para crescer como cidades modelo baixo autoridades
não-ditatoriais. O bom selvagem serve como ponto de partida para a crítica às instituições
europeias.
As primeiras teorias antropológicas da modernidade estudam ao homem selvagem como
primitivo e objeto inevitável do processo de civilização, isto é, que tem de se civilizar porque é
humano; e avaliam-no, e a sua sociedade, em termos tecno-econômicos (europeus), de maneira
que sua validade objetiva é dudosísima e sempre em benefício de Occidente.
De modo que a crítica mais gorda do momento à civilização, e a favor do selvagem foi
Rousseau: crítica estendida às instituições e a seu labor de perpetuar o estilo de vida da
civilização ocidental, e sua supremacía na dominação e exploração da espécie humana. Seu
“Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens” é um apelo a aceitar nossa
condição animal, uma volta ao homem primitivo: natural e não-corrompido.
Uma linha de crítica similar surge das teorias biológicas e antropológicas, que situam ao homem
na escala dos seres vivos, ao mesmo nível que os animais, e perigosamente cerca das primatas.
Estas teorias naturalistas rompem os esquemas monogeístas vigentes, expandidos pelo
cristianismo para a justificativa de seus meios e a defesa de seu estilo de vida. Aparece o
determinismo biológico ou racial, que por um lado atribui diferentes origens e atributos às
diferentes raças, mas por outra arquibancada as raças em uma escala vertical que as determina
como supriores ou inferiores. Esta idéia permanece presente até a filosofia contemporânea, que
com a contribuição da antropologia faz evoluir o determinismo biológico a determinismo cultural:
as diferenças não estão nas raças nem as pessoas, senão nas culturas. Esta metamorfosis
implica a mudança de visão da evolução: de Linear ou unilineal a Multilineal.
A parte de viagens com fins científicos, também abundam os de conteúdo romântico. Em busca
do autêntico, das raízes, de culturas primitivas em contato com a natureza e essas coisas...
Escreve-se muita literatura sobre estas culturas (Gautier, etc); escreve-se também sobre as
tradições, o folklore… Espanha é um ponto obrigatório de visita, sobretudo Andaluzia: “Sonhos
da Alhambra”, Grazalema, as Alpujarras, etc.
A luta entre o homem civilizado e o homem natural dá pé ao surgimiento da antropologia
científica do séc. XIX.
Bibliografia: Marvin Harris.
J. Berstard & Contreras: “Bárbaros, pagãos, selvagens e primitivos”, uma introdução à
antropologia”
Textos copistería: Giovela: sobre a antropologia e o colonialismo (leitura tema 2)
TEMA 2: A ANTROPOLOGIA NA PRIMEIRA ETAPA COLONIAL: DIFUSIONISMO E
EVOLUCIONISMO.
Do séc. XVI em adiante Europa descobre que existem outros mundos, com outras políticas,
outras crenças religiosas, diferentes concepções da moral, diferente organização social e
diferentes costumes, etc. e esta reflexão resquebraja o esquema medieval cristão. Outro fator
que contribui é o das descobertas arqueológicas, que refutan o argumento sobre a origem das
espécies do cristianismo.
Em termos filosóficos, enfrenta-se a filosofia esencialista (teología natural) com o pensamento
da Ilustração (naturalismo experimental). Esta visão do mundo é uma tentativa de estudar a
natureza como um tudo, em busca do local do homem no mundo, sua função na natureza, e está
abertamente aceitado na teoria evolucionista de Darwin. As criaturas do mundo já não atuam
conforme a um Deus, senão à interação natural dos elementos do planeta.
Nasce uma ética positivista, empírica, com grande interesse científico, racionalista, centrada
também no progresso tecnológico em ara da universalidade da comunicação. Em termos
religiosos, rende-se culto à deusa Razão, dando autonomia ao conhecimento humano, embora
isto acabe desarraigando ao homem da mãe natureza.
O evolucionismo biológico e o evolucionismo cultural são mais duas idéias patentes que nunca;
do que surge o determinismo racial: a raça como fator definitivo e determinante > o que dá local
a uma gradación das raças > o que conduz ao racismo e a escravatura. A colonização é, em seu
primeiro momento, uma forma de parasitación do modelo de desenvolvimento da cultura
dominante a todos os recantos do mundo.
O EVOLUCIONISMO CULTURAL: es a primeira escola antropológica derivada da influência
das teorias evolucionistas na sociedade. Seus mais importantes representantes são Tylor e
Morgan. O objetivo principal desta escola era levar a cabo uma reconstrução da história da
humanidade, prestando especial atenção às etapas da evolução social e em base à cultura. Sua
visão da evolução é unilineal: as etapas de desenvolvimento de uma cultura estão
predeterminadas, bem como os estádios fixos que os que se situam as culturas particulares:
esta distinção dá resposta ao dilema das diferenças culturais (evolucionista). Assim mesmo,
defendem a unidade psíquica do gênero humano, o que explica a universalidade do processo
de desenvolvimento, bem como as semelhanças em rasgos culturais independentes: fator fruto
da evolução paralela das culturas (paralelismo cultural): culturas afastadas, com
desenvolvimentos evolutivos diferentes, podem chegar aos mesmos estádios. O mau é que esta
teoria foi usada para justificar supremacías de umas culturas sobre outras devido a seu nível de
desenvolvimento; deram-lhe demasiada rigidez à teoria dizendo que a única evolução possível
é a paralela.
A contrapartida é a convergência cultural: que de culturas diferentes com variáveis e fatores
diferentes, certos sentimentos convergen, auto-se proclamando, se o merecem, universais.
A escola inimiga do evolucionismo é o difusionismo cultural. As diferenças culturais vem do
legado de complexos rasgos que aparecem do relacionamento entre culturas, do contato entre
territórios. O fomento da difusão de carateres culturais atenta, pelo lado negativo, contra a
originalidad própria do ser humano.
Para os evolucionistas são muito importantes as sobrevivências: impressões, vestígios de
culturas anteriores, que perviven em nós, e que podem nos ajudar a compreender melhor as
culturas desaparecidas. O sentimento romântico para a idade de ouro é um script habitual na
formação da cultura renacentista. Também o é o estudo dos selvagens contemporâneos para o
conhecimento de nossos antepassados, e viajar até o mais remoto que possamos assimilar.
O Método histórico comparativo é o melhor para descobrir leis universais; o mau é o relativismo
cultural dos subjetivistas antropólogos europeus, derivado da falta de olha neste grande assunto
que é o das diferenças culturais: em vez de fazer trabalho de campo, trabalhavam com material
escrito (possivelmente subjetivista). Seu projeto era elaborar uma espécie de História Universal
da Humanidade. Fazem questão do agregado de dados, mas não acham necessária a
verificação pessoal. Centram seu interesse no Direito, o Parentesco e a Religião.
Escola evolucionista alemã: Representantes: o antropólogo G. Klemn, o psicólogo Waitz, A.
Bastian, o viajante; o filósofo Bachofen e o geógrafo Ratzel.
Bachofen falava do matriarcado. Não há dados sobre as supostas culturas matriarcales, sim se
têm encontrando rasgos e vestígios de sociedades matrilineales; o poder direto tem-o o homem,
mas as funções essenciais da vida leva-as a mulher.
A escola evolucionista inglesa está representada pelo jurista H. Maine, também partidário da
matrilinealidad, e que entende o parentesco como princípio básico da organização social. Mc
Lennan tratou a endogamia e a exogamia. E o mais célebre representante desta escola é (o
considerado pai da antropologia acadêmica) Tylor. Em sua obra “A cultura primitiva” (1871) faz
uma análise das culturas e as religiões. Está especialmente interessado no mundo azteca. Crê
na evolução Selvajaria - Barbárie - Civilização, comum a todas as culturas. É também apdre da
antropologia religiosa, à que contribuiu com a crença no animismo (crença em seres espirituais)
como religião natural e primitiva, do que passa ao politeísmo (várias deidades), e deste ao
monoteísmo (Deus) como religião última e mais desenvolvida.
A escola evolucionista norte-americana tem como maior representante a Morgan, considerado
pai da antropologia estadounidense. Trabalhou com quarenta tribos iroquesas e escreveu sobre
elas uma completa monografia: “Une-a dos iroqueses”. Interessou-se principalmente pelo
parentesco, do que surgiu sua segunda obra: “Sistemas de consanguinidade e afinidade da
família humana”, onde inclui uma nova tipologia de terminologia de parentesco. E de seu amor
por Darwin surge sua torcida pelo evolucionismo, plasmado em sua obra “A sociedade antiga”,
onde afirma que todos os primitivos estão emparentados e representam um estádio da evolução,
e propondo o novo esquema evolutivo que subdivide as etapas clássicas (selvajaria - barbárie -
civilização) em três níveis: inferior- médio e superior (9 ao todo), a cada estádio com suas
respetivas caraterísticas e componentes.
O DIFUSIONISMO CULTURAL é a contrapartida ao movimento evolucionista, e baseia-se no
estudo das diferenças e semelhanças das culturas. Crê na igualdade dos homens e na
desigualdade das culturas, como o evolucionismo, mas atribui estas diferenças ao núcleo
geográfico e social em que se desenvolve uma cultura: em vez de atribuir-lhe as origens e o
desenvolvimento à cada cultura autonomamente, a evolução social vem desde fora, do contato
cultural e os relacionamentos territoriais; e não de uma evolução interna e unilineal. As
sociedades desenvolvem-se da imitação e o choque. Em local de estudar a origem das
desigualdades entre as culturas, estuda-se a expansão dos carateres culturais entre
sociedades. A geógrafa adquire um papel mais relevante: aparece a noção de focos ou núcleos
culturais, pontos desde os que se difunde a cultura, criando círculos e áreas de influência
cultural.
Na primeira etapa difusionista há duas tendências fortes: o hiperdifusionismo inglês e a escola
difusionista alemã.
O hiperdifusionismo inglês ou Heliocentrismo defende que os rasgos culturais se expandem
desde focos altamente influídos por conflitos históricos. Segundo suas teses, há um primeiro
foco, do que todas as demais culturas se impregnaram: Egito (é por isto pelo que ganha o nome
de heliocentrismo). Esta teoria é a que mais críticas recebeu, pois recusa a idéia do progresso
autônomo, e seu radicalismo e rigidez lhe restam fundamento. Os representantes mais
importantes são Elliot Smith e James Perry. Smith escreveu “A origem da civilização”, onde
defende que o primeiro e único foco cultural foi Egito. Seu colaborador Perry escreveu “Os filhos
do Sol”, onde se introduzia a cultura egípcia em todas as demais culturas.
A Escola difusionista alemã inspira-se no geógrafo Ratzel. Foi muito influente em Malinowski.
Assinalou a importância dos movimentos migratórios na difusão e desenvolvimento dos
humanos. Este processo civilizador faz com que umas culturas imponham-se a outras.
Admitiam, pois, a existência de diferentes focos de difusão cultural, que em princípio foram
poucos, e que o tempo foi aumentando. E já que expandiu-se também em diferentes momentos
históricos, se fala também de diferentes estratos de difusão.
Na América, Boas funda a escola do Particularismo Histórico, em defesa do difusionismo e
claramente anti-evolucionista. Nas primeiras décadas do séc. XX surgiu outra escola
difusionista na América, representada pelo discípulo de Boas: Kroeber, defensor acérrimo de
que as caraterísticas culturais de uma zona provêm de um centro cultural geográfico onde se
desenvolveram, e mais tarde se difundiram a outras zonas. Deste modo, se uma caraterística
encontrava-se em vários locais, fixavam-se no tempo que levava se difundindo, isto é, que em
quantos mais sítios aparecesse, mais tempo levava em difusão. Um rasgo óbvio para nós, mas
que Kroeber passou por alto é o modo em que se teria desenvolvido na cada zona e baixo
umas condições diferentes.
TEMA 3: FUNCIONALISMO
Funcionalismo Britânico: Funcionalismo biológico de Malinowski (cultura como um ser
vivo); e Funcionalismo estrutural de Radcliffe-Brown (cultura como uma estrutura).
Escola sociológica francesa: Emile Durkheim e Marcel Mauss.
Nos Estados Unidos: Evolucionismo cultural ou histórico de Franz Boas; e a Escola de
cultura e personalidade dos herdeiros do particularismo.
[Aqui suponho que falta Malinowski e Radcliffe Brown, que estão em xérox aparte]
Da escola sociológica francesa, Durkheim toma a filosofia de Comte para escrever “O suicídio”
(1857), onde trata o auto-homicídio em diferentes sociedades como fruto da religião e outros
fatores; também escreve “A divisão do trabalho na sociedade”, onde defende a cooperação e a
especialização. Fala da religião como um fato social com função de coesão. É imposta, e
sobrenatural: baseia-se na existência de uma divinidad e na visão bipartita do universo no físico
(o profano) e o metafísico (o sagrado).
Mauss, da escola sociológica francesa, fala dos fenômenos sociológicos e psicológicos como
intimamente unidos, bem como acontece com os fenômenos econômicos e religiosos. E enfatiza
o trueque como pauta presente a todas as sociedades.
Os filhos de Radcliffe-Brown são também a terceira geração de antropólogos britânicos
funcionalistas. Em 1940 surge a antropologia política moderna com o trabalho de Meyers Fortes
e Evans Prittchard “Sistemas políticos africanos”. O principal representante deste período de
transição é Evans-Prittchard (fall. Em 1973); foi professor e mestre antropólogo difusor,
africanista defensor do trabalho de campo; e representante e defensor (funcionalista) do
colonialismo.
Sua tese versa sobre a Sincronía, sobre África, e sobre os sistemas fechados: Estruturalismo
clássico.
Escreve “Os Nuer”, “Magia, bruxaria e oráculos entre os azande”, “Instituições da sociedade
primitiva” (antropologia social), “Parentesco e casal entre os nuer”...
Evans-Prittchard modera o estruturalismo funcional ortodoxo: a antropologia não é uma ciência,
senão uma disciplina de humanidades, muito próxima à arte ou a filosofia. Não se trata de
construir leis, senão paradigmas. Defende o recurso à história.
Compadres de Evans-Prittchard foram Edmund Leach, que saca à antropologia da África com o
trabalho “Sistemas políticos na alta Birmania”, e propõe o conflito e a mudança como variável
importantísima no desenvolvimento de uma cultura. Ou Max Gluckman, que em Ordem “e
rebelião na África tribal” enfatiza a importância do conflito como fenômeno definitivo nestas
culturas. O conflito é a matéria prima da coesão social, move e renova o sistema social. É uma
figura da transição, arraigado ao funcionalismo, mas com plena predisposição para o
dinamismo.
TEMA4: O PARTICULARISMO HISTÓRICO
Nesta corrente antropológica vai-se fazendo a cada vez mais importante a cultura em detrimento
da sociedade, embora mantém-se a diacronía nas investigações. A cultura é um fator dominante
na socialización do indivíduo (modelar seu comportamento). Lidera Franz Boas nos Estados
Unidos. Se institucionalizará a disciplina, formando antropólogos e fomentando investigações. A
escola situa-se nos anos 1920-30´, e, ao igual que o funcionalismo, é uma reação contra o
evolucionismo. Não se recusa que a antropologia como ciência possa estabelecer leis, mas é
fundamental o trabalho de campo prévio à análise. O labor a que se dedicam é ao estudo
histórico da cultura, fazendo uma distinção entre áreas culturais pela posse de determinadas
caraterísticas. Centram-se nas populações indígenas, Boas faz um estudo dos kwakiutl e seus
discípulos Lowie e Kroeber dos (...).
Estudam os relacionamentos da cultura e a personalidade, dando assim uma importância única
à psicologia, e surge assim uma sub-escola do particularismo de mãos de Mead e Benedict.
A figura de Franz Boas é chave no particularismo. Como um dos pais da antropologia
estadounidense, aderirá muitos discípulos e escolas. Sua contribuição metodológica defende o
método inductivo sobre o clássico método comparativo, e expressa-o na “limitação do método”,
de grande espírito anti-evolucionista; e “Os métodos da etnología”.
Como partidário do trabalho de campo, dá grande importância à anotação imediata e detalhada
de todo o observable. O etnólogo não deve explicar os atos independentemente, senão
globalmente. Cria o registro sonoro das línguas nativas para traduzir de primeira mão, e dá-lhe
muito valor ao meio cultural.
Boas contribui sua definição própria de cultura: Cultura inclui a todas as manifestações dos
hábitos sociais de uma comunidade, bem como as reações do indivíduo na medida em que se
vêem afetadas pelos costumes do grupo no que vivem.
Ressalta a importância do fator emic: observação participante para conseguir o ponto de vista do
nativo, em frente ao ethic. É partidário do relativismo cultural, pois entende que os elementos
culturais devem ser entendidos e saturados dentro da cultura da que formam partem. Promove-
se o estudo de determinadas áreas culturais: o evolucionismo não tem em conta a originalidad
criativa dos povos. Em Raça, “língua e cultura” ataca ao nazismo com o argumento da
impossibilidade de estabelecer diferenças formais entre raças, os fatores materiais não são
suficientemente importantes. Estudam a personalidade desde o ponto de vista da cultura, isto é,
comparam a um grupo de indivíduos com outro de similares caraterísticas e de outra cultura.
Analisam pautas que moldam às pessoas, se elabora um inventário tipológico de psicologias
que respondem a uma série de padrões. A sociedade e a cultura é o determinante na
diferenciação qualitativa.
A escola da cultura e a personalidade tem duas etapas, uma primeira pré-freudiana (Mead &
Benedict), e uma segunda freudiana (Kandiner & Limber). Estudam relacione-as ente o indivíduo
e a cultura; a cultura da cada sociedade configura e marca ao indivíduo.
Margaret Mead, acérrima feminista e pioneira da antropologia de gênero, introduz um jogo de
papéis associado. Ruth Benedict foi a pioneira deste jogo psicológico-cultural. Escreve
“Crisantemo e Espada, padrões da cultura japonesa”. Apresenta-se às culturas em uma tipologia
contraposta entre apolineos (controle e equilíbrio, paz e conformidade dos índios zañi), e
dionisíacos (agressão e individualismo, carentes de controle dos índios kwakiutl) em fá-la
“Homem e Cultura”.
Mead estabelece um determinismo cultural baseado no determinismo biológico. O processo de
enculturación e os modelos de transmissão cultural são relevantes na assimilação individual da
sociedade. Faz uma monografia em Samoa sobre os adolescentes que leva por título
“Adolescência, sexo e cultuta em Samoa”, e em Nova Guiné “Sexo e temperamento nas
sociedades primitivas”. Sua tese afirma que existem crise de adolescência e atitudes mais
positivas em frente ao sexo. Estuda a dicotomia homem-mulher como algo onde o natural e o
biológico são muito influentes nos rasgos culturais consequentes.
À morte de Boas origina-se uma decrepitud do indealismo boasiano em frente a posições
materialistas como o neo-evolucionismo de Leslie White, a ecologia cultural e o materialismo
cultural de Marvin Harris.
[Das xérox sobre o texto de Boas extraímos as seguintes críticas ao autor]
Boas, Críticas:
Demasiado pretencioso: pois seu método quer abordar demasiadas áreas.
Excessiva cautela ante as generalizações: o que supõe um difícil avanço científico.
Rejeição do materialismo, com o que está enfrentado e desde o que se lhe lançam críticas a
mansalva.
Sibaritismo metodológico: não parece se sentir cômodo ante nenhuma generalização.
Nos anos 60´ entra em crises a antropologia, é uma década caraterizada por esta desmotivação.
Os estudos antropológicos centram-se na situação dos países vítimas da colonização, e os
temas sobre os que se constroem os estudos são a economia, a ecologia, a política, etc.
Depois da segunda guerra mundial renasce o evolucionismo, mas com talantes divergentes e
baixo o nome de neoevolucionismo. Quando falamos desta teoria, embora não seja unitária,
entendemos a Leslie White como precursor e modelo. Os neoevolucionistas estabelecem
pautas gerais de evolução e mudança das culturas. Observam esta evolução como causa-
efeito, indagando no essencial e prevendo o futuro. O antropólogo se auto-denomina ministro da
evolução, pois entende-a e é capaz de guiar aos povos para a direção que eles queiram tomar
(as críticas já lhas faremos).
As diferenças socioculturais procedem da seleção biológica, e uma cultura evolui à medida que
cresce a quantidade de energia disponível por indivíduo e ano, e a eficiência e demais cresce
por arraste. A cultura é um mecanismo para criar energia, e esta energia canaliza-se através da
cultura e move a sociedade. É uma horrenda visão tecno-econômica da cultura. Entende-se a
cultura como um mecanismo econômico humano, e a evolução desde a intensificação da
agricultura para criar excedente, para passar à propriedade privada, desta à especialização,
para chegar, através da distinção entre possuidores e não-possuidores, à sociedade de classes,
meta última da evolução social.
O materialismo chama-se assim porque entende o desenvolvimento cultural em termos de
progresso “” tecno-econômico. Outras tendências materialistas são a ecologia cultural ou o
materialismo cultural, ambos entendem o desenvolvimento em termos de adaptação tecno-
econômica ao nível do Império.
A ecologia cultural, cujo representante direto é Julian Steward, estuda a cultura em termos
materialistas, mas presta atenção ao deterioro dos campos de produção. Exemplo ilustrativo é o
da grande piara (nos Estados Unidos), que cria em massa, mas ao chegar a um ponto deteriora
o terreno e se perde a possibilidade de continuar produzindo, de modo que uma vez ao ano
fazem uma matança em massa de porcos, com o que obtêm excedente para cobrir as
necessidades de povos circundantes com piores condições econômicas, e sem soluções como
a da produção em massa e as matanças (seguro).
O materialismo cultural, a outra tendência que dissemos, tem como criador e propulsor ao
famoso Marvin Harris, que até sua morte em 2001, foi o representante do que foi a antropologia
de focagem materialista na segunda metade do séc. XX. Sua teoria discierne entre o caráter
ethic (de fonético) e emic (de fonémico) dos estudos de antropologia. O ethic é o que a gente faz,
a #infraestrutura, e este é prioritário sobre o emic, o que a gente pensa, a superestructura, que
não significa que não se retroalimenten. Carateriza o próprio de uma cultura como o particular, e
propõe a teorización destas regularidades.
Aspeto de valor no estudo do autor é seu caráter não-evolutivo. Seu interesse vai dos rasgos
específicos, aos aspetos menos gerais, mas mais significativos quiçá. “a principal tarefa da
antropologia é oferecer explicações causales a respeito das diferenças e similitudes em aspetos
e comportamentos dos grupos”.
O materialismo cultural é uma tarefa de investigação centrada em dar explicações causales.
Esta tarefa facilita-se estudando as limitações materiais a que está sujeita a raça humana
(trabalho, comida, morada, sociedade, etc), separando de outras limitações que não são
materiais (arte, religião, pensamento…). As causas mais prováveis de variação nas condições
mentais, religiosas, ideais… são as limitações materiais: Determinismo tecno-ambiental.
Bibliografia:
“O desenvolvimento das teorias antropológicas”
“Vacas, porcos, guerras e bruxas: os enigmas da cultura”
“Canibais e reis”
“Materialismo cultural” (a Bíblia)
Critica vão chover-lhe a raudales, exemplo ilustrativo seja Max Weber, quando fala de como
esta visão da evolução propiciou que sociedades diferentes se precipitassem a eleger “” o curso
inevitável do progresso. O caso que usa se centra nos calvinistas especialmente.
Outro exemplo pode ser a antropologia não-materialista norte-americana, senão idealista. O
grande autor que vai fechar o programa é Clifford Geertz, e sua antropologia simbólica ou
interpretativa.
Geertz realizou muitos trabalhos de campo em EE.UU., Indonésia e Marrocos. A descrição
densa que propõe é uma descrição… “mas detalhada” e simbólica dos fatos culturais que a que
usam habitualmente os antropólogos. Criador da antropologia simbólica (anos 60´, 70´) abre as
novas portas do conhecimento e a interpretação nestes campos faltos de entendimento,
estancados no eterno discurso das lutas entre as escolas antropológicas da história, com a
publicação da “interpretação das culturas” em 1973.
As críticas vêm-lhe da antropologia pós-moderna, embora ele mesmo está imbuido na crítica à
antropologia anterior (“O antropólogo como autor”). Sua focagem pode ser chamado
interpretativo, seu entendimento se levará a cabo através do contexto: símbolos, processos… e
auto-traduzido pelos nativos.
A antropologia não é uma ciência experimental em busca de leis, senão uma interpretação em
busca de significados. O caminho do entendimento é descrever e interpretar. A cultura é um
conjunto de símbolos partilhados no vivo da cultura. É muito hermenéutico, o antropólogo deve
prestar atenção ao quotidiano, e não teorizar malamente, para tratar de compreender o mundo
conceptual em que se move agora, o que pensam e sentem. A descrição densa é casal a este
método, carateriza-se por ser interpretativa, resultado de uma dupla hermenéutica de
associação a um mundo, e explicação em termos de outro mundo.

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Historia das-teorias-antropologicas

  • 1. HISTÓRIA DAS TEORIAS ANTROPOLÓGICAS Herodoto de Alicarnaso (s.V), grego, já mostrou interesse pelos costumes das tribos bárbaras (fora da Grécia), e já reúne cuertas caraterísticas que o situam entre os pioneiros da antropologia. Estudou a egípcios e persas. Egito considerava-se como centro cultural, contato importantísimo para os gregos.. Herodoto desprende-se do relativismo cultural em certa medida: parte da base de que todos os povos são etnocéntricos, avaliam os valores culturais desde seu ponto de vista, de modo que deviam ser tolerado os costumes da cada cultura. Teve outros dois filósofos gregos que mostraram especial preocupação por entender os procederes humanos em diferentes culturas: Platón e Aristóteles, na República e na Política. Aristóteles comparou dezenas de Constituições diferentes como ponto de partida para uma comparação qualitativa de diferentes modos de governo. Não obstante, sua justificativa da escravatura gerou indecibles polêmicas: a mesma natureza do homem determina sua categoria social. Também se interessou pela alimentação, trabalho, governo, costumes… em grande parte. Estes termos definirão durante séculos as culturas como civilizadas ou incivilizadas. Os romanos centravam seus conhecimentos sobre outras culturas na dominação e o proveito do Império. Alguns autores vão poder ser considerados entre os predecessores da antropologia. Lucrecio esquematiza a evolução cultural e propõe-se a evolução como um processo cósmico determinado pela evolução cultural: Vegetal - Animal - Humano, o homem como produto da evolução. Mais tarde, compara a humanidade em idades técnicas: Cobre - Bronze - Ferro. Relaciona-se o tecnológico com o cultural (determinismo cultural), e propõe dois estádios na evolução sócio-econômica: Incivilizada: Sem lei, etapa natural: caça e recoleção... Civilizada: Etapa cultural. Sedentarismo e transformação. Os romanos entendiam o progresso humano como linear: da natureza à cultura; os gregos, em mudança, entendem a história como cíclica, em que a cultura cresce e volta a cair no estado natural: Idade de ouro - Etapa natural - Idade de ferro, etc... Existia, tanto na Grécia como em Roma, uma preocupação sobre as outras culturas, mas a reflexão foi pouco profunda. O bárbaro era socialmente inferior aos civilizados, devido ao progresso. Os bárbaros eram os estrangeiros, e a partir do século IV bárbaro vai significar também social e mentalmente inferior. Toda pessoa alheia à polis era inferior a qualquer cidadão: Civilizados e incivilizados. O termo bárbaro implica desconhecimento, não-reconhecimento, etc. é a negação do Eu, desde a perspetiva da civilização, e dá local a escravatura, sumissão, dominação... Este termo evoluirá na Idade Média com a mudança de sede do Império Central; na idade média se conhecerão aos alheios ao Império como Pagãos. Na Idade Média o homem está instalado entre Deus e o Mundo, não há interesse por conhecer nada fosse do novo império ocidental, e o pouco interesse que pudesse haver será sepultado pelas mãos da Igreja pela limitação da cultura à sua própria. Todos os homens surgiram de Adão e Eva (monogeísmo), pelo que não há ambições por descobrir diferentes formas de entender a origem da humanidade. Todos os pertencentes ao cristianismo de Roma vão ser os civilizados, e os demais os pagãos, todo o
  • 2. exterior a Occidente. Os pagãos com a história vão evoluir a Infieles, e mais tarde a Idólatras (séc. XIII). Se produzirá um oscurecimiento tremendo do conhecimento e interesse intelectual, que vai durar até nossos dias. O título de pessoa civilizada adquiria-se por conversão, todo o não-cristão era perigoso e daninho para o sistema, um inimigo que tinha que submeter ou exterminar. Neste século XIII é um momento importante para analisar a concepção dos “outros”. Produzem-se os primeiros diálogos entre os mongoles e os cristãos, um contato cultural através das viagens dos franciscanos. Inicia-se uma etapa de grandes viagens (políticos, comerciais, religiosos). Não é uma época expansionista, senão mais bem cultural, no que ao estudo de outras terras respeita. Divulgam-se diários de viagens realmente interessantes, com relatos sobre os costumes, leis, ritos, cerimônias, etc... Apesar da importância destes relatórios, mostram caraterísticas claras de uma visão etnocentrista, ocidental, relativista, de modo que o que temos de fazer é desgajarlos para sacar os fatos objetivos. Entende-se a Oriente quiçá como uma ameaça, mas por ignorância e extrañeza ante essas culturas tão radicalmente diferentes. Via-se quase como uma terra de lenda. A queda de Constantinopla pelos turcos (1543) é um momento finque para a entrada da cultura islâmica no mundo ocidental. Aos mongoles qualifica-se-lhes de idólatras. O conceito de pagão evolui a idólatra e estende-se a todos esses estranhos que alabem a falsos ídolos e não ao verdadeiro e único Deus cristão. Uma figura finque da época foi Marco Pólo. Foi o primeiro em visitar a China, e abre a etapa das grandes explorações, que atingirá grande interesse no séc. XV. Põe por escrito todas suas viagens. Seus relatos não terão verdadeiro valor cultural até passado o s.XV, pois anteriormente a Igreja não lhe atribuía veracidade, estes falavam de monstros que vagavam por essas terras desconhecidas, e a seus olhos eram monstros, pois eram pagãos afastados de Deus. Colón marca outro importante degrau e a desmitificación dos outros mundos, para começar a falar deles como autênticos paraísos. Não obstante, este é só um dos primeiros passos para a ruptura do esquema mental medieval. Na Renascença rompe-se com Deus para dar local a uma relativa autonomia do homem. O esquema medieval sobrevive e transcende, de modo que a consideração do homem como autônomo e racional só é vigente para os cristãos. Busca-se uma volta ao homem clássico como parasigma de homem ideal, como exemplo da relización das capacidades humanas. O estudo centra-se nos velhos gregos racionalistas e seus seguidores no pensamento medieval (Platón - Aristóteles - Sto. Tomás) E agora, os que no passado foram bárbaros, pagãos e idólatras, agora são selvagens: homens inferiores e diferentes, neste momento reconhece-se o conceito de diferença, homens diferentes porque não têm tradição cultural na que se refletir para chegar ao homem ideal. A conquista e colonização da América vai dar local a um espaço antropológico no que ligar ambas culturas sem preconceitos nem superstições. Em um princípio, não se assimila diferença alguma entre a gente da América e a da Europa, não se lhes via como outra gente com seu próprio mundo, senão como outra parte do mundo antigo que devia acatar a lei do Império. A entrada foi relativamente pacífica, e o homem branco iniciou sua expansão com bastante permisibilidad por parte dos nativos americanos. Este fato pôde ter certa carga mitológica, pois
  • 3. os mayas profetizaban a chegada de certa gente nova e poderosa, mas não esperavam, desde depois, uma conquista tão desgarradora e terrível, onde o humanismo altruísta foi derrubado com artes demoníacas e mão de ferro. Em Occidente, enquanto, crescia o interesse por estas criaturas, sua terra e seus costumes, mas sempre com uma lente etnocentrista, subjetivista, e todo era tratado como algo diferente e inferior, selvagem e incivilizable. SEM REI, SEM LEI, SEM FÉ dizia-se dos selvagens. Recorre- se inclusive ao bestiario medieval que descreve às criaturas estranhas das terras longínquas, que fala inclusive de bestas humanas: homúnculos. Em um segundo momento se começará a entender os territórios descobertos como novos mundos, com seus próprios costumes e estilo de vida. Põe-se em dúvida a Unidade do gênero humano, e do mundo baixo uma mesma religião e bandeira (séc. XVI-XVII). Propõem-se temas como a origem das raças, os atributos humanos, etc quando se produz o encontro com civilizações evolucionadísimas e estáveis: mayas, aztecas... e perde vigência a idéia do selvagem sem fé, sem rei e sem lei, com o que se habian encontrado nas ilhas e as selvas. Provoca reflexões sobre a conquista e a proposta colonizador e etnocentrista. Reconhecem-se suas leis, sua fé, sua política... ao menos como algo existente, embora seja contrário ao Império. Se hipotetiza com a origem destes outros mundos e se resquebraja o esquema medieval cristão da unidade do gênero humano. O cristão propõe que seja uma questão de evolução social, onde por suposto Occidente é a mais avançada. O reconhecimento da diferença obriga a alargar o horizonte dos “outros”, o homem europeu conhece outras formas de vida exeqüíveis em religião, política e sociedade. As questões teológicas da Europa centraram-se na natureza dos homens selvagens e seus atributos; põe-se em dúvida sua humanidade, pois põe em perigo a supremacía do homem branco. Em 1512 os índios são considerados bárbaros, que precisam da tiranía para ser governados. Os misioneros denunciarão esta situação. Em 1537 o Papa Paulo III emite uma bula papal: a sublimis deus, que outorga a humanidade aos nativos americanos; e como humanos são capazes de acatar a fé católica, e ademais devem produzir algum benefício para o Império. As questões de política centram-se em buscar justificar a conquista, extorsão e escravatura. Bartolomé das Casas: Fala dos índios como meninos, menores de idade que devemos supervisionar e evangelizar. Denuncia a ação dos europeus na América a partir da colonização. Os índios são melhores pessoas que nós, pois atuamos terrivelmente com eles. Inventa uma gradación no nível de desenvolvimento dos nativos. Crê na unidade da espécie humana, mas os níveis de evolução são diferentes nas diferentes culturas. Todas as culturas foram primitivas em um princípio: as diferenças não são psicológicas, senão culturais. O maior lucro do dominico foi, quiçá, a valoração da vida dos índios desde seu próprio contexto, e o convencimento da evolução das culturas. Fray Bernardino de Sahagún permaneceu na América desde 1540 a 1590. Era lingüista, e seu trabalho era criar frailes, e ao estar profundamente interessado por conhecer a língua nativa como médio para os compreender, todos seus discípulos falavam nahuatl. Sua obra “História geral das coisas de Nova Espanha” será a primeira etnografia sobre os índios mexicanos. José de Deita era jesuita. Escreve “História natural e moral das Índias”, iniciando uma discussão filosófica sobre a origem do homem americano; de temática evolucionista ao estilo de Bartolomé das Casas, e de reflexão antropológica sobre a diferença cultural.
  • 4. No final do séc. XVI já são estáveis os termos de selvagem - bárbaro - civilizado para determinar a evolução do homem. No séc. XVII os misioneros jesuitas vão realizar descrições muito detalhadas sobre seu trabalho nos povos americanos. Lafiteau estabelece paralelismos entre todas as culturas da América e outras culturas antigas, lhe dando grande valor e nobreza a estas gentes a olhos dos europeus. No séc. XVIII, no âmbito intelectual, têm grande transcendência Locke e Hobbes por um lado, e Rousseau e o bom selvagem por outro. Na ilustração acabam as propostas medievais e mudam as perspetivas intelectuais. Ilustração (séc. XVIII). Generaliza-se a fé no progresso e no utilitarismo: todo derivado do racionalismo e empirismo do séc. XVII. Nasce a ciência social: para os ilustrados há leis que regem a vida em sociedade, que são observables e analizables racionalmente. Há quem analisa a sociedade em termos de causa-efeito; seguem-se usando graus para determinar o desenvolvimento de uma sociedade, onde o nível tecno-econômico é o mais importante. No período desde a publicação do trabalho de Locke até a Revolução ilustrada situa-se o trabalho da antropologia política. Os princípios aos que se une falam de educar ao indivíduo para o converter em civilizado. Mantém-se o interesse primordial pela razão e o progresso, busca-se um método linear para explicar o mundo, pondo como meta o bem-estar. O que qualifica à civilização de uma sociedade é o determinismo tecno-econômico. A organização racional da socieda faz-se em termos de progresso: podem ser aplicado leis físicas ao estudo do homem (modernidade) e ao estudo da sociedade (antropologia política). O selvagem é o estádio inicial da humanidade, e o lado oposto é a Europa, cujos antepassados seriam selvagens, dos quais os selvagens atuais são depoimento vivo. A condição do selvagem não evolui com os anos, seguem sendo objeto de escravatura e tiranía para os europeus, que são os melhores por ser mais civilizados; os mais etnocentristas, que em vez de estudar as culturas para as conhecer, humilham e explodem às gentes com o beneplácito da comunidade intelectual e das autoridades. A contrapartida à Ilustração vem dos humanistas e posmodernistas, que defendem a vida selvagem e o livre albedrío. Rousseau vai ser o maior representante do modo de vida do selvagem. Critica-se assim mesmo a sociedade europeia, o cristianismo e demais elementos de dominação. Os jesuitas e os cuáqueros fundam sociedades religiosas na América que recusam os esquemas colonialistas e expansionistas, para crescer como cidades modelo baixo autoridades não-ditatoriais. O bom selvagem serve como ponto de partida para a crítica às instituições europeias. As primeiras teorias antropológicas da modernidade estudam ao homem selvagem como primitivo e objeto inevitável do processo de civilização, isto é, que tem de se civilizar porque é humano; e avaliam-no, e a sua sociedade, em termos tecno-econômicos (europeus), de maneira que sua validade objetiva é dudosísima e sempre em benefício de Occidente. De modo que a crítica mais gorda do momento à civilização, e a favor do selvagem foi Rousseau: crítica estendida às instituições e a seu labor de perpetuar o estilo de vida da civilização ocidental, e sua supremacía na dominação e exploração da espécie humana. Seu “Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens” é um apelo a aceitar nossa
  • 5. condição animal, uma volta ao homem primitivo: natural e não-corrompido. Uma linha de crítica similar surge das teorias biológicas e antropológicas, que situam ao homem na escala dos seres vivos, ao mesmo nível que os animais, e perigosamente cerca das primatas. Estas teorias naturalistas rompem os esquemas monogeístas vigentes, expandidos pelo cristianismo para a justificativa de seus meios e a defesa de seu estilo de vida. Aparece o determinismo biológico ou racial, que por um lado atribui diferentes origens e atributos às diferentes raças, mas por outra arquibancada as raças em uma escala vertical que as determina como supriores ou inferiores. Esta idéia permanece presente até a filosofia contemporânea, que com a contribuição da antropologia faz evoluir o determinismo biológico a determinismo cultural: as diferenças não estão nas raças nem as pessoas, senão nas culturas. Esta metamorfosis implica a mudança de visão da evolução: de Linear ou unilineal a Multilineal. A parte de viagens com fins científicos, também abundam os de conteúdo romântico. Em busca do autêntico, das raízes, de culturas primitivas em contato com a natureza e essas coisas... Escreve-se muita literatura sobre estas culturas (Gautier, etc); escreve-se também sobre as tradições, o folklore… Espanha é um ponto obrigatório de visita, sobretudo Andaluzia: “Sonhos da Alhambra”, Grazalema, as Alpujarras, etc. A luta entre o homem civilizado e o homem natural dá pé ao surgimiento da antropologia científica do séc. XIX. Bibliografia: Marvin Harris. J. Berstard & Contreras: “Bárbaros, pagãos, selvagens e primitivos”, uma introdução à antropologia” Textos copistería: Giovela: sobre a antropologia e o colonialismo (leitura tema 2) TEMA 2: A ANTROPOLOGIA NA PRIMEIRA ETAPA COLONIAL: DIFUSIONISMO E EVOLUCIONISMO. Do séc. XVI em adiante Europa descobre que existem outros mundos, com outras políticas, outras crenças religiosas, diferentes concepções da moral, diferente organização social e diferentes costumes, etc. e esta reflexão resquebraja o esquema medieval cristão. Outro fator que contribui é o das descobertas arqueológicas, que refutan o argumento sobre a origem das espécies do cristianismo. Em termos filosóficos, enfrenta-se a filosofia esencialista (teología natural) com o pensamento da Ilustração (naturalismo experimental). Esta visão do mundo é uma tentativa de estudar a natureza como um tudo, em busca do local do homem no mundo, sua função na natureza, e está abertamente aceitado na teoria evolucionista de Darwin. As criaturas do mundo já não atuam conforme a um Deus, senão à interação natural dos elementos do planeta. Nasce uma ética positivista, empírica, com grande interesse científico, racionalista, centrada também no progresso tecnológico em ara da universalidade da comunicação. Em termos religiosos, rende-se culto à deusa Razão, dando autonomia ao conhecimento humano, embora isto acabe desarraigando ao homem da mãe natureza. O evolucionismo biológico e o evolucionismo cultural são mais duas idéias patentes que nunca; do que surge o determinismo racial: a raça como fator definitivo e determinante > o que dá local
  • 6. a uma gradación das raças > o que conduz ao racismo e a escravatura. A colonização é, em seu primeiro momento, uma forma de parasitación do modelo de desenvolvimento da cultura dominante a todos os recantos do mundo. O EVOLUCIONISMO CULTURAL: es a primeira escola antropológica derivada da influência das teorias evolucionistas na sociedade. Seus mais importantes representantes são Tylor e Morgan. O objetivo principal desta escola era levar a cabo uma reconstrução da história da humanidade, prestando especial atenção às etapas da evolução social e em base à cultura. Sua visão da evolução é unilineal: as etapas de desenvolvimento de uma cultura estão predeterminadas, bem como os estádios fixos que os que se situam as culturas particulares: esta distinção dá resposta ao dilema das diferenças culturais (evolucionista). Assim mesmo, defendem a unidade psíquica do gênero humano, o que explica a universalidade do processo de desenvolvimento, bem como as semelhanças em rasgos culturais independentes: fator fruto da evolução paralela das culturas (paralelismo cultural): culturas afastadas, com desenvolvimentos evolutivos diferentes, podem chegar aos mesmos estádios. O mau é que esta teoria foi usada para justificar supremacías de umas culturas sobre outras devido a seu nível de desenvolvimento; deram-lhe demasiada rigidez à teoria dizendo que a única evolução possível é a paralela. A contrapartida é a convergência cultural: que de culturas diferentes com variáveis e fatores diferentes, certos sentimentos convergen, auto-se proclamando, se o merecem, universais. A escola inimiga do evolucionismo é o difusionismo cultural. As diferenças culturais vem do legado de complexos rasgos que aparecem do relacionamento entre culturas, do contato entre territórios. O fomento da difusão de carateres culturais atenta, pelo lado negativo, contra a originalidad própria do ser humano. Para os evolucionistas são muito importantes as sobrevivências: impressões, vestígios de culturas anteriores, que perviven em nós, e que podem nos ajudar a compreender melhor as culturas desaparecidas. O sentimento romântico para a idade de ouro é um script habitual na formação da cultura renacentista. Também o é o estudo dos selvagens contemporâneos para o conhecimento de nossos antepassados, e viajar até o mais remoto que possamos assimilar. O Método histórico comparativo é o melhor para descobrir leis universais; o mau é o relativismo cultural dos subjetivistas antropólogos europeus, derivado da falta de olha neste grande assunto que é o das diferenças culturais: em vez de fazer trabalho de campo, trabalhavam com material escrito (possivelmente subjetivista). Seu projeto era elaborar uma espécie de História Universal da Humanidade. Fazem questão do agregado de dados, mas não acham necessária a verificação pessoal. Centram seu interesse no Direito, o Parentesco e a Religião. Escola evolucionista alemã: Representantes: o antropólogo G. Klemn, o psicólogo Waitz, A. Bastian, o viajante; o filósofo Bachofen e o geógrafo Ratzel. Bachofen falava do matriarcado. Não há dados sobre as supostas culturas matriarcales, sim se têm encontrando rasgos e vestígios de sociedades matrilineales; o poder direto tem-o o homem, mas as funções essenciais da vida leva-as a mulher. A escola evolucionista inglesa está representada pelo jurista H. Maine, também partidário da matrilinealidad, e que entende o parentesco como princípio básico da organização social. Mc Lennan tratou a endogamia e a exogamia. E o mais célebre representante desta escola é (o
  • 7. considerado pai da antropologia acadêmica) Tylor. Em sua obra “A cultura primitiva” (1871) faz uma análise das culturas e as religiões. Está especialmente interessado no mundo azteca. Crê na evolução Selvajaria - Barbárie - Civilização, comum a todas as culturas. É também apdre da antropologia religiosa, à que contribuiu com a crença no animismo (crença em seres espirituais) como religião natural e primitiva, do que passa ao politeísmo (várias deidades), e deste ao monoteísmo (Deus) como religião última e mais desenvolvida. A escola evolucionista norte-americana tem como maior representante a Morgan, considerado pai da antropologia estadounidense. Trabalhou com quarenta tribos iroquesas e escreveu sobre elas uma completa monografia: “Une-a dos iroqueses”. Interessou-se principalmente pelo parentesco, do que surgiu sua segunda obra: “Sistemas de consanguinidade e afinidade da família humana”, onde inclui uma nova tipologia de terminologia de parentesco. E de seu amor por Darwin surge sua torcida pelo evolucionismo, plasmado em sua obra “A sociedade antiga”, onde afirma que todos os primitivos estão emparentados e representam um estádio da evolução, e propondo o novo esquema evolutivo que subdivide as etapas clássicas (selvajaria - barbárie - civilização) em três níveis: inferior- médio e superior (9 ao todo), a cada estádio com suas respetivas caraterísticas e componentes. O DIFUSIONISMO CULTURAL é a contrapartida ao movimento evolucionista, e baseia-se no estudo das diferenças e semelhanças das culturas. Crê na igualdade dos homens e na desigualdade das culturas, como o evolucionismo, mas atribui estas diferenças ao núcleo geográfico e social em que se desenvolve uma cultura: em vez de atribuir-lhe as origens e o desenvolvimento à cada cultura autonomamente, a evolução social vem desde fora, do contato cultural e os relacionamentos territoriais; e não de uma evolução interna e unilineal. As sociedades desenvolvem-se da imitação e o choque. Em local de estudar a origem das desigualdades entre as culturas, estuda-se a expansão dos carateres culturais entre sociedades. A geógrafa adquire um papel mais relevante: aparece a noção de focos ou núcleos culturais, pontos desde os que se difunde a cultura, criando círculos e áreas de influência cultural. Na primeira etapa difusionista há duas tendências fortes: o hiperdifusionismo inglês e a escola difusionista alemã. O hiperdifusionismo inglês ou Heliocentrismo defende que os rasgos culturais se expandem desde focos altamente influídos por conflitos históricos. Segundo suas teses, há um primeiro foco, do que todas as demais culturas se impregnaram: Egito (é por isto pelo que ganha o nome de heliocentrismo). Esta teoria é a que mais críticas recebeu, pois recusa a idéia do progresso autônomo, e seu radicalismo e rigidez lhe restam fundamento. Os representantes mais importantes são Elliot Smith e James Perry. Smith escreveu “A origem da civilização”, onde defende que o primeiro e único foco cultural foi Egito. Seu colaborador Perry escreveu “Os filhos do Sol”, onde se introduzia a cultura egípcia em todas as demais culturas. A Escola difusionista alemã inspira-se no geógrafo Ratzel. Foi muito influente em Malinowski. Assinalou a importância dos movimentos migratórios na difusão e desenvolvimento dos humanos. Este processo civilizador faz com que umas culturas imponham-se a outras. Admitiam, pois, a existência de diferentes focos de difusão cultural, que em princípio foram poucos, e que o tempo foi aumentando. E já que expandiu-se também em diferentes momentos históricos, se fala também de diferentes estratos de difusão. Na América, Boas funda a escola do Particularismo Histórico, em defesa do difusionismo e
  • 8. claramente anti-evolucionista. Nas primeiras décadas do séc. XX surgiu outra escola difusionista na América, representada pelo discípulo de Boas: Kroeber, defensor acérrimo de que as caraterísticas culturais de uma zona provêm de um centro cultural geográfico onde se desenvolveram, e mais tarde se difundiram a outras zonas. Deste modo, se uma caraterística encontrava-se em vários locais, fixavam-se no tempo que levava se difundindo, isto é, que em quantos mais sítios aparecesse, mais tempo levava em difusão. Um rasgo óbvio para nós, mas que Kroeber passou por alto é o modo em que se teria desenvolvido na cada zona e baixo umas condições diferentes. TEMA 3: FUNCIONALISMO Funcionalismo Britânico: Funcionalismo biológico de Malinowski (cultura como um ser vivo); e Funcionalismo estrutural de Radcliffe-Brown (cultura como uma estrutura). Escola sociológica francesa: Emile Durkheim e Marcel Mauss. Nos Estados Unidos: Evolucionismo cultural ou histórico de Franz Boas; e a Escola de cultura e personalidade dos herdeiros do particularismo. [Aqui suponho que falta Malinowski e Radcliffe Brown, que estão em xérox aparte] Da escola sociológica francesa, Durkheim toma a filosofia de Comte para escrever “O suicídio” (1857), onde trata o auto-homicídio em diferentes sociedades como fruto da religião e outros fatores; também escreve “A divisão do trabalho na sociedade”, onde defende a cooperação e a especialização. Fala da religião como um fato social com função de coesão. É imposta, e sobrenatural: baseia-se na existência de uma divinidad e na visão bipartita do universo no físico (o profano) e o metafísico (o sagrado). Mauss, da escola sociológica francesa, fala dos fenômenos sociológicos e psicológicos como intimamente unidos, bem como acontece com os fenômenos econômicos e religiosos. E enfatiza o trueque como pauta presente a todas as sociedades. Os filhos de Radcliffe-Brown são também a terceira geração de antropólogos britânicos funcionalistas. Em 1940 surge a antropologia política moderna com o trabalho de Meyers Fortes e Evans Prittchard “Sistemas políticos africanos”. O principal representante deste período de transição é Evans-Prittchard (fall. Em 1973); foi professor e mestre antropólogo difusor, africanista defensor do trabalho de campo; e representante e defensor (funcionalista) do colonialismo. Sua tese versa sobre a Sincronía, sobre África, e sobre os sistemas fechados: Estruturalismo clássico. Escreve “Os Nuer”, “Magia, bruxaria e oráculos entre os azande”, “Instituições da sociedade primitiva” (antropologia social), “Parentesco e casal entre os nuer”... Evans-Prittchard modera o estruturalismo funcional ortodoxo: a antropologia não é uma ciência, senão uma disciplina de humanidades, muito próxima à arte ou a filosofia. Não se trata de construir leis, senão paradigmas. Defende o recurso à história. Compadres de Evans-Prittchard foram Edmund Leach, que saca à antropologia da África com o trabalho “Sistemas políticos na alta Birmania”, e propõe o conflito e a mudança como variável
  • 9. importantísima no desenvolvimento de uma cultura. Ou Max Gluckman, que em Ordem “e rebelião na África tribal” enfatiza a importância do conflito como fenômeno definitivo nestas culturas. O conflito é a matéria prima da coesão social, move e renova o sistema social. É uma figura da transição, arraigado ao funcionalismo, mas com plena predisposição para o dinamismo. TEMA4: O PARTICULARISMO HISTÓRICO Nesta corrente antropológica vai-se fazendo a cada vez mais importante a cultura em detrimento da sociedade, embora mantém-se a diacronía nas investigações. A cultura é um fator dominante na socialización do indivíduo (modelar seu comportamento). Lidera Franz Boas nos Estados Unidos. Se institucionalizará a disciplina, formando antropólogos e fomentando investigações. A escola situa-se nos anos 1920-30´, e, ao igual que o funcionalismo, é uma reação contra o evolucionismo. Não se recusa que a antropologia como ciência possa estabelecer leis, mas é fundamental o trabalho de campo prévio à análise. O labor a que se dedicam é ao estudo histórico da cultura, fazendo uma distinção entre áreas culturais pela posse de determinadas caraterísticas. Centram-se nas populações indígenas, Boas faz um estudo dos kwakiutl e seus discípulos Lowie e Kroeber dos (...). Estudam os relacionamentos da cultura e a personalidade, dando assim uma importância única à psicologia, e surge assim uma sub-escola do particularismo de mãos de Mead e Benedict. A figura de Franz Boas é chave no particularismo. Como um dos pais da antropologia estadounidense, aderirá muitos discípulos e escolas. Sua contribuição metodológica defende o método inductivo sobre o clássico método comparativo, e expressa-o na “limitação do método”, de grande espírito anti-evolucionista; e “Os métodos da etnología”. Como partidário do trabalho de campo, dá grande importância à anotação imediata e detalhada de todo o observable. O etnólogo não deve explicar os atos independentemente, senão globalmente. Cria o registro sonoro das línguas nativas para traduzir de primeira mão, e dá-lhe muito valor ao meio cultural. Boas contribui sua definição própria de cultura: Cultura inclui a todas as manifestações dos hábitos sociais de uma comunidade, bem como as reações do indivíduo na medida em que se vêem afetadas pelos costumes do grupo no que vivem. Ressalta a importância do fator emic: observação participante para conseguir o ponto de vista do nativo, em frente ao ethic. É partidário do relativismo cultural, pois entende que os elementos culturais devem ser entendidos e saturados dentro da cultura da que formam partem. Promove- se o estudo de determinadas áreas culturais: o evolucionismo não tem em conta a originalidad criativa dos povos. Em Raça, “língua e cultura” ataca ao nazismo com o argumento da impossibilidade de estabelecer diferenças formais entre raças, os fatores materiais não são suficientemente importantes. Estudam a personalidade desde o ponto de vista da cultura, isto é, comparam a um grupo de indivíduos com outro de similares caraterísticas e de outra cultura. Analisam pautas que moldam às pessoas, se elabora um inventário tipológico de psicologias que respondem a uma série de padrões. A sociedade e a cultura é o determinante na diferenciação qualitativa. A escola da cultura e a personalidade tem duas etapas, uma primeira pré-freudiana (Mead & Benedict), e uma segunda freudiana (Kandiner & Limber). Estudam relacione-as ente o indivíduo
  • 10. e a cultura; a cultura da cada sociedade configura e marca ao indivíduo. Margaret Mead, acérrima feminista e pioneira da antropologia de gênero, introduz um jogo de papéis associado. Ruth Benedict foi a pioneira deste jogo psicológico-cultural. Escreve “Crisantemo e Espada, padrões da cultura japonesa”. Apresenta-se às culturas em uma tipologia contraposta entre apolineos (controle e equilíbrio, paz e conformidade dos índios zañi), e dionisíacos (agressão e individualismo, carentes de controle dos índios kwakiutl) em fá-la “Homem e Cultura”. Mead estabelece um determinismo cultural baseado no determinismo biológico. O processo de enculturación e os modelos de transmissão cultural são relevantes na assimilação individual da sociedade. Faz uma monografia em Samoa sobre os adolescentes que leva por título “Adolescência, sexo e cultuta em Samoa”, e em Nova Guiné “Sexo e temperamento nas sociedades primitivas”. Sua tese afirma que existem crise de adolescência e atitudes mais positivas em frente ao sexo. Estuda a dicotomia homem-mulher como algo onde o natural e o biológico são muito influentes nos rasgos culturais consequentes. À morte de Boas origina-se uma decrepitud do indealismo boasiano em frente a posições materialistas como o neo-evolucionismo de Leslie White, a ecologia cultural e o materialismo cultural de Marvin Harris. [Das xérox sobre o texto de Boas extraímos as seguintes críticas ao autor] Boas, Críticas: Demasiado pretencioso: pois seu método quer abordar demasiadas áreas. Excessiva cautela ante as generalizações: o que supõe um difícil avanço científico. Rejeição do materialismo, com o que está enfrentado e desde o que se lhe lançam críticas a mansalva. Sibaritismo metodológico: não parece se sentir cômodo ante nenhuma generalização. Nos anos 60´ entra em crises a antropologia, é uma década caraterizada por esta desmotivação. Os estudos antropológicos centram-se na situação dos países vítimas da colonização, e os temas sobre os que se constroem os estudos são a economia, a ecologia, a política, etc. Depois da segunda guerra mundial renasce o evolucionismo, mas com talantes divergentes e baixo o nome de neoevolucionismo. Quando falamos desta teoria, embora não seja unitária, entendemos a Leslie White como precursor e modelo. Os neoevolucionistas estabelecem pautas gerais de evolução e mudança das culturas. Observam esta evolução como causa- efeito, indagando no essencial e prevendo o futuro. O antropólogo se auto-denomina ministro da evolução, pois entende-a e é capaz de guiar aos povos para a direção que eles queiram tomar (as críticas já lhas faremos). As diferenças socioculturais procedem da seleção biológica, e uma cultura evolui à medida que cresce a quantidade de energia disponível por indivíduo e ano, e a eficiência e demais cresce por arraste. A cultura é um mecanismo para criar energia, e esta energia canaliza-se através da cultura e move a sociedade. É uma horrenda visão tecno-econômica da cultura. Entende-se a cultura como um mecanismo econômico humano, e a evolução desde a intensificação da
  • 11. agricultura para criar excedente, para passar à propriedade privada, desta à especialização, para chegar, através da distinção entre possuidores e não-possuidores, à sociedade de classes, meta última da evolução social. O materialismo chama-se assim porque entende o desenvolvimento cultural em termos de progresso “” tecno-econômico. Outras tendências materialistas são a ecologia cultural ou o materialismo cultural, ambos entendem o desenvolvimento em termos de adaptação tecno- econômica ao nível do Império. A ecologia cultural, cujo representante direto é Julian Steward, estuda a cultura em termos materialistas, mas presta atenção ao deterioro dos campos de produção. Exemplo ilustrativo é o da grande piara (nos Estados Unidos), que cria em massa, mas ao chegar a um ponto deteriora o terreno e se perde a possibilidade de continuar produzindo, de modo que uma vez ao ano fazem uma matança em massa de porcos, com o que obtêm excedente para cobrir as necessidades de povos circundantes com piores condições econômicas, e sem soluções como a da produção em massa e as matanças (seguro). O materialismo cultural, a outra tendência que dissemos, tem como criador e propulsor ao famoso Marvin Harris, que até sua morte em 2001, foi o representante do que foi a antropologia de focagem materialista na segunda metade do séc. XX. Sua teoria discierne entre o caráter ethic (de fonético) e emic (de fonémico) dos estudos de antropologia. O ethic é o que a gente faz, a #infraestrutura, e este é prioritário sobre o emic, o que a gente pensa, a superestructura, que não significa que não se retroalimenten. Carateriza o próprio de uma cultura como o particular, e propõe a teorización destas regularidades. Aspeto de valor no estudo do autor é seu caráter não-evolutivo. Seu interesse vai dos rasgos específicos, aos aspetos menos gerais, mas mais significativos quiçá. “a principal tarefa da antropologia é oferecer explicações causales a respeito das diferenças e similitudes em aspetos e comportamentos dos grupos”. O materialismo cultural é uma tarefa de investigação centrada em dar explicações causales. Esta tarefa facilita-se estudando as limitações materiais a que está sujeita a raça humana (trabalho, comida, morada, sociedade, etc), separando de outras limitações que não são materiais (arte, religião, pensamento…). As causas mais prováveis de variação nas condições mentais, religiosas, ideais… são as limitações materiais: Determinismo tecno-ambiental. Bibliografia: “O desenvolvimento das teorias antropológicas” “Vacas, porcos, guerras e bruxas: os enigmas da cultura” “Canibais e reis” “Materialismo cultural” (a Bíblia) Critica vão chover-lhe a raudales, exemplo ilustrativo seja Max Weber, quando fala de como esta visão da evolução propiciou que sociedades diferentes se precipitassem a eleger “” o curso inevitável do progresso. O caso que usa se centra nos calvinistas especialmente. Outro exemplo pode ser a antropologia não-materialista norte-americana, senão idealista. O
  • 12. grande autor que vai fechar o programa é Clifford Geertz, e sua antropologia simbólica ou interpretativa. Geertz realizou muitos trabalhos de campo em EE.UU., Indonésia e Marrocos. A descrição densa que propõe é uma descrição… “mas detalhada” e simbólica dos fatos culturais que a que usam habitualmente os antropólogos. Criador da antropologia simbólica (anos 60´, 70´) abre as novas portas do conhecimento e a interpretação nestes campos faltos de entendimento, estancados no eterno discurso das lutas entre as escolas antropológicas da história, com a publicação da “interpretação das culturas” em 1973. As críticas vêm-lhe da antropologia pós-moderna, embora ele mesmo está imbuido na crítica à antropologia anterior (“O antropólogo como autor”). Sua focagem pode ser chamado interpretativo, seu entendimento se levará a cabo através do contexto: símbolos, processos… e auto-traduzido pelos nativos. A antropologia não é uma ciência experimental em busca de leis, senão uma interpretação em busca de significados. O caminho do entendimento é descrever e interpretar. A cultura é um conjunto de símbolos partilhados no vivo da cultura. É muito hermenéutico, o antropólogo deve prestar atenção ao quotidiano, e não teorizar malamente, para tratar de compreender o mundo conceptual em que se move agora, o que pensam e sentem. A descrição densa é casal a este método, carateriza-se por ser interpretativa, resultado de uma dupla hermenéutica de associação a um mundo, e explicação em termos de outro mundo.